Bullying

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Daniela Pinto, Eva Fernandes, Joana Sampaio, Júlio Pinheiro Criminologia – Vitimologia I 2014/2015 BULLYING O BULLYING E O GÉNERO, NAS DIFERENTES IDADES E O SEU IMPACTO EM O BULYING É UMA DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA MAIS COMUM E, POR ISSO, É IMPORTANTE SABER RECONHECÊ-LO E DISTINGUI-LO. O OBJETIVO DO ESTUDO DE ALUNOS EM ESCOLAS PORTUGUESAS É DESCREVER COMO ESTAS VARIÁVEIS AJUDAM A COMPREENDER O PROBLEMA DO BULLYING E COMO É FUNDAMENTAL CONSIDERA-LAS AQUANDO DAS INTERVENÇÕES DA ESCOLA. É A PARTIR DAQUI QUE SE CONCLUI QUE EXISTE UMA MAIOR PREDISPOSIÇÃO DOS RAPAZES PARA A PRÁTICA DESTE TIPO DE AGRESSÕES COMPARADO COM AS RAPARIGAS.

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O bullying no género e nas diferentes idades. O impacto do bullying em Portugal.

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Daniela Pinto, Eva Fernandes, Joana Sampaio, Júlio PinheiroCriminologia – Vitimologia I

2014/2015

ÍndiceIntrodução........................................................................................................................2

O que é Bullying?.............................................................................................................3

BullyingO BULLYING E O GÉNERO, NAS DIFERENTES IDADES E O

SEU IMPACTO EM PORTUGAL

O BULYING É UMA DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA MAIS COMUM E, POR ISSO, É IMPORTANTE SABER RECONHECÊ-LO E DISTINGUI-LO. O OBJETIVO DO ESTUDO DE ALUNOS EM ESCOLAS PORTUGUESAS É DESCREVER COMO ESTAS VARIÁVEIS AJUDAM A COMPREENDER O PROBLEMA DO BULLYING E COMO É FUNDAMENTAL CONSIDERA-LAS AQUANDO DAS INTERVENÇÕES DA ESCOLA. É A PARTIR DAQUI QUE SE CONCLUI QUE EXISTE UMA MAIOR PREDISPOSIÇÃO DOS RAPAZES PARA A PRÁTICA DESTE TIPO DE AGRESSÕES

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Em que consiste o Bullying?............................................................................................3

Como se manifesta o Bullying?.......................................................................................4

Bullying, Género e Idade.................................................................................................6

Adolescentes Portugueses e o Bullying Escolar: Estereótipos e Diferenças de Género. .6

O Bullying e as suas relações, fundamentos e consequências.........................................6

Conclusão.........................................................................................................................7

Referências Bibliográficas...............................................................................................8

Introdução

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Hoje em dia, é unanime que a violência pode ser evitada, o seu impacto minimizado e os fatores que contribuem para respostas violentas alterados. Contudo, atingir o objetivo, de terminar com a violência, é inexequível.

Uma das formas mais visíveis da violência na sociedade é a chamada violência juvenil. Nos grupos em que o comportamento violento é percebido antes da puberdade tende-se a adotar atitudes cada vez mais agressivas, culminando em graves ações na adolescência e na persistência da violência na fase adulta. O bullying advém deste comportamento.

A violência é um problema de saúde pública importante e crescente no mundo, com sérias consequências individuais e sociais, particularmente para os jovens, que aparecem nas estatísticas como os que mais morrem e os que mais matam. Esta conduta violenta resulta, pois, da interação entre o desenvolvimento individual e os contextos sociais, como a família, a escola e a comunidade. Infelizmente, o processo de socialização sofre grande influência pelos grupos secundários, exteriores, que levam os indivíduos a adquirir padrões de comportamentos caracterizados pela violência, sofrimento, desprezo e medo, que mais tarde são reproduzidos sobre outros, na forma de bullying tornando-se desviantes.

O bullying é um problema universal, tradicionalmente admitido como natural e frequentemente ignorado ou não valorizado pelos adultos. A sua prática pode ter consequências negativas imediatas e tardias para todos, principalmente as crianças e adolescentes, direta ou indiretamente envolvidos. Assim, a prevenção do bullying, sobretudo entre estudantes, constitui-se em uma necessária medida de saúde pública, capaz de possibilitar o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, habilitando-os a uma convivência social saudável e segura.

O que é Bullying?

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É provável que todos os indivíduos sejam, um dia, vítimas de bullying ou até mesmo bullies. Mas na realidade, nem todos sabem exatamente o que é bullying. Bullying é quando uma ou mais pessoas atacam outra de forma física, verbal ou psicológica. (McPherson, 2004)

O termo bullying, de origem inglesa, é utilizado para descrever aotos de violência física ou psicológica, intencionais e repetitivos, praticados por indivíduos caracterizados por bully ou por grupos destes. É, assim, um comportamento consciente, intencional, deliberado, hostil e repetido, de uma ou mais pessoas, cuja intenção é ferir outros. Pode assumir várias formas e envolver diferentes comportamentos que advém da agressão física, verbal ou psicológica: violência e ataques físicos, provocações, apelidos e insultos, ameaças e intimidações, extorsão ou roubo, exclusão do grupo de pares, entre outros. É uma conduta aprendida no processo de aprendizagem, no qual o indivíduo opta por seguir aquele padrão de comportamento:

A compreensão da personalidade é a base para analisar a vida social, desde a infância, baseada na dependência, na necessidade de ser cuidado, na desconfiança e desconforto oriundos das frustrações impostas pelo ambiente. (…) Assim, a agressividade é incrementada por circunstâncias externas desfavoráveis, ou mitigada pelo amor que é recebido. (Klein, 1991, p. 293 as cited in Ramos, 2011, p.126)

Nos dias de hoje, bullying é associado a sentimentos de raiva (que o bully apresenta), contudo, não se trata de um conflito que gerou tal sentimento, mas sim de um desprezo perante aquele indivíduo (a vítima ou bullied). (Coloroso, 2002) É verdade que a agressividade está presente no ser humano e tem diversas manifestações no ciclo vital, pois pode representar uma força propulsora para o crescimento e amadurecimento psíquico ou tornar-se um meio destrutivo dos laços sociais ao negar a alterações sociais, o reconhecimento dos outros, ou novas possibilidades de aprendizagem. (Ramos, 2011, p.126)

Em que consiste o Bullying?

Os desentendimentos são normais na vida dos indivíduos: cada um vê e interpreta a situação de forma diferente o que pode provocar, por vezes, conflitos. Contudo, o bullying não é um conflito, um desentendimento entre as pessoas. Bullying é abusivo, malicioso e tem intenção de magoar com as ações realizadas. Diferencia-se de um conflito, sobretudo, porque o bully não pretende resolver o problema, mas sim magoar a vítima, pois bullying é um tipo de violência interpessoal. Ao reconhece-lo como violência interpessoal torna-se mais fácil a compreensão do problema e as suas consequências. (Kuykendall, 2012) Por vezes, bullying é considerado inofensivo e um comportamento normal do crescimento. Contudo, não é um comportamento normal entre conflitos e, sobretudo nas crianças, provocações e insultos, quando não recíprocos, são considerados bullying. (Kevorian & D’Antona, 2008). Por outras palavras, bullying é diferente das normais brincadeiras de crianças. (Hazler & Granger,

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2006 as cited in Kevorian & D’Antona, 2008) Segundo estas ideias, chamar nomes pode provocar ansiedade, raiva, desprezo, entre outros, na vítima: as provocações acarretam graves consequências e podem ser permanentes, levando, por exemplo, estudantes a desistirem dos estudos ou indivíduos a se magoar ou, em casos mais graves, suicidar. (Giard, 2006 as cited in Kevorian & D’Antona, 2008)

Desta forma bullying é sempre destrutivo e prejudicial. É inaceitável que uma pessoa sinta que tem o direito de atormentar a outra pelo simples facto de não gostar dela ou daquilo que ela defende: ser mulher, homossexual, bissexual, transsexual, deficiente físico ou mental, ser vulnerável em qualquer aspeto ou pertencer a um grupo social, religioso, étnico diferente não significa que se torne indigno de proteção e direitos. (Rivers & Duncan, 2013)

Como se manifesta o Bullying?

Em algum ponto da sua vida, todas as pessoas conhecem um bully – uma pessoa, que apresenta influência social e a usa no sentido de magoar ou controlar outras.

Os bullies estão em todo o lado e têm a capacidade de vitimar o indivíduo escolhido e convencer os outros a juntarem-se aos ataques. Por outro lado, a vítima sofre sempre duas vezes: sofre a primeira vez pelos ataques físicos, verbais ou psicológicos e, a segunda pelo silêncio e conformação dos que a rodeiam. Neste sentido, bullying é uma forma de poder desequilibrado onde o bully apresenta a maior parte do poder em relação à vítima/bullied. É comum referir-se que o poder pode passar de uns para outros e, neste sentido, se a vítima o perceber, pode utilizá-lo para controlar ou parar as agressões. (Kuykendall, 2012) Este comportamento é, assim, uma afirmação de poder, por parte do bully, através da agressão. Comummente se refere bullying segundo outros conceitos, por exemplo, assédio sexual, no local de trabalho, ou violência escolar. Neste processo, convém distinguir-se as pessoas envolvidas para se poder estudar o comportamento individual e coletivo e perceber as suas consequências e fatores que influenciam. Geralmente, a vítima conhece o seu agressor, mesmo que se trate de uma violência indireta, mas nem sempre é capaz de identificar os espectadores. As vítimas, como são pessoas mais tímidas e retraídas, pouco sociáveis e, normalmente, não dispõem de recursos ou habilidades para se impor, sentem-se abandonadas e não conseguem adaptar-se devido à sua baixa autoestima. Por outro lado, os agressores, agentes de bullying, são aqueles que não respeitam as diferenças e se aproveitam da fragilidade dos outros para executar a vitimação, humilhando e provocando. Os bullies apresentam grande probabilidade de adotaram comportamento delinquentes sendo que na vida adulta pode tornar-se antissociais e/ou violentos, contrariamente aos bullied que, ao superar o trauma, podem tornar-se indivíduos mais autónomos e socialmente capazes de formar relações. Por sua vez, as testemunhas, espectadores ou bystander são pessoas que se sentem ameaçadas pelo bully e, por isso, assumem comportamentos conformistas para não se tornarem a próxima vítima. A omissão, o silêncio leva-as a serem cúmplices da situação, o que

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lhes causa incômodo e insegurança capaz de influenciar negativamente a sua rotina. (Costa, 2010)

Desta forma, bullying não é um comportamento socialmente aceitável, apesar das atitudes conformistas por parte da maioria das pessoas: embora haja situações em que as pessoas se envolvem e tentam parar ou controlar o sucedido, o bullying continua sendo um problema social cada vez mais amplo e frequente nas escolas, ruas, trabalho, etc. (Smith & Brain, 2000 as cited in Sanders, 2004) Para além de ser uma intimidação, uma prática de exclusão, uma violência que se manifesta por atitudes agressivas, intencionais e repetidas, sem motivo explicito é problema grave para a vítima, pois acarreta consequências que esta pode não ser capaz de ultrapassar. A vítima apresenta para além de sinais bullying, por exemplo, abandono dos estudos ou pouco rendimento escolar, demonstra sintomas como depressão, agressividade, autodestruição/mutilação, ansiedade, problemas interpessoais, e muitos outros que dificultam a integração da pessoa na sociedade assim como a capacidade de viver, sobreviver e enfrentar os problemas do quotidiano.

Bullying, Género e Idade

Melim, M. & Pereira, B. (2013) Bullying, Género e Idade. In P. Silva S. Souza, I. Neto (Eds.), O desenvolvimento humano: perspectivas para o século XXI – Memória, Lazer e Atuação Profissional. 1, 292-316. São Luís: EDUFMA. Retrieved fromhttps://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/27662/4/Bullying%2c%20G%C3%A9nero%20e%20Idade.pdf

A relação entre o género e bullying num contexto cultural e de desenvolvimento, ajuda a compreender de forma clara a participação de rapazes e raparigas neste problema e as próprias formas de agressão/vitimação a que normalmente estão associados. O bullying para os rapazes, são uma experiência que normalmente acontece dentro do mesmo género, mas em relação às raparigas é mais comum com o sexo oposto.

Normalmente o fenómeno do bullying tende a diminuir com o crescimento dos jovens, ainda que entre alunos mais velhos os casos de vitimação são mais persistentes e severos. Por um lado, os alunos mais novos optam por agressões mais diretas e indiscriminadas, por outro lado os mais velhos usam frequentemente as agressões mais indiretas ou relacionais. Assim, as diferenças de género são um ponto importante para compreender o relacionamento entre os grupos de pares e do bullying. Outro dado importante é que a incidência da vitimização parece ser inversamente proporcional ao crescimento dos alunos uma vez que os alunos mais velhos têm menos de metade do risco de serem vitimados pelos colegas. Esta descida não é efetiva, mas tem que ver com a maior inibição ou constrangimento dos alunos mais velhos, em relatarem este tipo de problemas. (Rigby, 2007 as cited in Melim & Pereira, 2013) Assim sendo, à medida que os jovens vão crescendo, o bullying diminui, mas a sua severidade não: as investigações revelam que o pico do comportamento agressivo se situa, para ambos os

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géneros, entre os 13 e os 14 anos e, o bullying revela, neste sentido, uma grande estabilidade de resultados entre as várias faixas etárias.

O bullying entre jovens do sexo masculino e feminino levanta questões sobre até que ponto as diferenças que estão relacionadas com o género são ou não verdade, destacando a necessidade de se considerar o bullying escolar em contexto dos papéis associados ao género e ao desenvolvimento da masculinidade e feminilidade (Felix & Green, 2010 as cited in Melim & Pereira, 2013). De acordo com alguns autores, para entendermos melhor a relação entre o género e bullying, existe uma necessidade de avaliar essa relação num contexto cultural e de desenvolvimento: o bullying pode variar de acordo com os grupos socioculturais e do processo de socialização. Segundo Gini e Pozzoli (2006), as influências de bullying podem servir para reforçar os papéis socioculturais de acordo com a forma como cada sexo se deve comportar. Já Young e Sweeting (2004) sugerem que os rapazes têm uma tendência a experimentar regras de conformidade sexual que são mais rigorosas do que as raparigas: a “masculinidade” nos rapazes é como uma proteção contra a vitimação, mas nas raparigas aumenta o risco.

De acordo com estes autores os comportamentos que não são típicos em relação ao género também são um fator de risco para a vitimação nas raparigas. As diferenças são abundantemente dependentes da maneira como o bullying se define e do tipo de bullying avaliado. Por isso, durante muito tempo era relatado que os rapazes estavam mais envolvidos no bullying do que as raparigas, tanto como vitimas ou como agressores, mas mesmo assim os rapazes estão mais envolvidos nestas práticas que as raparigas. Em geral, parece que ser vítima de um rapaz tem uma relação negativa mais forte com o bem-estar de rapazes e raparigas, contudo, os dois sexos reportam que as formas encobertas de bullying, sendo que as mais utilizadas pelas raparigas, em princípio, são mais dolorosas (Rigby, 2007 as cited in Melim & Pereira, 2013). Neste âmbito, constata-se que a vitimização das raparigas já não é inferior à dos rapazes, ou seja, não se verificaram diferenças significativas entre a vitimização nos dois géneros principalmente numa fase inicial da investigação do bullying. É sempre notório que nos estudos passados se referia que existia uma tendência para os rapazes estarem mais expostos do que as raparigas. Na verdade, não existem diferenças na vitimização entre rapazes e raparigas, o que significa que os dois géneros estão igualmente vulneráveis ao bullying, embora este se manifesta de maneira diferente para uns e para outros. É por esta razão que os rapazes recorrem a um bullying mais físico e direto, enquanto as raparigas a um bullying mais relacional e indireto.

Numa tentativa de intervenção há uma necessidade de considerar a forma como o género de quem intervém influencia outros fatores, abrangendo a probabilidade de mencionar episódios de bullying, as estratégias para incluir os colegas nas intervenções e as abordagens para a resolução do problema. Por isso se considera que o género do espectador, do agressor e da vítima podem influenciar a maneira como é resolvido um incidente de bullying.

As propriedades do bullying mudam consoante a maturação das crianças. Este pode começar na infância e permanecer durante todo o percurso escolar, mas acentua-se durante os anos de mudança de ciclo ou escola (Pepler et al, 2008 as cited in Melim

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& Pereira, 2013). Geralmente diminui com a idade mas as crianças mais expostas a este fenómeno são as jovens e mais fracas (Due & Holstein, 2008 as cited in Melim & Pereira, 2013). Smith (2010), por sua vez, refere que a incidência da vitimação diminui com a idade. Assim, o desenvolvimento da criança está ligado a diferentes tipos de bullying: as crianças que são mais novas optam por formas de agressão diretas e, por isso, o seu desenvolvimento e a aquisição de certas competências cognitivas e sociais parecem estar ligadas a outras formas de agressão (Pereira, 2006 as cited in Melim & Pereira, 2013).

Para Smith e Monks (2008) é semelhante, o comportamento agressivo que é demonstrado pelas crianças mais jovens é diferente daquele que é apresentado por crianças mais velhas ou adolescentes: as crianças mais novas podem ser mais agressivas, físicas, verbais e relacionalmente e utilizam mais o confronto direto, em vez de métodos indiretos, como por exemplo, espalhar rumores, enquanto as crianças mais velhas e adolescentes usam mais a agressão indireta e o bullying.

Diversos autores insinuam que a generalização, de alguma forma indiscriminada, da vitimação por um alargado número de pares, pode refletir a tentativa do agressor em identificar as vítimas mais suscetíveis, aquelas que se vão retrair ou talvez chorar. As crianças mais jovens têm um conceito alargado do que é o bullying, o que pode refletir o estado mais básico do desenvolvimento das suas capacidades cognitivas e, assim sendo, uma maior dificuldade em realizar subtis diferenças comportamentais, em termos de repetição e desequilíbrio de poder. Neste sentido, parece que quando são comparadas diretamente as taxas de sucesso das intervenções antibullying, realizadas nas escolas primárias e nas escolas do 2º e 3º ciclo, os resultados positivos alcançados pelas segundas são inferiores relativamente às primeiras. As causas principais apontadas por Smith (2010) são as alterações do desenvolvimento, uma vez que os alunos atingiram a puberdade e, as alterações organizacionais que estão relacionadas com a maior dimensão e complexidade organizativa das escolas de 2º e 3º ciclo (relativamente às escolas primárias). Posto isto, a forma de agressão mais frequente de bullying é a verbal e onde se verifica maior discrepância entre os dois géneros é na agressão indireta e relacional: comparando quanto ao nível de escolaridade, as formas de bullying utilizadas pelos alunos não sofreram um grande decréscimo do 2º ciclo para o 3º ciclo, contudo, onde houve uma grande alteração foi nas estratégias utilizadas pelo bully. Ficou, também, evidente que é de extrema importância dar uma maior atenção aos alunos mais novos uma vez que a vitimização é superior no 2º ciclo.

O aspeto central do bullying está relacionado com o desenvolvimento dos jovens, devido à influência hormonal. Estas mudanças que são típicas da adolescência alteram profundamente a forma como os jovens se relacionam entre si o que consequentemente pode gerar conflitos. Para Smith (2010), há vários aspetos particularmente relevantes que ajudam a compreender esta relação com o bullying, dos quais se destacam dois: alterações no relacionamento do aluno com os seus pares e, uma maior estabilidade nas tendências de vitimação e agressão/bullying com a idade. Consequentemente, existe uma maior predisposição dos rapazes para a agressão relativamente as raparigas.

Atualmente a agressão é considerada normal, por ser tão frequente, e está presente nas relações interpessoais dos alunos, que os acompanha ao longo do seu

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percurso escolar, repercutindo-se negativamente no seu desenvolvimento e na sua aprendizagem e socialização podendo, num caso extremo, ser uma porta para os jovens agressores ingressarem na criminalidade.

Adolescentes Portugueses e o Bullying Escolar: Estereótipos e Diferenças de Género

Costa et al. (2013). Adolescentes portugueses e o bullying escolar: estereótipos e diferenças de género. Interações, 25, 180-201. Retrieved from https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/25647/1/Adolescentes%20portugueses%20e%20o%20bullying%20escolar.pdf

O bullying é referenciado como as múltiplas facetas da vitimação e pode ser classificado de várias formas atendendo à sua frequência, duração e forma. O processo de vitimação compromete o bem-estar dos adolescentes e tem impacto negativo na sua vida íntima, para além de interferir nas questões de autoimagem e de autoconceito. Compromete, também, o “sentimento de confiança básica em relação ao outro e interfere no seu desenvolvimento global.” (Sanmartim, 2006 as cited in Costa et al, 2013)

Este tipo de violência engloba, comummentemente, três indivíduos: a vítima, o agressor e o telespectador. Segundo a definição de Boulton e Smith (1994), “a vítima é alguém com quem frequentemente implicam ou que lhe batem ou lhe atormentam ou que lhe fazem outras coisas desagradáveis sem razão.”

As formas de vitimação física, verbal e de exclusão são identificadas como sendo as de maior frequência na escolarização de adolescentes. A vitimação sexual tente a ser subestimada devido ao seu conjunto de estudos complexo, no entanto, são visibilizadas formas como a física, a verbal, a psicológica e a social. Por outro lado, a vitimação verbal já é vista como um comportamento inserido na vida quotidiana das relações entre crianças, adolescentes e adultos na escola: como este comportamento já se tornou tão frequente, passou a ser desvalorizado e dissociado da componente de violência. Destaca-se ainda outra forma de bullying, nomeada como cyberbullying. Denomina-se “como forma de vitimação que, transcende as fronteiras do tempo e do espaço físico, na medida em que a vitimação se pode manter infinitamente presente no espaço virtual” (Amado, 2010 as cited in Costa et al, 2013). Esta forma de vitimação sendo virtual apresenta um novo modelo do perfil dos agressores e das vítimas, sendo que também facilita as investidas e o anonimato dos agressores. Existe, assim, relativamente à idade, uma diferenciação geracional no uso dos recursos aos comportamentos agressivos, uma vez que a forma verbal e física aparecem como as mais frequentes entre crianças e a exclusão como a forma mais frequente entre adolescentes, seguindo-se a verbal e a agressão física.

Os estudos relativos ao bullying escolar declaram que metade dos estudantes se situa como vítima de agressões ao longo do primeiro período escolar. Consequentemente, a ideia integrada no senso comum de que o bullying é praticado

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exclusivamente pelo género masculino, é uma ideia contrariada pelos estudos sobre o fenómeno, embora seja possível reconhecer essa facilitação devido ao uso da força física. Na sociedade global o sexo feminino é o “sexo frágil”. Este conceito é um dos principais porquês de as mulheres serem usualmente vítimas. Contudo, os estudos mostram que estudantes do género masculino estão envolvidos no processo de bullying, tanto como agressores como vítimas, mais frequentemente do que o género feminino: enquanto o género masculino recorre mais à força física, o género feminino tende a utilizar expressões indiretas de violência, categorizadas como um recurso de manipulação social. (Matos et al, 2009 as cited in Costa et al, 2013) Note-se que, relativamente à utilização de uma forma de vitimação o sexo feminino apresenta uma percentagem mais elevada de envolvimento em situações de vitimação de uma forma em relação ao sexo masculino, pois esta varia de 4% a 35% enquanto masculino varia de 1% a 19%. Por outro lado, o género masculino exibe uma percentagem mais elevada de envolvimento em situações de vitimação de 2 ou mais formas em relação ao género feminino, pois varia de 4% a 33% enquanto feminino varia de 0% a 46%, mas é de salientar que a diferença é meramente numérica. (Costa et al, 2013) Assim, os estudos revelam uma redução na assimetria de géneros o que, consequentemente, leva a uma inversão de posições na medida em que o sexo feminino apresenta maior envolvimento nos diferentes tipos de vitimação (exclusão, sexual, física, verbal, cyber, ameaça) do que o sexo masculino.

Por outro lado, a participação feminina na sociedade (pós Revolução Industrial) impõem uma nova condição às mulheres: estas são agora agressoras e vítimas. Ambos os géneros, nos dias de hoje, participam igualmente no bullying, apesar das diferenças identificadas. Existe, contudo e apesar dos estudos, a crença disseminada da concentração do género masculino em condutas que produzem vitimação: apesar de se associar a vulnerabilidade do género feminino às agressões de diferentes formas, não é inválido o predomínio do género masculino nas ações de natureza física, o que, por sua vez, não seja uma prática distanciada do repertório de ações femininas. Desta forma, a emergência do sexo feminino não invalida a frequência da vitimação do sexo masculino: este apresenta valores superiores que aumentam relativamente à frequência da conduta e ao recurso às diferentes formas de vitimação.

Para Meyer (2011) o bullying relacionado ao género desdobra-se em três formas de assédio sexual, a saber: heterossexual, homofóbico e transfóbico, em que o visado apresenta comportamentos e atitudes diferentes do seu estereótipo de género. Comportamentos estes caracterizados por bater/agredir fisicamente, roubar, danificar objetos, extorquir, ameaçar, meter medo, insultar, falar mal ou não falar com, excluir, discriminar, mentir sobre ou disseminar boatos, intimidar, ameaçar, gozar, troçar, provocar, hostilizar, fazer comentários ou gestos ordinários e/ou piadas sexuais, abusar ou assediar sexualmente. (Matos et al, 2009 as cited in Costa et al, 2013).

As novas investigações sinalizam para um cenário não de igualdade, mas de grande proximidade, entre os géneros, nas formas de vitimar. Desta forma, verifica-se que a crise económica em Portugal aumenta a vulnerabilidade das pessoas que se tornam, assim, mais propícias à violência, ao bullying. Este, por sua vez, aumenta progressivamente, a um ritmo incessante e reiterado tal que não causa perplexidade ou

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reação nos restantes indivíduos, pois torna-se habitual, banal, normal na sociedade. A normalidade consagra-se e abrange-se a outros termos, como a crise, e atinge diretamente a vida das pessoas, principalmente, das crianças e jovens.

O bullying ocorre quando comportamentos agressivos e de intimidação se manifestam de forma repetida (semanas, meses ou anos), com intenção de magoar outros que, por si sós, não conseguem se defender devido a uma assimetria de poder entre pares. (Pereira, 2008 as cited in Costa el al, 2013). Neste âmbito, é possível concluir que o “termo bullying, está consolidado numa escala internacional, na perspetiva que conceitua a prática do abuso sistemático de poder entre pares, provocado por um individuo ou mais, perante uma vítima ou mais, através de um processo de agressão intencional e continuado.” (Olweus, 1993) que está intimamente dependente do género.

O Bullying e as suas relações, fundamentos e consequências

As questões de género servem para problematizar as condicionantes culturais na medida em que determinam fronteiras de legitimidade entre o género feminino e masculino. (Costa et al, 2013) Assim, como o bullying é um fenómeno contextual e a sua abordagem é um processo complexo, é necessário uma devida enquadração para compreende-lo integralmente. Neste sentido, para enquadrar e perceber o bullying é preciso estudar diferentes áreas, essencialmente, no que diz respeito ao género, à idade e à etnia. Isto deve-se ao facto de que as formas de vitimação servem para reforçar os papéis socioculturais. (Melim & Pereira, 2013)

Segundo as investigações, existe um cenário de não igualdade, mas de grande proximidade entre os géneros. (Costa et al, 2013) Por outro lado, alguns estudos mostram que os rapazes estavam mais presentes no bullying do que as raparigas, tanto como vítimas e agressores. (Melim & Pereira, 2013) Contudo, outros autores concluem que a emergência do sexo feminino levou este a uma maior participação nos diferentes tipos de vitimação, sendo que a diferença entre estes é meramente estatística. (Costa et al, 2013) Deste modo, ao reduzir os fatores de risco estamos a prevenir comportamentos agressivos entre crianças e adolescentes: os esforços devem ser concentrados para a diminuição da exposição à violência escolar, doméstica e comunitária, além daquela divulgada pelos media: (Neto, 2005)

Entre os agressores, observa-se um predomínio do sexo masculino, enquanto no papel de vítima, não há diferenças entre géneros. O facto de os rapazes envolverem-se em atos de bullying mais comumente não indica necessariamente que sejam mais agressivos, mas sim que têm maior possibilidade de adotar esse tipo de comportamento, já a dificuldade em identificar-se o bullying entre as raparigas pode estar relacionada ao uso de formas mais subtis. (Neto, 2005)

Naturalmente, o bullying não é aceite socialmente e apesar de ser tolerado por alguns grupos sociais e em alguns contextos, continua a ser um problema grave,

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abrangente e secreto. (Rivers, 2013) Segundo alguns autores, as crianças e adolescentes resolvem os conflitos de forma diferente, sendo que se verifica uma maior utilização da agressão por parte das crianças, porque a socialização primária, devido à sua grande influência, leva-as a reproduzir comportamentos violentos. (Smith e Monks, 2008 as cited in Melim & Pereira, 2013) Neste sentido, diferentes estudantes têm diferentes conflitos, e por isso se conclui que cada um responde às situações segundo a sua personalidade, espaço, tempo e, de certa forma, de modo previsível. (Rivers, 2013) Desta forma, a fase da adolescência situa-se como um momento de transição de ciclo de escolaridade, caracterizando-se pela maior suscetibilidade para a ocorrência de comportamentos de vitimação/agressão entre pares em contexto escolar (Amado, & Freire, 2002 as cited in Costa et al, 2013).

Atualmente, apesar de existirem grandes relações afetivas, a agressão é frequente nos adolescentes, sobretudo relacionada com a vitimação sexual, de género e social. (Rivers, 2013) Neste âmbito, é de salientar que em Portugal luta-se contra o estigma na medida em que se pretende acabar com a crença de que a agressão é apenas realizada por parte do sexo masculino contra o feminino e/ou por indivíduos mais velhos contra mais novos. A concretização de investigações nesta área remetem para a aprendizagem total do conceito de bullying para não se correr riscos de incompreensão.

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Conclusão

O bullying ocorre quando comportamentos agressivos e de intimidação se manifestam de forma repetitiva, com intenção de magoar outros que sozinhos não são capazes de se defender devido a uma assimetria de poderes, essencialmente entre géneros. Neste sentido, verifica-se que as investigações sobre este tema apontam para percentagens altíssimas deste fenómeno, sendo que a vitimação por parte do género feminino não se distancia substancialmente dos resultados da violência por parte género masculino.

O género feminino utiliza mais variedades de vitimação, sendo estas mais diretas relativamente ao género masculino que, por sua vez, emprega mais a vitimação por agressão. Consequentemente, as ideias globais da sociedade reformularam-se no sentido em que a mulher deixou de ser considerada o “sexo frágil” para se tornar agressora e o homem surgiu como a nova vítima.

As novas investigações sinalizam para um cenário não de igualdade, mas de grande proximidade, entre os géneros nas formas de vitimar, apesar de no sexo masculino os episódios de bullying ocorrerem essencialmente dentro do mesmo género. Não obstante ao facto de que a emergência da vitimação do sexo feminino se deve essencialmente à tomada de conhecimento das agressões nas relações.

As consequências que o bullying acarreta tendem a originar problemas de grande impacto ligados à socialização, principalmente à socialização secundária no que diz respeito às relações de pares da vítima. Esta sente-se rejeitada e discriminada o que pode levá-la a comportamentos agressivos para consigo própria ou para com os outros, passando de vítima a agressora.

Os estudos mais recentes comprovam que o bullying é influenciado, essencialmente, pelo género e pela idade. Nesta perspectiva, a sua prevenção e educação é fundamental nas escolas, em casa e na sociedade (por exemplo, através dos media) uma vez que a socialização primária dos indivíduos é a mais relevante do seu desenvolvimento pessoal e social.

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