Boletim Informativo MPI n.º 31

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Nesta edição: Junho de 2014 Ano 10, N.º 31 www.mpica.info BOLETIM INFORMATIVO Como habitualmente destacamos neste boletim as últimas actividades e aproveitamos para desenvolver um pouco alguns dos temas, como a permapicultura e os riscos dos herbicidas e alterna- tivas para o controlo de plantas espontâneas. Seleccionar, compilar e resumir a informar para dar forma aos arti- gos que compõem os sucessivos boletins é uma tarefa que nem sempre se revela fácil, mas esperemos que valha a pena o esforço pela agradável leitura e transmissão de conhecimentos úteis que esperamos proporcionar. A presidente da direcção Alexandra Azevedo Editorial HERBICIDAS EM ESPAÇOS PÚBLICOS alerta público para os riscos e as alternativas! Permapicultura 2 Assembleia Geral 2 Formação Professores 3 RSU 4 Herbicidas 5 Hortas Diversidade 6 Banco do Tempo 7 Espaço Jovem Atento 8

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Damos conta do que foi o primeiro encontro de introdução à PERMAPICULTURARelatamos também o encontro e convívio que foi a Assembleia Geral do MPIInformação sobre a FORMAÇÃO PARA PROFESSORES - “TODAS AS PLANTAS SÃO DANINHAS?”Artigo sobre GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: LIÇÕES PELA EUROPAAlerta para HERBICIDAS EM ESPAÇOS PÚBLICOS - ALERTA PÚBLICO PARA OS RISCOS E AS ALTERNATIVAS!REDE DAS HORTAS PELA DIVERSIDADE - adesão do MPI a este projecto da Campanha pelas Sementes LivresBANCO DO TEMPO - Banco de Tempo é muito mais do que partilhar Saberes e Serviços,é uma filosofia de vida centrada nas pessoas e na sua sabedoria.Ainda encontramos um espaço de breves notícias e finalizamos com o Espaço Jovem Atento onde temos o O B-A-BÁ dos OGM

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Nesta edição:

Junho de 2014

Ano 10, N.º 31

www.mpica.info

BOLETIM INFORMATIVO

Como habitualmente destacamos neste boletim as últimas

actividades e aproveitamos para desenvolver um pouco alguns dos

temas, como a permapicultura e os riscos dos herbicidas e alterna-

tivas para o controlo de plantas espontâneas.

Seleccionar, compilar e resumir a informar para dar forma aos arti-

gos que compõem os sucessivos boletins é uma tarefa que nem

sempre se revela fácil, mas esperemos que valha a pena o esforço

pela agradável leitura e transmissão de conhecimentos úteis que

esperamos proporcionar.

A presidente da direcção

Alexandra Azevedo

Editorial

HERBICIDAS EM ESPAÇOS PÚBLICOS

alerta público para os riscos e as alternativas!

Permapicultura 2

Assembleia Geral 2

Formação Professores 3

RSU 4

Herbicidas 5

Hortas Diversidade 6

Banco do Tempo 7

Espaço Jovem Atento 8

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ENCONTRO DE INTRODUÇÃO À PERMAPICULTURA

Com o objectivo de criar espírito de entreajuda e fazermos intervenções que marquem a diferença (mesmo que pequena) nos locais que nos dizem respeito, iniciamos este ano encontros sem formalidade de inscrições necessárias, dirigido aos associa-dos e amigos. Assim, a primeira actividades neste espírito foi um encontro de introdução à Permapicultura, na manhã do domingo 2 de Fevereiro, no terreno que o Nuno Carvalho está a recuperar (antigo eucaliptal) que pertence aos seus pais. Fica na localidade de Vale Cruzes, na freguesia de Outeiro da Cabeça.

Este encontro superou as expectativas e no total éramos 11 pessoas das quais 6 eram associados, o formador e as outras 4 pessoas foram convidadas e algumas manifestaram interesse em se associarem também. Foi uma manhã muito animada com con-versas que extravasaram o tema, a permapicultura, mas muito interessantes. Sobre o tema que do encontro con-támos com a ajuda inestimável do formador Duarte Alvim que nos falou sobre os princípios da apicultura promo-vida por Oscar Perone e como podemos atrair abelhas para o terreno colocando um "caça-enxames" de forma a tentar ter uma colónia numa colmeia Perone. Mostrou-nos um modelo possível que mais não é que uma reutili-zação e adaptação de uma caixa de fruta e que deve ser colocada no terreno de Fevereiro a Junho.

O que é a Permapicultura?

Oscar Perone é um argentino que observou com particular atenção o com-portamento das abelhas, o que elas mais gostam, procurando desta forma en-contrar alternativa mais conveniente de apicultura quer para as abelhas quer para os apicultores. Daí que o modelo da colmeia Perone é cerca do triplo do tamanho das colmeias convencionais e que melhor se aproximam do que seri-am as condições ancestrais das abelhas em que as colmeias eram instaladas nos buracos de grandes árvores.

Também dispensa todas as intervenções que a apicultura convencional exi-ge, apenas temos de uma vez por ano ir retirar o mel! De facto, quando a col-meia tem as melhores condições é resiliente, tem a protecção suficiente contra as doenças que as podem afectar e isso reflecte-se na capacidade de produção de mel. Uma colemia Perone produz cerca de 50 Kg de mel por ano! Constatou-se assim que a produtividade de uma colmeia não é proporcional ao tamanho mas exponencial. Se quiserem ver uma colmeia destas, poderá en-trar em contacto com o Nuno Carvalho através do MPI.

Para quem quiser saber mais, descarregar o seguinte documento. https://db.tt/AIuqNy4E

Alexandra Azevedo e

ASSEMBLEIA GERAL E CONVÍVIO

O dia esteve soalheiro o que ajudou bastante ao sucesso do

programa que propusemos para a parte da manhã de domingo,

antes da assembleia-geral.

Este ano fui a anfitriã e a minha casa e espaço envolvente foi

visitado por quem quis conhecer no local o nosso modo de estar

e várias soluções para uma vida mais sustentável. Na horta

observaram-se os cultivos com variedades tradicionais, as ervas

comestíveis, a compostagem com aproveitamento de lixiviados

como fertilizante líquido e o mini-viveiro florestal. Explicaram-

se as soluções em energias renováveis e os equipamentos que

tivemos de instalar em casa (conversor, controladores de carga,

monitores, baterias). Terminou-se a visita dando atenção

ao fogão a lenha e as suas várias funções, nomeadamente o

Alexandra Azevedo

Nuno Carvalho

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aquecimento de toda a casa através de um circuito de água que foi construído.

Na pequena oficina de preparação de sementes em que

abordou duas técnicas: o método húmido (adequado para

sementes de alface, agrião, couve, nabiça ou nabo) e o método

de maceração (adequado para uma limpeza perfeita e melhorar a

conservação das sementes de tomate e pepino). A fome já

apertava e no ansiado almoço foram interessantes alguns pratos

inovadores que motivaram logo uma partilha de receitas!

E, claro, não esquecendo a partilha de sementes!

Por fim, na assembleia geral foi possível dar melhor a conhe-

cer a nossa associação aos associados mais recentes. O relatório e

contas de 2013, assim como o plano e orçamento para 2014

foram aprovados por unanimidade.

Para o ano há mais!

FORMAÇÃO PARA PROFESSORES

“TODAS AS PLANTAS SÃO DANINHAS?”

Esta formação realizou-se no dia 11 de Março no

complexo do Furadouro - Agrupamento de escolas

Josefa d' Óbidos, do 1º ao 3º ciclo do ensino básico,

que surgiu na sequência de uma solicitação dessa

entidade para que eu realizasse a acção no âmbito do

projecto "Horta na Escola".

Devo dizer que fiquei agradavelmente surpreen-

dida pela abertura às questões do cultivo da terra e

da sua importância no método pedagógico e ainda a

vontade de todos para saberem mais, concretamente

a utilidade das ervas que vulgarmente são

catalogadas de daninhas não merecendo por isso

mais atenção.

Não fui só eu que fiquei surpreendida pela positiva,

a direcção e os formandos também ficaram muito

agradados com os conhecimentos adquiridos,

a empatia e a degustação! Segundo relato de um dos

membros da organização e participante:

"Aprendemos a olhar com muito mais atenção para as

plantas que nos rodeiam, a encontrar nelas muita

utilidade que desconhecíamos, a apetecer fazer

experiências, para nós inovadoras, e que nos podem

conduzir a uma alimentação mais económica e até

mais saudável. Foi muito agradável que tudo tivesse

sido apresentado de uma forma simples e prática,

convidativa a uma boa empatia com o tema

em apreço." (Prof. Jaime Serafim)

Alexandra Azevedo

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GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS: LIÇÕES PELA EUROPA

É este o título de um recente relatório da Agência Europeia de Ambiente em que compara o desempenho em matéria de gestão de RSU (resíduos sólidos urbanos) entre 2001 e 2010 de 32 países europeus, todos os países membros da UE 27 e ainda Islândia, Noruega, Suíça, Turquia e Croácia.

21 dos 32 países aumentaram a produção de resíduos, mas houve uma diminuição da quantidade de resíduos enviados para aterro e a taxa de reciclagem de materiais como o vidro, papel e plásticos aumentou, em 8 países esse aumento foi de 10%, mas a reciclagem de matéria orgânica continua baixa.

O relatório também avaliou o impacto nas taxas de reciclagem de medidas políticas, como a taxa de deposição em aterro e incentivos económicos à reciclagem. Países que mais instrumentos utilizaram, como a proibição da deposição de matéria orgânica em aterro ou a deposição de resíduos sem pré-tratamento, o aumento de mais de 50% da taxa de deposição de matéria orgânica em aterro (sendo igual ou superior a €30 por cada tonelada, podendo atingir os 70€/tonelada) e taxas de lixo em função da produção apresentaram melhores resultados.

O relatório avaliou ainda a possibilidade dos países atingirem a meta europeia definida para 2020 em que 50% dos resíduos têm de ser reutilizados ou reciclados, concluindo que a maioria dos países têm de fazer esforços extra para atingir essa meta.

Áustria, Alemanha, Bélgica, Holanda e Suíça já cumprem a meta de reciclagem de pelo menos 50% dos resíduos, mas 9 países precisam de um aumento de 2 a 4 % todos os anos, que é o caso de Portugal, pois conforme de pode constatar na figura 2.5 do relatório apresentava um desempenho muito fraco com cerca de 20% de reciclagem, e 7 países têm de aumentar ainda mais depressa a taxa de reci-clagem, Bulgária, Croácia, Letónia, Lituânia, Roménia e Eslováquia.

Referência: EEA (2013). Managing municipal solid

waste— a review of achievements in 32 European countries.

EEA Report No 2/2013. 1-36. DOI: 10.2800/71424. http://

www.eea.europa.eu/publications/managing-municipal-solid-

waste

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A QUERCUS e a Plataforma Transgénicos

Fora (PTF), sendo o MPI um dos parceiros,

endereçaram uma carta a todos os presidentes de

Câmaras Municipais, a 20 de Março, alertando para

os riscos ambientais e para a saúde, da aplicação de

herbicidas em espaços públicos, prática generaliza-

da por todo o país, e promovendo os métodos alter-

nativos, concretamente métodos mecânicos

e térmicos (como queimadores a gás, a infraverme-

lhos ou a vapor) e também a opção zero, ou seja,

permitir que em área marginais a natureza tenha

também algum espaço para manifestar a sua rica

biodiversidade, sendo que há muitas ervas que po-

dem ter uso alimentar e medicinal. Nessa carta pe-

de-se a adesão da autarquia ao manifesto "Autarquia

sem glifosato" e em Outubro deste ano será divulga-

da a lista das primeiras autarquias a aderir, esperando que a pouco e pouco as restantes lhes sigam o exemplo.

Os herbicidas à base de glifosato são os mais vendidos em todo o mundo e em Portugal. A sua

popularidade deve-se muito ao facto do fabricante, a multinacional Monsanto, alegar que é inócuo para

o ambiente e a saúde, e uma das formulações comerciais, o SPASOR, possui inclusive um certificado de compa-

tibilidade ambiental emitido pela empresa que o representa em Portugal, a Manuquímica. Mas contrapondo a

esta alegada inocuidade têm surgido cada vez mais estudos de cientistas não dependentes dessas empresas e

publicados nas revistas científicas internacionais. Assim, há uma preocupação crescente com os efeitos

de herbicidas à base de glifosato, dado que este herbicida e suas formulações comerciais têm sido apontados

como responsáveis por inúmeros impactos na a saúde, mesmo em doses muito baixas, 500 a 4000 vezes

mais baixas que no uso agrícola, como malformações congénitas, alteração significativa da progressão

da puberdade pela redução da produção de testosterona (hormona sexual masculina) e alteração da morfologia

dos testículos, sugestivas de um efeito desregulador endócrino potente; efeitos cancerígenos, efeitos tóxicos em

vários tipos de células humanas, como do cordão umbilical, embrionárias e da placenta, incluindo morte celular.

A degradação do glifosato ocorre entre os 30 a 90 dias período relevante para a manifestação de efeitos

indesejáveis pela contaminação ambiental.

Para além da sensibilidade e vontade de mudar práticas em relação às plantas espontâneas por parte das

autarquias é muito importante que todos nós tenhamos consciência do que está em causa, termos também

vontade de tolerar mais o vigor da Natureza e fazermos sentir aos autarcas da nossa área de residência

isso mesmo.

- Escreva aos autarcas (município e freguesias) da sua zona ou marque reunião e/ou participe

em assembleias municipais e/ou de freguesia

- Divulgue o mais possível junto de vizinhos, familiares e amigos.

Para saber mais leia o documento "Linhas orientadoras - controlo de plantas infestantes em espaços públicos"

http://www.quercus.pt/quimicos-substancias-quimicas/3034-controlo-de-plantas-infestantes-em-espacos-publicos.

A SAÚDE NÃO TEM PREÇO, AJUDE-NOS A MELHORAR A SAÚDE DE TODOS!

HERBICIDAS EM ESPAÇOS PÚBLICOS

ALERTA PÚBLICO PARA OS RISCOS E AS ALTERNATIVAS!

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REDE DAS HORTAS PELA DIVERSIDADE

A Rede das Hortas pela Diversidade, é um projecto da Campanha

pelas Sementes Livres (da qual o MPI é parceiro) e é uma forma

prática de defender a agricultura ecológica e solidária e promover a

biodiversidade agrícola, com especial atenção para as variedades de

plantas tradicionais e locais, complementando assim o trabalho

ao nível político, concretamente o acompanhamento da nova lei das

sementes.

No processo de organização desta rede, a coordenação da Campa-

nha pelas Sementes Livres pediu aos seus membros que apresentas-

sem a sua horta. Como o MPI não tinha ainda definido nenhuma horta

para sua representação, pediram-me se eu estava disposto a utilizar a

minha horta como representação do MPI ao que eu aceitei. Na verdade a Onia, que é o nome da horta que vos

quero apresentar, é um terreno com cerca de um hectare que fica situada na aldeia do Barro Lobo, pertencente

ao concelho do Bombarral e que legalmente pertence aos meus pais, com os quais partilho a sua utilização. Essa

partilha começou a ser feita desde há aproximadamente dois anos. Durante esse tempo verificámos que temos

formas muito diferentes de encarar a agricultura e para evitar conflitos nas práticas agrícolas, acordamos delimitar

os espaços correspondentes a cada um de nós, sendo que a parte da horta que eu estou a cultivar é um autêntico

campo de experimentação, onde tento, na medida do possível, que seja uma horta 100% orgânica.

Trata-se de um terreno um pouco argiloso, inclinado para sul, onde

estão plantadas pereiras, pessegueiros, ameixoeiras e macieiras com

cerca de vinte anos, num compasso intensivo.

Para promover um maior arejamento e a entrada do sol, tenho vindo

a sacrificar algumas fruteiras, deixando-as mais robustas que tenho

vindo a converter para variedades tradicionais portuguesas.

Neste terreno foi feita uma charca, numa zona de água nascente

(onde moram muitos anfíbios), e alguns socalcos na inclinação logo

abaixo da charca.

Por enquanto esta horta tem pouco para oferecer, por agora apenas um local relativamente tranquilo para estar

e cultivar, que está aberto a todas as pessoas, membros da rede ou não, sensíveis às práticas agrícolas orgânicas e

à permuta de conhecimentos. Num futuro próximo espero poder disponibilizar variedades tradicionais de fruta e

material vegetativo.

Sérgio Faustino

O parlamento holandês proíbe herbicida glifosato para uso não-comercial

Desde o final de 2015 em diante, a venda de herbicidas à base de glifosato a particulares, incluindo o número

um herbicida Roundup do mundo, será proibida na Holanda devidos aos riscos para a saúde.

Fonte: http://goo.gl/IKOsCc

Sri Lanka proíbe herbicida glifosato devido a potencial causa de doença renal mortal

Esta decisão vem na sequência da publicação de um novo estudo no Sri Lanka sugerindo o glifosato como culpa-

do principal para a doença. Em áreas com metais pesados na água potável o glifosato actua como um transporta-

dor ou um vector desses metais pesados no rim. Fonte: http://goo.gl/30zjB3

BREVES

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Página 7 BOLETIM INFORMATIVO MPI n.º 31 - Junho de 2014

Parlamento europeu chumba a nova lei das sementes!

A 11 de Março de 2014 o Parlamento Europeu (PE) deu o golpe final para enterrar politicamente a proposta da

Comissão Europeia (CE) para um regulamento europeu para produção e distribuição de sementes de cultivo. A

proposta de Bruxelas foi rejeitada em plenário com uma esmagadora maioria: 650 votos contra, 15 a favor e 13

abstenções, por terem sido identificadas deficiências na avaliação de impacto e a criação de encargos administra-

tivos desnecessários para os Estados-membros e os agricultores. As organizações da sociedade civil europeia que

lutam há três anos para travar as intenções da CE e da indústria da semente de trazer as sementes e plantas tradi-

cionais para dentro de um quadro legislativo severo pensado para sementes comerciais, celebram agora

uma vitória merecida.

A Comissão Europeia entretanto já fez saber que não retira a sua proposta, que agora segue para o Conselho de

Ministros. No entanto, perante uma oposição quase unânime contra a Lei das Sementes, é esperado que

os Ministros acatem a resolução do PE. Fonte: Comunicado de 12/3/2014 da Campanha pelas Sementes Livres

Ficha técnica Directora: Alexandra Azevedo / Paginação: Nuno Carvalho / Colaboraram nesta edição: Alexandra Azevedo, Nuno Carvalho, Sérgio Faustino e Felicidade Lopes Impressão com o apoio da Junta de Freguesia de Vilar Propriedade: MPI - Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente Largo 16 de Dezembro, 2 / Vilar / 2550-069 VILAR CDV tel:/fax: +351 262 771 060 email: [email protected] Web site: http://mpica.info

BREVES

BANCO DO TEMPO

Banco de Tempo é muito mais do que partilhar Saberes e Serviços, é uma filosofia de vida centrada nas pessoas e na sua sabedoria.

No Banco de Tempo, as trocas de Serviços não são directas. A transmissão de saberes pode ser teórica e prática, ou seja um membro X, sabe e gosta de partilhar uma matéria e oferece transmitir esse conhecimento durante 1 hora a um grupo de membros interessados nessa aprendizagem e pede em troca 1 hora, dum serviço que não sabe ou não gosta de fazer, que é oferecido por um membro Y, que nem sequer esteve interessado na sua palestra, mas que sabe e gosta de fazer esse serviço pedido ou pode trocar pela participação noutra palestra/encontro/oficina, sobre outro tema com outro membro.

Formalmente, a equipa coordenadora de uma agência dum Banco de Tempo, além de promover o encontro da Oferta e da Procura dos saberes, (com o arranque da plataforma informática, que está a ser desenvolvida pelo Banco Central /GRAAL, este trabalho irá ficar bastante facilitado e poderá incrementar a troca de serviços entre as diferentes agências de Banco de Tempo), também tem o trabalho de divulgar o conceito, angariar novos membros e promover parcerias com organizações públicas e privadas, com interesse territorial onde a agência opera, porque um Banco de Tempo também deve ser um projecto de Desenvolvimento Local, com mobilização de recursos e competências locais e valorização da cultura e economia local.

O Banco de Tempo tem o seu “ADN” na Economia da Reciprocidade e além de promover a valorização de saberes e princípios das relações de vizinhança, é também um Projecto de Gestão Inovador, onde a dimensão monetária, aparece com uma nova contabilidade do Tempo, confirmando o velho ditado “Tempo é Dinheiro”!

Na assembleia geral explorou-se melhor esta ideia aquando da discussão do plano de actividades e vamos mesmo começar esta experiência, numa primeira fase de forma informal e contamos em primeiro lugar com os associados do MPI!

Aos interessados em aderir pode solicitar uma ficha de inscrição na Junta de Freguesia de Vilar ou para o

email: [email protected].

Felicidade Lopes

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- O que é um OGM? Um OGM (Organismos Geneticamente Modificado) ou Transgénico é um organis-

mo que resulta da mistura com outros que na Natureza nunca se podem misturar ou reproduzir (acasalar), por isso só se podem fazer em laboratório. - Quais são os OGM que existem no mercado?

Soja, milho, colza (planta pouco conhecida em Portugal, parecida com o nabo e serve para fazer óleo) e algodão (para roupa) são as plantas com variedades transgé-nicas mais cultivadas. - Que países cultivam OGM? E em Portugal?

O maior produtor de OGM são os Estados Unidos da América, a seguir é a Argentina, Brasil, Canadá e Ín-dia. Nos países da União Europeia, e por isso em Portugal também, só se cultiva milho transgénico que consegue produzir insecticida. - Em que alimentos estão os OGM?

A maior parte da soja e do milho transgénico é para as rações dos animais, por isso estaremos a comer in-directamente também transgénicos. Nas prateleiras dos supermercados em Portugal existe ainda algumas mar-cas de óleos e este ano apareceu também uma marca de farinha de milho para tortilha.

Na Europa é obrigatório o rótulo dos alimentos dizer se tem ou não OGM, mas infelizmente há alguns ca-sos em que não é obrigatório informar se são usados transgénicos ou não como nas cantinas das escolas (!!!); na carne, leite e derivados, ovos; ou no mel.

- Quais os riscos dos transgénicos? Ainda não se conhecem todos os efeitos, mas já são conhecidos vários efeitos negativos. Riscos para o Ambiente: os OGM podem ser tóxicos para outros animais que são auxiliares no contro-

lo de pragas na agricultura, e aceleram o aparecimento de pragas resistentes; poluição genética, este é o efeito pior porque ao contrário da poluição pelo lixo ou pelos produtos químicos, a poluição genética consegue reprodu-zir-se e assim vai sempre aumentando!

Riscos para a saúde: alguns estudos verificaram que os OGM podem causar vários problemas nos ratinhos de laboratório alimentados com alimentos gene-ticamente modificados, como por exemplo alteração do sistema imunitário (este sistema é importante para nos defender das doenças, e assim se ele é perturbado adoecemos mais facilmente), redução do crescimento, mortalidade elevada, alterações em órgãos (fígado, rins, testículos). Houve ainda por exem-plo aumento de alergias em crianças nos EUA. Riscos para a agricultura: produzem o mesmo ou menos, as sementes são muito caras, mais despesa em pesticidas, novas despesas por causa da contami-nação e para a evitar nos cultivos não-transgénicos. Os transgénicos não vêm resolver nenhum problema, pelo contrário vêm criar novos problemas!

espaço

Jovem Atento

O B-A-BÁ dos OGM