Breve Considerações Sobre Edição Eletrônica

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Autora: Mariangela Carvalho

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BREVE CONSIDERAES SOBRE EDIO ELETRNICA

BREVES CONSIDERAES SOBRE EDIO ELETRNICAUNICARIOCAContedo compilado e organizado pelo prof Carlos Kober

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INTRODUO:

Este contedo tem como objetivo bsico, servir como fonte de consulta, estudo e reflexo sobre a edio em televiso, cinema e multimeios. Ele no substitui as aulas presenciais, mas um compilado de vrias publicaes e da experincia pessoal em televises de todo pas.

A edio (e a montagem) uma profisso complexa, muito rica e disputada no mercado de comunicao do pas. Com a evoluo da tecnologia, da computao e dos multimeios, alm da convergncia, a edio adquire uma importncia surpreendente no cenrio das comunicaes. O mais importante que ela hoje decide o limite entre o real e o imaginrio, consegue estabelecer um limiar muito estreito entre fico e realidade e em depois do advento das mquinas no lineares impulsionou notadamente o ritmo, o estilo e as grandes modificaes de formato, estilo e gnero dos programas atuais.

CONSTRUINDO UM PROGRAMA A PARTIR DE UMA LINHA OU IDIA

Assim como o apresentador e o reprter tem a misso de trazer para o vdeo ou para a tela cinematogrfica ou multimeios a informao objetiva, imparcial e jornalisticamente correta, o editor tem a misso de filtrar todo material pr-gravado ou auditado pela produo e selecionar tudo aquilo que mais importante para a publicao no ar..

Existem mil exemplos no mercado de programas que so salvos pela edio, assim como matrias que estavam destrudas originalmente e que adquiriram vida nova aps passarem pelo crivo criativo de um bom editor. A recproca pode oferecer surpresas. No raro um excelente material captado fica insosso, ou sem graa no ar, porque no recebeu o tempo, a energia ou os cuidados de edio adequados.

Segundo o livro A Notcia na TV (Olga Curado, editora Alegro) existem os seguintes tipos de editores:

Editor de Texto -responsvel por avaliar os dados da reportagem como um todo: imagens e informaes e d formato junto com o reprter ao texto final da matria pr-gravada. Escreve o texto que lido pelo locutor-apresentador ou prope textos para o ncora do programa (apresentador-editor). Ele responsvel pela paginao (ordenao das matrias do programa) quando est na funo de editor-chefe ou editor-executivo. No raro o apresentador acumula esta funo e responde tambm pelo filtro crtico das informaes e o ltimo avaliador da reportagem e texto que vai para o ar. Orienta a equipe inteira e tem poder de veto. Ele que faz a cara do programa. D a linha editorial e o enfoque. Na real a ponte entre a equipe e o telespectador.Produtor/Editor - tem perfil de ao complexo: concretiza a pauta - em alguns casos faz a apurao bsica dos dados para a reportagem , a pesquisa, o histrico e o contexto, identifica e avalia os entrevistados, contata com eles, roteiriza a reportagem, faz a checagem da pauta, dos dados, das mil informaes que circulam entre os profissionais do programa. Acompanha a equipe de filmagem , faz as entrevistas , escreve e orienta o texto do reprter quando necessrio, d vida para a matria. Ao final edita tudo isso, ou seja , acompanha o montador ou editor de imagens no seu processo seletivo. Indica trilhas, efeitos sonoros, assina a montagem da matria. Este tipo de jornalista valorizado pelos mercados de televiso americano e europeu. A sua grande virtude a habilidade de lidar com todo o processo que envolve a produo jornalstica em TV: da coleta de dados at a edio fazendo inclusive a locuo da reportagem ,muitas vezes. A televiso brasileira comea a valorizar mais este tipo de profissional.Editor de Arte- No possui necessariamente formao jornalstica, mas tem imensa afinidade com o dia-a-dia da noticia. Possui o talento para traduzir visualmente informaes que no podem ser filmadas pela cmera. O editor de arte trabalha junto ao editor de texto, o reprter e o editor-chefe oferecendo solues criativas para ilustrar a notcia. Ele d a identidade visual do programa todo. responsabilidade dele tambm estabelecer os cenrios, visuais, teles, e o look on air do programa, sejam eles virtuais ou reais.Editor de Imagens ou montador - o antigo cortador, montador. Recebe a fita com todas as imagens e informaes, um roteiro de edio e caracteres e seleciona aquele conjunto de informaes que dar forma ao produto final que denominamos de matria editada. A cada dia que passa deixa de ser um mero apertador de botes e passa a ser valorizado no cenrio televisivo como o grande mestre , o mago dos efeitos, da emoo e do ritmo. Eu acrescentaria, mais modernamente, o editor de udio e efeitos especiais sonoros, que alm de ser um profissional de alta capacidade artstica, cada vez mais disputado no mercado como diferencial de qualidade e acabamento em produes mais elaboradas.

Ainda no existe uma literatura especializada farta sobre edio eletrnica. Muitos autores preferem se dedicar especificamente montagem cinematogrfica, que a cada dia fica mais distante das redaes dos telejornais e programas jornalsticos. Embora a ilha no linear seja praticamente a mesma, a utilidade ,a velocidade e a captao em cmeras digitais exige um tratamento diferenciado de linguagem, com exceo dos programas de variedade e ficcionais. E os que misturam o jornalismo com musicais, variedades, e outros gneros.

Costumo indicar os livros :

"A Notcia da TV" - O dia-a-dia de quem faz Telejornalismo - De Olga Curado. (editora Alegro) Ele no especificamente focado emedio, mas possui um apanhado de conceitos interessantes pra quem decide ingressar na rea.

"TCNICAS DE EDIO PARA CINEMA E VDEO- Histria, Teoria e Prtica - De Ken Dancyger- Editora Campus. Este sim um verdadeiro manual para quem deseja aprofundar no tema.

Existe um site interessante, organizado pelo meu colega Maurcio Valim, da TV Cultura de So Paulo que traz dados interessantes sobre o processo televisivo. Trata-se do www.tudosobretv.com.br . E o prprio Valim oferece cursos on line neste site.

A partir de agora organizamos uma leitura importante envolvendo edio e tudo que a cerca.

Boa leitura

Carlos Kober

Introduo Produo de TVEnto, voc quer realmente aprender Produo de TV?

Muito bem, voc veio ao lugar certo, mas antes de comear, vamos esclarecer algumas coisas.

Este No Um Curso de Home Video

Esta disciplina dirigida a pessoas interessadas em utilizar vdeo profissionalmente ou como um meio de realizao pessoal. Se voc ler com ateno e anotar as questes que forem surgindo, voltando ao tema recorrentementeter um domnio bem razovel sobre o assunto.

Embora este curso enfatize as tcnicas de produo de vdeo em estdio ou em campo, o material aqui apresentado se aplica a uma grande variedade de outros veculos, baseados em udio e vdeo. Tenho certeza de que estes conhecimentos bsicos lhe sero bastante teis.

conveniente e desejvel que voc tenha acesso a equipamento de gravao e edio de udio e vdeo para trabalhar, seja ele de sua propriedade, de uma escola ou outra instituio(no caso da Unicarioca, sabemos da dificuldadede equipamentos do estdio, mas com equipamento e alguma pacincia se pode aplicar os conceitos aqui estudados.)

No se aflija, porm, se voc no tiver acesso a alguns dos equipamentos discutidos no decorrer deste curso. De qualquer forma, importante saber que eles existem e conhecer as tcnicas utilizadas nas grandes produes.

Por exemplo, voc pode se ver, de repente, numa situao onde tal conhecimento seja essencial. O importante saber que eles existem porque dificilmente os processos seletivos vo exigir que voc opere os equipamentos (tarefa do editor-montador).Cinegrafistas, escritores, diretores, produtores, e at mesmo atores, j comprovaram que ter uma compreenso slida das ferramentas e tcnicas de todo o processo fundamental para o sucesso de suas produes (para no mencionar o de suas carreiras).

No mundo high-tech de hoje, Conhecimento Poder.

Uma Viso Panormica do Processo de Produo Primeiro, antes mesmo de falar de edio, vamos sobrevoar a rea de produo, s para voc ter uma visoglobal do processo, depois voltaremos a estes mesmos pontos, com mais detalhes, e a voc vai entender como as coisas se encaixam e qual a importncia dos vrios elementos.

Vamos pensar grande. Vamos visitar o mundo das grandes produes. Muitas das coisas que iremos ver, adquirem outra proporo, combinam-se ou so completamente eliminadas nas produes menores.

Quem Faz ...O Qu? E Por Qu ?

Esta uma longa lista !

O principal responsvel pelo programa o produtor - o chefe dos chefes, como voc ir ver.

O produtor prepara o projeto - com o conceito do programa e custos de produo - e toma as decises importantes. Ele o lder do time, o responsvel pela direo geral da produo. Ele trabalha com o roteirista, define o elenco principal, e contrata o diretor. Ele tambm decide com o diretor o editor, em todas as suas acepes.

E m produes menores, o produtor ser responsvel tambm por coisas mais triviais. Ou ento, o diretor (funo que ser discutida abaixo) poder acumular as responsabilidades do produtor. Neste caso, o crdito (combinando as duas funes) ser de produtor-diretor.

Algumas produes tm um produtor associado, que agenda as gravaes, faz a escala do elenco e equipe tcnica e auxilia o produtor, durante toda a produo.

Em grandes produes, um dos primeiros trabalhos do produtor contratar um roteirista para escrever o roteiro (o documento que diz a todos o que fazer, o que dizer, etc.). O roteiro uma espcie de plano de trabalho ou de planta baixa da produo.

Em seguida, o produtor define o elenco do programa. A categoria elenco inclui: atores, reprteres, apresentadores, convidados, narradores - qualquer pessoa, cuja voz ou imagem, seja gravada pela cmera.

Algumas vezes, a categoria Elenco dividida em trs sub-categorias: atores (que representam personagens em produes dramticas), apresentadores (que apresentamprogramas jornalsticos ou de auditrio), e locutores (que no aparecem na tela).

Em grandes produes, o produtor responsvel pela contratao do diretor.

O diretor responsvel pelo programa, durante todas as fases da produo. Durante a fase de pr-produo (antes da gravao), ele coordena as atividades da equipe e ensaia o elenco. ele tambm quem determina a posio da cmera e dos atores em cena, define os ngulos e planos durante a gravao e supervisiona a edio, na fase de ps-produo.

Em outras palavras, o diretor o comandante da linha de frente, o responsvel pela transformao do roteiro em um programa de TV.

O profissional que presta assistncia ao diretor na sala de controle tem o ttulo de diretor tcnico. Ele opera a mesa de corte (video switcher).

O diretor tcnico tambm responsvel pela coordenao dos aspectos da produo (embora, as responsabilidades de cada membro da equipe variem muito de uma produo para outra).

A equipe de um programa poder tambm incluir um ou mais assistentes de produo para ajudar o produtor e o diretor. Durante os ensaios e gravaes, esses profissionais fazem anotaes sobre as necessidades da produo e mudanas no esquema, notificam a equipe sobre as modificaes, etc.

O diretor de fotografia faz o plano de luz, especifica o equipamento necessrio, posiciona os instrumentos e controla a luz, durante a gravao. (Como veremos adiante, a iluminao pode levantar ou derrubar uma produo).

Em algumas produes haver um cengrafo que juntamente com o diretor e o produtor projeta o cenrio e supervisiona a construo, pintura e instalao.

Alm disso, haver uma equipe de cabeleireiros e maquiadores, responsveis pela aparncia do elenco.

Introduo Produo de TV -

Parte 2As grandes produes tm um figurinista - o responsvel pelo guarda-roupa do elenco. Este profissional desenha ou providencia o figurino, de acordo com as necessidades da estria e do roteiro.

O diretor de udio ou tcnico de udio especifica o equipamento de gravao de udio, monta e verifica o bom funcionamento dos microfones, monitora a qualidade da gravao do som e desmonta tudo, quando a gravao acaba.

O operador do microfone assiste aos ensaios, decide sobre o microfone mais apropriado para a ocasio e onde este ser colocado para a gravao da cena. Este profissional deve ter braos fortes para segurar o microfone (mic boom), acima dos atores, por longos perodos de tempo.

O operador de videotape especifica o equipamento de gravao de vdeo e demais acessrios, opera o gravador de videocassete e monitora a qualidade de gravao do vdeo.

Durante as gravaes, o continusta anota cuidadosamente os detalhes de continuidade de cada tomada, para assegurar a compatibilidade entre as cenas. Este um trabalho super importante nas gravaes realizadas fora do estdio, com uma cmera s (no estilo do cinema). O continusta tambm responsvel por recolher a assinatura dos atores, no formulrio de permisso para a utilizao da imagem, ao final da gravao.

O operador de GC (Gerador de Caracter) seleciona as fontes (tipos de letras) e digita os ttulos, sub-ttulos e crditos do programa no gerador de caracteres. Estes textos so sobrepostos imagem, durante a edio ou transmisso do programa ao vivo. Os computadores esto substituindo os geradores de caracteres nas produtoras e emissoras de TV.

Os operadores de cmera fazem muito mais do que operar a cmera. Alm de montar e fazer os ajustes de cmera, realizam a gravao das cenas, garantindo a sua qualidade tcnica e, junto com o diretor, diretor de fotografia e tcnico de udio ajudam a definir o blocking (posio e angulao da cmera em cada plano). Nas produes fora do estdio, o operador de cmera responsvel por apanhar e devolver o equipamento.

Dependendo da produo, pode haver a necessidade de se contratar um assistente de direo, que responsvel pela coordenao das atividades, no local de gravao. Ele ou ela pode necessitar de auxiliares, que iro desempenhar as funes de contra-regra - remover equipamento, mveis, etc.

Aps a gravao de todas as cenas, os editores pegam as fitas de vdeo gravadas, ordenam os segmentos, adicionam msicas e efeitos de udio e vdeo, para criar o produto final.

A importncia da edio para o sucesso de uma produo maior do que as pessoas podem imaginar. Como veremos adiante, um editor pode levantar ou derrubar uma produo.

As Trs Fases da ProduoPodemos dividir o processo de produo em 3 fases: pr-produo, produo e ps-produo. H um ditado famoso em produo de TV: A fase mais importante da produo a pr-produo.

A Fase de Pr-Produo Na fase de pr-produo as idias bsicas e os mtodos de produo so desenvolvidos e o processo tem incio. nesta fase, de definies e planejamento, que a produo toma um rumo certo, ou segue desordenadamente, at que a desorganizao tal que nenhuma quantia de tempo, dinheiro ou talento na edio pode salvar o programa.

O Objetivo Principal: Atingir o pblico-alvo.Para assegurar o sucesso de um programa, devemos ter sempre em mente, as necessidades, interesses, e o perfil do nosso pblico-alvo, durante todas as fases da produo.

Se voc souber fazer isso bem, voc certamente ter sucesso.

Para que o seu programa tenha impacto, ele deve envolver a audincia, emocionalmente. Este o elemento-chave para o sucesso de uma produo e ns voltaremos ao assunto, oportunamente.

Durante a fase de pr-produo, so tomadas decises importantes - a contratao do elenco e da equipe principal; a concepo do cenrio, iluminao e sonorizao. Como estes elementos esto interrelacionados, vrias reunies de produo so necessrias para o planejamento e coordenao do trabalho da equipe.

Uma vez que todos os elementos bsicos estejam em seu lugar, os ensaios podem comear. As locaes onde sero gravados segmentos do programa devem ser inspecionadas, para se determinar a posio dos atores ou apresentadores, os movimentos de cmera e o equipamento de udio e iluminao necessrios para a gravao da cena.

U ma produo complexa requer muitos dias de ensaio. Os primeiros ensaios, tambm conhecidos como dry rehearsal (ensaio a seco), se resumem leitura do roteiro, com os atores e os membros principais da equipe de produo sentados em volta de uma mesa. Nestas ocasies, so feitas muitas mudanas no roteiro.

Os americanos chamam de dress rehearsal o ensaio final, quando os atores ensaiam, vestidos com o figurino apropriado e todos os elementos esto em seus devidos lugares. Esta a ltima oportunidade para a equipe resolver problemas pendentes de produo.

A Fase de ProduoNa fase de produo todos os elementos se juntam para a apresentao final.

Os programas podem ser transmitidos ao vivo, ou gravados em videotape. Com exceo dos noticirios, dos programas de esportes, e da transmisso de eventos especiais , os programas so geralmente gravados e editados para a transmisso ou distribuio posterior.

A gravao do programa possibilita a correo de problemas - seja atravs da regravao de segmentos ou de mudanas durante a edio.

E, Finalmente, a Fase de Ps-Produo...Que inclui a desmontagem do cenrio e equipamentos de gravao de udio, vdeo e iluminao, o pagamento do pessoal e a avaliao do impacto do programa.

Apesar disso, a maioria das pessoas associa ps-produo a edio.

Na medida em que as tcnicas de edio (controladas por computador) e os efeitos especiais se tornam mais sofisticados, a edio deixa de ser uma questo de simplesmente unir e ordenar os segmentos de vdeo, na ordem desejada. A edio, hoje em dia, uma etapa da produo aberta criatividade.

Com as tecnologias mais recentes muito fcil se empolgar e abusar dos recursos tcnicos de produo e ps-produo. Os efeitos digitais, por exemplo, quando utilizados sem critrio, podem adicionar um toque de cafonice - indesejvel produo.

Os recursos tecnolgicos devem ser considerados como meios para se atingir um objetivo maior: a comunicao efetiva de informao e idias.

A Televiso um meio de comunicao. O resto secundrio.

Confundindo o Meio Com a MensagemSe voc pensar bem, os efeitos especiais, que so state of art, hoje em dia, sero considerados banais, daqui a alguns anos. Tente se lembrar de um efeito especial utilizado em filmes antigos! a comunicao efetiva de idias e sentimentos que imortaliza uma obra.

Esta linguagem que voc est comeando a estudar, pode ser usada para produzir programas medocres ...

...ou inspirar idias que podem fazer a diferena e provocar mudanas positivas no esquema global. (E nesta altura do campeonato voc j deve ter notado que o mundo est precisando urgentemente de pessoas com esta capacidade!)

Afinal, como voc deseja que o seu trabalho seja lembrado?

EdioA edio a fora criativa da realidade flmica....e a fundao da arte cinematogrfica" (V.I. Pudovkin, 1915) Pudovkin fez esta declarao h mais de 80 anos, e desde ento, a edio de filmes e vdeo se tornou ainda mais importante.

durante a edio do filme ou vdeo que se estabelece a estrutura e o contedo da produo, juntamente com a atmosfera, intensidade e ritmo da narrativa. Nos prximos mdulos iremos explorar as vrias dimenses deste tpico. Vamos comear falando de continuidade.

Continuidade na edio se refere basicamente ordenao das seqncias de planos, para sugerir o progresso da ao. Um editor pode utilizar os mesmos takes, para sugerir situaes bastante diferentes. Consideremos as seguintes tomadas:

um homem com uma expresso de surpresa no rosto.

um outro homem saca uma arma e atira na direo da cmera.

Nesta ordem - 1, 2 - parece que um homem foi ferido. No entanto, se invertemos a ordem das cenas - 2, 1 - ir parecer que o homem testemunha ocular de um tiroteio.

Vejamos o que podemos fazer com estas trs tomadas:

pessoas saltando de um carro.

um carro pegando fogo

uma exploso

A seqncia 1-2-3, sugere que as pessoas esto saindo do carro, segundos antes, deste explodir.

Se ordenamos as tomadas 3-2-1 , a exploso acontece, o carro incendeia e as pessoas so obrigadas a se jogar para fora.

Em 2-3-1, as pessoas saltam do carro depois que um incndio provoca uma exploso.

Se mudamos para 2-1-3, ir parecer que as pessoas, fugindo de um incndio, conseguem escapar da exploso.

Fizemos tudo isso com apenas trs tomadas!!!!

Imagine o que um editor pode fazer com as centenas de cenas e takes - normal em produes dramticas - que lhe chegam s mos. O editor tem um tremendo controle sobre a continuidade e a mensagem de um programa.

Contrariando a Continuidade

A continuidade na edio visa primariamente guiar a audincia atravs de uma seqncia de acontecimentos, mostrando o que ela quer ver, na hora em que ela quer ver. E desta maneira, contar a estria, ou pelo menos, apresentar uma srie de eventos, de maneira lgica, com comeo, meio e fim.

Bons editores de produes dramticas, s vezes, fogem do esperado para conseguir um efeito dramtico. Contrariar as expectativas da audincia pode criar tenso. Por exemplo:

Um homem trabalhando em seu escritrio, de madrugada.

Ouve-se uma batida na porta.

O homem diz mecanicamente:"Entre."

Ele olha para o alto, para ver quem entrou e sua expresso de calma se transforma em alarme.

Por qu? No sabemos. Onde est o take da pessoa ou criatura que acabou de entrar? O que acontece se no cortarmos para este take to esperado? A audincia deixada em suspense e pode ficar mais curiosa e apreensiva - ou ressentida e frustrada.

Por exemplo, numa matria sobre as novas notas de U$ 100 - um especialista descreve os detalhes que devem ser observados na cdula, para evitar as notas falsificadas. Um Plano Mdio mostra o especialista e o reprter examinando a nota, com ateno.

Obviamente que durante a explicao, a audincia tambm gostaria de ver um Close-up da nota, para acompanhar o que est sendo dito. Se o take omitido, a audincia se sentir frustrada.

A menos que voc queira deixar a audincia confusa, momentaneamente, para criar um efeito dramtico, tenha sempre em mente o que voc pensa que a sua audincia espera ver, a cada momento, e s quebre esta regra para intensificar o momento dramtico. Voc ver que fazendo isto, grande parte da EDL - edit decision list (lista de decises de edio) ir se escrever por si.

Em programas jornalsticos e documentrios os fatos devem ser apresentados da forma mais clara, objetiva e lgica, possvel. Imagens e informaes suprfluas devem ser excludas, para evitar mal entendidos e confuses.

Em produes dramticas, existe mais espao para a criatividade. Neste tipo de produo, muitas vezes, desejvel deixar algumas coisas em aberto, para dar margem interpretao pessoal.

Manipulando o Tempo E m produes de vdeo e filme, a manipulao do tempo uma rotina. O tempo pode ser expandido ou condensado.

Por exemplo, digamos que queremos contar a estria de uma mulher que tem um encontro importante. Poderamos observ-la se preparando: escolhendo a roupa, tomando banho, secando os cabelos, se maquiando, se vestindo, se olhando no espelho, dando os ltimos retoques, pegando o carro e dirigindo para o local do encontro. Em tempo real, esta cena poderia durar pelo menos 90 minutos - o tempo de um longa metragem - e ainda nem chegamos parte mais interessante do filme: o encontro!

A preparao para o encontro - que durou 90 minutos - poderia ser mostrada em apenas 20 segundos : Mulher acaba de falar no telefone e sai rapidamente de quadro. (3 segundos)

Ela tira uma roupa do armrio. (2 segundos)

Imagem da porta esfumaada do chuveiro. (2 segundos)

Alguns takes da mulher secando os cabelos. (5 segundos)

Ela abre a porta do apartamento e sai. (2 segundos)

Alguns takes da mulher dirigindo. (4 segundos)

E finalmente, estaciona o carro na frente do local do encontro. (2 segundos)

Ou, que tal esta verso?

take 1 - Mulher desliga o telefone, pula de alegria e sai de quadro.

take 2 - Ela chega ao local do encontro.

Expandindo o Tempo

Ocasionalmente, o editor ou diretor pode querer expandir o tempo real de um acontecimento, para criar um efeito dramtico.

O famoso diretor Alfred Hitchcock, (Psicose, etc.) nos d um timo exemplo. Uma cena mostra um grupo de pessoas alegres numa festa, que terminar com a exploso de uma bomba relgio, escondida debaixo da mesa de jantar. A verso em tempo real, mostraria:

pessoas sentadas mesa

a bomba explode fim da cena... todos morrem.

Mas, Hitchcock, um mestre do gnero, sabia que a atmosfera de suspense jamais seria alcanada desse jeito.

Numa segunda verso:

pessoas chegando, conversando e ocasionalmente se sentando mesa de jantar.

imagem da bomba tiquetaqueando debaixo da mesa, revelando audincia o que est prestes a acontecer.

sem saber da existncia da bomba, as pessoas continuam suas conversas banais.

seguem-se tomadas da bomba, com planos cada vez mais prximos, intercalados com imagens dos convidados rindo e se divertindo, durante o jantar. As cenas se sucedem, cada vez mais rapidamente, at que a bomba, finalmente, explode e acaba com a festa.

Esta ltima verso da cena tem um impacto emocional muito maior na audincia.

Causa e Efeito

M uitas vezes, a funo da continuidade na edio de sugerir ou explicar a causa. Um bom roteiro ( valorizado por uma boa edio ) sugere ou explica o porqu dos fatos.

Um exemplo simples: em uma produo dramtica, seria muito estranho mostrar algum atendendo o telefone, sem que este tenha tocado. O telefone tocando demanda uma resposta... algum atende.

Por outro lado, um filme policial, poderia comear mostrando o cadver de uma mulher no cho da sala, mas deixaria para revelar quem a matou e porque o fez - 90 minutos depois - no final do filme. Neste caso, o efeito precede a causa.

Apesar de as leis da continuidade estipularem que devemos apresentar os fatos numa seqncia lgica, neste caso, bem mais interessante para a audincia, apresentar primeiro os resultados e ir revelando as causas, gradualmente, durante o filme.

Algumas vezes, podemos omitir as provveis causas e deixar as suposies por conta da audincia. Por exemplo, se vemos um take de algum bbado (efeito), podemos assumir com segurana que esta pessoa bebeu demais. (causa).

Se uma seqncia mostra algum tentando fazer uma manobra de esqui difcil, pela primeira vez, seguida de outra, da mesma pessoa voltando com a perna engessada, conclumos que a experincia no foi bem sucedida.

Voltemos ao cadver da mulher, na sala. Saber que o marido foi o autor do crime, pode contentar a polcia, mas no os espectadores. Na questo Causa e Efeito, haver sempre uma outra pergunta: por qu?. E isto nos leva uma outra questo : a motivao.

Motivao

Sob motivao, podemos assumir qualquer uma das razes de sempre: dinheiro, cimes e vingana. Mostrar que o motivo foi vingana no o bastante, numa produo bem planejada. A vingana sempre tem uma causa.

Para responder a esta questo, talvez tenhamos que levar o espectador ao passado. Poderamos mostrar que a mulher tinha vrios amantes... a suspeita, o cime, o ressentimento e a raiva crescendo no marido, at o ponto em que estas emoes se tornaram incontrolveis.

Agora, podemos entender. Foram mostrados o efeito, a causa e a motivao. Tudo faz sentido.

O editor deve perceber a dinmica dessas relaes de causa e efeito, para poder manipul-las com habilidade. Deve tambm entender um pouco de Psicologia, de forma a retratar fatos e sentimentos, realisticamente. E, com freqncia, saber que no deve revelar respostas to rapidamente. Em filmes de mistrio, por exemplo, uma das grandes diverses da platia est em tentar adivinhar, quem foi o autor do crime e o porqu.

Tcnicas de Continuidade

Alm de ordenar os planos e manter a continuidade bsica da estria, o editor pode melhorar o visual do programa, utilizando takes de apoio: inserts e cut aways.

Inserts Insert um plano de detalhe (close up) de qualquer coisa que exista dentro de uma cena, mostrada no plano de conjunto (establishing shot).

Os inserts mostram informaes que no seriam claras ou visveis de imediato. Por exemplo, no caso da nota de 100 dlares, um Close up da cdula seria um insert.Cut aways

A o contrrio dos inserts, que mostram detalhes significativos da cena global magnificados em close ups, cut aways desviam a ateno da ao principal, para imagens relacionadas.

Durante uma procisso, podemos cortar da imagem do santo homenageado, para imagens de pessoas assistindo ao evento de uma janela ou para um beb que dorme tranqilo, no meio da multido.

Aqui, cortamos de um homem descendo as escada de uma mina, para outro j no andar inferior.

Edio RelacionalH muitos anos atrs, dois cineastas russos - Pudovkin e Kuleshov fizeram uma experincia, na qual intercalaram cut aways de cenas diferentes com o rosto de um homem imvel e sem expresso. Eles editaram 3 seqncias:

Sequncia 1: rosto do ator / um prato de sopa/ rosto do ator.

Sequncia 2 : rosto do ator/ o cadver de uma mulher dentro de um caixo / rosto do ator.

Sequncia 3 : rosto do ator/ uma menina brincando / rosto do ator.

Para a audincia assistindo o filme editado, a expresso neutra do ator parecia se emocionar, ao ser associada s outras tomadas, estabelecendo uma relao de causa-efeito.

Por exemplo, na seqncia 1, a audincia percebeu que o homem estava faminto. Na seqncia 2, o rosto parecia revelar uma profunda tristeza e na seqncia 3, o orgulho de um pai coruja.

Este experimento revelou um aspecto importante da edio: a tendncia humana de estabelecer relaes entre os takes de uma seqncia montada.

Na edio relacional, imagens que por si s, no teriam nenhum tipo de ligao, ganham um novo sentido, quando justapostas durante a edio.

V oltemos cena da mulher aparentemente assassinada pelo marido. O que aconteceria se colocssemos um take desta mulher retirando uma grande soma de dinheiro de dentro de um cofre, antes de apresent-la morta no cho da sala?

Edio TemticaN a edio temtica , tambm conhecida como montage , as imagens so editadas de acordo com um tema central. Ao contrrio de outros tipos de edio, a edio temtica no pretende contar a estria, desenvolvendo a idia, numa seqncia lgica.

A edio temtica envolve cortes rpidos, de takes no relacionados, montados numa seqncia impressionista, cujo objetivo o de comunicar sentimentos ou experincias. Este tipo de edio muito usado em videoclips, comerciais e trailers de filmes. A inteno no delinear a story line, mas simplesmente, comunicar uma atmosfera - ao, perigo, etc .Ao Paralela O s primeiros filmes de fico contavam apenas uma estria - com o heri presente em todas as cenas. Esta estrutura simplista, hoje em dia, arrancaria bocejos da platia. As novelas, seriados e mesmo os documentrios modernos apresentam vrias estrias ou situaes que acontecem simultaneamente. Isto chamado de ao paralela (parallel action).

Os cortes de uma miniestria para outra variam o ritmo do programa e aumentam o interesse da audincia.

Durante a edio, quando cortamos e juntamos os segmentos das mltiplas story lines chamamos de parallel cutting .

Voltando ao local do crime, poderamos intercalar seqncias do marido assassino, com a ao da polcia, que tenta prend-lo.

Solues para Problemas de ContinuidadeC omo vimos, em produes dramticas, a audincia aprendeu a aceitar a tcnica de omisso de material irrelevante, em prol do desenvolvimento da estria. Mesmo assim, alguns tipos de descontinuidade na ao incomodam e por isso devem ser evitados.

Quando isto acontece, dizemos que um jump cut - um pulo no contedo ou na ao, esteticamente brusco, confuso e desconfortvel.

Se observarmos bem , iremos encontrar muitos exemplos dessas pequenas descontinuidades, em filmes e programas semanais de TV. Alguns exemplos:

Tomada de dois - Casal conversa num barco. O vento sopra e agita seus cabelos. Na cena seguinte, Close up da mulher - o vento, inexplicavelmente, parou de soprar.

Close-up de uma atriz, s gargalhadas. No corte seguinte, de volta ao plano seqncia, ela est sria.

Um casal de namorados no shopping. O rapaz abraa a namorada pela cintura. No plano seguinte, o seu brao est no ombro da moa.

T odos esses problemas tm origem na fase de gravao de programas produzidos com apenas uma cmera, onde takes de uma mesma cena so gravados em dias diferentes.

Seria timo se estas descontinuidades fossem percebidas tempo, para que as cenas fossem prontamente, refeitas. Desta maneira, no teramos que fazer remendos na hora da edio. Mas, felizmente, existem solues para evitar gastos extras de tempo e dinheiro com a regravao de cenas.

Evitando Cortes Bruscos na Ao

C omecemos pelo jump cut em uma produo dramtica.

Voltemos cena da mulher que se arruma para o grande encontro. Ela desliga o telefone na cozinha, caminha apressadamente - da esquerda para a direita - e sai pela porta, direita do quadro.

Na cena seguinte (gravada horas ou at dias, mais tarde) ela entra em quadro pela direita e vai para o chuveiro, se movendo - da direita para a esquerda. Esta mudana na direo da cena nos faria pensar (e audincia), que ao sair da cozinha, a mulher deu meia volta e caminhou na direo oposta para chegar ao banheiro.

A soluo para a maioria desses problemas a utilizao de inserts e cut-aways.

Para resolver este problema de continuidade especfico, poderamos, por exemplo, gravar um close up das mos de algum - que pudessem passar pelas da atriz - retirando uma toalha da gaveta. Isto iria dar variedade visual seqncia e disfarar a inverso na direo da cena do banheiro.

Poderamos tambm, considerar um corte para a cena que mostra a mulher em frente ao armrio, escolhendo a roupa que ir usar. Ou mesmo, tentar eliminar o incio e o final das duas cenas, a fim de omitir a entrada e a sada da atriz, de quadro.

Editando Entrevistas

E ntrevistas dificilmente vo ao ar na ntegra. A audincia habituada com a linguagem dinmica da TV, iria se entediar rapidamente com as respostas que se desviam do assunto, com entrevistados pouco eloqentes, ou simplesmente ...chatos.

Normalmente, acabamos gravando dez vezes mais material, do que iremos utilizar no programa final. O trabalho do editor no fcil. Ele tem de conhecer bem o material gravado, selecionar as falas importantes e realizar os cortes evitando as mudanas bruscas de humor, ritmo e retrica. Alm disso, a transio entre os segmentos de udio deve ser suave e imperceptvel.

Cortes na fala, geralmente, resultam em "pulos" na imagem do entrevistado. A soluo utilizar inserts ou cut aways de 3 ou 4 segundos, para disfarar o corte (veja a ilustrao ao lado).

O tipo de cut away mais utilizado na edio de entrevistas conhecido como "plano de reao" - por exemplo: o reprter ouvindo atentamente o entrevistado.

Idealmente, estes planos so gravados numa fita de vdeo separada - conhecida como B-roll . A fita usada para gravar as respostas do entrevistado chamada A-roll . Em edio linear, este processo de gravao em duas fitas diferentes facilita bastante as coisas. Voltaremos a este assunto mais tarde.

Este material suplementar - B-roll - essencial para que o editor possa resolver problemas durante a edio e seja capaz de fazer transies suaves. Por isto, o cinegrafista deve se preocupar em gravar uma variedade de takes suplementares, em todas as entrevistas - inserts e cut aways - imagens que tenham relao e possam contribuir para tornar a edio visualmente interessante.

Mudanas Bruscas no tamanho da Imagem Um outro tipo de "jump cut" acontece quando cortamos para uma imagem de tamanho muito diferente. Cortar de um Plano Geral para um Close up, como ilustrado nas fotos acima, pode resultar num corte muito brusco. Devemos utilizar um Plano Mdio para suavizar a transio e dirigir a ateno da audincia para o novo foco.

frmula 1-2-3 evita o problema. A cena comea com:

1. um Plano Geral (tambm chamado de master shot ou establishing shot ), depois,

2. cortamos para um Plano Mdio, e ento,

3. cortamos para uma variedade de close-ups.

Esta ordem, tambm, pode ser invertida.

Com freqncia, precisamos voltar ao Plano Geral - especialmente, durante e aps a movimentao dos atores - para relembrar audincia sobre a localizao dos personagens e objetos em cena. Quando isto acontece, dizemos que estamos cortando para um re-establishing shot .

A frmula 1-2-3 (Plano Geral - para Plano Mdio - para Close up) a mais tradicional (e foi mandatria em muitos estdios de cinema, numa determinada poca). Mas, existem ocasies em que o editor desejar utilizar outros mtodos.

Por exemplo, comear a cena com um Big Close up de um determinado objeto, ir advertir a audincia que este um elemento importante para a narrativa e que merece ateno especial. Este objeto, numa produo dramtica, poderia ser uma foto amassada ou uma arma. Uma vez estabelecida a sua importncia, a cmera poder prosseguir num movimento de dolly ou zoom, para revelar o cenrio onde a ao se passa.

ngulos de Gravao

Outro tipo de "jump cut" resultante de cortes entre planos quase idnticos. Este corte brusco difcil de justificar, j que a nova imagem no traz nada de novo e o corte em si, visualmente parece um erro grosseiro. Para evitar essa situao, devemos obedecer lei dos 30 graus .

De acordo com ela, um novo take do mesmo objeto s justificvel se apresentar uma mudana de ngulo de, pelo menos, 30 graus.

claro, que cortar para um take significantemente diferente - como por exemplo, de uma tomada de dois, para um take de uma pessoa - estaria OK (mesmo que este fosse gravado do mesmo ngulo), j que os dois planos so basicamente distintos.Outra questo relacionada com o ngulo de gravao a da direo da ao na tela. Observe as fotos abaixo: um casal conversando pelo telefone. Qual seria a direo mais lgica se quisssemos cortar de uma tomada para a outra: a mulher olhando para a direita (primeira foto), ou para a esquerda (segunda foto)?

O normal quando duas pessoas esto conversando que elas se encarem. Embora isto seja absolutamente claro quando olhamos para estas fotos, quando estamos produzindo um vdeo com uma cmera s - e as tomadas so gravadas com horas ou mesmo dias de diferena - fcil cometer este tipo de erro. Cruzando "a Linha"E finalmente, chegamos ao problema de continuidade mais embaraoso e difcil de resolver durante a edio e que se refere ao eixo da ao .

Todas as vezes que um novo ngulo de cmera ultrapassar 180 graus, voc ter "cruzado a linha" - o eixo da ao - e a direo da cena ser invertida na tela.

Embora algumas tcnicas, aqui descritas, possam ser de grande ajuda, o melhor mesmo, ficar atento durante a gravao para se evitar o problema.

Quem gosta de futebol sabe que a direo da ao no campo se inverte, quando o diretor corta para uma cmera localizada do lado oposto do gramado. Imagine a confuso da audincia, se durante uma jogada, a direo da ao se invertesse?

Por este motivo, isto jamais feito durante o jogo play - somente em replay. E isto s justificvel, se as imagens daquela cmera (geralmente, acompanhadas de uma explicao) revelarem algo, que as outras cmeras no conseguiram captar.

Este tipo de descontinuidade bvia e imediatamente percebida durante a cobertura de eventos, ao vivo - onde as imagens de todas as cmeras so monitoradas na mesa de corte. O problema muito menos bvio, quando precisamos gravar atores de vrios e diferentes ngulos, em produes realizadas com uma cmera s, no estilo do cinema.

Observe a foto ao lado, digamos que voc queira gravar um close up do homem, esquerda do quadro.Se a cmera fosse posicionada sobre o ombro direito da mulher, (atrs da linha azul), teramos cruzado o eixo e o homem pareceria estar olhando para a esquerda, ao invs de olhar para o casal direita.

O

Se todos os close ups forem gravados na frente da linha azul a linha do olhar (direo e ngulo) ser coerente com a que foi apresentada no establishing shot.

O casionalmente, o diretor ir violar intencionalmente, a regra dos 180 graus para conseguir um efeito dramtico. Por exemplo, durante uma cena de rebelio, o diretor pode decidir cruzar a linha em muitas tomadas, para caracterizar confuso e desorientao.

Mas, se o objetivo for clareza, o editor deve ficar atento para evitar que este tipo de descontinuidade ocorra durante a edio.

Continuidade Tcnica

Q ualquer mudana notvel, brusca e indesejada no som ou na imagem de um programa considerado um problema de continuidade tcnica . Alguns desses problemas so aceitveis, outros no.

Sabemos por exemplo, que a gravao de matrias jornalsticas ocorre sob as mais diversas (e muitas vezes drsticas ! ) condies. Por isso, somos mais tolerantes com as diferenas na colorao da imagem e descontinuidades no som, que acontecem entre cenas de noticirios e documentrios.

Mas, em produes dramticas, as inconsistncias tcnicas so intolerveis. Neste tipo de produo no queremos ter a nossa ateno desviada do contedo da narrativa. O meio (televiso) deve ser totalmente transparente e nada deve interferir com a mensagem (a estria).

Problemas de Continuidade de udioP roblemas de continuidade de udio podem ser causados por muitos fatores, incluindo variaes:

no som ambiente - reverberao de som, posio do microfone, etc.

no tipo de freqncia do microfone ou do equipamento de udio.

nos ajustes dos nveis de udio

no som ambiente (background sound)

Em produes realizadas com uma cmera, muitas dessas inconsistncias passam desapercebidas na hora da gravao e o problema s se torna aparente na hora da edio.

medida que comeamos a unir os takes vamos descobrindo variaes nas vozes dos atores - mais longe ou mais perto do microfone, que a sala tinha eco, ou reparar no rudo do ar condicionado ao fundo. Algumas vezes, possvel minimizar o problema, utilizando equalizadores grficos e outros aparelhos sofisticados, mas, um trabalho difcil, longo e penoso.

As mudanas no som ambiente (background sound), algumas vezes, podem ser mascaradas se acrescentamos trilha original, um outro tipo de som, como por exemplo, msica, rudos de trnsito ou canto de pssaros.

Como na vida real, geralmente mais fcil evitar problemas, do que resolv-los ( supondo-se, que exista uma soluo ).

P rimeiro, saiba que microfones colocados em distncias diferentes reproduzem o som diferentemente. Isto se deve a mudanas nas condies acsticas e ao fato de que algumas freqncias especficas vo diminuindo com a distncia. Alguns microfones direcionais, para uso profissional, tm mecanismos para minimizar o efeito de distncia, mas a maioria dos microfones produz efeitos indesejveis de "proximidade" (os tons graves so exagerados) e "presena" (a voz soa prxima demais). A utilizao de um bom headphone fundamental para se monitorar a gravao e detectar diferenas no udio.

Com a evoluo da tecnologia do microfone sem fio, muitos estdios esto adotando um microfone pessoal para cada ator, nas produes dramticas. O microfone fixado e escondido na roupa dos intrpretes evita variaes de distncia e a proximidade garante uma gravao clara da voz, eliminando o som ambiente.

Finalmente, devemos estar atentos, a mudanas no som ambiente. Por exemplo, o som de um carro ou de uma motocicleta passando, desaparece subitamente, quando cortamos de uma pessoa para outra, em takes, gravados em ocasies diferentes.

A foto direita mostra um lindo cenrio para gravao de uma entrevista, no entanto, a cachoeira poderia ser uma grande fonte de problemas sonoros.

Problemas de Continuidade VisualVdeo tem problemas prprios de continuidade, por exemplo, mudanas de:

cor (color balance)

tonalidade (tonal balance)

nvel de iluminao - exposio

lente - clareza da imagem

qualidade de gravao

Cortar entre cenas, gravadas por cmeras cujas caractersticas de cor (color balance) so diferentes ser, imediatamente, notado pela audincia.

Q uando utilizamos mais de uma cmera, a primeira coisa a ser feita, antes da gravao ajustar o color balance. Depois, devemos gravar no incio da fita o "color bar" - um teste padro, com todas as cores primrias e secundrias - que serve de referncia para o ajuste de cores, na hora da reproduo das fitas de vdeo.

Variaes na cor da imagem so um problema comum nas produes que utilizam cmeras diferentes, para gravar cenas em dias diferentes, em condies totalmente diversas. Observe nas fotos acima, variaes sutis no tom da pele, na cor, contraste e brilho da imagem.

Nas ilhas de edio profissionais, antes de a edio comear, o vectorscpio usado para ajustar as cores nas fitas de vdeo. Nos sistemas de edio no-linear, existem softwares para o mesmo fim.

Dentro de certos limites, um engenheiro habilidoso, com o equipamento adequado, pode igualar o tom de pele em cenas gravadas com equipamentos diferentes, onde no houve ajuste prvio. A audincia particularmente sensvel e percebe logo mudanas de tom de pele, entre as cenas.

Problemas de Continuidadena Msica de fundo

A msica pode ser usada para suavizar transies entre segmentos e dar unidade ao programa.

A msica de fundo dever acentuar a atmosfera da cena, sem chamar ateno sobre si. A seleo musical deve ser coerente com o humor, ritmo e poca focalizada na produo. Devemos evitar as msicas cantadas, quando o vdeo tiver dilogo.

O ideal seria que a trilha musical selecionada e o segmento de vdeo tivessem sempre a mesma durao. Assim, o som e a imagem comeariam e terminariam juntos. No entanto, isto raramente acontece. Na maioria das vezes, temos de editar a msica - aument-la ou encurt-la - para que esta possa acompanhar o fluxo de imagens - uma tarefa fcil quando a msica contm segmentos repetitivos, intercalados de pausas momentneas.

Outra soluo possvel utilizar os efeitos de slow motion ou fast moving para alterar o tempo de durao das imagens.

U m outro tipo de problema de continuidade musical aparece quando queremos fazer um fade out de udio coincidir com o final de um segmento de vdeo.

Para resolv-lo, utilizamos a tcnica de backtiming . color="#333333" Primeiro, verifique a durao do segmento de vdeo - por exemplo: 03':02":10. Depois, partindo do final da msica, com o contador zerado (00:00:00), encontre o ponto - 03:02:10 - de forma que, a msica iniciando ali, v terminar exatamente, no final do segmento.

color="#333333"Como poderemos ver, tudo isto fica muito mais fcil quando utilizamos uma ilha de edio no-linear, que utiliza computadores. A edio analgica d mais de trabalho e requer um planejamento maior.

O

Um Guia para o Editor

Parte I

H oje em dia, utilizando uma ilha de edio no-linear, podemos criar efeitos sofisticadssimos. E mesmo uma tentao querer impressionar o pblico (ou os amigos) com todos esses recursos.

No entanto, qualquer tcnica de produo que chame a ateno sobre si, ruim, na medida em que desvia a ateno da audincia do contedo do programa. Os profissionais de vdeo e TV sabem que as tcnicas de produo devem passar desapercebidas para a audincia.

E isto se aplica particularmente s tcnicas de edio.

Neste mdulo vamos apresentar vrias diretrizes sobre como proceder para conseguir uma edio suave e fluente. Como no caso do mdulo que trata sobre composio, estas no so leis inviolveis. Vamos aproveitar tambm estas questes para introduzir alguns conceitos de edio ou regras que voc deve ter em mente. Como voc vai ver, muitas delas se aplicam aos programas gravados no estilo cinematogrfico - com uma cmera s.

Dica 1: Motivando o corte Toda vez, que fazemos um corte ou uma transio, corremos o risco de desviar a ateno da audincia, do contedo da narrativa. Para evitar que isso acontea, devemos motivar os cortes.

Por exemplo, se um personagem olha para a direita, numa cena dramtica, podemos utilizar esta ao para motivar o corte e mostrar quem, ou o que, chamou a ateno do ator. Quando uma pessoa faz uma pergunta e outra comea a responder, temos um motivo para cortar de uma para outra. Se ouvimos algum chamando, fora de cena (off camera), esperamos ver a imagem desta pessoa. Se algum pega um objeto para examinar de perto, natural que o plano seguinte seja um close up daquele objeto.

Dica 2: Corte durante a ao Sempre que possvel, corte durante o movimento. Quando o corte motivado pela ao, esta ir distrair a ateno sobre o corte e tornar a transio mais fluente.

Se um homem est se levantando de uma cadeira, por exemplo, voc pode cortar no meio da ao, e utilizar, pedaos dos dois takes. Ao fazer o corte, lembre-se da lei dos 30 graus.

Continuidade na Ao e Detalhe A s produes feitas com uma cmera s, exigem muita ateno para os detalhes. O diretor geralmente, grava vrios takes, de uma mesma cena. O editor ao cortar de um take para outro, deve estar atento posio dos atores - mos, ps, etc. - e intensidade de interpretao - expressa na voz e gestos - para evitar inconsistncias na sequncia.

conveniente tambm, se certificar que nada mudou na cena e que o ator est fazendo, exatamente a mesma coisa, da mesma maneira, que no take anterior.

Observe estas fotos, se cortssemos do Close up para o Plano Geral, o pblico iria estranhar a mudana de posio do rosto da mulher, na cena.

importante que o ator obedea marcao de cena - as palavras e gestos devem ser sempre os mesmos - durante a gravao de takes em ngulos e planos diferentes, para que estes possam ser aproveitados durante a edio.

Nas gravaes de novelas, onde as cenas no so concludas ou gravadas no mesmo dia. O continusta cuida de registrar detalhes do figurino e maquiagem dos atores, a posio dos personagens e objetos de cena (tudo o que pode ser movido) para evitar problemas de continuidade.

muito fcil de acontecer, que um objeto que estava no cho seja recolhido e guardado, ao final da gravao de uma tomada, ou colocado num local diferente, antes que a cmera comece a rodar o prximo take. Quando os dois planos so unidos, o objeto desaparecer ou mudar instantaneamente, de lugar, sem explicao plausvel para o fato.

Observe estas duas tomadas, voc consegue ver os problemas que teramos ao un-las?Alm do desaparecimento dos brincos, note a mudana no penteado.

Entrando e Saindo de Quadro

C omo editor, freqentemente, voc ter de cortar uma cena, quando algum sai de quadro e ento cortar para outra cena, quando a pessoa entra.

melhor cortar a primeira cena, quando os olhos da pessoa cruzarem a borda do quadro, direita (assumindo-se que esta tenha sado por este lado). E ento, cortar para um ponto da segunda cena, (mais ou menos 6 quadros) antes dos olhos da pessoa entrarem em quadro, novamente (pelo lado esquerdo, se o eixo da ao estiver correto).

Estes 6 quadros so significativos. O olho humano precisa de 1/5 de segundo para mudar de um lado para o outro do quadro. Durante este tempo, qualquer coisa que esteja acontecendo na tela se torna meio confusa e os espectadores precisam de um pouco de tempo para se adaptar e mudar o foco para a nova ao. Caso contrrio, o intervalo perdido poder criar uma espcie de pulo na ao.

E ditores e mgicos so ilusionistas. Eles utilizam o conhecimento da percepo humana, para distrair o pblico e desviar a ateno do que eles no querem que seja visto ou notado. Como um bom mgico, o editor tem seus truques para encobrir as inconsistncias das gravaes realizadas com uma cmera s.

O editor sabe, por exemplo, que quando um personagem fala, a ateno do pblico est voltada para os olhos e a boca do ator e portanto dificilmente, ir reparar em detalhes incongruentes, em outras partes da cena. Ou, como j vimos, ele utiliza - inserts e cut aways - para desviar a ateno momentaneamente e encobrir jump cuts.

Dica 3: Os pontos fortes e as limitaes do Meio A Televiso o Veculo do Close-up.

Parte significativa do detalhe da imagem, se perde nos sistemas de transmisso de TV - NTSC, PAL, SECAM - que utilizam entre 525 e 625 linhas. A nica maneira de se mostrar detalhe na televiso, com clareza, atravs de close-ups. O Plano Geral deve ser usado, apenas momentneamente, para orientar a audincia quanto localizao dos personagens e objetos de cena - establishing shot e reestablishing shot. No mais, o editor deve priorizar a utilizao dos Planos Mdios e Close ups.

C lose ups so excelentes para entrevistas e programas dramticos. So insubstituveis para captar emoes, reaes e revelar traos de carter de entrevistados ou personagens.

Devemos evit-los porm, na edio de comdias. Em comdias, os Planos Mdios mantm o clima leve e a audincia uma distncia conveniente das emoes e pensamentos dos atores.

Um Guia para o Editor Parte II

Dica 4: Corte imediatamente aps a imagem ter dado o seu recado. Primeiro, uma observao pessoal. Como professor de produo de TV, h mais de vinte anos, posso dizer que mais de 90% dos vdeos produzidos por estudantes so longos demais. A maioria deles poderia melhorar bastante, se reeditados, tivessem reduzida a sua durao - em cerca de, pelo menos, 50%.

Quando digo isto aos meus alunos, eles parecem no acreditar. Ento mostro a eles, exemplos de cenas de comerciais, produes dramticas e matrias jornalsticas (onde a durao mdia dos segmentos de cinco a sete segundos).

Se voc perguntar a opinio de algum sobre um filme e a resposta for: "Meio devagar", muito provavelmente, voc no ir assisti-lo. "Devagar" igual a "chato". No mundo veloz e competitivo da produo de cinema e da TV, este um adjetivo que voc deve evitar, se pretende seguir a profisso.

O ritmo do programa impresso durante a edio. Embora, o editor no possa fazer milagres, quando o roteiro ruim, ou a gravao foi mal realizada.

Qual o tempo ideal de durao de uma cena?Apenas o necessrio para o espectador captar a essncia da informao visual. Depois disso, a ateno diminui rapidamente. Takes com novas informaes estimulam o interesse da audincia.

Complexidade e Familiaridade com o Assunto

A durao de um plano determinada, em parte, pela complexidade ou familiaridade do pblico com o assunto.

Quanto tempo leva para que o espectador perceba os elementos principais de uma cena?

Por exemplo, a Esttua da Liberdade uma imagem bastante conhecida. Se quisssemos utiliz-la como um smbolo, ou sugerir que o programa se passa em Nova Iorque, um take de 1 ou 2 segundos (equivalentes a 30 e 60 quadros de vdeo), seria o suficiente para comunicar a mensagem.

No entanto, se nosso objetivo fosse realizar uma reportagem sobre a necessidade de restaurao do monumento, teramos de utilizar takes mais longos, para mostrar as reas danificadas.

Da mesma forma, a imagem de um marciano saindo da sua nave, nos jardins da Casa Branca, pediria um take longo, para satisfazer a curiosidade da audincia quanto aparncia do extra-terrestre.

N o mdulo anterior, falamos de montage. Nesta tcnica, so utilizados takes curtos, s vezes de fraes de segundos (10 ou 15 quadros de vdeo). bvio que no h tempo suficiente nem para comear a ver todos os elementos da cena. Mas, o objetivo deste tipo de edio comunicar impresses e no mostrar detalhes. Os comerciais utilizam muito esta tcnica para comunicar "climas" e sensaes.

O editor pode acelerar o ritmo do programa, fazendo cortes rpidos. Porm, o ritmo do corte depende do contedo e gnero da produo; por exemplo, cenas campestres pedem tomadas mais longas do que imagens da hora do rush, no centro de Nova Iorque.

Variando o Ritmo durante a Edio

O ritmo um elemento importante em qualquer produo. Um programa todo feito com cortes rpidos, ir cansar a audincia. Por outro lado, um programa devagar, levar a audincia a procurar outros canais.

O editor deve regularmente fazer mudanas no ritmo. Se o contedo da produo no sugerir mudanas naturais de tempo, o editor poder editar vinhetas com um fundo musical, para unir os segmentos e criar variaes no andamento do programa. por este motivo que os editores adoram as estrias paralelas, das produes dramticas: o corte de uma estria para outra estabelece, naturalmente, uma variedade no ritmo da narrativa.

O comeo do programa o momento mais crtico, especialmente na TV comercial. Se voc comear devagar (e chato) a audincia mudar de canal. (Lembre-se, durante estes primeiros segundos que a audincia se sente mais tentada a "ver o que est passando nos outros canais").

por isso, que os programas de TV, freqentemente anunciam as atraes principais ou mostram as cenas mais bonitas e dramticas no incio do programa. Para manter a audincia, durante os intervalos comerciais, os apresentadores, regularmente, fazem "chamadas" anunciando os assuntos do prximo bloco.

Procure sempre comear com os "pontos fortes" e criar "ganchos" para atrair o interesse. Aps ter conseguido a ateno do pblico, voc ter de mant-la. Se a ao ou o contedo chegar ao clmax cedo demais, o resto do programa ir se arrastar e voc tambm poder perder a audincia. :-(

O melhor comear o programa com uma seqncia que tenha um forte apelo visual ou sonoro e ir, aos poucos, apresentando as informaes necessrias para o desenvolvimento do assunto. Durante a edio, procure ir, gradativamente, aumentando o interesse at o clmax no final. Um final de impacto deixar a audincia com um sentimento positivo sobre o programa.

Para pr-testar programas, algumas vezes, os diretores organizam "previews" para uma audincia geral. Estas sesses, geralmente, acontecem em locais onde a ateno do pblico pode ser desviada por outros elementos (o que tpico do ambiente familiar). Durante a exibio, os diretores observam a reao da audincia, para detectar os pontos fracos do programa, onde a ateno do pblico tende a diminuir.

Dica 5: Use e Abuse do B-rollHoward Hawks, um cineasta americano, disse: "um grande filme feito com cut aways e inserts ". Numa produo de vdeo, esse material chamado de "B-roll".

Nas produes dramticas, o B-roll consiste de detalhes relevantes. Inserts e Cut aways acrescentam interesse e informao. Um tipo de cut away muito utilizado em novelas o plano de reao - close up revelador - que mostra como o personagem est reagindo situao apresentada na cena.

A utilizao deste material suplementar aumenta a quantidade de informao visual e com isso, acelera o ritmo do programa.

Em noticirios e entrevistas, os planos gravados no A-roll so, geralmente, imagens bastante estticas: o rosto de apresentadores ou reprteres - o que os americanos chamam de "talking head." No B-roll so gravados planos de apoio, acentuando ou detalhando visualmente, o que est sendo dito.

Por exemplo, em uma entrevista com o autor de uma grande inveno, o pblico estar mais interessado em ver o novo aparelho com todos os detalhes. Por isso, mais importante mostrar o material gravado no B-roll, do que a entrevista com o inventor (talking head), gravada no A-roll. Alguns segundos da imagem do inventor sero o bastante para satisfazer a curiosidade do pblico sobre a sua aparncia.

Dica 6: O toque final : Quando em dvida, esquea ! Se uma cena no acrescentar nada ao contedo do programa, deixe-a de lado. A incluso poder resultar em atraso no desenvolvimento da estria e at confundir o pblico quanto ao enfoque da mensagem e da prpria produo.

Cut aways inadequados podem distrair a ateno do pblico, do foco central da produo.

P or exemplo, um pastor evanglico pagou milhares de dlares pela transmisso de seu programa, numa emissora de TV. O pastor preparou um discurso dramtico, esperando que a sua mensagem contundente inspirasse a converso de novos fiis. Mas, durante a pregao, o diretor achou apropriado mostrar o que acontecia na platia, e cobriu a fala do pastor (que ficou em off) com takes de crianas irrequietas, casais de mos dadas e outras coisas "interessantes".

Assim, o discurso que deveria hipnotizar os espectadores, entrou por um ouvido e saiu pelo outro. A ateno do pblico foi desviada da mensagem central, por detalhes irrelevantes. Os espectadores foram levados a reparar ou pensar, coisas do gnero: "olha, que gracinha, aquela menina nos ombros do pai! "

Pode at ser que estes cut aways tivessem seu lugar no programa, mas certamente, no no meio da passagem mais dramtica e inspirada do discurso do pastor.

O diretor, ao tentar acrescentar variedade e interesse ao programa, desviou a ateno do pblico do que deveria ser a mensagem central daquela produo.

Concluindo, ao decidir sobre a incluso de um insert, cut away ou seqncia, avalie se estes acrescentam ao significado da mensagem central. Caso contrrio, deixe-os de lado!

Edio Linear e No-Linear

conveniente distinguir entre...

Editores Dedicados e Programas de Edio de Vdeo

Nesta foto, podemos ver um exemplo de um editor dedicado , o HDTV foi projetado para cumprir uma s funo: editar vdeos. Editores dedicados eram a norma dos equipamentos utilizados para a edio de vdeo, at o aparecimento dos softwares de edio no final dos anos 80.

O s softwares de edio so programas que rodam em computadores portteis - Mac, PC, etc. A edio de vdeo apenas uma, entre as muitas tarefas que executam - jogos, agenda pessoal, etc. - dependendo do programa. No incio dos anos 90, surgiram no mercado hardware (placas de vdeo, HDs) e softwares sofisticados para computadores pessoais. O Video Toaster feito para o computador Amiga foi o primeiro sistema de edio de vdeo a ser bem aceito no mercado. (A primeira imagem deste mdulo, mostra o menu do Video Toaster). Depois do "toaster," muitos fabricantes comearam a produzir hardware e software para as plataformas Mac e PC.

Linear x No-Linear

Para entender a diferena da natureza dos dois sistemas de edio, podemos compar-los tarefa de escrever uma monografia com uma mquina de escrever (edio linear) ou utilizar um computador com um programa de edio de textos (edio no linear).

No primeiro caso, o material deve ser organizado e revisado, antes de ser datilografado. O texto vai direto para o papel e isto torna qualquer mudana, um verdadeiro transtorno. Na edio no linear, mudar de lugar takes ou seqncias de udio e vdeo to simples quanto trocar a ordem dos pargrafos, num editor de texto.

Sistemas de Edio Linear

O conceito por trs da edio linear simples: segmentos do material original de um ou mais tapes so copiados para outra fita. No processo, as tomadas ruins so eliminadas, os segmentos escolhidos so ordenados e efeitos de udio e vdeo includos.

O sistema de edio linear s permite cortes lineares, isto , a cena 1 seguida da cena 2, seguida da cena 3, e assim por diante. Isto requer organizao e planejamento. O editor deve estudar bem o material, anotar a localizao dos takes que pretende usar e preparar um roteiro de edio, definindo a ordem das tomadas, tipo de transio entre os takes, a entrada de ttulos e crditos, trilhas e efeitos sonoros.

A ilha de edio linear composta de um ou mais videocassetes player - onde colocada a fita de vdeo com a gravao original, um recorder , onde colocada a fita que ser editada e um edit controller , que controla as duas ( ou trs ) mquinas. A fita contendo a edio final chamada de master .

O editor utiliza o contador digital do painel do edit controller, para localizar segmentos na fita original e anotar os pontos de entrada (incio) e/ou sada (final) dos takes que sero utilizados na fita master. O painel 00:00:00:00 mostra em horas, minutos, segundos e frames (quadros de vdeo), a localizao dos takes na fita. O contador pode ser programado para a leitura dos sinais de CTL ou Time Code. CTL - Control track - so pulsos de controle, gravados na fita, simultaneamente, com os sinais de vdeo e udio. Estes pulsos servem de referncia para a localizao dos segmentos na fita de vdeo. O sistema NTSC utiliza 30 pulsos, por segundo.

Este mtodo de referncia tem duas grandes desvantagens. Primeiro, depende inteiramente do equipamento, para manter uma contagem precisa dos milhares de pulsos de control track. E esta uma tarefa difcil para aparelhos mecnicos.

Durante a edio, o operador est constantemente enviando a fita para a frente ou para trs, em diferentes velocidades para marcar os pontos de edio. Se o equipamento perde a conta dos pulsos, ainda que por uma frao de segundos, a numerao que indica a localizao do segmento no ter preciso e apresentar diferena de vrios frames no contador.

Editores experientes ficam de olho no contador digital, enquanto a fita se move, para detectar paradas momentneas, que significam que o equipamento perdeu a exatido na contagem dos pulsos de controle (CTL). Estes problemas so causados por defeitos na fita de vdeo, ou na gravao do control track. Por isso, use sempre fitas de bons fabricantes e fique atento durante a gravao, para no deixar pedaos de fita virgem, entre os segmentos gravados.

S egundo, a contagem dos pulsos de control track s vlida durante aquela sesso de edio. O equipamento no tem memria para arquivar a lista de decises EDL (edit decision list) , tornando impossvel a reedio automtica da fita, caso se deseje fazer mudanas no master.

O mtodo de edio linear foi o primeiro a ser adotado e ainda o mais utilizado no mercado. E embora seja a maneira mais rpida de se montar uma seqncia simples, um mtodo de trabalho bastante limitado e restrito, quando comparado aos modernos e sofisticados sistemas de edio no-linear.

Edio em Insert e Assemble

N a edio linear existem dois modos de edio: assemble e insert .

Na edio em assemble , gravamos na fita master, os sinais de udio e vdeo associados ao respectivo control track. muito difcil gravar os pulsos de CTL com total exatido, medida que, adicionamos segmentos e fazemos novos cortes. Qualquer problema de tempo (que ocorra durante este processo, basicamente mecnico) resultar num corte defeituoso - um glitch no vdeo. Por esta razo, a edio em assemble s deve ser realizada em edies curtas, onde a prazo um fator crtico.

A edio em insert requer preparativos: necessrio gravar uma "base" - um sinal de vdeo (geralmente, preto) gravado initerruptamente - na fita master, antes de se iniciar o trabalho. O fluxo contnuo, dos pulsos de controle (CTL), servir de referncia para o contador digital do recorder e ir garantir a estabilidade da imagem durante a reproduo (playback) da fita master.

Durante a edio, no modo insert, gravamos apenas os sinais de udio e / ou vdeo, sobre a base, utilizando os pulsos de CTL j gravados. O que resulta numa reproduo mais estvel da fita.

A edio em insert possibilita a substituio de segmentos de udio ou vdeo, por outros com a mesma durao. No entanto, impossvel, encurtar ou aumentar as seqncias j editadas, uma tarefa simples de realizar na...

Edio No-Linear E ditar vdeo utilizando um sistema de edio no-linear como escrever, utilizando um programa sofisticado de edio de texto. Palavras, frases e pargrafos podem ser includos, eliminados e reordenados, a um clicar de mouse.

O primeiro passo do processo de edio no-linear a digitalizao das imagens. Os segmentos de vdeo do material original so transferidos para o hard disk do computador. Os takes digitalizados viram arquivos do sistema, e como tal, podem ser acessados e processados, quase que instantaneamente e em qualquer ordem.

Os sistemas de edio no-linear tem uma interface grfica, bastante amigvel e oferecem sofisticados recursos de vdeo (efeitos especiais, caracteres, correo de cor, etc.) e udio (filtros e efeitos sonoros). Alguns sistemas permitem at que se altere (comprimindo ou expandindo) a durao de segmentos de udio e vdeo. A maioria dos sistemas utiliza uma ( ou mais ) timelines - linhas de tempo - para representar a seqncia que est sendo editada. O operador utiliza o mouse para selecionar e arrastar para a time line, os segmentos de udio ou vdeo, transies e efeitos especiais, que ir utilizar e para orden-los.

A figura abaixo mostra as timelines de udio e vdeo de um sistema de edio no-linear baseado em computador.

A melhor maneira de aprender a operar este sistema brincar com ele. Uma verso demo do programa Adobe Premiere (ganhador de vrios prmios) est disponvel para download na Internet. Esta verso tem todos os recursos do programa normal, mas no permite que o trabalho seja salvo. Se quiser experimentar, clique em Premiere . E no deixe de ler o curso !

size="1" color="#FFFFFF" 1 Clips

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size="1" color="#FFFFFF"Program Monitor

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==== ====== ===== ============ ======= ======= O s sistemas mais sofisticados possuem timelines mltiplas, para indicar a presena simultnea, de vrias fontes de udio e vdeo. Por exemplo, poderamos colocar a msica de fundo na time line 1 , o som ambiente da fita original, na time line 2 e a voz do narrador numa terceira.

Na edio no-linear os segmentos de udio e vdeo no so gravados permanentemente. A EDL - edit decision list - gravada na memria do computador, como uma srie de sinais digitais contendo informaes sobre a localizao das imagens e sons no hard disk.

Isto significa que podemos rever o trabalho e fazer modificaes instntaneamente. E tambm que podemos experimentar vontade, at decidirmos a forma final.

Terminada a edio, o resultado final poder ser gravado em videotape, ou arquivado no hard disk do computador.

Servidores de Vdeo A rquivos de udio e vdeo so muito pesados e ocupam muito espao na memria do computador. Para resolver este problema, muitos estdios de edio no-linear adotaram o servidor de vdeo - video server como soluo.

O video server ou media server um computador com grande capacidade de memria, onde so armazenados todos os arquivos de udio e vdeo e o programa de edio no-linear.

Os microcomputadores ligados ao servidor ganham acesso aos arquivos e programas nele guardados, atravs da rede, e a edio pode ser realizada em qualquer uma das workstations - computadores de mesa conectados na rede do estdio.

Revisado: 29/10/2003

Time-Code

N este mdulo, vamos ver o que time code e o seu papel no processo de edio.

SMPTE / EBU Time Code (ou apenas " time-code ") um cdigo de oito dgitos que permite a localizao precisa de pontos de udio e vdeo durante a edio. Um ponto designado por time code no varia nunca, nem de uma sesso de edio para outra, nem de uma mquina para outra, nem de pas para pas. Anotaes do tipo "corta quando William sorri para a cmera" deixam espao para muitas interpretaes - especialmente, se William sorri com freqncia. Alm disso, existe a possibilidade real de que existam vrios takes da mesma cena e o editor possa se confundir.

Um ponto de time code descrito como "00:01:16:12"se refere a um ponto bastante exato na fita de vdeo.

Entendendo Time CodeP or ser um nmero de oito dgitos, o time code pode parecer complicado. Mas, o seu significado bastante simples. Por exemplo, 02:54:48:17 , significa: 2 horas, 54 minutos, 48 segundos e 17 quadros.

Os nmeros de time code so digitados no edit controller, nesta ordem: horas, minutos, segundos e quadros. Se ao invs de oito, forem digitados apenas seis nmeros, a mquina assume "00 horas".

Uma coisa meio complicada, a respeito de time code, so os clculos - de adio e subtrao de tempo, que fogem do sistema decimal.

Os primeiros nmeros se referem a horas - que vo de 00 a 23, os minutos e segundos vo de 00 a 59 - como em qualquer relgio; e os quadros de vdeo vo de 00 a 29.

Trinta quadros equivalem a 1 segundo.

Desta maneira, o quadro de vdeo seguinte ao time code 04 horas, 59 minutos, 59 segundos e 29 quadros, aparece no contador: 05:00:00:00.

Vamos fazer algumas contas. Se um segmento tem 8 segundos e 20 quadros e um segundo segmento tem 6 segundos e 19 quadros. O tempo total dos dois segmentos ser de 15:09.

color="blue"8 seconds, 20 frames, plus6 seconds, 19 frames= 15:09

Note que neste exemplo, quando somamos 20 + 19 quadros obtemos 39. Mas, s existem 30 quadros em 1 segundo (39 - 30 = 09 quadros), e isso nos leva a somar mais um coluna correspondente aos segundos, assim 8 + 1 = 9 + 6 =15. Tempo total 15 segundos e 09 quadros.

Outro exemplo, se o ponto de entrada de um segmento de vdeo 01:22:38:25 e o ponto de sada 01:24:45:10 qual o tempo total de durao do segmento? Basta subtrairmos os menores nmeros dos maiores.

color="blue"segment out-point - 01:24:45:10segment in-point - 01:22:38:25= total segment time - 00:02:06:15

medida que no podemos subtrair 25 quadros de 10, temos que inverter o processo anterior. Temos de pegar 1 (segundo) emprestado da coluna onde lemos 45, para transformar 10 quadros em 40. Existem softwares e calculadoras especiais de time code, para uso profissional.

Drop-Frame Time Code

O time code bsico SMPTE / EBU utiliza 30 quadros por segundo. Embora este seja um nmero redondo, ele se aplica apenas ao sistema de TV preto e branco. Por alguma razo tcnica, o padro estabelecido para os sistemas de Tv em cores, NTSC e HDTV de 29,97 quadros por segundo.

Embora a diferena possa parecer insignificante, em alguns casos ela pode causar um problema srio. Por exemplo, se assumirmos 30 quadros por segundo, ao invs de 29.97, acabaremos com uma diferena de 3.6 segundos, a cada 60 minutos.

A transmisso de TV, no entanto, requer a preciso de segundos, e foi necessrio arranjar uma maneira para corrigir este problema. Cortar 3.6 segundos no final de cada hora, seria simples, mas no agradaria em nada, os patrocinadores, que teriam reduzido o tempo de seus comerciais e exposio de logomarcas, no final do programa.

A Soluo

C omo resolver o problema? 3.6 segundos so equivalentes a 108 quadros de vdeo a cada hora (3.6 x 30 quadros). Para manter a preciso, seria necessrio cortar (drop) 108 quadros de vdeo a cada 60 minutos, e de uma maneira, que evitasse qualquer tipo de confuso.

Seguindo a filosofia de que melhor perder um pouco aqui e ali, do que perder tudo de uma vez s, decidiu-se que o corte (drop) dos 108 quadros deveria se processar de maneira uniforme, em espaos de tempo igualmente distribudos, no espao de uma hora.

Se cortassem 2 quadros a cada minuto, acabariam cortando 120 quadros por hora, ao invs de 108. A diferena de 12 quadros foi considerada demasiada, mas como no havia a possibilidade de se cortar o quadro ao meio, esta foi a soluo mais prxima do ideal, encontrada para se fazer uma correo consistente a cada minuto.

O que fazer ento com os 12 quadros extras? No cortar os 2 quadros de cada minuto, a cada intervalo de dez minutos. Em uma hora existem 6 intervalos de 10 minutos ( 6 x 2 = 12). Usando esta frmula, conseguiram fazer um sistema onde apenas os 108 quadros de vdeo indesejados so cortados a cada hora. Pode no ser um sistema elegante, mas funciona. Este sistema chamado de drop frame time code .

N o precisamos nos preocupar com non-drop frames se estamos editando matrias curtas para telejornais ou vdeos institucionais, mas se estamos envolvidos na produo de um programa maior do que 15 minutos, para transmisso na TV, aconselhvel utilizar um equipamento com essa capabilidade.

Na maioria dos edit controllers, existe um boto para selecionarmos os modos: drop ou non-drop frames. Quando utilizamos o modo drop-frame, ouvimos um sinal a cada minuto indicando que os quadros foram "dropados".

Gravando Time-Code

O time-code no parte integrante do sinal de vdeo. Ele pode ser gerado durante a gravao de cenas ou posteriormente, durante a reproduo.

Uma vez gravado na fita, estes oito nmeros so de grande ajuda. O editor utiliza o time code para organizar os takes que sero utilizados e calcular a sua durao. O equipamento utiliza o time code para marcar (cue) e editar os segmentos selecionados.

Mtodos de Gravao de Time Code O time code pode ser gravado na fita de vdeo de duas maneiras: como parte do sinal de udio ou como parte do sinal de vdeo.

Time Code na Pista de udio - O time code composto de 2.400 bits de informao, por segundo. E embora esta seja uma informao digital, ela pode ser gravada em uma das pistas de udio (analgico), na fita de vdeo. o chamado time code longitudinal .

Os pulsos digitais so convertidos em sinal de udio, da mesma maneira que um modem converte os pulsos digitais de um computador, em um sinal sonoro, para transmisso em linhas telefnicas.

Embora o sistema longitudinal seja o mais fcil de gravar, ele tem duas grandes desvantagens:

1. ele s pode ser lido com confiabilidade quando a fita est em movimento;

2. quando uma fita copiada, a pista de udio pode sofrer perda na qualidade do sinal e isso pode afetar a preciso dos pulsos digitais, durante a edio, quando a fita mandada (shuttled) para a frente e para trs, em busca dos segmentos selecionados.

Existe um equipamento especial, para resolver este problema. O gerador de jam sync regenera o time code longitudinal, e deve ser usado, durante a copiagem.

Dadas as devidas condies, o time code longitudinal funciona bem. Mas, existe um mtodo melhor.

Time Code como parte do Sinal de Vdeo - VITC (vertical- interval time code) e outros sistemas que utilizam a cabea de vdeo para gravar o time code na fita, apresentam inmeras vantagens.

Primeiro, gravar o time code junto com o sinal de vdeo libera a pista de udio - para ser utilizada de outra maneira. Segundo, a pista de vdeo mais confivel e menos suscetvel a problemas tcnicos. E finalmente, o time code est sempre visvel - mesmo quando a fita est parada.

A gravao do time code longitudinal - na pista de udio - pode ser feita durante a gravao das cenas ou posteriormente, durante a reproduo da fita.

A gravao do time code na pista de vdeo, s pode ser feita durante a gravao das cenas. A gravao posterior implicar a perda de uma gerao de vdeo.

A Apresentao do Time-Code E m alguns sistemas de edio podemos ler o time code no contador do edit controller (figura ao lado).

Os sistemas mais sofisticados superimpem os nmeros do time code na imagem, como na foto da mulher cavalo.

Os nmeros do time code podem ser superimpostos, temporariamente, no vdeo ( keyed-in code ), ou podem se tornar parte integrante da imagem, ( burned-in time code ).

No caso da superimposio temporria (keyed-in code), umaparelho eletrnico l a informao do time code na fita e gera os nmeros que so superimpostos no vdeo. A desvantagem deste mtodo que ele exige equipamento especial para que os nmeros sejam visveis.

Quando os nmeros do time code esto, permanentemente superimpostos, no vdeo, (burned-in time code), a imagem e os nmeros podem ser vistos em qualquer gravador de vdeo. O editor, geralmente, faz uma cpia em VHS, para estudar o material em casa e anotar os segmentos que sero usados no programa final.

O estudo do tape para a localizao dos segmentos com as respectivas anotaes e comentrios chamado de decupagem . A decupagem deve ser feita antes de se comear a edio e economiza muito tempo e dinheiro.

Edio On-Line e Off-Line A distino entre edio on-line / off-line ir desaparecer quando o vdeo digital dominar todas as fases da produo de TV. Mas, ainda no chegamos l, e muitas produes profissionais e sofisticadas ainda passam por estas duas fases.

Primeiro, vamos tratar de definir estes termos. Na edio on-line o material original usado em todas as fases do processo. Na edio off line utiliza-se uma cpia do material original, geralmente, com os nmeros de time code superimpostos sobre a imagem - burned-in time code. Este material usado para se fazer um "rascunho" do programa final (on line).

Certamente, a edio off line no um mtodo adequado para matrias jornalsticas, que tm de ir ao ar em poucas horas ou programas com pouca verba de produo. Mas, para produes sofisticadas, a edio off line oferece grandes vantagens.

Por que trabalhar com uma cpia do material original?

A edio um processo criativo, e como tal, consome muito tempo. Durante o processo de criao importante poder experimentar diversas possibilidades de combinao de imagens, msicas e efeitos especiais. Podemos gastar muitas horas para editar apenas alguns minutos (ou mesmo alguns segundos) de um programa. Um processo que pode ficar extremamente caro, se a edio envolver equipamento de alta qualidade e engenheiros trabalhando full time.

Alm disso, experimentar com o material gravado pela cmera perigoso. Se acontecer qualquer tipo de problema com a fita - o que no incomum com o constante ir e vir do tape, durante o processo de edio - voc perder o seu nico "original".

Edio Off-Line

N a edio off line, feita uma cpia do material original com o time code aparente (burned in), em qualquer formato de vdeo conveniente. O material original ento guardado para a fase da edio on-line.

A cpia off-line ento editada e no processo vrias opes criativas so testadas. A edio off-line pode ser feita no computador (utilizando softwares de edio) ou em uma ilha de edio.

Quando o rough cut (o rascunho do programa - sem efeitos, correo de cores etc.) fica pronto, levado ao diretor, produtor ou patrocinador para aprovao. (E, claro, nesta ocasio so feitas vrias mudanas!)

Uma vez que a verso off line aprovada, os nmeros de time code dos segmentos que sero usados e todas as decises de edio (cortes, transies, crditos etc) so salvas em um disquete. Esta relao conhecida como EDL , ou edit decision list.

A EDL carregada nos equipamentos de edio de alta qualidade (leia-se: caros), onde ser realizada a verso final do programa. Como parte do processo, transies, efeitos especiais, correo de cores, mixagem do udio, so programados no editor on-line.

Uma Nota sobre o Servidor de Vdeo C omo j mencionamos no incio deste mdulo, uma vez que a edio se torne totalmente digital, no haver mais necessidade de se realizar a edio off line.

Se a gravao digital for realizada num estdio ou em locao e o material for transferido, diretamente, para um servidor de vdeo, bvio que o material original ser preservado. E isto elimina a razo de ser da edio off line.

Segundo, o material digitalizado no servidor de vdeo pode ser acessado por qualquer pessoa, a qualquer hora. O "rascunho" do programa feito no computador e uma vez decididos e aprovados os cortes e tipo de transies, a EDL do projeto entregue a profissionais especializados para a edio final da fita master.

Editando no Papel S eja qual for o mtodo de edio, pode-se economizar muito tempo e dinheiro com a decupagem da fita original. O editor deve assisti-la com ateno e anotar o time code dos pontos de entrada e sada dos segmentos que poder utilizar na verso final.

Este "trabalho de casa", alm de facilitar a localizao dos segmentos - o que procurar e o que evitar - durante a edio, possibilita tambm que se calcule a durao dos segmentos e que se dimensione a durao do programa.

O formulrio abaixo d uma idia das informaes que devem ser anotadas, durante a decupagem.

Ficha de Edio Sequncia

Fita no

Ponto de Entrada

Ponto de sada

Descrio da Cena

E xistem softwares apropriados para a decupagem e criao de EDLs, com calculadoras de time code.

Se voc estiver escrevendo um roteiro de reportagem no computador, os nmeros de time code e a descrio dos takes podero ser digitados enquanto voc assiste s cenas no monitor.

Ao terminar a decupagem de todas as cenas, possvel dividir a tela do monitor horizontalmente, e colocar na metade superior, a lista das cenas com time code e na metade inferior, um editor de texto para se escrever o roteiro de edio.

E se voc estiver usando um lap-top, pode at escapar para um local sossegado - e trabalhar em paz - longe da confuso organizada da sala de redao.

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