Buzz # 29 Dezembro

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Caridade apenas no final de Ano? O grupo Trapalhaços faz isso durante 365 dias para presentear crianças carentes.

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A revista Buzz é uma publicação mensal da Voz Ativa Comunicações - Diretor Geral: Mauro San Mar-tín - Diretora Comercial: Silvia Regina Evaristo Teixeira - Editor-chefe: Mauro San Martín - DRT 24.180/SP - Repórter: Mauro San Martín e Sandro Possidonio. Revisão: Renata Melo - Tiragem: 5 mil exemplares - Impressão: Jac Gráfi ca e Editora - Email: [email protected] - Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente a opinião da revista ou da editora. Não é permitida a reprodução de anúncio publicitário deste número como também das edições anteriores, exceto com autorização por escrito. POR FAVOR, RECICLE ESTA REVISTA!

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carta ao leitor

Edição 29|Ano III|Dezembro de 2012

Caridade de fi nal de ano

11 obra demoradaReforma do Fórum ainda não tem data para recomeçar

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Capa - Festa de Natal no Mato Dentro Foto: Arquivo Grupo Trapalhaços

6 trapalhaços e o NatalCriado há 7 anos, grupo distribui presentes para carentes

8 Caridade para sobreviverComo Aspad enfrenta poucas doações durante o ano

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O ano de 2012 está chegando ao fi m. É comum nesta época do ano o afl oramento da caridade nas pessoas. Resolvemos abor-dar a caridade em nossa presente edição. Conversamos com três pessoas que estão à frente da Aspad (Associação de Pais e Amigos do Down) sobre a caridade em Ja-careí. Nas páginas 8 e 9, trazemos a entre-vista com dirigentes da Aspad. É uma boa refl exão saber o que pensam pessoas que dirigem uma entidade que sobrevive a base da caridade.

É difícil até fugirmos de clichês como peru assado, Papai Noel, arroz com passas e a caridade ao escrever este texto. Não é possível admitirmos fazer algo determina-do num dia ou mês específi co. Não seria melhor agirmos do mesmo modo todos os dias?

A nossa pauta com o pessoal da Aspad foi saber o porquê da caridade apenas nos meses de dezembro. Ouvimos, entre outras respostas, a mais simples que é a presença do espírito natalino. Será?

Quem seria o culpado pela falta de sen-sibilidade das pessoas que se esquecem do próximo? Podemos apontar alguns fatores: o estresse, sempre ele, o excesso de traba-lho, e outras festas como Carnaval, Páscoa, Festa Junina, Independência, das Crianças e tantas mais.

A Aspad, outra entidade qualquer ou mesmo famílias carentes sobrevivem com extrema difi culdade enquanto poderiam sobreviver melhor se a caridade estivesse presente nos 365 dias do ano.

Tomei a liberdade de sacar um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo que diz o seguinte:

“O egoísmo é a negação da caridade. Sem caridade, não haverá descanso na so-ciedade e nem segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que se dão as mãos, haverá uma corrida para buscar o mais sagaz, luta de interesse na qual nem mesmo os laços sa-grados da família são respeitados”.

Feliz Natal aos parceiros e fontes que colaboraram com mais um ano da revista Buzz. O barco segue.

Fotos: Divulgação BuzzImagem

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RADAR O mês em revista

Saae reajusta tarifa da água e esgoto em 7,7%

A assessoria de impressa do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Jacareí in-formou que o reajuste nas tarifas de água e es-goto é de 7,728% desde dia 17 de dezembro. O aumento anual foi aplicado com base no IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) acumulado desde a última correção (anuncia-da em 1º de setembro de 2011) e será válido para todas as categorias e faixas de consumo. Com o reajuste, a tarifa residencial de água para a faixa de consumo de até 10m3, por exemplo, passará de R$ 17,58 para R$ 18,94. Na mesma faixa, a tarifa de esgoto, que era de R$ 15,82, passará a ter valor de R$ 17,05.

Edinho Guedes é eleito presidente da Câmara

O novo presidente da Câmara Municipal de Jacareí para o biênio 2013/2014 será Edinho Guedes (PMDB), o terceiro candidato mais votado nas eleições deste ano. Sua eleição ocorreu no início de novembro passado. Como a próxima legislatura da Câmara conta com maioria governista, a oposição conside-rou normal a eleição do parlamentar. A mesa diretora será composta ainda de Arildo Batis-ta (PT) como vice-presidente, Rose Gaspar (PT) como primeira secretária e o pastor Ro-gério Timóteo (PRB) como segundo secretá-rio.

Orçamento de Jacareí será de R$ 740 milhões

Os vereadores de Jacareí aprovaram o orça-mento para 2013, que será de R$740 milhões. A segunda discussão e aprovação do orça-

mento do município ocorreu na sessão de 4 de novembro. A polêmica fi cou por conta da aprovação de uma emenda que reduziu de 50% para 25% o índice de remanejamento de verba orçamentária do prefeito Hamilton Mota (PT). Um grupo de sete parlamentares propôs apenas 5% de remanejamento, mas prevaleceu a proposta da bancada de susten-tação ao prefeito petista.

Jacareí entrega mais 144 imóveis

O superintendente regional da Caixa Econô-mica Federal, Júlio Cesar Volpp, e o prefeito de Jacareí, Hamilton Mota (PT), entregaram 144 apartamentos para moradores inscritos no Programa Minha Casa, Minha Vida. Os apartamentos do residencial, que recebeu o nome de Santa Isaura, possuem área de apro-ximadamente 42,79 m2 (dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço ) e cus-taram R$ 7,6 milhões à Caixa. O valor mé-dio de cada apartamento é de R$ 52,6 mil e cada morador deverá assumir parcelas de 5% da renda familiar durante um período de dez anos. O Santa Isaura é o quinto conjunto ha-bitacional entregue em Jacareí. Desde 2009, a cidade já recebeu 912 imóveis, benefi ciando 513 famílias residentes em área de risco.

Câmara aprovou mudanças no Plano Diretor

Por onze votos favoráveis, um contrário e uma ausência, os vereadores de Jacareí apro-varam 18 alterações no Plano Diretor da ci-dade. A Prefeitura de Jacareí informa que as mudanças possibilitarão a expansão urbana e criarão condições para chegada de novas

empresas como a montadora Chery. As zonas norte, leste e oeste fi carão mais fl exíveis para urbanização, informa a prefeitura. O vereador Dario Burro (DEM) foi o único que votou contra o projeto de lei. A Promotoria do Meio Ambiente de Jacareí investiga eventuais im-pactos das novas mudanças no Plano Diretor nas áreas de várzea, principalmente na região do Jardim Jacinto.

Fiscalização redobrada no Natal

A diretoria de Fiscalização da Secretaria de Planejamento intensifi ca o trabalho de fi scali-zação no comércio e com ambulantes devido ao crescimento do movimento para as com-pras de Natal. Os fi scais trabalharão em um regime diferenciado, com horário estendido até as 22h00, todos os dias da semana. O con-sumidor pode fazer reclamações acionando a Fiscalização pelo telefone 3955-1918 e o Procon pelo 3955-2500, ou ainda registrar a denúncia no 0800-16-3010.

Campanha supera expectativa

Encerrada no dia 1º de dezembro, com fes-ta no Parque da Cidade, a Campanha Fique Sabendo superou as expectativas em Jaca-reí. De acordo com Andrea Inocêncio, co-ordenadora do Programa Municipal DST/Aids desenvolvido pela Secretaria de Saú-de de Jacareí, a meta era que fossem reali-zados 2.500 testes para a identifi cação do HIV/AIDS, mas durante o período da cam-panha (22 de novembro a 1º de dezembro) foram feitos 3.197 testes.

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vai bem

vai indo

vai mal

Jacareí fi cou em 85ª colocação entre as ci-dades mais desenvolvidas do Brasil, segun-do pesquisa realizada pelo sistema Firjan (Federação das Industrias do Rio de Janei-ro). Jacareí e outras três cidades da Região Metropolitana do Vale e Litoral Norte estão entre as 100 cidades com maior Índice de Desenvolvimento Municipal. Jacareí subiu 16 posições em relação à edição anterior do ranking. A pesquisa considerou emprego e renda, educação e saúde, com informações estatísticas do Ministério do Trabalho, Saú-de e Educação.

MELHORANDO NO RANQUING

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11 anos de Lian GongOs praticantes de Lian Gong, em Jacareí, comemoraram 11 anos da implantação des-sa tradicional prática corporal de origem chinesa. O evento ocorreu no Parque da Cidade no dia 23 de novembro, com bas-tante informações sobre os benefícios que a ginástica terapêutica chinesa traz para a saúde. Os interessados podem participar das aulas nos parques, no Educamais do Parque Santo Antonio, Praça do Jardim Siesta e Viva Vida. Os praticantes recebem orientações dos professores de educação fí-sica da Secretaria de Esportes e Recreação.

Os moradores do Jardim Esper estão preo-cupados com situação do Córrego do Turi, no trecho entre as ruas Mariana e Santa Ce-cília. O mecânico Cícero Barroso disse que na próxima chuva forte o muro de proteção da Rua Minas Gerais poderá cair no cór-rego. Ele mostrou à reportagem da Buzz a calçada trincada. O trecho do córrego entre as ruas Mariana e Santa Cecília também está tomado pelo mato e outros detritos. Ainda segundo Barroso, a Prefeitura de Jacareí fez um remendo na calçada, mas o conserto não resolveu.

Situação do córrego preocupa

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Natalna roça

Grupo Amigos Trapalhaços arrecada recursos durante o ano para promover festa para crianças carentes no Natal

O bairro do Lambari, em Jacareí, fica a aproximadamente 10 quilômetros distante do centro. O local é lembrado apenas nos períodos de eleição, lamenta a líder comu-nitária Eliana Aparecida da Silva. Há dois anos morando no local, ela ajuda os mora-dores em tudo o que pode, como primei-ros-socorros e condução para hospitais e mercados. Entretanto, a história desse lon-gínquo bairro da zona rural jacareiense terá pelo menos um dia para jamais esquecer. A trupe Trapalhaços realizará um grande almoço e distribuirá brinquedos no dia 22 de dezembro para mais de 100 crianças do Lambari.

Segundo Eliana, os moradores sobrevi-vem da agricultura e de pequenos “bicos” na construção civil. Há pelo menos 500 pessoas residindo naquele local. As crian-ças estudam no centro porque não há esco-las próximas. Um ônibus da Prefeitura de Jacareí leva e traz os estudantes, mas nos dias chuvosos o local fica intransitável e todos ficam sem aula. Outra dificuldade do Lambari é o transporte regular. Os mora-dores descem no Nova Jacareí e caminham até o local, pois o circular não chega até o Festa para crianças do bairro Pinheirinho

Arquivo Grupo Trapalhaços

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grande festa aos necessitados.A festa de Natal no bairro Lambari terá

uma viola toda caracterizada para alegria das crianças. O evento deverá começar por volta das 7h00 do dia 22 de dezembro, quando começam os preparativos. O lo-cal será enfeitado para as brincadeiras dos palhaços. Em seguida, ocorrerá o almoço para toda a comunidade. Depois, haverá

distribuição dos presentes de Natal. Duran-te todo o dia, as crianças ganharão algodão doce, pipoca e refrigerante.

O destino do Trapalhaços muda a cada ano, e um novo bairro é escolhido para receber a alegria dos palhaços no Dia das Crianças ou Natal. Eles acreditam que po-dem mudar, ao menos por um dia, a vida de crianças carentes e esquecidas.

bairro. O trecho tem cerca de cinco quilô-metros.

Roça - Um dos coordenadores do Tra-palhaços, Benedito Dimas Fernandes, co-menta que é muito fácil fazer um evento no centro da cidade, mas poucos se dão conta também da necessidade dos bairros da zona rural. Nos últimos dois anos, eles fizeram uma festa para as crianças do bairro do Mato Dentro, na Igreja Santa Filomena.

O coordenador do Trapalhaços ressal-ta que não há nada que pague o sorriso do rosto de uma criança. “Elas são verdadei-ras”. Além do Mato Dentro, o Trapalhaços realizou festas no Rio Comprido, Pinheiri-nho, Varadouro, duas vezes no Parque dos Príncipes e outras duas com a Pastoral da Criança da Cidade Salvador em sete anos de atividades.

O grupo reúne cinco amigos que prati-cam esportes na quadra de Futebol Society do Parque dos Príncipes. Segundo Fernan-des, eles passam o ano recolhendo doações com comerciantes para fazer a festa em dezembro. Comerciantes de toda a cidade participam assinando um “livro de ouro”. Fernandes trabalhou muitos anos no co-mércio e conhece várias pessoas a quem recorre para ajudar os mais carentes.

A situação das crianças do Lamba-ri chegou ao Trapalhaços através de uma amiga de Eliana. Eles não tiveram dúvidas e escolheram o bairro rural para promover mais uma festa de Natal. Coordenador do grupo, ele diz que apenas “corre atrás” das coisas para a realização da festa. Segundo Fernandes, todos trabalham para fazer uma

A festa de Natal no bairro Lambari terá um viola decorada

Arquivo Grupo Trapalhaços

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8 Buzz - Dezembro de 2012

Entrevista |Luciano Pereira, Amanda Santos Garcia e Sidney Aparecido Rosa de Moraes

Buzz – Qual é sua função na Aspad?Luciano Batista Pereira – Fui presidente

por quatro anos. Pegamos a entidade no fundo do poço. Tínhamos dívidas com funcionários, governo federal, entre outros. Aos poucos sa-namos esses problemas e resgatamos a credi-bilidade que havia sido perdida em função de outra gestão que perdurou por 17 anos. Quando assumi, sabia das difi culdades, que havia ain-da pouca vontade dos funcionários. Propus um pacto com todos. Isso possibilitou sanar os pro-blemas. Daí, apareceu uma luz no fi m do túnel. (Nota da redação – Pereira deixou a direção da entidade e tem seu fi lho, Igor Otávio Pereira, de 15 anos, como um dos assistidos desde os oito

A Aspad existe há 30 anos em Jacareí e sobrevive dos convênios e das festas que promove para comple-mentar o orçamento. Como administrar uma entidade que depende da caridade os 365 dias no ano?

“Há meses que não recebemos nenhuma doação em dinheiro”.

Luciano Pereira: “Pegamos a entidade no fundo do poço”.

Amanda Garcia: “convênios ajudam bastante, mas não arcam com todas as despesas”.

Sidney Moraes: “O Natal toca o coração das pessoas e nos faz mais solidários”.

Todo fi nal de ano é a mesma coisa. Peru, show do Roberto Carlos na televisão e a caridade. A entrevista a seguir é uma maneira de mostrar que precisamos pensar no próximo todos os meses do ano. Leva-mos este questionamento para três pessoas da Aspad (Associação de Pais e Amigos do Down), uma entidade jacareiense que

atende por volta de 70 pessoas. Eles fala-ram ainda da história da entidade e como se manteve nesses 30 anos.

Os atuais diretores explicaram como ti-raram a Aspad das difi culdades fi nanceiras em que se encontrava e a ainda como res-gataram a credibilidade perdida por uma gestão incapaz que perdurou por mais de

17 anos. A seguir, confi ra entrevista com o fun-

cionário público Luciano Batista Pereira, 55 anos, presidente da Aspad por quatro anos e com fi lho na entidade, a gerente administrativa Amanda Santos Garcia, 26 anos, e o atual vice-presidente Sidney Apa-recido Rosa de Moraes, 46 anos.

meses de idade).Buzz – E, hoje, como se encontra a Aspad? Sidney Aparecido Rosa de Moraes – A situ-

ação requer cuidados, mas o trabalho maior já foi feito. Apertando daqui e dali, nos mantemos. Penamos o ano todo para conseguir recursos su-fi cientes para manter os profi ssionais. Somente as subvenções que recebemos não são sufi cien-tes para manter tudo.

Amanda Santos Garcia – Temos convênios com a prefeitura e o governo federal que ajudam bastante, mas esses recursos não arcam com to-das as despesas. A subvenção municipal, por exemplo, é para apenas 11 parcelas. Trabalha-mos ao longo do ano para arrecadar fundos para

arcar com despesas, como salários de janeiro, encargos, 13º salários e férias. Isso é a nossa contrapartida.

Buzz – Quantos profi ssionais trabalham na As-pad?

Amanda – Temos uma média de 28 profi s-sionais, dos mais variados setores, como saúde, cozinha, área educacional e serviços gerais. Além disso, há os prestadores de serviços even-tuais. Temos uma média de 60 a 70 assistidos. Temos projetos para buscar novos assistidos em 2013.

Pereira – Atendemos pessoas desde o nas-cimento. Queremos uma qualidade de vida me-lhor para os portadores da Síndrome de Down.

BuzzImagens

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Dezembro de 2012 - Buzz 9

Buzz – Como começou a Aspad?Pereira – A Aspad começou na Vila Formo-

sa há 30 anos. Ela foi fundada por um grupo de pais e amigos. Em dezembro de 1998, ocorreu uma grande enchente e se perdeu quase tudo da entidade. E, como esse prédio (no Jardim do Vale), encontrava-se vazio, o prefeito da época falou com o Estado e, a Aspad desde janeiro de 1999, está nesse local. O prédio é antigo. O nosso problema com relação ao prédio é o do-cumento de concessão do imóvel que ainda não temos. Tentei resolver isso. Falamos com o pre-feito e deputados. A cessão do documento fi cou parada em algum lugar. É nosso grande entrave. Não permite buscarmos recursos. As empresas temem investir num prédio que não pertence à entidade.

Buzz – Como pai de um portador da Síndrome de Down, você sente que ainda existe preconceitos com os portadores de defi ciência de maneira geral?

Pereira – Hoje, as pessoas aceitam mais. Antes, eles eram chamados de mongol, china, japa, mas hoje são encarados como especiais. Os tratamentos evoluíram muito e isso facilita a vida dos portadores de Down. Eles conseguem assimilar o tratamento. Há portadores casados e donos de empresas. Eles já estão reintegra-dos à sociedade. Eles (os portadores de Down) precisam de estímulos. As famílias atualmente conhecem melhor o assunto e ajudam no trata-mento. Eles precisam somente de uma atenção especial porque a educação é como a de qual-quer outra criança.

Buzz – Como são as doações para a entidade?Pereira – Recebemos doações de alimentos

e recursos para projetos específi cos. Há ainda a Gincana da Solidariedade (da TV Vanguarda) que ajuda e poucos padrinhos que doam sem compromisso. A Aspad precisa de colaborado-res fi xos. Fazemos muitos bingos, rifas e apro-veitamos ainda a festa junina.

Moraes – Implantamos o telemarketing que nos ajudará bastante. As doações não atingem nem 5% daquilo que necessitamos para manter a entidade.

Buzz – Se não existisse uma entidade como a Aspad, como fi caria a situação dos portadores da Síndrome de Down na cidade?

Pereira – Os assistidos fi cariam em casa e estudariam numa escola regular através do pro-cesso de inclusão de portadores de defi ciência. Meu fi lho, por exemplo, não se adaptou na esco-la regular. Não haveria uma estrutura para aten-dê-los como a Aspad fornece. Eles são superati-vos e precisam de atividades. Eles não fi cam por muito tempo dentro de uma sala de aula. Eles têm uma qualidade de vida ótima aqui.

Moraes – Até o simples fato de eles se des-locarem até a entidade já é um processo de in-clusão. Se não houvesse a Aspad, eles provavel-mente fi cariam dentro de um quarto assistindo

televisão o dia inteiro.Buzz – Há meses em que não há doações?Moraes – Pelo nosso telemarqueting, que

funciona há oito meses, o fi nal do ano é o me-lhor período. Em outros meses, é pouco. Cabe a nós também divulgar a entidade para buscar recursos.

Pereira – Aqui, as doações fi nanceiras são poucas. Sempre há alguma coisa, mas são pou-cas. Temos alguns padrinhos há uns quatro anos que trazem presentes. Há ainda a festa da Pás-coa, tudo é voltado para os assistidos. Doação de dinheiro é pouco. O Judiciário também nos ajuda com penas dos condenados que são trans-formadas em serviço voluntário ou mesmo di-nheiro. É pouco também e não é nada regular.

Amanda – Em dinheiro, não chega a nem R$ 200,00 por mês, principalmente no início do ano. Há mês que não recebemos nenhuma doa-ção em dinheiro.

Buzz – Como é o trabalho voluntário na Aspad?Moraes – Nossa equipe é formada por fun-

cionários e voluntários, inclusive toda nossa di-retoria é voluntária. Temos por volta de dez a 15 pessoas que nos ajudam em várias áreas.

Buzz – Qual é a opinião de vocês com relação à lei que determina a contratação de portadores de defi ciência por empresa a partir de 100 funcioná-rios?

Moraes – Acho boa. Uma forma de colocá-los na sociedade. Deu certo. Os companheiros os respeitam como colegas defi cientes. Temos portadores de Down que podem ir para o mer-cado. O problema maior é com os pais que não deixam os fi lhos fi carem longe. Temos porta-dores de Down totalmente independentes. A superproteção dos pais é normal, mas com os portadores do Down é ainda maior. A entidade precisa quebrar esse elo para facilitar a vida de nossos assistidos. Isso é uma das nossas preo-cupações.

Amanda – Teve um caso na Aspad de uma assistida que foi trabalhar num supermercado e não quis fi car porque a mãe não podia fi car com ela. Acho que precisa partir dos pais essa inser-ção no mercado de trabalho.

Pereira – O portador de Down é muito liga-do à mãe. Meu fi lho é assim.

Buzz – Dezembro é o mês em que se recebe mais doações?

Pereira – Aumento de doação material, mas nada em espécie.

Moraes – Todas as doações são materiais. Vivemos com doação de bens, mas nossas ne-cessidades são diversas.

Buzz – Qual é o perfi l do doador da Aspad?Moraes – Órgãos públicos federais, muni-

cipais, pais, profi ssionais liberais e amigos pró-ximos.

Buzz – Qual é hoje a imagem da Aspad?Pereira – Melhorou bastante. Éramos barra-

dos nos órgãos públicos. Depois das mudanças, começou a melhorar dentro dos órgãos públicos e ainda na visão do munícipe. O conceito é mui-to bom e precisamos de mais divulgação.

Amanda – Acho que está bem perante a so-ciedade e órgãos públicos devido à nossa trans-parência. Não há nada para se duvidar. Aqui é aberto a todos. O nosso teatro ajuda a divulgar. A Aspad está num momento bom.

Moraes – Temos pessoas sérias e focadas no que estão fazendo. Estamos abertos aos visitan-tes. Quem doa quer saber para aonde o dinheiro vai.

Buzz – Qual seria a situação ideal de doação para a Aspad?

Moraes – Precisaríamos de empresa patroci-nando nossas atividades. Nós não conseguimos fazer um projeto que atenda a todas as nossas necessidades. As verbas em espécie iriam para projetos em que não temos fi nanciamentos.

Amanda – Os convênios arcam com 42% e nós arcamos com 58% (contrapartida).

Pereira – A prefeitura só pode colaborar com a gente 42%. Nesses 58%, temos que pagar a clínica, pessoal da barraca do bolinho caipira, manutenção do prédio, combustível, telefone, energia e encargos. A gente se vira. A gente se vira com a barraca do bolinho na praça, as festas e alugamos a piscina. Se tivesse o documento de propriedade do imóvel, iríamos bater nas portas das fábricas. A primeira coisa que eles pedem é o documento do imóvel para poder ajudar. O que a gente não tem. A diretoria da época não fi rmou esse convênio quando ocorreu a mudan-ça.

Buzz – Por que as pessoas fazem caridade com mais frequência no Natal?

Pereira – Acho que é o espírito natalino. As pessoas trabalham o ano inteiro e guardam tudo para o fi nal. A data é mais chamativa.

Amanda – As pessoas fi cam mais sensíveis, mais solidárias e fazem o que, infelizmente, não fazem o ano inteiro. Pensam em tudo o que ocorreu e querem fazer algo para cumprir a par-te de cada um. É um lado religioso que mexe com todos. Infelizmente, é costume. No Natal, todos são mais solidários.

Moraes – Tem o lado fi nanceiro, da maioria dos trabalhadores ganharem o 13º salário no fi -nal do ano. Junta o espírito natalino e as condi-ções fi nanceiras favoráveis desse mês específi co e daí ocorrem mais doações.

A conversa com o Luciano, a Aman-da e o Sidney continua no site. Acesse www.revistabuzz.com

e con� ra!

WWW.REVISTABUZZ.COM

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Coral da Matriz laNça CdUma boa opção de presente para esse Natal é o CD Imaculada gra-vado pelo coral da Igreja Matriz Imaculada Conceição, de Jacareí, e lançado em novembro passado. É um presente bacana e ajuda o coral a custear a produção. O CD possui 13 canções e tem uma música escrita especialmente pelo padre Pedro Graciano Júnior, o padre Pedrinho, “Teu povo de fé”. O CD está à venda na secretária da igreja por R$10,00 ou CD mais camiseta da festa por R$ 25,00. O site www.onerpm.com também comercializa o lançamento, po-rém com preço maior – R$12,99.

Capa do CD lançado pelo coral

Reprodução

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Enquanto obra não sai do esqueleto, advogados e a população enfrentam a precariedade do prédio atual

retoMadaincerta

Após uma paralisação de quase dois anos, a retomada da obra do Fórum de Jacareí ainda está indefinida pelo governo estadual

A realização de um laudo estrutural é exi-gência da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania para retomada da reforma e amplia-ção do Fórum de Jacareí, segundo informou sua assessoria de Comunicação. Além disso, as partes envolvidas na obra, governo estadual e municipal, buscam entendimento técnico e le-gal. Não foi informado à Buzz data para reinicio dos serviços.

A reforma e ampliação do Fórum está pa-rada desde 31 de dezembro de 2010 quando o governo estadual rompeu o convênio. Segundo a assessoria da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, a empresa contratada pela Prefei-

tura de Jacareí não estava cumprindo seu crono-grama de obra, tendo realizado apenas 20% da mesma em 24 meses de obra. O prazo de exe-cução original estava previsto para 12 meses. A prefeitura alegou à época que “as obras eram de exclusiva responsabilidade do Estado”. O valor da obra era estimado em R$ 5,6 milhões, porém esse número aumentará devido a valores refe-rentes à recuperação estrutural, que serão apon-tados em projeto a ser realizado por empresa especializada.

O vereador e advogado Edinho Guedes (PMDB) questionou a paralisação da obra de ampliação do Fórum de Jacareí. Ele protocolou um requerimento no Governo do Estado pedin-do informações sobre a obra.

Novela - A reforma e ampliação do Fórum de Jacareí começou em 2008 e tinha previsão de ser executada em 12 meses - até dezembro de 2009. Relatório da CPOS (Companhia Paulis-ta de Obras e Serviços) feito em maio de 2010 indicou uma série de problemas na execução do projeto. Entre elas, estavam falhas na fixação de pré-moldados da estrutura, pilares tortos, ferra-gens oxidadas e problemas com parafusos.

Foto: Divulgação

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12 Buzz - Dezembro de 2012

PARCERIA ENTRE MP E CORREIOSAs férias são oportunidades únicas para

passear e recarregar as baterias para mais um ano. Quem não pode ir para longe, uma opção interessante é o programa “Descubra Jacareí”, idealizado pela Secretaria Muni-cipal de Desenvolvimento Econômico em parceria com a Fundação Cultural de Jaca-rehy.

Há passeios para os moradores conhe-cerem empresas da cidade como: Ahls-trom, Heineken, Danil Maquetes, Fibria, Gates, Lavanderia Industrial, Latapack, Latecoere, Lupatech, Rhodia, Dow, Whi-te Martins, JTU, Rexam, Betunel, CBCE, Wana Química, Cipolatti, Incubadora de

Empresas e Ambev. Os roteiros cultural e ambiental in-

cluem visitas ao Aterro Sanitário, Mercado Municipal, Viveiro Municipal, MAV (Mu-seu de Antropologia do Vale do Paraíba), Sala Mário Lago, Parque da Cidade, Vivei-ro da Fibria, NEA - Núcleo de Educação Ambiental da Fibria, Biblioteca Municipal e Parque dos Eucaliptos.

E o roteiros religioso é feito nas capelas Santa Rita, Santa Filomena e Nossa Senho-ra da Estrela.

Segundo a Prefeitura de Jacareí, foram realizados 77 roteiros com participação de mais de 1.000 pessoas em 2012.

roteiroS de PaSSeioS Para aS FÉriaS

A assessoria de imprensa dos Correios recebeu apenas no dia 11 de dezembro ofício da Promotoria de Justiça de Ja-careí, que se colocou à disposição para receber periodicamente listagem de do-cumentos do setor de achados/perdidos, disponibilizados na agência dos Correios de Jacareí. Segundo o documento, o MP comprometeu-se a contatar os interessa-dos, informando-os da disponibilidade dos documentos na agência. A proposta apre-sentada pelo Ministério Público de Jaca-reí está sendo analisada pelos Correios.

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14 Buzz - Dezembro de 2012

Diretoras do Colégio Vida Em Cores, Renata e Alessandra Colégio Vida Em Cores: José Luiz e Alessandra, Renata e Fábio

Formatura no Colégio Vida Em Cores Formatura no Colégio Vida Em Cores

Entrega do título Empresa CidadãDiplomação do prefeito, vice-prefeito e vereadores eleitos

Fotos: Divulgação

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MELHORES DO ANO 2012

Nosso principal atleta, Rubens Valeriano, foi esco-lhido o melhor ciclista de Mountain Bike com con-quistas como o Campeonato Brasileiro de MTB-XC, a participação como representante do Brasil nas Olimpíadas de Londres, além de ter sido campeão dos Jogos Abertos do Interior 2012.

João Viana Filho, nosso multi-atleta, foi es-colhido o melhor atleta de Duathlon Masculi-no tendo conquistado o Campeonato Paulista de Duathlon na categoria 35-39 anos, a Copa Bragantina de Sprint Duathlon, além de diver-sas participações em provas pedestres e de ciclismo.

E Larissa Castelari, de 16 anos, nossa super-menina, foi escolhida a melhor atleta de dua-thlon feminino, sendo a líder do Circuito Vale-paraibano e campeã na categoria 16-25 anos e conquistou medalha de bronze nos Jogos Abertos do Interior 2012, no bicicross feminino.

E todas as quartas-feiras, com saída do Parque da Cidade ás 19h30, temos os Passeios Urbanos, uma volta pelo centro de Jacareí passando pelos bairros vizinhos, um pedal leve e descontraído onde todos andam juntos.

Tivemos a última etapa do Campeonato Jacareiense de MTB 2012, realizado no bairro do Pagador Andra-de, com a presença de atletas de todo o Vale do Para-íba, Região Bragantina e Sul de Minas. A prova, uma parceria entre o Clube Jacareí de Ciclismo e a Pre-feitura de Jacareí, ocorreu em um circuito de 24 km, com duas voltas totalizando 48 km de muito esforço e poeira. O atleta Hugo Leonardo Ribeiro foi o gran-de campeão geral. Com o enorme sucesso de 2012, já está sendo preparada a edição de 2013, que será parte de um campeonato que abrangerá toda a região.

A Marques Bike junto ao Clube Jacareí de Ciclismo promoverá no dia 26 de dezembro o último Pedal Rural Noturno de 2012, um passeio pelas estradas de terra no entorno da cidade que reúne os entusiastas, atletas de ciclismo e cicloturistas. Com saída do Parque da Cidade, às 19h30, em direção à Estrada do Campo Grande.

A Marques Bike está com condições de pa-gamento imperdíveis em dezembro, com descontos de 10% até parcelamentos em 12 vezes sem juros para pagar seu novo equipa-mento. A loja está com linha completa das marcas Merida, Scott e Caloi, que acabou de fechar parceria com a Marques Bike. Há modelos consagrados como a Caloi 10, a Ca-loi 300 e a Caloi SK. Visite o site e conheça a loja virtual: WWW.MARQUESBIKE.COM.BR com produtos e informações da sua nova bike.

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