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Brasil PRESBITERIANO Julho de 2006 Ano 49 / Nº 622 - R$ 1,80 Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Rede Presbiteriana de Comunicação Junta de Missões Nacionais planta igreja no maior município do Maranhão Balsas é o maior município do estado do Maranhão, com setenta mil habi- tantes. Está localizado numa região de serrado e próximo a Araguaína (TO) e Imperatriz (MA), ambas a 400 quilômetros de distância. Há seis anos, o trabalho da JMN chegou ao local. O rev. Antônio Campos e sua família se instalaram em Balsas em 2002. Em 2003, o trabalho foi aben- çoado com a oferta de um terreno, onde está o prédio da educação, no qual funcionam o templo provisório e três salas de aula. O campo tem 65 membros comun- gantes e 14 não comungantes. Segundo o missionário, considerando o tamanho da região e sua necessi- dade, o templo da igreja precisa ser construído urgentemente. A obra já foi iniciada pelos próprios membros da igreja, que trabalham a noite para minimizar os custos da mão-de-obra. PÁGINAS 16 E 17 Os membros do Campo Missionário em Balsas (MA) trabalham à noite na construção do templo Clifton Kirkpatrick, presidente da AMIR, conversa com o papa Benedito XVI no Vaticano. Prédio de Educação Cristã, no qual funcionam o templo provisório e três salas de aula do CM em Balsas (MA) PÁGINA 2 Editoriais A reunião do Supremo Concílio e a IPB O que se espera dos deputados ao SC/IPB Supremo Concílio 2006 O concílio de Jerusalém e os concílios da IPB PÁGINAS 18 E 19 Reunião dos líderes da Aliança Mundial de Igrejas Reformadas com o papa Benedito XVI no Vaticano, organização da qual a IPB é membro, pode, segundo o rev. Ludgero Bonilha Moraes, secretário executivo do SC-IPB, criar problemas nessa relação, que será considerada na próxima reunião do Supremo Concílio. Clifton Kirkpatrick disse que a família reformada é grata a Deus pelas três fases de diálogo reformado-católico que se completa- ram e disse, ainda, que a AMIR está ansiosa para maior aproxi- mação com a a Igreja Católica “no testemunho e na fé comum”. PÁGINA 5 Diante da deficiência do sistema educacional brasileiro, organizações do terceiro setor estão implementando mode- los alternativos que, ao trabalhar a capacidade criadora e dialógica das crianças, alcançam resultados que ultrapassam a simples assimilação de conhecimentos. De acordo com o idealizador do projeto, pastor da IP Betel e pastor auxiliar na IP de Manaus, rev. Alcedir Sentalin, a educação desen- volvida pelo Pequenos Discípulos segue a metodologia ensinada por Jesus, pois é voltada para a exposição direta de princípios essenciais à vida. Recreação educativa no projeto Educa para a Vida em Manaus (AM) PÁGINA 15 Projeto Pequenos Discípulos educa para a vida 36ª Reunião Ordinária do Supremo Concílio da IPB Acontece de 16 a 22 de julho, em Aracruz (ES), a 36ª Reunião Ordinária do Supremo Concílio da IPB. Informações sobre traslados, hospeda- gem e acesso aos locais de reuniões. PÁGINA 10

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A reunião do Supremo Concílio e a IPB O que se espera dos deputados ao SC/IPB Editoriais Supremo Concílio 2006 Os membros do Campo Missionário em Balsas (MA) trabalham à noite na construção do templo Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Recreação educativa no projeto Educa para a Vida em Manaus (AM) Clifton Kirkpatrick, presidente da AMIR, conversa com o papa Benedito XVI no Vaticano. P ÁGINAS 18 E 19 P ÁGINA 2 P ÁGINA 15 Rede Presbiteriana de Comunicação

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B r a s i lPRESBITERIANO

Julho de 2006 Ano 49 / Nº 622 - R$ 1,80Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

RedePresbiteriana

de Comunicação

Junta de Missões Nacionais planta igreja no maior município do Maranhão Balsas é o maior município do estado

do Maranhão, com setenta mil habi-tantes. Está localizado numa região de serrado e próximo a Araguaína (TO) e Imperatriz (MA), ambas a 400 quilômetros de distância. Há seis anos, o trabalho da JMN chegou ao local. O rev. Antônio Campos e sua família se instalaram em Balsas em 2002. Em 2003, o trabalho foi aben-çoado com a oferta de um terreno, onde está o prédio da educação, no qual funcionam o templo provisório e três salas de aula.

O campo tem 65 membros comun-gantes e 14 não comungantes. Segundo o missionário, considerando o tamanho da região e sua necessi-dade, o templo da igreja precisa ser construído urgentemente. A obra já foi iniciada pelos próprios membros da igreja, que trabalham a noite para minimizar os custos da mão-de-obra.

PÁGINAS 16 E 17

Os membros do Campo Missionário em Balsas (MA) trabalham à noite naconstrução do templo

Clifton Kirkpatrick, presidente da AMIR, conversa com o papa Benedito XVI no Vaticano.

Prédio de Educação Cristã, no qual funcionam o templo provisório e três salas de aula do CM em Balsas (MA)

PÁGINA 2

Editoriais

A reunião do Supremo Concílio e a IPB

O que se espera dos deputados ao SC/IPB

Supremo Concílio 2006

O concílio de Jerusalém e os concílios da IPB

PÁGINAS 18 E 19

Reunião dos líderes da Aliança Mundial de Igrejas Reformadas com o papa Benedito XVI no Vaticano, organização da qual a IPB é membro, pode, segundo o rev. Ludgero Bonilha Moraes, secretário executivo do SC-IPB, criar problemas nessa relação, que será considerada na próxima reunião do Supremo Concílio.

Clifton Kirkpatrick disse que a família reformada é grata a Deus pelas três fases de diálogo reformado-católico que se completa-ram e disse, ainda, que a AMIR está ansiosa para maior aproxi-mação com a a Igreja Católica “no testemunho e na fé comum”.

PÁGINA 5

Diante da deficiência do sistema educacional brasileiro, organizações do terceiro setor estão implementando mode-los alternativos que, ao trabalhar a capacidade criadora e dialógica das crianças, alcançam resultados que ultrapassam a simples assimilação de conhecimentos. De acordo com o idealizador do projeto, pastor da IP Betel e pastor auxiliar na IP de Manaus, rev. Alcedir Sentalin, a educação desen-volvida pelo Pequenos Discípulos segue a metodologia ensinada por Jesus, pois é voltada para a exposição direta de princípios essenciais à vida.

Recreação educativa no projeto Educa para a Vida em Manaus (AM)

PÁGINA 15

Projeto Pequenos Discípulos educa para a vida

36ª Reunião Ordinária do Supremo Concílio da IPBAcontece de 16 a 22 de julho, em

Aracruz (ES), a 36ª Reunião Ordinária do Supremo Concílio da IPB. Informações sobre traslados, hospeda-gem e acesso aos locais de reuniões.

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Brasil PRESBITERIANO2 Julho de 2006

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Luz para o Caminho0(XX)19 3741 3000

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Gunnar Bedicks Jr. – PresidenteGilson Alberto Novaes - SecretárioAlcides Martins Jr. – TitularJosé Augusto Pereira Brito – TitularCarlos Veiga Feitosa – TitularSílvio Ferreira Jr. – TitularClineu Aparecido Francisco – Diretor Administrativo-financeiroAndré Mello – Diretor de Produção e Programação

EXPEDIENTE

Rede Presbiterianade Comunicação

Conselho Editorial:Augustus Nicodemus LopesCelsino GamaEvaldo BerangerGilson Alberto NovaesHernandes Dias LopesVivaldo da Silva Melo

Brasil PRESBITERIANOAno 49, nº 622 – Julho de 2006

Rua Maria Antônia, 249, 1º andar, CEP 01222-020, São Paulo – SPTelefone: 0(XX)11 3255 7269

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Órgão Oficial da

Secretaria de Atendimento ao Assinante: (19) 3741 3000 / 0800 119 105

www.ipb.org.br

Uma publicação da

Editoriais

Estamos às portas da assembléia geral da Igreja Presbiteriana do Brasil, o Supremo Concílio. Esse concílio decide os rumos da IPB até 2010. Somos uma Igreja Reformada, e ser Reformado é subscrever a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior e Menor, como exposição fiel às Escrituras Sagradas. O que se espera dos deputados ao Supremo Concílio:1. Espera-se integridade Confessio-nal

O compromisso confessional é capaz de nos fornecer raízes históricas e teológicas profundas para lutarmos e vencermos todas as intempéries do teologismo moderno. Pense em todas as decisões dos Concílios anteriores, travando grandes lutas em várias fren-tes teológicas, tais como: Ordenação Feminina, Confissão Positiva, Teologia da Prosperidade, Quebra de Maldições, Montanismo Moderno (pentecosta-lização), Sacramentos (Ceia Infantil, Batismo), Princípios de Liturgia (Corinhologia, Coreografia, Palmas e Danças Litúrgicas), Mercado da Fé, Maçonaria etc. Não é fácil ser uma igreja confessional, mas é a única forma de manter a nossa integridade. 2. Espera-se integridade Doutrinária

Existem muitas heresias penetrando na Igreja. Heresias vindas de grupos, com propostas estranhas, através da televisão, como a doutrina da deter-minação – segundo este ensino, Deus é uma espécie de gênio da lâmpada, que está na Igreja somente para reali-

zar os nossos pedidos. Outras como: quebra de maldição, prosperidade, teo-logia relacional, teologia da preconiza-ção, movimentos (Marcha para Jesus, Show Gospel). Deverá, portanto, o Concílio decidir de forma a resgatar a integridade doutrinária e reformada: a) Sola gratia – afirma a justificação pela fé somente; b) Solus Chistus - afirma a supremacia de Cristo; c) Sola Scriptura - afirma que as Escrituras Sagradas são a ÚNICA regra de fé e prática; d) Sola fide – afirma a justificação é somente pela fé; e) Soli Deo Gloria – afirma que a Glória é somente a Deus.

3. Espera-se integridade de caráter moral e espiritual

A integridade espiritual para guardar nossos princípios provém da constân-cia no estudo das escrituras, na oração, no serviço e sacrifício. Integridade vem do latim integritate, que signi-fica a qualidade de alguém ou algo ser íntegro, de conduta reta, ética, educada, imparcial. É preciso encarar a vida eclesiástica e a vida cotidiana como peças do mesmo quebra-cabeça, guiando a liderança local a ser íntegra no trabalho, vida familiar, comuni-dade e o indivíduo tanto para melho-rar os resultados na igreja como na vida diária. A poderosa combinação de autenticidade, integridade e criativida-de impulsiona o desempenho rumo à consecução dos objetivos no trabalho eclesiástico e em todas as esferas da nossa vida.

A assembléia máxima da Igreja Presbiteriana do Brasil, o Supremo Concílio (SC/IPB), reúne-se de qua-tro em quatro anos em qualquer parte do território nacional. Muito embora a Comissão Executiva do Supremo Concílio da IPB (CE-SC/IPB) trate no interregno dos mais diversos assuntos relacionados ao andamento da vida da denomina-ção, é no SC/IPB que as questões teológicas, estruturais e administra-tivas são tratadas pelos representan-tes dos presbitérios que compõem a igreja. Daí a grande expectativa que sempre cerca essa reunião, pois ela tem caráter decisivo para todas as áreas da vida da IPB.

Um assunto que sempre desperta a atenção e concentra os esforços dos delegados ao SC/IPB é a elei-ção da Mesa do Supremo Concílio, que é feita no primeiro dia da reu-nião. Em nossa denominação, o presidente do Supremo Concílio não somente modera a sua reunião, como também preside as reuniões da Comissão Executiva, representa a Igreja internamente, bem como em suas relações inter-eclesiásticas, civis e sociais (Estatuto da IPB, Art. 4º). Em outras denominações presbiterianas do exterior, o pre-sidente apenas preside a reunião da Assembléia Geral, que acon-tece anualmente, enquanto que a operacionalização das decisões são do encargo do secretário-executi-vo, que geralmente trabalha tempo

integral na função. Assim, pela importância dos cargos da Mesa em nossa denominação, as eleições iniciais representam um momen-to de grande expectativa e oração, que canaliza as atenções de todos. Nesse Supremo Concílio teremos a eleição para a presidência, para a tesouraria e as secretarias temporá-rias. O secretário-executivo ainda tem um mandato de quatro anos para exercer. No momento, três pas-tores foram apresentados por con-cílios da IPB como postulantes à presidência do Supremo Concílio: rev. Cilas Cunha de Meneses, rev. Guilhermino Cunha da Silva e rev. Roberto Brasileiro da Silva. Neste momento, cerca de seis outros ofi-ciais da IPB são postulantes à vice-presidência, em caso da reeleição do atual presidente, o Rev. Roberto Brasileiro. Em outras ocasiões, indi-cações para cargos na Mesa têm sido feitas a partir do próprio plenário.

Uma reunião de Supremo Concílio é sempre um marco na vida da denominação, quando expectativas e esperanças de decisões visando o bem da igreja são alimentadas, quando as orações sobem aos céus em favor daqueles que serão eleitos para liderar a IPB nos próximos quatro anos ocupando os mais dife-rentes cargos e papéis nos órgãos, autarquias e instituições da deno-minação. Juntamos nossas orações a estas, rogando a Deus sua bênção sobre nosso concílio maior.

O que se espera dos deputados ao SC/IPBA reunião do SC e a IPBAshbell Simonton Rédua

Ashbell Simonton Réduaé pastor da IP Sinai, Niterói (RJ).E-mail: [email protected]

Edição e chefia de reportagem: Letícia FerreiraDRT/PR: 4225/17/65.E-mail: [email protected]: Martha de Augustinis - [email protected] Caroline Santana - [email protected]

Diagramação: Aristides NetoImpressão: Folhagráfica

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Brasil PRESBITERIANO 3Julho de 2006

explosão de vio-lência no país nos últimos dias, a par-

tir de São Paulo e sob a coordenação de grupos criminosos organizados, trouxe à tona a velha discussão sobre as suas raízes mais profundas. Muito se falou da neces-sidade de maior inves-timento na educação e em programas sociais. Foi este o argumento, por exemplo, do presi-dente da República, que associou os altos índices de violência no país à fragilidade do sistema educacional e à pobreza. De pronto, o argumento foi contestado por diver-sos intelectuais e pela própria mídia, com base em dados estatísticos da Unesco. Não faltou quem lembrasse que muitos dos agentes da violência urba-na são pessoas intelectu-almente bem preparadas e de alto padrão de vida, fruto dos lucros podres do narcotráfico. Os ideó-logos do PCC, por exem-plo, lêem com freqüência os maiores pensadores do comunismo – criaram até uma cartilha com base em alguns de seus pres-supostos – e têm dinhei-ro suficiente para tentar comprar favores e até

para financiar campanhas políticas. O problema, portanto,

é muito mais complexo. Ninguém questiona que certas ações preventivas podem surtir melhor efei-to do que a mera repressão ou a criação de determina-das leis. Também é ponto pacífico que as políticas de inclusão social – espe-cialmente para crianças e adolescentes -, o comba-te eficaz ao desemprego, melhor poder de compra do salário, distribuição de renda mais justa, aper-feiçoamento do judiciário e melhor aparelhamento das polícias são impres-cindíveis para uma vivên-cia comunitária mais fraterna. E, finalmen-te, que a educação pode contribuir decisivamente para desarmar os espíri-tos do povo, pois, entre os seus benefícios, está a possibilidade de termos um contingente maior de cidadãos que saiba exigir e cobrar mais essas medi-das dos governantes. Entretanto, mesmo todas

essas alternativas não produzirão uma socieda-de menos violenta. Algo imprescindível está fal-tando: as pessoas preci-sam se voltar para Deus, vendo-o como a maior fonte de amor, paz e jus-tiça. Por se tratar de uma

tese religiosa, ninguém a tem listado nos debates acalorados dos últimos dias. Ocorre que grande parte da população brasi-leira é confessionalmen-te cristã. Assim, muitos que poderiam atuar como profetas de um tempo de caos, indicando que o afastamento de Deus produz inevitavelmente uma sociedade sem refe-renciais, simplesmente tomam a forma do mundo alienado de Deus. E, por conveniência, reprodu-zem seu discurso. Mais triste é constatar que de forma corporativa, neste momento da história, a Igreja tem ignorado a sua missão profética de ser a consciência do Estado, denunciando o mal, onde ele estiver. Em termos gerais o discurso contra o pecado estrutural é tímido. Muitas vezes se restringe às prédicas dominicais. Entre as muitas razões, está o vínculo de muitas denominações com gru-pos políticos, além do medo e visão absurda de que determinados posi-cionamentos não sejam de sua competência. Até que acordemos, muitas mortes lamentavelmente continuarão acontecendo.

AVivaldo da Silva Melo

Violência, a alternativa queas autoridades não indicam

Opinião Seu recado

O “Seu Recado” recebe colaborações pelo correio: Rua Maria Antônia, 249, 1º andar, CEP 01222-020, São Paulo, SP, por fax: 11-3255-7269 e por e-mail: [email protected]. As cartas devem ser concisas e conter nome, endereço completo e assinatura, exceto quando for e-mail.O Brasil Presbiteriano se reserva o direito de selecionar cartas e publicar trechos.

Sobre a Resolução do SC-IPB 2004 sobre batismo de criança e Santa Ceia

“Inferi-se que o fato das crianças serem circuncidadas aos oito dias e, nessa ocasião, estarem impossibilitadas de comer a carne do cordeiro pascal, estariam elas proibidas de participar dos elementos da Ceia. Esta é uma infe-rência não necessariamente verdadeira. Muito mais evidente, pois está clara-mente dito no texto, é o fato de que as crianças eram circuncidadas ao oitavo dia e nem por isso estabelecemos esta data para o seu batismo.A afirmação de que as crianças só comiam do cordeiro pascal a partir do momento que podiam compreender não tem respaldo na Bíblia. Como o cordeiro era comido pela família é mais natu-ral entender que as crianças também comiam dele. (...) Tem sido prática dos concílios tentar garantir determinadas questões excluindo do debate aqueles que discordam da proposta que se dese-ja aprovar. Não percebe a igreja que isso empobrece o debate; desqualifica algumas decisões, porque na falta de um debate verdadeiro, decide-se inconsis-tentemente; e o segmento excluído fará pouco caso de decisões da igreja, fragi-lizando-a politicamente. (...) Um debate honesto tem o mérito de deixar em paz até mesmo a parte vencida (sendo ela honesta, deixa-se convencer pela maio-ria). A manobra instiga o ressentimento e a amargura e, por fim, a perda de uma mão de obra, algumas vezes, de muito boa qualidade.”Rev. Zwinglio de Andrade Costa, pas-tor da IP de Cidade Satélite, em Natal (RN)

Violência e oração“Rodrigo Netto (o guitarrista da

banda Detonautas) morreu perto da minha casa. É mais uma vida ceifa-da pelo ódio humano e pelo poder do mal através daqueles que servem aos demônios. (...) Não foi em nenhum campo de guerra. Foi ali, próximo da Universidade Celso Lisboa, da nova Faculdade de Comunicação e Letras do CCAA, do Instituto Politécnico do Senac e do Seminário Teológico Betel. (...) Enquanto orava e meditava, percebi que tenho orado pouco contra a violên-cia e senti uma convicção profunda de que tenho que orar pela segurança do meu bairro, da minha cidade, do meu país. Orar para que Deus dê sabedoria e poder às autoridades. Mas também pela conversão dos criminosos, pois só o evangelho pode mudar radicalmente a vida deles e, conseqüentemente, a sociedade.” João Luiz Santolin, membro da IPB no Rio de Janeiro e presidente do Movimento pela Sexualidade Sadia (Moses)

Rev. Crispim José FerreiraSolicito a gentileza de divulgar meu atual endereço: Rua Olívia Marques, 1017 - Centro, CEP- 18400-100. Itapeva

(SP). Fone: (15) 3521-2274 e e-mail: [email protected]

Miguel TorresO saudoso rev. Julio A. Ferreira escre-

veu um livro sobre o missionário rev. Miguel Gonçalves Torres, chamando-o de o apóstolo de Caldas. Muito bem, o rev. Miguel Torres faleceu muito moço em Caldas (MG) e lá foi sepultado. Conforme pudemos conferir há uns seis anos, seu túmulo encontra-se abandona-do. Tentamos limpá-lo, ao menos à placa de inscrição, mas pouco conseguimos. Informei ao Presbitério São João de Boa Vista, de cuja cidade está sob jurisdição e, passados seis anos, não obtive nenhu-ma resposta da minha carta. Lá voltamos e constatamos que nada foi feito. É assim que a IPB preserva sua memória....Nathanael Oliveira Neves, da Comunidade Presbiteriana Boas Novas de São João da Boa Vista (SP).

Aniversário do Brasil Presbiteriano (8 de junho)Recebemos na redação os cumprimen-tos e felicitações das seguintes pessoas, igrejas e SAFs:Ana Lúcia da Silva de Magalhães Pinto, segun-da secretária da SAF da IP Jardim de Oração em Santos (SP); Confederação Sinodal Norte do Paraná de SAF’s; Diretoria da SAF da Igreja Presbiteriana de São José, presidente Celi M. Costa Silveira e vice-presidente e primeira secretária Lenita Santiago Lohmeyer; Eliane Cereda, secretária de Comunicação e Marketing; Federação Central Fluminense do Trabalho Feminino; Federação de SAF’s do Presbitério Vale do Ivaí; Georgina Moraes Dias, secretária de Causas da IP de Cachoeira (BA); Giane Domingues Vieira Alves, secretária de Causas da IPB, SAF “Vitória Martins Banks Leite” e Congregação Presbiteriana de Vila Sanches de Juquiá (SP); Ilza Silva Dutra de Souza, presidente da SAF da IP de Eldorado, em Diadema (SP); IP de Monte Carmelo (MG); IP de Pederneiras (SP); Maria Aparecida Carniel da Costa, secretária de causas da SAF IPB; Nilza Pereira, secretária de Causa da SAF da IPVC; Norma Disney da IP de Aldeota, Fortaleza (CE); Paulo Ricardo Dias Ferreira; Priscila, secretá-ria de Estatística da SAF; Rosilene Lameira, secretária de Sociabilidade e Causas Locais da SAF Belém; SAF da Capela Presbiteriana de Anápolis (GO); SAF da Congregação da IPB em Galiléia (MG); SAF da Congregação Presbiterial da IPB em Ivaiporã (PR); SAF da Congregação Presbiteriana de Nazário (MG); SAF da Congregação Presbiteriana do Jardim Piza, em Limeira (SP); SAF da IP Central de Ipatinga (MG); SAF da IP de Juquiá (SP); SAF da IP de Parauapebas (PA); SAF da IP do Jardim Vera Cruz, em São Bernardo do Campo (SP); SAF da IP Ebenézer, em Monte Carmelo (MG); SAF da IP Jardim das Oliveiras, em Governador Valadares (MG); SAF da Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória através da Secretaria de Causas da IPB representada pela secretária Ely Batalha Silveira de Magalhães; SAF da Primeira IP Aracruz.(ES); SAF da Primeira IP de Bauru (SP); SAF da Primeira IP de Manhuaçu (MG); SAF da Primeira IP de Salinas (MG); SAF da Segunda IP de Juiz de Fora (MG); SAF da Segunda IP Nova Venécia, em São Cristóvão (ES).; SAF de Ibicaraí (BA) parabeniza o Jornal Brasil Presbiteriano pelo seu aniversário.; SAF de Itabuna (BA); SAF de Mantenópolis (ES); SAF de São José de Freitas (PI); Segunda IP de Uberlândia (MG)

Vivaldo da Silva Melo é pastor da IP de Aquidauana (MS). E-mail:

[email protected]

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Brasil PRESBITERIANO4 Julho de 2006

ergunta: Como é deci-dido quem representa as igrejas e regiões no

Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil?

Resposta: Para as reuniões do Supremo Concilio da IPB cada Presbitério é representa-do por 2 ministros e 2 presbí-teros - titulares (2 ministros e 2 presbíteros suplentes), eleitos na reunião ordinária que antecede a RO-SC (nos anos pares, de 4 em 4 anos), levando-se em consideração o número de membros comun-gantes de cada Presbitério, até o limite de 2000 membros.

O Presbitério terá direito a ser representado por mais 1

ministro e 1 presbítero, ou seja, 3 ministros e 3 pres-bíteros, caso tenha mais de 4000 membros. Se tiver 6000 membros, será representado por 4 ministros e 4 presbíte-ros.

O SC (58-184) interpre-tou o artigo 90 dizendo que SOMENTE CADA GRUPO DE 2000 DÁ DIREITO A MAIS UM PASTOR E UM PRESBÍTERO. E a CE (86-046) confirma que os art. 89 e 90 REFEREM-SE A MEMBROS COMUNGANTES.

Interessante é que os pasto-res e presbíteros detentores de representatividade junto ao SC-IPB devem ser tratados de DEPUTADOS, e não de REPRESENTANTES, como

são tratados nas reuniões dos Presbitérios e dos Sínodos.

Os representantes (1 titular e 1 suplente) dos Conselhos junto aos Presbitérios são eleitos anualmente. Dos Presbitérios (3 ministros e 3 presbíteros - titulares, mais 3 ministros e 3 presbíteros suplentes) às reu-niões dos Sínodos são eleitos nas reuniões dos Presbitérios. E os deputados ao Supremo Concilio (2 ministros e 2 presbíteros - titulares, mais 2 ministros e 2 presbíteros suplentes) são eleitos também nas reuniões dos Presbitérios.

ergunta: “Como entender o fato de Jesus Cristo, sendo a

segunda pessoa da Santíssima Trindade, submeter-se aos caprichos do diabo durante quarenta dias no deserto, con-forme Lc 4.1,2?”

Resposta: Consideremos:Primeiro, Jesus Cristo não

se submeteu aos caprichos do diabo; submeteu-se, levado pelo Espírito Santo, a ser ten-tado, mas não cedeu a nenhu-ma tentação (Hb 4.15).

Segundo, Cristo veio para ser o servo sofredor, para cumprir toda a justiça, humilhando-se, fazendo-se obediente até à maldição da morte na cruz (Is 52.13 a 53.12; Mt 3.14,15; e 5.17,18; Fp 2.5-8; Gl 3.13).

Terceiro, a máxima humilha-ção a que se rendeu o Verbo de Deus, o Verbo Eterno, é que o Pai O fez pecado por nós, para que fôssemos revestidos da Sua justiça (2 Co 5.21). Em razão disso, Jesus Cristo

sofreu o misterioso mas real desamparo do Pai na cruz – porque ali Deus viu em Cristo o nosso pecado, e O puniu em vez de nos punir eternamente (se é que verdadeiramente cre-mos nEle).

No conselho da eternidade, Deus o Pai entregou ao Filho aqueles que Ele haveria de sal-var, como Ele próprio declara em Sua oração sacerdotal: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (Jo 17.9).

Louvado seja o nome do Senhor!

Almoços na igreja

Pergunta: “É lícito a uma igreja promover almoço bene-ficente no dia do Senhor?”

Resposta: Consideremos dois aspectos:

Primeiro, o aspecto negati-vo. Consiste mais de perigos, espero, do que de fatos. Os perigos de induzir pessoas a só ajudarem os necessitados

em troca de algo (comida) e os perigos de outras formas de carnalidade.

Lembrete importante: toda a coordenação da obra assisten-cial da igreja local deve (ou deveria) estar a cargo da Junta Diaconal.

Segundo, o aspecto positi-vo. Como as pessoas em geral almoçam, bom será que seu almoço redunde em benefício de pessoas carentes. Se o espí-rito dos que promovem tais almoços é realmente cristão, para real prestação de serviço e cumprindo o ministério de misericórdia da igreja – se é esse o espírito, acredito que se aplique a essa obra o que disse Jesus aos judeus que O criticaram por curar um para-lítico no dia de santo repouso semanal. Disse Ele: “É lícito, nos sábados, fazer o bem” (Mt 12.12).

P

Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática

do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail:

[email protected]

Odayr Olivetti

O Verbo Eterno sujeito ao diabo?

Consultório Bíblico As Confissões Reformadas

Primeira Confissão Helvética (1536)

sse importante docu-mento, também conhe-cido como Segunda

Confissão de Basiléia, foi moti-vado por duas circunstâncias: a convocação, pelo papa Paulo III, de um concílio geral a reu-nir-se em 1537 em Mântua, no norte da Itália, e as atitudes conciliatórias dos reformadores de Estrasburgo, Martin Bucer e Wolfgang Capito, que desejavam ardentemente unir zuinglianos e luteranos. Representando ofi-cialmente as principais cidades reformadas suíças, vários teólo-gos se reuniram em Basiléia nos dias 1º a 4 de fevereiro de 1536. Eram eles Henrique Bullinger e Leo Jud, de Zurique; Osvaldo Micônio e João Grineus, de Basiléia; Gaspar Megander, de Berna, bem como os alemães Bucer e Capito, que comparece-ram como convidados. A confis-são redigida nessa ocasião pelos teólogos suíços foi assinada por todos os delegados, no último dia da conferência, e publicada em latim. Leo Jud preparou o texto em alemão, também aceito oficialmente. Em 27 de março, os delegados dos conselhos municipais aprovaram formal-mente o documento.

Na Primeira Confissão Helvética, todas as cidades suí-ças de língua alemã que abra-çaram a Reforma (Zurique, Basiléia, Berna, Schaffenhausen, St. Gall, Muhlhausen e Biel) apresentaram a sua fé comum. Assim, ela tornou-se a primeira confissão geral suíça e a pri-meira confissão reformada com autoridade nacional, sendo con-siderada o ápice do desenvol-vimento confessional do zuin-glianismo. Martinho Lutero recebeu uma cópia da confissão através de Bucer e expressou apreciação pela mesma, mas exigiu que os suíços assinassem a Concordata de Wittemberg, proposta por Bucer em maio de 1536, o que não veio a ocorrer.

Embora não tenha sido apre-sentada em Mântua (o concílio convocado pelo papa só veio a reunir-se em Trento em 1545), nem tenha unido reformados e luteranos, essa confissão con-tinuou por muitos anos a ser uma eloqüente expressão da fé dos reformadores suíços. Trinta anos depois, foi substituída pela Segunda Confissão Helvética, preparada por João Bullinger e Pedro Mártir Vermigli em 1561 e publicada em 1566.

A versão latina contém 28 bre-ves parágrafos (27 no texto ale-mão mais pleno e vigoroso, que une os artigos 13 e 14). Os temas tratados são os seguintes – Arts. 1-5: as Escrituras, sua interpre-tação e propósito (pela primei-ra vez a questão da autoridade doutrinária é respondida com o princípio formal da Escritura); Art. 6: o Deus triúno; Arts. 7-10: o ser humano, o pecado, o livre arbítrio e a salvação; Arts. 11-12: Jesus Cristo e “o que nós temos através dele”; Arts. 13-14: a fé na graça de Deus como o meio de salvação; Arts. 15-20: a igreja, o ministério, a autoridade eclesiástica, a eleição dos ministros, os verdadeiros pastores (tendo a Cristo como modelo supremo) e o ofício do ministério; Arts. 21-23: aborda-gem moderada e conciliatória de um tema crucial – os sacramen-tos; não são meros sinais vazios, mas símbolos da graça divina que oferecem as realidades espi-rituais para as quais apontam; Arts. 24-28: o culto e as cerimô-nias públicas, coisas indiferen-tes, heresia e cisma, magistra-dos civis e casamento. Segundo consta, Bullinger e Jud tentaram sem êxito incluir uma cláusula advertindo contra a autoridade normativa dessa ou de qualquer confissão que pudesse usurpar o lugar da Escritura, o único vín-culo verdadeiro e suficiente da união evangélica.

EAlderi Souza de Matos

Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da

IPB. E-mail: [email protected]

Consultório Constitucional da IPB

Addy Félix de Carvalho é pastor da Ig Presb de Petrópolis, RG e autor

do livro Interpretação e Comentários sobre a Constituição da Igreja. E-mail:

[email protected]

Addy Félix de Carvalho

P

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Brasil PRESBITERIANO 5Julho de 2006

Aconteceu

Jovens celebraram 70 anos de UMPComemoração nacional se deu na IP do Rio de JaneiroPor Suely Montalvão RéduaOs jovens presbiterianos comemoraram

nacionalmente, no Rio de Janeiro, 70 Anos de Mocidade Presbiteriana. O evento foi realizado no dia 20 de maio na IP do Rio de Janeiro, com a liderança regional das confederações sinodais, federações e UMPs. Contando com a presença do secretário geral da Mocidade, rev. Walcyr José de Paiva, do tesoureiro da Confederação Nacional de Mocidades, diác. Fabiano e o secretário de Esportes/Recreação, presb. Ricardo Beraldo. Estiveram presentes também jovens da antiga geração: rev Enos Moura, Eloísa Helena Alves e presb. Renato Piragibe, entre outros.Foram rememoradas as lutas e vitórias dos

jovens presbiterianos desde 1938, quando o SC/IPB teve o entendimento de que a Mocidade Presbiteriana carecia de maior cui-dado, amor e atenção dos líderes, principal-mente dos pastores e presbíteros, e foi criada a Secretaria Geral da Mocidade, sendo nome-ado para o exercício do cargo o rev. Benjamin Moraes.Na década de 1960, o Supremo Concílio

decidiu extinguir a Confederação Nacional de Mocidade Presbiteriana, alterando a estrutura do trabalho da Mocidade quanto à sua relevân-cia nacional, devido às dificuldades de relacio-namentos entre a Diretoria da CNMP e a IPB. Esta situação permaneceu por 26 anos, perí-odo de muitas lutas nacionais que atingiram em certa parte a vida da igreja. No entanto, com o crescimento da IPB foram organizadas várias federações presbiteriais e confedera-ções sinodais, o que exigiu uma postura maior da igreja no cuidado da Mocidade. As mudan-ças aconteceram em 1986, sob a coordenação do rev. Cleómines Anacleto de Figueiredo, secretário geral da Mocidade, reorganizando a Confederação Nacional da Mocidade.Em 1990, com a eleição da nova diretoria

nacional da Mocidade, sob a presidência da jovem Eloísa Alves Helena, empreendedora de uma nova dinâmica no trabalho, foi desenvolvi-da a estrutura que vigora hoje.Foram compartilhadas novas esperanças e

novos sonhos por meio do entendimento que a igreja nacional tem dado à Mocidade através da premissa Sociedades Internas: Fator de Integração da Igreja.

Líderes da AMIR visitam o PapaLíderes da Aliança Mundial de Igrejas

Reformadas (AMIR) fizeram um apelo por uma nova era de parceria em questões de justiça em sua primeira visita ao papa Benedito XVI no Vaticano, no dia sete de janeiro. A notí-cia repercute agora em face da Reunião do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana, uma das afiliadas à AMIR. A Aliança é uma fraternidade de mais de 200

igrejas em 107 países do mundo, congregando 75 milhões de cristãos reformados. A Igreja Presbiteriana do Brasil reativou sua

filiação a AMIR por resolução do Supremo Concílio em 1998, considerando “que a Aliança Mundial de Igrejas Reformadas - AMIR é her-deira de uma tradição de 120 anos, agregando as principais denominações reformadas no mundo.” (SC-1998 - Doc. 68)“Estamos ávidos em buscar com o Sr., nessa

visita ao Vaticano, uma maneira em como os católicos e cristãos reformados possam traba-lhar juntos pela justiça de Deus num mundo esmagado pela pobreza, guerra, destruição ecológica e negação da liberdade humana,” disse ao pontífice Clifton Kirkpatrick, presiden-te da AMIR.Para o secretário executivo do SC-IPB, rev.

Ludgero Bonilha Moraes, o que pode cau-sar consternação e constrangimento à IPB são declarações do presidente da AMIR, que naquele ato a representava, como estas: “Ainda há muito a ser feito para irmos além do nosso passado de condenações mútuas, ao respeito de um ao outro como partes de um só corpo de Jesus Cristo, servindo a Deus juntos sem preocupar-nos com restrições em nossos países e virmos juntos à mesa do Senhor. Queremos ser parceiros contigo nesse impor-tante ministério da unidade cristã.”

Culto dos Jubilados em marçoNo dia 28 de março,

na Universidade Presbiteriana Mac-kenzie, em São Paulo (SP), foi celebrado o culto de ação de graças pela vida dos pastores jubilados durante a reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio. Entre eles, o rev. Abel José de Paula, pastor emérito da IP de Vila Formosa, em São Paulo, onde trabalhou 33 anos. Atualmente, o rev. Abel exerce seu ministério auxiliando o trabalho de Deus nesta mesma igreja.Irmãos e amigos agradecem a Deus pela vida

de dedicação do seu pastor, parabenizando-o juntamente com todos os pastores jubilados que, com mérito, foram homenageados pelo Supremo Concílio.Maria Aparecida Marra Matias, membro da

IP de Vila Formosa, São Paulo

Eloísa Helena fala sobre a história da UMP

Igreja reunida para comemorar aniversário da Mocidade

Secretário Geral da AMIR, Setri Nyomi e o presidente Clifton Kirkpatrick se encontram com o papa Benedito XVI e o bispo Brian Farrel, secretário do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade Cristã.

Rev. Abel José de Paula

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Brasil PRESBITERIANO6 Julho de 2006

e é obra de ficção, um romance, não está com-prometido com a verda-

de histórica. O autor afirma que descrições como as da arquitetura e os documentos “são acurados”. Mas não dá informações bibliográficas que assegurem aos referidos documentos valor documen-tal.

À pergunta se Da Vinci era homossexual, a resposta do livro é: “Os historiadores geralmente não dizem bem isso, mas, sim, Da Vinci era homossexual”.

Notável o dogmatismo da resposta apesar da inseguran-ça do fundamento. É comum em escritos modernos afirma-ções como essa a respeito de vultos do passado, que não estão aqui para explicar-se. A impressão é que os dege-nerados e os promotores da degeneração moderna que-rem justificar dessa forma a sua degeneração ou o seu afã em promover uma socieda-de cada vez mais permissiva, para não dizer libertina.

Uma das teses fundamentais da obra é que Constantino e certos sucessores “conver-teram o mundo do paganis-

mo matriarcal ao cristianis-mo patriarcal”, que procurou eliminar “o feminino sagra-do, obliterando a deusa para sempre da religião moderna” (p.133).

Os argumentos sobre o des-virtuamento do cristianismo se baseiam em Constantino e seus sucessores. Todos os “pais da igreja” dos primeiros séculos são deixados de lado. O cristianismo do Cristo divi-no e humano (negado no livro) é ratificado pelos cristãos dos dois primeiros séculos (pp. 133ss e 250ss). Note-se que, ao invés de eliminar o femi-nino, a tradição do catolicis-mo romano, a partir do século IV (ou seja, a partir do tempo de Constantino), desenvolveu fortemente o culto a Maria, colocando-a quase no nível de Jesus Cristo e, nalguns aspectos, acima dele).

O romanismo é atacado “de fio a pavio” na obra de Dan Brown, principalmente a partir do século XI, época do surgimento da famige-rada “santa” inquisição). O protestantismo é atacado no que se refere às suas cren-ças fundamentais, calcadas na interpretação correta da Bíblia em geral e do Novo Testamento em particular. O

Apologética

Uma análise cristã

SOdayr Olivetti

Pastores opinam sobre abordagem do polêmico livro O Código da Vinci.

O livro O Código da Vinci, recentemente levado ao cinema com o ator Tom Hanks no papel prin-cipal, escrito por de Dan Brown, expõe, por meio de uma história fictícia, diversos segredos que envolveriam uma sociedade secreta dos tempos de Jesus, portadora de um mistério milenar que envolve desde o sorriso de Mona Lisa até o sig-nificado do Santo Graal. O romance tornou-se um dos maiores best-sellers modernos.

A novel – Um romance

autor segue linhas gnósticas (racionalistas e imaginosas, que os apóstolos Paulo e Pedro chamam de “fábulas” engenhosas, como se vê nes-tas passagens: 1 Tm 1.4; 4.7; 2 Tm 4.4; Tt 1.14, “fábulas judaicas”; 2 Pe 1.16).

Muita gente moderna tem ido na onda da afirmação de que o Novo Testamento é pura alegoria. O autor, que algures faz referência a um obscuro escrito dos “Rolos do Mar Morto”, deixa de mencionar o escrito mais importante deles: o manus-crito completo do Livro de Isaías, que os cientistas do Museu Britânico declararam que só pode ter sido escrito antes do século 2º antes de Cristo. E o Livro de Isaías tem profecias tão minucio-sas a respeito de Jesus Cristo como o Servo Sofredor, o Rei eterno (“Deus Forte,

Pai da Eternidade”), filho de uma virgem etc. (Is 7.14; 9.6; 53), que os modernistas afirmavam que esse livro só pode ter sido escrito depois da vinda de Cristo. Com a descoberta do manuscrito do Mar Morto, esses modernis-tas tiveram que calar a boca sobre isso.

Nas páginas 266 e 267 o autor, baseado em “evange-lhos” espúrios, afirma que Maria Madalena foi esposa de Jesus, que os discípulos reclamaram: “Por que a amas mais que a todos nós?” e que Pedro teve ciúme por Jesus amá-la mais que aos outros discípulos.

Ora, claro está que o amor conjugal é de natureza dife-rente do amor ao próximo ou do amor dos irmãos na fé. A reclamação e o ciúme referidos não têm razão de ser. Ao contrário, se mos-

tram alguma coisa, mostram que Maria era uma discípula, como os demais discípulos de Jesus Cristo. Mas tudo isso é fábula.

Diz ainda o livro que as palavras de Jesus sobre a pedra (Mt 16.18) foram diri-gidas a Maria Madalena (p. 267).

Vejamos: 1°. As palavras de revestimento de autoridade ditas a Pedro são depois ditas por Jesus a todos os apósto-los: Mt 16.19; 19.18. 2°. O próprio Pedro afirma clara-mente que a pedra fundamen-tal da igreja é Jesus Cristo: At 4.11 e 1 Pe 2.3,4. Os cristãos são “pedras vivas”, como diz o versículo seguinte, mas Cristo é a pedra fundamental. 3°. O apóstolo Paulo afirma: “a pedra era Cristo”: 1 Co 10.4. 4°. O pronunciamento de Cristo em Mt 21.42-44 é feito em termos que elimi-nam qualquer dúvida a res-peito da pedra e é feito com tal majestade e rigor divinos que os que brincam com a Palavra de Deus deveriam apavorar-se e, para não serem destruídos, recorrer à miseri-córdia do Juiz que salva o crente penitente.

É negada a autenticidade do Novo Testamento e é posta em dúvida a credibilidade dos historiadores e de outros tes-temunhos antigos (p. 276).

1º: Não se compara a com-provação da Escritura com a de outras obras. É extra-ordinário o trabalho de especialistas individuais e de equipes – um trabalho cumulativo através dos sécu-los, uma equipe partindo dos resultados dos trabalhos das equipes anteriores, e assim por diante.

2º: Se devo duvidar dos historiadores, por que devo acreditar em Dan Brown, ainda mais quando ele mesmo declara que seu livro é um romance, uma obra de

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Brasil PRESBITERIANO 7Julho de 2006

ficção?3º: Astrologia. Segundo a

obra em foco, tivemos dois mil anos sob o signo de pei-xes, período durante o qual os homens foram incapazes de pensar por si. Daí, foi “um período de fervente reli-gião”, a Era de Peixes. Agora estamos entrando na Era de Aquário. Os homens se liber-tam da religião e se tornam independentes de Deus (pp. 289, 290).

Muitas vezes, durante esses dois mil anos, houve movi-mentos que tentaram acabar com a crença no sobrenatural, nos milagres e na divindade de Cristo. Desde os saduceus (Mt 22.23), passando pelos ebionitas (influenciados pelos gnósticos), por Ário, e daí em

diante. Mais recentemente, mas bem dentro da Era de Peixes, em meados do sécu-lo 19, Nietzsche declarou a morte de Deus e a autonomia do homem. E ficou bravo porque Sthendal tinha dito isso antes dele.

4º: “Os judeus primitivos acreditavam que o Santo dos Santos, no templo de Salomão, abrigava não somente Deus, mas também Sua poderosa igual feminina, Shekinah. Os homens que buscavam alcan-çar completitude espiritual vinham ao templo para visitar as sacerdotisas – ou hiero-dules – com as quais tinham relações sexuais e experimen-tavam o divino por meio da união física” (p. 336).

A prostituição ritual ou cul-

tual sempre foi condenada por Deus e por Seus servos fiéis. Em 1 Rs 14.24 há uma referência a “prostitutos cul-tuais” que havia no país (não no templo). Mas o mesmo versículo informa que, por essa e outras “abominações” de outros povos, “o Senhor expulsará ‘aquelas nações’ de diante dos filhos de Israel”. No capítulo seguinte, versí-culos 11 e 12, lemos que o rei “Asa fez o que era reto peran-te o Senhor, como Davi, seu pai. Porque tirou da terra os prostitutos cultuais...”. Não os havia no templo; tirou-os da terra, ou seja, do país. Jó foi um dos “judeus primitivos”, um dos mais antigos persona-gens da história dos hebreus. Em Jó 36.13,14, lemos: “Os

ímpios de coração amontoam para si a ira; e, agrilhoados por Deus, não clamam por socorro. Perdem a vida na sua mocidade e morrem entre os prostitutos cultuais”. Essa prática era dos ímpios, dos povos pagãos, não de Israel. Colocar a prática de prosti-tuição cultual no Santo dos Santos envolvendo o maravi-lhoso símbolo da glória divi-na, a Shekinah, como faz o abominável livro, é o cúmulo da blasfêmia.

5º: O livro termina com a suposta Maria Madalena, no Louvre, sendo adorada, “...the outcast one” (“a expulsa” p. 482).

Maria Madalena e outras mulheres, alienadas pelo poder do Maligno, foram

libertadas desse poder por Jesus Cristo e Lhe prestaram serviço com seus recursos materiais: Lc 8.1-3.

Como também podem ser libertados do jugo do peca-do, do mundo, da carne e de Satanás quantos recebam Cristo como o Verbo eterno que se fez carne, e deu Sua vida por nós. Salvo exceções, os judeus não O receberam como o Messias, Rei divino, o Redentor, “mas a todos quan-tos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.11-13).

Rev. Samuel Santos,pastor da IP do Recife (PE).

A obra apresenta três grandes problemas que precisam ser avaliados: primeiro, diz respeito aos grandes e graves problemas teológicos. O segundo aspecto, diz respeito aos grandes problemas da teologia Bíblica; e o terceiro, aos grandes problemas histó-ricos (não há pressupostos históricos e sim suposições).O outro grave problema é que, para afirmar seus devaneios, o autor fundamenta seus argumentos nos livros Apócrifos.

Rev. Gilson Moreira,pastor da 1ª IP em Barra Mansa (RJ).

Tanto o livro, quanto o filme apenas denigrem e aviltam a verdadeira mensagem Bíblica, a fé, a verdadeira história e tudo o que até então o mundo científico produziu e defende mediante descobertas arqueológicas que comprovam os fatos e não as aberrações que o Código da Vinci, como romance, apresenta e defende como sendo verdade. A Bíblia Sagrada afirma: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co.3:11).

Rev. Tércio Rocha ,pastor da IP Redenção (GO).

Um livro que defende conceitos como: Jesus teve amante e filhos, a divindade de Cristo foi o resultado de um concílio eclesiástico que escondia nos bastidores motivações políticas, o cristianismo foi uma invenção para reprimir as mulheres e afastar as pes-soas do “sagrado feminino”, não passa de um sórdido embuste e de uma blasfêmia contra Deus. Mesmo que alguém queira nos rotular de fundamentalistas, tendo em mãos o engenhoso trabalho de Dan Brown, rea-firmaremos que suas idéias não passam de infames mentiras

Opiniões

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Brasil PRESBITERIANO8 Julho de 2006

Pastores, divórcio e novo casamentoLiderança Pastoral

Afinal, qual a importância de um casamento sólido e duradou-ro para o ministério pastoral? Paulo escreveu que “é necessá-rio que o bispo ... seja esposo de uma só mulher” (1Tm 3.2). Podemos interpretar essa pas-sagem de duas ou três maneiras diferentes, mas todas elas, ao final, falam da necessidade de um casamento exemplar para os líderes cristãos. Creio que há vários pontos que podem ser mencionados aqui.

Primeiro, a paz e o sossego que um casamento estável ofe-rece refletem inevitavelmente na lide pastoral.

Segundo, o exemplo para os filhos, se houver, e para os casais da igreja que pastoreia. Todos esperam que o casamento do pastor seja uma fonte de ins-

piração e exemplo. Casamentos que dão certo e duram a vida toda funcionam como uma espé-cie de referencial para os demais casamentos, especialmente se for o casamento do pastor.

Terceiro, a questão da auto-ridade. Não era esse o receio de Paulo, que após ter pregado a outros não viesse ele mesmo a ser desqualificado? (1Co 9.27). Que autoridade tem um pas-tor divorciado, sem uma razão acima de qualquer suspeita, ou que vive uma vida conjugal em constante crise, para exortar os maridos da sua igreja a amarem a esposa e a se sacrificar por ela? Certo dia, um ex-colega de seminário, falando na igre-ja sobre os deveres do marido cristão, foi surpreendido por sua própria esposa que se levan-tou no meio do povo e disse, “É tudo mentira, ele não faz nada disso em casa!”. O pasto-

rado daquele colega acabou ali mesmo.

Quarto, mensagem errada de que o divórcio é a solução. Pastores que se divorciaram e estão num segundo casamento passam aos casais da igreja a mensagem de que o divórcio é uma solução legal e fácil para resolver as crises conjugais. Quando as coisas começam a ficar difíceis, o caminho mais rápido é o da separação e o reco-meço com outra pessoa. Essa mensagem é também captada pelos jovens, que um dia vão se casar já pensando no divórcio como a saída de incêndio.

Não que eu seja absolutamente contra o divórcio. Como cal-vinista, entendo que o divór-cio é permitido naqueles casos previstos na Escritura, que são o adultério e a deserção obsti-nada (Mateus 19.9; 1 Coríntios 7.15; ver Confissão de Fé de

Westminster XXIV, 6). Sou con-tra a sua obtenção por quaisquer outros motivos, mesmo que fazê-lo seja legal no Brasil.

O ideal é que o pastor, pres-bítero, seja “marido de uma só mulher”. Mais que isso, que viva bem, harmoniosamente, com estabilidade, alegria e crie seus filhos no temor de Cristo. Esse é o ideal para todos os crentes, mas o pastor e sua famí-lia estão sujeitos aos mesmos revezes, atritos, incompatibili-dades e pecados, como qual-quer outro casal da igreja. O pastor sozinho não consegue, por mais dedicado que seja a Cristo, manter seu casamento. Pode haver leviandade e irres-ponsabilidade em vários casos, mas em tantos outros há sofri-mento e amargura por parte de alguém que tanto se esforça e não consegue viver feliz com sua mulher. Considerem-se,

ainda, casos mais graves da deserção da esposa. Cada caso deve ser tratado com miseri-córdia e amor, próprios da vida cristã, do serviço da igreja que acolhe os feridos de coração, os de lares partidos, os abandona-dos, os solitários.

Divórcio não é solução de problemas para nenhum crente, muito menos para os líderes do rebanho de Cristo; é fruto do coração duro, do egoísmo e do pecado. Não é tábua de salvação nem porta que se abre para a felicidade. É antes uma saída melancólica, para quem não tinha nenhuma outra saída. Não deve ser aplaudido, mas recebido com lágrimas, oração e compaixão.

Augustus Nicodemus Lopes

Augustus Nicodemus Lopes é pastor auxiliar da IP de Santo Amaro,

São Paulo (SP) e chancelar da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Blog: www.tempora-mores.blogspot.com

O pastor teólogo

Ainda que alguns questionem e até ofereçam algumas objeções, a verdade é que cada pastor é chamado para exercer a função de teólogo. A resistência a isso decorre do fato de que muitos vêem a teologia apenas como uma disciplina a ser estudada no seminário e não como algo central e contínuo no ministério pastoral.

Um significativo número de cristãos é guiado pela pressupo-sição de que o ministério pas-toral é essencialmente prático, enquanto que o zelo doutrinário é um exercício árido e distante da realidade diária. Por mais atraente que essa idéia possa parecer, ela não corresponde à verdade do que ocorre no ministério pastoral e nem pos-sui qualquer apoio bíblico. De

fato, a saúde e vigor espiritu-al de uma igreja estão intima-mente conectados ao fato de o pastor atuar como um teólogo fiel, ensinando, pregando, prati-cando e aplicando as doutrinas da fé cristã.

A concepção da teologia como uma abstração acadêmica é rela-tivamente nova e tem sido um dos fatores mais lamentáveis dos últimos séculos da igre-ja. No início do cristianismo e ao longo da história da igreja, os teólogos mais importantes eram pastores comprometidos com o seu rebanho. Qualquer livro de história antiga prova-velmente menciona os nomes de Irineu, Atanásio e Agostinho como teólogos daquela época, mas as suas reflexões teoló-gicas foram fruto dos desa-fios que eles enfrentavam em seus contextos pastorais. Na

Reforma Protestante, Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio, João Calvino e Martin Bucer foram considerados os principais teó-logos, mas eles eram, acima de tudo, pastores sensíveis às lutas e esperanças de sua época. Semelhantemente, o puritanismo, que produziu reflexões teológicas tão profun-das através de homens como Thomas Goodwin, John Owen e Jonathan Edwards, era um movimento essencialmente pas-toral. Para homens como esses, a reflexão teológica era parte central de suas funções como ministros da Palavra.

Historicamente, a dicotomia entre teologia e prática coin-cidiu com o desenvolvimento do conceito moderno de uni-versidade, com a sua ênfase na profissionalização. No campo religioso também ocorreu um

fenômeno de fragmentação entre a natureza e a graça, sendo que a primeira foi identifica-da com a pesquisa acadêmica e a segunda com a devoção pessoal a Deus. O problema é que, enquanto a teologia é o estudo do Deus revelado e de sua relação com o mundo, os estudos religiosos são reduzi-dos à análise da religião como “fenômeno sócio-devocional”. Nesse caso, o objeto do estudo teológico pode estar completa-mente divorciado da fé cristã e de suas reivindicações bíblicas.

O fato é que todo esse “desen-volvimento” tem causado mui-tos males à igreja. Em grande medida o ministério pastoral tem ficado desprovido de qual-quer reflexão teológica séria e saudável. Há um grande divór-cio entre ministérios e teologia, pregação e doutrina, bem como

aconselhamento e reflexão teo-lógica. Com isso, o rebanho não é alimentado, as feridas são curadas apenas superficialmen-te. Em contrapartida, muitos “teólogos por profissão” deixam de exercitar qualquer compaixão pelas almas e sensibilidade com os que sofrem. Deve haver uma reforma nesta área. Cada pastor precisa acordar para o seu cha-mado teológico e cada teólogo deve exercer a sua vocação pas-toral. Somente assim o pastor e o teólogo não trairão a exor-tação bíblica: “prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2).

Valdeci da Silva Santos

Valdeci da Silva Santos é coorde-nador do Programa de Doutorado de Ministério do Centro Presbiteriano de

Pós-graduação Andrew Jumper.E-mail: [email protected]

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Brasil PRESBITERIANO 9Julho de 2006

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Brasil PRESBITERIANO10 Julho de 2006

Acontece

36ª Reunião Ordinária do Supremo Concílio da IPB

Acontece de 16 a 22 de julho, em Aracruz (ES), a 36ª Reunião Ordinária do Supremo Concílio da IPB. A Tesouraria do SC informa que na chegada haverá transporte para os deputados e visitantes. No dia 16, das 8h às 22h e, no dia 17, das 8h às 14h, tanto no aeroporto quanto na rodoviária. Fora deste período o traslado será por conta própria. Na saída haverá transporte somente no dia 22, das 6h às 14h, tanto para a rodoviária como para o aeroporto.Hospedagem

A hospedagem se inicia às 12h do dia 16 e se encerra às 13h do dia 22. No dia 16, somente será permitida a entrada antes do horário estipulado se o apartamento estiver livre. Os deputados e visi-tantes ficarão hospedados no Centro de Turismo de Praia Formosa, do SESC, Pousada Veleiros, Hotel Praia Sol e Coqueiral Praia Hotel.

Haverá equipes de apoio no aeroporto, rodoviá-ria e em todos os hotéis. O café da manhã será no hotel de hospedagem e o almoço e o jantar no SESC.

Haverá ônibus diariamente pela manhã e a noite entre os hotéis e o Centro de Turismo de Praia Formosa – SESC.

Mackenzie promove congresso inter-nacional sobre religião e ciência

Durante o mês de setembro a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) promove seu congresso internacional anual sobre Ética e Cidadania. Dessa feita, o tema é Religião e Ciência. A principal palestrante é Nancy Pearcey, uma das maiores auto-ridades cristãs atuais em História da Ciência e Apologética. Pearcey tem formação científi-ca, estudou no L’Abri de Francis Schaeffer (filósofo, teólogo, pre-letor, escritor e conse-lheiro reformista), nos Alpes Suíços, e vem se destacando no cenário mundial pelas publica-ções e palestras em que defende que o Cristianismo e a Ciência não devem ser vistos em conflito, mas numa relação de cooperação. Em seu livro A Alma da Ciência, publicado pela Editora Cultura Cristã, Pearcey demonstra historicamente como os pressupostos cristãos criaram a visão de mundo necessária para o estabelecimento dos princípios científicos sobre os quais a moderna ciência se apóia. Mesmo

que a ciência tenha em grande parte rejeitado os pressupostos cristãos, continua a tomar capital emprestado do cristianismo para funcionar. Além de Pearcey, outros palestrantes de renome, pro-fessores do Mackenzie, da USP e PUC estarão presentes em oficinas. Durante o evento, será lan-çado, em conjunto com a Casa Publicadora das Assembléias de Deus, o último livro de Pearcey, Verdade Total: Resgatando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural. As inscrições para o evento podem ser feitas no site do Mackenzie: www.mackenzie.com.br. O evento é uma promoção da Chancelaria da UPM visando ao fortalecimento da confessionalidade da instituição e a promoção do conhecimento nessa importante área.

Grupo cristão monta peça de teatro

Nos dias 22 e 23 de abril foi apresentado no Teatro Municipal Teotônio Vilela, de Sorocaba, SP, Não tenho tempo, espetáculo teatral da Cia. Karis.

Com roteiro de Cláudia Prieto e direção de Paulo Ronchi, Não tenho tempo narra a história de um empresário de vida agitada que não tem tempo nem para dar atenção a sua família. Um dia, após um estresse, ele é internado numa clínica onde conhece uma senhora evangélica em estado ter-minal, e, a partir daí, descobre o sentido da vida.

A peça, que também foi apresentada nas cida-des paulistas de Araçoiaba da Serra, Piedade e Votorantim, foi criada pela Cia. Karis, grupo que começou em 1997 e já montou dez espetáculos.

A Cia. Karis ou Ministério de Evangelismo pelo Teatro, da IPB do Jardim São Paulo, em Sorocaba (SP), conta com 14 integrantes e é formada por pessoas de várias profissões, como emprega-da doméstica, professora, secretária, costureira, advogada e engenheiro, além de estudantes.

Em 2005, o grupo participou do Projeto Ademar Guerra, da Secretaria de Cultura de São Paulo, e contou com a coordenação da atriz e diretora sorocabana Ângela Barros, recentemente indica-da para o Prêmio Shell de teatro.

Jubileu de Ouro do rev. Obedes Ferreira da Cunha

O Presbitério das Alterosas (MG) realizou no dia 23 de abril um culto de gratidão a Deus pela vida e ministério do rev. Obedes Ferreira da Cunha que completou 50 anos de ordenação ministerial e de laço matrimonial. O culto foi realizado no templo da Sexta IP de Belo Horizonte (MG), e contou com a participação de familiares, amigos, diversos pastores e autoridades da IPB. O pregador foi o filho do pastor, Obedes Ferreira da Cunha Júnior. Na ocasião, o Presbitério das Alterosas entre-gou ao rev. Obedes uma placa comemorativa em reconhecimento pelo seu dedicado trabalho prestado.

O pastor nasceu em 13 de setembro de 1925, na cidade de Inhapim (MG), casou-se com Cenyr Lourenço da Cunha com quem teve sete filhos (Eleny, Lílian, Obedes Jr., Gleidys, Erdman, Emerson e Eiller) e 17 netos. Estudou no Instituto José Manoel da Conceição e no Seminário Presbiteriano do Sul, onde se formou em Teologia. Foi ordenado ao sagrado ministério no dia 15 de julho de 1955, ano em que também se casou. Pastoreou diversas igrejas em Minas Gerais, como Inhapim (seu primeiro campo), Santa Margarida, Dom Cavati, Governador Valadares e Belo Horizonte. Em seu ministério, organizou várias congregações, igrejas e escolas. Foi um dos fundadores do Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Denoel Nicodemus Eller, onde atuou como professor, capelão e diretor por mais de vinte anos. Ocupou vários cargos em concí-lios e comissões da IPB, presidiu o Sínodo e o Presbitério Belo Horizonte por diversos manda-tos.

“O ministério do rev. Obedes trouxe preciosas contribuições para a expansão do Reino de Deus e o progresso da IPB em nosso meio. Hoje ele vive, juntamente com sua esposa, cercado pelo carinho de seus filhos, netos, amigos e da igreja, que glorificam a Deus e se congratulam com ele nesta celebração do seu jubileu de ouro”, diz o rev. Eliézer Monteiro Reis, secretário presbiterial de Apoio Pastoral.

Nancy Pearcy

Cia Karis de teatro cristão

Rev. Obedes e a esposa Cenyr

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Brasil PRESBITERIANO 11Julho de 2006

Ministério Jeame completa 25 anosAção Social

O ministério Jeame, que, no dia 27 de maio completou 25 anos de existência, tem, como principal objetivo, atender crianças e adolescentes inter-nos de instituições públicas ou privadas, assistenciais e/ou correcionais, bem como os que se encontram abandona-dos pelas ruas de São Paulo, reabilitando-os. É o que infor-ma Ailton José Fonseca de Souza, gerente administrativo do ministério e membro da IP de Osasco (SP). É tam-bém objetivo do ministério “proporcionar a formação de um caráter idôneo, gerando valores e desenvolvendo aos assistidos atitudes adequadas, através de um trabalho sis-temático de ensino e convi-vência”, explica Ailton, que neste trabalho é auxiliado pela esposa Eunice.

O Jeame também acolhe e ampara crianças e adolescen-tes provenientes de famílias desestruturadas ou com des-vio de conduta; promove a conscientização da realidade da criança e do adolescente dos grandes centros urbanos, especialmente da cidade de São Paulo. Busca “dar apoio individualizado com aconse-lhamento e estudos de for-mação humana, trabalhando valores, caráter e atitudes; estimular o ‘não desejo’ pela vida marginal por meio de reflexões sobre a ilusão das drogas, rua, criminalidade e acompanhar na família, na escolarização e na assistên-cia social aos liberados da Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (Febem), anteriormente atendidos por nós enquanto internos na fun-dação”, afirma Ailton.

Ele diz que o ministério tem o reconhecimento das polí-cias Militar e Civil do Estado,

da Rede Evangélica Nacional de Ação Social (Renas), do Serviço de Evangelismo da América Latina (Sepal), do Conselho de Segurança Pública de São Paulo (Conseg), da Delegacia de Narcóticos de São Paulo (Denarc), da presi-dência da Febem e de diversas igrejas, comunidades e setores da sociedade civil pelos altos índices de reabilitação de seus assistidos, inclusive em casos de criminalidade grave.PARCERIAS

Segundo Ailton, o Ministério Jeame é uma instituição sem fins lucrativos e os recursos para mantê-lo vêm de uma parceria com uma organiza-ção internacional e com várias igrejas evangélicas, bem como contribuições de pessoas físi-cas.

“O maior sonho do Jeame, no momento, é estabelecer

parcerias para a reativação dos projetos com crianças, ado-lescentes e jovens em situa-ção de risco nas ruas de São Paulo, tais como: Escola de Rua, Casa Lar, Casa Triagem, Casa de Recuperação e Escola Profissionalizante”, afirma o gerente. “Há anos atrás, quan-do estavam em funcionamen-

to esses projetos, obtivemos excelentes resultados”.

Ele informa que, em 25 anos de trabalho, foram acompa-nhados mais de mil casos,

sendo alguns encaminhados para casas de recuperação, retorno para seus lares, cur-sos profissionalizantes e com ingresso no mercado de tra-balho. “Alguns atuam como líderes no trabalho na Febem, outros estão ativos em organi-zações congêneres e estamos assistindo aqueles que se recu-peram”.

Para Ailton e os demais obreiros do Jeame, esse inves-timento impulsiona o ministé-rio a continuar investindo na reintegração de crianças, ado-lescentes e jovens em situação de risco social.TESTEMUNHO

Em 1962, no Rio de Janeiro, bairro de São Gonçalo, um bebê envolto em jornais e coberto de formigas chorava alto na porta de uma residên-cia. Um rapaz surdo e mudo passava por ali viu a criança e a pegou, encaminhado-a a um orfanato, onde lhe foi dado o nome do rapaz que o encon-trou: André.

Hoje, André conta que sua infância foi de solidão e que,

apanhando constantemente, passou 14 anos de ódio e ran-cor internado naquele orfa-nato. Cresceu nutrindo sen-timentos de vingança contra

sua mãe e o funcionário que o espancava. Certo dia, come-çou a passar mal e desmaiou, com falta de ar. Sentia como se fosse morrer. Como grupos de cristãos haviam falado do

amor de Deus no orfanato, André fez um voto com Deus dizendo: “Se eu sobreviver perdoarei minha mãe, tira-rei todo ódio do coração e o seguirei”. André não apenas sobreviveu como levou a sério

seu voto.Em Campos (RJ), estudou

no Colégio Batista e come-çou, escondido, a tocar violão. Depois passou a tocar con-tra-baixo na equipe de louvor da igreja. Aos 18 anos, Deus o chamou para o ministério pastoral e ele fez seminário. Exerceu seu pastorado em igrejas durante 16 anos.

Até que o Ministério Jeame apareceu na igreja do pastor André para fazer um traba-lho de despertar missionário. Tocado pelo ministério, logo depois o pastor prestou con-curso para atuar como fun-cionário da Febem. Ele conta que, de forma clara, Deus lhe mostrou um novo pastoreio: o das ovelhas feridas como ele tinha sido.

É chamado por muitas uni-dades para acalmar jovens e funcionários em meio a rebe-liões. Um dos jovens disse: “Quando o pastor está, a paz vem porque Deus está com ele”.

O pastor André Silveira hoje está casado com Adylamar e o casal tem dois filhos: Eduardo e Mylena.

Informações no site:www.jeame.blogger.com.br ou pelo e-mail [email protected]

Da Redação

Presbiterianos e cristãos de outras denominações acolhem crianças e adolescentes

Ailton José Fonseca de Souza: gerente do Jeame emembro da IP de Osasco (SP)

Lar de Apoio do Ministério Jeame

Programação especial com crianças de rua

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Brasil PRESBITERIANO12 13Julho de 2006 Julho de 2006Brasil PRESBITERIANOHistória IPB

IP Pinheiros, São Paulo (SP) Cem anos de história

Por rev. Arival Dias Casimiroe rev. Alderi Souza de Matos

Num dos últimos domingos de junho de 1902, alguns irmãos da IP Unida de São Paulo vieram desde o bairro Campos Elíseos até Pinheiros para distribuir folhetos. Eram os Esforçadores Cristãos, jovens, senhores e senhoras com o firme propósito de evangelizar e divulgar a palavra de Deus.

O trabalho foi iniciado numa sala da escola pública que ficava em frente à Igreja Matriz (católica). Logo surgiram as primeiras per-seguições, a ponto de a profes-sora responsável pela escola não mais ceder a sala, por pressão dos moradores do bairro. Da escola, o trabalho foi transferido para outra sala, no Largo da Matriz, cedida pelo comandante do destacamento policial, que se simpatizava com o trabalho evangélico. E de lá saiu para outra no mesmo Largo.

Não obstante a distância de Campos Elíseos até Pinheiros, percorrida em troles (espécie de charretes) ou cavalos, os irmãos, mensageiros de Cristo, levavam a palavra a cada quinze dias. No ano seguinte, devido à grande persegui-ção sofrida pelos crentes, o número de ouvintes interessados diminuiu para apenas dois. Contudo, isso também não desanimou os cristãos. Muitos trabalhos foram realizados sob proteção policial.

Os cultos continuavam quinze-nais e, em 1904, foi organizada a Sociedade dos Esforçadores Cristãos da Congregação de Pinheiros, que ficou responsável pelo trabalho local, bem como por iniciar outro na região. Ao todo, eram quinze membros que, em seu primeiro ano de trabalho e uma visão missionária, levantaram ofer-tas para missões no valor de dez mil réis. Seguiram-se a essa outras ofer-tas para missões e para a construção do templo em Pinheiros.

Em 1905, foi criada uma classe noturna para instrução primária, tanto para os membros da congre-gação como para outros interessa-dos. Junto a essa classe foi organi-zada também uma outra para aulas bíblicas. Aos poucos, irmãos de outras denominações evangélicas foram se juntando ao grupo. Novas profissões de fé ocorreram no ano seguinte.

No dia 8 de julho de 1906, por decisão do Presbitério de São Paulo, uma comissão especial com-posta pelos irmãos rev. Modesto Carvalhosa, rev. José Zacarias de Miranda, presb. José Gomes Villela e presb. Eliézer dos Santos Saraiva, organizou a IP de Pinheiros.

Em seus 100 anos, a igreja rece-beu a assistência de muitos pas-tores, herdou de seu passado uma igreja que buscou honrar o nome do Senhor Jesus e teve como marca de sua origem a visão missionária.

Templo da IP de Pinheiros, em São Paulo

IP do Piracicamirim35 anos em Piracicaba (SP)

Por rev. José Marcos Lopes

A IP do Piracicamirim comple-tou, no dia 27 de junho, 35 anos de organização eclesiástica. Porém, o trabalho começou em 1969, na residência de alguns irmãos oriun-dos da IP de Piracicaba. A então congregação cresceu e foi organi-zada em 1971 pelo presbitério de Campinas, contando com cerca de 50 membros comungantes e não-comungantes.

O primeiro ministro do evange-lho foi o rev. Ademar de Oliveira Godoy, que pastoreou a igreja entre 1971 e 1985, e foi sucedido pelo seu irmão, o rev. Astrogildo de Oliveira Godoy, pastor entre os anos de 1986 a 1995. Hoje, ambos são emé-ritos da igreja. O rev. Wagner Leite Bonfin pastoreou a igreja de 1996 a 2002 e, o atual pastor, o rev. José Marcos Lopes Ribeiro Junior, assu-miu em 2003.

A igreja é caracterizada por pas-torados de médio e longo prazo, o que demonstra a visão de sua liderança pelo não imediatismo.

Hoje faz parte do Presbitério de Santa Bárbara d´Oeste e conta com cerca de 200 membros maiores e 30 menores, se estruturando e sempre buscando um crescimento contínuo, sem abrir mão da correta doutrina e não aderindo a modismos ou estra-tégias mirabolantes e antibíblicas. A ênfase da igreja está no estudo da

Palavra de Deus e na oração.O ponto alto da comemoração se

deu no dia 25 de junho, com um culto festivo de louvor e adoração a Deus, tendo como pregador o rev. Daniel Mosca, pastor da IP Bela Vista da cidade de São Carlos (SP) e presidente do Presbitério de São Carlos.

Fachada do templo da IP de Piracicamirim

IP de Ananindeua (PA)Jubileu de Prata

Por rev. Sérgio Paulo Barbas

A IP de Ananindeua (PA), passou pela maioridade penal, 18 anos de vida, e pela civil, 21 anos, e agora completa seu Jubileu de Prata, 25 anos de organização. Porém, con-siderando a data da fundação do trabalho, 1975, chega-se também à maioridade judaica (30 anos), pois são 31 anos de fundação.

A igreja procura cumprir sua mis-são sem se omitir das responsabi-lidades. Com suas muitas defici-ências e muitos sacrifícios, foi à luta. Em seus primeiros cinco anos, sete pastores assumiram a direção. Mesmo assim, essa igreja conti-nuou prosseguindo para o alvo de seu ministério.

Em setembro de 1986, o atual pastor da igreja, rev. Sérgio Paulo de Carvalho Barbas, na época pres-bítero da IP de Belém, chegou ao campo para ajudar nesse trabalho, auxiliando na instrução, pregação e organização da estrutura eclesi-ástica. E após 20 anos de trabalho,

a igreja se prepara para a sucessão pastoral. O candidato é o professor e pastor rev. prof. Hélcio Castro de Almeida, atual pastor auxiliar. “Temos a certeza de que até aqui o Senhor nos ajudou e creio ser esta a certeza dos mais antigos, dos fundadores da igreja”, completa o rev. Sérgio.

Atualmente, a igreja presenciou a pré-inauguração do templo, que ocorreu propositalmente com o período de celebração do aniver-sário. Oficialmente, a construção será inaugurada em dezembro deste ano. Mesmo assim, as obrigações espirituais e deveres dos crentes fazem parte do calendário festivo.

Para o pastor da igreja, há muito ainda a ser feito, pois, “envelheci-mento com fruto é produtividade, mas envelhecimento sem fruto é podridão”. Além disso, “é preciso sempre estar lembrando de como tudo no início é difícil. Se não se preserva o passado, o presente não tem sentido, e o futuro torna-se incerto”, enfatiza o rev. Sérgio.

IP de Acesita, Timóteo (MG)30 anos servindo ao Senhor em Família

Por rev. Paulo Enrique Sinoti

A igreja originou-se da implan-tação de um campo missioná-rio da IP de Coronel Fabriciano (MG), na pessoa do pastor, rev. Manuel Silva Estrela e do casal de missionários rev. Richard Dolle e Alma Dolle.

Em 1976, o PRVA (Presbitério Regional Vale do Aço) designou uma comissão para proceder aos trabalhos de organização e, nos dias 5 e 6 de junho de 1976, concretizou-se a emancipação e organização da IP de Acesita, com cultos de adoração, gratidão

e louvor a Deus.Os 202 membros comungantes

e 52 membros menores festejam, portanto, 30 anos de organização eclesiástica de uma igreja que tem servido ao Senhor com alegria. O desejo desses irmãos é continuar crescendo de forma sadia, em nível espiritual e numérico.

O grupo musical Ide, da IPA, que busca a prática de um louvor equilibrado, cujo objetivo único é glorificar e adorar a Deus, lan-çou, recentemente, o segundo CD, fazendo alusão aos 30 anos da igreja. O próximo sonho dos presbiterianos é a inauguração de

uma Escola de Educação Infantil em 2007.

A IPA também se alegra em anunciar sua fidelidade aos Concílios da IPB e à obra missio-nária, sendo mãe de duas igrejas organizadas e uma terceira em fase de organização.

Por ocasião do culto de ado-ração, no dia 11 de junho, que foi o ápice da comemoração do aniversário, o preletor foi o rev. Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio, que minis-trou aos corações de um número expressivo de membros e visi-tantes. IP de Acesita

Membros da IP de Ananindeua

IP de Nova Era (MG)20 anos de organizaçãoPor rev. Juberto Rocha Júnior

O trabalho presbiteriano em Nova Era (MG) nasceu com um culto de ação de graças realizado no dia 13 de outubro de 1961, na casa de Matatias Pinheiro de Oliveira (mili-tar) e, no ano seguinte, foi organi-zada a Congregação Presbiteriana. O trabalho era conduzido pelo mis-sionário rev. John Marshall Guthrie e pelo evangelista Durval Antonio Moreira.

A EBD foi organizada em maio desse ano com 27 alunos: 14 na classe de adultos e 13 na classe de crianças. Na primeira EBD havia dez visitantes. Nesse ano também foi organizado o primeiro coral, contando com a participação de seis componentes.

Em agosto do mesmo ano foi adquirido o terreno onde hoje se

encontra a igreja, local em que, antes de ser separado para cultuar a Deus, funcionava uma casa de prostituição com jogos de azar.

Em 1964, foi iniciada a constru-ção do templo. Naquele ano, o mis-sionário rev. Edward C. Lareg era

responsável pelo campo. A obra foi inaugurada em agosto e, no culto, pregou o rev. Lawrence Calhon, do Instituto Gammon de Lavras (MG). No início, o templo foi apedrejado várias vezes e houve um período de intensa perseguição.

Em 1978, a congregação foi fechada. Reabriu suas portas em 1979 e foi organizada igreja em 10 de agosto de 1986. O pastor que assumiu o trabalho foi o rev. Vicente Lúcio da Silva.

Com a graça de Deus muitas almas têm sido ganhas. A igreja tem vários ministérios e muitos pla-nos. O conselho e seu pastor atual, rev. Juberto Oliveira Rocha Jr, têm trabalhado com afinco para o cres-cimento da obra. Vontade, empenho e desafios que revelam o desejo de ser uma Igreja Missionária e Autêntica (tema do ano).

Novo templo da IP de Nova Era

Mais nova IPB é organizada em junhoNasceu no dia 3 de junho, a IP do

Jardim Flamboyant. É a igreja mais recentemente organizada na IPB, fruto da iniciativa de um grupo de irmãos moradores do bairro Jardim Flamboyant na cidade de Cabo Frio (RJ), e que contou com apoio do Conselho da IP de Cabo Frio.

Seu início deu-se na casa do diác. Pedro Paulo e a esposa, Márcia Lessa, que, durante quatro anos e meio abrigaram, uma vez por semana, a comunidade.

A partir de março de 1999, assumiu a direção da Congregação o rev. Edison Aguiar. A partir de julho houve sensível desenvolvi-mento, passando a mesma a recolher o dízimo na pró-pria comunidade, realizar estudos bíblicos nas quin-tas-feiras, e em outubro deste mesmo ano, passa aos cultos dominicais e a funcionar em nova loca-lidade.

Em janeiro de 2000 teve iní-cio a Escola Dominical. Ainda naquele ano, com apoio do Plano Missionário Corporativo da IPB, a congregação assumiu novo ende-reço com área construída de 600 metros quadrados.

O rev. Edison, pastor da igreja até hoje, destaca que esta comunidade

mantém duas práticas: oferta sema-nal para missões e envio fiel do dízimo ao Supremo Concílio.

Segundo ele, a igreja ainda apóia financeiramente três famí-lias de missionários: rev Júlio Marcel, na Austrália, pela APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais); rev. Urias França, no Paraná, e Maria Lúcia Maia, em Moçambique, além de ofer-tar dominicalmente para outros 12

missionários da IPB.O pastor ressalta ainda que essa

comunidade, há cerca de quatro anos sustenta integralmente o pas-tor e as despesas exclusivamente com os dízimos locais.

A igreja organizada conta com 27 membros comungantes e três não-comungantes, tendo entre seus freqüentadores 13 maiores de idade

e mais 21 crianças e adolescentes.Estão organizadas a UPA, SAF e

UCP, e em breve, a UPH. “Todas com forte atuação voltada para a evangelização. Temos ainda minis-térios de apoio ao trabalho das sociedades.”, diz o reverendo.

Em outubro de 2003, o que para a igreja foi um maravilhoso mila-gre do Senhor Jesus, foi adquirida uma propriedade na região cen-tral de Cabo Frio (515m2) onde a

igreja atua. A compra foi viabilizada com ajuda do PMC que custeou metade do valor do imóvel.

“Esta pequena comuni-dade é a mais nova igre-ja a ser organizada pelo Presbitério de Cabo Frio”, informa o rev. Edison. No culto de organização, esti-veram presentes cerca de 300 pessoas, além de diver-sos pastores do Presbitério de Cabo Frio e de outras

denominações, bem como irmãos de várias igrejas e vizinhos da igre-ja.

“Esta comunidade sempre contou com o apoio do Conselho da IPB de Cabo Frio, bem como de seu pastor, rev Luiz Carlos e de todas as sociedades internas, bem como de suas congregações”, conclui o pastor.

Painel de entrada da igreja

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Brasil PRESBITERIANO14 Julho de 2006

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Brasil PRESBITERIANO 15Julho de 2006

iante da deficiência do sistema educacional brasileiro, organizações do terceiro setor estão

implementando modelos alter-nativos que, ao trabalhar a capa-cidade criadora e dialógica das crianças, alcançam resultados que ultrapassam a simples assi-milação de conhecimentos.

Estimular o aprendizado parti-cipativo e transmitir valores cris-tãos de modo prático às crianças é a proposta do projeto Pequenos Discípulos, desenvolvido há três anos no Amazonas pela ONG Associação Missionária de Apoio Reformado (Amar). Ao todo, estão cadastradas 100 crianças dos municípios de Manaus, São Sebastião do Uatumã, Itacoatiara e Beruri. Os recursos que man-têm o trabalho vêm do apadri-nhamento, que consiste no com-promisso firmado por pessoas que desejam sustentar mensal-mente um dos cadastrados, pela quantia de R$ 80.

De acordo com o idealizador do projeto, pastor da IP Betel e pastor auxiliar na IP de Manaus, rev. Alcedir Sentalin, a educa-ção desenvolvida pelo Pequenos Discípulos segue a metodologia ensinada por Jesus, pois é vol-tada para a exposição direta de princípios essenciais à vida. “O modelo de educação vigente no Brasil está fadado ao fracasso porque é superficial e impositi-vo. O aluno decora o conteúdo para fazer provas coercitivas. Ao contrário, o método prático uti-lizado por Cristo impactou até os seus inimigos, que demons-traram mudanças comportamen-tais”, explica.

O projeto funciona de segunda a sexta-feira. As atividades iniciam às 7h30 com o café da manhã e, após a primeira refeição, os ‘pequenos discípulos’ participam de um devocional quando ouvem ensinamentos e histórias de per-sonagens bíblicos. Em seguida,

começam as aulas de reforço escolar, ministradas por profes-sores voluntários. Das 10 às 14h, é servido o almoço. As crianças matriculadas na rede pública de ensino, no período da tarde, vão para as suas escolas, enquanto os alunos que estudam no turno matutino chegam ao projeto por volta do meio-dia. Dessa forma, a instituição recebe duas turmas distintas de crianças – o grupo da manhã e o da tarde. Depois do almoço, os pequeninos realizam uma série de atividades que varia conforme o dia e o voluntário disponível. Além da prática des-portiva, as crianças desenvolvem atividades artísticas como pintu-ra e desenho, artesanato, teatro e dança. Elas aprendem ainda culinária, crochê e instrumentos musicais como flauta e violão. No final da tarde, é a hora do lanche. É o momento de ‘recar-regar’ as energias para participar de jogos e brincadeiras até a hora de ir para casa, às 18h30.

A presidente da ONG Amar e esposa do pastor Alcedir, Marly Sentalin, enfatiza que o crono-grama de atividades semanais é extenso porque o objetivo é evitar que as crianças fiquem ociosas nas ruas. “Não queremos apenas transmitir os conhecimen-tos gerais dos livros, mas traba-lhar de forma a abranger toda a família com princípios cristãos. A maior carência dos meninos e meninas que atendemos é o afeto de pai e mãe”, ressalta. Segundo Marly, a maioria dos participan-tes do projeto não têm contato com o pai, porque nem sempre o conhecem e poucos vêem a mãe durante a semana, em virtude delas estudarem e trabalharem para sustentar a casa. Este qua-dro constitui a realidade mais preocupante para a direção do Pequenos Discípulos: as crian-ças não possuem o referencial de família. “O nosso desejo para os próximos anos é alcançar um número maior de apadrinhados e oferecer uma melhor assistên-cia junto aos lares. Não integrar

os pais ao trabalho é o mesmo que começar do ponto de parti-da a cada segunda-feira”, afirma Marly, que lidera uma equipe de 20 voluntários.

Uma das voluntárias é Neuricene Pinheiro de Souza, 28 anos, responsável pelo serviço de limpeza. Há quatro meses parti-cipando do ‘time’, Neucirene diz que decidiu se colocar à disposi-ção por considerar fundamental o ensino das Boas Novas aos pequeninos. “O devocional da manhã é uma bênção inclusive para mim”, comenta.

Outra jovem voluntária é a professora de inglês Rute Leão Rodrigues, há dois meses minis-trando aulas para as crianças. Para Rute, o método educacional aplicado no Pequenos Discípulos é diferente porque transforma o caráter das crianças. Andreza Medeiros, nove anos, é uma das crianças beneficiadas pela inicia-tiva. Aprendiz de flauta, violão, teatro e dança, Andreza lembra lições marcantes que assimilou no momento devocional. “Ouvi a história de Jacó e aprendi que o pecado é ruim”, lembra.

O pastor Alcedir afirma que a ONG não possui parceria com empresas, órgãos governamen-tais ou igrejas. A dificuldade para angariar os recursos necessários existe, principalmente, porque das 100 crianças cadastradas, somente 46 foram apadrinhadas. O casal Sentalin deixa claro que a vocação do Pequenos Discípulos não é ser uma escola convencio-nal, mas um agente incentivador de cada criança, para que elas se sintam estimuladas a desenvolver sua criatividade. “Nosso papel é fomentar os sonhos de cada um deles, ajudá-los a lidar com emoções, mostrá-los como viver bem. Essa é a educação para a vida e é preocupação nossa fazer com que as crianças tenham a oportunidade de experimentar isso”,salienta o pastor.

Informações pelo e-mail [email protected]

D

Projeto Pequenos Discípulos educa para a vidaEducação

Priscila Mesquitade MANAUS

Resultados que ultrapassam a simples assimilação de conhecimentos

Pequenos discípulos em aula

Recreação educativa

Hora da merenda

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Brasil PRESBITERIANO16 Julho de 2006

Campo Missionário de Passo Fundo (RS)

Revitalizando o amor no casamento. Esse foi o tema do primeiro encontro de casais do campo missionário, realizado no dia 22 de abril. De acordo com o miss. Davi Boaretto, o objetivo dessa atividade foi pro-porcionar aos convidados uma oportunidade para revigorar o relacionamento matrimonial e atrair os participantes para uma nova vida em Cristo. A noite foi marcada por uma palestra com o psicólogo, sociólogo e membro da Igreja Batista Independente de Passo Fundo, o professor Ginês Leopoldo. Após uma social, houve o jantar. Dezessete casais foram alcançados, sendo 11 não convertidos ao evange-lho.

O encontro foi organizado por Cléber e Rosana, um casal que é resultado do trabalho missioná-rio em Passo Fundo. “Isso muito nos anima, pois o que mais dese-jamos é ver os frutos produzindo outros frutos. Confiamos que no Senhor, a seu tempo, colhere-mos muitos frutos do trabalho evangelizador que temos reali-zado. Agradecemos aos irmãos que de longe nos ajudam orando e enviando recursos financei-ros pois, só assim, trabalhando juntos, é que veremos mais bre-vemente a glória do Reino de Deus”, completa o missionário Davi.

Informações pelo e-mail: [email protected]

Missões JMN

“Erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa.”

Cleber e Rosana, orga-nizadores do jantar

(João 4:35)

Davi Boaretto, obreiro do campo da JMN em Passo Fundo

Prof. Gines Leopoldo, preletor do evento

Missões em Balsas, Sul do Maranhão

Balsas é o maior município do estado do Maranhão. Está loca-lizado numa região de serrado e próximo a Araguaína (TO) e Imperatriz (MA), ambas a 400 quilômetros de distância. Tem 70 mil habitantes, com uma população evangélica que não chega aos quatro por cento. A região é fomentada pela ido-latria e pelos 12 festejos pagãos realizados anualmente. A agri-cultura é a base da economia e o prefeito da cidade decretou, nesse ano, estado de emergên-cia. Assim, a especulação imo-biliária cresceu, elevando os

preços dos aluguéis e do custo de vida em geral.

Há seis anos, o trabalho da JMN chegou ao local. O rev. Antônio Campos e sua famí-lia se instalaram em Balsas em 2002. Em 2003, o trabalho foi abençoado com a oferta de um terreno, onde está o prédio da educação, no qual funcionam o templo provisório e três salas de aula.

O campo tem 65 membros comungantes e 14 não comun-gantes. Somando membros e os congregados, cerca de cem pes-soas freqüentam o trabalho. A EBD tem 80 alunos matricula-dos e sempre recebe a presença de visitantes.

As crianças também fazem parte da vida da igreja. Na Escola Bíblica de Férias de 2005, participaram do evento 200 pequenos. Agora, todas as expectativas estão voltadas para a próxima edição, que será neste mês. Há também um encontro de casais mensal e uma semana separada para jejum, consagra-ção, estudo da palavra e oração. Esse ciclo é encerrado com a Santa Ceia do Senhor.

Segundo o missionário, con-siderando o tamanho da região e sua necessidade, o templo da igreja precisa ser construí-do urgentemente. A obra já foi iniciada pelos próprios mem-bros da igreja, que trabalham a noite para minimizar os custos da mão-de-obra. No futuro, o templo será sede do Presbitério Sul Maranhão (em formação), e o prédio da educação fun-cionará como escola formadora de evangelistas, para que novas Igrejas possam ser plantadas no serrado maranhense. “Os recur-sos estão nas mãos poderosas do nosso Deus e, como disse o anjo a Paulo em Trôade, digo: Venha a Balsas e ajude-nos nes-ses desafios”, completa o rev. Antônio, missionário da JMN desde 1992.

Informações no e-mail [email protected]

Fachada do prédio da igreja

Culto com as crianças

Rev. Antônio Campos com irmão Antônio na construção do futuro templo

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Brasil PRESBITERIANO 17Julho de 2006

IGREJA PRESBITERIANA DO BRASILJUNTA DE MISSÕES NACIONAIS

Regulamento para Parcerias de Plantação de Novas Igrejas

Para uniformização das atividades de plantação e de criação de novas igrejas filiadas à Igreja Presbiteriana do Brasil, a Junta de Missões Nacionais recomenda os critérios deste regulamento, para propiciar uniformidade de procedimentos entre todos os solicitantes às igrejas já constituídas, aos presbitérios, aos sínodos e a outras instituições da IPB de caráter missionário e que queiram estabelecer parceria com a JMN, visando a expansão do Reino de Deus através de ações para plantação de novas Igrejas.1) O início de um projeto de parceria dar-se-á por iniciativa da JMN, dos Sínodos, dos Presbitérios e das Igrejas locais.2) Todo projeto só será recebido até o prazo de 31 de agosto de cada ano e encaminhado diretamente ao escritório da JMN, a fim de que seja analisado e, uma vez aprovado, possa entrar em vigor em janeiro do ano seguinte. Projetos enviados após esta data só serão analisados no próximo exercício.3) A JMN/IPB terá participação efetiva no acompanhamento e nas decisões do trabalho, conforme contrato assinado entre as partes interessadas.4) Nenhum contrato será assinado / firmado sem a prévia apresentação e aprovação do projeto.5) Todo projeto oriundo de parceiro (s) será acompanhado de documento aprovado em plenário, quando de concílio (s), ou de reunião do conselho, quando de igreja local e de sua celebração, constará das assinaturas do presidente, do secretário executivo e do tesoureiro das partes implicadas.6) Todo plantador, uma vez aceito pelas partes, deverá parti-cipar de cursos de atualização promovidos pela JMN.7) Todo projeto de parceria obedecerá aos seguintes crité-rios:a) Introdução ao projetob) Histórico do sínodo, do presbitério e / ou da Igreja solici-tantec) Descrição da Igreja inicianted) Contexto histórico da cidade onde será iniciado o trabalho, constando dos seguintes itens:i) Situação geográfica (mapas)ii) Situação demográficaiii) Situação econômicaiv) Situação social e religiosae) Planejamento Estratégico da Igreja iniciante constando:i) Áreas de atuação da Igrejaii) Estratégias para cada área de atuaçãoiii) Prazo para cada meta estabelecidaiv) Prazo de sustentabilidade da Igrejav) Prazo de organização da Igreja (até 5 anos)vi) Planejamento financeiro da Igreja iniciantevii) Envolvimento de outros parceiros consorciadosviii) Escolha do plantador da Igreja iniciante acompanhado de seu currículoix) Conclusão8) A aprovação de qualquer projeto, mesmo estando de acordo com as exigências deste regulamento, dependerá da conveniência da JMN/IPB

São Paulo, março de 2006Marcos Azevedo – JMN/IPB

O poder transforma-dor do evangelho emS. Mateus do Sul (PR)

No primeiro ano de atua-ção do Campo Missionário de São Mateus do Sul, o passo inicial foi o trabalho com adolescentes, todos eles com dificuldades sociais e familiares. De acordo com relato do rev. José Júlio, vários foram evangelizados, porém, não se firmaram na igreja. “Mas a semente está viva e latente em seus cora-ções”, diz o pastor.

Desses adolescentes aten-didos, um deles nunca foi reconhecido pelo pai bioló-gico. Morava com a família num casebre, na beira do rio Taquaral, e seu padrasto era alcoólatra. Outro adoles-cente sentia-se rejeitado pela mãe, que o acusava de ter nascido, apesar dos contra-ceptivos. Dois tinham o pai cumprindo pena na cadeia local, envolvido em tráfico de drogas.

Nessa jornada de quase sete anos, esses jovens foram alcançados, batizados, pro-fessaram publicamente a fé e hoje são músicos de valor no grupo da igreja. Estudaram, graças ao auxílio da IPB local, e tocam bateria, con-tra-baixo, guitarra e violão.

Um deles serve ao Senhor numa Igreja do Evangelho Quadrangular. Dois se casa-ram e batizaram seus filhos há pouco menos de um ano. Trabalham, estudam e são dizimistas fiéis. Um deles,

chamado Vanderlei, preten-de se candidatar ao sagra-do ministério. “São vidas genuinamente transformadas e fortalecidas pelo poder do Evangelho da Graça de Deus”, comemora o rev. José Júlio.

A IP de São Mateus do Sul é uma parceria da JMN com Presbitério das Araucárias (PARC). Conta com 17 mem-bros comungantes e a maioria se envolve nos trabalhos da igreja: SAF, música, ensino

e oração. Evangelizam cerca de 35 crianças carentes, mui-tas em situações semelhantes a dos jovens cujas biografias foram descritas.

A igreja é a única no muni-cípio que não possui sede e terreno próprios. A arreca-dação atende às necessida-des básicas e há carência de recursos para consolidar o trabalho.

Informações pelo e-mail [email protected]

Culto de Natal no pátio da igreja

Devocional evangelizadora em um supermercado da região

Comemoração do Dia da Criança

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Brasil PRESBITERIANO18 Julho de 2006

sistema conciliar de governo é o único que a Bíblia menciona, e, por conseqüência, é o único que devemos praticar se qui-

sermos ser bíblicos.Observe que, em sua primeira viagem

missionária, Paulo, após ser apedreja-do e dado como morto, recuperando-se, volta de imediato às cidades por onde havia passado e, mesmo perse-guido, promove em cada uma a eleição de Presbíteros (At 13.15-23).Ora, é essa base de representação

de cada Igreja que será mobilizada a comparecer a Jerusalém, no primei-ro Concílio Cristão, para resolver o que prejudicava a obra missionária da Igreja. A primeira lição que se tira daí é que a Igreja possui apenas dois esta-dos de atividade: ou está trabalhando em sua tarefa missionária ou está reunida em concílios, resolvendo os problemas surgidos.Notável é ver que o processo descrito

em Atos foi praticamente copiado pela IPB. Veja:1. Há uma questão a ser dirimida. A

solução é buscada em um Concílio: “Alguns indivíduos que desceram

da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos. Tendo havido, da parte de Paulo e Barnabé, contenda e não pequena discussão com eles, resol-veram que esses dois e alguns outros dentre eles subissem a Jerusalém, aos apóstolos e presbíteros, com respeito a esta questão”. (At 15.1-2)2. Há delegados. Conhecidos no envio

e no recebimento. Portanto portadores de alguma espécie do que conhecemos

como “credencial” (ainda que informal). Veja também que com os 12 (ou parte deles) os presbíteros são citados como representantes da Igreja hospedeira. Na IPB, isto é uma reunião para “verifi-cação de poderes”. Veja que logo após o recebimento há uma exposição de relatórios. O que corresponde a nossa “entrada de papéis” sobre os quais o Concílio se pronunciará: ”Enviados, pois, e até certo ponto

acompanhados pela igreja, atraves-saram as províncias da Fenícia e Samaria e, narrando a conversão dos gentios, causaram grande ale-gria a todos os irmãos. Tendo eles chegado a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja, pelos apósto-los e pelos presbíteros e relataram tudo o que Deus fizera com eles”. (At 15.3-4)3. A igreja estava envolvida, porém a

decisão cabia aos que tinham poderes para tanto: Insurgiram-se, entretanto, alguns da

seita dos fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés. Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão. (At 15.5-6)4. As posições são debatidas. Os argu-

mentos consultam o que as Escrituras revelam e os compara a prática que é manifesta através do que ocorre na Igreja.“Havendo grande debate, Pedro

tomou a palavra e lhes disse: Irmãos, vós sabeis que, desde há muito, Deus me escolheu dentre vós para que, por meu intermédio, ouvissem os gentios a palavra do evangelho

e cressem. Ora, Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, concedendo o Espírito Santo a eles, como também a nós nos concedera. E não estabeleceu distinção alguma entre nós e eles, purificando-lhes pela fé o coração. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais puderam suportar, nem nós? Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram. (At 15.7-11)5. A sessão era aberta (como todos os

nossos concílios maiores o são) pois havia uma multidão que, em silêncio, acompanhou os relatos de Barnabé e Paulo: E toda a multidão silenciou, pas-

sando a ouvir a Barnabé e a Paulo, que contavam quantos sinais e pro-dígios Deus fizera por meio deles entre os gentios.6. Há propostas. Neste caso a de

Tiago que, examinando a experiência, se preocupa em que ela não seja con-tra as Escrituras: Depois que eles terminaram, falou

Tiago, dizendo: Irmãos, atentai nas minhas palavras: expôs Simão como Deus, primeiramente, visitou os gen-tios, a fim de constituir dentre eles um povo para o seu nome. Conferem com isto as palavras dos profe-tas, como está escrito: Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levan-tando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei. Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre os quais tem sido

O concílio de Jerusalém e os concílios da IPB

OFôlton Nogueira da Silva

Supremo Concílio 2006

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Brasil PRESBITERIANO 19Julho de 2006

invocado o meu nome, diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde séculos. Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abs-tenham das contaminações dos ído-los, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufo-cados e do sangue. Porque Moisés tem, em cada cidade, desde tempos antigos, os que o pregam nas sina-gogas, onde é lido todos os sába-dos. (At 15.13-21)7. A proposta é votada. Vencedora,

resta sua aplicação, o que é feito por escrito (será que essa não deveria ser a resolução número 1 do nosso Digesto Presbiteriano?). Porém, como a ques-tão era melindrosa, uma “comissão especial” foi nomeada para redigir e entregar pessoalmente a decisão, que tem o formato de uma “carta pastoral”.Veja também que a “comissão” foi

habilmente montada: Um judeu tradi-cional (Judas, Filho do Sábado), e um gentio (Silas).Observe também que Paulo e Barnabé,

que poderiam levar a decisão, têm agora uma comissão a ampará-los livrando-os de suspeição.Observe ainda que, embora o mérito

da questão seja teológico, a decisão contempla também a perturbação da Igreja como falta (o que certamente deve ter inspirado a definição de falta em nosso Código de Disciplina):Então, pareceu bem aos apóstolos

e aos presbíteros, com toda a igreja, tendo elegido homens dentre eles, enviá-los, juntamente com Paulo e Barnabé, a Antioquia: foram Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens notáveis entre os irmãos, escreven-do, por mão deles: Os irmãos, tanto os apóstolos como os presbíteros, aos irmãos de entre os gentios em Antioquia, Síria e Cilícia, saudações. Visto sabermos que alguns que saí-ram de entre nós, sem nenhuma autorização, vos têm perturbado com palavras, transtornando a vossa

alma, pareceu-nos bem, chegados a pleno acordo, eleger alguns homens e enviá-los a vós outros com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que têm exposto a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais pessoalmente vos dirão também estas coisas. Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo além destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrifica-das a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardar-des. Saúde.” (At 15.22-29)8. Os membros dessa “comissão espe-

cial” tinham alma pastoral. E as ove-lhas viviam em submissão ao Senhor. O resultado foi: alegria, conforto e for-talecimento da Igreja: Os que foram enviados desceram

logo para Antioquia e, tendo reunido a comunidade, entregaram a epísto-la. Quando a leram, sobremaneira se alegraram pelo conforto recebido. Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram. Tendo-se demorado ali por algum tempo, os irmãos os deixaram vol-tar em paz aos que os enviaram. (At 15.30-33)Porém as conseqüências desta deci-

são foram mais importantes do que geralmente se imagina:1. No capítulo seguinte do Livro dos

Atos dos Apóstolos, Paulo toma Silas, um dos membros da “comissão espe-cial” e começa sua segunda viagem missionária, exatamente na região “perturbada” em que antes ele havia promovido a eleição de presbíteros, e lemos:“Ao passar pelas cidades, entre-

gavam aos irmãos, para que as observassem, as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros de Jerusalém. Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumen-

tavam em número.” (At 16.4-5)Repare:a. A “carta pastoral” era entregue a

cada Igreja para ser observada. Porém agora ela é chamada de decisão: no grego, dogma.b. Ao observá-la as Igrejas eram forta-

lecidas na fé e dia a dia aumentavam em número.2. Muitos anos mais tarde, quando

Paulo volta a Jerusalém, Tiago o rece-be e declara que esses dogmas eram observados lá também: “Quanto aos gentios que creram, já

lhes transmitimos decisões para que se abstenham das coisas sacrifica-das a ídolos, do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas.” (At 21.25)Concílios, delegados (deputados),

credenciais, debates, decisões, comis-sões, tudo isto está claro na letra. Porém está claro também no “espíri-to” do texto algumas coisas que, por imateriais que sejam, jamais podem ser objeto de legislação escrita, mas de ética pessoal de crentes tementes a Deus. Lembro-me de ter ouvido de alguém que um dos parlamentares bra-sileiros irritados com o descaso pela lei escrita teria dito, que bastava apenas uma lei:” Artigo 1° - Todos devem ter vergonha na cara. Parágrafo único: Revogam-se as disposições em con-trário.”Que lições nossa igreja pode ainda

tirar do Concílio de Jerusalém? Há porventura politicagem de Tiago para presidir o Concílio de Jerusalém? Apresentou ele uma plataforma polí-tica? Tomaram-se decisões que atra-palhassem a liberdade das Igrejas? Analisaram o “momento” da Igreja pelo século ou pelas tendências sociais ou pelas Escrituras? Passaram por cima do problema ou atrás de uma ação pastoral havia um Dogma sólido? Esqueceram-se da necessidade de paz na Igreja?

Fôlton Nogueira da Silva é pastor da IP da Ilha dos Araújos, Governador Valadares (MG).

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Brasil PRESBITERIANO20 Julho de 2006

Espiritualidade

esus veio a esse mundo para salvar o que se havia perdido (o ser humano).

Por isso, se fez um de nós e foi perfeito em tudo, cum-prindo seu acordo com o Pai Celeste de restaurar todas as coisas através do seu sangue derramado.

Jesus, durante seu ministério terreno, deu todas as instru-ções aos apóstolos e Paulo completou sua carreira dando instruções finais sobre a igreja (ekklêsia) para os discípulos no presente e no futuro.

O mini-dicionário Houaiss define igreja como grupo de pessoas que segue a mesma doutrina. Portanto, a igreja está ligada ao cristianismo, à doutrina cristã, à doutrina de Cristo. O mesmo dicio-nário tem para comunidade a seguinte explicação: popu-lação de um bairro, região. Coletividade. Sociedade.

A Reforma Protestante res-gatou a igreja com a fiel dou-trina bíblica. O que herdamos para divulgar é a Ecclesia Reformata Reformanda Es”, Igreja Reformada Sempre Reformando. Para nós, hoje, o título é de Igreja Presbiteriana. E essa Igreja Presbiteriana se caracteriza por poucos, mas fiéis ao ensinamento bíblico.

No entanto, o que assistimos hoje é o caos em muitas igre-jas sem compromisso com a Reforma, com as Escrituras e talvez até com Deus; e isso tem um objetivo: crescimento numérico e financeiro. Usam nomes ou títulos atrativos para conquistar seu publico e obje-tivos.

O nome igreja traz e faz

lembrar a responsabilidade do ser humano para com Deus, com relação a amor, santida-de, pecado, juízo e salvação. O nome comunidade abran-da, a princípio, o sermão, que pode ser levado para o social, econômico, filosófico etc.

Lemos no dicionário Vida Nova: “A ekklêsia tem sua localização, existência e razão de ser dentro de limites geo-gráficos que se podem defi-nir. Assim, o apóstolo escreve acerca da ekklêsia te ouse en korinthô, (a igreja que está em Corinto) 1Co 1.2 e 2Co 1.2, o que indica não somen-te que ela pertence ao povo do lugar, como também tem uma qualidade nova e diferen-te” (Colin Brown, Dicionário Internacional de Teologia, Novo Testamento, Editora Vida Nova, 2ª edição, pg 992)

Comunidade indica facções diversas na qualidade daquilo que é comum. A palavra igre-ja, em seu sentido espiritual, visa a levar as pessoas a uma condição nova de vida, para se salvarem do juízo vindou-ro sobre o mundo. Enquanto a palavra comunidade é uma linguagem secular e visa agre-gar sócios para atividades afins.

Nós somos a Igreja Presbiteriana do Brasil, orga-nizada e abençoada por Deus para divulgar seu Reino, como está nas Escrituras e na nossa Constituição. Devemos nos apresentar como Igreja Presbiteriana. Não somos empresa para usar nome fan-tasia e não precisamos disso para crescer.

J

Igreja ou comunidade presbiteriana?

José Paulo Tannús

José Paulo Tannús é presbítero da IP de Pirassununga (SP). E-mail:

[email protected]

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Brasil PRESBITERIANO 21Julho de 2006

inimigo tem apri-sionado muitos corações, man-

tendo-os no calabouço das mágoas e vaidades. A raiva é um veneno que tomamos esperan-do que o outro morra! Alimentar mágoa é insis-tir na falta de perdão. O perdão liberta! Ele quebra aquele ciclo de pensamentos destruido-res e vingativos que só nos fazem sofrer, repre-sando em nossa alma os sentimentos mais baixos

do ser humano.Um grande empecilho

para o perdão é o orgulho, que nos mantém numa condição de infelicida-de permanente, transfor-mando-nos em vítimas de nós mesmos. É neces-sário entendermos que ao liberarmos o perdão àqueles que nos fizeram algum mal, estamos, pri-meiramente, fazendo um bem para nossa alma, pois a pessoa ressentida é a triste e amarga, sem alegria na vida.O Senhor Jesus nos deu

o exemplo quando, no

momento derradeiro da cruz, proferiu as pala-vras: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Quem sofreu maior insulto, traição e animosidade que o nosso Senhor? Assim, Ele nos ensina que o perdão é um ato divino e, como filhos de Deus que afirmamos ser, devemos repetir seu exemplo.Perdoar não é fácil.

Não é ato da vontade humana. Deve ser um gesto de obediência a Deus. Precisamos supli-car ajuda do Espírito

Santo, que certamente nos assistirá em nosso esforço. Perdoar é uma decisão que tomamos de uma vez por todas, de tal maneira que o acusador não tem mais voz em nossa vida.Na oração chamada

de Pai Nosso, o Senhor condiciona o perdão dos nossos pecados ao per-dão que concedemos ao nosso semelhante: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nos-sos devedores”. Isto é, somente receberemos o

perdão divino se tiver-mos o coração limpo de mágoas.O perdão libera as

bênçãos de Deus sobre nossas vidas e torna livre aquele que foi instru-mento do mal para tam-bém se consertar com Deus. Portanto, quero convidá-lo a, juntos, experimentarmos desta dádiva divina do perdão. Pense nisso. E que Deus o abençoe.

O

O perdão que libertaIsmael Andrade Leandro Jr.

Espiritualidade

credito que a maioria das pes-soas conhece o

famoso personagem da literatura infantil criado por J.M. Barrie (1904) e adaptado para o dese-nho animado por Walt Disney (1953), o garoto Peter Pan. O conto que, posteriormente, virou peça de teatro e, mais tarde, desenho animado e até filme, narra a his-tória de um menino que é levado para a Terra do Nunca, onde as crianças não crescem.

O apóstolo Paulo faz a seguinte exortação aos crentes: “Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais e sim como a carnais, como a crianças em Cristo”. (1Co 3.1) Paulo identi-fica naquela igreja um comportamento impró-prio para o verdadeiro cristão que já deveria revelar maturidade pelo tempo que decorre de sua conversão e aprendizado na igreja. Lembro-me de um professor de seminá-rio que disse: “há crentes que se gabam de dizer que já têm quarenta anos

de experiência cristã, mas se comportam de tal maneira que a impressão que dá é que têm apenas um ano de experiência repetido quarenta vezes”. Por vezes, tenho encon-trado pessoas na igreja com o mesmo comporta-mento daquelas da igreja de Corinto. Gente que dá mais trabalho do que trabalha. Pessoas que, pelo tempo decorrido na igreja, deveriam ensinar, mas necessitam ainda aprender “os princípios elementares dos orácu-los de Deus” (Hb 5.12). Assim é que se revelam

verdadeiros Peters Pan; não querem crescer, agir como adultos espiritu-ais, assumir responsabi-lidades, tomar atitudes de crentes maduros e, o que é pior, influen-ciam outros a agir da mesma maneira. Paulo aponta, no versículo três, duas atitudes que desen-cadeiam numa terceira e são características de um crente Peter Pan: os ciúmes e as contendas que produzem o partida-rismo, coisas que nunca promovem o bem-estar da igreja. Basta dizer que elas fazem parte das

obras da carne relacio-nadas pelo próprio após-tolo quando escreveu aos Gálatas (5.19-21). Por isso mesmo é que Paulo chama aqueles de Corinto de carnais. Avalie o seu compor-tamento cristão e veja se não está habitando a Terra do Nunca e sendo um Peter Pan espiritual. A igreja é lugar de cres-cimento. Por isso, é cha-mada de corpo, lavoura, edifício.(1 Co 12.27; 3.9).

A

A Síndrome de Peter PanNicanor Perrut Corrêa

Ismael Andrade Leandro Jr.é pastor da IP Central de

Presidente Prudente (SP).E-mail: [email protected]

Nicanor Perrut Corrêa é pastor da IP no Capão da Imbuía, Curitiba (PR).

E-mail: [email protected]

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Brasil PRESBITERIANO22 Julho de 2006

Rev. Daniel Mariano da SilveiraPor presb. Adonias Clemente dos Santos“Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jr 3.15). Essa promessa de Deus a Israel cumpriu-se na vida da Igreja Filadélfia da Penha por pouco mais de quatro meses, na pessoa do rev. Daniel Mariano da Silveira. No dia 19 de julho de 2005, o Senhor chamou para si aquele que era segundo o seu coração. Chamou-o de forma tão ines-perada que ficamos perplexos diante da perda de nosso pastor. No seu breve pastoreio nesta igreja, ensinou-nos sobre o amor, a compreensão e o trabalhar para o Senhor. Mostrou-nos que para Deus temos que dar o nosso melhor e tudo isso ensinou com exemplos e não simplesmente com palavras. O nosso pastor deixou-nos um legado, deixou-nos um sonho e a concretização desse sonho depende, primeiramente, da graça de Deus e, em segundo lugar, de nosso esfor-ço e amor ao Senhor. Estamos com saudades, mas façamos nossas as palavras de Jó: “o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!”O rev. Daniel Mariano da Silveira pas-toreou as seguintes igrejas em São Paulo: IP Vila Diva, IP Vila Formosa, IP Bosque da Saúde, IP São Bernardo do Campo, IP Penha, IP Guaianases, IP Ferraz de Vasconcelos, IP Parada XV de Novembro, IP Monte Sião, IP Betel, IP Itaim Paulista, IP Vila Espanhola, IP Vila Dionísia, 1ª IP de Guarulhos; IP Monte Sinai, IP Filadélfia. Entre várias atividades eclesiásticas, foi presidente dos presbitérios Leste Paulistano e

Casa Verde e do Sínodo Leste de São Paulo. Foi professor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, do Seminário Presbiteriano de Campinas e da Rede Oficial do Estado.O rev. Daniel pastoreou a IP Filadélfia da Penha de fevereiro à 19 julho de 2005, quando faleceu. Nascido em 3 de Novembro de 1924, na cidade de São Paulo, formado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em 30 de novembro de 1957, licenciado em 26 de janeiro de 1958 e ordenado ao sagrado ministério em 1º de feve-reiro de 1959. Deixou esposa: Noemi Marques da Silveira, filho: Ruben Marques da Silveira, nora: Patrícia A.R. Silveira e neta: Marilia Rita R. Silveira.

Maria Helena SantosPor presb. Antonio Carlos Simões de OliveiraA vida da jovem membro da Congregação Jardim das Oliveiras, Aracaju, SE, Helena, como era cha-mada, foi exemplo de vida cristã. Atuou na zeladoria e no serviço de organização dos trabalhos, principal-mente nos dias da Ceia do Senhor, quando procurava promover, com muita criatividade e diversas espe-cialidades, uma bela festa espiritual. Em sua homenagem foi dedicada, ainda em vida, uma placa com seu nome para o auditório da Chácara Rosa Carvalho, no município de São Cristóvão, SE, onde realizamos nos-sos acampamentos. Essa irmã foi muito querida e amada por nossa comunidade. A jovem Helena dedi-cou-se ao trabalho de Cristo, desde a fundação da congregação, em 1º de maio de 1997. Ao longo de nove anos, trabalhou na UMP e na SAF, nas quais

foi ativa unionista. Vítima de câncer no pulmão, sofreu com resignação durante sete meses e faleceu no dia 20 de maio. A família enlutada, representada pelos irmãos Durval Vieira de Carvalho e Elda Luza Carvalho, seus pais de criação, agra-dece a solidariedade dos irmãos e, ao mesmo tempo, roga o consolo do Senhor para estes momentos tão difí-ceis.

Inácio Pereira de CarvalhoPor rev. Abílio Gontijo de Carvalho, pastor jubiladoNo dia 22 de abril, faleceu em Rubiataba, GO, o filho de Inácio Pereira de Carvalho e d. Maria Madalena de Carvalho. Convertido ao evangelho aos seis anos, juntamente com seus pais, em Bom Sucesso, distrito de Patos de Minas, MG. Foi membro da IP de Uruana, GO, na década de 1960. Na de 1970, mudou-se para Pontes e Lacerda, MT, onde, em com-panhia do pai e dos irmãos, implantou e consolidou o trabalho presbiteriano. Em 1978, mudou-se para Jaru, RO. Lá, abriu as portas de sua casa para o rev. Bill, missionário da Junta de Missões Nacionais, iniciar o trabalho presbiteriano, doando, em seguida, um terreno para a construção do tem-plo. Inacinho, como era conhecido, não era um pregador, mas gostava de contribuir para a obra e cantar louvo-res a Deus, algo fundamental para a abertura do trabalho evangélico. Aos 72 anos, sua vida foi ceifada por um câncer que o obrigou a deixar esta Terra. Próximo da morte, ele dizia: “Sei que a minha jornada está che-gando ao fim; chegou a hora de estar preparado para ir para a Nova Terra!”

Memória e Saudade

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Brasil PRESBITERIANO 23Julho de 2006

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Brasil PRESBITERIANO24 Julho de 2006