Burnout Em Professores

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SÍNDROME DE BURNOUT: UM ESTUDO COM PROFESSORES DA REDE PÚBLICA Graziela Nascimento da Silva 1 Mary Sandra Carlotto 2 Resumo O objetivo deste estudo foi analisar se o gênero estabelece diferenças significativas nos níveis e no processo da Síndrome de Burnout em professores de escolas da rede pública. Também procurou identificar associações das dimensões de burnout com variáveis demográficas, laborais e comportamentais. Foi utilizado como instrumento de pesquisa o MBI- Maslach Burnout Inventory e um questionário elaborado especificamente para este estudo para as demais variáveis. A amostra, do tipo de conveniência, foi composta de 31 homens e 30 mulheres. Os resultados obtidos indicam não existir diferença estatisticamente significativa entre os grupos nas dimensões e níveis de Burnout ; no entanto, verifica-se a ocorrência de associação diferenciada nos dois grupos entre as dimensões de Burnout e determinadas variáveis demográficas, profissionais e comportamentais. Palavras-Chave: Professores; Síndrome de Burnout; Gênero. SYNDROME OF BURNOUT: A TEACHERS PUBLICS SCHOOLS STUDY Abstract The objective of this study was to analyse if the gender establishes significant differences in the levels and in the process of the Syndrome of Burnout in the teachers of the public schools. It also tried to identify associations if the dimensions of Burnout with demographic laboural and behavior variables. It was used as instrument of research MBI – Maslach Burnout Inventory and a questionnaire elaborated specially for this study for the other variables. The sample, of the convenience kind, was composed by 31 men and 30 women. The results gotten indicate there is no difference statistically significant between the groups in the dimensions and levels of burnout. Nevertheless, it is verified the occurrence of distinguishable association in the two groups between dimensions of burnout and determined demographic, professional and behavior variables. Key words: teachers; Syndrome of Burnout; Gender. INTRODUÇÃO A escola e o professor cumprem papel relevante na socialização do indivíduo. O bom desempenho das atividades docentes depende das suas condições emocionais favoráveis, sendo que o professor, no seu papel de educador, é para seus alunos uma referência, um exemplo nas suas atitudes, no seu caráter, na maneira de tratar o próximo. Lecionar é uma tarefa complexa que exige deste profissional muita dedicação e desprendimento. As constantes mudanças ocorridas no sistema público de educação não raras vezes geram nesses profissionais sentimentos de mal-estar e impotência. O trabalho geralmente é realizado sob alguns fatores potencialmente Psicologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Número 2 145-153 1 Acadêmica do Curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil. 2 Mestre em Saúde Coletiva e docente do Curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil. estressores como: baixos salários, escassos recursos materiais e didáticos, classes superlotadas, tensão na relação com alunos, excesso de carga horária, inex- pressiva participação nas políticas e no planejamento institucional e falta de segurança no contexto escolar. Segundo Carlotto (2002b), no trabalho docente alguns estressores são típicos da natureza da função e outros são ocasionados pelo contexto onde o mesmo se realiza. Esses estressores psicossociais, se persistentes, podem levar à Síndrome de Burnout . Essa síndrome é considerada por França e Rodrigues (1999) como uma resposta emocional a situações de estresse crônico em função de relações intensas em situações de trabalho

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  • SNDROME DE BURNOUT: UM ESTUDO COM PROFESSORES DA REDE PBLICAGraziela Nascimento da Silva1

    Mary Sandra Carlotto2

    Resumo

    O objetivo deste estudo foi analisar se o gnero estabelece diferenas significativas nos nveis e no processo da Sndrome de Burnout emprofessores de escolas da rede pblica. Tambm procurou identificar associaes das dimenses de burnout com variveis demogrficas, laboraise comportamentais. Foi utilizado como instrumento de pesquisa o MBI- Maslach Burnout Inventory e um questionrio elaborado especificamentepara este estudo para as demais variveis. A amostra, do tipo de convenincia, foi composta de 31 homens e 30 mulheres. Os resultados obtidosindicam no existir diferena estatisticamente significativa entre os grupos nas dimenses e nveis de Burnout; no entanto, verifica-se aocorrncia de associao diferenciada nos dois grupos entre as dimenses de Burnout e determinadas variveis demogrficas, profissionais ecomportamentais.

    Palavras-Chave: Professores; Sndrome de Burnout; Gnero.

    SYNDROME OF BURNOUT: A TEACHERS PUBLICS SCHOOLS STUDY

    Abstract

    The objective of this study was to analyse if the gender establishes significant differences in the levels and in the process of the Syndrome ofBurnout in the teachers of the public schools. It also tried to identify associations if the dimensions of Burnout with demographic laboural andbehavior variables. It was used as instrument of research MBI Maslach Burnout Inventory and a questionnaire elaborated specially for this studyfor the other variables. The sample, of the convenience kind, was composed by 31 men and 30 women. The results gotten indicate there is nodifference statistically significant between the groups in the dimensions and levels of burnout. Nevertheless, it is verified the occurrence ofdistinguishable association in the two groups between dimensions of burnout and determined demographic, professional and behavior variables.

    Key words: teachers; Syndrome of Burnout; Gender.

    INTRODUO

    A escola e o professor cumprem papel relevantena socializao do indivduo. O bom desempenho dasatividades docentes depende das suas condiesemocionais favorveis, sendo que o professor, no seupapel de educador, para seus alunos uma referncia,um exemplo nas suas atitudes, no seu carter, namaneira de tratar o prximo. Lecionar uma tarefacomplexa que exige deste profissional muita dedicaoe desprendimento.

    As constantes mudanas ocorridas no sistema pblicode educao no raras vezes geram nesses profissionaissentimentos de mal-estar e impotncia. O trabalhogeralmente realizado sob alguns fatores potencialmente

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    1 Acadmica do Curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil.2 Mestre em Sade Coletiva e docente do Curso de Psicologia da Universidade Luterana do Brasil.

    estressores como: baixos salrios, escassos recursosmateriais e didticos, classes superlotadas, tenso narelao com alunos, excesso de carga horria, inex-pressiva participao nas polticas e no planejamentoinstitucional e falta de segurana no contexto escolar.

    Segundo Carlotto (2002b), no trabalho docente algunsestressores so tpicos da natureza da funo e outrosso ocasionados pelo contexto onde o mesmo se realiza.Esses estressores psicossociais, se persistentes, podemlevar Sndrome de Burnout. Essa sndrome considerada por Frana e Rodrigues (1999) como umaresposta emocional a situaes de estresse crnico emfuno de relaes intensas em situaes de trabalho

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    com outras pessoas. Segundo Maslach e Jackson (1981),se constitui de trs dimenses conceitualmente distintas,mas empiricamente relacionadas: exausto emocional,despersonalizao e falta de realizao profissional.

    Os autores referem ainda que a exausto emocionalpode ser entendida pela situao na qual os trabalhadoressentem que no podem se entregar mais. uma situaode esgotamento da energia dos recursos emocionaisprprios, uma experincia de estar emocionalmentedesgastado devido ao contato dirio com pessoas comas quais necessitam se relacionar em funo de seutrabalho. A despersonalizao pode ser definida comoo desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativase de distanciamento para as pessoas destinatrias dotrabalho. A falta de realizao profissional, faz comque os trabalhadores se sintam descontentes consigomesmos e insatisfeitos com os resultados de seu trabalho.

    A Sndrome de Burnout em profissionais daeducao vem recebendo crescente ateno por partede pesquisadores. Diversos estudos (Byrne, 1993;Pretorius, 1994; Carvalho, 1995; Moura, 1997; Carlotto,2002b) tm sido realizados com essa categoria profissional.Conforme pontua Codo (1999), muitos esforos tm sidofeitos para traar um perfil do educador que maissuscetvel ao sentimento de Burnout. Esses esforos sejustificam, na medida em que a severidade da sndromeem professores j , atualmente, superior dosprofissionais de sade, o que coloca o magistrio comouma das profisses de alto risco de incidncia (Iwanicki& Schwab, 1981; Farber, 1991).

    Burnout na educao um fenmeno complexo emultidimensional resultante da interao entre aspectosindividuais e o ambiente de trabalho. Este ambiente nodiz respeito somente sala de aula ou ao contextoinstitucional, mas sim a todos os fatores envolvidos nestarelao, incluindo os fatores macrossociais como polticaseducacionais e fatores scio-histricos (Carlotto, 2002a).Sua ocorrncia em professores tem sido consideradaum fenmeno psicossocial relevante, pois afeta nosomente o professor, mas tambm o ambienteeducacional, interferindo na obteno dos objetivospedaggicos, uma vez que os profissionais acometidospela sndrome desenvolvem um processo de alienao,desumanizao e apatia (Guglielmi & Tatrow, 1998).

    Muitas so as variveis associadas ao Burnout, noentanto, a varivel sexo tem chamado ateno especialde alguns pesquisadores (Burke & Greenglass; 1989;Farber, 1991; Carvalho, 1995; Burke, Greenglass &

    Schwarzer, 1996; Gil-Monte, Peir & Valcrcel, 1996).Maslach e Jackson (1985) afirmam que esta varivel podeno surgir como fator determinante de Burnout, porm,quando ocorre, a consistncia que emerge da diferenavem de dados analisados principalmente na dimenso dedespersonalizao, pois homens geralmente apresentamescores mais altos que as mulheres dentro da mesmaocupao e do mesmo contexto organizacional. Estesautores entendem que tal diferena pode estar relacionadaa trs questes: responsabilidade familiar, tipo de ocupaoe papel do sexo na socializao. Destacam que a ltimaquesto abordada a mais importante, pois identifica aconcepo de que as mulheres esto mais envolvidas comcuidados, alimentao e preocupao com o bem-estarde outras pessoas, aspectos que se colocam de formadiferenciada com relao ao homem. A elevao daexausto emocional por parte das mulheres interpretadapelos autores a partir da questo da emocionalidadevinculada ao papel feminino. J a grande intensidade deinsatisfao no trabalho dos homens pode estar vinculadas expectativas de sucesso, competio e desenvolvimentoque so geralmente elementos mais identificados com opapel masculino. Etzion (1987) identificou resultadosemelhante, tambm atribuindo a ele questes tradicionaisdo processo de socializao e organizao social que secolocam diferenciadamente para homens e mulheres.

    Apple (1995) e Borsoi (1995) pontuam que osproblemas referentes ao trabalho enfrentados pelasmulheres no so os mesmos enfrentados pelo trabalhadordo sexo masculino. Os riscos relacionados ao trabalhoso diferentes para homens e mulheres (Moreno, 1999).Ao ingressar no mercado de trabalho a mulher passou adesenvolver uma dupla jornada, a profissional e adomstico. Em nossa sociedade, as mulheres tm umarelao dupla com o trabalho assalariado. Elas so, aomesmo tempo, trabalhadoras remuneradas e no-remuneradas. Tal situao, no entanto, vem semodificando, pois de maneira crescente o homem estdividindo com as mulheres as responsabilidades e osafazeres do lar. Compartilhar as responsabilidades e aspreocupaes com a criao dos filhos e as tarefasdomsticas j bastante comum (Apple, 1995; Borsoi,1995). Brito (1999) complementa, referindo, entretanto,que a alternncia trabalho/tempo livre s tem sentido paraa populao masculina. Quando se trata de mulheres, aalternncia significativa a de trabalho profissional/trabalho domstico, ou seja, o que central uma visoglobal do emprego do tempo cotidiano.

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    O magistrio, profisso com um nmero bastanteelevado de mulheres, aos poucos vem se abrindo para aentrada dos homens, principalmente nos nveis de ensinomdio (Codo & Gazzotti, 1999). Investigao realizadapor Moura (1997) com professores revela, no entanto,que as mulheres so grupo majoritrio e possuem piorsituao quanto remunerao, titulao e localizaohierrquica no sistema escolar, quando comparadas aosseus colegas do sexo masculino.

    Na relao entre gnero e Burnout, Farber (1991)diz que estudos tm mostrado serem professores do gneromasculino mais vulnerveis ao Burnout que os do gnerofeminino, levantando a suposio de que as mulheres somais flexveis e mais abertas para lidar com as vriaspresses presentes na profisso de ensino. Burke e cols.(1996) confirmam este resultado atravs de estudorealizado, ou seja, professores do sexo masculino possuampontuaes mais altas em despersonalizao, porm nofoi encontrado o mesmo resultado para exaustoemocional. Burke e Greenglass (1989) tambmencontraram altas pontuaes em despersonalizao emprofessores homens, identificando nvel global de Burnoutmaior em homens do que em mulheres. Ao analisaremeste aspecto do ponto de vista do suporte social recebidopor um e por outro grupo, concluram que mulherespossuem maior rede de suporte social afetivo.

    Estudo transcultural realizado por Pedrabissi, Rollande Santinello (1993) identificou a existncia de diferenasnos nveis de Burnout entre professoras italianas efrancesas. No grupo francs existia somente diferenasignificativa entre homens e mulheres na dimenso dedespersonalizao. No italiano, a diferena ficou evidentenas dimenses de exausto emocional edespersonalizao, confirmando a hiptese de que ocontexto cultural influencia os resultados de Burnout.

    Estudo com professores espanhis desenvolvido porFernndez-Castro, Doval e Edo (1994) encontroumaiores ndices de Burnout em mulheres. J outrosestudos, tambm com professores, no encontraramdiferenas significativas entre homens e mulheres(Mohammed, 1995; Aluja, 1997; Isorna, 1998; Carlotto,2002b). Na relao com alunos, Schwab e Iwanicki(1981) identificaram que professores homensapresentavam maior nmero de comportamentosnegativos que as mulheres.

    Tendo em vista o acima exposto, o presente estudobuscou verificar se a varivel gnero estabelece diferenassignificativas nos nveis e no processo da Sndrome de

    Burnout em professores de escolas da rede pblica.Tambm verificou se variveis demogrficas, profissionaise comportamentais se associavam ao Burnout de formadiferenciada em professores do gnero masculino efeminino. Assim, o referencial terico orientou o trabalhopara as seguintes hipteses: H1 professores do gnerofeminino apresentam maior ndice de Exausto Emocionale menor de Despersonalizao e Realizao Profissionalque professores do gnero masculino; H2 Variveisdemogrficas, profissionais e comportamentais seassociam s dimenses de Burnout de forma diferenciadaem professores do gnero masculino e feminino. Paratanto, buscou-se desenvolver um estudo epidemiolgicoobservacional analtico de corte transversal.

    MTODO

    ParticipantesA amostra, de convenincia, se constituiu de 61

    homens e mulheres que exercem atividade docente emescolas pblicas da cidade de Canoas, independente deestado civil e nvel de ensino. Esta foi subdividida em31 homens e 30 mulheres. Todos os participantesexerciam a atividade docente h mais de seis meses eno haviam estado em licena ou afastados do trabalhoh menos de dois meses da coleta de dados.

    InstrumentosPara levantamento das variveis demogrficas,

    profissionais e comportamentais foi utilizado umquestionrio elaborado especificamente para o estudovisando atender seus objetivos, tendo como base oreferencial terico sobre a Sndrome de Burnout emprofessores. Foi realizado um estudo piloto com dez(N=10) professores a fim de verificar o adequadoentendimento das questes que compem os instrumentos.

    Para avaliar a Sndrome de Burnout foi utilizado o MBI Maslach Burnout Inventory forma ED - professores,que apresenta traduo para a lngua portuguesa validadapor Benevides-Pereira (2001). O inventrio auto-aplicadoe totaliza 22 itens. Em sua verso americana, a freqnciadas respostas avaliada atravs de uma escala depontuao que varia de 1 a 7. Utilizamos, neste estudo, averso MBI-ED para professores com validao para ouso no Brasil por Benevides-Pereira (2001). Utilizou-seainda o sistema de pontuao de 1 a 5, tambm usado por

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    Tamayo (1997) na adaptao brasileira do instrumento, poisfoi verificado que os sujeitos apresentavam dificuldade emresponder muitos itens dos instrumentos, devido especificidade dos critrios da escala original. Empregamos,portanto, 1 para nunca, 2 para algumas vezes ao ano,3 para algumas vezes ao ms, 4 para indicar algumasvezes na semana e 5 para diariamente.

    Altos escores em exausto emocional e despersonalizaoe baixos escores em realizao pessoal (esta subescala inversa) indicam alto nvel de Burnout (Maslach & Jackson,1981). Na verso original americana, a consistncia internadas trs dimenses do inventrio satisfatria, pois apresentaum alfa de Cronbach que vai desde 0.71 at 0.90 e oscoeficientes de teste e re-teste vo de 60 a 80 em perodosde at um ms (Maslach & Jackson, 1981). Pepe-Nakamura(2002), em estudo com uma amostra brasileira, encontrou0.82 para Exausto Emocional, 0.77 para Despersonalizaoe 0.76 para a Realizao Profissional.

    Procedimento de coleta de dadosPrimeiramente foi realizado um contato com a

    direo das escolas e com a orientadora pedaggica, noqual foi apresentado o objetivo do estudo a fim de obtera autorizao e o apoio para a aplicao dos instrumentos.As escolas cederam um espao de aproximadamente20 minutos na hora do intervalo para a aplicao doinstrumento. Os questionrios foram aplicados em grupo.Quando da ausncia de alguns professores, estes eramprocurados posteriormente e convidados a responder deforma individual, at que se alcanasse o nmerodesejado para a amostra.

    Foram realizados os procedimentos ticos conformeresoluo 196 do Conselho Nacional de Sade (CNS), noque diz respeito pesquisa com seres humanos (Hutz &Spink, 1996). Foi esclarecido aos professores e aos diretoresdas instituies de ensino tratar-se de uma pesquisa semquaisquer efeitos avaliativos individuais e/ou institucionaise que as respostas e os dados referentes aos resultadosdas escolas seriam annimos e confidenciais. Tambm foiesclarecido que no haveria, no relatrio de pesquisa,resultados individualizados por escolas.

    RESULTADOS

    O Banco de Dados foi digitado em EXCEL eposteriormente analisado no pacote estatstico SPSS,

    verso 10.0. Foram calculadas medidas descritivas,mdias e desvio-padro, e utilizado o teste t de Studente de correlao de Pearson.

    Ao caracterizarmos o grupo segundo o gnero,verificamos que a maioria das mulheres possui idademdia de 36 anos, so casadas (63,3%), possuem umcompanheiro fixo (73,3%) e tem filhos (66,7%). Quantoaos homens, possuem idade mdia de 37 anos, socasados (60%), possuem companheiro fixo (77,4%) etm filhos (58%).

    No perfil profissional, identifica-se que 46,6% dasmulheres possuem graduao ou especializao e 43,3%encontram-se cursando estes nveis de formao. Quantoaos turnos trabalhados os resultados evidenciam que63,3% trabalham conjuntamente no turno da manh e notarde. Nesse grupo 44,8% dividem sua jornada de trabalhocom atividades profissionais em outra escola e o mesmopercentual atuam em uma mesma escola em tempointegral. Atuam em atividades no docentes 10,3%.

    Do grupo masculino, 58,1% possuem curso degraduao e especializao, sendo que 38,7% estcursando uma nova titulao. Com relao aos turnostrabalhados, 45,2% exercem suas atividades nos trsturnos. Os resultados apresentaram que 58,1% trabalhamtambm em outra escola, 32,3% possuem outra atividadeno docente e somente 9,7% trabalham turno integralem uma nica escola.

    Com relao s variveis comportamentais, aremunerao para 90% das mulheres um complemento,para 6,7% a maior renda da famlia e somente para3,3% a nica renda familiar. Quanto a executar trabalhoreferente escola em casa, 86,7% referem tal prtica. Ainteno de mudar de profisso no foi uma preocupaopara 56,7% do total. Quanto interferncia da profissona vida pessoal, 66,7% responderam afirmativamente aesta questo. Assim, 83,3% sentem que sua profissocausa-lhe estresse. Possuir uma atividade especfica delazer foi apontado por 63,3% das profissionais. Quanto areceber auxlio nas atividades domsticas, 80% indicampartilhar tarefas com outra pessoa.

    No grupo masculino, 48,4% referem que a remu-nerao a maior renda da famlia, 19,4% indicam sera nica renda familiar e para 32,3% somente umcomplemento. Quanto a desenvolver trabalhosreferentes escola em casa, 93,5% dos professoresafirmam que o fazem. Com relao inteno de mudarde atividade profissional, 64,5% no apontou talpensamento. A profisso interfere na vida pessoal de

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    61,3% dos professores, sendo considerada como umaatividade estressante para 67,7% dos respondentes Aprtica de lazer se faz presente para 77,4% dosprofessores, sendo que 83,9% dividem as atividadesdomsticas com outra pessoa.

    No que diz respeito aos resultados de Burnout,verifica-se que as mulheres apresentam ndices mdiosmaiores que os homens em Exausto Emocional e menoresem Despersonalizao, bem como em Realizao Pessoal.

    No entanto, resultado obtido atravs do teste t deStudent no apontou diferenas significativas nasmdias das dimenses por gnero, sendo importantedestacar, porm, que os resultados obtidos na dimensode Despersonalizao indicando valor de p=0,063, isto, no limite da significncia, revelam uma tendnciade aumento dos escores mdios no gnero masculino.Na escala de Exausto Profissional tambm quasehouve uma diferena estatisticamente significativa(p=0,081), o que indica uma leve tendncia da ExaustoEmocional apresentar-se mais elevada, conformeindicado na Tabela 1.

    Por meio da anlise de correlao de Pearsonrealizada no grupo feminino, foi identificada associaopositiva significativa entre as variveis idade e tempo deensino com a dimenso de Exausto Emocional, indicando

    que quanto mais elevada a idade e o tempo de profissodocente, maior a tendncia de elevao do nvel dedesgaste emocional no trabalho. Tambm foi identificadaneste grupo uma associao estatisticamente negativa esignificativa do tempo de ensino e a dimenso de realizaoprofissional, ou seja, quanto maior o exerccio profissional,menor o sentimento de realizao no trabalho. J nogrupo masculino, nenhuma das variveis apresentouassociao com as dimenses da sndrome (Tabela 2).

    Os valores r sobre a diagonal correspondem ao grupofeminino e os valores abaixo da diagonal ao grupomasculino.

    Anlise realizada atravs do teste t de Studentidentificou, no grupo feminino, associao entre avariveis comportamentais mudar de profisso e avarivel perceber a profisso como estressante e adimenso de Exausto Emocional. Professoras quepensavam em mudar de profisso e tinham apercepo de que sua profisso era estressantepossuam maiores ndices de desgaste emocional notrabalho. J possuir uma atividade especfica de lazere perceber que a atividade profissional interfere navida pessoal no apresentaram associao comnenhuma dimenso de Burnout , conformeevidenciado na Tabela 3.

    Tabela 1: Teste t de Student para comparao das mdias das dimenses de Burnout por gnero.

    Dimenses Sexo N Mdia Desvio-padro t p

    Exausto Emocional Feminino 30 3,01 1,24 1,77 0,081Masculino 31 2,46 1,17

    Despersonalizao Feminino 30 0,84 0,82 -1,89 0,063Masculino 31 1,25 0,85

    Realizao Profissional Feminino 30 4,46 0,94 -0,49 0,626Masculino 31 4,58 0,95

    Tabela 2: Matriz de correlao entre variveis quantitativas e as trs dimenses de Burnout de acordo com o sexo (EE:Exausto Emocional, DE: Despersonalizao, BRP: Baixa Realizao Profissional).

    1 2 3 4 5 6 7 8 9

    1.EE 1,000 ,351 -,596** 404* -.004 ,001 -,157 ,208 ,400*2.DE ,447* 1,000 ,-388* ,-021 -,056 -,044 ,121 ,102 -,2773.BRP -,233 -,288* 1,000 -,160 ,094 ,219 ,064 ,099 -,382*4.Idade -,314 ,001 -,163 1,000 ,443* ,134 -,219 ,109 ,7025.N filhos -,245 ,166 -,001 ,610**, 1,000 -,162 -,021 -,090 ,2616.Carga Horria -,122 -,057 -,080 ,055 ,004 1,000 ,318 ,328 -,1367.Alunos / dia ,099 -,133 -,131 ,068 -,079 ,596** 1,000 ,113 -,3048.Horas trabalho casa -,166 -,134 ,130 -,159 ,098 -,085 -,182 1,000 ,0109.Tempo/ensino -,127 ,090 -,140 ,743** ,190 ,190 ,155 -,186 1,000

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    No grupo masculino, somente a varivel per-cepo de que a profisso estressante eviden-ciou associao com a dimenso de exausto emo-cional. Homens que no possuam esta percepoapresentavam maiores ndices de desgaste emo-cional quando comparados aos seus colegas queacreditavam ser a profisso fonte de estresse, con-forme demonstrado na Tabela 4.

    DISCUSSO

    O objetivo inicial desta pesquisa foi verificar se a varivelgnero estabelecia diferenas significativas nos nveis e noprocesso da Sndrome de Burnout em um grupo deprofessores de escolas da rede pblica. Os resultadosobtidos no confirmam a primeira hiptese do estudo, umavez que no foi encontrada diferena estatisticamente

    Tabela 3: Teste t de Student para comparao das mdias das dimenses de Burnout e variveis comportamentais no grupofeminino.

    Dimenses Variveis Exausto Emocional Despersonalizao Realizao Profissional

    M DP p M DP p M DP pMudar/profSim 3,54 1,45 1,03 0,91 4,17 0,88No 2,60 0,89 0,036* 0,69 0,73 0,273 4,68 0,93 0,142

    LazerSim 3,10 1,30 0,97 0,92 4,42 1,06No 2,84 1,15 0,594 0,60 0,56 0,229 4,53 0,69 0,756

    Prof.estresseSim 3,21 1,17 0,88 0,86 4,45 0,82No 1,97 1,15 0,039* 0,64 0,55 0,560 4,50 1,52 0,924

    Prof/vida pessSim 3,30 1,22 1,02 0,90 4,30 0,98No 2,43 1,10 0,071 0,48 0,47 0,900 4,78 0,78 0,184

    Trabalho/ casaSim 2,94 1,12 0,435 0,81 0,81 0,683 4,59 0,73 0,053No 3,47 2,01 1,00 0,93 3,62 1,71

    Tabela 4: Teste t de Student para comparao das mdias das dimenses de Burnout e variveis comportamentais no grupomasculino.

    Dimenses Variveis Exausto Emocional Despersonalizao Realizao Profissional

    M DP p M DP p M DP pMudar/profSim 2,48 1,11 0,939 1,50 1,04 0,205 4,42 0,98 0,495No 2,45 1,23 1,10 0,71 4,66 0,94

    LazerSim 2,52 1,06 0,575 1,25 0,79 0,876 4,45 0,95 0,170No 2,23 1,58 1,20 1,09 5,01 0,84

    Prof.estresseSim 2,07 1,10 0,006* 1,19 0,92 0,612 4,60 0,99 0,826No 3,26 0,92 1,36 0,69 4,52 0,89

    Prof/vida pess.Sim 2,31 1,01 0,391 1,03 0,70 0,078 4,64 0,79 0,644No 2,69 1,41 1,58 0,97 4,47 1,18

    Trabalho/ casaSim 2,48 1,13 0,720 1,24 0,87 0,940 4,52 0,94 0,191No 2,16 2,27 1,20 0,00 5,43 0,44

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    Psicologia Escolar e Educacional, 2003 Volume 7 Nmero 2 145-153

    significativa no que diz respeito ao gnero e as dimensesde Burnout. Esse resultado confirma os obtidos em algunsestudos brasileiros (Moura, 1997; Carlotto, 2002b; Pepe-Nakamura, 2002), indo, no entanto, de encontro aosencontrados na literatura internacional (Farber, 1991;Ferndez-Castro & colsl, 1994; Burke & cols., 1996).

    Os resultados nos remetem a considerar o que temsido levantado por Reichel e Neumann (1993). Osautores pontuam que cresce na literatura sobre o temaa idia de que o estresse e o Burnout podem terdiferentes configuraes dependendo do contextocultural, social e poltico da populao em que estudado.Segundo Moura (1997), certos aspectos da manifestaodo Burnout esto presentes em qualquer contextosociocultural, embora juntamente com as semelhanas,as manifestaes assumem por vezes contornosespecficos determinados pelas particularidades noambiente de trabalho, na organizao, bem como nosaspectos socioculturais mais amplos, presentes nasdiferentes sociedades.

    Assim, cabe destacar o que refere Codo (1999)quando afirma que mudanas ocorreram desde atradicional distino do trabalho homem-mulher, pois, oque era at pouco tempo o lugar da mulher, uma forade trabalho dedicada totalmente famlia, hoje umespao mais bem distribudo entre homens e mulheres,devido entrada da mulher no mercado de trabalho. Napercepo de Codo (1999) e Borsoi (1995), j bastante comum homens compartilharem as responsabili-dades e as preocupaes com a criao dos filhos e astarefas domsticas com as mulheres. Essa questo podeser analisada juntamente com os resultados obtidos navarivel comportamental que aborda a responsabilidadepelos cuidados domsticos, ou seja, a grande maioriados participantes do estudo, independente da varivelgnero, afirma dividir tarefas referentes organizaodomstica com outra pessoa, indicando uma maiorproximidade entre os papis desempenhados e o queera tradicionalmente conferido s mulheres.

    Outro aspecto importante que homens e mulheressentem que o trabalho fonte de realizao e gratificaopessoal no trabalho, no confirmando a primeira hiptesedo estudo. Esse resultado contraria Maslach e Jackson(1985), que referem existir uma maior intensidade deinsatisfao no trabalho entre os homens, uma vez queesta se vincula s expectativas de sucesso, competioe desenvolvimento, elementos geralmente maisidentificados com o papel masculino.

    importante destacar que, mesmo no tendo sidoidentificadas diferenas significativas entre os grupos, osresultados apontam o limite da significncia entre aexausto emocional e despersonalizao no grupofeminino. H uma leve tendncia do grupo femininoapresentar maior desgaste profissional e menor sentimentode distanciamento de sua clientela. Esse resultado podeindicar alguns resqucios histricos da profisso docentee do papel feminino neste contexto. A exausto emocionalnas mulheres pode ser associada com a idia de que estasso mais emotivas, mais envolvidas com o cuidado,alimentao e preocupao com o bem estar do prximo.A escolha da carreira docente pode estar relacionada como papel feminino em nossa cultura , em que as mulheresso vistas como mais adequadas para esta funo(Maslach & Jackson, 1985; Apple, 1995; Carvalho, 1995).Esses aspectos tambm se relacionam dimenso dedespersonalizao, uma vez que homens teriam maisdificuldade de expressar seus sentimentos, conformedestacam Maslach e Jackson (1985). Os resultados obtidosparecem confirmar estudo realizado por Pedrabissi e cols.(1993) com professores italianos e franceses, que destacaa relevncia de fatores culturais e contextuais nosresultados de Burnout.

    J a segunda hiptese da investigao, a de quevariveis demogrficas, profissionais e comportamentaisse associavam de forma diferenciada nos dois grupos,foi confirmada, pois no grupo feminino houve associaoentre a idade e o tempo de atuao profissional e aexausto emocional. Pode-se entender que medidaque a idade e o tempo de atividade profissional aumentamneste grupo, aumenta tambm o sentimento de desgaste,provavelmente devido ao maior envolvimento e cobrana social depositada ainda na professora comrelao s atribuies e ao papel docente.

    Cabe destacar que as mulheres possuem maior tempointegral na escola, contrariamente ao grupo masculino,que atua em outra escola e tambm em outra atividade,ficando menos expostos aos estressores organizacionais,conforme afirma Carlotto (2002b), ocasionando umatendncia de aumento do sentimento de baixa realizaoprofissional. Assim, identifica-se que somente no grupofeminino o pensamento de mudar de profisso relacionou-se exausto emocional, podendo este resultado serentendido como uma possvel conseqncia de Burnout.De acordo com Schwab e Iwanicki (1982), professoresapresentam tendncia em abandonar seu trabalho e suaprofisso como conseqncia da sndrome.

  • 152 Graziela Nascimento da Silva e Mary Sandra Carlotto

    J no grupo masculino no houve associao comqualquer varivel demogrfica e profissional, havendosomente com a varivel comportamental, uma vez quehomens que no reconheciam sua profisso comoestressante apresentavam maior exausto emocional.Esse resultado pode ser entendido dentro da perspectivaque aborda a despersonalizao em homens, pois, namedida em que estes expem menos seus sentimentos,tambm poderiam no reconhecer os fatores de estressena sua profisso, no impedindo, no entanto, maioressentimentos de desgaste do que seus colegas queacreditam ser esta uma profisso estressante.

    H que se ter cautela com relao aos resultadosobtidos, uma vez que estes dizem respeito a um grupoparticular, no sendo, portanto, passveis degeneralizao. O estudo aponta para a necessidade deaprofundamento dos resultados obtidos, uma vez que a

    literatura no tem sido conclusiva sobre a influncia dognero no surgimento de Burnout. Assim, sugere-se arealizao de novos estudos, com outros delineamentosem contextos diferenciados.

    O entendimento desta questo mostra-se relevante,na medida em que polticas de promoo e prevenoem sade ocupacional possam ser planejadas deacordo com as especificidades dos grupos popula-cionais, neste caso, professores e professoras.Segundo Rohlfs (1999), os papis atribudos eassumidos por homens e mulheres so importantesna explicao de seu estado de sade. Por esta razo, importante no s estudar o impacto que o estilo devida, o uso do tempo e as condies de trabalho temna sade das pessoas, mas tambm deve-se tentarevidenciar quais os pontos em que estes impactos sodesiguais segundo o gnero.

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    Recebido em: 12/03/03

    Revisado em: 03/06/03Aprovado em: 08/10/03