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BOLETIM GRUPO DA MULHER DA A.AC.

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BOLETIM

GRUPO DA MULHER DA A.AC.

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SER LCUC1. C FRE(UBNrl"'EU2NTE m i'; TRI.ÇO Pi~gTIÇULf.R DI,S l{"tJLHERES ~TOD~S.

UEAS HISr~RIC jI.S" .ELAS GRIThH ;ENFURECEl-1-SE , Nlo OUVEI·1 NINGU~g,

LJJlliENTAE-SE o TEj/ PO TODO ....... .

u~ dia ela c h egou ao hospital.Havia dois a n os que ' era assi s tidapar um psiquiatra da sua zona.,Nervosa,instáveloh.té af,:;lUd-era' "ser;urar­-se" eE1 casa, entre os neurolé~ticos e a moral-de-todos-os-dias.

"COí".1 as crianças és verclac1eirar.:wnte inconsciente .Não te dás con ta dG como os perturbas .. " -

"O l)atrão todos os dias ee.1 CÜ::lO, d.as costas, já c he~ê'. ber:l ! h.çui e r:1 casa quero paz.; deixa-r.1 e ouvir a s ioforoações. n

Ela enfia-se na cozinha .Fez uo barulho incriveLno lava-loiça. "Faz Denos barulh o ou fecha a porta, é'~SSÜ:2 não consigo ouvir Illrlà~

Dir.1inui Decânicanente o barull-:o.Já não c.J.ve nada .f..s Dalavras da sm prisão quotidian~ rtlartelam-lhe o c~rebro. Está eL1peQr~da, COD aquelas pedr2s que fazeo, r~1ui to juntéõis a c éllç c.da .1.s 'palavras tor 'curao-lhe os

. , l' OUVlQOS ,a lnGua escaldante ,os ol~os ceSos,soletradas una a uma, 1', •. d '" . , "" t' .... d Olh Cor.1 ,)l..naGas, re-comQ1.na as, i. J..zeram.;..nn num no. 1:;S é), n " a a. · a para o

lava-loiças e re~ete:lave-loiçes,lava-loiç a s •• o. J... s criança s dei taram-se. :-..s i o agens c'esf'ilar.l sobre o ecran da TU ..

Silencio.Eln. vai-se deitar.Leis tarde depois de encerre.da a emi~ ele acorda-a.~s n~os tateandolhe o corpo~Ela volte-se c ontra a pa~

d t ' . .. ..... . t' re e,es a c e.ns aaa ,cansaGa ••• mal.. s UDe vez,responaeu cecanl c arnen e a sensualidade in-coQunicada das 'ono s sobre o seu corpo . SeDpre a mesma coisa re~etida dia a di2,gesto Dor re sto,eedo por dedo;sus­pensa nê), repet~ção, á consciência di tn:lhe '-'as leis no-vazio da me--­m6ria.O anor c.orreu, a r.1oral s e cou-o; n ternura cos dias foi "esque--­ci daH ;o gesto senpre i2ual da s un boca fec~ada envidraçou1he os o­lhos, o dedo do pé é é',pena s Ur:1 c~olorosc c alo. O seu corp o nunca falouc

- De:)oi s ela"estoirou " ua diél. ao c hegar <:'.0 trabalho,c".e vassoura na mao.

Doa verdadeira louca,asseguro-vos.Ela sritava "estou c hein " , "estou c heia" . Nada ncô,i s, nen sequer proccrou ex:~licar-t:1e o çue a a­flisia~UDa"fúria"de verdade.Esperneava,pnrtia tudo o que es-tnva n o seu raio de alcance coo o noviôento enlouçuecido do braço . Trôs dk.s

. t . , 1 '" J C' . , . • . , assl..o ,es lraaa,o c aar no vacuo,coc o cerca . nacel o u eclco,que ae-cidio transportá-la pnra U2 hospital ~ siqui~tricoo

As perguntas· do r_1édico, responde por um profundo ['7.1u-éiSt1o , ou f'rn':' ses incoerentes,desconnexé'.s,sobre ns crinnçe.s,o trc.be.lho,o L1c:rido , a liopeza da casao •• coo'grandes gestos retes~dos e voz a1quebrwda~-

Uma doente difícil~E,de~ois,a sua presençn no pnvilhão ~ ~efas-t -!- ' f ......... . ., 1 ' , a p~a c.s ou ~raS.hS en erne1rns Len que V122é'.- e.,e que.nco SãO so seis pê.rél un s r u::w de quarente. doentes ••• Ela fo i trctnsferic1c. p er a u m pnvilhão fechndo, p2_rc. junto de ::::mlheres teo dif{cei s cor:10 ela., Enfir_1, checou UL:' die. c. este pé'.vilh ão cerc aGo de pareces, s6zinha, a-­une. cela à ? rova de som,pode r;ritnr todo a seu desesp ero seo inco-­~odar ningu~m •• ~

PORQUE; LUITAS ; Í . LOUCUR1. DLS LULEERES NÃO "'~ SEHJ.O J, ~L?RESSJ:O DO DESESPERO CAUSADO PELO SEU QUOTIDIJ.NO : O QUO'I'IDI J-.NO DE UI ~j. LULI-IER :2rJ?RE O'THi.Bl-.LEO , J_S CRIi.I',JÇJ .. S:;i. LILTEZ1_ Di. C I~SJ~,O LJ.Rlj}O ••• TODOS­OS DI1"S, TODOS . ELI. t RESF'CJ:Jsl.VEL P ÓLJ.S CRIJJ:JÇLS .CilLA-SE PJ.H/. PRE­S :;RVh,l~ i. F~l,RLmJIi. Fj.J~ILI 1.R " •• F i.L f..Ri.E-L2E Di.- SUl. ILPOTtN~I;' ••• o •••

De SIL~1JCIO IITEVITt.VEL DO SEU CORPO.FIZERAM-LBE COi,::FREEHDER QUE , lJE S Ti, SO':IEDI_0E , EL,;. N7.0 :: OD~:;: ?K:: SEH[O UI,: P i.FEL DE ESPOSI. ,1',:1::=, rfRJ. BALHADORh ,DE LU'='ILi .Di. oNf.Di_ i ~i.IS.GS PI J.S,I_ ESCOL1. , ü D::;::I. DO Ci 5hl:E1I 'f.O ••••

ENFIL , UE DIl. EL!,,-S sSTOIRi.L , UE DIJ .. nJ:o JOGIX: EJ~IS .. Ul ~ DL_ EL1.S ElTLOUQ,UECEH.

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-~

t A PA'STORAL

'O Imperador romano que pr i meiro se converteu aocrli t ian i soo t teve um, ges to lõ ' 90 a seguir ã sua conver"­são: matou a ' mulher. cOSEm do~anum caldeirão deazeT te, por suspe i ta de adulte rio. Oe lá para cá" passando pe la , lnqu is ição que matou J -

na Europa, cerca de séte mil hões de mo 1 heres , a

, Igreja tudo tem 'feito peta "dignificação da mulheril. Soubemos, desde sempre, que a Igreja é contra o a­borto. em defesa da "v ida"

, ..

. ,."

DAQUELES senhores,

" me,ntar~tssenções famU f a-, res ll c()m ,~ 1 nconven ientes pâ~ , ra ,a 'lêSpOntane i dade e i n t t ' I

midad~iid~ vida " demésfica7 " Referih1ôs , iinediataménte é.' "espóntaneidadell ao.; estale:).' bem áp 1J cade a uma esposa ; desobediénte. Evidenteménte ' os senhores bispos refer~ ~$éi resolução dos pfobl!

(que não a nossa). e per- I _~~~~~=~::::""..:.....j demo-nos em discus sões , es.l-:-quecendo-nos que t ambem não adm i te a con - mas pelá" Vida. e amor'l '~$obré ,e , dlfei-I ' tracepção. to de recer rer a let , quando a lIvrdae ". ' , Mas, aoora; a Igreja em Por t uga l, pela voz oamor'i se tránsfermam em cél"iás d~ vtcf ' dosse~ s bi spos, vem c r j t i ca r o nOve Cõd.!:. ' I encl aê chanta9~, os 'senheres ,não éS'; ,

_ ~ , '. \ ... _ í_ '

90 Civil. O Cód i go que vem esta betece~ um tao Interessados>Que e umacasasem ; conjunto de dire i t os mí ni mos para as tOO,,:, ' uma <luteridade? Que acontecei"ã ào "es· , Iheres e crianças . pfdto. de fàn;ala"~e ã ,*,Jhet' fót re-, , Assim~ os bispos condenam " a prestação de ' cenheclda umail1dlvldual tdadê~ 0 , dIJel ",:::' ai írnentos" imposta a membros da famrl ia to de tomar decisões, dé e'xisttr,vfver: legítima. Devemos daqui deduzir que, pára Esta' perspectiva a~su'Sta ii Igreja, c611\ , a Igreja, só tnm dire ito a vi ver (comer, ' a, 5U,a h ,i,:rérqUi,a ex"clUS.JV, amente maSCUjl, '~ vestir, etc)os membros " 1egft imos H da so . na e um unico chefe. ' , . ciedade, só estes filhos de Deus. Quantõ A IgreJa é patriarcá l , e em cada famfli aos outros, a Igreja lava as suas mãos, há que manter um pátrlarca em autorfda;' como Pilatos, pois dar- l hes de comer se de. Já disseram 05 seus t eólogesque ria proteger o pecado. Pensamos que esta \ta mulher é mulher per falta de quatida visão nem cristã é. pois não tem a ver des lf

• Que "não sofra o homem que a mo-""': com um 'Jesu s que proteg ia as prosti t utas. l her ens;ne\ nem fale em publ ico". E, falava a e sposas ileg ítimas e defendia mu quarenta dezenas de anos depois de Cris Iheres adúlte ras . to, discutiam ainda os patriarcas se a-:-: Criticam também os sanhores, bispos que as mulher teria alma. . • . I pessoas se pos sam d ivorc ia r por mUtuo co.,!! Porque dá nossa natureza, d,z~m eles" sentimento , f azendo depender o mat r imón io espedficamente femInina, é a subriliss·ão da "livre vontade dos conjugues". Por mais aobediên'eia, ii passhlidade. Qué os ho:" que pensemos, não consegu i mos compreender mens s'ão a cabeça e nós o corpo que obe de que vontade, atem das pessoas ,envolvi- dete à cabêça. ' As~tin se define a famUI das, deveria depender a cont inuação do ' e nosso papel den t ro dela . Reprodutoras ; casamento . E referem também a sanção da e escravas submissas. ruptura causada por um só co~. Corr9 se ao fim de anos de separação o casamento existisse de fac to ! E chegamos ao que nos parece ser o retira r de uma máscara. Os senhores b i spos nãó querem igualdade entre os co~s. Dizem da legislação. tal como é feita, que vai ufo

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lT;L\ L I ~ : aaorto debate P;;; o Que ~queo movimento de ~Jl:ulheres pen sa fazer agora? R- É uma situacão dificil. O resultado do vo t o do Senado foi que uma considerável p~te do m~v~llento afirmaram queisto era simpl esmente a . prova de que o movimento das J'lfulheres não podia considerar o · a dia cem sideIar o problema do aborto como um assunto do parl~ento. A dis-­cussao neste sector do movimento tem cont inuado em torno da matern± dade, sé:::tualidadG,' e tudo o resto, deixand0 o problema do alJorto co= mo está ••• Contudo, há outra parte do movimento, e a qu~l pensamos ser a pnrte mais i mportante: ela r eflecte a r adi calizaçao crGscente das ttrulherG8 trabalhadora3, quer de sectores de sGrviço s , quGr opera rias. Estas mulher es reflectiram mais sobre esta situação e tomam 0-assunto do aborto de forma mais consistente . Esto sect or considera -­que chegou a hora de as mulhero s darem um forte empurr ão e do se or-

ganizarem · dentl'"'o das estrlltLlras da classe trabal hadora , isto 6, os sindicatos . Á escala nacioneJ., os sindi catos (';m I te.lia não tom~am f) assunto do aborto desta 1TI811eir2,; dizem sempre que o assunto nao l h.es compete . Contudo , ' ondo o movimento de mulheres é forte entre as mulhe Â

res trabalhador~s , e onde há wna l i gação entre o movimento organizadõ. de mulheres e mulher e s delegadas sindicO,is em fábricas e locais de tna balbo, o problema do aborto fo i lev~ntado, e bastnnte bom.

Por exomplo num grande número do cida des onde trabalhadoras e dele­gada s sindicais fazem part o do movimento feminista, elas orconizar~ encontros no pr6prio local de trabalho sobr e o aborto G contro.cepçao • .

Também em algmnas cidades , ondo o movimento tGm i nfluência, os s-i-n dicatos ' sairnIn C01il posiçõ e s públ icas i dênticas ás l evant2.c1as pelo mo-­vimentv, e inscrG~\reraEl_ 110mcad31nentc es te a ssunto nos seus estatut os--..

Pensamos quc, O,:ro s2.r dél-s c1iferenç8.s que naturalmGnte exis-com den- ­tro do Hovimento da J'I~ulher , é possível r eforça.-Io 8 unific2.-lo om t or­no c1e", questoos o cp.mpa..nhas concrot2.s , como o. do aborto . Agora qUG ost-a questao vai ser novamente discuti da na C2~2~a de deputados , ó nGces~á­rio e possívc;); avençar para urna forte mobilização ªe Hul hcres G pa-r a a construGQo de l~1 movimento com roal implantaça o no SGio das Mul he­r es GrJl Itália.

i.

'l C(

============================================= : j:' - .. ~ ~O U ~ L c- I P IL\ .. ) v' .••

[ura conr in LJél ./ .;.~ -, . '-r --.-..,.-.-.----.---.-~----- -_ .... _ _ . - .. - -- -- --.-- --- ..• -----.-, ---- -- -- ----.-~---~----.---_ !

O Senado Its,liano apr ovou: c om 160 votos afi"'To.r e 148 contr1 a le i do aborto, tend o sido derrotado o Par tido Democrata · ' .: r Cristão apoia~o pe lo. Vat ic ano . "

- ~ legalização do Aborto tem s ido vma das prinoipais ' reivin­c açoes das 11ulheres It3lianas e do l~ovimento Femi nista , Que a - I cabar~ assi m de oàter uma i mportante vitória sobr e a c ampanha intensiva de propaganda reaccionária ' do Vaticano e da burgue ­sia, que enca~am o aborto como crime .

l'Jo -§ntanto, novo~ problemas se col ocam, nomeadamente na a­pl icaç ao de t a l lei, devido ao boicote da· burocracia médic~ conserv<:l,dor "' , Que, 'JJ) -:>'bri,ç;o da IDeSill:l 1ei? e ale gando "razoes mora-is'J·,· · De pode ,recusar a fazê-leh As mu:H1eres--Italianasi -que- · tantas vezes sairamà rua para a luta, saberão novamente, atra­vés da sua mobilização, derrotar as posições patriarcai s e re­acctonárias da Igreja e do governo .

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:' Ter os anti-conceptivos signifi ca poder controlar a nossa fecundi dade,Significa também que podemos­ser outra coisa além de esposas e mães,às vezes contra a no~sa vonta de,e que pode~os recusar a d ivisãõ da s tarefas que nos impuseram e a que nos ligaram(o homem fora de ca sa--mulher dentro de casa ). -

Destinar a nós mulheres,o enCG~

go exclu~ivo,ou mc lhor,1!a voc a ção­de ser maelt,significou privar-nos da nos s a autonomia e da possibili­dade de usufruir dos direitos de pens ar, decidir e agir,direitos es­tes que assim se d eixaram exclusi­vament e ao home m.Bem sabemos como o facto de ser mulh er n os condicio nou nas decisões tomadas s obre a escolha de trab~lho e estudo,nas questões fam~liares e conjugais ou, a,implesmente ,no que diz r e speito 80 nosso tempo l ivre.

Como se não ba stasse,o terror dos filhos ind e s ejados l evou-nos a odiar o sexo e a ter assim uma se­xua lidad e nega da e reprimida,vivi­d a exclusivamente para a reprodução.

A ignorância forçada do nosso corpo e a absoluta falta d e méto­dos anticoncepcionais s eguros,con~

trang eran -nos a suportar estados de gravidez não de s ejados e a abortar n a ~landestinidade, às vezes em co~ diço e s mai s d o que desespera das: milhares d e g ulhe res morre ram por i s so e continuam a no rr. e r ain da ~ Mas g 8SmO que o aborto se j a legal e se faç a nas me lhor e s c ondiçõe s de assistª,ncia e segu ranç a ,nen por i,ê. so ele deixa d e provoc a r U D grave tra uma psicológico e físico. .

Portanto,apren der a conhecer ' o n oss o corpo e a contro l a r a nossa fecundidade é o primeiro passo ps ra uma íntina reflexão e Ipara nos t ornarmos don as de nós próprias.

Mas,atenção!Hoje fala-se imen­s o do con trolo d os nascimentos , discute-se livre e abertanente so bre os an ticonce ptivos,o sexo es­tá em t oda a parte ,

Isto porqu e os nnticonceptivos são uma f a ca de dois gUDes: podem ser us a dos pela m~lher para a sua pró­pria libertaçao ,nas t a1'1bén a socie ,: dade pode servir-se deles contra ã nulher.Progranar os n a scimentos se­gundo necessid~des alhei a s não nos t orna senhoras de nós próprias:re­cord emos a propaganda fascist a ,que encora j ava a ter muitos filhos,só porque essa era a politica de no -n ento,e confronteno-la com a poli tica actual,agora que há tantas b~ ~as para alin entc r e nos d izem:bas t a de filhos!

Não nos 6 favorável a f a lsa liz.. berdade sexual d a qual subnerg imos n o s cinemas,nas r evistas,na publici dade,onde se usa o corpo d a mulher, livre do perigo dos ~i:hos,cono Ufl

novo objecto de c onsumo.À. nn1.her ho je deve ser uma bela e agradáveloom panheira,livre sim,pelos ele ctrodr:: mésticos e o~ anticonceptivos,das pes adas funç oe s que outros tenpos, nas só para ser,c 9.da vez me lhor,um objecto d e prazer e d e consumo para o homen, gr ande prota gonista desta sociedade patriarcãl.

Tudo isto faz part e d a r ealidade d e t odos os dias ,c ontra a qual teo0s de lutar c olectivanent e para i mpor una t o;'}ada de consciª,n cia sobre a n e cessida de de r e solver estes pr (~ê

gas,que não são individuais n as a= bra ngen a sociedad e inteira.

p'ara conquistar a nossa autononia co0 6 pessoas e seres sexuais,quere­DOS decic.ir se e -, qunndo deven os s e r mes, controland o a contracepção '~ Querenos reafirmar a nossa sexuali " da de,não tend o a pe nas CODO fin a re produção e recusando a d ivisão so­cial do con porta n ento ~eXual que é a base da nossa opressao.

-l -

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Olv/nE ? , OUV/LiE /

OL1oviraento da Dulher, as :feni-­nistas,s~o frequenteDente acusa­das ~e dividireo os trabalhàdo~ res na luta pelo Soci~lisDOtdet p or levehtareu reivindicaç5es es pacíficas da uulhar,dividiren os sectores ' na luta De.is iD:'?Ortante â travar,ou ainda de levantareo C. frente uca lut~ secundária que Ce svia as culheres da luta p rin­cipal.Se outros ataques que süo :fei tos à luta da é.1ulher, soo de tal :forc a conservadores e patri­arc~is que pouco interesse teria dar-lhes resposta , p e n s anos çue_

este não ~ o caso .Porque a r.:ui';' :: tos h o rJens e C1esr:~o a grande nÚl:1,2, ro de r::mlhere s se colocn este probl e r_1a, :;J0rque Dui tos dos que o levantao lutas ?elo Socialisoo;e ainda porque p e n s a o o s que estas posiç5es resultaD ce u o a confu­são e de una incor_,preensno do significnc.o e ir_~portê.ncia que él,:! Sill_le a luta Qe.s c1ulheres contro. esta sociednde do repressüo,da necessidádc da sua organizo.ção autónor_la, do papel c:ue esta lutD. deseo penha na destruiç30 da so­ciedade c apitalista . Quoreoo s coo este priceiro arti­go iniciar uo debélte que tenhél por :funçno esclarecer qunl a-ic­portâl1.cia d o tlt:1ovinento da DU­li, er" e COr:.10 , lonse de dividir n luta pelo SOCiéllisDo,a reforçe..

Se fizeruos UDa an61ise his­tórica da evoluçüo das soe ieda­des1reparacos que o aparecioen­to das ~ri~eiras sociedaees de classes est~ bon lig~do ao ape­rocin ento das bases de. opressão (:a r.mlher.

J. opress30 de. c::ulhcr nen serJ­pre existiu, assim cooo Q o~ros­

são de UDa clasDo sobre a outra. COD o sursir:1ento de t.ll-:1Q clas­

se exploracora e de UDa cl3sse eX:Jlorada s urSG ' taL".!béD a socie­dade patriarcal,baseada no do ~

oíneo do honer:.1 s obre Q ':1ulher, :-,­través de f3Dilia ?ntriarcal,co­DO fonte êe riqueza e de produ­ção de forças de t rabc.lho(?rocu­ção de filhos) , 0 0 que a culher Ó

a~arradn a Gsse doníneo e passQ o. const i tuir UD sector explora­do.

Na nossa sociedado , na SCC~ ( ' dadeca~italista,uDa socied~cc ~ de c lasses particular,assisti­DOS ~ duas realidndes distintas DaS iutimncente ligadas.

7 0r uo lado,o sistema capi~

talista oprimo e explorá o con­junto dos trebnlhadores,no"qual se inclue~ muitas mulheres,en ' benefício de ur,:a classe minori ... téria,a bureuesin.Por outro la= do essa me SDU sociedade capita­lista,~ uma forDa particular das sociedades patriarcais que oprimen a mulher enquanto sexo. Na sociedade caDitalista cons­tatamos dois ti~os de opressna~ a o pre ssno do conjunto dos tra­bal!1.ndores ençuanto classe e a -o o?ressno do conjunto das mulhe ­res enquantosexo,opressüo essa que ' tem co~o suporte fundamen­tal;w estr~tura faniliar.Para tal,o sistema utiliza'outro gr:!!. :") 0 social,o hOrr!!om ,qu e,se beE1 que n~o lucre hist6ricamente COD esta opressno,visto qUG n~o se liberta énqucnto oprime,~- a ­pesar disso,deln,agente indi­recto.Evidentementeçue n opres s50 da l~lhGr pelo Honeo,longo­de servir'aos"homens trábé:!.lha­dores"vni,nntes de tudo,servir à cle,sse que eJ::plora e que os utiliza cono veículo dessa nes­Oé:!. o pressüo,da ' sua ideoloG~a. _ J ... ssiCl tn mul11Gl",nêi socieclnc'!.c C[_ ~·

pitalista é explorádn w dois níveis :por un lado, coo o con- -junto dos trabalhadores enquán­to pertencentes e u~n classe, ;.)01' outro lado, enquanto r.:mlher, enquanto"pertencente a ur~ sexo. Teo pois,sobre ela UDél opressão 8specifica, c par de ur,lC- duplél O~Jressao •

InfolizDonte ne~ to dos os trab~lhadorGs,neD todos os jo-

. t ,-ven s cm luta pela aes rU1çao -GGste'sisteoa,disso se aporçe­boo c, tnt:.1b ón elos, eu c asa ou

, 1 t" 1 . na run ,vc 1cu am o s a 1000 0SLa e colê boraD na Opressno CU i ',:u-

(C:Of,lT. -?)

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" ,

lher,contribu!ndo densa fornn -para que so perpectue a ideolo­eia da classe ex::,.)loraclora . TODos pois, que a Bulher, enquanto tré:--­balhadora ten cano enir:.igo o pn­trno;enquanto a oulher,o seu G~

. . . d ·'-l n1~1so,quoD a op r1oe 1ar~aoon-

t ' .. 1· , . t . e,e a 10eo o g1a OaCG1 S a,ve1cu-lada l:1ui tas vezes pelo seu oari · ... do,lutador ou nno ~elo Socialis­mo. i. Lulher ter::; ;;ois , doi s :;?a:çeis a deseopenhar;coQo trabal~2dora na luta contra e sta sociedade classista f o ca:;:'Ji talisClo; CODO ~ '~u­lher na vansuarda da luta contra a sociedade patriarcal,e a fac í­lia que a opric e e ~ue sustenta' essa socieda~e de classes . hssi~ ,

CODO ningu~D celhor que o n ovi­Dento operário ~ocle ser a vangu­arda ela luta p elo soc ialis~o , ~or , . -que e quer:.-; [_1ais sofre con e, ex-::üoração capitalista , taL1bér_1 ;:1e ­lhor CUG a l~lher ~ocle ser a van guarC:~ na lute, contra n fm.:íli~-:­patriarca l , a ideologi3 sac h ista, que sustentn esse De s c o ca~ita­lisr.:o.

Estas duas lutas,longe de es -t . 1· , - , areo ces 19aoa3 s s o o UDe SO,COD -

binar1-se o:C 'nec essnr io que os tra balhacloros , que o conjunto do s ex plorados, tor..1e c onsciência de Que a opressno da cülher é parte da ,. -sua p ropr1a o?ressao .

~ aqui que aSSUL1eo crande i o ­portância os í ~:oviDentos de Liber taç~o da ICulher l as si~ CODO as -suas reivindic a ç o es específic as c ooo nglutinadoras,orgenizado ­ras desta luta,cooo instrunentos pare a consciencializaç~o de c a ­da vez Daior nCu-_1ero êe Dulheres i cerca das causas da sua oures­são e da necessidade da lut~ a cesenvolver.São e sta s neSDas rei vindic ações tão i~portante s,aqui . , ,. , Ja nno so ;?arc: a ~mlher, Dns para o conjunto dos trabalha.dores,que s~o sisten~tica~ente ignoradas ou caloniadas por alguns ~arti ­

dos,:por organizc.ções sindicais _. taDbé~.Se n~ luta ~ela nossa li ­bertaç~o tec os que enfrentar-nos cuitosveze s coe o c on ju2to ~os h ODens,in cluindo os que ao nosso lado lutac ,isso é unQ Dece s sida ­de ,na lut a con tra ~ ideolOGia bursueza, que ' tec1 G..:i r:mlb.er deter c ina da vis~o,ideolosia que pen0~. tra nos ?r6~rios trQb~lhadores.

ho juntar~o -nos na luta p or uma s oci eoaC:e livre ca e~~:)lora-

-çao do hoceb pelo honec,tecos con sciência,e por isso'nos or­sanizê.r:.1os eD Lovi,_,ento, de que eln não sern possível san que seja isualoonte uca sociedade onde não exista a opres sEo da Lulher pe:Jo r:oE1er:1. O papel da oul her na destruição da estru­tura fC8ilicr bursuosa,susten­t!cnlo dessa socied~de de clas C! e s e' 'C>"nr~ - -. r'> "' ..... n 1 ;::, , .!.. vL '_H: ..... _J....;.!..,;. t..u •

1_- , . . t d ~ao e ?o~s ,o OOVlo en o a

l ~Jlher qU GD divi de os trab~lha dores.Lt.:.lheres o Eon ens f'orc.D­divi ~ieos pelas socied~des de

1 t - d· . ,... ., h ' , C Qsses, es ao .· J'_Vlu.~G.O S ~.n se-culos , Givis~o d~ qual resulta ~~ grupo ~ue do~inn e outro que Ó o l:)rir.1ido.O Eovinento dn I~lher no orGaniz~r-s e para a luta contra este sisteD~ ~ o zar2nte.juntanente c oo o n ovi­Dento operfrio,a juventude,o L1ov ir.::euto car:rponês, o movir:ento n egro,de que sc.nhereL1os esta luta.

No pr6xino boletim pensaDO S él?rofundar a discussão ~~is c o~cretn sobre a necessidade ee grupo s de iulheres,sobre as for~a s específicas que 2ssume w o prossllo c:a Lulher e lançar

,-o - t . ,. a 01scussao em orno cas var1 -aS orientações existentes den­tro do L'ovimento da Lulher.

COLi.BORJ:.. HESTA DISCUSSÃO! VEl.: 1. r([!:úuIl.o E

ENVIA J.R'I'IGOS!

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~J

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mui her t íO/JfJt hodoro: L2~/rroMvrnot~ ~tÃ~ .

/ú ' f!~ k~-e;Y)l.1 . ~ .

TODO O APOIO ArJ lO TRABALHADORAS DESPEDIDAS NA OVICULA DA PEDRUIJIA!

BE1:n'esa ovlcu1e. na P ecrulha. !3ntre os traba.lhadores encontramos n aioria de r..1t.'.lheres. 1:. e mpresa está dividida e D duas partes, u ma do e stad o e 1.!r:la Jri vec.e; : o ' aba stecü::1ento de' aves e a clnssific ~. ção dos ovos. n o c.ie. 7- de t..br i l,10 trabalhadores,dos quai s 9 são nulheres, receben UDa c a rta de despedir:lento. Desde então :forr.1a~1 pic.:.uete s à entrad a da fábrica para e o pedir que 0- lusar sejareocupado,coDo ~ o objectivo do gerente p or parte do estado, o Dr,Loiria,que , ao o esn o teDp o e e r ente da parte ~rivada.De poi s do s despedinentos, ela s fizeral:1 ur~1 cocluni c ado , p é:.rticipe.ran nns nar..ifesteções contra o e.uclerito do c usto de vi da e no lº de Laio. Las o p robler:m está p or re solver e ainda não peee.rno aO serviço.Falei d e ~anhã co~ e L~ ,~n F. ,a C.e a R .. e elns contnraD cor..!o era a vida na er.lpresn e co n o s e tinh a desencadeado o processo de luta.Falarco d os seus Dro~ blenas, que são ta,-1b ~ =-l os' de r_mi tns r::mlheres vi ticlaS ca politica -de despe~iDentos d o govern o,da s condiç~es ~e trabalh o,das dificulde. ;~ des que t ~~ encontrado na luta .

1;.li trabalha-s e 9 horas Dor din , a 20~OO a hora.Recebe-s~ ao Dês. Têel tnr.1b é;~1 c olegas h 01:1ens. "' Eles tiran 7.500UOO ee c 6 d ia,en­quanto e la s tirt2I:1 c erc ~ de 4 . ~;oe e 5000C$OO. Elas falao e n~o con­cordar::.1 : "Pois s e o trabalho ~ i - ­gual eu cá ach o ~ue se devia pa­gar s alário ieunl!lI .

Eui tas r.:~ulheres j.f.. o disse1"aG nas f&bricas , no s loc~is ~e tra­balho , ne s ruas,trouxerao c arta­zes , exisirc.nlll, t1"élbalho igual, s ~üário igual" , nê~ s os í,")a trões 1'150 !.:>asar.1 e" a trD,balho i:::;uc.::.l , SD,-1 &1" io ieunl ilnno ~ UD':: re &licic~de n~ :~1êi.io riél dBS er_11.Jresns o ia. s c u ­lheras tê8 ain~a dificulda~e s e o onnter-se a t r abalh.::r . ?or c aus~ " ~ . I" TJ - - , I co s ~l ao so ~ao h~ cre c ~e s. hs que tên fil~os sentec oaiseste ~ro= ble[~1é',. (~uanta .s L'lUl beres; n~o s6 a­qui" ons - ao todo o le~do , nno têu ~ue deixar o trabalh o e voltar para c asa p orqu e n~o tê~ quec l he s c ui de dos filhos ? Os ~atr~ e s nno f ezeo cre c he s e -

ra isso . l~itas des trabal~adora s têe

tido medo de ~er o a~oi o ~s 10 que estão n o GosoDp rego. E ce?ois "Onde , çl.:"e tiua r:.1ul}:l. .3r e::acon tra trabcll1o? f'-r epet:e:'1 c

••• e os con tratos nao sur::;er.l . O ~erente recus a -s e a der-lh os ce s n o par a as que trabalhaD há oeis de 4 C1eses. "e Dai s :r~cil par a ele contra­t a r-nos' do 2 e o 2 nese s a de s pe-dir~nos,dGpois voltar- n os a c he -::-1ar .. se q u i!3 Gr . II ,

O DroLeiria c h e ga De SDO a di ­zer: " E s tou C2 h.f. não s ei qunntos anos e S0E:1pre C:e s p ecli ,ue o ::le a ­peteceu.Veo n30r[10 s indicato d~r-ne ordens ••• era o ~ue falta~

va 1 "-e aneaçou c naD.a r ~ p olicia; -"E!'ltão isto n50 ' ~ c harttaeer.1?, Diz - no s a al~uDas quan~o entr a ­c os que tesos de perder Q "ideia do sinc~i c c. to , • o ." . L:", s elas con ­t ihuQ~ n ? ortn.Con tinua o n lutar.

' Ela diz:"Eu c f... àn~o De SDO es­gotedinbe do s nervo s ••• s6 c c da­ve vontaQe d e o esp O, ti:fnr .".

Se n50 entrarec ao serviço ~ai s cul he r e s, a s do ovfcula ,v~o per Gcr ° s a 16rio e e po ssibili -dac.e d e uoà c ertn inde:p endêncie-

,. . R ·' " ecor-OI:.!l Ca . 1~ 1: osa Ja cor..::eça a ou-vir c:.os ::'::;'a i s aue "vol té'.. pôre. c e.­se que ~ ~elh;r, çue o te~ lugar ~ 16 ••• "oa s continua D. p ortn . f ... vonté'..Qe de lutar 6 grande . O a -.,. , ? OlO e que e p oucO. o •

UD sr a nde coraço de solid~.ri-

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edade y~i daqui d o erupo para todas voçês e para L1'U.~ tas r.1Ulh2. ' . . res nas ne s o é'l.S condi çoes de de­sel-:!pre go.

"CONTRA OS DESPEDILm~TOS!"

II DI:í:1.EI'AO LO T!:.{li.BAL~~O l:; l .Ri. TODJ.S J.S 1.:ULI1ZHES!"

"A THAB1:.LEO IG.UAL , SJ-LfillIO IGUiL!"

I ~ui tas i-1ulheres levarat'.1 estas pc.lavre.s escritas e m pano no lº de Eaio G êstão COD vocês para continu.ar a lutar!.

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- i ·

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M u/~8, prNas poÚt/cas.", nilmero ~zldo,t;UmprlndO".". no InttltutoPenal r. (Retrato do presicJio de mulheres. por laWHll Bruce em BanQ!-I, .memoa tota/mente'".ne da comun/dadtl dIIs dllma/s pre- . lrês presas politicas.) '/JS, confinadas' num pevilhão e submetidas a um ,..gu"m."t~dJlerente. No ","/dio .0mOl tHMomlnsdas "as subWHI/vn", lá que o termo /)leia' politicas' proibido ele

.er usa o. Eua eleliniçAo que nos 'Imposta não Nclarece multa coisa, para I' dem.l. pre ... , , um I.,mo vago mas qwlmplica em arlmlls ho"J"lIan~., a ponto dII.lltmlo. suJei,.. • ouvir as

~ I ugÍlln, .. declarações dIIamizatla: "EIH. dia", que vocês sicl'~",.m.s para mim vocfs nIo aIO nIo. Eu gosto multo dtt l'OO.Is"; .. ~í9. dizem que WICII4 .. ·subvers/V8S, mas lU acho 1 .. 0 uma Qtandll bNteira. Pr. mim wocf. são prHa' /gual e tIM'., do .o,..,humanos cM cam. e

- ~ ... .., mâiCianos fiem nada". E frant. à pergunta: .. ", .. por que wx:fs68tio dizendo is-ec lO, o que wuiI. acham que quer diz., subversive?", e/as não sabem r"ponder. E .... demons­

tlllÇÕ" •• 'ato vem de uma inflma minoria QOm quem podflmo ••• tabalflcer um cantato mais tegu/aF. A m.HNi1 Icaba In/luenc/ada, pela """nd. altttam4,lca dila sUcessivas administra­ções carcerArias. Recentemente, por ocas/iô tfi nossa greve de fome, em outubro/novembro do ano p/l.Ssddo, a versão qUfl o. carcereiros difundiram é que (az/.mos lIquele movimento contra eles, pOfq, .t ·',-.io queríamos nos "misturar", Ora, o que motivou nossa reivindicação de sermos trans/lJfidáS pJfI o Presídio Polft/co ds Frei Caneca, 'oi Justamente o. isolamento e a consequen­te Insegurança • que estamos ~ubmetldas nesle período, NOlSa reivindicação não foi atendida e as med/4Bs lomadas - conSlruçio de uma portari., que nos separa mal. ,Inda do resto do pre-

. s/dlo e ° 00118 sistemállco de nOlllS lIisltas de amigos - só acentua,am nosso isolamento e nos .. condlylo de corpo'estranho dentro desse prHldlo,

EmbOta .epar~iJ!Js das demaiIJ p,esss por muros, grades e gJardas, estamos, no entanto, ln­.1Jf1da no mes/TI :' meio, compartilhando do mesmo micro mundo, numa po./çjo de Impotentes eIJptJCtadoras, '#ia podemos portanto perdlJf a oportunlda. de passar - furto, tráfico e consumo de drogas, roubo e assalto, pelolJ quais a ma/OIia delas •• encontra na prisão --o à fren­te tI$Se nosso d/lpoimento, calr;sdo na vivência adquirida ao longo dss tentativas que fazemos pera romp!, eSsas Nrreiras , tentativas que nos levaram li conhffCfJr cada dia mais eUlis mu/he­ra; e sua própria problemática ,

N· io há mulher tão oprimida como a mulher marginai. Não há ser humano tão ferido em !II. a dignidade, rão carente de amor.pr6prio quanto a mulher marginei. (Prowmlente de um meio de misérl •• sub-emprego, a Ilnh. dMsÓfi. do que ch.m. honra se sírua na 'rágll película da anatomia temlnina, ° hlmem, cuJo mmplmento • conceituado mo-

ralme.1t. no seguinte termo: ~ me perdi", ao, 1" 12 ou 13."os). E logo ...m a maternidade e a árdua lut. pela vida, dentro do càminho que. ,oclededelhe resfllVou: reproduzindo de fOlma es­teriotipada o. próprios valores dessa .oclfH1ade, O P,.StJlllo .ttavés do 'UOfJSSO acon6mico, E ° crime - (ur/o, tráfico e consumo de drogas, ,oubo e aSB.lto, pelo, qu.l. a maioria d.,. se en- , conl,ám na pi/ião - é o único meio de que dispõem pMI e/lng" es,a mat. geral da aoc'1fH1ade " cap/falis ti,

O mundo. percebido c.'esde sempre como dividido .m duas categorias : a dos otários e e dos malandros, O oléllo·' ° pobre iludido que acha que podll vencer na "Ida atravla do suor de seu rOMD, 'o pat.t ... que se deíX8 explor.r. Malandro não 8. Ilude, a vida .. lHO ',mal, esperlÓtl. Pa,. aque"s que sabem p.sssr. p.rna nos outros, E; atr.vI. das ap.flnclas.. não do esses O§ valo­m que a sociedade'aplica e transmite? O malandro sabe melhor d/ISO que ninguém. Conhece. Vioffnc/a da sociedade, conhece a policis, conhffCfJ a genêncla e a 'alI • • • sCrúPUIOSl dos pa­trões, sabe da exploração, saba do cinismo, mil f' ou mesmo ingenuidade de alguns Juizes, Não aceita 08 valor., apregoados porque sabe quais sio os .,.,dadei rOl1 valores da sociedade em que vive. E os aplica na sua fOlma mais crua, sem a sofisticação da classe dominante, Pasaar e perna nos outros, Inclusive entre eles mesmos, O malandro não se .ente culpado, o malandro nunca está ar,.".ndido, Se por acaso, se ragenera é por puro pragmatismo: não vale. pena se ,rrlscar de novo. O m.landro se 8uto-Iegltlma, o malandro tem orgulho e amo, próprio, .

Mas a mulh., do m,landro não. A mulher marginal quando diz: "eu não presto" (e ela sempre . diz iSSO), ela o diz com alncerid'óe, acreditando nisso, N'o que e/. tenha uma visão do mllndo dlter.nte da ,eua compann.lros , n'o que ela,. ,inta arrependida, Par. e/a também o mundo 'Se

.. 8DO .allÜ. ;

~ a..iz061 •• t1.bftL. Uquato DO .... oorrentu pode."~ . ... 4I'on~40 ·0. lor.t ••

pruf.uo t&l.aTer .. brIlc. - banp des .. bro -1977

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divide em ot.rIos 9 ma/afldfO$. S6 que e/anio é Mm uma coisa nem out:s. ~/a é ,/gtllm que se ptKdeu, e portanto uma muihIN que não pr&!ta. Ela se erUJa,. com fatalidade. s/lbfl que fi o rebo­talho disso tudo qW41stá ai. A socledadtt lhe reservou ",m papol qll6 nBo é de bom tom nomoar em .eus lalÕfJII. Putll, prostituta. pro.tltui/-Ie, tlJo a. termos mal$ Qf:HIsl'lOll. que se poda ,U'8(. E .st •• um ,dos leu! pr/naipela melol de vida. . .

O homem á.auto-'1sJoriza por aquilo qll6 tar, por aquilO que coMtról. O homem I valo­rlzedo de uma forma dlnAmlca. Para o hOmfHlf, -'SI ml/andro pc.de /UI( uma arte. A

, mufher-. valorlzada de ume IOIma estática. oomo. de um.obi6to em expo,/çio. $e eI. filo Pffl81lc:hB 01 requisitos ps.ra ser uma I>oa npo48 e mia, .1. pode se tomar. um

esc6rla, utlUl~. 9 de$prauda por mllCh08 de toda ali categorial! social., /naulI;.". a '1M pr6prla. Para a trlU~, "' marginal nunU .. r. uma arte, ser. sempre uma desonra. , E CtIa vi.,. sozinha com sus dtlsonn. &ninha Clla HUS I/Iho •. A carga IJocial da crl&çio CIos fi·

lhos qUII a Bocledado joga to(ÚJ nN ombros das mul"""~.cobfando-fh .. I) ~I mitico de mie pura e dedicada, torna-56 mais pesada ainda pare a mulher marginei. S gpenu ./a e SflUS fllh~. · Sem apoio do msrido. lIem qUIIlquer apoio social. Pelo cont"'/o, a elas se fJfIgallté o reconhect· menro d&lIua mat,midade. Nunca são cMsidfJllJdu boas mies. O própriO malandro vai recrlml­n~//Js'porefitarem pnSl!S; ' ,<vgl1/1doos filhos a sua proprlB sorte. Ele, o homem. pode, Seja m .. Ia" dro, operárIo, estudant9, o homem sempre pode S8 afastar dos filhos se 6sslm oeltll1;( SIlB ocupaçjo. A mulher nunca. E$~a 6lC/l:i.!ncia qll6 oonflíttilJ todas as mulhe,as, atinge mais ainda aquelas que não porJfJm $8 OftIulhar do 116U rrnt/c de vida, mesmo que o faça panJ sustento dos fi­Ihos. --, _'

. Num prealdio leminlflo <II opress~ da soçledade patriarcal S9 torna caricata. Embora não hala -~ pelo menos na atual gealão - II vlolénc/. IIslca comum nos prasídios masctJ1inos, a PfIIíten-

-- cIM'a dtt8angu 6 um dos pr8$ldioa msls rep.'"fIs:;lvos do sistema penitenciário: Não há nenhum respeito Pfll.tI mulheres; 6ncaradas como "mulhates da "ida" 1111. d,vem ser transformadas em "muJ~es direita,"; São tt/llada, com Rluito m!!ls desprezo e com muito mais perseguição do que o, homens em cumprfmfinto de pena. Nos presidias masculinos ° p/Igmatlsmo do sistema peni tenciário 18'II-a quo se faça vista (lICJ8S. para ° IJomossexual/smo II o consumo de droga,.

_ Aqui, esses: 7Dmill!leres são -vlgllJdas dia e noite, suiBltas s contlnuos vexames e punições, /n­--:::"'_-- ,:(;IIIS/"" por motivo. e:rtra f8(lulamentares. que dep6ndem da JdIN.'ncrazJa dD dlrotor 9m exerci­

cio: Ao ptmtrálio dQa homens, -não t'm d/mito. 'I/s/tas Intimas e o namoro é vigiado nos dia! de visita. fegulamen,.do:-.ó pode namorar d08" 8 dllli58 form •. A compen,ação aflitiva do rllla­clonam8nto" 'ho",~UJ(ual, que fJf1Inde pme procura, • um jogo'-perigoso. E IJtulJlmlJlJI. são ameaÇlldas de pUlflfjáo al6 por dirigirem a pals."a 4 colega com quem .. e suspeita mantfl{ uma. laçáo ilOITIoss.xUIII. Se o 'tNtldo ou o .hort do banho de .01 .. ,io multo curto., NO punida. com D " (1;If/CII, Se n60 vão • acota alo 'f8I/CII~. Uma humilhação grotesca ... tornou corriquei­ra: qusndçrlJ gCl8l'da encontra 10(1400 no ch40 do banheiro um -pano ,ulo de fluxo menstrul/, tedas aI mulheres daquela g.leria do obrlglldH a levantal'.ala e a. que eBtl'lflrem menstrua-das são trMeadas até q.ue li CUlparl~ $J tJPtWsflnte. -. "A" ~sfú,rn;das deS,de a lnt'ncJa com a vlollnc/a ., IJ humilhação, olas não se revoltam. ;

, -: Quando leagem 6 com desespero, 6 com uma forms #plc8 e exclusiva de prasldro'$o- t-, ínlnl,no; elas ,. auto mutilam, cortam 0' próprios braços com gilete. Não 'ilO~S

, -- w.Iu ~.Ia. tlMtam cortar; nioNIão ptetendendo se suicidar. Cortam a pele do , amebraqc, Itumtt ,.,{JtiVfl deles~da de SfHI.1b1l1U1 O. carcera/roa, f~to criança pequena, - , tendo com . -cabsça 114, parede. Enfl fen6meno I ... ustadotamen'e comum: há dtJzenQ de mu­IhlHes no presidio ÇOm oa bnlÇOs cheios de cicatriz ••• Multa. Ignoram que os espancamentos na prisão ~ nu d~egacllt.(ondfl quase todas do barberllmentetorturactaa), .. Ilegal. Acham Que faz perte da pena d1I pri,io, que é mulro I14tural que a pc.lfcla as Hpenque. FnJnto. uma sugH-tão nO$SS de d(Jr:unci~ ai) juiz o e.pancamento solrldo duranfe uma noite Inteira, na gestão de Ima Marifla Kaddlm, um. das pteslla meis esclarecidas 8ft surplermcJeu: "mas as lIuardastlnham razão. eu tinha mesmo fumado maconha".

Por ouflO f.do (> petemallsmo oom o qual os carcentlros procuram envolvê-Ias acentua. sub­missão. Tratam 0$ guardas e C/iteforas de "r/azlnho", "pedrinho", "madrinha". E a politica de SIS­tema p,nltenfiá,io de estimular a alcaguetaQ(tf1I, de dividir os presos e assim resguardar SI.IIJ s" flurança. é inçrIVelmBnte bem suc&dlda noe presidias femlnlttQ.s. Ouase toclas alcagllel8m e as que não o fs1.em dlfetamente dão o seNiço perB uma a/caguele conhsclda. Não confiam em nin­guém e o famoso código do malandro aqui não tem vez: não discriminam nem mesmo aquela q"e se infiltra numa transgressão dl, cipUna" IIpenas para -aluáaf B administração a dar o lia­grante.. As outras slo punidas, 'ranafel/das para Agua Santa - a puniçâo máxima - e a alca­guete Inflltradtl continua reinando no presidio. É claro que durante algum tempo permanece um lancor dlssimulaçlo que & logo (lsq&HH;ltlo INI duconflança geral /I ela volta a 6tH' aceita coraia/-mente. -

E. m telmos de criatividade no ,,.dbalho 9IJtlllidades recreallvo-cultura/s ,o presídio teml- , nino lie caracteriza pefal!ldlgfncla. As promoções comuns nos presídios mascuflno$ como diverso4 cursos. competições esportivas, banda de música própria, g~mío ,e­creativo Inexisto aqui. Há I/ma sede do grémio sempre techada e que só funcionou

dUss vezes nos últimos 7 anos. por pouca,; semslI8$. Como todas as outras atlvldades fof sus­penso pela força dos mexericos. O grupo ~ danÇiJ. o cuno de maquilagem dUla no máximo dois meses, Bld C;U8 dai iíl'um _ano ou doia, a Iniciativa de a/gumaa os rassusci te. A quec/nt dtJ vóleí se transformou d9finWvamente em vantl de roup..

O tempo li todo dedicado ao trabalho duro. al/enedo. Psra aludv-os filhos e comprar cigarro receb6m Cr$ :;00,00, cobrindo o desenho de um tapare. que lá fora será vendido a Cri 20.000.00. A Indústria - montar uma peça de máquina de .. ClIIV&I- pagll CTT. ao o milhelro. E as bolses de super-mercscJo Pélrs semm co/edas tendllm CrI 70,00 o milhelro.

São 170 mulheres sozinhas, perdidas nll selva de sUll.próprla con'll""'cla. As em/zatillll do poucss, rarlssimas as que sobrevivem aos mexerlcos.Junte-se a essa cenaiChtmufheres massa­cradas, personalidades mutlladaa. sem i'I9IIhuma lIida afetiva, a adoçjo do lema "sa/ve-se quem puaer" . Niio S6 pode esperar dtJ/as a adequação /I nenhum padrão i tioo. A prIncipal aspira· çác) á~las é ser madame, ter empregada, dtV conforto aos f/lhos, ,a'a queis torem os meios. Fa­lar em Vi'lflf Integralmente enquanto ser humano, falar em feminismo, torna-se ocioso e fútil. Quafquer ponderação sobre s vida de/as soará r40 oca quanto o proselitísmo que 0' missioná­rios usavam junto a08 /ndlca. E o triste ê que no ClISO não &e trats de uma cultura própria a pre­SflNar. - rrs ta,sfl ao contrário. das formas aberraI/lias que & cultura dominante assume no mll/' bsix:; ~~!rato da sociedade. Socifldadp que depois de condenar essas mulheres â miséria, 80 cII­mfl li a prostituição, condena-liI$ à pena de prisão, para Rssim -se tranquilIzar e perpetuar; cri­mjnos~s seo os que estão na cf;dela.

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Entrevista

"OS FROBLEELS ( UE OS Pi.IS P OEE 1_ SE~~Uf.LIDj.DE DOS FILi:-:OS"

. (Entrevista coo ur.1a rapariea de 16 anos, do liceu.)

Grup o da Lulher:-Os teus p ais p oeD obstáculos ii realização da tua vida se:h.'Ual? •• Ç .. uais são?

J:-Os n eus pais (tal CO D O a grande Daioria)põen tde'facto,obst~­c ulos ii realização da ninha vida sexual.No' entanto, não o fazer.r­abertanente,pois e m o in.'I-}a casa o tena sexo,~ tabú.Nunca concora­darnn con igo iicerca de qualquer teDa relaéionado COD o sexo;fa­zer:1-no i o plicitanente e n G.lguns conselhos,tais cODo"ten cuidado que vai >::lui ta desgraça p elo r.1undo","~ p reciso te.r a cabeça no lugar", "não sigâs os c a.~1inhos da tua iro n", etc.

No dia a dia,essa tent a tiva de oposição expriDe-se por s6 n e deixareo s a fr à noite de vez en quando(con o p retexto de que não f · b . ) , . l' 1Câ en a llr-1a nen1na ,en querereo que eu Va aqu1 e a e m c~o e-les,eo' tentare~ i~pedir que o e rela cion e COD pessoas que nao co­nhec en iotc.

G. E . : -Coelo reages perante os lir.1i tes que eles te i opõ en'?

J. : - As n inhns rea cções são variáveis: ou tento explicar-lh es c~ue­estão errados (o que nOrI::1aln ente ten como consequê n c ia ur.la expIo-­são de berros)raz ão pela qual co,-1eço a desistir de o fazer;ou fa­ço o que pens o que est~ c ·arto se!'::! eles snberen ; ou ainda , s aio de c a sa contra as ord ens deles,o ~ue dá b arulh o quando c heso .

G.I1.:-Qual a causa , na tua o p inião,do seu procedia e n to'?

J.:-Penso que o procedin e nt o delos se deve a vários factoros:pri­n eiro una educaç~o extren a n ente rígida, na Dulhe~,(contra a qual elas yrotestaram, n as fa z e n exactac ente o ne s mo ) ,educação essa çu~ i ü Dlica necessáriao ente a aceitação de ~~ conjunto de padrões n o­rais op ostos aos o eus;segundo, p orque de ncorão coo esses padrões Dorais eles idealizara~ una vida,na qual os filhos deseDpenh ari­am determinado papel;a realidade saiu-lhes diforente,razão p ela qual elos pensan que falharam- na nossa ecucação'e tentao re~e di-­ar a questão tentando i ncut ir-nos,cada vez nai~,esses p adrões n o­rais.Penso ainda que existe outro factor bastante i oportante:os p ais em 'geral, e os meus e D particular, ser.'1pre derar::. UH::\ grande i r.1-

-I- A • , • ~ "" L1· - , ,. • por ~anc1a a V1ca em La8~ ~a , que '~or razoes ae var1B oraeo , nunca foi r:1ui to intensa e l.:1 n inha casa t ora eles senton -se :frustrados e tên at~ ciún es qunndo o e veêo dar afecto a outras possoas,e so­b re tudo quando esso. a1'ect ividade ~ bastante profunda .

G. E .:-Qual a solu ção ou so luções que vest a c urt o e a l ongo :;?razo, ? ara resolve r o p roblema ?

J.:-F e n so que a c urto prazo e no sentido de ' u D el1.tendinento, a ú­nica tentativa para a resolução do ?robloDa t~ falar com os p ais e deC1onstrar-lhe s por a+b que estão e rrados; :;:':'e1'1.so p ortanto, que isto não irá reso lver i n tegralüent e a questão p orque nno Ó nur:1 ano nem e r.1 dois que se vai Dodificar u r:Ja r:1aneira de pense.r que dura h ó t:rintajde Quálquer naneira , p e n so que ajuda uo Douco. Pen­so tanb~D ttlO entanto ,que este. solução têD u n cara cter bc. s tante subjectivo,na Dedida e[J ' que e::dsten pais coo quen at~ 50 p ode fa­lar sob re teDas soxuais,e h ã outros que não-este úl tiuo a contece cor.:d go.Como altern a tiva, p enso que 56 exis te ur_1a soluçno :os e eus" ~ais fc.zereo una vi~a e eu outra( na c eeida e o que estou econ6o i ­c aDente dependente) que De p orr..1i ta a gir do e.cordo C01:.1 aqui lo que penso. (continua )

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, ~ _ .. - ;Ent:eVista-cont'.'; '0 " - • _. -· ·~··i

I ~~~a,,: ;::~!~~n~u~Oe~r~b!:n~e:s;~~g~/:~~~~ng~~;;~~o~~~~O!~~;;~s_1 I queça~os da é p oca e n que t!nhuDos 16 anos de idôde. E isto néo

.

sõ para cot:!:Jreenderno s as :::.""eSr..18S "reivindicações "que n6s fize- - -1:10S r.:ms tar.1bér.1 nara COL:1")reendernos outras aue eles ver..hnn a fa­

l zer e que a n6s~nunca n;s 9assaraü p ela cabeça.

Ul: GRiJJDE I_BHLÇO ?C:J.L TI ;DO GRUPO Df. LULEER Di. l .. i~ .C.

A NOSSA SfíLA---é no edifício d a Associação Ac adénica de Coinbra,no 4 Q piso -- sala 15.

REtT.NUm-NOS t .~d.as as 4ªfeiras, às 17h e 3On. Discutinos vários tenas sobre a nulher,sobre os nossos problenas e as tarefas que daí advên.

O NOSSO BOLETlllI: é aberto a · todas as nulheres que nele queiratl participar.Colabora e escreve para o boletin.

LIVRfi.RIA-------Tenos a funcionar na nossa sala una livraria -con títulos sobre a nulher-c/ 10% de desconto.

1

---------- ----------------------~~--------------------------------" NAQUILO QUE SE CHA!\~A HISTÓRIA, AS MULHERES FIGUR lill.~ ÚI\fIC1\J~\1E Ji!TE '

A TíTULO DE GRANDES Ii.NA11TES,DE INTRIGUISTAS OU El-WEl\1ENlillOR/i.S: A HISTÓRIA DAS I-t1ULHEB.ES PASSA "lPELA C.AJ'tiA, LE=SE NA HORIZONTAL.

A DOS GRANDES HmmNS, PELO COI';rTR ÁR.IO--NÃO SE F./lLA DOS OUTROS HOMENS SENÃO HA BEIl POUCO TE11PO--APREI\l])E-SE NA VERTICAL. SÃO ~\PRESE:ri1TlillOS DE PÉ,lVI.ESIm TENDO SIDO INSPIRADOS DEITADOSn

l'\nnie e fU'l...ne

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t I \\Sr:- '\/l/~ -....-t , LI I ,

f"'" O J...., r~ ~ ~, t.,· ~.

(·-1· ... ·· .-'c_ ._ .'

r~ r'f'\ \.... l ' r) CI r r \.1 !~( I 1 -A ~rimeir~ coisa que me veio ~ lhes sejam dadas oportunid~des

nemór i3. quando pensei escrever pari acederem a outros sectores este artign foi um. episóctio que técnicos e artisticos que os pre.J li h3 tempos7 n 'lr :r :J.do por r.1[~rguª . co:q.ceitosy~p vindo a instituir rite Dur~s. E soore du~s mulbe- ao longo dós anos,sooretudo nos res gUG,~um~ noite, ~ssistiam 3. países de long~ tradiç5.o machis l.,Ull3. 8eSS8.0 de cinema numa sala t3.s. do bairro, ~ntes da guerr a. Elas A propósito de tudo ' isto,f~~ nunca tinham ido ~o cinema e ig- mos com manuela Serr3., que, jun­liorav9.m a existência das actuali tamente com Hª Teresa I'10rais dades.Assim,viram um filme com romperam o cerco ªos preconcei duas p~rtes distint~s ,um3. antes tos e d 3.s proíoiçoes e apresen do interva10( as actu~lid~des) e : tar~ um. projecto para a reali r; aoutr3. depois(o próprio filme) o zaçao de um filme soore as : Como ligar ~s duas éoisas?N9.o foi "r.!1ulheres em Portugal"o qual ~e preciso mui to tempo . Depois de u:ra rã feito' maiori tãriamente por :-~ ;.). curt~ h6"i:it~ç9.o e de várias nipo r:mlheres; soore mulheres m~s p.B., -, teses elas conseguiram integr~r' ·ra · todos. perfeitamente ~s ~étu~lid~des na Ter~ o filme c ono ooectivos n3.rr~tiva do filme .Rápidamente " "contriouir p~ra estimular e 11 el~s criaram o ~ próprio filme, profunªar o conhecimento,a cog no qu~l,entre outr~s peripéci~s, preens~o e o deo~te púolico SQ

os personagens ~ssistiarn. a um d.l2. ore a condiç~o feminina no no.§. safio de futebol,e,enquanto isso ~c so~pafs. e servir de instrumento acontecia o chefe de governo ml.2Jll. educacional par~ eulheres,homens gurava,algures,uma ponte,enquanto e jovens de ambos os sexos nos noutro ' sítio qu~lquer h~via uma locais onde viveD,trabalhan~ inundação,etc. estudarn.;mostrar a participaçao

É evidente que espectador 2.:ê; ':' e n contribuiç3.o das nulheres cõmo estªs- criativas a este pon'· ' ''''p3.ra · o desenvolvimento do seu to- já nao existem,m3.s persiste p::l.Í s , dec'Jr:Jentar algumas aI ter-3. necessidade d e um cinema diri- n~tivas criad3.s pel3.s mulheres gido particularmente às mulheres portugue s~s,p:J.rticul3.rmente d.l2. c f eito por elo.s,que lhes fale @ poi s do 25 Abril,visando ~ SUl!) ma lingu~gem simples e própria ração dos entro.ves e limites a que elas possam entenC:er fácilmen que estCLIIl. submotid8.s". te. No cinema,como na maioria dos A Nª teresa Horais é jorn~-outros sectores criativos,as mu- lista e tem participado noutros lheres continuam a desempéY1~ar ~ sectores ao nível d e comunica­papel bast3.nte secundário.Em Fr~ ç9.0 visual,public a ções ,ensino ça,como em Portugal,cerc'- de 70% Universitário.Esteve 2 an os . do pessoal dos laboratórios S9.0 nos E. U. A. onde trabalhou em mulheres e os trao~lhos técnicos video e fez Vll filme soore ~ mai s delicados e ingratos(monta- mulher na 1V1Grica Latina.Prat~ gem do neg~tivo,tiragem das có- cou ainda jornalisno ' no Chile pi:::ts, e tc) S9.0 quase exclusivamente (govtOlrno do Allende), E. U. A. e , executadoR por mulheres.~ preciso França.N~ Portugo.l,após o 25 s~ber também que, durante a produ de.: Abril foi técnica da conü:: '-~ Ç20 de um filme,sectores funda- s~o Interninisterial p2ra ani~ mcn~~is como 3. assistêgcia,a anQ m:::tç30 sócio-cultural,produzinoo t t t um fime ... . a ç o.o e a mon agem es ~o normal- (contlnua na p._ ) m8nte 3. C8.T ·,... .. i r'le Ulul}1 eres sem qm

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- ., - . ,. -.

8r~ ouper 8 nffi . "Aul9.S e ;J.zeitomr!': :: 8õ8~ 8 fH:Bt6t:íaf3 Í't~ algUtltls nti= com Aid9. FerreinsobreD. experiôn l~eres, o p~blico fe~inina pode ­cia l1UlJ.3. eoco12 ~) cl.o Cic lo' P'.J..~ epar~ r á icl e:nt i fic3..r-se , deocobrindo tç,rió c en Cnba ( ~l81-:'.tejo ), cujn s.trD.vé s do f i me que I.1uitos dos TIontD.gen fui feina por ~:bY'.ue l 3. S§. ur ob12D2s aue c3.da v.:c.a er~l"' ent3. r~a . ;0 Deu dia~a dia n~o s~o parti-

A r~9.!' uelo. Sen :' ::" frequentou o cula:.~icl.acleo d3.. OU9.. vid8. i ndi v i­I nst itut des ArT.s de Difus i on CD d U9.1 1 gl1tos c orrosp ol1G.en 3. uma Bru.xela 0 1 ondcc·,.:r.8o.1izou um poquª oitu3.çD.o o oc i 9..1 e c ultuual COnUI:l no fillie·de exercício . Apóo o 25 a Euito.s outran..:Dul heres . de ~ 'bY'l' 1 '~ ePír'(') C' COou .., Por +".Q'!'ll C m~p tn""'eDo("'< ~Y'ro 0e"'lt'-'"r 0 n; t ,, !C' - ~ ' " .t1 ~ 1 .J.. .. o '-'C>,;;; '- • • '''''''0 ::''' -"' _ ..1..'-'_ " "L J. 0 --J.J ç . :> .Loi " ' •• '-~ 0._ L._. "

fo i 3ssi stente dc TIont~gon cn çao presente das TIulhere s portu-IlDe uG , p;} tri:::l o Autoridade ", de guo f3 2S , sob uns. perspect iva 11is­roaliz:J.ç:l.O eD. "S. Pedr o Cé2 COV3" tóric ~ , ind o buocar a o p3.osaQo G e18 T8:1.1izo.ÇQO e Llor:t8geI1 CD. "O 3.1gunas r 9.ízeo cultura i s ,:) oóc i o Bom Povo Portuguôs", taclos c1c Rui - cc onóT:üCD..O quc expliquen o n o--S · - o.uo- v i ~'lG nG. i c1 o,s I.lulhcreo l'l[t 80 -l !:'lOes . A Nanue 1 0, d iz-noo: c i od2éle portugL.le S[1 c ontenpor~:n.e2

T1 • t ' , t Ao :mnl;l;z 9.renos cono e porq ue una - .I~ l..un pr o J C c . o que D a r e s sm os. + ~ . .. t ,. d ~ iTenho s.pr(i8ent['.ndo 2,,0 Inotj. tnto Sl uU8..çn.o Cl BcrlInna or l a ~ o cwa i

- C OIlO "no. tu!.~ 21" 9 C orr e opond end o Português -'l.e Oi nOB2 e chegou o DQ ao papo l soc i a l traçado paro, as Llento de o concre tizar ••. EntrQ I.mll1erc s . tsnt o conheci c, Tel'GS2 quo tinh3. '~j, " l..wa i deia id2uticD.. h ninha . - E quanto g oquipa t6cnic ~ ?

/ilÉn do LP. C. ap:..~e ser,t6.nos o " ~ T!1 . S. - O filLleserSl f e ito b D..o icQ-nosso p,~ ojecto h Ftlnc"'.. açc.w Gv.lben , n ente lJor I1ulhero s o que n20 G:X-kian e COl"1 t ~Ct 3.TJ08 c on outrg,o :ino l' Á d 1

tituç~eo e grupo~ n2 Fr 3nç2 ~ ' n; c u~r~ 8. prose~ça. e 10De~s na B6 l g ica, 112 Roiando. e n oo E.U.~ . e~ulp2, cono t e c n~c? s ou 1n t e r -- "POr1 ":>d '" ';'Ollt "1r q 1 00UDo'''' C q r'l ct~-·!Y:L.J;:'-qQ nO SLlO na PEopl a a cçâo.

,- " .L:c> .. . :' - -- -- 6 -.; ~ _. c; "SoorG a 1""'a1 iz "' ç!'l0 ll ti cer.J... q r< c--! 'lsticas do fi l me ? ~ - v - --" - - , -" ~ U __ >J ...: ...

tuaçoes que no s parecen dever - H. S . - S81""8. un filne ')6.o:i.col'lel':Ie .' ter o con trolo i deológico d? Q n u docuf1 cntnl~ Fl'J.S pensfJ.BOS recorre:' 1 heres - I.130IlO o t rabalho c18

'!a.. -C' - - t 1 ~ .... ,. t ' . t ,-t .i lc çao G.._ Ior J.'.ecCS3.r lO, por ~ e C3Dara , poiS el: re no s OXlO C: u -xemp_ l o na recri~ç8.o 0. 0 si tU:1.çõe;: .,~ - ,

p~j-:E~nl]u~gcI1 80p eclfica . do nao09.do.

J6 i n ic t 'ánl0S UE t rc.balho do IB§

qftioo, e inve8tiG3ç~0 1 c om flulhe -~ ,

re s d e a l gu..u3.s Eegioes . COJ.'.tac'CQ"

mo S c OTI s. Coopere.t i VCl. de ll.r Y3io ­l as.-e 9 om Menvite fo.l3lTI. ()s COB L1ulhcrcs ligJ.d9.s :l 1..lli13. volhCl. 11 i .9 to' ~~ ,-, . '-' lu+~ ~n l'-' 0 on ~o~nn ~ ~ ~ _ : " • :.A. _ u ... '!'. I.,; ~ •. ,<J " • _ _ u U _ , '"

t rabo. l ho • 1:'0 i UI1e. lL~tn cU:c"' i oGr-L c qü .. 8 gost~"\· :- E':.TI0 8 de rccoT:.struir porque f OY'Q.L1 Qus.se 2XC lus i V::u:.1G::2~ ,; te Bulhc;~EF: que p::rtj.cipsY8I:1 e se defront:t.c·""·l c om !:', C'-ur-Lr d i i R8pU­b lic ana e~qu2~to os honens f i ca­r3E. no c o.f é . Tr9.. t 9.rcno s t~.IJ.béI1 d2S DulhBrcs d'J. cidndo e ds s auo """ !')'Y' 'l l ,l, ce rIr')o " oc q ' '''' ~ 7' l'~'"ld''''s c~ n'; J!~ w ..:' '''~ _ .... :. 0 \ ........... ,J...L .,tJ..:._ . __ .... _\.0 L __ t. .....

z onas ru'Y'~üs . i\ est:. ... utu:ca tOB8.t ic o. elo f ime

gi!,o,r2. 3. yolt s d o qU2tro c ixoo b E. • , t· ~ l' d ;:;SlCOS 1 l n 1m.anenu8 _lga .os que S20 : e c1uc aç20 ~ t~J.h~lh0 9 sexo e v ida social e poli t ic a .

~present~ldo dforcntes 3ituo.-

_. -

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LUTAR CO NTR A O AUl':ffiNTO DO CUSTO DE VIDA •••• ~iIAS :NÃO SÓ •

~ Respond~ndo ao apelo c:de algunas organizaçoes de 'Mulheres, t a i s co­no 0'- ~mM e a m.UR, várias centena s de Dulheres sair~ à rua para lutar "CONTRA O AUl'.'IEI\1TO DO CUSTO DE VIDA'J Sen dúvida que 8.S nanifestações cor respond er~ ao justo repúdi o da po­lit ic a de austeridade do governo qffi at aca c ada ve z Dais as conquistas dos t rabalhadores e o seu n í ve l de vida. No ent anto,visto que est a c~pa~~a t en s ido l evant ada por or ganizações de Dulhcres pen§2nos que é i n portan te di scuti-la ,nao con o d i scutir imns con una organização Sindical ou con un par tido,n!ls coloca:t:do~ algw1s prQ blenas que lli~a organizaçao de n ulhe res ,que as nulheres no seu conjunto não poden de ix~r de l ado , esquecidos,

t A d' tA. D2S que em gra2'l e lnpor ancla e qm por i sso nao pOdeno s i :~orar.

De que parten o ~,mr1 r.: : ', UHiR para. leval'! t ar" e spec ific gnente para as nu lheres" una tal pa l avra. de orden? Qual quer mulher dona de c asa ou tra b!llhador!l'~ue t enha participado nas n2nife st~çoes o pode re spondsr .Dirá: _é que sao as I:ml beres que v ao ao ; . nercado , à praça,sao e l as quen t en' que "'governar a ca.sa" ,f3zer !lS con­pras ,trat ar da v i da donést ica., i sso é o que tenos en conuo ·e é por i sso que sentinos nai s do pert o o a.ill~en­to dos preços.

I s to é verdade . Na realidade , aqui l o que w1iu na rua centenas de nuJhe res p!lr lutar contra o aill~ent o do custo de v i da foi a s ua s ituaç20 es pec ific 3.de " don3. cle casa" de ser 'eJâ a cuoprir o "trab!ll ho donéstic o". 11as é sen à.úvi da per i goso e nesno i ncorrecto que di gamos a todas est ao I:ml here s "vanos l ut3.r c ontr a o c u s ­to de v id!]." sen que nos punharJ.os en : qU!lnto nul her es n a i s nenhUTI3. quest3."!'o. Será i ncorrecto ficarnos por aqui •

I1uitas nul here s ,nó s tanbén,c ol o­CaI'lOS l ogo de seguida outra questão : , , -porque e que sonos nos, 2.S nul hereo a cunpr i r i as tarefas donést i cas a ir ã praça?Porque é que ·é a nulher at i rada para esta situação?

Quando o tín~ e a TIV!".i:; f azen reu­niões da mulher para discutir o av­nento do custo de v i da e esc9~ot~ o fac t o de todas elas clLOpr iren tr~ b!llho - donést ic o,isto é,para l á de~ rem'.ir er!. par a. d i scutir e ro pudi'l.r o

auoento do cus t o de vida (que não e una questão que dig!l especifi­C~lente à n ulhcr nas a todos os T~ abalhadores no seu conjuntoD, :ião p08n eIl cau sa o trabal ho do­n é s tico,se não exi gen o direito ao trabàl ho para todas as nulhc '" res e salário i gual(e s tao . n±n reivindicações das nnlhere§ ) es tar ~~ a l egitinar ~ situaçao de "dona de casa" e nao a criticar este pape l que !l soc i edade caPi tali s t a destina par9, 9, ]~;.ulher. É o nesno que ' dizernos: "SoBos don9,s de c 9,ca , sentinos o custn " de vida a auoent ar é vanos :J. l.:~_,. c ontra este aill~ento .O que aqui

~ , ,. t se poe e~ causa. e W1lc~en e es t a quest ao ,nas guanto 3 sernoo donas de casa ,nao se d iz nada" - cono se i s to foss e destino fa­tal da Dulher e nada tiv8 ooenos a f azer par a o nodificar .

Nós ach!lDos que t enos que a~ ' t er ar esta s i tu3ção,não querenos fic o.r p3rs.das?e por isso t anben dizenos que a ne lhor f orna de a nulher lutar contra as di f icul­dades econónic as é exi gir direi t o ao efl1?rego , salár i o i guQ.I,c !lí jun t ar- oe á luta nai s geral dos tr ab a l hadores c ontra a auoteri-dado do governo .Cono n ulhere s c1izeDos: -LUTIffi CONTRA O AUl'.1IENTO DO CUSTO

DE VIDA É I I 'POR TAr1TE, ]I,L\S CODO nuDleros teno o que exi gir o di r ed to 8,0 trab:tll1o e a. i gua ldo.de de s21ário, eota dev eri a ser a luta f unda..uent o.l que ao organi zações de TIulher es , o MDH o a lJl\.UR i nc luídas , devcriac. propor 3.S n ulhere s .

. ..././ó~ fl~~'" ~·-I'\. ~ \~ .. /1~Z~'ÍO \ . if({., .'

y 'O f~ ' ~ \'l . 0)\ ' \~. 'J. ~ l/I " L . r ("\ /'I~\~ 't..L ' ~. V)' l

~\V n L \ /1'\1 , ;/ i) V 1_.".$ , .:/ ~ . ~~0

7 \) ( J ) " ~). _ ,\ ~( ", \ .

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OS NOSSOS POEMA~ A viagen ao fundo da noite, e beijaDos as lácrinas

apertaDos a s nãos

.. .. ao fundo de n i n , sem De afundar de n érgulho e~ ner~ulho,

nado, e n a ? erco,

e a3rada-~os projectar futuros, recodar passados .

Passac os por cima d o qtie nos cerca te encontro do nosso cerco

da cor da água, verde e transp arente,

on de entrei.

Palavras e frases aoS ~ilhares constroem-se C D ti, e

saltar" dentro de i:1Ü..1 , clue as apanÍ'lo e as junto, ás ordeno

e o rom::'Jemos, p ouco â'pOUCO, devagar, âlegrer;1ente

CODO crian ças n os troc a c os e des cobri'::loS t

Desco'0rire.n- n os! Icinoradas foc os,

Ignorâr:1os t agora e conpreeuGo , o cerco, e resp ondo '

te falo, te digo, faço s~ltar palavras ninhas, que saiete! das tuas,

e correClos,

te

tu centro de eu'eD ti,

oir.1 ,

e r,1e sin to beD De aDraz de te ver assi~ ,

Dinh~ in:1ã,

constru o, destróis o çue não consigo'

afastar,

tão ?Grto de Din

, E, fi nalnente , y or detras cort inas nos a g á n os, cortinas que agora afastar:1os

das afastada p or al s o q'L",e veo

de onde ? p or quê? de r.1ir": ,

e se queinan ao calor da fogueira

de ti obstáculos çue n os afestao , que guardan os ?oréo .

que e o frente de n6s aquece Dentro de nÓs QUEn:l • •

Que coisa esta! nos fazeo dor ••• ••• e conta n os hi stórias

uma à outra, outra e 'una ~ais.

E nos rir..1os, t a~.1bér~1 chorar.10 s. oe, •

/'1. T ..

• • • / e/turas .. . . NJ..O j~CCl'J?ECE :FCR i .CLSO : DBPEIJDE DE N6s FRÓPHIJcS O'

~ada l ~lher ; ode evitar o aborto, a p licando ue contraceptivo que r.:1':üs l.he conv~n . Estl't '-ª Ediçgo aborda tar.1b~D p roblen as . lieados ao ciclo oenstrual , élO corrinento e às doenças trans Jrii'tidas sext:'.al r,1ente, e o é.uto-exaf:-:!le dos seios. Do livro ~ue todas a s mulhere s devem ler!

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LEIAM! LEIAM! A POSIC~Õ J>A J

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