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Boas Práticas na Agropecuária e Indústria

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CréditosCentro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância

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Kamila Harumi Sakurai Simões Renan Carlos Nunes De Souza Karen Helena Bueno Lanfranchi Rodrigo Benites Gonçalves da Silva Katya Martinez Almeida Wagner Ferri

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Aula 01

Conceito e abrangência das Boas Práticas

Objetivos Específicos• Conhecer os conceitos, objetivos e a importância das Boas Práticas na

produção primária, segundo premissas do Codex Alimentarius (FAO/WHO) sobre a saúde humana.

Temas

Introdução

1 Segurança de alimentos na produção primária

2 Boas Práticas Agropecuárias (BPA): definição

3 Riscos associados ao solo

4 Riscos associados ao uso de agroquímicos

Considerações finais

Referências

Isabela Machado FerrariProfessora

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Introdução

Nesta aula vamos conhecer as premissas de Boas Práticas na Agropecuária elaboradas pelo Codex Alimentarius, que trazem uma uniformidade sobre o processamento seguro de alimentos, aplicáveis em qualquer parte do mundo, independentemente da sua cultura culinária ou do seu grau de desenvolvimento social e tecnológico.

Para isso existem organizações internacionais como a FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e a WHO – World Health Organization (Organização Mundial da Saúde) que são preconizadoras do incentivo e apoio aos países no abastecimento de alimentos seguros.

1 Segurança de alimentos na produção primária

Sabe-se que a maioria expressiva das contaminações em alimentos tem origem na produção primária e elas não podem ser eliminadas nas demais etapas da cadeia produtiva, como resíduos agroquímicos em vegetais e no leite, a presença de drogas veterinárias na carne, as toxinas de origem fúngica em cereais, entre outros.

A presença de defensivos agrícolas no leite é ocasionada pelo descontrole na aplicação de agroquímicos em ingredientes da ração animal. Ao serem consumidos pelo gado leiteiro, esses resíduos podem ser transferidos para o leite e não existe qualquer tecnologia que, posteriormente aplicada no processamento do leite, elimine esta contaminação.

Portanto, qualquer contaminação, seja na produção do alimento, seja de origem ambiental (ar, água, solo) deve ser reduzida ao nível aceitável para que não cause dano à saúde do consumidor. A questão ambiental na produção primária tem fundamental prioridade, com foco na conservação e sustentabilidade ambiental.

2 Boas Práticas Agropecuárias (BPA): definição

As Boas Práticas Agropecuárias são requisitos que, quando adotados, devem atender às seguintes questões:

a) Bem-Estar Humano e Animal;

b) Preservação e Recuperação de Nascentes;

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c) Destino Correto do Lixo/Reciclagem;

d) Higiene Pessoal e Operacional;

e) Organização da Infraestrutura;

f) Preservação e Recuperação de Matas Ciliares e Nativas; e

g) Conservação da água, do solo e da biodiversidade.

Acompanhe na Figura 1 como estes itens devem estar organizados de forma integrada na produção primária.

Figura 1 – Boas Práticas Agropecuárias

Fonte: do Autor.

2.1 Vantagens e benefícios

Quem se beneficia com as Boas Práticas Agropecuárias?

• Os agricultores e as suas famílias (neste caso, o utilizador e colaboradores) que produzem alimentos sadios e de qualidade assegurando a sua nutrição e alimentação, dando maior valor aos produtos cultivados;

• Os consumidores que terão possibilidade de adquirir alimentos mais seguros;

• Toda população, pois poderão usufruir de um meio ambiente sustentável.

Ao implementar as boas práticas agropecuárias será garantida a segurança das pessoas, do alimento e do meio ambiente.

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Segurança das pessoas

• Melhorar as condições dos trabalhadores e dos consumidores;

• Melhorar o bem-estar da família agrícola;

• Melhorar a segurança alimentar.

Segurança do alimento

• Alimentos saudáveis, nutritivos, não contaminados e de maior qualidade.

Segurança do meio ambiente

• Não contamina a água e os solos;

• Utilização racional de produtos fitofármacos;

• Cuidados com a biodiversidade.

3 Riscos associados ao solo

As técnicas de manejo e uso do solo são itens importantes das Boas Práticas devido aos aspectos ecológicos de sustentabilidade e produção. As práticas convencionais de cultivo como aração e gradeamento de forma intensiva, acarretam a perda de estrutura do solo, reduzindo sua capacidade de absorção de água com consequente redução dos conteúdos de água para a planta e arraste por parte das águas da chuva. Isto causa grandes perdas de solo por erosão, com perda de fertilidade, arraste de agroquímicos para os corpos d’água e, também, assoreamento e eutrofização dos mesmos.

As áreas de cultivo agrícola que utilizam o plantio direto sobre os restos da cultura anterior reduzem o trânsito de máquinas e, consequentemente, aumentam a densidade do solo, conservando os restos vegetais na superfície e subsuperfície, mantendo bons níveis de fertilidade e estrutura do solo. Não só a área de cultivo é beneficiada, como todo o entorno, quanto menor perda de solo por arraste, maior é a absorção das águas de chuvas ou irrigação e com isso, o nível do lençol freático será preservado. Essa prática também reduz o uso de maquinário agrícola, portanto torna-se mais econômica.

Outras práticas contribuem para a conservação do solo e redução do uso de insumos químicos como:

• A adubação verde;

• A compostagem;

• O uso de dejetos animais estabilizados;

• A rotação de culturas; e

• O uso de controle biológico com plantas e doenças de pragas.

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As áreas de despejo de lixos doméstico, sanitário ou industrial; de despejo de produtos tóxicos, radioativos ou resíduos de incineração não devem ser utilizadas para produção de alimentos devido à sua contaminação por metais pesados e/ou outros produtos químicos tóxicos. Nessas áreas recomenda-se o reflorestamento com fins energéticos.

Algumas áreas, em especial para produção de hortaliças, que tem ciclo de produção curto e de grande uso de insumos, podem conter uma grande variedade e quantidade de resíduos químicos, que podem representar riscos ao produto cultivado, pelo uso intensivo de agroquímicos e fertilizantes. Assim, recomenda-se a realização de análises químicas de solo e água subterrânea para melhor avaliação do risco.

Em casos de existência de criação de animais a curta distância do cultivo, deve-se fazer uma análise cuidadosa das instalações, despejo e destino dos dejetos, drenagem de águas e mananciais e águas subterrâneas, pelo risco de contaminações microbiológicas. O despejo de animais mortos em águas estagnadas representa risco e devem ser adotadas medidas de proteção, como quebra-ventos e sistemas de drenagem de águas apropriado.

Após a colheita, as áreas de secagem, armazenagem e pré-processamento dos produtos devem ser protegidas por barreiras físicas adequadas para impedir o acesso de animais domésticos e selvagens, além de pragas, devido ao risco de contaminação por material fecal.

4 Riscos associados ao uso de agroquímicos

Os agrotóxicos são classificados conforme o organismo que deve controlar:

• Inseticidas: para controlar insetos, matando-os por contato direto ou indireto;

• Fungicidas: para matar ou controlar o desenvolvimento de esporos ou micélio de fungos;

• Acaricidas: para controle de ácaros;

• Nematicidas: para controle de nematoides;

• Raticidas: para controle de ratos e outros roedores;

• Moluscocidas: para controle de moluscos;

• Produtos para tratamento de sementes: para controle de patógenos em sementes;

• Herbicidas: para controle de plantas espontâneas na área de cultivo. Conforme seu uso são classificados em totais ou seletivos, de pré-plantio, pré-emergente ou pós-emergente, de contato ou de residual.

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4.1 Proteção aos trabalhadores

Para proteger a saúde dos trabalhadores e dos consumidores, é importante observar as seguintes recomendações:

• Contar com profissional especializado e com formação adequada para a recomendação

dos produtos adequados e suas dosagens;

• Utilizar somente produtos registrados junto ao Ministério da Agricultura para a

cultura em questão;

• Utilizar o produto mais seletivo possível;

• Utilizar somente a dose recomendada;

• Respeitar os prazos de carência do produto;

• Seguir todas as recomendações quanto ao armazenamento, preparo, aplicação,

higienização dos utensílios, destino da embalagem e uso de equipamento de

proteção individual.

4.2 Depósito e manuseio

Outros cuidados com relação aos agroquímicos se referem ao depósito e manuseio:

• Escolher local apropriado, arejado, longe de residências e criação de animais e fontes

de água;

• Proteger todas as janelas com telas para evitar acesso de animais;

• Pintar paredes externas e internas para preservar os produtos da umidade;

• Sinalizar todas as vias de acesso com placas bem visíveis;

• No interior do local devem ser fixadas informações sobre não fumar, comer ou mexer

com fogo;

• Manter o local trancado e impedir o acesso de pessoas não treinadas para o manuseio;

• Manter equipamentos de proteção individual disponíveis para o manuseio;

• Armazenar os produtos sobre estrados de madeira, com tampas para cima e rótulos

bem visíveis para facilitar a localização.

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O uso indiscriminado de fertilizantes pode causar contaminação de solo e águas, além de gerar perigo para o consumidor, como os nitrogenados que, em excesso podem gerar nitrosamina, que é uma substância cancerígena. Também podem gerar um excesso de nitrato, que na alimentação pode afetar o transporte de oxigênio e causar meta-hemoglobinemia, especialmente em bebês. Outros fertilizantes podem carregar metais pesados, como chumbo, cromo, arsênio, cádmio.

Portanto, é importante manter os registros de origem de fertilizantes, sejam sintéticos ou orgânicos, e os resultados de análises químicas para prevenir perigos deste tipo.

Para uso correto de fertilizantes é fundamental realizar análises de solo, assim como seguir as recomendações de órgãos governamentais baseados em estudos regionais para cada tipo de cultura.

4.3 Fertilizantes de origem orgânica

Os fertilizantes de origem orgânica são altamente recomendados por serem de uso ambientalmente sustentável e por propiciarem destino adequado a dejetos animais e restos vegetais, reduzindo o uso de sintéticos, que são de maior custo e risco.

Mas há vários cuidados a serem tomados, especialmente levando em conta que dejetos animais podem veicular inúmeros agentes patogênicos, como Salmonella spp. e outras enterobactérias, dependendo do tipo do dejeto e seu grau de tratamento.

Lodo de esgoto doméstico não pode ser usado para fertilização de alimentos, pois possui alto risco microbiológico e químico, por contaminação por metais pesados e outros compostos tóxicos, como dioxinas e PCBs – bifenilas policloradas, altamente cancerígenas.

Considerações finais

A adoção das Boas Práticas Agropecuárias deve ser feita a fim de preservar o solo, os mananciais de água, as matas ciliares e toda a cobertura florestal legal.

Deve ainda prover Bem-Estar Humano e Animal, e acima de tudo garantir a inocuidade do alimento produzido.

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Referências

ANDRIOLI, A.; BRITO, I. F. Bem-estar e produção animal. Sobral: Embrapa Caprinos e Ovinos, 2009. 25 p. (Embrapa Caprinos e Ovinos. Documentos, 93). Disponível em: http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPC-2010/23061/1/doc93.pdf. Acesso em: 28 mar. 2014.

BENEVIDES, S. D.; HOLANDA JR., E. V.; VASCONCELOS, A. S. E.; CHAPAVAL, L.; GUIMARÃES, V. P. Guia de boas práticas de fabricação (BPF) para estabelecimentos processadores de leite de cabra. Sobral: Embrapa Caprinos e Ovinos, 2009. Disponível em: http://www.cnpc.embrapa.br/admin/pdf/0141000120131.doc85.pdf. Acesso em: 28 mar. 2014.

ELEMENTOS de apoio para as boas práticas agrícolas e o sistema APPCC. 2. ed. rev. Brasília, DF: Campo PAS, 2006. 204 p. il. (Série Qualidade e Segurança dos Alimentos). Instituições responsáveis: CNI, SENAI: SEBRAE: CNI, SESI: SESC Nacional: Senac: SENAR: ANVISA: Embrapa.

MANUAL de boas práticas agropecuárias e sistema APPCC. Brasília, DF: Campo PAS, 2004. 123 p. il. (Série Qualidade e Segurança dos Alimentos). Instituições responsáveis: CNI, SENAI: SEBRAE: CNI, SESI: SESC Nacional: Senac: SENAR: ANVISA: Embrapa.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPS). BPA/BPF: Boas Práticas Agrícolas/Boas Práticas de Fabricação. Buenos Aires: OPAS/INPPAZ. Disponível em: http://bvs.panalimentos.org/local/File/MANUAL_HACCP_FASCICULO_BPA_BPF.pdf. Acesso em: 3 jul. 2013.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPS). Higiene dos alimentos: textos básicos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Food and Agriculture Organization of the United Nations. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2006. Capítulo: Código Internacional Recomendado de Práticas – Princípios Gerais de Higiene dos Alimentos, CAC/RCP, 4ª versão. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/codex_alimentarius.pdf. Acesso em: 20 mar. 2014.