Bolores e Leveduras
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Prática II - Contagem de bolores e leveduras em doce de mamão com coco não
comercialmente estéril
Introdução
Os alimentos são facilmente contaminados por microrganismos presentes na
natureza, durante a manipulação e durante o processamento. Após ter sido contaminado, o
alimento serve como meio para o crescimento de microrganismos (SILVA, 2002). Além das
mudanças físicas e químicas nos alimentos, a deterioração por microrganismos pode resultar
em intoxicações e infecções alimentares.
Segundo Franco e Landgraf (2003), os bolores são fungos formados por filamentos
denominados hifas que, em conjunto, formam o micélio. O micélio pode ter duas funções
distintas: promover a fixação do bolor ao substrato e promover a reprodução através a
formação de esporos. As leveduras são definidas com fungos cuja forma predominante é
unicelular. A temperatura ideal para o crescimento de bolores e leveduras varia entre 25-30 ºC
e seu crescimento é favorecido pelo pH ácido.
Para a contagem de bolores e leveduras, Silva et al (2010) estabelece que, a
contagem padrão em placas é utilizada tanto para a quantificação de grandes grupos
microbianos, como os aeróbios mesófilos, os aeróbios psicotróficos, os bolores e as leveduras
(...). O princípio da contagem é baseado na premissa de que, quando fixada em um meio de
cultura sólido adequado, cada célula microbiana presente na amostra irá formar uma colônia
isolada.
Na contagem de bolores e leveduras em alimentos, o resultado deve ser expresso em
unidades formadoras de colônias (UFC)/g ou mL de amostra de bolores e leveduras.
Objetivos
Objetivo Geral
Verificar as condições higiênico-sanitárias do doce de mamão com coco, por meio de
análises de contagem de bolores e leveduras.
Objetivos Específicos
Preparar o meio de cultura Potato Dextrose Agar (PDA);
Realizar as diluições do meio de cultura;
Realizar a contagem das placas expressando os resultados em UFC/g e comparar com
a legislação vigente.
Materiais e Reagentes
Água peptonada;
Potato Dextrose Agar (PDA);
Ácido tartárico 10%;
Placa petri;
Alça Drigalshi;
Doce de mamão com coco;
Tubo de ensaio;
Balança;
Bico de Bunsen.
Procedimento
Preparação do meio de cultura para a análise
Diluiu-se 1 g de peptona em 1.000 mL de água destilada. Em seguida, transferiu-se a
solução para 9 tubos de ensaio com 9 mL, cada um, e para 4 frascos com 225 mL da solução,
sendo posteriormente autoclavados.
Dissolveu-se 42 g de meio de cultura Potato Dextrose Agar (PDA) em 1.000 mL de
água quente destilada. Em seguida, transferiu-se 150 mL do meio para 7 erlenmayers.
Posteriormente, os meios foram esterilizados em autoclave a 121°C por 15 minutos e
resfriados em temperatura ambiente. O ajuste do pH para 3,5 ± 0,1 realizou-se através da
adição de solução de ácido tartárico esterilizado 10%.
Preparação da análise para a contagem de bolores e leveduras
Após a limpeza da embalagem com álcool 70% para a remoção dos contaminantes
presentes, pesou-se 25 g do doce em solução de 225 mL de água peptonada, obtendo-se assim
a diluição 10-1. A partir da mesma diluição, retirou-se 1 mL para um tubo de ensaio contendo
9 mL de água peptonada, obtendo-se a diluição 10-2.
Em 8 placas petri foram colocadas determinadas quantidades de PDA que ocupassem
toda a superfície da placa. Em seguida, esperou-se o período de geleificação do meio.
Posteriormente, pipetou-se 1 mL a diluição 10-1 em 4 placas petri e 1 mL da diluição 10-2 em
outras 4 placas petri.
Com o auxílio da alça de Drigalshi, espalhou-se o inoculo em cada uma das placas
até total absorção pelo meio. Houve o cuidado em desinfetar a alça entre o espalhamento de
uma diluição e outra.
Após a inoculação, as placas contendo as diluições foram incubadas a temperatura de
30 ºC por 5 dias. Após esse período, realizou-se a contagem das placas onde os resultados
foram expressos em UFC/g.
Resultados e Discussão
PLACAS COM DILUIÇÃO 10-1
130 UFC
60 UFC
<0 UFC
160 UFC
<0 UFC
MÉDIA: 70 UFC/g EM DILUIÇÃO 10-1
Tabela 1. Resultados de contagem em placas de bolores e leveduras em doce
mamão com coco.
A inoculação no meio de cultura foi realizada pelo Plaqueamento em Profundidade.
Após a conclusão das diluições, encontrou-se a média correspondente a 70 UFC/g e
comparou-a com a RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001, e observou-se que a quantidade de
UFC de bolores e leveduras apresenta-se abaixo dos parâmetros exigidos pela resolução, onde
a tolerância para amostra representativa é de no mínimo 1.000 UFC/g. Sendo assim, apesar da
sua não esterilidade, o produto apresentou-se de acordo com os padrões legais vigentes,
indicando a adequação da indústria produtora.
Conclusão
O doce de mamão com coco encontrou-se em bom estado de conservação, levando-
se em consideração a não esterilidade do produto e o maior risco de contaminação na
manipulação e exposição do produto. A média correspondente foi de 70 UFC/g, no qual
comparando-a com a RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001, onde observa-se que a quantidade
de UFC de bolores e leveduras apresenta-se abaixo dos parâmetros exigidos pela resolução de
tolerância mínima para amostra representativa de 1.000 UFC/g e máxima de 10.000 UFC/g.
Referências
FRANCO, B. D. G. De M.; LANDGRAF, M. Microbiologia do Alimentos. Ed. Atheneu: São
Paulo, 2003.
SILVA, M. C. da. Avaliação da qualidade microbiológica de alimentos com a utilização de
metodologias convencionais e do sistema simplate. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-29102002-
161542/publico/maria.pdf> Acesso em: 29.agos.2014.
SILVA, N.da; JUNQUEIRA, V. C. A.; SILVEIRA, N. F. A.; TANIWAKI, M. H.; SANTOS,
R. F. S. dos; GOMES, R. A. R. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos e
água. Ed. Livraria Varela: São Paulo, 2010.