BOLETIM INFORMATIVO - Igreja Messiânica Mundial de Portugal · casa de Deus e Meishu-Sama e...

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IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL BOLETIM INFORMATIVO Ser amado por Deus A essência da Fé, em poucas palavras é: “Ser amado por Deus” ou “Ser do agra- do de Deus”. Deste modo, devemos saber que tipo de pessoa é amada por Deus. Mas deixemos isso para depois; devemos, pri- meiramente, conhecer a missão da nossa Igreja. Ela está relacionada com o Juízo Fi- nal, profetizado por Cristo e à extinção do budismo, profetizado por Sakyamuni, fac- tos esses que estão prestes a acontecer. Deus e as entidades búdicas estão ma- nifestando o seu grande amor misericordio- so, fazendo com que um maior número de pessoas ultrapasse a grande transição do mundo. E como é que Deus atuará? Natu- ralmente, Ele utilizará os Homens e acredito que fui escolhido para assumir essa grande missão. Como é uma grande missão, jamais vis- ta ou ouvida, acabo até por acha-la difícil demais de ser realizada; porém, como foi o grandioso Deus Supremo que me outorgou essa missão, não tenho alternativa. Inicialmente, duvidei e até resisti, mas não havia meio de a recusar, pois estava acima das minhas forças. Deus utiliza-me livremente. Não são poucas as vezes em que Ele me fez sentir alegrias extremas e aquelas em que me obrigou a enfrentar situações infernais. Porém, cada vez que isso ocorria, percebia a Sua mão invisível, o Seu indescritível poder de atração e ex- perimentava o gratificante sabor da vida. É uma sensação impossível de ser expressa em palavras que, provavelmente, somente eu tenha vivido na face da Terra. O mais importante é procurar saber o que devemos fazer para sermos do MARÇO 2017 46 “A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento” Meishu-Sama Shin Verdade Zen Bem Bi Belo ENSINAMENTO DE MEISHU-SAMA

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IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALBOLETIM INFORMATIVO

Ser amado por DeusA essência da Fé, em poucas palavras é:

“Ser amado por Deus” ou “Ser do agra-do de Deus”. Deste modo, devemos saber que tipo de pessoa é amada por Deus. Mas deixemos isso para depois; devemos, pri-meiramente, conhecer a missão da nossa Igreja. Ela está relacionada com o Juízo Fi-nal, profetizado por Cristo e à extinção do budismo, profetizado por Sakyamuni, fac-tos esses que estão prestes a acontecer.

Deus e as entidades búdicas estão ma-nifestando o seu grande amor misericordio-so, fazendo com que um maior número de pessoas ultrapasse a grande transição do mundo. E como é que Deus atuará? Natu-ralmente, Ele utilizará os Homens e acredito que fui escolhido para assumir essa grande missão.

Como é uma grande missão, jamais vis-

ta ou ouvida, acabo até por acha-la difícil demais de ser realizada; porém, como foi o grandioso Deus Supremo que me outorgou essa missão, não tenho alternativa.

Inicialmente, duvidei e até resisti, mas não havia meio de a recusar, pois estava acima das minhas forças. Deus utiliza-me livremente. Não são poucas as vezes em que Ele me fez sentir alegrias extremas e aquelas em que me obrigou a enfrentar situações infernais. Porém, cada vez que isso ocorria, percebia a Sua mão invisível, o Seu indescritível poder de atração e ex-perimentava o grati�cante sabor da vida. É uma sensação impossível de ser expressa em palavras que, provavelmente, somente eu tenha vivido na face da Terra.

O mais importante é procurar saber o que devemos fazer para sermos do

MARÇO 2017 Nº 46

“A Verdade é o Caminho, o Bem é a Ação e o Belo é o Sentimento”Meishu-Sama

ShinVerdade

ZenBem

BiBelo

ENSINAMENTO DE MEISHU-SAMA

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Chamo-me Cátia Domingas David Sumalgy e tenho 22 anos. Sou natural de Moçambique e vivo em Portugal há 6 anos. Dedico atualmente no Johrei Center de Coimbra como líder jovem.

Nos últimos tempos passei por sérias di�culdades �nanceiras. Mesmo possuin-do a quantia necessária para pagar algu-mas faturas, acabava sempre por gastar o dinheiro com outras coisas, deixando de

atender as prioridades como, por exemplo, a propina da faculdade; acumulando assim mais dívidas. A minha família está toda em Moçambique, por isso vivo sozinha e de-pendo �nanceiramente de mim mesma. Es-tou a tirar uma Licenciatura em Engenharia Informática e estou a fazer um estágio não remunerado.

Mesmo nessa difícil situação �nancei-ra, estipulei o objetivo no início do ano, de dobrar o valor do meu donativo mensal de 15 para 30% de tudo o que chegasse às minhas mãos através de trabalhos tempo-rários e ajudas que recebesse. Numa con-versa com o Ministro Responsável, foi-me explicado que não estava com o Sonen cor-reto e por esse motivo não tinha força para cumprir com os meus deveres �nanceiros; que estava a cuidar do dinheiro como se fosse meu, esquecendo-me de reconhecer que a�nal, tudo pertence ao Supremo Deus e só depois de materializar a minha grati-dão, deveria pedir a Sua autorização para utilizar o restante do valor. Durante essa en-trevista �cou de�nida a visita do Ministro à minha casa.

Há tempos que vinha solicitando esta

"Estava a cuidar do dinheiro como se fosse meu, esquecendo-me

de reconhecer que afinal, tudo pertence ao Supremo Deus!"

EXPERIÊNCIA DE FÉ

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agrado de Deus. Qualquer pessoa de bom senso sabe que o que desagrada a Deus é agir fora do Caminho, mentir, fazer os ou-tros sofrer e causar incómodo à sociedade. Contudo, atualmente existem muitas pes-soas que não se importam com ninguém, achando que basta o próprio bem-estar e manifestam esse egoísmo na prática. Por se tratar de uma atitude das mais conde-náveis, não há como estar do agrado de Deus. Assim, cada um precisa saber se está sendo amado por Deus ou não. É algo ex-tremamente simples: “Para mim, nada vai a contento. Sofro de necessidades materiais; o meu trabalho não progride; o meu crédito é fraco; não consigo rodear-me de pessoas; a minha saúde também é insatisfatória; do

jeito que trabalho, não entendo porque não dá certo”. As pessoas que fazem esse tipo de comentário não estão sendo do agrado de Deus. Basta ser do agrado d´Ele e o nos-so trabalho desenvolve-se satisfatoriamen-te; as pessoas juntam-se ao nosso redor a ponto de nos incomodar; os recursos mate-riais chegam-nos em tão grande quantida-de, que mal os podemos utilizar na sua to-talidade. O mundo então torna-se um lugar agradável de se viver.

A fé só tem realmente valor quando so-mos felizes. Se a praticamos, mas não al-cançamos a felicidade, é porque o motivo, infalivelmente, encontra-se no nosso pró-prio espírito.

25 de maio de 1949

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visita, mas sempre acontecia algum impre-visto que impedia a sua realização. Foi en-tão que recebi, �nalmente, a visita no dia 31 de janeiro. Fiz uma dedicação especial de limpeza neste dia e depois de fazer oração diante da Imagem Consagrada de Meishu-Sama e receber Johrei, consegui abrir o meu coração explicando o que estava a sentir.

Comuniquei a minha situação de viver num piso oferecido pela Câmara que, como foi tramitado quando a minha mãe ainda vivia comigo, fui comunicada que o devo deixar no mês de agosto. Relatei também a mágoa que sentia de não ter apoio do meu pai com relação à minha situação �nanceira e da impossibilidade da minha mãe auxi-liar-me nesse sentido. Fui orientada a de-volver esses sentimentos a Deus em nome do Messias e desapegar desse sofrimento, pensando em como me esforçar para me-recer não depender mais dos meus pais. Foi aí que a mudança começou.

No dia seguinte da visita tomei a decisão de fazer difusão de porta em porta nas ime-diações de minha casa e preparei algumas Flores de Luz. No início tive receio de fazer essa dedicação e pensei em colocar as �o-res numa bandeja e deixá-las com um avi-so para que as pessoas do prédio as levas-sem. Comuniquei à Professora de Ikebana esta minha di�culdade e ela incentivou-me a desa�ar. Consegui vencer os meus me-dos e, com o Sonen de encontrar, escutar e ministrar Johrei, distribuí 9 das 10 Flores de Luz que havia preparado.

Nessa prática vivi duas experiências que me marcaram. A primeira foi de ver o sorri-so no rosto de um vizinho, que é tido como o mais con�ituoso do prédio. Anteriormente já lhe tinha oferecido Johrei, mas ele sem-pre recusou. Desta vez, também recusou mas disse-me que uma amiga dele pode-ria recebe-lo. Então, deixei-lhe uma �or a mais para essa amiga. Dias depois estava a mudar a Ikebana do hall de entrada do prédio e ele dirigiu-se a mim dizendo que gostaria de conhecer a nossa Igreja, pelo respeito que sente a ver-me tratar das �o-

res e que imagina a nossa Igreja como uma religião de respeito. Pouco tempo depois passou uma senhora conhecida dele cheia de pressa e ele chamou-a, mas ela não lhe deu atenção. Assim, ele virou-se para mim e disse: “Por que ninguém me escuta como a menina me escuta?” Naquele momento senti que não era eu que o estava a escutar, mas sim Meishu-Sama e, desde então, ele tem sido muito mais simpático.

Outra experiência foi com uma vizinha que já não via há muito. No dia da difusão de porta em porta ela estava em casa, rece-beu-me com muita alegria e conversamos bastante. Dias depois, disse-me que estava de mudança e ofereceu-me várias coisas que eu necessitava.

Na mesma semana consegui uma ajuda do meu irmão mais velho para saldar a dí-vida da faculdade e, dias depois, recebi um telefonema de uma amiga de minha mãe que se ofereceu a ajudar-me até terminar a faculdade, enviando-me mensalmente uma quantia, exatamente a que eu precisava para não me preocupar em trabalhar até ao �m do curso.

Mediante a orientação do nosso Presi-dente, Reverendo Carlos Eduardo Luciow, na Formação de Líderes Jovens, de sem-pre termos Sonen grande dentro de todos os aspetos da nossa vida. Decidi tornar-me uma aluna exemplar, fazer o mestrado para crescer pro�ssionalmente e, principalmen-te, encaminhar 100 pessoas à Igreja até ao �m do ano.

Depois dessas experiências maravilho-sas, aumentou ainda mais em mim a cha-ma do Servir à Obra Divina. Vou continuar o empenho no donativo diário e mensal de gratidão e dedicar na preparação, partici-pando todos os meses do Culto Mensal na Sede Central, que �ca a mais de 100 quiló-metros de minha casa.

Agradeço a Deus e a Meishu-Sama pela permissão de viver esta experiência, pelas orientações recebidas e a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, participaram do meu crescimento e fortalecimento.

Muito obrigada!

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CULTO MENSAL DE AGRADECIMENTO - MARÇO / 2017

PALESTRA DO PRESIDENTE DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGALREVERENDO CARLOS EDUARDO LUCIOW

Bom dia a todos! Os senhores estão a passar bem?

(Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama!) Graças a Deus e ao Messias Meishu-Sama!

Quero iniciar as minhas palavras, agra-decendo a todos os senhores, pela vossa sincera dedicação, que nos permite expan-dir a Obra de Salvação de Deus e Meishu-Sama aqui em Portugal! Muito obrigado! (Palmas)

Gostaria de saber quem está a vir hoje pela primeira vez, pode levantar a mão? Puxa! Tanta gente! Sejam bem-vindos à casa de Deus e Meishu-Sama e esperamos que essa seja a primeira de muitas outras visitas! Sintam-se em casa! (Palmas)

Estamos também a receber membros das seguintes Unidades Religiosas: Amado-ra e Sintra, Margem Sul, Lisboa, Coimbra, Aveiro, Vila Real, Porto e Gaia, naturalmen-te, e também do Brasil! Sejam todos muito bem-vindos! (Palmas)

Gostaria de dizer, com muita satisfação, que a nossa Caravana para Angola está an-

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dando muito bem e já são quinze as pes-soas que compraram a passagem! Aqui de Portugal sete, três da Itália, dois de Espa-nha, dois do Reino Unido e eu como res-ponsável. Quem deseja ir não perca essa oportunidade de conhecer a maravilhosa di-fusão dos nossos irmãos angolanos! Muitas vezes, tivemos o privilégio de contatar com eles no Solo Sagrado do Brasil ou do Japão e nesses encontros, podemos perceber cla-ramente, como eles conseguem transformar com sua alegria, a atmosfera espiritual onde quer se encontram. Quem teve essa permis-são de estar com eles é contagiante, não é? (Sim) Imaginem participar de um Culto com 15, 20 mil pessoas… eu já tive esse privilé-gio e posso garantir a todos que é algo ines-quecível!

Posso também garantir para os senho-res uma coisa. Quem ainda estiver em dú-vida, se vale a pena ou não, compre o seu bilhete, vá peregrinar e se não gostar, na vol-ta, eu reembolso a despesa do meu bolso! (Risos) (Palmas) Tenho tanta certeza que vão

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Ofertório de gratidão pela representante dos participantes, Srta. Eunice Vaz Vieira de Araújo Rego

Experiência de Fé da Srta. Cátia Domingas David Sumalgy

gostar que eu assumo esse compromisso pessoal com todos os senhores! Quem vol-tar e disser: “Não gostei, foi uma caravana ruim!” Eu reembolso a passagem e a des-pesa terrestre! É um grande negócio, só não pode mentir na volta! (Risos) Tenho certeza que vão adorar, é algo maravilhoso que nos entra mesmo na alma!

Quem daqui já comprou o bilhete pode levantar a mão, por favor? Três pessoas, parabéns! Não vão aproveitar o “satisfeto ou reembolsado?” (Risos) Têm que aprovei-tar essa grande oportunidade! Parabéns a quem decidiu ir, procurem por favor os seus Ministros e comprem o mais cedo possível, reservando o seu lugar. Tenho a certeza que, quem não for, vai ouvir os testemunhos de quem foi e vai �car arrependido…(Palmas)

E muita gente também pensa assim: “Eu não vou porque não tenho dinheiro…” Mas se criar objetivo e pedir permissão a Deus e a Meishu-Sama, os meios materiais vão chegar, tenho certeza disso! Porque não é uma viagem de turismo, é uma viagem espi-ritual, feita juntamente com os nossos Ante-passados e quando temos a permissão de Deus, Meishu-Sama e dos Antepassados, os meios materiais, automaticamente che-gam até nós, com a permissão Deles.

Entre o �nal do mês passado e o início

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desse mês, estive viajando pelas Unidades Religiosas de Lisboa, Oeiras-Cascais, San-tarém, Margem Sul, Amadora e Sintra. Fo-ram dias maravilhosos, em que tive a opor-tunidade de encontrar muitos membros, participei de três Cultos Mensais pela Salva-ção dos Antepassados, com a presença de mais de 150 pessoas, participei também de reunião com Professoras de Ikebana, reu-nião com jovens, de dois Dai Johrei Kai e �z visitas a muitos lares de membros, onde tive ocasião de transmitir Johrei a 76 pessoas.

Foi realmente muito bom e pude ouvir várias experiências, encontrar com as re-alidades locais, que me deram uma noção de como está o “campo da difusão”. Por-que se �camos fechados dentro da Igreja, perdemos o contato com o campo de ação, desconhecemos a realidade individual e dos grupos. Pude assim ouvir as di�culdades, as alegrias, as tristezas, as graças recebidas e conhecer a situação de cada um; até mes-mo para depois nas minhas Orações e Prá-tica do Sonen, poder rezar e entregar a Deus e Meishu-Sama.

Quero agradecer todo o amor e o cari-

nho com que eu fui recebido nesses locais, nessas unidades e nessas casas, por todos os membros e frequentadores, muito obri-gado! (Palmas)

Como aprendemos com Meishu-Sama no mês passado, iniciou o período de puri-�cação (Rishun) e acredito que todos os se-nhores sabem, fomos apanhados de surpre-sa por muitas notícias de puri�cações, seja a nível internacional, institucional e também pessoal. Algumas dessas notícias, inclusive, nos deixaram muito surpresos e chocados, porque não esperávamos, mas entendendo que a puri�cação é o amor de Deus, vamos aproveitar para, como foi dito no Culto pas-sado, nos puri�carmos através da Prática da Fé o máximo possível, sem ter necessida-de de sofrer. Quando chegar o sofrimento, mesmo que não desejado, que ao menos possamos sentir gratidão, por mais difícil que possa ser, especialmente, quando é um sofrimento muito severo, acompanhado de dor e de perda, mas é a gratidão que nos liga a Deus.

Vamos também, sem julgar as pessoas que estejam a puri�car, agradece-las por

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nómica é amor. E muitos pais confundem amor com carinho e criam �lhos fracos e inseguros. No dia em que esses pais morre-rem, esses �lhos não vão saber enfrentar a vida. Deixando enfrentar como ela teve que enfrentar, conseguiu crescer e amadurecer, coisa que não teria acontecido se os pais tivessem dado o dinheiro. Mesmo porque se dá um “x”, daqui a pouco ela quer “2 x” e quando ganhar “2 x” quer “3 x” e vai che-gar uma hora que não vai ter o que chegue; conheço muitos casos assim. Até o dia em que esse jovem, vai encontrar um limite e vai perder a vontade de viver ou vai pensar em tirar a vida dos pais, para �car com a heran-ça. Tem casos extremos que chegam a este ponto, não tem? (Sim) Infelizmente!

Graças ao grande amor de Deus ela en-controu essa di�culdade e foi conversar com o Ministro e ele falou: “O teu Sonen está er-rado, tu estás a administrar o dinheiro como teu, mas ele não é teu, pertence a Deus! Não estás a colocar Deus em primeiro lugar!”

Nós pensamos que quando abrimos a carteira: “Esse dinheiro é meu!” A gente abre o armário: “Vou vestir essa roupa, porque essa roupa é minha!” A gente entra no car-ro: “Vou conduzir esse carro porque é meu, está no meu nome, fui eu que comprei!” Vim nessa Igreja: “Essa Igreja é minha!” Acredita-mos que tudo o que pensamos seja nosso: o tempo, o emprego, a mulher, os �lhos… até quando não perdemos e descobrimos que nada é nosso! Tudo nos é emprestado por Deus para cumprir aquela missão.

Quando se coloca Deus em primeiro lu-gar, todo o resto passa a se encaixar. Po-demos comparar com os botões da camisa: quando apertamos o primeiro botão com a primeira casa, o segundo botão vai para o lugar certo, o terceiro vai para o lugar certo e a camisa �ca toda abotoada certinha. Se colocarmos o primeiro o botão na segunda casa, o que é que vai acontecer? Lá em bai-xo vai sobrar um pedaço de camisa, não é? (Sim) Se colocarmos o primeiro botão na ter-ceira casa, como é que vai �car? Vai faltar um pedação aqui em cima e a camisa �ca toda torta! (Risos)

estarem puri�cando por nós como nos en-sina Kyoshu-Sama, que quem puri�ca, não puri�ca só por si, mas também por toda a humanidade. Com muito amor e gratidão, vamos rezar por eles e suas famílias, que estão enfrentado esses momentos difíceis.

Gostaria de agradecer à Cátia Sumalgy, pela sua maravilhosa Experiência de Fé! Uma jovem de apenas 22 anos, que está tendo a permissão de ter experiências maravilhosas, que servem de exemplo para todos nós. Ela estava com di�culdade económica, espe-rando que o pai e a mãe ajudassem, mas Deus no seu in�nito amor, querendo que ela crescesse, não permitiu que os pais dessem dinheiro para ela. Não foram os pais que não quiseram dar! Deus é que disse para ela que estava na hora de crescer, amadurecer na sua própria fé!

Enquanto a criança é pequena, ela pre-cisa receber alimento, proteção, carinho, es-cola, roupa, mas quando a criança cresce e se torna um adulto sadio, precisa aprender a enfrentar a vida para crescer de forma ma-dura, porque senão �ca fraco. Dar dinheiro é carinho, deixar enfrentar a di�culdade eco-

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Isso é o que acontece na vida das pes-soas… “Ah! Não sei porquê na minha vida dá tudo errado! Nada dá certo! Nada com-bina!” Porque sua vida está fora da ordem. Deus não está em primeiro lugar e por isso, tudo o resto não vai dar certo, não vai encai-xar e não entende o porquê.

Na hora em que ela começou a colocar Deus em primeiro lugar, entendendo que o dinheiro é de Deus, o tempo é de Deus, a casa é de Deus, tudo pertence a Deus, ela teve a permissão de receber o Ministro na sua casa, para fazer a visita: “Encontrar - escutar - ministrar Johrei”. É uma visita que muita gente não está querendo receber. Di-zem: “Não, não posso receber o senhor na minha casa porque é pequena, é feia e está suja.” Começa a criar desculpas, para não receber a visita do Ministro. Eu sei que não é ninguém daqui, aqui todos querem…(Risos)

Na verdade, quem fecha a casa, está fechando o próprio espírito; na nossa casa está impregnado o nosso espírito. Quem acha que a casa é pequena é porque está com o espírito pequeno, quem acha que a casa está suja é porque acha que o espíri-to está sujo. Quem esconde a própria casa, está escondendo o próprio espírito, os pró-prios defeitos. Quando o nosso espiríto está bonito, limpo e aberto, mesmo que a casa

seja pequenininha, humilde, quem vem visi-tar, se sente bem, à vontade e até quer vol-tar! Uma casa pode ser luxuosa, cheia de obras de arte, de tapeçarias, de quadros caros, mas se o espírito do dono da casa é frio, quem entra alí não se sente bem. A casa transmite o espírito de quem vive.

Entretanto, ela recebeu o Ministro e ao abrir a casa, abriu o espírito e confessou o seu sentimento negativo para com os pais, que estava revoltada, porque eles não lhe davam dinheiro. Quando nós temos senti-mentos negativos para com os nossos pais, estejam eles vivos ou mortos, esse senti-mento faz mal principalmente para nós! É como se o galho tivesse sentimento nega-tivo pelo tronco, mas é do tronco que vem a seiva da raiz que chega até ao galho. Ou seja, é como se o galho rejeitasse o tronco e aí o galho seca. A primeira coisa que temos de fazer para sermos felizes é limparmos o nosso espírito em relação aos nossos pais, avós e antepassados, porque é através de-les que recebemos a Luz e a força prove-niente de Deus.

Infelizmente, neste mundo, muitas pes-soas têm mágoas, ressentimentos dos seus pais, muitas vezes por causa de problemas de herança: “Minha mãe, meu pai, deu mais para o meu irmão, do que para mim na di-

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mas materiais de falta de dinheiro, de mobí-lia de casa, se resolveram. A vizinha mudou de casa e deu a mobília para ela, a amiga da mãe ofereceu dinheiro para ela não pre-cisar trabalhar… Um grande milagre! (Palmas) Quando nós mudamos o nosso espírito, muda a matéria! Mas a gente quer mudar a matéria continuando com o mesmo espíri-to. Esse é que é o problema e por isso não melhora.

Meishu-Sama, no Ensinamento de hoje diz algo maravilhoso: “A fé só tem real-mente valor quando somos felizes. Se a praticamos, mas não alcançamos a felici-dade, é porque o motivo, infalivelmente, encontra-se no nosso próprio espírito.”

Agora vou fazer uma pergunta de um “milhão de euros”: “O que é o espírito?” Quem sabe-me explicar o que é o espírito? Será aquilo que a gente pensa? Não… Isso é o raciocínio, é a mente… É aquilo que a gente sente? Não… Isso é o sentimento…Quando se fala no espírito dos mortos, a gente lembra daquele fantasma dos �lmes de assombração… (Risos)

Para entender o que é o espírito, há um exemplo muito válido: Imagina uma fruta; qualquer fruta tem do lado de fora a casca, dentro a polpa e no núcleo o caroço. A casca é o pensamento, a polpa é o sentimento

visão dos bens…” Essas mágoas precisam ser puri�cadas! Como? Entregando-as, com sinceridade, a Deus! Quando nós entrega-mos a Deus as nossas mágoas, o nosso es-pírito se puri�ca. Mas porque é que a pessoa não consegue entregar as mágoas? Porque ela tem apego àquela mágoa, conserva-a alí guardadinha, fechadinha dentro de uma caixinha… (Risos) Não consegue se libertar e aquela mágoa vai-se re�etir negativamente na sua vida.

Quando ela conseguiu entregar aquela mágoa e teve a coragem de começar a fa-zer a difusão de porta a porta, entregando Flores de Luz, a sua vida começou a mudar! A sua primeira tentação foi: “Vou colocaras as Flores de Luz num cestinho com um car-taz, ‘Quem quiser pegue’… (Risos) Éh! Nosso ego é terrível! Acham que ego é brincadeira? (Não) O ego é das coisas mais assustadoras que existem!

Mas ela falou com a professora de Ike-bana que lhe disse: “Não, não! Desa�a o teu limite!” Aí ela começou, com coragem, a oferecer para os vizinhos e a ministrar Jo-hrei também. Mudou inclusive o sentimento de um vizinho que era chato, muito intransi-gente, que nem gostava. E no momento que ela se esforçou e começou a se dedicar para fazer outras pessoas felizes, os seus proble-

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e o caroço é o espírito. O problema é que a gente �ca praticando a fé com a “casca” e com a “polpa”, mas não chega ao “caro-ço”. A gente quer mudar a “casca”, o nos-so modo de pensar; quer mudar a “polpa”, que é o sentimento; mas não quer mudar o “caroço” que é o espírito.

Devemos receber Johrei no espírito, mas recebemos Johrei com a mente e com o sentimento, não com o espírito; buscar o que é o espírito, porque se o espírito es-tiver forte, o pensamento e o sentimento serão fortes; se o espírito estiver fraco, o pensamento e o sentimento serão fracos; se o espírito está elevado, o pensamento e o sentimento serão elevados. Mas a gente quer mudar ao contrário, atráves do pensa-mento e do sentimento, queremos mudar o espírito; mas é pelo espírito que se muda o sentimento e o pensamento, é justamenteo contrário!

Nós, na verdade, porque não o vemos e não o sentimos, não acreditamos na exis-tência do espírito… Acreditamos na exis-tência do pensamento, porque pensamos; acreditamos na existência do sentimento, porque sentimos. Mas o espírito só ouvi-mos falar que existe!

Kyoshu-Sama nos ensinou uma coisa

maravilhosa; que temos dentro de nós, da nossa alma, do nosso espírito, um Paraí-so; mas a grande maioria das pessoas que a gente conversa, não acredita nisso, que tem um Paraíso dentro. Porque é que não acredita nisso? Porque têm o pensamento conturbado ou disturbado; um sentimento sofredor, com mágoa, com ressentimento; não acredita na existência do Paraíso den-tro dele, porque os seus pensamentos e os seus sentimentos não são paradisíacos, não chegam ao espírito; esse paraíso interior não está no centro do pensamento, nem no centro do sentimento, está no centro do es-pírito.

Nós relacionámo-nos com os nossos pensamentos e com os nossos sentimen-tos, mas não nos relacionamos com o nosso espírito. Nós relacionámo-nos com a mente dos outros e com os sentimentos dos ou-tros, mas não com o espírito dos outros e é por isso que não vemos o Paraíso dentro das outras pessoas.

“Está nervoso, está irritado, está num in-ferno...” Você mesmo Cátia, quando estava deprimida, angustiada, cheia de dívidas na faculdade, etc. Como é que você se sentia naquele período em que precisava de di-nheiro e não tinha? Sentia o inferno, certo?

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resolveu o problema… Porque, aumentar donativo, não é para resolver problema eco-nómico; aumentar donativo é para restituir a Deus o que Ele nos dá… Donativo não é dar dinheiro para Deus, é devolver o que Ele nos dá, para Ele utilizar para salvar o mundo!

Quem acha que faz donativo para aju-dar a Igreja, está ofendendo Deus, como se Deus precisasse da ajuda dele, como se Deus fosse um mendigo, um sem abrigo que vou dar para ajudá-lo; não dêem dinhei-ro para ajudar Deus, porque Deus não está com um chapeuzinho esticado para pedir esmola…

Dos 100% que Ele me dá, vou retirar 10, 20, 30% e vou devolver para Ele, dos 100% que Ele me dá.

O dia tem 24 horas, então Deus dá-me 24 horas, dessas 24 horas eu vou devolver a Deus 2, 3 horas que Ele me dá, dedicando, para fazer as outras pessoas felizes; vou de-volver porque Ele me dá.

Porque 100% é d’Ele, mas como eu não consigo devolver a Ele os 100%, porque eu vou precisar de alguma coisa para viver, en-tão eu restituo a Ele o máximo que eu puder para Ele construir o Paraíso na Terra.

Deus me dá 100% da minha casa, toda ela é de Deus! Então, um dia ou dois por

(Sim) Mas era o inferno do espírito? Não! Era o inferno da sua mente perturbada com o pensamento: “Como é que vou pagar as dívidas?”

Quando entregou as suas mágoas e começou a fazer os outros felizes, mudou o espírito, chegou no “caroço”, no núcleo… Aí, misteriosamente, o irmão se ofereceu para pagar… a vizinha deu as mobílias, a amiga da mãe deu o dinheiro, etc. Isso não é um milagre? (Sim) Mas um milagre de quê? Da sua mudança!

Nós queremos praticar a fé para que os nossos problemas se resolvam, sem que nós tenhamos que mudar o nosso espírito; aí a pessoa diz: “Eu não sei porquê, dedico tanto, faço tanto, faço donativo, etc e os meus problemas não se resolvem…” Por-que o objectivo da fé, não é para resolver problemas; o objectivo da fé é praticar a fé para puri�car e elevar o espírito; a solução do problema vai ser uma consequência na-tural disso.

Parece simples, mas o nosso ego leva-nos para essa armadilha de querer resol-ver os problemas, sem mudar o espírito; parece a mesma coisa mas, na prática, é completamente diferente. Ela tinha até au-mentado o donativo de 15 para 30% e não

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semana, vou abrir a casa que é de Deus, que Ele está-me emprestando para eu viver dentro dela, abrirei algumas horas por se-mana para fazer um Núcleo de Johrei, para receber as pessoas que Ele vai mandar, para que elas sejam felizes!

Tudo é de Deus! Nada nos pertence! “Vou receber um Johrei com fulana”? Não! “Vou receber um Johrei com Deus, que vai utilizar fulana para me transmitir aquele Jo-hrei”; se dissermos: “Vou receber um Johrei dela, então vamos receber a energia dela; mas eu vou receber um Johrei de Deus, en-tão vou receber a Luz de Deus; não é a luz dela, mas sim a Luz de Deus! “Fulano, vem cá que eu vou-te dar Johrei”; eu não te vou dar nada, não é meu, “Eu vou-te transmitir a Luz de Deus”.

São aparentemente pequenos pontos, mas de profunda importância, que ao longo do tempo a gente veio se distanciando e de-pois, no �nal, não se consegue sentir o Pa-raíso no nosso espírito, porque nem pensa no espírito… Às vezes nem acredita que ele existe; sabe que existe a mente, sabe que existe o sentimento, mas não sabe que exis-te o espírito porque não o vê e não o sente.

Um dia perguntei para um Reverendo: “O que é a alma, pode-me explicar, por fa-vor?” Ele respondeu assim: “Tudo aquilo

que souberes como explicar, não é a alma! Porque tudo aquilo que tem uma explicação é sentimental ou racional e existe na consci-ência humana”. O espírito não é consciência humana e nós estamos presos nessa cons-ciência humana.

O nosso líder espiritual Kyoshu-Sama está sempre, de uma forma maravilhosa, nos levando a essa profunda re�exão; por-tanto, vamos estudar e aprofundar muito as suas Orientações.

Vamos abrir o nosso espírito, onde está o Paraíso, a Luz, onde está Meishu-Sama! Kyoshu-Sama diz que já está lá dentro, uma Luz in�nita, mas como esta está soterrada pelo ego, pelos pensamentos e pelos sen-timentos, nós vemos dentro de nós só tre-vas, ou alguém vê Luz dentro de si? (Não) Vê escuro, vê dúvida, vê sentimento negativo, mágoa, raiva, inveja; e isso pertence a quê? Ao mundo do pensamento, ao mundo do sentimento e não ao mundo do espírito que foi criado por Deus no Paraíso.

Assim, quando recebemos Johrei, va-mos receber Luz, mas como Kyoshu-Sama está orientando, essa Luz já está lá dentro; o acto de receber a Luz é só para reco-nhecer que a Luz que já está lá dentro de nós; quando vamos rezar na frente do Altar, já tem o Altar lá dentro de nós; vamos no

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sentimento… Religião não é intelecto, não é �loso�a, é espírito, é alma!

Os grandes religiosos, a começar por Meishu-Sama, e alguns grandes Reverendos e Reverendíssimos da nossa Igreja, tinham grande força espiritual; não era grande força intelectual, nem grande força sentimental; acabavam por ter também, mas como con-sequência natural da força espiritual. Quem encontrava com eles, não �cava indiferente à força espiritual que tinham, que provinha do espírito e não do intelecto. É essa força que nós precisamos buscar! Mesmo tentan-do encaminhar outras pessoas, se não tiver-mos esta força espiritual, elas não se senti-rão tocadas e atraidas por nós.

O vizinho da Cátia disse assim para ela: “Porque é que ninguém me escuta como a menina me escuta?” Porque será que ele sentiu a diferença dela em relação aos ou-tros vizinhos? Porque ela estava a escutá-lo com o ouvido de Meishu-Sama!

Quando nós começarmos a praticar o Meishu-Sama vivo na nossa vida, tudo vai começar automaticamente a mudar; essa é que é a prática espiritual! Não mental e mui-to menos sentimental. O espírito precede a matéria, não a mente nem o sentimento.

Portanto, este período do Rishun, que é um período de grande puri�cação, é tam-bém a puri�cação e elevação do nosso en-tendimento, da prática da fé.

Da mesma forma que não são mais to-leráveis neste período determinadas quanti-dades de máculas, também não serão mais toleradas certas ignorâncias ou incompre-ensões; é exigido um nível superior da prá-tica da fé.

Até hoje dedicando intelectualmente ou sentimentalmente, talvez andava bem. A partir de agora, cada vez mais, tem que ser espiritualmente, com o espírito, com a alma.

Vamos juntos aprofundar, a partir desta semana, nas nossas unidades religiosas, com os nossos Ministros, essa prática e tornarmo-nos pessoas capazes de verda-deiramente praticar, na sua essência, o que Meishu-Sama nos ensinou.

Muito obrigado e um bom mês para to-dos!

Solo Sagrado, para encontrar o Solo Sagra-do que já tem dentro de nós; vamos fazer a �or, a Ikebana, para encontrar a beleza que já tem dentro de nós… Porque se fazemos tudo isso fora, Johrei fora, oração fora, Igre-ja fora, Solo Sagrado fora, Ikebana fora e o espírito está nas trevas, não encontraremos a felicidade. No momento em que entra no espírito, abre o espírito e encontraremos �-nalmente o Paraíso!

Todas as dedicações, são ferramentas para abrir o espírito e encontrar o Paraíso; não são o objectivo, são meios para chegar ao Paraíso; nós praticamos Johrei como se fosse um �m, dedicamos como se fosse um �m, vamos ao Solo Sagrado como se fos-se um �m, mas não são, são meios de en-contrar o Paraíso dentro de nós; porque se não estivermos fazendo tudo isso, com este objetivo, vamos �car cansados de fazer e não vamos encontrar nem Luz nem Paraíso, vamos encontrar só infelicidade, dúvidas, inseguranças, mágoas e ressentimentos amargurando e entristecendo a nossa exis-tência.

Quando muda, tudo muda, de um mo-mento para o outro. Tudo aquilo que não ti-nha solução, aparece a solução; o problema era permitido por Deus, para que tu chegas-se ao teu espírito e não à tua mente, ao teu

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A FORMAÇÃO DO PARAÍSO NO LAR O segredo é conquistar o pergaminho mágico

9ª ParteContinuação da entrevista à revista Izunome (edição Japão) do Revmo. Tetsuo Watanabe

Durante o ano de 2010, a rede de te-ledifusão japonesa NHK apresentou

uma novela intitulada “A história de Ryoma Sakamoto1” e, logo após esta, foi transmi-tida a série “Saka no Ue no Kumo2” [Nu-vens sobre a colina], com roteiro original de Ryotaro Shiba3. Ou seja, as atenções ulti-mamente estão voltadas para personagens que viveram durante o período �nal da era Edo (1603 – 1868) e na era Meiji (1868 – 1912).

O xogunato Tokugawa, que durou cerca de 260 anos, deparou-se com a abertura do país (em 1854) e, com a devolução do po-der ao imperador, chegou ao seu �m. Esse facto marcou o início da era Meiji. Para se equiparar às grandes potências mundiais, o Império do Japão entra em guerra contra a China e, posteriormente, contra a Rússia. Tenho a impressão de que os personagens que atuaram nesse momento revolucioná-rio do Japão possuíam visão, sensibilidade e criatividade muito maiores que as do ho-mem contemporâneo.

Em 1904, quando teve início a Guerra Russo-Japonesa, Meishu-Sama tinha ape-nas 22 anos e, profundamente interessado pela �loso�a de Henri Bergson, de William James e de outros pensadores ocidentais, entregou-se totalmente ao seu estudo. No ano seguinte, abriu a loja de miudezas Ko-rin-do e, dois anos depois, foi à cidade de Izura, na província de Ibaraki, visitar um dos ícones do pensamento japonês, Tenshin Okakura.

Nessa época, Okakura, que estava no Japão e mantinha uma amizade próxima com intelectuais respeitados, se empenha-

Meishu-Sama, após vencer inúmeras dificuldades, volta-se para a concretização de seus sonhos e dá o primeiro passo como jovem empresário (1907).

va na preparação do catálogo da exposição de pintura japonesa do museu de Belas-Ar-tes de Boston e promovia a exposição das obras de Yokoyama Taikan e Hishida Shun-so, apresentando, assim, a excelência da arte japonesa. O ideal artístico de Tenshin não era japonês nem ocidental, tampouco buscava um “acordo” entre Oriente e Oci-dente; preferencialmente, pode-se dizer que era a proposta de um “desenvolvimen-to natural”. O pensamento de Tenshin, que, desta maneira, tentava criar um novo pata-mar para a Arte, deve ter in�uenciado mui-to o sentimento do jovem Meishu-Sama e não podemos negar que há pontos corres-pondentes na �loso�a do Izunome, nascida

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cas do animal perdido: “Por acaso, era um camelo cego de um olho, sem um dente, manco, transportando uma mulher grá-vida e carregando um fardo de mel e ou-tro de manteiga?” Diante de tão precisa descrição, o comerciante interpretou que eram eles os ladrões e mandou prendê-los. Quando estavam prestes a ser executados, o camelo em questão foi encontrado e o mal-entendido, esclarecido.

O rei persa, surpreso com tamanho equívoco, perguntou aos príncipes o que havia acontecido. Estes responderam que, enquanto andavam, perceberam que so-mente o pasto de um lado do caminho havia sido comido. Além disso, nos restos mastigados, havia sempre um resto ainda verde que não havia sido digerido, corres-pondendo exatamente ao tamanho de um dente. Notaram também que o rastro deixa-do pelo animal mostrava que este arrastava uma das patas e, ainda, que de um lado, as formigas se amontoavam devido à gordura da manteiga e, do outro lado, insetos que preferiam o mel, voavam em grande quan-tidade. No local onde o camelo se senta-ra, havia uma marca de calçado feminino, o que os fez acreditar ser uma mulher. As marcas de mão sugeriam que a mulher ha-via se apoiado para sustentar o peso, e isto fez supor que ela estava grávida. O rei �cou impressionado com tamanha sagacidade e capacidade de observação e análise e os recebeu como visitantes especiais, dispen-sando-lhes todas as honras possíveis.

Após o episódio, os três príncipes, agindo mais uma vez como hábeis deteti-ves, descobrem que um dos altos o�ciais da corte planejava assassinar o rei, enve-nenando-o. Os príncipes, então, previnem Sua Majestade de tal facto e salvam-no da morte. Os três jovens, que conquistaram a total con�ança do rei, recebem a missão de recuperar o “espelho da justiça”, Tesouro Nacional que se encontrava em poder da Índia.

A rainha da Índia, desejando manter a paz em seu país, via-se incapaz de devolver tal espelho. Os três príncipes, mais uma

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posteriormente. Meishu-Sama, que nasceu em 1882, era um grande patriota, porém agia sempre com o olhar voltado para o mundo, como todos os grandes persona-gens de sua época. Posteriormente, como um religioso que estava para além da reli-gião, abriu novos campos com extrema vi-talidade. São os jovens que, no mundo de hoje, levarão a cabo o desejo de Meishu-Sama. Bem, esta introdução já está longa demais. Hoje gostaria de falar sobre a for-mação desses jovens e convidar os leitores a re�etir comigo sobre este assunto.

OS TRÊS PRÍNCIPES DE SERENDIP

No Culto do Natalício de Meishu-Sama de 2010, falei sobre o Prêmio Nobel de Quí-mica, Dr. Akira Suzuki, que a�rmou que sua premiação se devia à pura serendipidade, que é um termo originado da palavra ingle-sa “serendipity”. Serendipidade refere-se à capacidade de fazer descobertas maravi-lhosas por acaso.

A palavra “serendipidade” foi criada pelo escritor inglês Horace Walpole, no sé-culo XVIII, ao se referir à lenda persa “Os Três Príncipes de Serendip”. Esta obra con-tém uma mensagem que considero muito importante para os jovens, por isso, gos-taria de apresentar aqui suas linhas gerais.

Era uma vez, um país insular chamado Serendip4. Certo dia, o rei de Serendip en-viou seus três �lhos em busca de um perga-minho mágico, necessário para exterminar o dragão, que vivia causando tempestades nos mares que circundavam a ilha.

Os três príncipes, que no palácio ha-viam aprendido os assuntos mais variados e recebido educação esmerada, partiram para colocar em prática tudo o que haviam aprendido até então.

Os três irmãos partiram, escondendo sua verdadeira identidade. Chegaram pri-meiro à Pérsia, onde encontraram um co-merciante que liderava uma caravana, mas que estava em grande apuro, pois havia perdido um camelo. Os príncipes, então, arriscaram descrever algumas característi-

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vez, com discernimento sem par, consegui-ram resolver os problemas que assolavam o país e recuperar o “espelho da justiça”.

Ao retornar à Pérsia, os três príncipes souberam que o rei estava muito doente e, para curá-lo, mandaram construir sete pa-lácios, instalando em cada um deles uma bela princesa de um país estrangeiro e um contador de histórias. O rei deveria passar um dia em cada palácio, onde, durante o dia, conversava com as princesas e, à tarde, ouvia as mais fantásticas lendas e episódios de aventuras narrados pelos contadores. No �nal do sétimo dia, o rei já havia recuperado a saúde.

No momento em que os três regressa-vam ao próprio país, o rei da Pérsia entre-gou-lhes uma carta de agradecimento a ser entregue ao rei de Serendip, que dizia: “A simples presença de seus �lhos trouxe be-leza e requinte a meu palácio. Sua coragem e sabedoria trouxeram paz e tranquilidade a mim e a meu país. Graças a isso, hoje meu império vive em paz.”

No �nal das contas, o pergaminho que expulsaria o dragão de seus mares não foi encontrado, mas o rei viu que os príncipes regressaram a Serendip após terem vivido inúmeras experiências, nas quais puderam dar vida a todo o conhecimento adquiri-do no palácio. Graças a tal conhecimento, eles descobriram quão importante era tratar aqueles que sofriam com amor e considera-ção, retornando a Serendip amadurecidos e nobres – esta foi a maior alegria do rei, pai dos três príncipes.

Posteriormente, os príncipes partiram, conquistaram seus próprios reinos e se ca-saram com lindas princesas – de beleza pura e suave, alegres e de sagacidade e discer-nimento à altura de seus maridos. Sempre com amor, coragem e sabedoria, eles vive-ram junto ao seu povo, felizes para sempre.

UM INCENTIVO AO “ESTUDO VIVO”

Esta lenda descreve o processo pelo qual os jovens passam até se tornarem ati-vos na sociedade.

Primeiro, assim como os príncipes receberam, no palácio, a mais esmera-da educação, desde o que diz respeito às regras sociais e à boa conduta até o aprendizado das mais variadas ciências, os jovens precisam receber em seus lares e escolas uma boa educação.

Issai Sato, um educador da era Edo, se destaca como uma das pessoas que mais in�uenciaram as grandes personali-dades do período tardio do regime feudal japonês e da era Meiji. Dentre as escolas controladas diretamente pelo xogunato, a instituição educacional onde ele ensina-va, a Shoheizakagakumonsho5, era con-siderada a melhor, contando com mais de mil discípulos. Entre eles, havia Sho-zan Sakuma e Shonan Yokoi, que, poste-riormente, tiveram como discípulos Shoin Yoshida, Kaishu Katsu e Ryoma Saka-moto entre outros importantes nomes do cenário político, �losó�co, educacional e empresarial japonês. Para estes jovens, os ensinamentos de Issai serviram como um gatilho, como a luz que iluminou a es-curidão desvelando novos conhecimen-tos e despertando-lhes o desejo ardente de absorvê-los em sua amplitude.

Naturalmente, o objetivo de tais per-sonagens não era aprender por aprender, mas aprender com o objetivo de mudar a realidade em que viviam. Creio que tal motivação foi o que fez com que conse-guissem realizar grandes feitos.

Alunos dedicados ao estudo no cursinho messiânico(Kyusei-Gakushu Juku). A leitura de Ensinamentos não

pode faltar (Izunome Center em Yokkaichi).

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Issai Sato pregava a importância de o estudo estar sempre adequado à realida-de, a�rmando o seguinte: “Quando teo-ria e prática se fundem, nós nos conven-cemos de que o estudo jamais pode se afastar do cotidiano”. Ou seja, os idealis-tas que estudaram com ele e desejavam o �m do sistema feudal e a renovação do país, aprenderam, conforme Meishu-Sama nos orienta no Ensinamento “Ina-dequação do Estudo”, que “(...) existe o estudo vivo e o estudo morto. (...) Aprender por aprender é estudo morto, enquanto aprender algo para ser utili-zado na sociedade é estudo vivo.”

Esta maneira de pensar também se aplica ao estudo dos ensinamentos. Existe a leitura que fazemos fervorosa e exaustivamente como prática religiosa; entretanto, existe também aquela que realizamos combinando leitura e prática dos Ensinamentos de Meishu-Sama com a leitura de obras deixadas por outros santos e sábios. Com o estudo aliado à realidade, conseguimos fazer com que a vontade de Meishu-Sama tome assento dentro de nós e, por meio dos nossos sentimentos, palavras e actos, podere-mos transmitir corretamente o sentimen-to de Meishu-Sama ao homem contem-porâneo, conectando-o com a salvação.

A vontade de evoluir é particularmen-te importante para um jovem. O grande desejo de Nidai-Sama era que apren-dêssemos e vivêssemos o maior número possível de experiências, sempre harmo-nizando o que aprendemos com o que vivenciamos. Por isso, nos orientou: “(...) Nossa elevação é o que mais agrada ao Criador. Os jovens que se encarregarão da Nova Era devem vivificar sua ilimita-da energia na leitura e na obtenção de experiências. Desejo que se preparem para o futuro e, quando forem ao exte-rior, estejam com o ‘Tie Shokaku’ (Inteli-gência da Percepção Verdadeira) polido, para poderem responder e explicar sob qualquer ângulo os Ensinamentos de Meishu-Sama de maneira satisfatória.”

A PARTIDA

Um dia, o rei de Serendip envia os três príncipes em uma viagem cheia de aventu-ras sob o pretexto de que deveriam encon-trar meios de expulsar um dragão, mas seu desejo real era que os jovens vivi�cassem tudo o que haviam aprendido no palácio. Há um dito que diz: “Se você ama seu �-lho, deixe-o bater asas”. Para que eles ama-dureçam e se tornem verdadeiros adultos, é importante que experimentem o mundo, que encontrem muitas pessoas, que vivam a realidade. Quando o xogunato chegava ao seu �nal, surgiu um grupo de jovens cha-mados de Os Cinco Choshu6. Eram Kaoru Inoue, que posteriormente foi chamado de pai da diplomacia japonesa; Kinsuke Endo, patrono da moeda; Yamao Ouzo, patrono da engenharia; Hirobumi Ito, um dos polí-ticos mais importantes da história do Ja-pão; e Massaru Inoue, o pai da ferrovia no Japão – todos pertenciam à classe samurai do domínio de Choshu. Estes jovens foram enviados ao exterior no período mais tardio do xogunato Tokugawa. A maioria foi para Londres, para estudar no University College London. Foi um acto de extrema coragem em meio aos problemas acarretados pelo isolacionismo japonês da época. Graças a esta atitude, os jovens entraram em contato com a avançada cultura do Ocidente e, jun-to com o susto e a surpresa, conseguiram vislumbrar o caminho a ser seguido pelo Japão, desempenhando um grande papel nesse sentido.

Por outro lado, como estão os jovens de hoje em dia? Apesar de estarmos vivendo uma era globalizada, a maior parte deles não demonstra muito interesse pela cultura de outros países. Isso se explica porque tal-vez haja mais criminalidade e riscos no ex-terior. Uma vez que também existe a barreira da língua, muitos preferem continuar em seu país. Parece que o homem moderno perdeu o espírito de aventura, além de se proteger exageradamente. Tenho a sensação de que, no Japão, o espírito dos jovens regrediu a um estágio anterior à Restauração Meiji,

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quando, por volta dos anos 1800, o país ain-da vivia isolado do restante do mundo.

Tenho a impressão de que, até certo ponto, o descontentamento com a própria situação impulsiona o crescimento dos jo-vens. A�nal de contas, somente ao partir, ao sair para ver como é lá fora, é que consegui-mos enxergar de maneira clara e objetiva o mundo em que vivíamos, bem como a nós mesmos. Agir assim signi�ca cultivar um olhar objetivo, como se fosse aquela “se-gunda pessoa” à qual Meishu-Sama se re-fere quando nos orienta: “É necessário que o homem aprenda a se analisar objetiva-mente, isto é, crie em si uma ‘segunda pessoa’ que o veja e critique. Tal prática lhe evitará muitos problemas.” (Alicerce do Paraíso – Subjetivismo e Objetivismo). Conhecer, experimentar e harmonizar o que é familiar e o que é estranho é extremamente importante para o amadurecimento e aper-feiçoamento do ser humano.

É muito importante que, de forma seme-lhante à do rei de Serendip, nós, adultos e pais, proporcionemos aos �lhos a oportuni-dade de conhecer o mundo lá fora, de entrar em contato com diversas realidades. “Co-nhecer o mundo” não signi�ca, somente, viajar por países estrangeiros. Sair de casa já é estar fora. Encontrar novas pessoas, ad-quirir novos conhecimentos, viver novas ex-periências também são factos fora do âmbi-to do já conhecido.

ALEGRIA QUE SUPERA QUALQUER DIFICULDADE

Naturalmente, sair para ver o mundo também implica dor. Conhecer e conviver com novas pessoas pode gerar con�itos. Corremos riscos, perigos. Também nos de-paramos com outras tristezas. Contudo, a alegria sentida ao conhecer e vivenciar um mundo novo, até então jamais visto, é maior que qualquer um destes sofrimentos. É algo grandioso, incomparável.

Desde a juventude, dei muita preocupa-ção aos meus pais. Acredito que meu pai tenha �cado bastante apreensivo quando

parti do Japão para o Brasil. Mas acredito que, por trás disso, ele tinha certeza de que, mesmo que eu perdesse a vida nesse país tão distante, lá encontraria o que me faria crescer e amadurecer como ser humano. Hoje, mesmo após tantos anos, sinto pro-funda gratidão pelo amor e coragem de meu pai, que me deixou partir.

No Brasil, passei fome, a ponto de invejar os sem abrigo, que tinham coragem de revi-rar latas de lixo para encontrar o que comer. Passei por situações muito perigosas, nas quais poderia até mesmo ter levado um tiro. Sofri preconceito racial e religioso. Entre-tanto, foi passando por isso tudo que senti verdadeira gratidão por meus pais, irmãos e minha terra natal. Vieram à tona vários sen-timentos como sensação de impotência e arrependimento por não ter estudado mais. Porém, pude experimentar o amor daqueles que, ultrapassando qualquer barreira racial ou religiosa, tinham grande compaixão. Fiz verdadeiros amigos, com os quais eu podia me abrir completamente. Quando isto acon-teceu, experimentei uma felicidade jamais sentida até então.

Meu maior ganho foi a oportunidade de ampliar minha visão de mundo ao me dar conta, de corpo e alma, da existência de di-versas culturas e diversos povos, que vivem intensamente, ora na alegria ora na tristeza. Fala-se muito de amor universal, de amor para com a humanidade. Creio que o cami-nho mais curto para senti-lo, é conhecendo muitas pessoas, amando-as e sendo ama-

O Revmo. Tetsuo Watanabe (centro), aos 21 anos,quando partia para fazer difusão no Brasil.

Os membros foram despedir-se dele no porto.

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dos por elas; aprendendo a amar e a valo-rizar a cultura que elas prezam. Se agirmos dessa maneira, começará a brotar, natural-mente, no fundo de nossos corações, o tão almejado amor universal, o amor pela huma-nidade.

ESFORÇAR-SE O MÁXIMO PELO BEM DO PRÓXIMO E DA HUMANIDADE

Os três príncipes encontraram-se com pessoas que tinham os mais variados pro-blemas. Para resolvê-los, dedicaram-se a elas diligentemente, valendo-se de todo co-nhecimento e habilidade de que dispunham. Quando somos úteis ao próximo, nós nos aperfeiçoamos e crescemos.

Atualmente, em países como o Japão, o índice de desemprego entre os jovens, in-clusive os récem-graduados, continua alto. Dizem mesmo que o mercado de trabalho encontra-se congelado. Será que é isso mesmo? No caso do Japão, a maioria dos jovens, tão logo sai das universidades, al-meja empregos estáveis em grandes empre-sas. Entretanto, em meio à crise econômica pela qual passamos, isto não seria querer demais?

Justi�cando que ainda não encontraram o emprego que desejam, muitos continu-am morando na casa dos pais e vivendo às suas custas. Contudo, em minha opinião, tão logo se forme, um jovem deve buscar sua independência �nanceira. Mesmo que não encontre o emprego dos seus sonhos num primeiro momento, ele deve começar a trabalhar. Se, de facto, tiver um sonho, cer-tamente, conseguirá conciliar emprego e es-tudo a �m de realizá-lo. Aqueles que conti-nuam morando com os pais devem oferecer uma parte de seu salário para contribuir com as despesas domésticas.

Trabalhar já é, em si, uma forma de con-tribuir para a sociedade. O labor é algo sa-grado e signi�ca trabalhar em prol da so-ciedade, da empresa em que se trabalha e também das pessoas.

Nidai-Sama nos orienta: “(...) O ser hu-mano, que é Seu instrumento [de Deus],

deve cumprir alguma função em prol do progresso da sociedade e do seu seme-lhante. O ser humano é, sem exceção, um trabalhador e podemos dizer que o traba-lho é sagrado. (...) Mesmo que pareça uma tarefa insignificante, se for feito com todo o amor, infalivelmente ela se comunicará a Deus, tornando-se um serviço prestado a Ele. Isso vem a ser a sinceridade, que acabará retornando para a própria pes-soa. (...) Em suma, o verdadeiro homem é aquele que se empenha o máximo na função que lhe foi designada. Se ele as-sim proceder, esteja onde estiver, Deus o estará observando e, infalivelmente, lhe concederá proteção e elevação. Por se tratar da coisa mais importante da vida, gostaria que os jovens guardassem firme-mente em seus corações o que eu acabo de dizer.” (A Fonte da Sabedoria: “Reali-zar o esforço máximo de acordo com o Jishoi (Tempo, Espaço e Posição”). Não é necessário perder as esperanças só porque não conseguiu ser admitido pela empresa que desejava ou porque não foi designado para o sector que queria. Como Nidai-Sama nos orientou, o trabalho é sagrado. Portan-to, o emprego que temos agora nos foi con-cedido por Deus. Nele encontraremos tudo o que precisamos aprender e desenvolver neste momento.

Deus nunca concede experiências des-necessárias. Pelo contrário: é o ser humano quem desperdiça as experiências vividas. Por vontade própria, esquiva-se dos proble-mas e desa�os que lhe são postos à frente e, por este motivo, deixam de evoluir. Se ele enfrentar o problema resolutamente, arrega-çando as mangas, o mundo espiritual come-ça a atuar. Mesmo que seja uma empresa pequena, tente trabalhar com muito amor e objetivo. Pense: “Vou desenvolver um pro-duto maravilhoso que traga felicidade a mui-tas pessoas e transformar esta empresa na melhor de todas!”.

Seja qual for a posição que ocupe, se al-guém se empenha o máximo possível pelo bem do mundo e do próximo, é reconhecido e amado por todos. Aliás, o mais impor-

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1. Ryoma Sakamoto (1836 – 1867) foi um samurai do �nal da era Edo. Considerado o “pai da Marinha Japonesa”, foi um importante articulador no processo de restabe-lecimento do poder ao imperador e da construção de um Japão livre do feudalismo.2. Saka no ue no kumo é uma das principais obras do escritor Ryotaro Shiba. Trata-se de um romance épico, publicado originalmente em série, entre 1968 e 1972. Conta a história de três personagens que viveram durante a era Meiji. O título é uma alusão ao Japão, que abandonava o feudalismo e escalava uma ladeira muito íngreme, rumo à consolidação de uma nação moderna.3. Ryotaro Shiba (1923 – 1996) é considerado um dos escritores mais lidos em todo o Japão. Ficou conhecido, principalmente, por seus romances de época.4. Atual Sri Lanka.5. Gakumonsho – Instituições educacionais da época feudal japonesa. Caracteriza-vam-se por serem postos que funcionavam como escolas diretamente ligadas ao poder feudal.6. Choshu foi um domínio feudal do Japão do período Edo (1603-1867) que ocupava o local onde hoje se encontra a província de Yamaguchi. Este domínio exerceu um papel importante no �m do xogunato Tokugawa.

tante de tudo: Deus reconhece seu esfor-ço. Se formos amados por Ele, a porta do sucesso se abrirá naturalmente e seremos abençoados com inesperadas graças e sor-te: a chamada “serendipidade”. Con�ando na Vontade Divina, gostaria que seguísse-mos nosso caminho sempre buscando evo-luir, para que nos tornemos pessoas que amam e são amadas.

A propósito, o �nal da lenda não faz ne-nhuma menção ao “pergaminho mágico es-sencial para exterminar o dragão”. Será que isto não aconteceu porque, na realidade, o segredo para exterminar o dragão seriam a Sabedoria, a Coragem e o Amor Altruísta assimilados pelos jovens príncipes ao lon-go da viagem? Como testemunhou o rei da Pérsia na carta que enviou ao pai dos prínci-pes, só a presença destes jovens já fez com que o palácio real se tornasse mais belo e requintado. Só de eles estarem por perto, estabeleceuse a paz. Não seria isto uma “força mágica”?

Se, ao menos, este “pergaminho mági-co” for conquistado, será muito fácil difundir

o Johrei e o desejo de Meishu-Sama para as pessoas do mundo, conduzindo-as à felici-dade.

Aos jovens, gostaria de pedir: não vivam reclusos dentro de suas próprias cascas; al-cem longos voos pelo mundo! Pais: apoiem seus �lhos e deem-lhes o empurrão neces-sário. Tenho certeza de que Deus e Meishu-Sama estão preparando maravilhosas expe-riências, sonhos e novos horizontes!

Bem, só me resta desejar “bon voyage”!Uma boa viagem!

PEREGRINAÇÃO AO FUTURO SOLO SAGRADO DE CACUACO – ANGOLAPORTUGAL – ESPANHA – REINO UNIDO – ITÁLIA – SUÍÇA

29/06 a 05/07/2017

SÍNTESE DA PROGRAMAÇÃO:- Culto Mensal de Gratidão da Sede Central de África,

com a participação do Presidente Mundial Rev. Masayoshi Kobayashi.- Visita e dedicação no futuro Solo Sagrado de Cacuaco.

- Visita à Escola Agrícola Mokiti Okada.- Visita e dedicação num Johrei Center de Luanda.

A inscrição é considerada válida após a compra do bilhete de avião. Mais informações junto dos Ministros responsáveis de sua Unidade Religiosa.