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BRUNO AUGUSTO GIACOMINI DISTRIBUIÇÃO DO PADRÃO DE PISADA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DURANTE A CORRIDA UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO UNICID SÃO PAULO 2014

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BRUNO AUGUSTO GIACOMINI

DISTRIBUIÇÃO DO PADRÃO DE PISADA DE CRIANÇAS E

ADOLESCENTES DURANTE A CORRIDA

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

UNICID

SÃO PAULO

2014

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BRUNO AUGUSTO GIACOMINI

DISTRIBUIÇÃO DO PADRÃO DE PISADA DE CRIANÇAS E

ADOLESCENTES DURANTE A CORRIDA

Área de concentração: Avaliação em Fisioterapia

Data da Defesa: 15/12/2014

Resultado: ____________________________________

COMISSÃO JULGADORA:

Prof. Dr. Alexandre Dias Lopes ___________________________

Profa. Dra. Paula Hentschel Lobo da Costa ___________________________

Profa Dra. Sandra Maria Sbeghen Ferreira de Freitas __________________________

Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado em Fisioterapia da Universidade

Cidade de São Paulo, como requisito

exigido para obtenção do título de Mestre

sob orientação do Prof. Dr. Alexandre Dias

Lopes.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: Contextualização ..................................................................................5

1.1 Revisão de Literatura .................................................................................................6

1.2 Referências...............................................................................................................13

CAPÍTULO 2: Distribuição do padrão de pisada de crianças e adolescentes

durante a corrida..........................................................................................................17

2.1 Resumo.....................................................................................................................18

2.2 Introdução .................................................................................................................19

2.3 Métodos ....................................................................................................................21

2.3.1 Tipo de estudo .......................................................................................................21

2.3.2 Locais......................................................................................................................21

2.3.3 Participantes ...........................................................................................................21

2.3.4 Faixas etárias .........................................................................................................23

2.3.5 Coleta de dados ......................................................................................................23

2.3.6 Análise de imagens ................................................................................................25

2.3.7 Análise estatística ..................................................................................................26

2.3.8 Cálculo amostral.....................................................................................................27

2.4 Resultados .................................................................................................................28

2.5 Discussão...................................................................................................................33

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2.6 Conclusão...................................................................................................36

2.7 Referências Bibliográficas............................................................................37

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-CAPÍTULO 1-

CONTEXTUALIZAÇÃO

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1.1 REVISÃO DE LITERATURA

No Brasil e no mundo temos a cada ano que passa uma maior concentração de

adeptos da corrida de rua, estudo encomendado no ano de 2009, feito pela USP/FIA,

mostrou que cerca de 4 milhões de brasileiros são adeptos da corrida regularmente

(Osse, 2009). O grande crescimento do esporte também pode ser observado em outros

lugares do mundo. O número de participantes na maratona de Nova York, uma das mais

tradicionais provas de corrida de rua da atualidade, teve 14.546 participantes no ano de

1983, subindo para 31.791 em 1999 e mais de 47.000 em 2011 (Tam, Astephen Wilson,

Noakes, & Tucker, 2014).

A prática da corrida está diretamente ligada à procura de melhor qualidade de

vida, bem-estar, condicionamento físico e melhores condições de saúde. As

justificativas para o aumento da prática da corrida podem ser atribuídas ao seu baixo

custo e fácil execução. Porém, o número de lesões em corredores é relativamente alto.

As taxas de lesões entre corredores costumam ser bastante elevadas, variam entre 18,2%

a 92,4% (Bovens et al., 1989; Jakobsen, Kroner, Schmidt, & Jensen, 1989; Maughan &

Miller, 1983; Taunton et al., 2003; van Gent et al., 2007).

Diversos são os fatores que podem estar associados ao desenvolvimento de uma

lesão em praticantes de corrida (Nielsen, Nohr, Rasmussen, & Sorensen, 2013). Nos

últimos anos, um dos assuntos mais estudados quando se tenta identificar possíveis

fatores de risco associados à prática da corrida é a forma como corredores aterrissam o

pé no solo. Alguns autores têm preconizado que existe uma associação entre

desenvolvimento de lesões em praticantes de corrida e o padrão de pisada adotado

(Lieberman et al., 2010). Geralmente esses estudos discutem qual seria a melhor forma

de aterrissar o pé no solo (retropé, mediopé ou antepé) (Giandolini, Horvais, Farges,

Samozino, & Morin, 2013; Lieberman et al., 2010; Shih, Lin, & Shiang, 2013).

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O padrão de pisada é diferenciado pelo contato inicial do pé com o solo. O

padrão de retropé é caracterizado quando a primeira parte a tocar o solo é a região do

calcanhar (1/3 posterior do pé); mediopé é caracterizado quando o pé toca inteiro no

solo (pé completo); e padrão antepé é caracterizado quando a primeira região a tocar o

solo é a região dos metatarsos ou a bola do pé (1/3 frontal do pé) (Lieberman et al.,

2010).

O modo como aterrissamos o pé com o solo pode interferir na maneira como

corremos, fatores encontrados em estudos demonstram que a diferença do contato do pé

com o solo em corredores antepé/mediopé é que eles teriam um comprimento de

passada menor, consequentemente uma frequência de passada maior e com uma menor

fase de apoio (De Wit, De Clercq, & Aerts, 2000).

Estudando o assunto encontramos uma grande dificuldade em encontrar estudos

com crianças e adolescentes, acreditamos que seja importante entender como eles pisam

ao longo do seu desenvolvimento para entender no futuro porque há uma predominância

de adultos correndo com o retropé. Até aonde sabemos os mecanismos de como a

corrida desenvolve ao longo do crescimento não foram afundo investigados, é o que

afirma um dos estudos mais citados (Schepens, Willems, & Cavagna, 1998). Não há um

consenso sobre qual seria a forma correta de correr; é possível, porém, encontrar na

literatura antigas fontes de livros ou artigos mostrando figuras sugeridas como

sequências ideais de desenvolvimento e padrões dos movimentos dos pés, pernas,

tronco, braços e cabeça (Gallahue, 2005).

A referência mais próxima ao nosso estudo que encontramos, data-se no início

dos anos 80 e analisou a cinemática e cinética do padrão de corrida de 26 crianças

divididas em três grupos (2, 4 e 6 anos de idade). Assim como vemos hoje, esse estudo

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já alertava pela importância de analisar a corrida de crianças, não apenas a velocidade

ou ligada a outras modalidades. Em sua conclusão ele mostra as diferenças existentes

entre os 3 grupos, mas principalmente no contato inicial do pé com o solo, mostrando

uma maior quantidade de corredores retropés nos grupos 4 e 6 anos, comparado ao

grupo com 2 anos de idade (Fortney, 1983).

Estudos com crianças no início do processo de desenvolvimento da execução da

corrida são escassos. Em 1982, Gallahue – uma das referências muitas vezes utilizadas

na área de desenvolvimento motor – propôs que o processo de desenvolvimento ocorre

em torno de 2 anos de idade, enquanto a maioria dos estudos analisa a corrida a partir

dos 6 anos de idade, ou então na adolescência (Enke, Laskowski, & Thomsen, 2009;

Fourchet et al., 2012; Wolf et al., 2008). Esse desencontro de informações dificulta a

compreensão de como ocorre o processo de desenvolvimento motor relacionado à

prática da corrida.

O desenvolvimento motor é uma fase rápida e complexa do crescimento e

desenvolvimento humano. Aos dois anos de vida é o primeiro momento em que se pode

observar uma fase aérea (momento de ausência de apoio de ambos os pés), estágio

inicial do desenvolvimento. Entrando no estágio elementar aos 4 e 5 anos, há um maior

controle e coordenação dos movimentos fundamentais, os elementos temporais e

espaciais do movimento estão em desenvolvimento, porém os padrões de movimento

nesse estágio ainda se apresentam com aspectos restritos ou ampliando, entretanto com

melhor coordenação do que no estágio anterior (Gallahue, 2005).

Entre 6 e 7 anos já pode-se notar uma corrida mais madura, com desempenhos

mecanicamente eficientes, coordenados e controlados. A criança com idade entre 8 a 10

anos de idade passa de uma condição geral de aprendizagem à procura de formas mais

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específicas para desenvolver o movimento – essa fase é conhecida como fase geral ou

transitória. Aos 11 anos de idade, a criança passa a um período de aplicação e, aos 14

anos de idade, observa-se o desenvolvimento motor completo das crianças (Gallahue,

2005).

Embora seja um período curto pelos aspectos citados anteriormente, esse

processo de desenvolvimento motor é bem complexo e pouco estudado até o momento.

Para Gallahue, a maturação não depende da puberdade; refere-se às mudanças

qualitativas que capacitam o organismo a progredir a níveis mais altos de

funcionamento e que, vista sob uma perspectiva biológica, é fundamentalmente inata,

ou seja, é geneticamente determinada e resistente à influência do meio ambiente (Filho,

1998).

O desenvolvimento das diferentes formas de velocidade está diretamente ligado

à maturidade e entende-se que está cada vez mais precoce. Podemos compreender que

esse processo de aprendizagem é cada vez mais curto e necessário, para que não resulte

em cada vez mais adultos sem todas as etapas do desenvolvimento concluídas (LRRd,

2010). Gallahue propõe que esse processo de aprendizagem é o ideal para que todas as

crianças e adolescentes se desenvolvam, porém nem todos o alcançam. Com isso, é

possível observar adultos com características elementares ou iniciais da corrida, o que

pode significar que não houve o amadurecimento pleno do aprendizado da corrida

(Gallahue, 2005).

Analisando o tipo de calçado, podemos dividir os tênis de corrida de forma

simples: calçados com elevação na região do calcanhar e calçados com a mesma altura

em todo o solado. Um estudo mostrou que, se nos readaptarmos a correr com calçado da

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mesma altura de solado, o choque pode diminuir em 30% na região do calcanhar e em

12% de forma geral (Giandolini et al., 2013).

O melhor entendimento do desenvolvimento motor – assim como de que forma

o calçado pode influenciar a corrida de adultos – pode ser útil para melhor descrever a

aterrissagem do pé no solo em crianças e adolescentes. Atualmente, há uma grande

quantidade de crianças praticando atividade física no Mundo, sendo que a corrida faz

parte da maioria dos esportes praticados por elas e que o uso de um calçado

inapropriado pode causar uma série de desconfortos (Forrest, Dufek, & Mercer, 2012).

Comparando calçados infantis e calçados de adultos, encontramos um estudo

que analisou o tênis em duas versões, infantil e para adultos (Forrest et al., 2012). Esse

estudo concluiu que não houve diferença na força de impacto sofrida pelos

participantes. Porém, ao analisar os calçados, não conseguiram observar diferenças de

solado, salto, controle de estabilidade ou flexibilidade. A única diferença encontrada e

citada pelo estudo foi a borracha, cuja rigidez se apresentou maior no calçado para

adultos.

Em 2011, foi publicada uma revisão sistemática com metanálise sobre a

influência do calçado na marcha de crianças. Os autores concluíram que o uso do tênis

torna as passadas mais longas, causa diminuição dos movimentos dos pés e aumento da

fase de apoio com a diminuição da fase aérea e da utilização do padrão retropé durante

contato inicial do pé no solo (Wegener, Hunt, Vanwanseele, Burns, & Smith, 2011).

Em 2008, um estudo preocupado com deformidades que poderiam ocasionar aos

pés de crianças analisou sua caminhada em três condições: usando calçados

convencionais, calçados com maior flexibilidade e descalços. A conclusão foi a de que

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calçados convencionais controlam movimentos fundamentais aos pés das crianças,

indicando o uso de calçados flexíveis (Wolf et al., 2008).

Com relação ao padrão de pisada de crianças e adolescentes, um estudo

publicado em 2013 verificou a influência do tênis durante a aterrissagem do pé no solo.

Os autores analisaram os participantes em duas condições (utilizando tênis e descalços)

e em três velocidades diferentes, sendo que esse estudo foi realizado em esteira. A

conclusão mostrou que, quanto menor a altura do tênis e maior a velocidade da corrida,

maior é a diminuição do padrão retropé e o aumento do padrão de mediopé e antepé

durante a aterrisagem do pé no solo (Mullen & Toby, 2013).

Diante de toda essa dificuldade de se encontrar informações sobre o

comportamento motor de crianças e adolescentes, decidimos realizar um estudo que

busca entender como ocorre a distribuição do padrão de contato do pé com o solo ao

longo do desenvolvimento motor da corrida, além de verificar se há uma diferença dos

resultados encontrados com adultos. Esse estudo pode beneficiar o entendimento sobre

o comportamento do desenvolvimento motor de crianças e adolescentes e os seus

aspectos biomecânicos, como aterrissagem do pé no solo, comprimento de passada,

velocidade e outros aspectos coletados nesse estudo.

Entender melhor o desenvolvimento do padrão de pisada pode ser útil para o

estudo de lesões na corrida, pois atualmente o padrão de pisada é considerado um fator

associado ao surgimento de lesões. Outra área que pode ser beneficiada com este estudo

é a Educação Física, já que o melhor entendimento do padrão de pisada pode trazer

recursos que auxiliem na elaboração de exercícios educativos visando ao melhor

desenvolvimento motor e, em adolescentes, de aspectos ligados ao treinamento. Este

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estudo também pode trazer contribuições para a indústria de calçados infantis, pois

evidencia as diferenças do padrão de pisada entre adultos e crianças/adolescentes.

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1.2 REFERÊNCIAS

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Verstappen, F. T. (1989). Occurrence of running injuries in adults following a

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Fourchet, F., Kelly, L., Horobeanu, C., Loepelt, H., Taiar, R., & Millet, G. P. (2012).

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Gallahue, D. (2005). Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças,

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Giandolini, M., Horvais, N., Farges, Y., Samozino, P., & Morin, J. B. (2013). Impact

reduction through long-term intervention in recreational runners: midfoot strike

pattern versus low-drop/low-heel height footwear. [Comparative Study

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running kinematics. J Pediatr Orthop, 33(4), 453-457. doi:

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Nielsen, R. O., Nohr, E. A., Rasmussen, S., & Sorensen, H. (2013). Classifying

running-related injuries based upon etiology, with emphasis on volume and

pace. Int J Sports Phys Ther, 8(2), 172-179.

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Osse, J. S. (2009). A corrida dos lucros - Estudo exclusivo revela o perfil dos corredores

brasileiros e demonstra o potencial de crescimento do setor no País Retrieved

26/10/2009, from http://www.corpore.org.br/cws_exibeconteudogeral_2933.asp

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Tam, N., Astephen Wilson, J. L., Noakes, T. D., & Tucker, R. (2014). Barefoot running:

an evaluation of current hypothesis, future research and clinical applications. Br

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Taunton, J. E., Ryan, M. B., Clement, D. B., McKenzie, D. C., Lloyd-Smith, D. R., &

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Wegener, C., Hunt, A. E., Vanwanseele, B., Burns, J., & Smith, R. M. (2011). Effect of

children's shoes on gait: a systematic review and meta-analysis. J Foot Ankle

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Wolf, S., Simon, J., Patikas, D., Schuster, W., Armbrust, P., & Doderlein, L. (2008).

Foot motion in children shoes: a comparison of barefoot walking with shod

walking in conventional and flexible shoes. [Comparative Study

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Research Support, Non-U.S. Gov't]. Gait Posture, 27(1), 51-59. doi:

10.1016/j.gaitpost.2007.01.005

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-CAPÍTULO 2-

DISTRIBUIÇÃO DO PADRÃO DE PISADA DE CRIANÇAS

E ADOLESCENTES DURANTE A CORRIDA

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2.1 RESUMO

A corrida de rua vem crescendo no Brasil e no mundo. Junto com o aumento no número

de participantes, ocorreu um aumento no número de lesões e, com isso, da pesquisa

sobre a incidência de lesões. Um dos temas mais pesquisados nos últimos anos na aérea

é como os praticantes de corrida aterrissam o pé no solo e se o calçado interfere nesse

movimento. A corrida faz parte das principais atividades físicas das crianças e

acreditamos que compreender como as mesmas aterrissam o pé no solo pode nos

fornecer informações para entendermos melhor o porquê de uma predominância de

adultos corredores com o padrão retropé. Este estudo buscou analisar, na aula de

Educação Física, como crianças e adolescentes aterrissam o pé no solo em duas

condições (calçados e descalços), considerando velocidade, comprimento de passada,

tipo de calçado e questionário. Tivemos um total de 415 participantes entre 3 e 14 anos

de idade de escolas públicas de Cubatão e uma escola particular de São Paulo. Todas as

faixas etárias apresentaram predominância do padrão de aterrissagem do pé com a

região do retropé. A análise multivariada mostrou que a condição de corrida (descalça

ou com tênis), velocidade da corrida, o tamanho do passo, escola avaliada e tipo de tênis

utilizado influenciaram o padrão de pisada adotado.

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2.2 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, podemos identificar, assim como no mundo, um aumento da

procura pela corrida de rua no Brasil (Osse, 2009; Tam, Astephen Wilson, Noakes, &

Tucker, 2014). Essa busca está diretamente ligada à procura de melhor qualidade de

vida, bem-estar, condicionamento físico e melhores condições de saúde, além de aliar

baixo custo e fácil execução. No entanto, o número de lesões em corredores é

relativamente alto: as taxas variam entre 12% a 92% (Bovens et al., 1989; Jakobsen,

Kroner, Schmidt, & Jensen, 1989; Maughan & Miller, 1983; Taunton et al., 2003; van

Gent et al., 2007).

Diversos são os fatores que podem estar associados ao desenvolvimento de uma

lesão em praticantes de corrida. Entretanto, nos últimos anos, um dos assuntos mais

estudados é a forma que aterrissamos o pé no solo, geralmente classificada em retropé,

mediopé e antepé. Essas diferentes formas de aterrissar o pé no solo influenciam na

forma de correr e podem estar associadas ao surgimento de lesões. (Giandolini,

Horvais, Farges, Samozino, & Morin, 2013; Lieberman et al., 2010; Shih, Lin, &

Shiang, 2013).

Os estudos, contudo, limitam-se a adultos, sendo difícil encontrar referências

sobre o assunto em pesquisas conduzidas com crianças e adolescentes. Uma das

principais referências utilizadas atualmente, que aborda o assunto crescimento e

desenvolvimento humano, é uma fonte de mais de 30 anos. Essa referência divide o

desenvolvimento em seis fases (Gallahue, 2005).

O objetivo principal deste estudo é verificar qual o padrão de contato inicial do

pé com o solo em crianças e adolescentes durante a prática da corrida. Os objetivos

específicos deste estudo são de analisar se as diferenças no contato inicial do pé com o

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solo estão associadas ao tipo de calçado utilizado, à velocidade de execução da corrida,

ao comprimento do passo e da perna, à altura, ao peso e ao nível de atividade física.

Compreender melhor a corrida de crianças e adolescentes através do

entendimento de como é a distribuição do padrão de pisada durante o desenvolvimento

da corrida em crianças é a principal motivação para a realização deste estudo. Nossa

hipótese é que existe diferença no padrão de pisada ao longo do crescimento e

desenvolvimento motor. O ser humano vai se adaptando a influências externas (tipo de

terreno onde a criança passa grande tempo do seu dia), aprendizado (aulas de Educação

Física), preferências (esportes que praticam), calçado (se passa grande parte do seu dia

calçado ou descalço) e aptidão física (se gosta ou não de atividade física) e desenvolve o

seu jeito de correr. Acreditamos que essas influências aumentem a quantidade de

corredores retropés, encontrando na fase adulta uma predominância de corredores com

esse perfil. Existem ainda outros fatores que podem influenciar o padrão de pisada,

como velocidade (quanto maior a velocidade, maior a quantidade de corredores

médio/antepés), comprimento da passada (quanto o comprimento da passada, maior a

quantidade de corredores retropés) e calçado utilizado (quanto maior a elevação na

região do calcanhar, maior a quantidade de corredores retropés).

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2.3 MÉTODOS

2.3.1 Tipo de estudo

Estudo transversal descritivo da caracterização do padrão de contato inicial do

pé com o solo durante a corrida em duas populações de crianças e adolescentes.

2.3.2 Locais

O estudo foi realizado na Escola Pueri Domus, localizada na cidade de São

Paulo, que possui cinco unidades e um total aproximado de 2.000 alunos estudantes do

maternal I ao 9º ano do Ensino Fundamental; e nas Escolas Municipais da cidade de

Cubatão – União Municipal Estudantes Secundaristas (UMES) –, localizadas no centro

da cidade, sendo uma de Educação Infantil, uma de Ensino Fundamental I e outra de

Ensino Fundamental II, contabilizando a mesma quantidade de alunos que o Pueri

Domus. A autorização das escolas – assinada pela direção da Escola Experimental Pueri

Domus e da Prefeitura de Cubatão – permitia que a coleta de dados do estudo fosse feita

dentro das próprias instituições, utilizando os respectivos complexos esportivos. A pista

de 12 metros onde os alunos realizaram a corrida foi montada em um espaço nas

instalações das próprias escolas participantes. Durante toda a coleta dos dados, o

professor de Educação Física da escola esteve presente.

2.3.3 Participantes

Após a distribuição de aproximadamente 4.000 convites aos alunos do maternal

I ao 9º ano da Escola Experimental Pueri Domus e da União Municipal dos Estudantes

Secundaristas de Cubatão, 415 crianças participaram do estudo. A descrição dos

participantes está na Tabela 1. Todos os responsáveis legais pelos participantes

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual declararam ter sido

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informados e devidamente esclarecidos sobre os objetivos do estudo, as técnicas e

procedimentos realizados, e concordaram com a participação voluntária das crianças

pelas quais são responsáveis.

Tabela 1. Características dos participantes incluídos no estudo

Idade (anos) 9 (3.22)

Peso (kg) 32.97 (13.11)

Altura (cm) 1.33 (0.21)

Gênero Homens

Mulheres

52% (216)

48% (199)

Grupo Pueri Domus

Cubatão

54.2% (225)

45.8% (190)

Fases Fase 1 (3 anos)

Fase 2 (4 e 5 anos)

Fase 3 (6 e 7 anos)

Fase 4 (8 a 10 anos)

Fase 5 (11 a 13 anos)

Fase 6 (14 anos)

1.9% (8)

17.8% (74)

20.7% (86)

25.5% (106)

26.5% (110)

7.5% (31)

Os dados contínuos com distribuição normal são mostrados com um valor médio e desvio padrão.

Os dados categóricos são apresentados em porcentagem e número de participantes.

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2.3.4 Faixas etárias

Para melhor análise dos dados, as crianças e adolescentes foram divididos em

seis fases que equivalem a duas partes da pirâmide de aprendizado motor: a do

movimento fundamental e amplo e a do começo da fase do movimento relacionado ao

esporte. Dentro da fase do movimento fundamental e amplo, temos o estágio inicial dos

2 aos 3 anos de idade (Fase 1), seguido do estágio elementar – entre 4 e 5 anos – (Fase

2) e, por fim, o estágio maduro, por volta dos 6 a 7 anos de idade (Fase 3). Após essa

primeira fase, temos um período transitório denominado de estágio geral, dos 8 até os

10 anos de idade (Fase 4). Por último, temos o específico ou de aplicação, dos 11 aos 13

anos de idade, (Fase 5) e o especializado ou permanente, a partir dos 14 anos (Fase 6).

2.3.5 Coleta de dados

Os participantes do estudo receberam previamente um questionário, que levaram

aos seus responsáveis legais e entregaram aos pesquisadores antes de participar do

estudo. No questionário, havia espaço para preencher com o peso e a altura e perguntas

de múltipla escolha relacionadas à prática esportiva da criança. Antes ou depois de

passar pelo trajeto, foi mensurado o comprimento da perna dos participantes para

posterior análise de cadência de corrida e dados adicionais (caso, por exemplo, os pais

não tivessem preenchido no questionário a altura e o peso de seu filho, estas foram

mensuradas pelo avaliador). O trajeto por onde os corredores passaram era uma espécie

de corredor criado nos locais de coleta, utilizando o próprio espaço da escola, onde os

alunos estão acostumados à prática esportiva. A câmera estava posicionada do lado

direito da pista. A coleta das imagens de cada participante foi adquirida em uma única

sessão; foram registradas seis corridas de todos os participantes de forma não

sequencial, sendo três delas utilizando calçado e três delas descalços – aleatorizadas

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previamente. Não houve padronização da velocidade dos participantes durante a

avaliação, apenas uma orientação para que executassem a corrida da forma que

entendiam como a mais confortável. Para posterior análise, foi captada a velocidade dos

voluntários através de cronômetros ao longo dos 12 metros.

Para realização da avaliação do padrão de contato inicial do pé com o solo, foi

utilizada uma câmera de alta velocidade para capturar imagens dos participantes durante

a corrida. A câmera foi posicionada com um tripé a 15 cm do chão e a uma distância de

aproximadamente 150 cm da lateral do trajeto por onde passaram os corredores. A

captação das imagens dos membros inferiores apenas preservou a identidade dos

participantes (figura 1). A câmera possui frequência de aquisição de imagem de 300 Hz

e velocidade de disparo de 300.s-1

. Devido à grande variabilidade na corrida (por se

tratar de uma população em pleno desenvolvimento motor), decidimos que cada

participante realizaria três corridas em cada uma das condições (calçado e descalço),

tendo então seis corridas de cada participante.

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Figura 1. Mapa de como foi feita a montagem da pista pela qual os alunos passavam

correndo.

2.3.6 Análise das imagens

As imagens do contato inicial do pé de todos os participantes do estudo com o

solo foram capturadas e posteriormente analisadas usando um programa de análise de

vídeo (Kinovea). As seis corridas de cada participante foram avaliadas por dois

examinadores. O padrão de contato inicial do pé com o solo foi definido de acordo com

qual área do pé toca inicialmente no solo e classificado da seguinte forma: padrão de

retropé, quando o corredor toca o solo primeiramente com terço posterior do pé, como

no toque do calcanhar; padrão de mediopé, quando o contato é feito com o terço médio

do pé; e padrão de antepé, quando a parte da frente do pé toca inicialmente o solo

(figura 2). Também foram avaliados cadência de passos (passos/minuto), comprimento

da passada (centímetros), altura (centímetros), comprimento da perna (centímetros),

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velocidade (m/s) e o tipo de calçado (com elevação na região do calcanhar, sem

elevação na região do calcanhar e outros).

Figura 2. Análise de imagem feita por dois avaliadores independentes

2.3.7 Análise estatística

Para a descrição do padrão de aterrissagem da população durante a corrida e das

características dos participantes envolvidos no estudo, foi realizada uma análise

estatística descritiva, com distribuição de frequência simples e percentual. Já para

determinar possíveis associações entre o padrão de aterrissagem (variável dependente) e

característica pessoais (variáveis independentes) foi realizado, inicialmente, uma

regressão logística. Todas as análises das imagens e a classificação do tipo de

aterrissagem foram feitas por dois investigadores independentes. As concordâncias

intraobservador e interobservador serão determinadas através do índice do Coeficiente

de Kappa.

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2.3.8 Cálculo amostral

Para a estimação da população a ser estudada, foi realizado um cálculo amostral

estimando uma proporção da população de 60% com retropé, com precisão absoluta de

10% e nível de significância de 5%, sendo sugeridos 92 participantes em cada uma das

seis faixas etárias (Lwanga, 1991).

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2.4 RESULTADOS

Os resultados deste estudo demonstram a quantidade de participantes

distribuídos dentro dos seis grupos e nas duas condições (calçados e descalços), com

média de altura, peso, IMC (Índice de Massa Corpórea), comprimento de perna,

comprimento de passada e velocidade (tabela 2).

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Tabela 2. Características dos participantes do estudo.

Altura Peso IMC Comprimento da perna

Perna Direita/Perna Esquerda

Comprimento da passada

Calçado/Descalço

Velocidade

Calçado/Descalço

Grupo 1 0,99 (0,05) 15,69 (2,68) 15,30 0,40 (0,01) 0,40 (0,01) 0,83 (0,08) 0,69 (0,01) 11,41 (0,67) 10,00 (0,63)

Grupo 2 1,08 (0,06) 19,88 (3,57) 12,86 0,53 (0,07) 0,53 (0,07) 0,87 (0,10) 0,82 (0,09) 13,32 (0,69) 12,43 (0,48)

Grupo 3 1,18 (0,09) 23,84 (4,60) 16,52 0,60 (0,06) 0,60 (0,06) 0,94 (0.13) 0,88 (0,10) 11,38 (0,66) 10,96 (0,67)

Grupo 4 1,35 (0,10) 33,43 (7,82) 18,11 0,69 (0,05) 0,69 (0,05) 1,02 (0,14) 0,99 (0,13) 10,09 (0,06) 9,51 (0,56)

Grupo 5 1,55 (0,09) 45,17 (9,09) 18,73 0,84 (0,06) 0,84 (0,06) 1,08 (0,18) 1,05 (0,17) 11,71 (0,06) 11,34 (0,40)

Grupo 6 1,60 (0,10) 52,33 (8,61) 20,31 0,88 (0,06) 0,88 (0,05) 1,11 (0,17) 1,01 (0,14) 11,56 (0,68) 11,06 (0,64)

Os dados contínuos com distribuição normal são mostrados com um valor médio e desvio padrão, e os dados contínuos com distribuição anormal são mostrados com valor médio e

intervalo interquartil. Altura, peso, perna direita, perna esquerda, comprimento da passada e velocidade apresentaram distribuição normal.

Para o cálculo do IMC foi utilizada uma calculadora específica. Com essa calculadora, foi possível identificar se o IMC está de acordo com a idade, e algumas faixas etárias estão fora

do normal.

Velocidade apresentada em km/h.

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Na tabela 3 podemos analisar a distribuição do padrão de pisada dividida pelos

grupos e nas duas condições, calçado e descalço. Nove corridas com uso de calçado e

doze corridas descalças foram anuladas por ter sido impossível determinar o tipo de

pisada. Foram analisadas, no total, 1.236 corridas com o uso do calçado e 1.233

descalças.

Tabela 3. Análise do padrão de pisada

Calçado Descalço

Retropé Mediopé Antepé Retropé Mediopé Antepé

Grupo 1 83% (20) 0% (0) 17% (4) 46% (11) 42% (10) 12% (3)

Grupo 2 80% (174) 16% (35) 4% (9) 46% (102) 40% (88) 14% (30)

Grupo 3 70% (181) 18% (46) 12% (31) 40% (100) 35% (87) 25% (64)

Grupo 4 63% (200) 22% (70) 15% (47) 29% (90) 36% (113) 35% (112)

Grupo 5 74% (242) 12% (39) 14% (47) 51% (169) 25% (84) 24% (77)

Grupo 6 73% (66) 10% (9) 17% (16) 46% (43) 20% (19) 34% (31)

Os dados são apresentados em porcentagem e número de corridas.

Na tabela 4 estão inseridos os dados dos calçados utilizados pelos participantes

do estudo, divididos em tênis com elevação (calçados que continham amortecimento e

elevação no calcanhar em sua estrutura), tênis sem elevação (calçados que, ao contrário

dos calçados com elevação, não continham amortecimento nem diferença na elevação

do calcanhar) e outros para os demais calçados.

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A tabela 5 apresenta os dados referentes à prática de atividade física além da

aula regular de Educação Física escolar. A porcentagem geral de prática e o tipo de

prática (escola de esporte ou treinamento de alguma modalidade específica) foram

apresentados. Na tabela 6 são apresentados os resultados da análise multivariada.

Tabela 4. Calçados utilizados pelos participantes do estudo.

Tênis com Elevação Tênis sem

Elevação

Outros

Grupo 1 75% (6) 25% (2) 0% (0)

Grupo 2 78% (54) 20% (15) 2% (1)

Grupo 3 56% (48) 44% (38) 0% (0)

Grupo 4 57% (60) 41% (44) 2% (2)

Grupo 5 34% (37) 60% (66) 3% (7)

Grupo 6 13% (4) 81% (25) 6% (2)

Os dados categóricos são mostrados com porcentagem e número de participantes.

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Tabela 5. Prática de atividade física

Pratica atividade física?

Sim Não

Escola de Esportes ou treinamento?

Sim Não

Grupo 1 50% (4) 50% (4) 100% (8) 0% (0)

Grupo 2 30% (22) 70% (52) 100% (22) 0% (0)

Grupo 3 58% (50) 42% (36) 100% (50) 0% (0)

Grupo 4 64% (68) 36% (38) 96% (65) 4% (3)

Grupo 5 60% (66) 40% (44) 94% (62) 6% (4)

Grupo 6 55% (17) 45% (14) 82% (14) 18% (3)

Os dados categóricos são mostrados em porcentagem e número de participantes

Tabela 6. Análise multivariada tendo como variável dependente o padrão

de pisada retropé

Variável Odds Ratio Intervalo de Confiança 95%

Gênero 1,88 (1,34 – 2,62)

Condição descalço 3,15 (2,58 – 3,84)

Velocidade 1,61 (1,33 – 1,96)

Passo 1,03 (1,02 – 1,04)

Grupo 1,91 (1,33 – 2,72)

Tênis 1,44 (1,03 – 2,02)

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As chances das participantes do estudo do sexo feminino aterrissarem o pé no

solo com o padrão retropé é 88% maior do que os participantes do sexo masculino.

Correr na condição descalça aumenta a chance em três vezes de se aterrissar o pé com a

região do retropé. O aumento da velocidade em uma unidade de m/s significa uma

chance 61% maior de aterrissar o pé com o padrão retropé. O aumento de 1 cm no

comprimento do passo, aumenta em 3% a chance de ser retropé. Na comparação entre

grupos, as crianças de Cubatão têm 91% de chances a mais do que as crianças do Pueri

Domus de correr retropé. Utilizar o tênis sem elevação na corrida diminui em 44% as

chances de correr retropé.

2.5 DISCUSSÃO

Os resultados encontrados nesse estudo demonstram como crianças e

adolescentes aterrissam o pé com o solo. Por se tratar de um estudo pioneiro com a

participação de 415 voluntários, no qual buscamos assegurar a análise de todos os

desfechos primários e secundários, no local que estão acostumados a praticar a atividade

física e por fim analisados por dois avaliadores independentes, nos proporciona

segurança para discutir os principais resultados desse estudo. Os principais resultados

encontrados nesse estudo foram, que todas as faixas etárias apresentaram predominância

do padrão de aterrissagem do pé com a região do retropé. A análise multivariada

mostrou que a condição de corrida (descalça ou com tênis), velocidade da corrida, o

tamanho do passo, escola avaliada e tipo de tênis utilizado influenciaram o padrão de

pisada adotado.

Após análise multivariada foi possível identificar que as chances de uma criança

ou adolescente correr com o contato inicial do pé retropé é três vezes maior na condição

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descalço do que calçado. Temos duas hipóteses para esse resultado, a primeira seria que

por muitos não estarem com o padrão da corrida maduro, e sim em desenvolvimento, a

corrida ainda apresenta aspectos da marcha, na qual iniciamos a pisada com o calcanhar.

A segunda hipótese está associada aos aspectos da estrutura óssea, articular e muscular,

que por ainda não estarem completamente desenvolvidas, não apresentam força

(muscular) que permitam segurança para a criança adotar o padrão médio ou antepé,

quando correm descalças.

O estudo mais próximo ao nosso com crianças e adolescentes, analisou apenas

adolescentes entre 13 e 18 anos, sendo 6 meninas e 6 meninos em esteira, ao analisar a

corrida nas 3 condições (descalço, tênis com elevação e tênis sem elevação), percebeu

que nas corridas com calçado sem elevação e descalço, diminuía consideravelmente a

quantidade de corridas retropés (Mullen & Toby, 2013). Analisando os calçados, os

corredores que participaram do estudo com um calçado sem elevação na região do

calcanhar, obtiveram um resultado 44% menor de corrida retropé, comparado ao grupo

que utilizou o calçado com elevação no calcanhar, nos mostrando que um

amortecimento maior na região modifica a forma de correr (Mullen & Toby, 2013).

Quando realizamos a análise entre grupos, percebemos que os participantes do

Grupo Cubatão, apresentaram uma possibilidade 91% maior de correr retropé do que

um participante do Grupo Pueri Domus. Juntando os dois grupos e dividindo apenas

por gêneros, há uma possibilidade 88% maior das participantes do sexo feminino de

aterrissar o pé com a região do calcanhar durante a corrida, podemos entender que na

fase de desenvolvimento motor, meninas aterrissam 88% mais com a região do retropé

suas corridas, do que meninos. Nenhum dos estudos incluídos no nosso estudo com

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crianças e adolescentes, realizou um análise entre gêneros ou grupos. Porém são

resultados que no mostram uma grande diferença, nos possibilitando um pensamento

que o meio pode interferir no padrão de pisada, assim como o gênero.

Encontramos dentro do nosso estudo uma diferença entre as corridas calçadas e

descalças analisando a velocidade e comprimento da passada. Para as duas variáveis a

corrida descalça mostrou resultados menores, porém o aumento da velocidade em uma

unidade de m/s significa uma chance 61% maior de aterrissar o pé com o padrão retropé

e estudos com adultos encontram que quando se aumenta a velocidade da corrida,

aumente também a possibilidade de aterrissar o pé com a região do antepé,

diferentemente do resultado encontrado nesse estudo com crianças e adolescentes. Um

estudo com adolescentes também encontrou em seus resultados, que quando

aumentamos a velocidade, encontramos uma maior quantidade de corredores retropés,

diferentemente desse estudo (Mullen & Toby, 2013). Todavia o aumento de um cm no

comprimento do passo aumentar em 3% a chance de ser retropé, repete o resultado

encontrado nos estudos com adultos.

Com esse estudo pretendemos contribuir com implicações práticas para a área de

crescimento e desenvolvimento motor, para estudos na área da corrida, para a indústria

de calçado e para profissionais da Educação Física (na elaboração de treinamentos,

exercícios educativos e intervenções biomecânicas), assim como Fisioterapeutas

(intervenção, prevenção e tratamento de lesões).

Dentro das limitações e sugestões para estudos futuros, entendemos que nesse

estudo não conseguimos ter o mesmo número de participantes para cada faixa etária.

Para cálculo de velocidade foi utilizado um cronômetro ao longo dos 12 metros. Para

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estudos futuros acreditamos que um maior equilíbrio entre o número de participantes

por faixa etária, seja mais adequado, assim como para a velocidade um uso de

fotocélulas para o captar a velocidade apenas no local aonde está posicionada a câmera,

traga uma maior precisão da influência da velocidade no contato inicial do pé com o

solo.

2.6 CONCLUSÃO

Todas as faixas etárias apresentaram predominância do padrão de aterrissagem

do pé com a região do retropé. A análise multivariada mostrou que a condição de

corrida (descalça ou com tênis), velocidade da corrida, o tamanho do passo, escola

avaliada e tipo de tênis utilizado influenciaram o padrão de pisada adotado.

2.7 REFERÊNCIAS

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