Bolsonaro ameaça demitir ministro que não aceitar ceder ... · Para evitar esse risco, Bolsonaro...

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Sem Opção Veículo: Folha de S. Paulo - Caderno: Poder - Seção: - Assunto: Política - Página: Capa e A4 - Publicação: 02/05/20 URL Original: Bolsonaro ameaça demitir ministro que não aceitar ceder cargos para centrão Bolsonaro ameaça demitir ministro que não aceitar ceder cargos para centrão Demonizado pelo presidente na campanha, grupo ganha convite para ocupar postos de segundo e terceiro escalões no governo Líderes de partidos do chamado centrão afirmam que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enquadrou nos últimos dias ministros que resistiam em ceder cargos de suas pastas ao grupo , deixando claro que quem se opuser pode ser demitido do governo. Segundo relato desses parlamentares, a atitude de Bolsonaro se deu em dois atos: primeiro, forçou a demissão de Sergio Moro (Justiça), que no começo da gestão chegou a ser considerado “indemissível”, justamente em um contexto de que tem a palavra final sobre cargos-chave. Antes da exoneração, ele havia deixado claro em reunião com todos os ministros que a prerrogativa de fazer nomeações no governo era dele. Depois, reafirmou a quem ficou, em encontros coletivos e a sós, que ele irá distribuir postos de segundo e terceiro escalão ao centrão e que não aceitará recusas. A conduta do presidente foi confirmada por integrantes do governo à Folha. Demonizado na campanha por Bolsonaro como sendo exemplo do que chama de velha política , formada por parlamentares adeptos ao “toma lá, dá cá” , o centrão reúne cerca de 200 dos 513 deputados e virou a esperança do presidente de, pela primeira vez, ter base de sustentação no Congresso. Ao mesmo tempo em que promoveu uma ruptura pública com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaro passou a procurar um a um líderes e presidentes de partidos do grupo , formado principalmente por PP, PL, Republicanos, PTB e PSD —esse último nega fazer parte, mas integra oficialmente o bloco do centrão na Câmara, liderado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). O repasse de cargos ao centrão perpassa secretarias estratégicas em ministérios e vai do Porto de Santos à Funasa (Fundação Nacional de Saúde). O grupo aceitou de pronto as ofertas —ainda não entregues, devido à burocracia federal para as trocas e o prosseguimento de acertos específicos— e saiu em defesa do presidente no Congresso, rechaçando a possibilidade de abertura de processo de impeachment contra ele, situação que passou a ser aventada com mais força após a participação de Bolsonaro em atos de rua favoráveis ao fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal. Para evitar esse risco, Bolsonaro precisa ter ao seu lado pelo menos 171 dos 513 deputados federais. Em outra frente, o centrão também apoiou a queda de Moro, mas aí a rixa do grupo com o ex-xerife da Lava Jato é antiga. A operação baseada em Curitiba levou ao banco dos réus vários dos líderes do grupo, sob acusação de desvio de recursos da Petrobras. A Folha ouviu relatos de líderes do centrão e de ministros de Bolsonaro, que falaram sob condição de anonimato. Segundo eles, o presidente já foi cobrado pela relativa demora nas nomeações e, como resposta, disse a ministros que eles têm que abrigar os indicados pelo centrão, sob pena de perder apoios. Integrantes do Planalto informaram que os trâmites para que os nomes sejam publicados no Diário Oficial são demorados e que os indicados devem ser formalizados a partir da próxima semana. Inicialmente, alguns auxiliares resistiram a entregar postos chaves de sua pasta. Segundo integrantes do centrão, os principais seriam Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Abraham Weintraub (Educação) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Esse último, que comanda pasta com obras em vários locais que serviriam de alavanca para o plano do governo de reaquecimento da economia no pós-pandemia, deve ter que ceder a Secretaria de Mobilidade ao Republicanos, ex-PRB, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus . Outras secretarias da pasta são cobiçadas pelas demais siglas do centrão. A Folha perguntou ao ministro, por meio de sua assessoria, se Marinho concorda com a diretriz de Bolsonaro e se fez alguma ressalva ou estabeleceu alguma condição para a entrega dos postos. “As indicações para cargos no ministério são encaminhadas pela Secretaria de Governo após análise de critérios técnicos”, limitou-se a dizer a pasta. Na Educação, Weintraub terá de ceder a presidência do FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) para o PP,

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Veículo: Folha de S. Paulo - Caderno: Poder - Seção: - Assunto: Política -Página: Capa e A4 - Publicação: 02/05/20URL Original:

Bolsonaro ameaça demitir ministro que não aceitarceder cargos para centrãoBolsonaro ameaça demitir ministro que não aceitar cedercargos para centrãoDemonizado pelo presidente na campanha, grupo ganha convite paraocupar postos de segundo e terceiro escalões no governoLíderes de partidos do chamado centrão afirmam que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enquadrou nos últimos diasministros que resistiam em ceder cargos de suas pastas ao grupo, deixando claro que quem se opuser pode ser demitido dogoverno.Segundo relato desses parlamentares, a atitude de Bolsonaro se deu em dois atos: primeiro, forçou a demissão de Sergio Moro(Justiça), que no começo da gestão chegou a ser considerado “indemissível”, justamente em um contexto de que tem a palavrafinal sobre cargos-chave. Antes da exoneração, ele havia deixado claro em reunião com todos os ministros que a prerrogativa defazer nomeações no governo era dele.Depois, reafirmou a quem ficou, em encontros coletivos e a sós, que ele irá distribuir postos de segundo e terceiro escalão aocentrão e que não aceitará recusas. A conduta do presidente foi confirmada por integrantes do governo à Folha.Demonizado na campanha por Bolsonaro como sendo exemplo do que chama de velha política, formada por parlamentaresadeptos ao “toma lá, dá cá”, o centrão reúne cerca de 200 dos 513 deputados e virou a esperança do presidente de, pelaprimeira vez, ter base de sustentação no Congresso.Ao mesmo tempo em que promoveu uma ruptura pública com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bolsonaropassou a procurar um a um líderes e presidentes de partidos do grupo, formado principalmente por PP, PL, Republicanos, PTB ePSD —esse último nega fazer parte, mas integra oficialmente o bloco do centrão na Câmara, liderado pelo deputado Arthur Lira(PP-AL).O repasse de cargos ao centrão perpassa secretarias estratégicas em ministérios e vai do Porto de Santos à Funasa (FundaçãoNacional de Saúde).O grupo aceitou de pronto as ofertas —ainda não entregues, devido à burocracia federal para as trocas e o prosseguimento deacertos específicos— e saiu em defesa do presidente no Congresso, rechaçando a possibilidade de abertura de processo deimpeachment contra ele, situação que passou a ser aventada com mais força após a participação de Bolsonaro em atos de ruafavoráveis ao fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.Para evitar esse risco, Bolsonaro precisa ter ao seu lado pelo menos 171 dos 513 deputados federais.Em outra frente, o centrão também apoiou a queda de Moro, mas aí a rixa do grupo com o ex-xerife da Lava Jato é antiga. Aoperação baseada em Curitiba levou ao banco dos réus vários dos líderes do grupo, sob acusação de desvio de recursos daPetrobras.A Folha ouviu relatos de líderes do centrão e de ministros de Bolsonaro, que falaram sob condição de anonimato.Segundo eles, o presidente já foi cobrado pela relativa demora nas nomeações e, como resposta, disse a ministros que eles têmque abrigar os indicados pelo centrão, sob pena de perder apoios.Integrantes do Planalto informaram que os trâmites para que os nomes sejam publicados no Diário Oficial são demorados e queos indicados devem ser formalizados a partir da próxima semana.Inicialmente, alguns auxiliares resistiram a entregar postos chaves de sua pasta. Segundo integrantes do centrão, os principaisseriam Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Abraham Weintraub (Educação) e Rogério Marinho(Desenvolvimento Regional).Esse último, que comanda pasta com obras em vários locais que serviriam de alavanca para o plano do governo dereaquecimento da economia no pós-pandemia, deve ter que ceder a Secretaria de Mobilidade ao Republicanos, ex-PRB, ligado àIgreja Universal do Reino de Deus. Outras secretarias da pasta são cobiçadas pelas demais siglas do centrão.A Folha perguntou ao ministro, por meio de sua assessoria, se Marinho concorda com a diretriz de Bolsonaro e se fez algumaressalva ou estabeleceu alguma condição para a entrega dos postos. “As indicações para cargos no ministério sãoencaminhadas pela Secretaria de Governo após análise de critérios técnicos”, limitou-se a dizer a pasta.Na Educação, Weintraub terá de ceder a presidência do FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) para o PP,

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além de diretorias do órgão para Republicanos e PL. Segundo relatos, quando foi avisado pelo presidente de que teria de abrigaros indicados, o ministro pediu a Bolsonaro para criar filtros que garantissem controle de gestão e mecanismos de governançanos órgãos.Procurado, Weintraub não respondeu às perguntas feitas, se limitando a dizer que não fala com a família Frias, proprietária daFolha.Nesta semana, os partidos já enviaram nomes à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, que ficará com o PL,e à Secretaria de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional, cujos postos estavam em negociação, como mostrou aFolha.Outros órgãos terão a presidência dada a um partido e as diretorias divididas entre os demais. O FNDE e o Dnocs (DepartamentoNacional de Obras Contra as Secas), sob o guarda-chuva do Desenvolvimento Regional, devem ser partilhados dessa forma.Já o PL, além da Secretaria de Vigilância em Saúde, do time do recém-empossado ministro Nelson Teich, deverá comandar oBanco do Nordeste. O partido de Valdemar Costa Neto também queria o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura deTransportes), dentro do Ministério da Infraestrutura, área que controlou por anos, mas o governo vetou.Outros cargos federais nos estados foram colocados, de acordo com os parlamentares, à disposição dos partidos em troca deapoio. A ideia dos líderes de siglas maiores é também trazer para a base de Bolsonaro legendas menores.As assessorias da Economia, Infraestrutura, assim como do Palácio do Planalto, foram procurados para se manifestar sobre asinformações de oferta e distribuição de cargos ao centrão, mas não quiseram comentar.Quando deu início ao seu governo, Bolsonaro tentou criar uma base de apoio no Congresso negociando com frentesparlamentares (como ruralista e evangélica), escanteando líderes e presidentes de partidos. O modelo não deu certo e asituação do presidente se agravou quando ele rompeu com a cúpula do próprio partido o PSL, se desfiliando em seguida.Ao longo da última semana, Bolsonaro foi questionado sobre as tratativas com esses partidos, mas não deu respostas diretas enão confirmou a oferta de postos no governo.“Por que não vou conversar com nomes do Partido Progressista que foram meus colegas por uns 15 anos? Qual o problema? Elesque votam. Se eles têm algum pecado, o eleitor do seu estado é que deve tomar providência, não vota mais. Eu não estou aquipara julgar, condenar, acusar, pedir cassação de qualquer parlamentar. Vou fazer meu trabalho e conversar.”?

Fórmula de Bolsonaro para ministérios amplia fraturaentre alas do governoPedido de demissão de Moro revela sinal de exaustão do método adotadopelo presidente para formar sua equipeHá pouco mais de um mês, Jair Bolsonaro se queixou do tratamento que recebe quando algum ministro é elogiado. O presidentecomparou o governo a um time de futebol e disse merecer crédito pela escolha dos jogadores. “Se o time está ganhando, vamosfazer justiça, vamos elogiar o seu técnico. E o seu técnico se chama Jair Bolsonaro”, afirmou.Embora o presidente goste de fazer propaganda da escalação de sua equipe, o primeiro escalão do governo foi marcado atéaqui por uma série de choques internos —tanto entre os grupos aninhados no poder quanto entre os ministros e o próprio chefe.Nos 16 meses de mandato de Bolsonaro, a fratura da equipe entre diferentes alas se aprofundou, o presidente entrou emembate público com diversos subordinados e 7 dos 21 ministros que tomaram posse em janeiro de 2019 deixaram seus cargos.O comportamento de Bolsonaro faz com que o jogo de forças dentro do governo se torne uma batalha diária por influência. Semdirecionamento claro do presidente sobre as ações da máquina estatal, os ministérios passaram a atuar em caminhosdivergentes. Quando o chefe é chamado para arbitrar, o confronto já está instalado.O lançamento do programa de investimentos públicos para reativar a economia após a crise do coronavírus é um dos símbolosdessa desarrumação.O plano Pró-Brasil foi gestado pelos ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional. Recebeu o patrocínio dachamada ala militar do governo ao ser abraçado pelo chefe da Casa Civil, o general Walter Braga Netto.O pacote de obras foi anunciado numa entrevista coletiva transmitida ao vivo pela TV oficial do governo no dia 22, sem aparticipação do ministro Paulo Guedes. O chefe da equipe econômica era contra o plano, que amplia as despesas do governo, eprecisou bombardeá-lo por quase uma semana até que Bolsonaro ordenasse o congelamento do programa.O tumulto observado nesse episódio tornou pública a oposição entre Guedes e o grupo fardado.Braga Netto, que ganhou assento no Palácio do Planalto para resolver a falta de coordenação das ações do governo, reproduzuma visão enraizada na doutrina militar que enxerga o Estado como indutor de atividades estratégicas da economia. Guedes,um ultraliberal convicto, demonstrou que despreza movimentos dessa natureza mesmo em tempos de crise.Bolsonaro chegou atrasado ao embate, quando investidores e empresários enxergavam um enfraquecimento tão grande deGuedes que já apostavam em sua substituição. O presidente precisou sair do Palácio da Alvorada ao lado do ministro daEconomia na segunda-feira (27) para reafirmar seu apoio ao subordinado.Guedes balança porque o próprio chefe está mais próximo do receituário militar do que da agenda liberal. Quando Bolsonarovetou a ideia do ministro de recriar a CPMF ou quando procurou diretamente o presidente da Petrobras para cobrar a redução do

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preço da gasolina, o comandante da equipe econômica precisou baixar a cabeça.A fórmula adotada por Bolsonaro para montar sua equipe estimula essa formação de núcleos desordenados. O presidente deupoder a grupos com pensamentos opostos, que passaram lançar ataques contra os integrantes da própria Esplanada dosMinistérios.A tensão permanente entre os militares e a chamada ala ideológica do Planalto é uma das principais marcas dessa discórdia. Osdois lados disputam influência sobre as decisões de Bolsonaro desde os primeiros meses de governo e chegaram a protagonizarconfrontos ferozes.Sob a bênção dos filhos do presidente e do escritor Olavo de Carvalho, ideólogo do bolsonarismo, o segundo grupo defende umapauta ultraconservadora e a exploração de recursos públicos e da máquina estatal numa guerra contra seus adversáriospolíticos. Parte dos militares atua para conter os danos dessa agenda.Os generais precisaram entrar em campo, por exemplo, para adiar a tentativa de Bolsonaro de transferir a embaixada do Brasilem Israel de Tel Aviv para Jerusalém.Defendida pela ala ideológica, a medida seria um aceno a grupos evangélicos, que se tornaram uma peça relevante da basepolítica de Bolsonaro desde a eleição. Os militares, porém, apontaram que a mudança provocaria uma retaliação comercial dospaíses árabes. O presidente topou esperar.Vendo-se cercados, os olavistas fazem uma campanha intermitente contra os generais. O vice-presidente, o general HamiltonMourão, costuma ser apontado como um conspirador que trama a derrubada de Bolsonaro.Ainda no primeiro ano de mandato, a ala ideológica comandou um ataque ao general Santos Cruz, então ministro da Secretariade Governo. O grupo queria expandir sua influência sobre a política de comunicação do Planalto e conseguiu forçar a demissãodo militar.Bolsonaro nunca deixou claro qual é o peso exato de cada um desses grupos. O presidente ampliou o espaço dos generais nocentro do poder, incluindo a militarização da Casa Civil, mas também costuma exaltar publicamente integrantes do núcleoideológico.A intenção é fazer acenos constantes a sua base de apoio fiel, principalmente em momentos de crise.No pronunciamento de sexta-feira (24) da semana passada, em que Bolsonaro respondeu às declarações feitas por Sergio Moroao sair do Ministério da Justiça, um dos poucos ministros citados nominalmente foi Abraham Weintraub (Educação).O presidente defendeu o auxiliar de críticas e disse que ele “luta contra uma doutrinação de décadas”.Já o pedido de demissão de Moro, além de fazer explodir a acusação de que o presidente tenta blindar filhos e aliados, revelaoutro sinal de exaustão do método adotado por Bolsonaro para formar sua equipe.Quando convidou o juiz-símbolo da Lava Jato para o Ministério da Justiça, o então presidente eleito ofereceu mais do que estavadisposto a entregar. Prometeu carta branca ao novo auxiliar, mas passou a drenar o poder do subordinado a ponto de anunciar asecretários estaduais, no início deste ano, que estudava retirar do ministro as ações do governo federal na área da segurançapública.Bolsonaro só prometeu autonomia a Moro porque estava ansioso para tomar emprestado o lustro do ex-juiz, mas não demorou adeixar claro que seus contratos trazem letras miúdas e submetem os auxiliares a seus interesses individuais e vontadespolíticas.

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