Bloco Básico Licenciatura

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Universidade de Brasília UnB Centro de Educação a Distância CEAD Angélica Guedes Dantas Bloco Básico Licenciatura: Uma Proposta Híbrida para a Universidade de Brasília (UnB) Brasília DF 2008

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Universidade de Brasília – UnB

Centro de Educação a Distância – CEAD

Angélica Guedes Dantas

Bloco Básico Licenciatura:

Uma Proposta Híbrida para a Universidade de Brasília (UnB)

Brasília – DF

2008

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ANGÉLICA GUEDES DANTAS

Bloco Básico Licenciatura:

Uma Proposta Híbrida para a Universidade de Brasília (UnB)

Este trabalho constitui um quesito necessário

à obtenção do grau de Especialista em

Educação a Distância.

Orientadora: Msc. Laura Ferreira Macêdo

Brasília – DF

2008

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ANGÉLICA GUEDES DANTAS

Bloco Básico Licenciatura:

Uma Proposta Híbrida para a Universidade de Brasília (UnB)

Este projeto de aplicação foi apreciado por uma Banca Examinadora constituída pelas

professoras:

____________________________________________________

Msc. Laura Ferreira Macêdo (Orientadora)

____________________________________________________

Dr.ª Sandra Lestinge (Membro)

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2

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, à Universidade de Brasília pela oportunidade e custeio do curso.

Aos meus pais Janete e Marlon e meu esposo Nicolau pelo carinho, compreensão e

apoio incondicional à conclusão deste trabalho.

À minha orientadora Laura Ferreira Macêdo pela acolhida, por seu empenho e

competência acadêmica e por acreditar na proposta.

Muito obrigada!

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“... Com as tecnologias cada vez mais rápidas e

integradas, o conceito de presença e distância se

altera profundamente e as formas de ensinar e

aprender também.”

José Manuel Moran

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RESUMO

Este projeto prevê a implementação do Bloco Básico de Licenciatura (BBL) que consiste na

oferta na modalidade a distância e em bloco das disciplinas básicas exigidas para obtenção do

grau de licenciado dos cursos de licenciatura e/ou com dupla habilitação da Universidade de

Brasília (UnB). Objetiva-se aplicar as ferramentas e recursos tecnológicos da EaD para a

consecução do intento. O BBL pretende atender aos já alunos regulares da instituição,

oriundos de cursos presenciais, visando uma educação de qualidade e fazendo frente aos

vários problemas estruturais hoje enfrentados pela instituição. A proposta é que o projeto seja

gerido com recursos próprios da instituição. O bloco é composto pela condensação das

cadeiras Desenvolvimento Psicológico e Ensino, Didática Fundamental, Fundamentos de

Desenvolvimento e Aprendizagem, Organização da Educação Brasileira e Psicologia da

Educação, com carga-horária de 225 horas/ aula e será veiculado através do Ambiente de

Aprendizagem da UnB – Aprender. Dentre os recursos tecnológicos previstos estão aulas

virtuais teóricas e interativas, fóruns, chats, estudos dirigidos e dois encontros presenciais.

Para condução do projeto e acompanhamento dos alunos cada professor contará com o

suporte de alunos de mestrado ou doutorado, selecionados mediante critérios específicos, que

comporão o corpo de tutores. Por meio do projeto espera-se contribuir para a ampliação da

oferta de cursos/ disciplinas nas modalidades a distância e semi-presencial e enfatizar a

praticidade e possibilidade da consolidação de experiências híbridas no cenário educacional

brasileiro.

Palavras-chave: Educação a Distância; Modalidade Semi-Presencial; Disciplinas Básicas das

Licenciaturas.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantitativo de Alunos, Turmas e Professores das Disciplinas

Básicas para Formação de Licenciados no 1/2008

13

Tabela 2 – Sistema de Menções da Universidade de Brasília 32

Tabela 3 – Estimativa de Custos para Aquisição de Equipamentos de Informática 41

Tabela 4 – Estimativa de Custos para Confecção de Folders e Cartazes de

Divulgação

42

Tabela 5 – Total da Despesa 42

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SUMÁRIO

1. Dados Gerais 9

2. Título do Projeto 10

3. Justificativa e Identificação do Problema 11

4. Público Alvo 14

5. Objetivos 15

6. Fundamentação Teórica 16

6.1. Educação a Distância: possibilidades 16

6.2. O que tem sido feito no Brasil 18

6.3. A especificidade da Universidade de Brasília 20

6.4. Uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação

(NTICs)

22

6.5. O Ensino e a Aprendizagem Semi-Presenciais 24

7. Metodologia 26

7.1. Estruturação do Bloco e Proposta Pedagógica (conteúdos,

competências e habilidades)

26

7.2. Interface, Concepção Pedagógica e Desenho Instrucional 28

7.3. Atividades e Disponibilização de Material Didático 31

7.4. Critérios de Avaliação 32

7.5. Sistema de Acompanhamento e Tutoria 33

7.6. Matrícula e Inscrição 35

8. Sistema de Avaliação do Projeto 36

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9. Sistema de Divulgação do Projeto 37

10. Cronograma 38

11. Orçamento 40

12. Considerações Finais 42

Referências 44

Apêndice: Recortes do Protótipo do Curso 46

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Universidade de Brasília – UnB

Pós-Graduação em Educação a Distância – CEAD

Aluna: Angélica Guedes Dantas

1. DADOS GERAIS

Local de Aplicação: Brasília - DF

Endereço: Campus Universitário Darcy Ribeiro

Instituição: Universidade de Brasília - UnB

Autora: Angélica Guedes Dantas

Formação: Pedagoga

Profissão: Servidora Pública

Endereço: SHCES Q. 407 Bloco B Ap. 103 – Cruzeiro Novo – Brasília DF

Contatos: (61) 81150663/ [email protected]

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2. TÍTULO DO PROJETO

Bloco Básico Licenciatura: Uma Proposta Híbrida para a Universidade de Brasília

(UnB)

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3. JUSTIFICATIVA E IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

Este projeto prevê a implementação do Bloco Básico de Licenciatura (BBL),

oferta a distância das disciplinas básicas exigidas para obtenção do grau de licenciado

na Universidade de Brasília (UnB). A escolha da temática é resultante dos vários papéis

que a proponente tem desempenhado na instituição nos últimos anos.

A prática cotidiana de servidora, integrante do quadro técnico-administrativo da

Universidade de Brasília, possibilitou a constatação dos vários problemas estruturais

hoje enfrentados, entre eles: carência de professores, estrutura física insuficiente,

demanda cada vez maior de alunos, elevado índice de postergação do tempo de

permanência no curso e alta demanda nos cursos de licenciatura. Além disso, as várias

experiências de tutoria e a constatação da utilização cada vez maior das NTICs no

cenário da educação superior brasileira levaram-na a nutrir grande apreço e interesse

pela modalidade a distância.

O ideário de unir as disciplinas básicas para formação de licenciados num único

bloco emergiu da recente oportunidade de prática docente junto aos alunos de graduação

ao ofertar a disciplina Desenvolvimento Psicológico e Ensino, no primeiro semestre de

2008, exigência do mestrado em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde. No

decorrer das aulas e nos diálogos com os alunos percebeu-se o desinteresse e a

desmotivação de todos ao cursar as disciplinas básicas das licenciaturas, isso pela

exigência de uma sobrepor-se a outra, na condição de pré-requisitos e, ainda, por

apresentarem conteúdos semelhantes, muitas vezes repetitivos e sem nenhuma

concatenação.

A disciplina em questão foi oferecida no noturno e na modalidade semi-

presencial, onde uma parcela das atividades foi desenvolvida no ambiente de

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aprendizagem da UnB, que ao permitir a flexibilização das atividades e a otimização do

tempo agradou bastante os alunos, propiciando-lhes maior autonomia e exigindo de

cada um mais responsabilidade, participação e muita dedicação ao processo de co-

construção do conhecimento.

Dessa forma, e usando como referencial as disciplinas semipresenciais já

ofertadas na instituição, aquelas propostas aos moldes do Projeto Universidade Aberta

do Brasil (UAB) e aquelas já postas em prática por instituições como: Fundação Centro

de Ciência e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro (CECIERJ/CEDERJ),

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Sul (PUCRS), Universidade Federal de

Mato Grosso (UFMT), e referendados como plenamente viáveis a níveis administrativos

e econômicos, pretende-se elencar os aspectos capazes de assegurar a viabilidade da

proposta e torná-la significativa para os alunos e para a universidade, além de responder

a seguinte questão norteadora: como implementar a oferta em bloco e na modalidade a

distância das disciplinas básicas exigidas para obtenção do grau de licenciado na

Universidade Brasília?

Vale ressaltar que diferentemente das propostas acima referenciadas, que

prevêem a oferta de todo o curso na modalidade a distância, e da maneira atual em que

estas disciplinas são ofertadas no presencial, o BBL pretende atender aos já alunos

regulares da instituição, oriundos de cursos presencias, visando uma educação de

qualidade, onde haja co-relação entre os conteúdos ministrados e a formação de

professores mais autônomos e participativos seja propiciada, fazendo frente ao atual

quadro, 1º semestre de 2008, composto por mais de 2.000 alunos matriculados,

acompanhados por 32 professores, conforme Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 - Quantitativo de Alunos, Turmas e Professores das Disciplinas Básicas para

Formação de Licenciados 1/2008.

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Disciplina Alunos

Matriculados

Turmas Professores

Envolvidos

Desenvolvimento Psicológico e Ensino 276 07 07

Fundamentos de Desenvolvimento e

Aprendizagem

253 05 05

Psicologia da Educação 639 14 04

Organização da Educação Brasileira 618 17 08

Didática Fundamental 546 13 08

TOTAL 2.332 56 32

Fonte: Sistema de Acompanhamento de Graduação (SIGRA/UnB). Acesso em 06/05/2008.

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4. PÚBLICO-ALVO

O Bloco Básico Licenciatura será implementado para atender a alunos dos

cursos de licenciatura e daqueles que possibilitem a dupla habilitação – bacharelado e

licenciatura – da Universidade de Brasília, quais sejam: Artes Plásticas, Ciências

Sociais, Educação Física, Enfermagem, Filosofia, Física, Geografia, História, Letras,

Matemática, Música, Pedagogia, Psicologia e Química, desde que tenham concluído

50% da carga-horária do curso de origem, tenham acesso à internet e se julguem com as

seguintes características pessoais: motivação, autodisciplina, capacidade de

administração do tempo e persistência.

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5. OBJETIVOS

O objetivo central do trabalho é aplicar as ferramentas e recursos tecnológicos

da EaD na implementação da oferta em bloco e a distância das disciplinas básicas

exigidas para obtenção do grau de licenciado na Universidade de Brasília, elencando os

aspectos capazes de assegurar a viabilidade da proposta e torná-la significativa para os

alunos e para a universidade.

Dentre os objetivos específicos, estão:

Elencar as cadeiras que farão parte do bloco e estruturar sua proposta

pedagógica – definição de carga-horária, quantidade de créditos para

integralização, disposição dos conteúdos e competência/ habilidades exigidas

após sua conclusão;

Definir a interface, a concepção pedagógica e teoria de desenho instrucional que

subsidiará o curso;

Propor estratégias para a elaboração e disponibilização do material didático,

atrelado à utilização dos recursos tecnológicos e sistemas de avaliação

condizentes com a concepção pedagógica a ser traçada;

Especificar um sistema de acompanhamento discente e de tutoria que atenda a

proposta delineada e seja viável para a instituição;

Construir um protótipo do curso utilizando as asserções definidas nos tópicos

anteriores.

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16

6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica diz respeito à análise minuciosa de obras condizentes

com o objeto proposto e a um amplo levantamento bibliográfico sobre a questão. Assim

sendo, serão explicitadas aqui as temáticas chave que orientam a implementação do

projeto. Primeiramente, no tópico “Educação a Distância: possibilidades” serão traçadas

as especificidades da Educação a Distância (EaD) no cenário educacional atual, bem

como explicitadas suas possibilidades no sentido de dinamização do processo de ensino/

aprendizagem. Adiante retrataremos o que tem sido feito no Brasil para a disseminação

e regulamentação da EaD, enquanto importante ferramenta para a consecução dos

objetivos educacionais de nosso país. No tópico seguinte “A especificidade da UnB”

delinear-se-á a posição de destaque ocupada pela instituição bem como suas diferentes

frentes de atuação para a ampliação da oferta de cursos na modalidade e atenção a

crescente demanda social. Na seqüência, tratar-se-á do uso das novas tecnologias da

informação e da comunicação enquanto estratégias inovadoras, condizentes com a nova

educação a distância – agora mediatizada. Finalizando, será abordado o modelo

educacional semi-presencial ou bi-modal, intimamente ligado à proposta aqui em

discussão, de oferta parcial, ou seja, algumas disciplinas na modalidade a distância.

6.1. Educação a Distância: possibilidades.

O século XX encontrou na educação a distância (EaD) uma alternativa, uma

opção às exigências sociais e pedagógicas. Contando com o apoio dos avanços das

novas tecnologias da informação e da comunicação a EaD passou a ocupar uma posição

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instrumental estratégica para satisfazer as amplas e diversificadas necessidades de

qualificação das pessoas adultas.

Assim, como destaca Preti (1996, p. 27):

A educação a distância coloca-se como um conjunto de métodos, técnicas e

recursos, posto a disposição de populações estudantis dotadas de um mínimo

de maturidade e de motivação suficiente, para que, em regime de auto-

aprendizagem, possam adquirir conhecimentos ou qualificações a qualquer

nível.

Hoje, sabe-se que a EaD permite dinamizar o processo de ensino/ aprendizagem,

introduzindo um novo paradigma na relação aluno/ professor, em que ambos têm novas

responsabilidades e novos perfis.

Vinte séculos foram necessários para que a humanidade adquirisse maturidade

necessária para entender o fenômeno do aprendizado. Para isso, Lévy (2000) nos

convida a olhar o mundo de hoje com os olhos do mundo de amanhã. Pensar no amanhã

é pensar em meios tecnológicos, é pensar em relações que se constroem a fim de

melhorar a vida complexa em que vivemos. Rumble (2003) contribui afirmando que

uma sociedade movida pela informação fornece indícios de que está em curso um

repensar da educação e da relação entre trabalho, aprendizagem e vida diária.

Para os educadores do Século XXI, repensar a educação inclui conhecer e

dominar as tecnologias da Educação a Distância. Envolve acreditar na educação virtual

e no aprendizado autônomo, no potencial que cada indivíduo tem de se disciplinar para

o alcance de um objetivo.

A sociedade moderna, citada por Perrenoud (2003), impulsionou a expansão dos

sistemas educativos, em geral e, particularmente, o ensino superior. A busca de soluções

para atender os desafios dessa modernização resultou na institucionalização da EaD.

Esta, não se opõe a educação considerada tradicional nem a substitui, mas está

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18

vinculada ao desenvolvimento cientifico – tecnológico, político, cultural, social e

econômico e possui traços personalizados.

Então, como apontam Oliveira, Ferreira e Dias (2004), é necessário que haja a

flexibilidade e a ousadia necessárias diante do novo, para criar novos procedimentos e

metodologias, “garimpar” atalhos para a interação efetiva, construindo uma “didática

inovadora”. Ressaltando o que destaca Litwin (2001), que a educação a distância não

mais se caracteriza pela distância, uma vez que a virtualidade permite encontros cada

vez mais efetivos que possibilitam de fato a educação.

6.2. O que tem sido feito no Brasil

A educação a distância no Brasil foi autorizada pelo Decreto nº. 2.494, que

regulamentou o Art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em

10 de fevereiro de 1998. Este documento, porém foi revogado em 19 de dezembro de

2005 pelo Decreto nº. 5.622 que a conceituou, então, da seguinte maneira:

Educação a distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de

meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e

professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos

diversos. (BRASIL, 2005).

Essa conceituação coaduna com a posição de Silveira (2006), que defende que a

educação a distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, e substitui

a interação pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de

ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de

uma organização e tutoria. Ainda segundo a autora, esse sistema propicia a

aprendizagem de forma independente e flexível para os alunos. Em contrapartida exige-

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19

se do aluno mais disciplina e autonomia como fator preponderante do sucesso no

processo do ensino e da aprendizagem a distância.

Segundo Lobo Neto (2003), no dia 07 de abril, pela Portaria nº. 301/98, foram

estabelecidos os procedimentos para o credenciamento de instituições e autorização de

cursos a distância no nível de graduação, dando, assim, o primeiro passo efetivo para a

regulamentação da EaD no sistema educacional brasileiro. O autor lembra que a

assinatura da portaria foi o primeiro e fundamental passo de inserção concreta da

modalidade no sistema educacional brasileiro, uma vez que estabeleceu os

procedimentos para o credenciamento de instituições e a autorização de cursos a

distância no nível de graduação.

Outro avanço importante foi a assinatura da Portaria nº. 2.253, de 18 de outubro

de 2001, que autorizou as instituições acadêmicas a ofertarem, na modalidade a

distância, até 20% da carga horária dos seus cursos presenciais.

Para Maia (2002), a Portaria nº. 2.253 trouxe para as instituições de ensino a

discussão de como desenvolver, pensar, propor e criar metodologias de ensino que

vislumbrem novas maneiras de ensinar e aprender que não necessariamente aquelas que

se conheciam e se aceitavam até então, como a sala de aula tradicional e presencial.

Segundo a autora, a Portaria demonstra, também, a ampla visão e desejo do Ministério

da Educação em promover e ampliar o acesso à informação e ao conhecimento por

intermédio de tecnologias interativas de ensino-aprendizagem, e traz um leque de

potencialidades e possibilidades de otimização do tempo presencial de professores e

alunos.

Na visão de Moran (2003), o percentual inicial de 20% atualmente autorizado

pela Portaria, na verdade faz parte de uma criação da cultura online. A tendência é que

num futuro próximo, cada universidade irá definir qual é exatamente o seu ponto de

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20

equilíbrio entre o ensino presencial e o virtual, isto em cada área do conhecimento. E,

dessa forma, o uso da EaD associada às NTICs se fará notar cada vez mais em todas as

dimensões e níveis de ensino, uma vez que essa modalidade ocupará um espaço central

na pedagogia dos próximos anos.

A partir de então, com fôlego jamais visto, as experiências brasileiras têm se

avolumado na área de Educação a Distância. No ano de 2006, por exemplo, a EaD

registrou a marca de 778,4 mil matrículas, número que representa mais do que o dobro

do total de alunos em 2004, conforme levantamento da Associação Brasileira de

Educação a Distância. Esse salto da educação a distância no país pode ser atribuído ao

maior envolvimento das instituições de ensino superior com a modalidade, já que a

maior participação das universidades brasileiras atende a uma demanda de mercado,

especialmente no que se refere a cursos de aperfeiçoamento, extensão e pós-graduação.

Contudo, embora se encontre no centro das discussões para a democratização do

acesso ao ensino superior no país, a EaD enfrenta os mais de 500 anos de tradição do

ensino presencial. O desafio que está posto é consolidar novos parâmetros para o

processo de aprendizagem, que superem o preconceito e ultrapassem a falta de

convivência social. Os cursos requerem modelos pedagógicos diferenciados, que

explorem as possibilidades tecnológicas para garantir propostas interativas1.

6.3. A especificidade da UnB

Neste cenário, a Universidade de Brasília (UnB) ocupa posição de estaque.

Pioneira na produção de conteúdo para a modalidade, a instituição conta com curso a

distância para mais vagas na graduação, como é o caso dos cursos de Licenciatura em

1 Disponível em http://www.secom.unb.br/unbnoticias/un0907/unb80p09.pdf, acesso em 30/10/2007.

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Biologia e Administração, e na pós-graduação, assim como para chegar a regiões onde

há pouco acesso à educação superior, como é o caso da Universidade Aberta Brasil

(UAB), que vem conduzindo frentes de ação em diversos municípios brasileiros.2

O projeto que faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação e prioriza a

formação de professores funciona, a partir de parcerias entre instituições públicas de

ensino superior, governo estadual e municipal. Cabe aos primeiros a elaboração e a

oferta de cursos e, aos dois últimos, a instalação dos pólos de apoio presencial nos

municípios.

Em 2006, a UnB abraçou a proposta do governo federal e participou do curso

piloto de Bacharelado em Administração. Ofereceu cerca de 500 vagas em 2006,

distribuídas em três pólos de apoio presencial no Distrito Federal. No segundo semestre

de 2007 a instituição iniciou mais seis cursos: Letras, Pedagogia, Educação Física, Artes

Visuais, Teatro e Música; que foram selecionados no primeiro edital da UAB e

ofereceram 1.080 vagas, 50% delas reservadas para professores em exercício na rede

pública3.

Antes mesmo da UAB, a UnB já oferecia opções de graduação a distância –

Pedagogia e Licenciatura em Biologia, ambos criados em 2006. O primeiro realizado

em parceria com o governo do Acre abriu mil vagas. O segundo forma docentes que já

atuam na rede pública e recebe apoio da Universidade Estadual de Goiás (UEG). A

iniciativa ofertou 250 vagas.

O que explica a participação da UnB na graduação a distância, assim como o

recorde em número de matrículas em 2006 (75,6 mil), é o pioneirismo da instituição na

modalidade. Ela foi a primeira no Brasil a oferecer curso de extensão a distância, a

partir do convênio firmado em 1979 com a Open University, na Inglaterra, a primeira

2 Disponível em http://uab.capes.gov.br/, acesso em 18/03/2008. 3 Idem 1.

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universidade virtual do mundo. Hoje, a instituição brasiliense é referência na elaboração

de conteúdos e realiza cursos de especialização em EaD desde 1994. As iniciativas são

coordenadas pelo Centro de Educação a Distância (Cead)4.

Ademais a universidade criou o ambiente virtual Aprender, dentro da plataforma

de apoio a aprendizagem Moodle (software livre), que permite discussões on-line, envio

de textos e vídeos.

A tendência é mesmo a inserção de tecnologias na educação, sem muita

diferenciação entre o presencial e o não presencial.

6.4. Uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs)

Grumbach (1995 apud Silva, 2004) adverte que os procedimentos educacionais

presenciais têm restringido a participação e a autonomia nos processos de aprendizagem

em adultos, visto que os procedimentos utilizados são quase sempre uniformizados e

padronizam as estratégias de ensino. Sendo assim, ao adotar-se a modalidade de EaD,

buscam-se novas estratégias e tecnologias que cheguem a esse adulto em seu lugar de

ação, de modo a respeitar o ritmo de aprendizagem de cada um, o tempo que possui para

estudar, de modo a valorizar suas experiências e criatividade.

Ainda segundo essa autora, a EaD apresenta características bem diferente da

presencial, sobretudo no que diz respeito à comunicação, já que a mesma ocorre por

mediação, o que implica que, na ausência do professor e dos colegas, a mensagem

deverá ser o mais clara possível, favorecendo a auto-instrução e a interação mediada,

mas estimulante e desafiadora.

4 Idem 1.

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23

Silva (2004) aponta que a utilização das NTICs pode modificar a relação entre

professor/ aluno, o processo de aprendizagem, o conhecimento resultante, e criar novas

maneiras de ensinar e aprender. Isto porque a utilização do computador leva a uma

aprendizagem mais eficiente que a convencional, já que permite a avaliação e o retorno

imediato da aprendizagem ao aluno, lhe aumentado a motivação e a individualização do

ritmo de aprendizagem, o que permite melhorar as habilidades de fluência e

decodificação.

A educação a distância mediatizada pelo uso das novas tecnologias de

informação e comunicação (NTICs) passa a ser percebida como uma alternativa para a

facilitação da aquisição dessas habilidades, além de propiciar condições à

democratização do acesso ao conhecimento, à expansão de oportunidades de

aprendizagem, desenvolvimento de comportamento, habilidades e atitudes no local e

tempo adequados, o que contribui para uma redefinição do processo de aprendizagem e

aperfeiçoamento das habilidades humanas, segundo Maia (2002).

Belloni (1999) ressalta os benefícios da aplicação e o uso das novas tecnologias

da informação e comunicação em treinamentos presenciais ou não, uma vez que

garantem rapidez na transmissão das informações, no aumento da possibilidade de

disseminação de conhecimento a um maior número de pessoas em tempo recorde, além

de reduzir os custos com os treinamentos presenciais e a distância entre as pessoas

envolvidas no processo ensino/ aprendizagem.

O processo de aprendizagem dentro do cenário da EaD envolve e abrange outros

conceitos, como o de Aprendizagem Aberta. Belloni (1999) define Aprendizagem

Aberta e a distância como sendo aquela em que predomina flexibilidade, abertura e

maior autonomia do estudante. Conforme Keegan (1991 apud Belloni, 1999), o êxito do

aluno depende em grande parte da sua motivação e de suas condições de estudo, sendo

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assim, esse modo de estudo é essencialmente autônomo e auto-dirigido. Ou seja,

Aprendizagem Aberta implica a remoção de barreiras e o livre acesso à educação e ao

treinamento, e o processo de aprendizagem ocorrerá livre no tempo, no espaço e no

ritmo do aluno, conforme Trindade (1999 apud Belloni, 1999).

Quanto ao impacto do uso das NTICs na aprendizagem, Levy (1999) afirma a

existência de uma mudança significativa na qualidade dos processos de aprendizagem,

visto que há possibilidade de aprendizado cooperativo assistido por computador

(Computer Supported Cooperative Learning – CSCL) e a formação de novos campi

virtuais onde os professores aprendem ao mesmo tempo em que os estudantes e podem

atualizar continuamente, seus saberes e competências pedagógicas.

Barreto e Pretto (2001) apontam que o ambiente digital, além de modificar as

formas de expressão e comunicação, acrescenta novos sentidos e percepções à

experiência de aprendizagem. Assim, ao olhar, ouvir e tocar numa tela digital, vários

sentidos são articulados simultaneamente.

6.5. O Ensino e A Aprendizagem Semi-Presenciais

Segundo Moran, Araújo e Sidericoudes (2005), o sistema bi-modal, semi-

presencial – parte presencial e parte com atividades a distância – se mostra o mais

promissor para o ensino superior: combina o melhor da presença física com situações

em que a distância pode ser mais útil, na relação custo-benefício.

Está claro que a educação através de novas mídias conectadas é uma realidade

cada vez mais presente e que evolui de forma irreversível. Nesse cenário, como

apontam os autores, alunos jovens, em fase de formação, como em um curso de

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graduação, são sensíveis a estratégias que combinem presença física e virtual, atividades

individuais e grupais, desenvolvimento de projetos, atividades, práticas, produções.

Ainda segundo Moran, Araújo e Sidericoudes (2005), acredita-se que os cursos

podem alternar momentos de encontro numa sala de aula e outros em que continuamos

aprendendo cada um no seu lugar de trabalho ou em casa, conectados através de redes

eletrônicas. Dessa forma, o caminho da educação passa pela convergência entre o

presencial e o virtual, na combinação integrada de tempos e espaços, tornando o

currículo flexível.

O professor, como salienta Moran (2005), fica como consultor para tirar dúvidas

e como avaliador final, o que permiti resolver problemas de espaço, de alocação de

alunos em novas turmas e diminui os custos, ao menos para as instituições, onde

escolher, por exemplo, disciplinas comuns a vários cursos e/ ou disciplinas básicas e

disponibilizá-las via internet, em ambientes de aprendizagem, possibilita maior

flexibilidade de organização curricular, liberação de alguns horários ou dias de aula, e

maior economia para a universidade.

Ademais, manter os alunos por menos tempo em sala de aula convencionais

também permite uma maior rotatividade de alunos nos mesmos espaços físicos. Dessa

forma, a necessidade de construir e ampliar salas e prédios diminui e torna-se possível

otimizar os espaços já existentes.

O foco na aprendizagem que é predominante sai do aluno individual para

incorporar o conceito de aprendizagem colaborativa, de que aprendemos juntos, de que

participamos e contribuímos para uma inteligência cada vez mais colaborativa. Como

ressalta Moran (2005, p. 08):

A aprendizagem será realizada não pela decoreba, mas sim pela participação

em projetos organizados em torno de problemas e que levem a descobertas,

pelos alunos, de conhecimentos novos, fazendo-os incorporar o conceito de

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aprendizagem colaborativa, de que aprendemos juntos, de que participamos de

e contribuímos para uma inteligência cada vez mais colaborativa.

Nesse entretém, o estudo se torna cada vez mais transdisciplinar, focando-se em

experiências, projetos, pesquisas on-line, interatividade, orientação individual e grupal.

Os alunos ficam mais ativos, e o professor, por sua vez, mais orientador de

aprendizagem.

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27

7. METODOLOGIA

A seguir serão descritos pormenorizadamente os passos para implementação do

projeto, desde sua estruturação e proposta pedagógica até a definição das atividades e

estratégias para disponibilização do material didático, bem como o sistema de tutoria e

de avaliação da aprendizagem.

7.1 Estruturação do Bloco e Proposta Pedagógica (conteúdos, competências

e habilidades)

Por meio de análise minuciosa dos currículos dos cursos de licenciatura da UnB

foi possível identificar as disciplinas pedagógicas básicas, exigidas para formação, que

deveriam compor o bloco. Com pouquíssimas variações de carga-horária e/ ou de

denominação, ele é composto pelas seguintes cadeiras: Desenvolvimento Psicológico e

Ensino, Didática Fundamental, Fundamentos de Desenvolvimento e Aprendizagem,

Organização da Educação Brasileira e Psicologia da Educação, que serão na execução

da proposta condensadas.

Cada módulo compreenderá 45 (quarenta e cinco) horas/ aula e não 60 (sessenta)

como disposto para as disciplinas no presencial, dessa forma o BBL contará com uma

carga-horária de 225 horas/ aula, totalizando a integralização de 15 (dez) créditos em

caso de aprovação, o que varia em torno de 8 a 12% da carga horária total dos cursos

em questão. A modulação do bloco levou em conta os conteúdos abordados nas cinco

disciplinas bem como primou por propiciar o estabelecimento de uma ordem definida,

com seqüência clara das temáticas, além da possibilidade de reconhecimento de temas

Page 29: Bloco Básico Licenciatura

28

centrais, já elencados nos programas originais das disciplinas e seus possíveis vínculos.

Ficou assim definido:

1. Tópicos de Desenvolvimento Psicológico e Ensino – versando sobre os temas: o

desenvolvimento humano segundo as principais teorias psicológicas; a natureza

psicossocial do desenvolvimento, as dimensões cognitiva, afetivo-emocional e

social do desenvolvimento e suas inter-relações, a relação entre desenvolvimento

e aprendizagem e o desenvolvimento psicológico no contexto sócio-educativo.

2. Tópicos de Fundamentos de Desenvolvimento e Aprendizagem – versando sobre

os temas: características determinantes do desenvolvimento durante a infância e

adolescência; fenômenos básicos da aprendizagem verbal e social; e relação

ensino-aprendizagem.

3. Tópicos de Psicologia da Educação – versando sobre os temas: a psicologia da

educação como ciência aplicada, seu âmbito e sua relação com a educação no

Brasil; princípios psicológicos que explicam e fundamentam o processo ensino-

aprendizagem no contexto da educação brasileira; compreensão do educando

nos contextos intra e extra-escolar; e relacionamento interpessoal na escola e na

comunidade.

4. Tópicos de Organização da Educação Brasileira – versando sobre os temas:

organização da educação brasileira na contemporaneidade; inter-relações

economia/ política/ cultura; legislação de ensino; e aspectos formais do sistema

educacional brasileiro (níveis e modalidades de ensino; responsabilidades da

União, dos estados e do Distrito Federal, gestão democrática, formação de

profissionais da educação).

5. Tópicos de Didática Fundamental – versando sobre os temas: dimensionamento

dos conceitos de educação e instrução, das condições e das perspectivas de

Page 30: Bloco Básico Licenciatura

29

desenvolvimento do indivíduo no seu contexto socioeconômico e político-

cultural; relação professor/ aluno mediada pelo currículo; e planejamento

didático (seleção, ordenação, descrição e delimitação de objetivos, seleção e

organização de conteúdos, processo de avaliação).

O aluno deverá iniciar o bloco pelo primeiro tópico, posteriormente, deverá

participar do segundo tópico e assim sucessivamente, até o último tópico para finalizar a

bloco. Além disso, para integralização dos créditos, deverá concluir com êxito um

trabalho final, em grupo, proposto pela tutoria.

Ao término do bloco, espera-se que os alunos tenham adquirido as seguintes

competências/ habilidades: capacidade de conhecer e compreender o processo de

desenvolvimento segundo as principais teorias psicológicas, suas características

determinantes do percurso das fases da vida (infância, adolescência, vida adulta,

velhice); compreender e analisar as bases da psicologia da educação no contexto da

educação brasileira e a inter-relação educando/ família/ comunidade/ escola; identificar

e analisar as implicações históricas e conceituais relacionadas à organização da

educação brasileira, sua legislação de ensino e seus aspectos formais; estar apto a

dimensionar os conceitos de educação, instrução e currículo escolar, além de propor um

planejamento didático com critérios definidos de seleção e organização de conteúdos e

processo de avaliação; e, por último, relacionar os conhecimentos adquiridos com a

dinâmica do ensino-aprendizagem na perspectiva de subsidiar sua futura prática de

ensino.

Page 31: Bloco Básico Licenciatura

30

7.2 Interface/ Concepção Pedagógica e Desenho Instrucional

Em atenção ao objetivo de implementação do Bloco Básico Licenciatura este

projeto versará sobre a criação de um protótipo de curso, modular, veiculado via

internet, através da utilização de um Sistema de Gerenciamento de Cursos (SGC).

Os SGCs são aplicações Internet/ Intranet que rodam em um servidor e são

acessadas por um navegador web. O servidor está, normalmente, localizado em um

departamento ou centro de processamento de uma Universidade, mas pode estar

localizado em qualquer lugar do mundo5. O professor e os alunos podem acessar o

sistema de qualquer lugar onde haja um computador, conexão com a internet e um

navegador web. No caso específico deste projeto pretende-se que o BBL seja veiculado

através do Ambiente de Aprendizagem da UnB – Aprender. No Apêndice serão

disponibilizados recortes do projeto no ambiente.

Em termos simples, um SGC fornece ao professor ferramentas para que ele crie

um curso baseado em um sítio web, com controle de acesso de forma tal que somente os

alunos do curso podem ter acesso ao mesmo. Além disso, segundo Pulino Filho (2007)

os SGCs oferecem uma variedade de ferramentas que podem aumentar a eficácia de um

curso, pode-se, por exemplo, compartilhar materiais de estudo, manter discussões ao

vivo, aplicar testes de avaliação e pesquisas de opinião, coletar e revisar tarefas e

registrar notas.

Para a consecução do BBL, o SGC Moodle foi o escolhido, principalmente em

virtude de ser ele um sistema aberto, baseado em uma forte filosofia educacional, com

uma comunidade de usuários crescentes dia-a-dia que contribui para o desenvolvimento

e apoio a novos usuários.

5 Disponível em http://www.aprender.unb.br/mod/resource/view.php?id=16836, acesso em 20/03/2008.

Page 32: Bloco Básico Licenciatura

31

Este ambiente está baseado no construcionismo social que servirá, também,

como concepção pedagógica do BBL, aliado, à abordagem construtivista. O primeiro

baseia-se na idéia de que as pessoas aprendem melhor quando engajadas em um

processo social de construção do conhecimento pelo ato de construir alguma coisa para

outros (PULINO FILHO, 2007). O termo processo social sugere que a aprendizagem é

alguma coisa que se faz em grupos. Deste ponto de vista, aprendizagem é um processo

de negociação de significados em uma cultura de símbolos e artefatos compartilhados.

Já no construtivismo, como aponta Woolfolk (2001 apud Silva, 2004, p. 30):

O processo de ensino/aprendizagem deve ser centrado no estudante. O

professor, ao apresentar um evento, questão ao problema, requer que os

estudantes sejam capazes de formular hipóteses para explicar o evento ou

solucionar o problema, coletar dados para testar hipóteses, tirar conclusões,

refletir o problema original e pensar o processo necessário para resolvê-lo.

Além disso, essa abordagem defende que o aluno participe ativamente das

atividades propostas, relacionando-as com as experiências e os conhecimentos prévios,

além de incentivar a construção do conhecimento em parceria com outros alunos por

meio da promoção de divergências de opiniões e situações em que múltiplas

perspectivas possam ser valorizadas.

A escolha da abordagem acima descrita justifica-se por conta da possibilidade de

mudança qualitativa em estruturas de conhecimento do indivíduo; a construção de

teorias ou modelos de interpretação da realidade e não apenas reprodução dessa

realidade e por conta da interação entre conhecimentos anteriormente adquiridos e de

novas informações com as quais o indivíduo é confrontado.

Em relação à teoria de desenho instrucional a escolha recaiu sobre a teoria de

Ambientes Abertos de Aprendizagem, uma vez que valoriza a reflexão feita a partir de

múltiplas experiências e perspectivas de análise e exige pensamento divergente para

solucionar um problema. Além disso, ela emprega problemas significativos e

Page 33: Bloco Básico Licenciatura

32

complexos que ligam conteúdos e conceitos à experiência cotidiana em que a

necessidade de saber é gerada naturalmente, disponibilizando ricos recursos adicionais

de apoio ao estudo e ao aprofundamento da aprendizagem.

As ferramentas de processamento oferecidas por esses ambientes facilitam a

realização das tarefas, entre elas pode-se destacar: recursos de busca; coletânea de

textos para pesquisa; links para anotações. Já as ferramentas de comunicação

possibilitam aos aprendizes um meio para promover a discussão, compartilhar idéias,

revisar trabalhos, fazer perguntas e colaborar.

Diante do vasto conteúdo abarcado pelas disciplinas fez-se a opção pelo uso de

mídias abertas e a possibilidade de solução colaborativa dos problemas, além da

proposta de realização de trabalhos em grupo com o intuito de viabilizar a apreensão e

construção de conhecimentos acerca dos conteúdos das disciplinas que compõem o

bloco.

7.3 Atividades e Disponibilização de Material Didático

Este projeto prevê o uso de recursos tecnológicos como aulas virtuais teóricas e

interativas, fóruns, chats, estudos dirigidos e dois encontros presenciais. Dessa forma

busca-se proporcionar aos alunos um ambiente de aprendizagem dinâmico, interativo e

colaborativo.

No início do semestre haverá a primeira aula presencial, com participação

obrigatória para todos os alunos, onde o bloco e suas especificidades serão

apresentados. Ao final, no último encontro, será o momento de apresentação dos

trabalhos finais, produzidos pelos alunos, e de encerramento do curso.

Page 34: Bloco Básico Licenciatura

33

Semanalmente, cada aluno deverá acessar a aula teórica, fazer a leitura dos

textos indicados, participar do fórum temático, bem como dos bate-papos, encontros

síncronos previamente agendados no cronograma, e entregar o estudo dirigido proposto.

Ao final de cada módulo o aluno receberá uma análise de fechamento elaborada pelo

professor/tutor responsável pela disciplina/ turma.

O aluno poderá optar por fazer download e imprimir todo o conteúdo. O tempo

disponível para completar os módulos do bloco é de um semestre, os módulos/ tópicos

serão disponibilizados no ambiente de acordo com o cronograma. O aluno está livre

para programar seu horário e agenda de estudo, devendo, contudo, ter freqüência de

acessos ao ambiente e participar das atividades propostas.

Haverá ainda um trabalho final – ensaio – entre seis e quinze páginas, escrito

segundo as normas da ABNT - que deverá ser realizado em grupo, após a conclusão dos

cinco módulos propostos. Os alunos (previamente orientados) terão o prazo de duas

semanas para conclusão do trabalho que versará sobre temas atuais e recorrentes em

educação e deverá abarcar os conteúdos trabalhos no curso.

7.4 Critérios de Avaliação

O sistema de avaliação será baseado nos critérios da avaliação diagnóstica e

formativa. Segundo Hoffmann (1996), estas avaliações se preocupam com a formação

dos alunos, através do diagnóstico de seus saberes, suas potencialidades e dificuldades.

O conceito de avaliação utilizado é compreendido “como um processo, voltado

ao aprimoramento das práticas cotidianas de ensino-aprendizagem, levando em conta a

realidade concreta dos alunos” (CANEN, 2001, apud Rumble 2003, p. 28).

Page 35: Bloco Básico Licenciatura

34

A proposta é avaliar os alunos durante todo o processo de ensino/aprendizagem,

acompanhando-os quanto à participação e freqüência nas aulas virtuais, fóruns, chats,

intercâmbios via e-mail, assim como à participação nos módulos teóricos e atividades

recomendadas no decorrer do curso, além dos encontros presencias obrigatórios.

Os alunos que concluírem o bloco com aprovação, conforme critérios da

instituição receberão os 20 créditos previstos em seu histórico escolar. A Universidade

de Brasília utiliza o sistema abaixo de classificação, contido na Tabela 2, sendo

consideradas menções de aprovação SS, MS e MM.

Tabela 2 – Sistema de Menções da Universidade de Brasília

Menção Pontos

SS 90 a 100

MS 70 a 89

MM 50 a 69

MI 30 a 49

II 10 a 29

SR 0 a 9 ou mais de 25% de faltas

Fonte: www.unb.br

7.5 Sistema de Acompanhamento e Tutoria

Para condução do projeto e acompanhamento dos alunos pensou-se na reunião

de um conjunto de professores interessados, oriundos dos departamentos aos quais as

disciplinas que compõem o bloco estão atualmente vinculadas, são eles: Departamento

de Teoria e Fundamentos – TEF (responsável pelas disciplinas Didática Fundamental e

Page 36: Bloco Básico Licenciatura

35

Psicologia da Educação), Departamento de Planejamento e Administração – PAD

(responsável pela disciplina Organização da Educação Brasileira) e Departamento de

Psicologia Escolar e do Desenvolvimento – PED (responsável pelas disciplinas

Desenvolvimento Psicológico e Ensino e Fundamentos de Desenvolvimento e

Aprendizagem). Dessa forma a coordenação do BBL seria composta por dois

professores de cada departamento que seriam os responsáveis pela estruturação dos

módulos, pelo planejamento das aulas virtuais e pela estruturação das atividades de

avaliação.

Cada professor coordenador contaria com o suporte de cinco alunos de mestrado

ou doutorado, selecionados mediante critérios específicos, que comporiam o corpo de

tutores, 30 (trinta) tutores, estes farão jus à integralização de oito créditos no histórico

escolar. Cada tutor ficará vinculado ao BBL por um período de doze meses e assumirá

turmas de graduação por dois semestres letivos. A definição do processo de escolha dos

tutores ficará a cargo de comissões de professores, constituídas pela coordenação do

BBL, contudo espera-se que sejam traçadas alternativas que visem contemplar e

valorizar a diversidade de perfis e formações.

A tutoria poderá ser oferecida diariamente ou em dias alternados, durante todo o

dia ou em períodos pré-fixados, a critério da coordenação. Fazendo-se necessário,

contudo, que o tutor coloque-se à disposição do aluno para auxiliá-lo no esclarecimento

de dúvidas, na identificação das dificuldades, na sugestão de novas leituras ou

atividades, na organização das atividades de estudo em grupo e na supervisão.

Cada tutor deverá, ainda, conforme salienta Silva (2004), incentivar a reflexão

crítica dos alunos, evitar a solidão dos mesmos, estar atento a reação dos alunos,

conhecer as suas reais necessidades, ao mesmo tempo em que deve possuir capacidade

Page 37: Bloco Básico Licenciatura

36

para administrar o tempo, ter empatia, participar cooperativamente com outros

profissionais da equipe, além de possuir domínio didático, pedagógico e tecnológico.

7.6 Matrícula e Inscrição

A matrícula de alunos no bloco será feita normalmente no período geral de

matrícula de cada semestre, mediante consulta aos departamentos ou pelo sistema

virtual (http://www.serverweb.unb.br/matriculaweb/), desde que atenda aos pré-

requisitos. Como todas as disciplinas regulares dos cursos da UnB, a inscrição será

gratuita. Ao concluir o bloco com aprovação, o total de créditos do bloco será

integralizado ao histórico escolar do aluno, do mesmo modo que ocorre nas disciplinas

presenciais.

Os pré-requisitos para matrícula dos alunos no bloco são: estar regularmente

matriculado na UnB em cursos de licenciatura ou naqueles que permitam a dupla

habilitação, ter concluído 50% da carga-horária do curso de origem, ter acesso à internet

e julgar-se possuidor das seguintes características pessoais: motivação, autodisciplina,

capacidade de administração do tempo e persistência.

Vale ressaltar que, acredita-se que a iniciativa do BBL e sua implementação na

UnB se dêem de forma gradual, onde primeiramente os alunos (segundo suas próprias

características e conforme seus interesses e necessidades) escolham entre cursar as

disciplinas no formato a distância ou no presencial.

Page 38: Bloco Básico Licenciatura

37

8. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PROJETO

A avaliação ocorrerá durante todo o primeiro semestre de oferta, de forma

processual e sob várias frentes. Objetiva-se apontar os resultados da implementação do

bloco, o nível de aceitação e rendimento dos alunos, as dificuldades encontradas no

primeiro momento relativas à organização/ gestão do curso e suas consecuções

pedagógicas, além disso, pretende-se elencar as metas futuras e as necessidades de

ajustes e adequações.

Dentre as estratégias para avaliação do projeto temos: ciclo de reuniões com as

coordenações - estima-se que as reuniões aconteçam a cada quinze dias e que as

discussões apontem as dificuldades enfrentadas na condução dos tópicos, sejam elas

pedagógicas, com relação à utilização do ambiente de aprendizagem e/ou

administrativas e sejam traçadas estratégias para resolução dos problemas. Contaremos

também com a avaliação de reação dos tópicos que, através do feedback dos alunos,

servirá como subsídio ao contínuo aperfeiçoamento do curso.

Noutra vertente, almeja-se a realização de grupos focais com os alunos e tutores

da primeira oferta – as discussões serão conduzidas de forma colaborativa objetivando

dar voz a todos os atores do projeto, fazendo-os sentirem-se co-responsáveis pela

condução do bloco, o que a nosso ver contribuirá para a otimização e sucesso da

proposta.

Page 39: Bloco Básico Licenciatura

38

9. SISTEMA DE DIVULGAÇÃO DO PROJETO

Para consolidação do projeto de divulgação e definição das estratégias serão

agendadas reuniões entre a coordenação do BBL e a Assessoria de Comunicação da

UnB – ACS, contudo, em linhas gerais, pretende-se a disponibilização de informações

relevantes aos potenciais interessados, tais como: público-alvo, carga-horária, pré-

requisitos, ementa, programa, responsáveis pelo projeto e procedimentos e prazos de

matrícula.

Dentre as estratégias pensadas para a consecução do objetivo acima descrito

constam a distribuição de folders nas secretarias dos departamentos envolvidos, a

afixação de cartazes pelo campus universitário, a disponibilização de chamadas e

informes no portal da UnB e pela rede interna de e-mails InfoUnB.

Almeja-se, também, um evento de lançamento do bloco – seminário, aberto a

toda comunidade universitária e amplamente divulgado no campus, momento em que o

bloco, sua estruturação e seus objetivos a médio e longo prazo serão apresentados.

Dessa forma, espera-se despertar o interesse dos alunos para a proposta.

Page 40: Bloco Básico Licenciatura

39

10. CRONOGRAMA

10.1 Da Consolidação da Proposta:

Atividades: Ago/08 Set/08 Out/08 Nov/08 Dez/08 Jan/09 Fev/09 Mar/09

Contato com os

Departamentos

X

Reuniões de Sensibilização

(Colegiados, DEG, DPP,

GRE, SAA)

X

Trâmites Burocráticos para

Aprovação da Proposta

(DEG, CEPE, CONSUNI,

SAA, DAF)

X X

Preparação dos Laboratórios

de Apoio

X

Consolidação do Projeto de

Divulgação (Reuniões com a

ACS)

X

Lançamento Oficial do BBL/

Seminário de Apresentação

X

Reunião Pedagógica com as

Coordenações (definição dos

critérios de seleção e

formação de tutores)

X

Seleção de Tutores X

Formação de Tutores X

Matrícula em Disciplinas X

Início do Curso/ 1º Encontro

Presencial

X

Page 41: Bloco Básico Licenciatura

40

10.2 Da Primeira Oferta:

Atividades: Mar/09 Abri/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09

Primeiro Encontro Presencial 9

Semana de Ambientação 9-15

Módulo 1 – Tópicos de

Desenvolvimento Psicológico e

Ensino

16-5

Módulo 2 – Tópicos de

Fundamentos de Desenvolvimento

e Aprendizagem

6-26

Módulo 3 – Tópicos de Psicologia

da Educação

27-17

Módulo 4 – Tópicos de

Organização da Educação

Brasileira

18-7

Módulo 5 – Tópicos de Didática

Fundamental

8-28

Elaboração do Trabalho Final 29-10

Avaliação do Bloco 6-10

Encontro Presencial (Apresentação

dos Trabalhos e Encerramento)

11

Page 42: Bloco Básico Licenciatura

41

11. ORÇAMENTO

O projeto será implementado sem a previsão de movimentação financeira, uma

vez que será executado com recursos próprios da instituição. Contudo prevê-se, a título

de incentivo aos professores, a destinação de dois microcomputadores e uma impressora

a cada um deles visando à instalação de mini laboratórios de apoio. Além disso, estima-

se o custo para a confecção de material de divulgação.

Para os custos com a aquisição dos equipamentos e instalação dos laboratórios

usou-se como referência os preços já licitados para o biênio 2007/2008 pela UnB e as

configurações padronizadas, conforme informações constantes do sítio

www.compras.unb.br. Na tabela abaixo são elencados os valores em questão.

Tabela 3 – Estimativa de Custos para Aquisição de Equipamentos de Informática

Descrição Quantidade Preço

Unitário

Preço Total

Microcomputador Médio Desempenho

Configuração Básica: Processador Dual

Core de 1.6 GHz com dispositivo de

dissipação original do fabricante, cache

L2 de 1MB, memória RAM de 2GB

DDR2-DIMM, disco de 160GB. Inclui

monitor LCD de 17'' e sistema

operacional Windows XP Pro em

português Brasil, OEM em mídia e

certificado de garantia do fabricante.

Marca Syntax.

12 R$ 2.585,00 R$ 31.020,00

Impressora a Laser Colorida

Configuração: Laser colorida com baixa

velocidade de impressão. Marca Xerox

Phaser 6180 DN.

06 R$ 750,00 R$ 4.500,00

Page 43: Bloco Básico Licenciatura

42

Estabilizador de Tensão de 1000 VA -

Marca ESAM, Modelo OS-1000.

12 R$ 88,35 R$ 1.060,20

TOTAL R$ 36.580,20

Fonte: Elaborada pela autora.

Para estimar o valor a ser despendido com a confecção de folders e cartazes –

estratégias de divulgação – optamos pela cotação financeira junto a três gráficas

distintas, sendo apresentados na tabela a seguir os valores da proposta mais viável

economicamente.

Tabela 4 – Estimativa de Custos para Confecção de Folders e Cartazes de

Divulgação

Descrição Quantidade Preço

Unitário

Preço Total

Confecção de folders em formato

padrão A4, impressão frente e verso

colorida, papel couchê 120 g/m².

1000 R$ 1,90 R$ 1.900,00

Confecção de cartazes em formato

A3 impressão colorida, papel couchê

150 g/m².

300 R$ 3,50 R$ 1.050,00

TOTAL R$ 2.950,00

Fonte: Elaborada pela autora.

O total da despesa - somatório das despesas de capital, aquisição de material

permanente, e das despesas de custeio, serviços de pessoas jurídicas (material de

divulgação), já elencadas nas tabelas anteriores - é apresentado a seguir:

Tabela 5 – Despesa Total

Categoria Valor Total

Despesa de Capital R$ 36.580,20

Page 44: Bloco Básico Licenciatura

43

Despesa de Custeio R$ 2.950,00

TOTAL R$ 39.530,20

Fonte: Elaborada pela autora.

Page 45: Bloco Básico Licenciatura

44

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que o projeto representa uma estratégia ousada e inovadora, contudo

acredita-se ser ele de fácil execução e plenamente viável financeiramente. No curto

prazo, espera-se que a proposta faça frente ao complicado cenário de problemas

estruturais hoje enfrentados pela Universidade de Brasília, onde se percebe a carência

de professores, a insuficiência da estrutura física, a crescente demanda de alunos e o

elevado índice de postergação do tempo de permanência nos cursos.

Vale destacar, também, que a implementação do bloco apresenta outros retornos

para a instituição, uma vez que possibilitará a redução de gastos com a contratação de

professores substitutos, muitas vezes responsáveis pelas disciplinas básicas, e a

otimização do tempo de trabalho presencial dos docentes do quadro, priorizando a

condução de outras disciplinas e o desenvolvimento de atividade de pesquisa e

extensão.

Ademais, espera-se contribuir para a ampliação da oferta de cursos/ disciplinas

nas modalidades a distância e semi-presencial, por meio das novas tecnologias, na

universidade, afinal, entende-se que a EaD representa uma utilíssima ferramenta para

formação de professores, especialmente em nível de graduação, e seu potencial precisa

ser melhor explorado pelas instituições públicas com vista à formação docente de

qualidade.

Além disso, almeja-se enfatizar a praticidade e possibilidade da consolidação de

experiências híbridas no cenário educacional brasileiro, desenvolvendo uma cultura

onde haja a integração do presencial com o virtual e permitindo aos alunos e professores

a exploração de ambientes informatizados, a comunicação interativa e a construção

compartilhada do conhecimento.

Page 46: Bloco Básico Licenciatura

45

Espera-se, também, como salienta Moran (2006), que a proposta sirva como

referência para a instauração de uma política institucional de forte flexibilização de

cursos, tempos, espaços, gerenciamento, interação, metodologias, tecnologias,

avaliação, fazendo-nos, cada vez mais, experimentar novos modelos de cursos, de aulas,

de técnicas, de pesquisa, de comunicação.

Finalmente, espera-se contribuir para a aproximação graduação e pós-graduação,

vinculando discente deste último à realidade da formação em nível superior através da

possibilidade de experiência docente propiciada pela atuação na tutoria. Nesse sentido

almeja-se um processo bi-direcional de troca onde tendo o trabalho pedagógico como

princípio articulador da unidade entre teoria e prática possa-se fortalecer a formação

profissional de futuros educadores e futuros docentes e pesquisadores em nível superior.

Dentre as limitações encontradas na elaboração do projeto constam,

principalmente, o pouco tempo para sua elaboração e a falta de diálogo e articulação

com as unidades acadêmicas, isso por se tratar de projeto que prevê aplicação futura e

onde foram contemplados apenas os passos relativos à fase de planejamento.

Diante do exposto, sugere-se a testagem e monitoramento de sua aplicação junto

aos alunos da instituição, o que subsidiará inúmeras pesquisas futuras, que poderão ter

como objeto, por exemplo, uma análise comparativa do desempenho dos alunos do

modelo atual (presencial) e do BBL atrelada ao índice de aproveitamento/ rendimento

dos alunos matriculados e/ ou uma investigação sobre o processo mediacional/

relacional da tutoria ao unir alunos de graduação e pós-graduação.

Page 47: Bloco Básico Licenciatura

46

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RUMBLE, G. A Gestão dos Sistemas de Ensino a Distância. Brasília: UnB, 2003.

PULINO FILHO, A. R. Moodle: Um Sistema de Gerenciamento de Cursos. Brasília,

Universidade de Brasília, 2007.

SILVA, A. P. Avaliação de uma disciplina semipresencial de graduação ofertada por

meio da internet pela Universidade de Brasília. 2004. 173 f. Dissertação (Mestrado em

Psicologia Social e do Trabalho), Universidade de Brasília, Brasília, 2004.

SILVEIRA, V. L. Aplicando as ferramentas e os recursos da EAD na formação do

profissional de paisagismo. 2007. 51 f. Monografia (Especialização em Educação a

Distância. Brasília), Centro Católica Virtual, Universidade Católica de Brasília,

Brasília, 2007.

Page 49: Bloco Básico Licenciatura

48

APÊNDICE A: RECORTES DO PROTÓTIPO DO CURSO

Page 50: Bloco Básico Licenciatura

49

Página inicial do módulo: TÓPICOS EM DESENVOLVIMENTO

PSICOLÓGICO E ENSINO, modo de visualização como estudante.

À esquerda:

- Box USUÁRIOS ONLINE - onde estão

elencados os usuários com acesso ao curso no

momento;

- Box MENSAGENS - ferramenta que permite a

troca de mensagens off-line entre os

participantes;

- Box ATIVIDADES - com link direto as

atividades proposta para conclusão do módulo;

- Box ADMINISTRAÇÃO - onde os alunos

terão acesso ao quadro de notas e poderão fazer

atualizações/ mudanças de perfil.

À direita:

- Box CALENDÁRIO - onde se pode, por

exemplo, marcar o arco de tempo para

conclusão de tarefas;

- Box ÚLTIMAS NOTÍCIAS - lembrete/ visor

das últimas atualizações feitas no curso,

mensagens da tutoria, avisos, atividades, etc.

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No MURAL DA DISCIPLINA há os itens:

- Comece a Disciplina Aqui – onde professores/ tutores podem disponibilizar um texto de

boas vindas e de apresentação do módulo para os alunos;

- Plano de Curso – onde, em formato de livro, é apresentado todo o plano traçado para a

disciplina, desde ementa e objetivos de aprendizagem à critérios de avaliação e bibliografia

básica;

- Fórum de Notícias e Fórum de Dúvidas – o primeiro sob responsabilidade da

supervisão e tutoria para veiculação de notícias aos alunos e o segundo, aberto a todos para

respostas e criação de tópicos, para discussão e compartilhamento de dúvidas;

- Sala do Café – canal de bate-papo online disponibilizado para os alunos.

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Disposição do curso em semanas e foco no item ATIVIDADES

COMPLEMENTARES. Neste caso optou-se pela disponibilização de duas atividades

complementares: Diário de Bordo, para registro pelos alunos das experiências e

impressões pessoais a respeito da disciplina no intuito de construção do seu histórico de

participação e futura auto-avaliação, e Glossário para inclusão dos verbetes técnicos,

desconhecidos, encontrados no decorrer do curso.

Na SEMANA 1, visível na tela acima, temos:

- Apresentação e Discussão Inicial – fórum criado para apresentação da turma e início das

discussões;

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- Aula 1 - Teorias Clássicas e Contemporâneas do Desenvolvimento Humano – primeira

aula teórica, elaborada pelo professor responsável versando sobre as principais teorias do

Desenvolvimento Humano;

- Conteúdo para Impressão – link disponibilizado para download e impressão do

conteúdo;

- Estudo Dirigido 1 – tarefa off-line de fixação do conteúdo.

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Destaques SEMANA 2 e SEMANA 3.

Na SEMANA 2 temos:

- Fórum Temático – fórum de discussão aprofundada sobre a temática da semana;

- Aula 2 - A Natureza Psicossocial do Desenvolvimento, Suas Dimensões e Inter-

Relações – segunda aula teórica;

- Texto de Apoio – texto de apoio para download ou impressão;

- Estudo Dirigido 2.

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Na SEMANA 3 temos:

- Texto Complementar – texto, para download ou impressão, que subsidiará a discussão

no chat agendado;

- Resenha Final – atividade avaliativa final;

- Tecendo Relações (Teoria e Experiências) – bate-papo temático, previamente agendado;

- Síntese das Discussões – síntese das discussões elaborada pelo tutor e disponibilizada

aos alunos ao término da última semana.