Cabala

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  • Cabala

    Origem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

    Nota: Para outros significados, veja Camarilha.

    A Cabala (em hebraico: , literalmente "receber/tradio") um sistema mstico,

    escola de pensamento, disciplina e mtodo esotrico, que se originou do judasmo,

    durante a Idade Mdia. A Cabala se baseia no Tanakh (Bblia judaica), mas inspira-se

    no platonismo e em diversas outras tradies filosficas. Suas principais referncias

    escritas so oZohar, a rvore da Vida, o Talmude dos 10 Sefirot e o Sfer Yetzir.

    O nome Cabala por vezes romanizado como Kabala, Kabalah, Kabbala, Kabbalah, Qabbl e diversas outras formas. Transliteraes diferentes vezes denotamtradies alternativas (judaica, crist, ocultista) ou esforos para reproduzir a pronncia correta em hebraico.1

    A Cabala visa conhecer Deus (D'us) e o Universo. Seus seguidores acreditam que ela

    surgiu como uma revelao, reservada apenas a alguns privilegiados, explicando a

    relao entre o Ain Soph ( o ilimitado, imutvel, eterno e misterioso) e o Universo mortal e

    finito (criao de Deus).

    Grande parte das formas de Cabala ensina que cada letra, palavra, nmero e acento

    das escrituras sagradas contm um sentido escondido e prope mtodos de interpretao

    para identificar esses significados ocultos.

    JudasmoMovimentos[Expandir]Filosofia[Expandir]Textos[Expandir]Lei[Expandir]Cidades Sagradas[Expandir]Lugares[Expandir]Lderes[Expandir]Sbios rabnicos[Expandir]Cargos religiosos[Expandir]Cultura[Expandir]Educao[Expandir]Artigos religiosos[Expandir]Oraes[Expandir]Relaes com outras religies[Expandir]

  • Tpicos relacionados[Expandir] Categoria Portal

    v e

    As definies da Cabala variam de acordo com a tradio e objetivos daqueles que lhe seguem,2 desde sua origem como parte integrante do judasmo e posteriormente a cabala crist e adaptaes sincrticas ocultistas. Embora seus conceitos sejam muito usados por algumas tradies religiosas, no uma religio em si, mas define os fundamentos de uma interpretao religiosa mstica. A Cabala procura definir a natureza do universo e do ser humano, a natureza e o propsito da existncia, e diversas outras questes ontolgicas. Tambm apresenta mtodos para auxiliar a compreenso desses conceitos e, assim, atingir a realizao espiritual.

    A Cabala originalmente se desenvolveu dentro do domnio do pensamento judaico, e os cabalistas costumam usar fontes judaicas clssicas para explicar e demonstrar os seus ensinamentos esotricos. Esses ensinamentos so mantidos pelos seguidores do judasmo para definir o significado interno tanto da Bblia hebraica, da literatura rabnica tradicional e de sua transmisso oral, bem como para explicar o significado das observncias religiosas judaicas.3

    Os praticantes tradicionais da Cabala acreditam que suas origens antecedem as religies do mundo, formando o modelo primordial para filosofias de criao, as religies, as cincias, a arte, e os sistemas polticos.4

    Histria[editar | editar cdigo-fonte]Origem e Evoluo[editar | editar cdigo-fonte]

    Cabalista e a rvore da Vida.

    Historicamente, a Cabala surgiu depois de formas anteriores de misticismo judaico, nos sculos XII e XIII, no sul da Frana e da Espanha, tornando-se reinterpretadas no renascimento mstico judeu da Palestina otomana, no sculo XVI. Foi popularizada na forma de judasmo hassdico do sculo XVIII em diante.

    De acordo com o entendimento tradicional, a Cabala surgiu num passado remoto, como uma revelao para os justos (tzadikim), tendo sido preservada apenas por uns poucos privilegiados.

    As formas mais antigas de misticismo judaico consistiam de doutrinas empricas. Mais tarde, sob a

  • influncia das filosofias neoplatnica eneopitagrica, assumiram um carter especulativo. Estudiosos modernos identificaram vrias irmandades msticas que funcionavam naEuropa medieval, a partir do sculo XII. Algumas eram verdadeiramente esotricas, mantendo-se em grande parte annimas, e se desenvolveram especialmente com base nos textos msticos Sfer Yetzir (Livro da Formao), onde se defende a ideia de que o mundo a emanao de Deus, e Sfer HaBahir (Livro da Iluminao).

    A Cabala transformou-se em objeto de estudo sistemtico dos "eleitos", ou baale ha-kabbalah ( "possuidores ou mestres da Cabala "). Os estudantes da Cabala tornaram-se mais tarde conhecidos como maskilim ( "iniciados"). Do sculo XIII em diante, ramificou-se em extensa literatura, em paralelo com o desenvolvimento do Talmude.

    Alguns historiadores de religio afirmam que devemos limitar o uso do termo Cabala apenas ao sistema mstico e religioso que apareceu depois do sculo XII e usam outros termos para referir-se aossistemas esotricos-msticos judeus anteriores. Outros estudiosos veem esta distino como sendo arbitrria. Neste ponto de vista, a Cabala ps sculo XII vista como a fase seguinte numa linha contnua de desenvolvimento que surgiu dos mesmos elementos e razes. Desta forma, estes estudiosos sentem que apropriado o uso do termo Cabala para referir-se ao misticismo judeu desde o primeiro sculo da Era Comum. O judasmo ortodoxo discorda de ambas estas opinies, assim comorejeita a ideia de que a Cabala causou mudanas ou desenvolvimento histrico significativo.

    Desde o final do sculo XIX, com o desenvolvimento do estudo da cultura judaica, a Cabala tambm tem sido estudada como um sistema racional de compreenso do mundo, mais que um sistema mstico. Um pioneiro desta abordagem foi Lazar Gulkowitsch.

    O interesse do sculo XX pela Cabala, incluindo os esforos de investigao acadmica sobre o assunto, tem inspirado os movimentos de renovao judaica e contribudo para o desenvolvimento da espiritualidade contempornea no-judaica.

    O Zohar[editar | editar cdigo-fonte]

    O texto mais importante da Cabala o Zohar ( "Esplendor"), elabora sobre boa parte do material encontrado no Sfer Yetzir e no Sfer HaBahir. Obra cabalstica por excelncia, trata-se de um comentrio esotrico e mstico sobre a Tor (o Pentateuco do Antigo Testamento), escrito em aramaico. A tradio ortodoxa judaica afirma que o Zohar foi escrito pelo rabino Shimon Bar Yohai durante o sculo II. No sculo XII, um judeu espanhol chamado Moiss de Leon declarou ter descoberto o texto do Zohar que foi ento publicado e distribudo por todo o mundo judeu. Gershom Scholem, um clebre historiador e estudante da Cabala, sustentou que o prprio de Leon teria sido o autor do Zohar. Dentre seus argumentos, um que o texto utiliza a gramtica e estruturas frasais da lngua espanhola do sculo XII; outro que o autor no tinha um conhecimento exato de Israel.

    O Zohar registra o ciclo de morte e renascimento chamado gilgul, ("roda" ou "transformaes"), ensinando que cada reencarnao uma misso especial que inclui lies a se aprender, ordens a serem cumpridas e feitos a serem executados, para equilibrar erros cometidos em existncias anteriores. O propsito mais importante do gilgul a purificao da alma e sua libertao do ciclo de vidas terrenas5 6 .

  • Conceitos[editar | editar cdigo-fonte]

    Alma humana[editar | editar cdigo-fonte]

    O Zohar prope que a alma humana possui trs elementos, nefesh, ru'ach, e neshamah. O nefesh encontrado em todos os seres humanos e entra no corpo fsico durante o nascimento; a fonte da natureza fsica e psicolgica do indivduo. As outras duas partes da alma no so implantadas durante o nascimento, mas criadas lentamente com o passar do tempo. Seu desenvolvimento depende das aes e crenas do indivduo. Elas s existiriam por completo em pessoas espiritualmente despertas.

    Uma forma comum de explicar as trs partes da alma como mostrado a seguir:

    Nefesh - A parte inferior ou animal da alma. Est associada aos instintos e desejos corporais.Ruach - A alma mediana, o esprito. Ela contm as virtudes morais e a habilidade de distinguir o bem eo mal.Neshamah - A alma superior, ou super-alma. Essa separa o homem de todas as outras formas de vida. Est relacionada ao intelecto, e permite ao homem aproveitar e se beneficiar da ps-vida. Essa parte da alma fornecida tanto para judeus quanto para no-judeus no nascimento. Ela permite ao indivduo ter alguma conscincia da existncia e presena de Deus.

    A Raaya Meheimna, uma adio posterior ao Zohar, de autor desconhecido, sugere que haja mais duas partes da alma, a chayyah e a yehidah. Gershom Scholem escreveu que essas "eram consideradas como representantes dos nveis mais elevados de percepo intuitiva, ao alcance somente de alguns poucos escolhidos".

    Chayyah - A parte da alma que permite ao homem a percepo da divina fora.Yehidah - O mais alto nvel da alma, pelo qual o homem pode atingir a unio mxima com Deus.

    Guemtria[editar | editar cdigo-fonte]

    A Guemtria, tambm conhecido como "numerologia judaica", um mtodo hermenutico de anlise das palavras bblicas, de origem assrio-babilnica, que atribui um valor numrico definido a cada letra do Tor (Pentateuco).

    A cada letra do alfabeto hebraico atribudo um valor numrico. Os valores guemtricos das 22 letras hebraicas so7 :

    Decimal Letra Hebraico

    1 Aleph

    2 Bet

    3 Gimel

    4 Daled

    5 Heh

    6 Vav

    7 Zayin

    8 Het

  • 9 Tet Decimal Letra Hebraico

    10 Yud

    20 Kaf

    30 Lamed

    40 Mem

    50 Nun

    60 Samech

    70 Ayin

    80 Peh

    90 Tzady Decimal Letra Hebraico

    100 Koof

    200 Reish

    300 Shin

    400 Taf

    500 Kaf (final)

    600 Mem (final)

    700 Nun (final)

    800 Peh (final)

    900 Tzady (final) O valor de uma palavra do Tor definido como o somatrio dos valores das letras que a compem. Quando o valor de uma palavra equivale de uma palavra diferente, a Guemtria entende que elas necessariamente tm uma ligao simblica. Analisando estas conexes atravs de mtodos elaborados, as escrituras sagradas so interpretadas e explicadas.

  • rvore da Vida[editar | editar cdigo-fonte]

    A rvore da Vida contemplada de uma forma analtica

    A rvore da Vida um sistema cabalstico hierrquico em forma de rvore, dividida em dez Sefirot (partes ou frutos), que tanto podem ser interpretadas como estgios do todo (Universo), quanto ser lidas como estados de conscincia.

    As Sefirot so consideradas como emanaes de Ain Soph, que permanece no manifestado e incompreensvel inteligncia humana.

    Os Sefirot emanados so, na sequncia:

    1.Kether - Coroa2.Chokmah - Sabedoria3.Binah - Entendimento4.Chesed - Misericrdia5.Geburah - Julgamento6.Tipareth - Beleza7.Netzach - Vitria8.Hod - Esplendor9.Yesod - Fundamento10.Malkuth - Reino

    A rvore da Vida comea em Kether, a centelha divina, a causa primeira de todas as coisas. Esta centelha desce na rvore tornando-se cada vez mais densa. A dcima sefirah Malkuth, a matria densa, e representa o estado ltimo das coisas.Subindo na rvore, partindo deMalkuth, o homem eleva seu estado de conscincia, aproximando-se cada vez mais de Kether.

    Desta forma, a rvore da Vida pode ser usada tanto para explicar a criao do Universo quanto para

  • hierarquizar o processo evolutivo do homem.

    Crticas[editar | editar cdigo-fonte]

    Dualidade Cabalstica[editar | editar cdigo-fonte]

    Embora a Cabala sustente a unidade de Deus, uma das crticas mais srias e persistentes que pode questionar o monotesmo e promover o dualismo (crena de que existe um poder do bem contraposto a um poder maligno), pois alguns de seus textos mencionam a existncia de uma contraparte sobrenatural de Deus.

    Existem dois modelos principais de cosmologia gnstica dualista: o primeiro, que remonta a Zoroastrismo, acredita que a criao ontologicamente dividida entre as foras dobem e do mal. A segunda, encontrada em grande parte das filosofias greco-romanas, como o neoplatonismo, acredita que o universo conhecia uma harmonia primordial, mas que uma perturbao csmica originou uma segunda dimenso da realidade, o mal. Este segundo modelo influenciou a cosmologia da Cabala.

    De acordo com a cosmologia cabalista, as dez Sefirot correspondem a dez nveis de criao. Estes nveis da criao no devem ser entendidos como dez diferentes divindades, mas como maneiras ou nveis diferentes de revelar Deus. No Deus que muda, mas a capacidade de perceber Deus que muda.

    Enquanto Deus pode parecer apresentar natureza dupla (masculina/feminina, compassiva/julgadora, criadora/destruidora), os seguidores da Cabala tm consistentemente salientado a unidade absoluta deDeus. A natureza oculta e ilimitada de Deus, ou Ain Soph, existiria acima de tudo, transcendendo qualquer definio. A habilidade de Deus para tornar-se escondido da percepo chamada de tzimtzum ("restrio"). O ocultamento torna a criao possvel porque Deus pode ser "revelado" em uma diversidade de formas limitadas, formando ento os blocos de criao.

    Trabalhos cabalsticos posteriores, incluindo o Zohar, parecem afirmar o dualismo mais fortemente. Eles atribuem todos os males do universo a uma fora sobrenatural, conhecida como Achra Sitra8 ("outro lado"), que tambm emana de Deus. A "esquerda" da emanao divina um reflexo negativo do lado de "santidade", com que foi bloqueado em combate 9 . Embora neste aspecto o mal exista dentro da estrutura divina dos Sefirot, a Zohar indica que o Ahra Sitra no tem poder sobre o AinSoph, e s existe como um aspecto necessrio da criao de Deus para dar ao homem o livre arbtrio, e que o mal a consequncia dessa escolha. No uma fora sobrenatural em oposio a Deus, masum reflexo da luta interna moral dentro de humanidade entre os ditames da moralidade e da renncia de instintos bsicos.

    Referncias1. Ir para cima KABBALAH? CABALA? QABALAH? de kabbalaonline.org2. Ir para cima Kabbalah: A very short introduction, Joseph Dan, Oxford University Press, Chapter 1 "The term and its

    uses"

    3. Ir para cima "Imbued with Holiness" - A relao do esoterismo para o exotrico na interpretao qudrupla da Pardes da Tor e da existncia. de www.kabbalaonline.org

    4. Ir para cima "The Freedom" por Yehuda Ashlag, "Baal HaSulam"5. Ir para cima http://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/shmuel-lemle/reencarnacao-judaismo-cabala-803748.html.

    Reencarnao, judasmo e Cabala. Visitado em 6.1.14

    6. Ir para cima http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/reencarna/home.html. Reencarnao e ressurreio. Visitado

  • em 6.1.14

    7. Ir para cima Retirado de: The Book of the Sacred Magic of Abramelin the Mage8. Ir para cima The Other Side. By Moshe Miller9. Ir para cima Encyclopaedia Judaica", volume 6, "Dualismo", p. 244

    CabalaHistria[editar|editar cdigo-fonte]Origem e Evoluo[editar|editar cdigo-fonte]O Zohar[editar|editar cdigo-fonte]

    Conceitos[editar|editar cdigo-fonte]Alma humana[editar|editar cdigo-fonte]Guemtria[editar|editar cdigo-fonte]rvore da Vida[editar|editar cdigo-fonte]

    Crticas[editar|editar cdigo-fonte]Dualidade Cabalstica[editar|editar cdigo-fonte]

    Referncias