Boletim 6

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Uma nova vaga de emigração Jovens quadros técnicos e científicos optam cada vez mais por fazer carreira no estrangeiro, devido às melhores oportunidades e salários. Substituíram a mala de cartão por uma mala com rodinhas; já não passam a fronteira a pé, mas sim de avião; em vez de escreverem longas cartas a falar da nova vida e das saudades da família ou de fazerem curtos telefonemas de tempos a tempos, comunicam através das redes sociais, dos programas de conversação instantânea ou por telemóvel. Quanto aos destinos é certo que «o perfil da maioria dos migrantes contemporâneos tende a diversificar- se de acordo com a idade, o estatuto profissional e a escolaridade, diversificando assim também as razões que estão na base da decisão de migrar dos indivíduos». Escolhas como a Espanha ou o Reino Unido, são favorecidas pela livre circulação no espaço europeu. Eis os novos emigrantes portugueses. Clube Europeu Portugal tem quase 900 funcionários distribuídos pelas várias instituições europeias. Alguns, colocados em funções de grande relevância no seio da UE, passam despercebidos aos nossos olhos. O ainda Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, é sem dúvida quem tem maior visibilidade, mas a ele juntam-se os nomes, as caras e as vozes dos nossos eurodeputados. No entanto, o que talvez não seja do conhecimento público é que em mais de 38 mil funcionários europeus provenientes dos 28 Estados-membros, Portugueses na UE 891 são portugueses. Três quartos dos funcionários trabalham na Comissão Europeia. Os restantes distribuem-se, por esta ordem, pelo Parlamento Europeu, o Conselho, os vários tribunais (de Justiça, Geral e de Contas da UE), o Serviço Europeu de Ação Externa (o recém-criado «corpo diplomático» da UE), o Conselho Económico e Social Europeu e o Banco Central Europeu (onde o ex-governador do banco de Portugal, Vitor Constâncio, ocupa a vice-presidência). 800 anos a falar em Português A Língua Portuguesa celebra no dia 27 de junho oitocentos anos. O quarto idioma mais falado no planeta é usado hoje por cerca de 244 milhões de falantes. O nascimento do português coincide com a data da escritura do testamento do rei D. Afonso II, a 27 de junho de 1214. A língua que falamos não é apenas uma forma de comunicação. É uma forma de sentir e de lembrar, uma maneira de ser, um baú cheio de histórias e memórias. É um espaço de cultura, um traço de união entre diferentes culturas. É passado, é história, é presente e futuro! Na era da globalização, falar português é falar uma das línguas mais globais do planeta, que partilha e põe em comum culturas e tradições da Europa, das Américas, de África e da Ásia e Oceânia, com centenas de milhões de falantes em todos os continentes. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTO ANDRÉ, SANTIAGO DO CACÉM e-mail: [email protected] Boletim nº6 Ano 1 Junho 2014

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Page 1: Boletim 6

Uma nova vaga de emigração

Jovens quadros técnicos e

científicos optam cada vez mais por

fazer carreira no estrangeiro, devido às

melhores oportunidades e salários.

Substituíram a mala de cartão por

uma mala com rodinhas; já não

passam a fronteira a pé, mas sim de

avião; em vez de escreverem longas

cartas a falar da nova vida e das

saudades da família ou de fazerem

curtos telefonemas de tempos a

tempos, comunicam através das redes

sociais, dos programas de

conversação instantânea ou por

telemóvel. Quanto aos destinos é certo

que «o perfil da maioria dos migrantes

contemporâneos tende a diversificar-

se de acordo com a idade, o estatuto

profissional e a escolaridade,

diversificando assim também as razões

que estão na base da decisão de

migrar dos indivíduos». Escolhas como

a Espanha ou o Reino Unido, são

favorecidas pela livre circulação no

espaço europeu.

Eis os novos emigrantes portugueses.

Clube Europeu

Portugal tem quase 900 funcionários

distribuídos pelas várias instituições

europeias. Alguns, colocados em

funções de grande relevância no seio

da UE, passam despercebidos aos

nossos olhos. O ainda Presidente da

Comissão Europeia, José Manuel

Barroso, é sem dúvida quem tem maior

visibilidade, mas a ele juntam-se os

nomes, as caras e as vozes dos nossos

eurodeputados.

No entanto, o que talvez não seja

do conhecimento público é que em

mais de 38 mil funcionários europeus

provenientes dos 28 Estados-membros,

Portugueses na UE

891 são portugueses. Três quartos dos

funcionários trabalham na Comissão

Europeia. Os restantes distribuem-se,

por esta ordem, pelo Parlamento

Europeu, o Conselho, os vários tribunais

(de Justiça, Geral e de Contas da UE),

o Serviço Europeu de Ação Externa (o

recém-criado «corpo diplomático» da

UE), o Conselho Económico e Social

Europeu e o Banco Central Europeu

(onde o ex-governador do banco de

Portugal, Vitor Constâncio, ocupa a

vice-presidência).

800 anos a falar em

Português

A Língua Portuguesa celebra no dia 27 de junho oitocentos anos. O quarto idioma mais falado no planeta é usado hoje por cerca de 244 milhões de falantes. O nascimento do português coincide com a data da escritura do testamento do rei D. Afonso II, a 27 de junho de 1214.

A língua que falamos não é apenas uma forma de comunicação. É uma forma de sentir e de lembrar, uma maneira de ser, um baú cheio de histórias e memórias. É um espaço de cultura, um traço de união entre diferentes culturas. É passado, é história, é presente e futuro! Na era da globalização, falar português é falar uma das línguas mais globais do planeta, que partilha e põe em comum culturas e tradições da Europa, das Américas, de África e da Ásia e Oceânia, com centenas de milhões de falantes em todos os continentes.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SANTO ANDRÉ, SANTIAGO DO CACÉM e-mail: [email protected]

Boletim nº6

Ano 1

Junho 2014

Page 2: Boletim 6

A União Europeia é um grande projeto. Seguramente o projeto

mais importante na história da Europa dos últimos séculos. Um

projeto que assentou numa ideia original – a ideia de paz e de

segurança para o nosso Continente. Mas um projeto que

rapidamente evoluiu para a construção de um grande espaço de

liberdade, de democracia, de justiça, de desenvolvimento

económico e de prosperidade social. Tudo na base do respeito

pelas diversidades próprias, pela dignidade dos Estados Membros

e pelo primado da pessoa humana.

As raízes da crise são conhecidas: a Europa não respondeu aos

desafios da competitividade. Alguns Estados Membros cederam à

tentação de viver acima dos seus meios. Nos mercados

financeiros registaram-se comportamentos irresponsáveis e

inadmissíveis. Não acautelámos os desequilíbrios entre os nossos

Estados Membros, em especial na zona euro. O tempo das

soluções fragmentadas e parcelares acabou. Precisamos de

determinação para adotarmos soluções globais. Uma maior

ambição para a Europa. Creio firmemente que nos encontramos

atualmente numa fase charneira da nossa história. Um desses

momentos em que se não avançarmos no processo de integração,

arriscamo-nos a uma fragmentação. É portanto uma questão de

vontade política, uma prova de fogo para toda a nossa geração. E

afirmo que sim, é possível sair desta crise. Não só é possível

como é necessário. Tornar possível aquilo que é necessário é a

essência da liderança política.

Tenho consciência dos sacrifícios que foram feitos pelos

portugueses durante os últimos anos e manifesto mais uma vez a

minha admiração e o meu respeito pelo modo como Portugal tem

vindo a responder à crise financeira, económica e social. Portugal

sempre soube superar todas as contrariedades. Acredito que

Portugal e os portugueses vão continuar a fazê-lo. A Comissão é

um parceiro inequívoco de Portugal, em todos os momentos

sempre esteve, e estará, ao lado de Portugal - solidariamente.

Não tenhamos medo das palavras: precisamos de avançar no

sentido de uma Federação de Estados-Nação. Apelo hoje à

criação de uma Federação de Estados-Nação. Não à criação de

um super-Estado. Uma federação democrática de Estados-Nação

que possa dar resposta aos nossos problemas comuns, através da

partilha de soberania de forma a que cada país esteja melhor

dotado para controlar o seu próprio destino. O que está em causa

é a União com os Estados-Membros, não contra os Estados-

Membros.

Espaço de entrevista

No início deste ano, desafiámos Cláudia Pimentel (12º ano, turma E) a redigir três ou quatro

questões que gostaria de fazer ao Presidente da

Comissão Europeia, José Durão Barroso.

Apesar de se ter mostrado indisponível para nos responder por questões de agenda, tentámos

“construir” a «nossa» entrevista, baseando-nos em

diversas entrevistas concedidas pelo Presidente

da Comissão Europeia a diversos órgãos de

comunicação social.

Questão nº1 - "O Projeto Europeu significou a

paz na Europa durante aproximadamente 60

anos. Dados os conflitos a Leste, conseguirá a UE

manter a sua preeminência e poder sobre a

política externa dos países que a integram ou

fracassará?"

Questão nº2 - "Os líderes da Europa acreditam

verdadeiramente nos valores das Instituições ou

sobrepõem os seus objetivos individuais aos da

UE?"

Questão nº3 - "De acordo com a Comunicação

Social, Portugal encontra-se subjugado

económica e politicamente aos «países fortes» da

Europa. Que espírito se vive na UE em relação ao nosso país?"

Questão nº 4 - "Atualmente, existe algum plano

para a tentativa de «edificação» de uns «Estados

Unidos da Europa»?"

Página 2 Boletim informativo do Clube Europeu do Agrupamento de Escolas de Santo André, Santiago do Cacém ● Ano 1, Número 6

Sabias que…

Oito Estados estão às portas da UE, e

outros ao virar da esquina. Mas isso não

significa que todos tenham entrada

garantida.

Neste momento 8 países fazem parte da

lista oficial de candidatos ou futuros

candidatos à UE: Macedónia, Montenegro,

Sérvia, Turquia, Islândia, Kosovo, Albânia e

Bósnia Herzegovina.

Quando – ou se – todos estes países

ingressarem, a UE crescerá dos atuais 500

milhões para 600 milhões de habitantes.