Burnout Em Professores Diferença e Análise de Gênero

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Contextos Clínicos, 7(1):86-93, janeiro-junho 2014 © 2014 by Unisinos - doi: 10.4013/ctc.2014.71.08 Resumo. A prossão docente é alvo de inúmeros estressores psicossociais que, quando persistentes, podem levar à Síndrome de Burnout (SB). O pre- sente estudo objetivou vericar se existe diferença entre homens e mulheres nas dimensões e pers da SB. A amostra não probabilística se constituiu de 474 professores atuantes em diferentes níveis de ensino de Porto Alegre e região metropolitana do Rio Grande do Sul, Brasil. Como instrumentos de pesquisa foram utilizados o Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo (CESQT) e um questionário para levantamento de dados sociodemográcos e laborais. Os dados foram analisados por meio da prova t de student. Evidenciou-se que participantes do sexo masculino apre- sentaram maior índice médio nas dimensões de Indolência, Culpa e Perl 2. Participantes do sexo feminino revelaram maior índice médio na dimensão de Ilusão pelo Trabalho. Os resultados do estudo apontam para a necessida- de de se considerar as diferenças de construção social de gênero no processo de adoecimento da categoria docente. Palavras-chave: Síndrome de Burnout, estresse ocupacional, gênero, profes- sores. Abstract. The teaching profession is target of numerous psychosocial stress- ors, which when persistent, can lead to Burnout Syndrome (BS). The present study aimed to determine if there are dierences between men and women in dimensions and proles of the SB. The non-probability sample consisted of 474 teachers working at dierent levels of education in Porto Alegre, met- ropolitan region of Rio Grande do Sul State, Brazil. This study used the Cues- tionario para la Evaluación del Syndrome de Quemarse por el Trabajo (CESQT) and a questionnaire to survey sociodemographic and professional data. Results obtained through Student’s t test show that male participants have higher averages in the dimension of Indolence, Guilt and Prole 2. Female partici- pants have higher averages in the dimension of Enthusiasm toward the job. The results of the study point to the need to consider the dierences in the social construction of gender in the illness process of the teaching category. Keywords: Burnout Syndrome, occupational stress, gender, teachers. Burnout em professores: diferença e análise de gênero Burnout in teachers: Difference and analysis of gender Mary Sandra Carlotto, Ana Claudia Braun, Sandra Yvonne Spiendler Rodriguez, Liciane Diehl Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Av. Ipiranga, 6681, 90619-900, Partenon, Porto Alegre, RS, Brasil. [email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

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  • Contextos Clnicos, 7(1):86-93, janeiro-junho 2014 2014 by Unisinos - doi: 10.4013/ctc.2014.71.08

    Resumo. A profi sso docente alvo de inmeros estressores psicossociais que, quando persistentes, podem levar Sndrome de Burnout (SB). O pre-sente estudo objetivou verifi car se existe diferena entre homens e mulheres nas dimenses e perfi s da SB. A amostra no probabilstica se constituiu de 474 professores atuantes em diferentes nveis de ensino de Porto Alegre e regio metropolitana do Rio Grande do Sul, Brasil. Como instrumentos de pesquisa foram utilizados o Cuestionario para la Evaluacin del Sndrome de Quemarse por el Trabajo (CESQT) e um questionrio para levantamento de dados sociodemogrfi cos e laborais. Os dados foram analisados por meio da prova t de student. Evidenciou-se que participantes do sexo masculino apre-sentaram maior ndice mdio nas dimenses de Indolncia, Culpa e Perfi l 2. Participantes do sexo feminino revelaram maior ndice mdio na dimenso de Iluso pelo Trabalho. Os resultados do estudo apontam para a necessida-de de se considerar as diferenas de construo social de gnero no processo de adoecimento da categoria docente.

    Palavras-chave: Sndrome de Burnout, estresse ocupacional, gnero, profes-sores.

    Abstract. The teaching profession is target of numerous psychosocial stress-ors, which when persistent, can lead to Burnout Syndrome (BS). The present study aimed to determine if there are di erences between men and women in dimensions and profi les of the SB. The non-probability sample consisted of 474 teachers working at di erent levels of education in Porto Alegre, met-ropolitan region of Rio Grande do Sul State, Brazil. This study used the Cues-tionario para la Evaluacin del Syndrome de Quemarse por el Trabajo (CESQT) and a questionnaire to survey sociodemographic and professional data. Results obtained through Students t test show that male participants have higher averages in the dimension of Indolence, Guilt and Profi le 2. Female partici-pants have higher averages in the dimension of Enthusiasm toward the job. The results of the study point to the need to consider the di erences in the social construction of gender in the illness process of the teaching category.

    Keywords: Burnout Syndrome, occupational stress, gender, teachers.

    Burnout em professores: diferena e anlise de gnero

    Burnout in teachers: Difference and analysis of gender

    Mary Sandra Carlotto, Ana Claudia Braun, Sandra Yvonne Spiendler Rodriguez, Liciane Diehl

    Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul. Av. Ipiranga, 6681, 90619-900, Partenon, Porto Alegre, RS, Brasil. [email protected],

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    Mary Sandra Carlotto, Ana Claudia Braun, Sandra Yvonne Spiendler Rodriguez, Liciane Diehl

    Introduo

    Transformaes ocorridas no contexto do trabalho docente, sejam de natureza organi-zacional, relacional, curricular, pedaggica ou sociopolticas, tm conduzido esse profissio-nal a um constante desafio pessoal para res-ponder s novas expectativas projetadas sobre a categoria (Cruz, 2007; Esteve, 1999; Olivei-ra e Santos, 2011). Na atualidade, assiste-se a um processo de desvalorizao da profisso docente acompanhado da expanso das suas funes com consequente aumento de estres-sores e nveis de estresse (Len, 2011; Noronha et al., 2008).

    A docncia configura-se como uma profis-so-alvo de inmeros estressores psicossociais presentes em seu contexto de trabalho, nos di-ferentes nveis de ensino (Carlotto, 2012; Gas-parini et al., 2006; Gomes et al., 2010). Alm de ministrar aulas, o professor deve atender a novas demandas, como o domnio de tecnolo-gias; abordagem de assuntos diversos, como sade, sexualidade, meio ambiente, educao no trnsito, entre outros (S.F. Dias, 2011); exe-cutar trabalhos administrativos; organizar ati-vidades extraescolares; participar de reunies pedaggicas e de coordenao, de seminrios, de conselhos de classe; e atender dificuldades individuais relativas s dificuldades de apren-dizagem de alunos (Nacarato et al., 2000). O tempo de execuo para as atividades di-minui, por conseguinte, aumentando a carga de trabalho extraclasse. O somatrio dessas demandas propicia o surgimento de efeitos negativos sobre a sade mental desse grupo ocupacional (Oliveira et al., 2012).

    A Organizao Internacional do Traba-lho (OIT, 2005) considera a atividade docente como uma das categorias de trabalho mais es-tressantes, com forte incidncia de elementos que conduzem Sndrome de Burnout (SB). Caracterizada como um fenmeno psicossocial vinculado ocorrncia de riscos no trabalho, surge como uma resposta a estressores emo-cionais e interpessoais crnicos (Gil-Monte, 2005) acometendo, principalmente, indivduos que trabalham com pessoas de forma direta, constante e emocional (Maslach, 2003).

    Segundo o modelo proposto por Gil-Monte (2005), burnout constitui-se de quatro dimen-ses: (i) Iluso pelo Trabalho, indicando o de-sejo individual para atingir metas relacionadas ao trabalho, sendo estas percebidas pelo su-jeito como atraentes e fonte de satisfao pes-soal; (ii) Desgaste Psquico, caracterizado pelo

    sentimento de exausto emocional e fsica em relao ao contato direto com pessoas que so fonte ou causadoras de problemas; (iii) Indo-lncia, evidenciada pela presena de atitudes de indiferena junto s pessoas que necessitam ser atendidas no ambiente de trabalho, assim como insensibilidade aos problemas alheios; (iv) Culpa, evidenciada pelo surgimento de cobrana e sentimento de culpabilizao so-bre o comportamento e atitudes negativas desenvolvidas no trabalho. Nesse mesmo mo-delo, o autor delimitou dois perfis de burnout, sendo eles: Perfil 1, caracterizado pela baixa Iluso pelo Trabalho e alto Desgaste Psquico e Indolncia. Refere-se ao surgimento de um conjunto de sentimentos e condutas vincula-das ao estresse laboral, que origina uma forma moderada de mal-estar, mas que no incapaci-ta o indivduo para o exerccio do seu trabalho ainda que pudesse realiz-lo de melhor forma; Perfil 2, em que h a presena das dimenses descritas no Perfil 1 acrescidas da elevao da dimenso de Culpa. Nesse perfil, encontram-se casos clnicos mais deteriorados, incluindo, alm dos sintomas mencionados, sentimentos de culpa decorrentes da cobrana social acerca do papel docente.

    Questes de gnero podem estabelecer di-ferenas significativas no processo de adoeci-mento (Arajo et al., 2006; Miranda e Lobato, 2009). Estudos que buscam entender a diferen-a na forma de adoecimento e a relao entre burnout e gnero tm se tornando cada vez mais frequentes, mas seus resultados ainda no so conclusivos (Batista et al., 2009; Carlotto, 2003; Maslach et al., 2001; Hermida e Stefani, 2011; Purvanova e Muros, 2010). Pesquisas apontam que as mulheres tm apresentado pontuaes mais elevadas na dimenso de Exausto Emo-cional; e homens, na dimenso de Desperso-nalizao (Carlotto, 2003; Norlund et al., 2010; Purvanova e Muros, 2010; Vercambre et al., 2009). Outros estudos, no entanto, no tm encontrado diferena significativa nos escores de burnout entre homens e mulheres (Moham-med, 1995; Pedrero-Prez et al., 2004; Silva e Carlotto, 2003). Quando ocorre diferena de gnero, esta pode estar relacionada a estereti-pos atribudos a determinadas profisses. Mu-lheres so frequentemente selecionadas para funes definidas como femininas (Purvanova e Muros, 2010). O papel do sexo n o processo de socializao da expresso de emoes atri-bui s mulheres maior manifestao de senti-mentos, exposio de dificuldades e aspectos relacionados diviso de responsabilidades

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    Burnout em professores: diferena e anlise de gnero

    familiares (Maslach e Jackson, 1985). Ainda que existam alguns indicadores de maior par-ticipao masculina em atividades relaciona-das aos filhos, o mesmo no ocorre em relao a tarefas domsticas. O papel desempenhado por homens, nessas tarefas, de coadjuvante em relao ao das mulheres (Jablonski, 2007).

    Estudo de metanlise sobre gnero e bur-nout, realizado por Purvanova e Muros (2010), identificou, a partir de 183 publicaes cien-tficas, formas diferenciadas de sintomas de burnout entre homens e mulheres, destacando a influncia de aspectos culturais nacionais e esteretipos de gnero relacionados ao tipo de ocupao. Os autores destacam a importncia de estudos que aprofundem essa relao na medida em que auxiliam os trabalhadores a reconhecer e identificar burnout e as especifici-dades presentes em cada uma das dimenses que o constituem em ambos os sexos. Nessa perspectiva, o presente estudo, de delinea-mento observacional, analtico, transversal, objetivou verificar possveis diferenas entre homens e mulheres nas dimenses e perfis da SB em professores.

    Mtodo

    Amostra

    A amostra no probabilstica composta por 476 professores pertencentes aos nveis de ensino infantil/fundamental (32,9%), mdio (46,5%), fundamental e mdio (6,1%) e superior (14,4%) de instituies de ensino de Porto Ale-gre (RS) e regio metropolitana. Como critrios de incluso no estudo, determinou-se que os professores deveriam estar em atividade do-cente no momento da coleta e ter ingressado na instituio h mais de 6 meses. Nesse contexto, o sexo masculino foi representado por 32,4% dos professores, enquanto que o sexo feminino correspondeu a 67,6% dos professores.

    Os professores do sexo masculino tm, em sua maioria, filhos (61,7%) e companhei-ra fixa (66%). A idade mdia desses profis-sionais de 39 anos (DP=9,50). Possuem, em mdia, 12,59 anos de docncia (DP=8,22), 8,67 anos de exerccio profissional na atual escola (DP=7,34) e 9 anos no atual nvel de ensino (DP=7,41). Atendem, diariamente, em mdia, 144 alunos (DP=132). A maioria trabalha em instituies pblicas (60,1%) e exerce suas ati-vidades docentes em uma nica instituio de ensino (55,2%). Quanto formao, 41,6% dos professores possuem formao em nvel de

    graduao; 53%, em ps-graduao; e 5,4%, em magistrio.

    Quanto ao grupo do sexo feminino, 67,3% possuem filhos, e 70,6%, um relacionamento estvel, e as professoras tm, em mdia, 40 anos (DP=9,78). Apresentam uma mdia de 14 anos de docncia (DP=9,57), de 9 anos de exer-ccio profissional na atual escola (DP=7,35) e de 9,62 anos no atual nvel de ensino (DP=7,98). Atendem a mdia de 98 alunos (DP=94) diaria-mente. A maior parte das professoras trabalha em instituies pblicas (65,8%) e realiza suas atividades docentes em uma nica instituio de ensino (67,1%). Quanto formao, 42,9% possuem nvel de graduao; 50,2%, de ps-graduao; e 6,9%, formao em magistrio.

    Instrumentos

    Para esta pesquisa, foram utilizados dois instrumentos autoaplicveis, sendo eles: (i) Questionrio elaborado especificamente para o estudo com base no referencial terico de burnout em professores para a coleta de dados sociodemogrficos (sexo, idade, relaes pes-soais, filhos, formao) e laborais (tempo de magistrio, tempo de atuao na atual escola, nmero de alunos atendidos diariamente, pre-sena de outros vnculos empregatcios, nvel de ensino atendido, tipo de vnculo com atual escola); (ii) Cuestionario para la Evaluacin del Sndrome de Quemarse por el Trabajo (CESQT), verso adaptada para o uso no Bra-sil por Gil-Monte et al. (2010). O instrumen-to conta com 20 itens que se distribuem em quatro subescalas denominadas: Iluso para o Trabalho (5 itens, alfa = 0,72); Desgaste Ps-quico (4 itens, alfa = 0,86); Indolncia (6 itens, alfa = 0,75); Culpa (5 itens, alfa = 0,79). Os itens so avaliados com uma escala tipo Li-kert de frequncia de quatro pontos (0, nun-ca, a 4, todos os dias).

    Procedimentos

    Para a coleta de dados, em todas as ins-tituies participantes, contataram-se a di-reo de cada escola e os coordenadores de cursos de graduao da universidade a fim de apresentar os objetivos da pesquisa e ob-ter autorizao e apoio para a aplicao dos instrumentos. Estes foram aplicados em reu-nio de professores juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, tendo sido recolhidos ao final do preenchimento

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    Mary Sandra Carlotto, Ana Claudia Braun, Sandra Yvonne Spiendler Rodriguez, Liciane Diehl

    em duas urnas disponibilizadas aos profes-sores, uma para o instrumento e outra para o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa atendeu aos procedimentos ticos do Conselho Nacional de Sade (Ministrio da Sade, 1997) e possui aprovao do Comit de tica em Pesquisa da Universidade Luterana do Brasil.

    O banco de dados foi digitado e analisa-do no pacote estatstico Statistical Package for the Social Sciences (SSPS) verso 17.0. Foram realizadas anlises descritivas de carter ex-ploratrio para avaliar a qualidade do banco de dados, verificando possveis erros de di-gitao, distribuio de itens, casos omissos e extremos.

    O Perfil 1 foi calculado pela mdia dos 15 itens das subescalas de Iluso no Traba-lho, Desgaste Psquico e Indolncia; e o Per-fil 2, pela mdia do Perfil 1 somada mdia da dimenso de Culpa. Para a comparao dos grupos, utilizou-se a prova t de student, adotando-se como significativo o valor de p 0,05. O tamanho do efeito foi calculado pela diferena mdia padronizada entre dois gru-pos (d de Cohen), que considera 0,2 um valor indicativo de um efeito pequeno, 0,5 um efeito mdio e 0,8 um tamanho de efeito grande (Co-hen, 1992).

    Resultados

    Resultados apresentados na Tabela 1 evi-denciam que participantes do sexo masculino possuem maior ndice mdio nas dimenses de Indolncia, Culpa e Perfil 2. Participantes do sexo feminino apresentam maior Iluso pelo Trabalho (Tabela 1). O tamanho do efeito, cal-

    culado pelo d de Cohen para os resultados sig-nificativos, variou de 0,21 a 0,28 (efeito mdio).

    Discusso

    Neste estudo, cujo objetivo foi verificar a existncia de diferena nas dimenses e perfis da SB em professores de acordo com o gnero, os resultados consideraram as implicaes dos papis e os comportamentos sociais desempe-nhados pelos participantes. A anlise norteou-se pelas diferenas encontradas na varivel sexo, considerando as desigualdades de gne-ro (Borrell e Artazcoz, 2008). Segundo Rohlfs (1999), os papis atribudos e assumidos por homens e mulheres so importantes na expli-cao de seu estado de sade. Por essa razo, foi relevante analisar o impacto que o estilo de vida, o processo de socializao e as condies de trabalho tm na sade das pessoas, para tanto, considerando quais desses pontos so desiguais segundo a perspectiva do gnero.

    Os resultados obtidos demonstram diferen-a significativa entre os grupos nas dimenses de Iluso pelo Trabalho, Indolncia, Culpa e no Perfil 2 de burnout. Participantes do sexo masculino apresentaram maior ndice mdio nas dimenses de Indolncia, Culpa e Perfil 2.

    A maior Indolncia em homens, definida por Gil-Monte (2005), como indiferena e in-sensibilidade aos problemas alheios, pode ser entendida a partir do principal estressor psi-cossocial associado a tal dimenso no contexto da educao, ou seja, as relaes interpessoais estabelecidas com alunos, equipes diretiva e tcnica, colegas, pais ou responsveis. Histori-camente, a docncia e o ato de educar tm sido entendidos como atividades prevalentemente

    Variveis Homens MulheresM DP M DP p Effect size Cohens d

    Iluso 2,82 0,85 3,00 0,80 0,027* 0,21Desgaste Psquico 1,67 0,88 1,65 0,89 0,821 0,02Indolncia 1,20 0,75 1,04 0,77 0,034* 0,21Culpa 1,35 0,681 1,13 0,81 0,005** 0,28Perfil 1 1,36 0,68 1,24 0,66 0,071 0,17Perfil 2 1,35 0,62 1,21 0,62 0,020* 0,22

    Tabela 1. Comparao de mdias das dimenses e perfis da SB de acordo com sexo.Table 1. Comparison of means of the dimensions and profiles of BS according to sex.

    Nota: (**) p

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    femininas, especialmente, por envolverem o cuidado aos outros (Arajo et al., 2006; Mallar e Capito, 2004). Alm disso, durante a infn-cia, mulheres so socializadas para profisses tradicionalmente femininas, como professora, profisso associada sensibilidade, ao afeto e solidariedade (Barros, 2008; Curado e Me-negon, 2009; Lima e Martini, 2011). Homens tendem a relutar em engajar-se em profisses que requeiram envolvimento emocional por divergirem da construo social de masculi-nidade (Caetano e Neves, 2009; Nixon, 2009). Socialmente, o homem no estimulado a de-senvolver habilidades ligadas docncia, le-vando-o a ter maior dificuldade em lidar com determinados estressores de natureza cogniti-va e emocional presentes no cotidiano docente (Gil-Monte, 2005; Zaffari et al., 2009).

    Dessa forma, pode-se pensar que homens que optam pela profisso docente acreditam no corresponder aos modelos de socializa-o que caracterizam a imagem tradicional dessa profisso, podendo desenvolver maior autocobrana quanto a esse papel e, conse-quentemente, maior dimenso de Culpa. Para Gil-Monte (2005), esse sentimento resultante de cobranas externas e sentimentos de cul-pabilizao, que podem ser vivenciados por professores quando avaliam que no esto atendendo expectativa social relacionada ao esteretipo do papel docente. Ainda, Schaufeli e Greenglass (2001) referem que homens ten-dem a apresentar elevadas expectativas pro-fissionais de sucesso, competio e desenvol-vimento, elementos comumente identificados como masculinos na cultura ocidental e que re-foram essa cobrana. Homens em ocupaes definidas como femininas so mais propensos a sentirem-se frustrados, por acreditarem no estar preparados para os desafios socialmente impostos em tais profisses (Purvanova e Mu-ros, 2010). Outra questo que pode explicar o sentimento de Culpa o novo papel que o ho-mem adquire na sociedade e em seu contexto familiar. Teykal e Rocha-Coutinho (2007) afir-mam que a cobrana social tem recado sobre os homens para que estes expressem um com-portamento mais participativo e envolvente nos relacionamentos afetivos e familiares. Por esse motivo, quando no ocorre correspon-dncia total do papel exigido do homem, este pode desenvolver sentimentos de culpa tanto em seu contexto familiar quanto no laboral.

    Resultados evidenciam maior mdia obti-da no Perfil 2 da SB em homens, perfil no qual ocorre maior prejuzo na execuo de suas ta-

    refas, aumento de ausncias de longo tempo ao trabalho e comorbidades psiquitricas. Ca-etano e Neves (2009) referem que os homens separam a vida privada da pblica, sendo ob-jetivos, autoritrios, produtivos, competitivos e racionais em seu ambiente de trabalho. Tais comportamentos podem auxiliar na compre-enso da elevao do Perfil 2 em homens, sen-do que estes tendem a utilizar estratgias de evitao e se tornam mais propensos ao des-gaste laboral e SB (Gil-Monte, 2005; Zaffari et al., 2009). Em comparao ao sexo masculino, mulheres possuem maior rede de apoio social e recursos para se proteger de estressores emo-cionais e interpessoais gerados pelo trabalho (Barros, 2008; Hermida e Stefani, 2011), o que fator de proteo SB (Burke e Greenglass, 1989). A diferena de estratgias utilizadas frente aos estressores laborais pode contribuir para a elevao do Perfil 2 no sexo masculino.

    Com relao s mulheres, os resultados evidenciaram maior Iluso pelo Trabalho, in-dicando um maior desejo individual de atingir metas relacionadas ao trabalho, percebendo-as como atraentes e fonte de satisfao pessoal (Gil-Monte, 2005). Tal resultado pode ser uma consequncia da socializao da mulher e da sua crescente insero no mercado de trabalho. Compreende-se que, enquanto os homens eram preparados para o exerccio de atividades pro-dutivas, as mulheres eram estimuladas para os cuidados dos filhos e os afazeres domsticos, tendo um papel social entrelaado e subordina-do ao cuidado e ao apoio (Bellucci, 2011). Essa representao social da mulher, a partir de sua insero no mercado de trabalho, ganha senti-do e significado no fazer docente e, como con-sequncia, assiste-se a uma forte feminizao da docncia, sendo a escolha pela formao em nvel de graduao e ps-graduao um espa-o prioritariamente explorado pelas mulheres (Barros, 2008; A.F. Dias, 2011; Silva e Ferrari, 2011). Assim, a identificao e consequente sa-tisfao pessoal das mulheres podem ocorrer por meio do reconhecimento social e pessoal do seu trabalho, servindo como agentes propulso-res de motivao e satisfao pessoal, sendo, consequentemente, um possvel entendimento para a elevao da Iluso pelo Trabalho.

    Estudos tm revelado que, apesar da sobre-carga de trabalho, a insero feminina formal no mercado pode associar-se a uma melhor sade mental, possivelmente, devido ao au-mento do oramento domstico e proteo contra o isolamento, a monotonia e o baixo sta-tus social (Ludemir, 2000). Ainda, a multiplici-

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    dade de habilidades e tendncia em executar vrias tarefas, ao mesmo tempo, no mbito domstico ocasionam considervel potencial feminino na ocupao de diferenciados cargos no mercado de trabalho (Stein, 2000), poden-do proporcionar melhores condies em li-dar com estressores ocupacionais. Ocupaes identificadas como femininas tendem a ter di-versos estressores emocionais e interpessoais (Maslach et al., 2001). Mulheres, pelo processo de socializao de gnero, desenvolvem maio-res habilidades para lidar com esses estresso-res (Purvanova e Muros, 2010) e buscam su-porte social para auxlio de dificuldades (Silva e Carlotto, 2003), aspectos que podem explicar a melhor avaliao de que o trabalho fonte de realizao profissional.

    Concluso

    Este estudo, na medida em que identificou diferenas nas dimenses e perfis de burnout em homens e mulheres, confirma a relevn-cia de se considerar a varivel sexo a partir de uma perspectiva de gnero em pesquisas que tenham como temtica o adoecimento ocu-pacional em professores, tendo em vista que os resultados obtidos ainda so controversos (Purvanova e Muros, 2010). No presente estu-do, que utiliza um modelo terico que possibi-lita identificar perfis de adoecimento, homens apresentaram mdias mais elevadas no Perfil 2, de maior comprometimento cognitivo, emo-cional e comportamental. Tal resultado vai de encontro ideia popularmente difundida de que mulheres tendem a ser mais vulnerveis a doenas ocupacionais e transtornos mentais relacionados ao trabalho, como o caso da Sndrome de Burnout (Purvanova e Muros, 2010). O estudo apresenta algumas limita-es a serem consideradas na leitura de seus resultados: a primeira o seu delineamento transversal, o que impossibilita a anlise de re-laes causais; a segunda a ser considerada o tipo de amostra no probabilstica, que invia-biliza a realizao de generalizaes; a terceira diz respeito ao carter regional da amostra in-vestigada, a qual foi selecionada de instituies localizadas em zona urbana de uma regio especfica do Brasil, consequentemente, impe-dindo a generalizao de seus resultados para outras regies; a quarta refere-se a como foram utilizadas apenas medidas de autorrelato, isso pode ocasionar algum tipo de vis em razo da desejabilidade social que algumas questes abordam. No caso particular deste estudo, por

    exemplo, podem-se citar as questes relacio-nadas com a dimenso de Indolncia, pois difcil para o docente admitir que se distancia e trata de forma impessoal seus alunos.

    Os resultados obtidos indicam a necessi-dade de aprofundamento em estudos longi-tudinais e estudos que avaliem diferenas de variveis preditoras do burnout em homens e mulheres. Em relao a possveis intervenes, sugere-se que sejam consideradas as peculiari-dades de homens e mulheres, principalmente, aquelas decorrentes dos esteretipos sociais relacionados s profisses tipificadas como femininas, como o caso da docncia. Essas, tanto em nvel de formao como no exerccio profissional, devem focalizar a docncia com base na identidade profissional que se consoli-da na ao cotidiana e no significado social da prtica docente, prtica exercida por pessoas, homens e mulheres.

    Referncias

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    Submetido: 05/05/2013Aceito: 03/10/2013