BOLETIM INFORMATIVO — JUNHO 2007 — Nº 1 Colégio ... · Para sobreviver, morando em um porão...

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BOLETIM INFORMATIVO JUNHO 2007 Nº 1 Colégio Metropolitano: Continua na página 3 No distante ano de 1932, ADAUTO MIRANDA RAPOSO DA CÂMARA deu iní- cio a uma nova vida. Sua luta come- çara longe do Rio de Janeiro, mais exatamente no Rio Grande do Norte. Advogado, professor, intelectual, po- lítico militante, secretário de Estado, homem preocupado com educação, sua carreira de sucesso foi brusca- mente interrompida pela Revolução de 1930, à qual se opôs, por fidelidade aos seus companheiros de partido e por convicção. A família CÂMARA teve muitas di- ficuldades, por conseqüência dos atos revolucionários, das perseguições po- líticas a que seu Chefe foi submeti- do. Mudou-se para o Rio de Janeiro, exilado, para viver a precariedade de sua situação. A família, na época, era constitu- ída de três pessoas: Dona Wanda Za- remba da Câmara, seu filho Mário e o próprio Dr Adauto. Para sobreviver, morando em um porão habitável, passou a ganhar seu sustento ministrando aulas particula- res. Como era excelente mestre, os alunos foram aparecendo, sua fama aumentando, o que lhe fez perceber a necessidade de encontrar um lugar mais adequado. A vocação de mestre, aliada à von- tade de construir algo mais sólido para a família, levou-o a um velho prédio, na rua Dias da Cruz, encimado pelo tí- tulo: CURSO DE LETRAS. Era uma cons- trução de dois andares, própria para Colégio, ou melhor, para um Ginásio, que era como se chamavam as esco- las de ensino médio naquela época. assinado por Sua Excelência o Presi- dente Getúlio Vargas e pelo Ministro da Educação e Saúde, Dr Gustavo Capanema, o COLÉGIO METROPOLITA- NO estava reconhecido e aprovado pelo Governo, no prazo regulamentar. Agora, era urgente prosseguir no crescimento da escola, encontrar no- vos espaços, contratar professores, consolidar uma filosofia bem defini- da, construir um projeto pedagógico consistente. Os três fundadores, Adauto, Alexan- dre e Vitoldo, foram, aos poucos, con- solidando o nome do Colégio que, já em 1940, oito anos depois de fundado, era o mais importante do bairro. Nesse mesmo ano de 1940, o Co- légio adquiriu um terreno e um pré- dio próximos. Mais salas foram construídas, gabinete médico, sala de arquivo, enfim, não se tratava mais de uma modesta instituição de ensi- no, mas de uma escola de alto padrão para a época. Buscando ajuda de pa- rentes, Dr Adauto conse- guiu os recursos necessá- rios para iniciar sua aven- tura. Com cerca de 20 alu- nos, o professor Adauto, com sua larga experiência e vasta cultura, dava au- las de tudo. Instrumentos de laboratórios, carteiras, tudo enfim que constitui uma escola foi conseguido com muito esforço e mui- ta reforma. A primeira rede de vôlei da escola foi confeccionada por Dona Wanda. Nos meses seguintes, foi necessá- rio contratar mais professores, am- pliar o ambiente de trabalho e o ano letivo de 1932 terminava com COLÉ- GIO METROPOLITANO e seu primeiro desafio superado: a escola não se inviabilizou, ao contrário, mostrou-se plenamente capacitada. A luta fora árdua, sem dúvida. No ano de 1934, o Colégio, com sua ha- bilitação já aprovada pelo Ministério da Educação, iniciou com 61 alunos e terminou com 192, um crescimento de mais de 200 por cento! A associação do Dr ALEXANDRE DIJESU DO COUTO e de VITOLDO ZA- REMBA deu o impulso que faltava. Pela legislação vigente na época, os colégios necessitavam de uma autori- zação definitiva para que a inspeção permanente, feita pelo Governo, des- se legalidade definitiva ao Colégio. Fi- nalmente, depois de muitos relatórios e muitas visitas de técnicos, o Decre- to número 774 de 27 de abril de 1936, uma história

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B O L E T I M I N F O R M A T I V O — JUNHO 2007 — N º 1

Colégio Metropolitano:

Continua na página 3

No distante ano de 1932, ADAUTOMIRANDA RAPOSO DA CÂMARA deu iní-cio a uma nova vida. Sua luta come-çara longe do Rio de Janeiro, maisexatamente no Rio Grande do Norte.Advogado, professor, intelectual, po-lítico militante, secretário de Estado,homem preocupado com educação,sua carreira de sucesso foi brusca-mente interrompida pela Revolução de1930, à qual se opôs, por fidelidadeaos seus companheiros de partido epor convicção.

A família CÂMARA teve muitas di-ficuldades, por conseqüência dos atosrevolucionários, das perseguições po-líticas a que seu Chefe foi submeti-do. Mudou-se para o Rio de Janeiro,exilado, para viver a precariedade desua situação.

A família, na época, era constitu-ída de três pessoas: Dona Wanda Za-remba da Câmara, seu filho Mário e opróprio Dr Adauto.

Para sobreviver, morando em umporão habitável, passou a ganhar seusustento ministrando aulas particula-res. Como era excelente mestre, osalunos foram aparecendo, sua famaaumentando, o que lhe fez percebera necessidade de encontrar um lugarmais adequado.

A vocação de mestre, aliada à von-tade de construir algo mais sólido paraa família, levou-o a um velho prédio,na rua Dias da Cruz, encimado pelo tí-tulo: CURSO DE LETRAS. Era uma cons-trução de dois andares, própria paraColégio, ou melhor, para um Ginásio,que era como se chamavam as esco-las de ensino médio naquela época.

assinado por Sua Excelência o Presi-dente Getúlio Vargas e pelo Ministroda Educação e Saúde, Dr GustavoCapanema, o COLÉGIO METROPOLITA-NO estava reconhecido e aprovadopelo Governo, no prazo regulamentar.

Agora, era urgente prosseguir nocrescimento da escola, encontrar no-vos espaços, contratar professores,consolidar uma filosofia bem defini-da, construir um projeto pedagógicoconsistente.

Os três fundadores, Adauto, Alexan-dre e Vitoldo, foram, aos poucos, con-solidando o nome do Colégio que, jáem 1940, oito anos depois de fundado,era o mais importante do bairro.

Nesse mesmo ano de 1940, o Co-légio adquiriu um terreno e um pré-dio próximos. Mais salas foramconstruídas, gabinete médico, sala dearquivo, enfim, não se tratava maisde uma modesta instituição de ensi-no, mas de uma escola de alto padrãopara a época.

Buscando ajuda de pa-rentes, Dr Adauto conse-guiu os recursos necessá-rios para iniciar sua aven-tura. Com cerca de 20 alu-nos, o professor Adauto,com sua larga experiênciae vasta cultura, dava au-las de tudo. Instrumentosde laboratórios, carteiras,tudo enfim que constituiuma escola foi conseguidocom muito esforço e mui-ta reforma. A primeirarede de vôlei da escola foiconfeccionada por Dona Wanda.

Nos meses seguintes, foi necessá-rio contratar mais professores, am-pliar o ambiente de trabalho e o anoletivo de 1932 terminava com COLÉ-GIO METROPOLITANO e seu primeirodesafio superado: a escola não seinviabilizou, ao contrário, mostrou-seplenamente capacitada.

A luta fora árdua, sem dúvida. Noano de 1934, o Colégio, com sua ha-bilitação já aprovada pelo Ministérioda Educação, iniciou com 61 alunos eterminou com 192, um crescimentode mais de 200 por cento!

A associação do Dr ALEXANDREDIJESU DO COUTO e de VITOLDO ZA-REMBA deu o impulso que faltava.

Pela legislação vigente na época, oscolégios necessitavam de uma autori-zação definitiva para que a inspeçãopermanente, feita pelo Governo, des-se legalidade definitiva ao Colégio. Fi-nalmente, depois de muitos relatóriose muitas visitas de técnicos, o Decre-to número 774 de 27 de abril de 1936,

uma história

JUNHO 2007COLÉGIO METROPOLITANO

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Editorial

Ao completar 75 anos

de livre exercício da edu-

cação, o COLÉGIO ME-

TROPOLITANO detém

uma riqueza incompará-

vel: o privilégio de ter for-

mado gerações.

Se concordamos com

Ortega y Gasset, para

quem uma geração dura-

va 15 anos, o METROPOLI-

TANO já recebeu, em seus

bancos escolares, pelo

menos 5 gerações. É uma

marca para se festejar.

Cinco gerações de ca-

riocas, de brasileiros,

atravessaram o umbral

de nossa porta e recebe-

ram a formação que jul-

gamos mais consoante

com o mundo, desde

1932. Difícil calcular, em

números precisos, quan-

tos jovens, quantas crian-

ças, encheram de alegria

os corredores e os

pátios nesses 75 anos,

certamente, milhares.

Esta marca só foi pos-

sível de ser alcançada por

uma determinação: ade-

quar o projeto pedagógi-

co à realidade da comu-

nidade por nos atendida.

Principalmente porque

nossa filosofia de ensino

não é uma receita pronta

e acabada, não é modis-

mo de ocasião, ela vai se

construindo, passo a

passo, conforme os desa-

fios que a sociedade nos

apresenta. Tem sido uma

relação de parceria entre

professores, coordena-

dores, diretores, famílias

e alunos. Por isso, conse-

guimos harmonizar tradi-

ção e modernidade num

mesmo projeto.

Mantivemo-nos fiéis

ao conceito de Educação

integral, incluindo aí a

formação humanística,

as artes, a cultura, a infor-

mação que favorece a

prática de uma educação

da sensibilidade. O sujei-

to que pretendemos fa-

zer florescer não se res-

tringe aos conteúdos dis-

ciplinares clássicos; o

METROPOLITANO com-

plementa o ensino das

matérias do núcleo co-

mum com as atividades

fora da sala de aula , enri-

quecendo aqueles con-

teúdos, com visitas guia-

das, teatro, xadrez, espor-

tes, exposições, feiras,

concursos, oficinas e li-

vros, muitos livros, em

nossa Biblioteca.

E ainda temos o orgu-

lho de ver em nossos

quadros Dona WANDA

ZAREMBA DA CÂMARA,

esposa de um dos

idealizadores do Colégio,

ADAUTO DA CÂMARA,

testemunha ocular das

cinco gerações que por

aqui passaram.

Dona WANDA é nos-

so símbolo e nossa ins-

piração.

Metropolitano:formando gerações

As professoras ANGELA eCHRISTINA há muito se inte-graram plenamente às rotinasda Direção do COLÉGIO ME-TROPOLITANO, responsáveisque são pelas atividades doEnsino Infantil e Fundamental.É a terceira geração de uma fa-mília de ilustres educadores in-teiramente devotados aos ide-ais de ADAUTO DA CÂMARA.

Filhas do prof. HenriqueZaremba da Câmara, atual di-retor do Metropolitano, ambasestão ligadas ao Colégio desdeque freqüentaram as turmasde CA até a 3a série do EnsinoMédio. Concluíram seus cursossuperiores e especializaram-senas áreas da pedagogia e assu-miram a gestão da educaçãoinfantil e fundamental, não semantes passar pelas várias instân-cias administrativas do Colégio,cumprindo a tradição estabe-

O futuro se escreve agoralecida na família.

Em futuro próximo, as duasjovens administradoras estarãocada vez mais envolvidas nosprojetos do COLÉGIO, dandocontinuidade a um trabalhoque começou há 75 anos.

É o futuro de um ideal quese confirma no presente.

Profª Angela Zaremba

WILLIANS DE PÁDUAFIGUEIREDO tem inúmerasqualidades que favorecem, emmuito, seu merecido sucesso:educado, responsável, inteli-gente, maduro, atento, tranqüi-lo, estudioso, equilibrado.

Todos esses predicados,aliados a um ensino forte, comuma equipe altamente espe-cializada em vestibulares, co-ordenada e orientada pelo Prof.Roberto Zaremba Bezerra, nãopoderia ter resultado diferen-te: Willians tirou 1º LUGAR NAUFRJ, 1º LUGAR NA UERJ e 4ºLUGAR NA UFF, na carreira deFísica.

Era hábito seu gabaritar vá-rias provas dos Vestibulares Si-mulados realizados pelo ME-TROPOLITANO. No Vestibularoficial não foi diferente: deu umshow em Física, sua carreira es-colhida, em Matemática e em

Química. Seus professores jásentem saudades.

Na pessoa de Willians, o CO-LÉGIO METROPOLITANO home-nageia todos os alunos aprova-dos nos vestibulares 2007. Apro-veitamos também para parabe-nizar toda nossa dedicada equi-pe de professores.

Nosso destaque

Profª Christina Zaremba

JUNHO 2007 COLÉGIO METROPOLITANO

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Em 12 de novembro de 1942, umdecreto assinado pelo Presidente daRepública permitia que o GymnasioMetropolitano passasse à categoria deColégio, o que significava, na época, aemancipação, isto é, dependia de suaspróprias estruturas para funcionar, semtanta interferência do poder central.Era a autonomia necessária para inves-tir e criar seu próprio estilo de vida.

Dez anos depois, portanto, o METRO-POLITANO ganhava predomínio no bair-ro, na região e já era bem visto no Riode Janeiro.

Tudo caminhava a contento. Os alu-nos aumentavam em número, a famase espalhava e o Colégio se tornava re-ferência em todo Estado.

Mas, no dia 17 de outubro de 1952,numa noite silenciosa, morria o profes-sor Adauto. A comunidade do Méier, osalunos, os colegas, os moradores do bair-ro se uniram para chorar a morte daque-le carioca honorário, chefe de famíliaexemplar, intelectual competente, sobre-tudo, o Professor, ADAUTO DA CÂMARA.

O ano de 1952 mostrava o colégiocom 971 alunos.

Graças ao talento de um dos maisimportantes professores de matemáti-ca do Brasil, professor JAIRO BEZER-RA, agora diretor do Colégio, foi pos-sível continuar avançando na direçãodo sucesso.

Entre 1955 e 1961, o Colégio já setornara uma legenda e se integrou àpaisagem do Méier. Lá se ergueu, im-ponente, mais vasto, amplíssimo, noterreno em que hoje funciona umShopping Center. O METROPOLITANO,porém, ainda ocupa parte do mesmoterreno; ainda habita sua origem.

A década de 1960 foi riquíssima parao empreendimento. Consolidou seusmétodos e se tornou referência no En-sino. Adaptou-se com rapidez às novasleis, como a de Diretrizes e Bases, ejamais se deixou influenciar pelas mu-danças políticas dos conturbados anosde 1964-1968.

Em 1968, assumiu a direção o Pro-fessor HENRIQUE ZAREMBA DA CÂMARA,filho mais novo do casal, e que, até estadata, continua à frente do Colégio.

Nas décadas seguintes, sobretudo apartir dos anos 1990, o Colégio conse-guiu atravessar a turbulência econômi-ca, conseguiu superar as dezenas demudanças na legislação, continuou re-alizando sua missão com o mesmo vi-gor de sempre.

Na década de 1980, entre os anos1984 e 1986, o Colégio chegou à marcade 3 mil alunos!

Durante 1970 e 1980, para melhoratender as famílias, incorporaram-se

ao METROPOLITANO dois novos espa-ços: os prédios da Lopes da Cruz, 176e da Rua Jacinto, 81, com a finalidadede abrigar as crianças do Jardim, CA,do antigo primário, e os alunos do cha-mado Ensino Fundamental. Os do en-sino médio continuaram no Prédio tra-dicional.

Hoje, ao completar 75 anos, comginásio de esportes, laboratórios, au-ditório, quadras de esporte, bibliote-cas, computadores, tudo o que é ne-cessário para se prestar um bom servi-ço, o METROPOLITANO continua acre-ditando que uma escola é sobretudouma Memória que permanece.

Metropolitano conquista o RioContinuação da página 1

Professor Henrique e Dona Wanda durante comemorações dos 75 anos

Missa realizada no dia 1º de junho nas dependências do Colégio

JUNHO 2007COLÉGIO METROPOLITANO

4Entrevistas

O professor Henrique Zarem-ba da Câmara dirige o METRO-POLITANO há 39 anos. Pode-sedizer que foi este seu primeiro eúnico emprego, uma vez que seupai, ADAUTO DA CÂMARA, foi ofundador do Colégio. Ele aquientrou aos 5 anos de idade, naclasse da alfabetização, formou-se em Matemática pela Faculda-de Nacional de Filosofia, e nun-ca deixou de trabalhar no COLÉ-GIO. Passou por todas as funçõesaté chegar à direção. Nesta entrevista, o professor Zarembafala um pouco de sua vida e sobre o futuro.

BM – O senhor foi professor em sala de aula? Com regênciade turma?

HZC – Fui professor do Estado, do ensino público, de onde meaposentei. Comecei minha vida lecionando em cursos preparató-rios para faculdades, em cursos para carreira militar, e no METRO-POLITANO; enfim, conheço bem a realidade das salas de aula eacho que quem quer ser diretor de colégio tem de passar pela salade aula e pela coordenação. Creio que fui um bom professor, pelomenos meus alunos gostavam das aulas. Quando assumi a Dire-ção, por força das obrigações, tive de me dedicar à administração,mas guardo com carinho aqueles produtivos anos de magistério.

BM – Como o senhor vê o futuro do METROPOLITANO?

HZC – Gostaria de estar aqui nos cem anos do Colégio, (risos)já com minhas filhas na direção. Gostaria de assistir às comemora-ções; não,claro,como Diretor,mas como um convidado especial.E isso não me parece impossível. Tudo me leva a crer que o Colé-gio continua tendo um futuro promissor. Somos uma instituiçãoque se preocupa com a formação e não com adestramento. Nossaidéia de educação implica oferecer alternativas de novos conhe-cimentos, incluindo artes, esportes, leituras, literatura, atividadesculturais e tantas outras. Buscamos a formação integral e não omero treinamento. São raras as instituições não confessionais deensino com 75 anos de vida, principalmente se elas dependemapenas delas mesmas, sem nenhum financiamento externo oucom privilégios fiscais. Eu me sinto muito feliz em ver que nossoprojeto pedagógico é aceito, por tanto tempo, pela comunidade aque servimos.

BM – A que o senhor atribui o sucesso do COLÉGIO?

HZC – A dois fatores. Primeiro, a apoio irrestrito que a comu-nidade nos tem dado, há tanto tempo. Entendo que as famíliassempre nos apoiaram e compreenderam a extensão de nossospropósitos. Em segundo lugar, mas não menos importante, nos-sos colaboradores: professores, funcionários, ex-diretores, coor-denadores que fazem o COLÉGIO funcionar.Sem esquecer detantos outros que por aqui passaram e contribuíram, com suasinteligências e sensibilidades, para o sucesso de nosso empre-endimento. São muitos os nomes a serem lembrados, por issonossa homenagem a todos eles.

Henrique Zaremba

Dona WANDA ZAREMBA DACÂMARA, testemunha e uma dasprincipais protagonistas da histó-ria do COLÉGIO METROPOLITA-NO, é nossa entrevistada. Assun-to: a memória da fundação doCOLÉGIO.

BM – Dona Wanda, a senhorae seu marido, ADAUTO DA CÂ-MARA, fundaram o METROPOLI-TANO em 1932. A senhora pode-ria nos dizer como foi esta aventura?

DONA WANDA – Olha, apesar dos meus 94 anos, ainda soucapaz de me lembrar de quase tudo. Aconteceu assim: viemos,meu marido, meu filho mais velho e eu, morar no Rio de Janei-ro, depois que Adauto teve de sair de Natal, no Rio Grande doNorte, por causa de perseguição política. Chegamos aqui e fo-mos morar num porão habitável, lá para os lados do Grajaú.Meu marido, excelente professor, começou a dar aulas particu-lares e os alunos foram aumentando e ele, então, teve notíciade um curso de Letras, no Méier, na rua Dias da Cruz, que esta-va à venda. Graças a empréstimos com a família, compramos oque se transformou hoje no METROPOLITANO, que começoucom cerca de 20 alunos. Foi um trabalho muito bonito. Até aprimeira rede de vôlei do COLÉGIO fui eu quem fez. Estouaqui, portanto, há 75 anos.

BM – Como era o Méier naquele tempo?

DONA WANDA – Bem, era um bairro muito tranqüilo, com mui-tas chácaras, muitas mangueiras. Era quase uma zona rural. Aospoucos, foi se tornando um lugar muito procurado por funcionáriospúblicos, por pequenos comerciantes, para morar e para abrir seuscomércios. Meu marido percebeu que faltava uma boa escola ecomo ele sempre foi professor, no Liceu Norte-riograndense, lá emNatal, achou que podia dar certo. Graças a Deus ele tinha razão.Com muito trabalho, chegamos aos 75 anos de vida.

BM – Como a senhora se sente sendo a única testemunha detoda esta história?

DONA WANDA – Eu me sinto escolhida. É uma dádiva de Deuspoder contar tudo o que vivemos, principalmente depois damorte de meu marido, em 1952. Foi uma morte prematura,meu marido era relativamente jovem. Mas fomos tocando oCOLÉGIO que já era muito conhecido. A esta altura, meu filhoHENRIQUE, já tinha nascido e estudava aqui. Hoje, ele é o Dire-tor. Faz 39 anos que ele é o Diretor. Com a ajuda da família, oCOLÉGIO venceu a ausência de seu principal idealizador e, tal-vez por interferência das boas idéias que Adauto deixou, nósfomos construindo este sonho de quase um século. O segredodo METROPOLITANO é este: conseguiu ser fiel e criativo aomesmo tempo. Fiel aos princípios de seu Fundador, e criativo,sem deixar de ser tradicional. Conseguimos unir tradição emodernidade, sem perder nosso rumo nem nossas raízes.

Dona Wanda:Uma vida, umadedicação

Rua Lopes da Cruz, 72 – Méier – Tel.: 2597-2212

Rua Lopes da Cruz, 176 – Méier – Tel.: 2593-9042

Rua Jacinto, 81 – Méier – Tel.: 3899-8938

Diretor-Responsável:Prof. Henrique Zaremba da CâmaraRedatores:Prof. Carlos Alberto Sepúlveda AlvesProfª Christina Zaremba da Câmara FacóProfª Elizabeth Quintas PossiProfª Angela Zaremba da Câmara e SilvaJornalista Responsável: Nilson Ramos

Distribuição interna e gratuita

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