CABRAL de OLIVEIRA, Joana - Entre Plantas e Palavras
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7/21/2019 CABRAL de OLIVEIRA, Joana - Entre Plantas e Palavras
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Entre Plantas e PalavrasModos de Constituio de Saberes entre os Wajpi (AP)
JOANA CABA! "E O!#$E#A
%ese sob a orientao da Pro&a' "ra' "oiniue %il*in +allois, apresentada ao Pro-raa de
P.s/+raduao e Antropolo-ia So0ial da 1a0uldade de 1iloso&ia, !etras e Ci2n0ias
3uanas da 4niversidade de So Paulo, para a obteno do t5tulo de "outora'
So Paulo
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esuoesuoesuoesuo 9Abstra0t:9Abstra0t:9Abstra0t:9Abstra0t:
Esta pesuisa, reali;ada entre os Wajpi (-rupo %upi/+uarani, lo0ali;ado no Aape0er a &loresta' %oando 0oo &io 0ondutor os
saberes e os enun0iados sobre as plantas ue a 0op?e, a tese se ini0ia 0o ua anabitantes da &loresta (tais 0oo
aniais, donos, esp5ritos, et0'), para, por &i, abordar as 0on0ep?es nativas sobre o
0on>e0iento e o aprendi;ado' Essa etno-ra&ia @ apresentada tendo 0oo lin>a de &u-a
ua re&leo a0er0a dos odos 0ient5&i0os de produo do saber botni0o, a ual &oi
elaborada a partir de ua pesuisa de 0apo junto a al-uns taonoistas e da leitura de
ua biblio-ra&ia pertinente' A presena dessa ane0iento =ajpi, as antes ati;ar e
u jo-o de aproia?es e distan0iaentos os pro0essos e abos os 0ontetos,
visando u el>or entendiento tanto dos odos =ajpi de 0on>e0er, be 0oo
eviden0iar aspe0tos de al-uas analises te.ri0as ue se debruara sobre a tee0iento tradi0ional, tendo 0oo oposio ua 0on0epo estabili;ada de 0i2n0ia'
%>is resear0> aon- t>e Wajpi indians (%upi/+uarani -roup) &ro Aap< (B), it >as its
0ore in t>e =ajpi =aDs o& *no=in- t>e &orest' %a*in- as a -uide t>e *no=led-e and t>e
stateents about t>e plants t>at 0oprise t>e &orest t>at surrounds t>e, t>e t>esis
be-ins =it> an analDsis o& t>e &ors o& plant 0lassi&i0ation (its 0opositions, arran-eents
and operationali;ation in everDdaD li&e), to t>en pursue odes o& per0eptions t>at -uide
t>e relations bet=een t>e Wajpi, ve-etables and ot>er &orest d=ellers (su0> as anials,
asters, spirits '''), to &inallD address t>eir 0on0eptions about *no=led-e and learnin-' %>iset>no-rap>D is presented =it> a line o& &li->t =>i0> 0oprises a re&le0tion on t>e s0ienti&i0
ode o& produ0tion o& botani0al *no=led-e, =>i0> =as developed &ro a &ield resear0>
=it> soe plant taonoists and a perusal o& relevant literature' %>e presen0e o& t>is
0on0ise analDsis on botanD >as not, >o=ever, t>e -oal o& a stri0t 0oparison bet=een
s0ien0e and =ajpi *no=led-e, but to 0opound / in a otion o& siilarities and di&&eren0es
/ t>e pro0esses in bot> 0ontets, aiin- a better understandin- o& bot> t>e =ajpi =aDs o&
*no=in-, as =ell as s>o= soe aspe0ts o& t>eoreti0al analD;es o& traditional *no=led-e
=>i0> are based on a stabili;ed 0on0eption o& s0ien0e'
PalavrasPalavrasPalavrasPalavras////0>ave 9eD=ords:0>ave 9eD=ords:0>ave 9eD=ords:0>ave 9eD=ords:Wajpi, etnolo-ia, botni0a, 0on>e0iento, antropolo-ia da 0i2n0ia, 0lassi&i0ao e
per0epo'
Wajpi, et>nolo-D, botanD, *no=led-e, ant>ropolo-D o& s0ien0e, 0lassi&i0ation and
per0eption'
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Para "oiniue %' +allois,
por sua >ist.ria entre os Wajpi
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A-rade0ientosA-rade0ientosA-rade0ientosA-rade0ientos
Min>a -ratido aos Wajpi @ iensa' A-radeo a >ospitalidade, a 0oida, o 0airi, os
0uidados e, sobretudo, os ensinaentos' Mas, 0oo os etn.lo-os esto &artos de saber, tal
0oletividade no eiste para al@ de nossas &i0?es e do Estado, por isso a-radeo Fueles
ue e a0ol>era e suas oradasG uru=ari, Na=D*a e seus ueridos &il>os, &il>as, netose netasH ao ai-o MatapiH ai*o, suas esposas e ApuIaH ao iponente Wai=ai, Fs suas
esposas Parua e Werena e ao seu &il>o %ara*=asH Wei e sua do0e &a5liaH Pajari, sua esposa
e &il>osH F uerida Waivsi, seu arido e seus &il>osH Suin, Psi*a e seus &il>osH Na;ar@ e
Marte, Sen, Naaira e Pu*uH aos eus so-ros Orori=o e PororipaH o sosH %uru*u e SareH Japita e avis?naH asiripin, %aia e MarinauH urapia
e PiIiH Siro e JirutaH Mojau*a e esposaH uretariH uare e S-auH os eninos da tura de
pesuisadores, e espe0ial osen, Ja=aru=a, Sava, Japu*uri=a, upen, Janaia, Japu,
Sa*D e Ana (a Kni0a ul>er entre eles)H os rapa;es inuisidores da tura de A#S veterano,
sobretudo Maju=are e Wara*u' Meso 0orrendo o ris0o de esue0er uitas pessoas no
poderia deiar de 0itar al-uns noes'
Sou pro&undaente -rata F Maria 1' Cali., por ter 0opartil>ado os passos &inais de sua
pesuisa, e F Mariana C' de Oliveira por abrir as portas de seu laborat.rio' A elas sou -rata
pela 0on&iana, pela pa0i2n0ia e pelos ensinaentos'
L "oiniue +allois, ten>o uito a a-rade0er' Sua orientao dosou de &ora pre0isa ri-or
e liberdade' A-radeo seu investiento, sua 0on&iana, sua pa0i2n0ia e, sobretudo, os
saberes transitidos'
A-radeo F 1APESP pelo &inan0iaento, se o ual no poderia reali;ar tal epreitada'
Sou -rata aos 0ole-as e ai-os do N3## e do Projeto %eere !avinas e Pedro !olli, ue
al@ de tudo, lera, 0oentara e ajudara na reviso do teto'
Aos 0ole-as e ai-os 4ir< e #-or pelas 0onversas e pelo 0opartil>ar de eperi2n0ias'
Aos edu0adores ue &ora &undaentais e in>a &orao e no -osto pela
antropolo-iaG ui Murrieta, Marta Aoroso, M=ar0;, EvelDn S0>uler, enato S;tutan e St@lio Marras'
L Manuela Carneiro da Cun>a e St@lio Marras a-radeo os 0oenta' Mar0ela, Edilene, +eraldo,"oiniue, !aure, Carla, Pedro, Paulo, !u0ia, 1ernando, e Ana +ita, sou -rata pelo
enriue0iento intele0tual propor0ionado por esse 0onv5vio'
euipe do Pro-raa Wajpi #ep@, pela ajuda e apoio inesti
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A-radeo as eninas ue ensinara/e sobre os Wajpi uando l< 0>e-ueiG Silvia Cun>a,
Juliana osalen e !5lian Abra'
Aos ai-os +iuliana e 1elipe pela -uarita, 0oida e 0onversas noite F dentro e Ma0apo' Aoeu pai devo al-o inestie0iento'
Ao eu arido, Q@, pela pa0i2n0ia e aor'
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ndi0endi0endi0endi0e
Prieiras Palavras RaIa oI O Brotar da 1loresta 87
aIa rupi Pela 1loresta 88
Tuest?es e Aborda-e 8UNotas sobre a Pesuisa de Capo entre os Wajpi 8V
Ci2n0ia, Ci2n0ia %radi0ional, Con>e0ientos %radi0ionais, Pensaento Selva-e, ou
Pensaento Cient5&i0o 8X
Estrutura da %ese 8Y
Parte # / "a 1loresta Fs Palavras, "as Palavras F 1loresta 66Abertura 6Z
Pr.lo-o 6Z
Adentrando a 1loresta 6V
As Cate-orias #n0lusas e teitIeI 6[
8aNota sobre Ci2n0iaG "esenvolviento 3ist.ri0o dos Sisteas de Classi&i0ao 6R
/Jai Entre oas e 1loresta Z8
Borra/se ua 1ronteira, e0op?e/se OutrasG /j?e /pije *atu ZU
Sens5vel "ure;a ZVCate-orias +en@ri0as e Espe05&i0as Z[
6aNota sobre Ci2n0iaG O Con0eito de Esp@0ie ZR
"e $olta ao Sens5velG Cate-orias +en@ri0as e Espe05&i0as U8
Za Nota sobre Ci2n0iaG Mor&olo-ia $e-etal UV
Na tril>a dos noes U[
UaNota sobre Ci2n0iaG Noen0latura Botni0a V7
A Construo de \ndi0es Tualitativos V8
VaNota sobre Ci2n0iaG O !u-ar do Sens5vel VU/naG o ue pare0e ser no sendo VR
A "ini0a dos Su&ios Classi&i0at.rios [8
^rvores C>e&eG a Ma-nitude Aa;_ni0a [6
vDrapaje, ^rvores ue t2 Paj@ [Y
Tue 0oe o ue XU
A 3istori0idade dos Noes XX
%udo @ Plantado Y7
A Cir0uns0rio dos Noes, Asso0ia?es e Epli0a?es Y6
"e edes e i;oa YZ
Parte ## 4 Mundo %an-5vel R6Abertura RZ
Pr.lo-o RZ
Apontaentos %e.ri0osG Coo Abordar as Per0ep?es RU
$er, C>eirar, Sentir, Ouvir e Provar R[
[aNota sobre Ci2n0iaG a Plani&i0ao do Mundo 87U
Pee rupi Pelos Cain>os 87Y
XaNota sobre Ci2n0iaG a %rans&orao do Sens5vel 886
Os Cain>os do CososG %ups 88[
Andando e C5r0ulosG 3ist.rias de Tue se Perdeu 88Y
En0ontros 0o `j 86R
En-anosG Os A0identes de Caa 8UZ
O Estado A=DrD 8UV
Per0epo 0oo A&e0oG "i&erentes Corpos, "i&erentes Per0ep?es 8UX
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Parte ### 1a;er Saber 8VRAbertura 8[7
Pr.lo-o 8[7
%ransisso Substan0ial de Capa0idades A 0onstruo de u Sujeito apto a Con>e0er 8[8
Sobre o Con0eito de Substn0ia 8[[O Saber En0orporado 8X7
Estar Junto 8XZ
Estar entre Crianas, Estar entre Adultos 8X[
Con>e0erG ua elao entre Sujeitos 8XY
YaNota sobre Ci2n0ia Con>e0erG ua elao entre Sujeito e Objeto 8YZ
Me0anisos do Aprendi;adoG A #itao 8YV
Criao e #novaoG #proviso 8Y[
Me0anisos do Aprendi;adoG A Palavra 8YY
CantarG Modo de Enun0iao e Aprendi;ado 8RU
Mu0ura, a 1i-ura do Esue0ientoG Ensaios Wajpi sobre Me.ria e Aprendi;ado 8R[
Modos de Enun0iao e Aprendi;adoG Copreens?es da 1ala 67Z
Cir0ulao e estrio de Saberes 67VRaNota sobre Ci2n0iaG 1undaentos para u Con>e0iento 4niversal 67[
Con>e0iento Pessoali;ado 687
3eur5sti0a da Eperi2n0ia Modos de Constituio de $erdades 68R
87aNota sobre Ci2n0iaG Eperi2n0ia e Con>e0iento Cient5&i0o 666
Construindo Eperi2n0ias, !e-itiando Saberes 66[
$iso Al@ do Ol>oG "a Ci2n0ia Fs Con0ep?es Wajpi, "as Con0ep?es Wajpi F Ci2n0ia 6Z7
"esen0ontros entre e-ies de Con>e0iento #nvers?es entre "ado e Constru5do 6Z6
Palavras 1inais 6U6A Tueda do C@u 6UZ
"e ^rvores e 3ist.riasG Construo de Saberes 6UV
Biblio-ra&ia Citada 6UR
+loss
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!5n-ua e Conveno Orto-re an>e protu-u2s, e 0ood
e dia e portu-u2s)
* o0lusiva velar surda (0oo 0e 0asa)
nasal bilabial (0oo e portu-u2s)
n nasal dental (0oo ne portu-u2s)
p o0lusiva bilabial surda (0oope portu-u2s)
r vibrante siples (0oo na palavraparrrrae portu-u2s)
s &ri0ativa dental (0oo saie portu-u2s)
t plosiva dental (0oo te portu-u2s)
= aproiante labial (soa 0oo e uuuuase e portu-u2s)
I indi0a o0luso -lotal
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Prieiras PalavrasPrieiras PalavrasPrieiras PalavrasPrieiras Palavras
9''': e ua &loresta, senti uitas ve;es ue
no era eu ue a estava observando' E
al-uns dias, senti ue era as ando para i, ue &alava
0oi-o' "e in>a parte, eu estava larbonnier, 8RVRG8UZ, Apud
#n-old, 677YG 6)'
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aIa oIaIa oIaIa oIaIa oI O Brotar da 1lorestaO Brotar da 1lorestaO Brotar da 1lorestaO Brotar da 1loresta
A?''' araoe re ij janejar tea
ae oino' =araID janejar te ae oino, jane
oino DpD re' Janejar oino DpD DvD arDvo
*=araID oino' araoe re, *araoe re'''
Pe, taDrD- DvD oino *araoe re'
E ais''' Anti-aente, nosso dono, apenas
ele, &oi ue &e;' O sol, ele &e;, n.s, ele &e;,
no 0oeo dos tepos' No 0oeo, nosso
dono &e; o sol sobre a terra' Anti-aente, >avia, depois &oi ue ele &e; os rios
de &ato' 1loresta tab@ no >avia na terra
nova' %erra, apenas terra' 3< uito, no >avia
&loresta, no tin>a nada de ata anti-aente,
era apenas terra' "epois @ ue nosso dono a
&e;'
Pe te *ua*a pDraIi *ua*a oI DvD arDvo'
ua*a DpD =ete oI DvD pe =Di *araoe
re' Ajaire oI *=apoID, pe, pe te, *ua*a
*er? te =Di' DtD *ua*a, *DtD *=apoID' aIa
ae nai*oi' Pe te *ua*a oI, pe te *=apoID
oI' EIi tao *? *araoe re' Ajaire oo,
itiro= *ua*a, -rande''' =apoID ivoteve'
Ae *=apoID i*e *ua*a tui, ae *=apoID
opej, opej ove *ua*a pe' OvIe ipDri,
ctDuI 9onaatop@ia: o*uIa pD *ua*a,
*=apoID poropD' #*e *ua*a*u=a re *=apoID
opD, *uIa rupi opD' Ajaire *ua*a 0res0eu,
0res0eu''' ua*a, *ua*a, *ua*a'''Oo*r-tD''' OpD*t, oo*r-tD
*ua*a, *=apoID poropD' Oo*r-tD
*ua*a' ua*a oano, *=apoID noanoi'
Oano ipo *ua*a *araoe re' Ajaire ipo,
*ua*aro osin, ajaire *=araID a*u oosin a
*ua*a ro' Ajaire DvD ove ae
*ua*aro=er osu DvDtu opu, &uuuuuuu
9onoatop@ia do vento: DvDtu' ua*aro
osni a aja=Di DvDtu oopu o=era=era o*ui
*ua*aro=er' vD arDvo *ua*aro, *ua*a
ae oano, *=apoID noanoi, pe *=apoID
poroju*a 9risadas:' araoe re eIi ta? *?'
Apenas ua suaKa, no 0oeo, irropeu
sobre a terra' SuaKa &oi a prieira a brotar
da terra, anti-aente' "epois brotou &50us,
so;in>o, u apenas, lon-e de suaKa' Para
l< estava suaKa, para 0< estava &50us'
1loresta no >avia' Apenas suaKa brotou,
apenas &50us brotou' Assi &alara os av_s,
>< uito' Assi se se-uiu e suaKa &i0ou
enore, -rande''' 150us, da esa &ora,
0res0eu' E &50us 0>e-ou perto de suaKa,
ento, &50us &oi para junto da suaKa,
se-uiu e 0>e-ou junto F suaKa' C>e-ou
junto e ctDuI, a rai; estran-ulante pe-ousuaKa' 150us pe-ou' Aui, no tron0o da
suaKa, &50us pe-ou, 0o sua rai;
estran-ulante, ele a pe-ou' "epois, suaKa
0res0eu, 0res0eu''' SuaKa, suaKa,
suaKa''' 1i0ou apertada''' Ele pe-ou &ire,
suaKa &i0ou apertada, &50us pe-a' Apertou
suaKa' SuaKa orreu, &50us no'
Anti-aente, suaKa orreu' As &ol>as de
suaKa se0ara, o sol uente as &e;
se0are por 0opleto' "epois, elas 9as
&ol>as: 0>e-ara ao 0>o e, as &ol>as se0as
de suaKa, o vento soprou e espal>ouGc&uuuuuuuI, &e; o vento' As &ol>as de
suaKa >avia se0ado, elas 0a5ra e, por
isso, o vento as levou e espal>ou' Sobre a
terra &i0ara as &ol>as de suaKa e
suaKa orreu, &50us no orreu, so;in>o
&50us 0ausou sua orte 9risadas:' Assi
0ontara os av_s, anti-aente'
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Ajaire *aIa oI *DID, *ua*aro o*ui DvD rupi aIe
ipo oI *aIa ro?, ajaire pirje oI *aIa ro?'
#tetej DvDra, ae ve itetej, eIi tao *?'
Pirje ipo *aIa oI DvD arDvo *DID, itetej'''
araoe re eIi tao *?' ua*aro=er
tipo *aIa ro? oI ajaire, pirje itetej' A= j
*aIa uve a-eIe *DID, *araoe re nai*oi *aIa,
eIi tao *?' Aja=Di a-eIe uve *=apoID, aja=Di
a-eIe re *=apoID oju*a DvDra'
"epois, a &loresta 0res0eu de &ato, as &ol>as
de suaKa 0a5ra pela terra e delas
brotara as atas, todas 9as &ol>as: se
trans&orara e irropera 0oo &loresta'
"iversas < &loresta nos tepos de
>oje, anti-aente, no >avia &loresta, assi
0ontara os av_s' Por isso, >oje >< &50us e,
por isso, >oje, &50us ata as outras ana entre as >ist.rias =ajpi e as da b5blia, onde tudo @ 0riado por "eus'
Ze&iro/e aui a u oento o0orrido e u dos 0ursos de 0i2n0ias naturais, por i inistrado, na&orao de pesuisadores =ajpi reali;ada pelo #ep@' Espe0i&i0aente a o0asio e ue trabal>
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Nessa o0asio, *aIaapare0eu 0oo u espao no ual os Wajpi &orja sua vida por eio
da 0onstruo de aldeias (taa)' "o5nio ue se op?e Fs peuenas por?es doesti0adas
as oradas dos >oens ue, todavia, ap.s abandonadas e ua dini0a de o0upao
territorial ovedia, volta -radualente e a lon-o pra;o a ser *aIa' No se trata, pois, de
posi?es espa0ialente &ias, as de do5nios rela0ionais ue desli;a u sobre o outro'
Nesse oviento, >< tab@ a roa (*oo) oento do 0ain>ar da aldeia sobre a
&loresta e a 0apoeira (*oo*=er), ue ar0a o sentido inverso o avanar da &loresta
sobre o do5nio dos >oens'
As aldeias =ajpi so elaboradas sepre sobre ua roa, ua 0lareira previaente
derrubada e des0ara0teri;ada pelos trabal>os a-r50olas' Por otivos diversos (diinuio
de re0ursos no entorno ou orte de u adulto), as aldeias so abandonadas, assi 0oo
as roas anti-as F sua volta' Se os 0uidados ne0essa das bordas das
aldeias e roas para &ora, so elesG
aIa DvaIa DvaIa DvaIa DvDreveDreveDreveDreve GDvDreve si-ni&i0a baio e sua 0oposio so as o SuinG
S araoe re te uve *aIaDvDreve,
janejar DvD oino' Ajaire, janejar oDvateIeiono, taiv-=er nopotari *aIaDvDreve'
S Anti-aente, >avia ata baia, uando
nosso dono &e; a terra' "epois, nosso dono asubiu, os prieiros >oens no -ostava de
ata baia'
Coo de prae nas narrativas dos tepos prievos, os antepassados (taiv-=er)
des-ostosos das &a0ilidades do undo ua &loresta peuena, &oje'
aIa DvateIeaIa DvateIeaIa DvateIeaIa DvateIe GDvataIe si-ni&i0a alto' Ao inda-ar sobre sua 0onstituio re0ebi ua lista de
noes de
-
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aIai=eraIai=eraIai=eraIai=er G /ai=ersi-ni&i0a rui, e &oi des0rita 0oo ua ata seel>ante F su0esso
se0undos ou 0obinadas e ua esa poro do
territ.rio' #portn0ia ue pode ser notada, tab@, na narrativa de aberturaG o
sur-iento da &loresta se 0ara0teri;a pelo brotar das
-
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%odavia, vale di;er ue as plantas no se &e0>a sobre si esas, ou seja, no se
0on&i-ura 0oo ua 0ate-oria autorre&erida' E eu intento de etno-ra&ar os odos
=ajpi de 0on>e0er os ve-etais &ui 0ondu;ida Fs rela?es 0o aniais, j, espe0tros de
ortos, donos/estres e outras ani&esta?es ue &a;e da *aIau do5nio aplaente
povoado e 0opleo'
Tuest?es e Aborda-eTuest?es e Aborda-eTuest?es e Aborda-eTuest?es e Aborda-e
O ote propulsor dessa pesuisa @ u tanto abi0iosoG no s. etno-ra&ar saberes sobre as
plantas ue 0op?e *aIa, as re&letir a0er0a do odo 0oo os Wajpi as 0on>e0e'
Nesse sentido, trata/se de abordar o 0on>e0er0on>e0er0on>e0er0on>e0er e o eperientareperientareperientareperientar'
"e 0erta aneira, esse &ora o -rande tea subja0ente F dissertao de estrado (Oliveira,
677[), ue se 0on0entrava sobre os 0on>e0ientos a-r50olas dos Wajpi, versando a0er0a
de taonoias das plantas 0ultivadas (teit-=er), de 0on0ep?es da atividade a-r50ola e
do roado, be 0o de odos de transisso de tais saberes' Ao &inal desse trajeto,despontou a iportn0ia de trabal>ar sobre *aIa, ue junto 0o a roa, 0onstitui ua
dini0a de o0upao territorialG u jo-o entre 0lareira (do5nio dos >oens) e &loresta
(do5nio de outre) e ue u avana sobre outro de odo ininterrupto' Era pre0iso
abordar *aIapara adensar eu entendiento sobre*oo, e vi0e/versa'
Nesse bito, outra ne0essidade se 0riouG 0opreender os pro0edientos de
opera0ionali;ao da 0i2n0ia, ais espe0i&i0aente, os da botni0a' %endo 0oo &io
0ondutor do trabal>o pre0edente as &oras de 0lassi&i0ao das plantas 0ultivadas, per0ebi
ue a taonoia 0ient5&i0a apare0ia nas anar ua pesuisa de doutorado sobre a
&a5lia +entiana0eae e u projeto teas (odop>Dta)' Al@ de
observar al-uns passos dessas pesuisas, assisti a u -rande 0on-resso interna0ional de
taonoia sobre a oderna t@0ni0a de bar0odeVe as aulas de u 0on0urso de pro&essor
titular do departaento de botni0a' %ab@ dediuei/e F leitura de tetos indi0ados
por esses interlo0utores'
UA inspirao aui @, evidenteente, oD Wa-ner (6787) e sua 0on0epo de antropolo-ia 0oo u
eperiento de inveno e 0ontra inveno' No entanto, no e alon-o, ne arris0o dis0utir ou usar as
propostas desse autor de odo epl50ito, ua ve; ue no doino a 0opleidade te.ri0a ue ele apresenta'
Eis, aui, ua inspirao des0oberta tardiaente'
VProposta de seuen0iar o -enoa dos or-anisos e estabele0er ar0adores para 0ada -rupo taon_i0o'Cada tante a u 0.di-o de barras, da5 adv@ seu noeG bar0ode' Adiante, tratarei
esse tea 0uidadosaente'
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Contudo, 0ondu;ir duas pesuisas de 0apos era tare&a a pesuisa junto aos Wajpi teve ini0io no ano de 677U 0o o estrado sobre
0on>e0ientos a-r50olas' "esde in>a prieira in0urso ao 0apo toei 0oo -rande
desa&io o aprendi;ado da l5n-ua e o 0opartil>ar, dentro de in>as possibilidades, de ua
0onviv2n0ia plena 0o as &a5lias ue e re0ebia'
A etno-ra&ia ue se se-ue s. &oi poss5vel devido a essa insero anterior, o ue
propor0ionou, nessa se-unda etapa, ua interao 0o os ais vel>os =ajpi, no &alantes
de portu-u2s, be 0oo ais 0on&iana e respeito por parte de todos'
"evido ao es&oro e &a;er essa investi-ao e sua aior parte e l5n-ua =ajpi, optei
por trans0rever e apresentar os enun0iados no idioa nativo 0o ua traduo
justapostaY' Ainda ue no seja de -rande serventia para a aioria dos leitores, isso pode
ser &uturaente Ktil aos pr.prios Wajpi ue t2 u interesse 0res0ente e pesuisas
a0ad2i0as e e re-istros es0ritos de seus saberes'
pre0iso en0ionar, ainda, eu trabal>o perpendi0ular pelo #ep@ #nstituto de Pesuisa e
1orao #nd5-ena , 0onteto e ue inistrei 0ursos, o&i0inas e a0opan>aentos nas
[Coo j< apontara Carneiro da Cun>a (677Rb) e Sa@; (677Z), o 0on>e0iento tardi0ional @ pensado 0oo
u s@rie de aus2n0ias ou oposi?es e relao ao 0on>e0iento 0ient5&i0o' Se esses e outros autores v2apontando para o problea da 0ara0teri;ao do 0on>e0iento tradi0ional a partir de 0asos etno-ra&i0os,
vale notar ue a Ci2n0ia ue serve de odelo 0ontrastivo para o 0on>e0iento tradi0ional, @ ua 0i2n0ia
estabili;ada, o&i0ial, e no os eandros de produo desse 0on>e0iento, tal 0oo abordados por !atour
(6777, 6777b e 6778) Sten-ers (677X)'X"evido ao -rande nKero de trabal>os sobre os Wajpi e F alta ualidade da aior parte deles, eii/e de
&a;er as apresenta?es de prae sobre o -rupo, tais 0ooG eno e re-istros >ist.ri0os, des0rio do
territ.rio e populao, aspe0tos lin-u5sti0os, or-ani;ao so0ial, parentes0o, et0'H itens t5pi0os da introduo e
teses de etnolo-ia' Ao lon-o do teto, no entanto, 0on&ore ne0essa inteira responsabilidade'
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&ora?es de pro&essores, a-entes de saKde e pesuisadores =ajpi' Se dKvida, tais
atividades &ora de sua iportn0ia nesse pro0esso de aprendi;ado, 0onv5vio e
rela0ionaento 0o os Wajpi' Min>a pesuisa &undaentava in>a ao edu0ativa, e
vi0e/versa, no sendo, pois, u trabal>o eraente paralelo e apartado dessa tese ainda
ue ela no verse sobre tais eperi2n0ias'
iportante pontuar ue os Wajpi passa por u oento de averso a pesuisa,sendo in>a autori;ao pro&erida por eles 0o a ressalva de ue se tratava da KltiaR'
Nessa deli0ada 0onjuntura, in>a insero e u uadro de rela?es aior, parti0ipando
ativaente dos 0ursos de &orao, &oi &undaental para a abertura dessa bre0>a, se, no
entanto, diinuir a tenso latente dessa relao' %odavia, saindo do 0onteto de
ne-o0iao e ao, uando per0orria as aldeias para a reali;ao da pesuisa de 0apo, a
0onvivialidade lo-o era instaurada e as des0on&ianas e 0obranas era substitu5das por
0uidados e -entile;as, sobretudo por parte dos ais vel>os, u tanto al>eios a todas essas
disputas'
Ao lon-o desses anos de interao passei por al-uas das aldeias espal>adas87pela %#W,
ue >oje 0ontabili;a UY o0upa?es (vide apaG 67) se 0ontar os peuenos puva e estia-e' Nesse sentido, ainda ue seja
evidente, vale a pena &ri;ar ue os dados etno-re&es,
et0'
4a ve; epli0itados eus interesses todas as atividades 0otidianas de ue eu toava
parte idas F roa, pes0arias, 0oleta, epedi?es de 0aa (onde e resi-nava a perane0er
no a0apaento 0o as deais ul>eres), deslo0aentos de ua aldeia a outra et0'
era pereados por ensinaentos sobre as plantas, os uais era otivados tanto por
u uestionaento direto e 0onstante sobre os noes dos ve-etais ue e 0>aava a
REssa a&irao est< rela0ionada a ua s@rie de uest?es e no apenas a ua >ostilidade e relao aos
bran0os' 4 dos pontos ue perpassa esse al estar 0o as pesuisas @ tab@ a 0on0epo de
0on>e0iento dos Wajpi, tea ue ser< abordado na ter0eira parte da tese'
87As aldeias por onde &i; estadiasG vDrareta, upaID, aravv?, tape, A*aju, %ajauID=DrD, O*oraIDrD,=apoID=DrD, Piaui, Aru=aitD, MarirD, Aai;al, Ja=ararD, %apiIi*-=errD, Dtuiti'88A populao Wajpi da %#W (AP) est@ e torno de 8777'
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ateno (desde as portentosas os, arido e
ul>er, so-ras e noras et0' 0o o intuito de etno-ra&ar os odos de enun0iao dos
saberes sobre *aIa' Aviso aos leitores ue, por isso, en0ontraro lon-os enun0iados, uitos
dos uais envolve repeti?es 0ansativas para o re-istro es0rito' %odavia, jul-uei
iportante ant2/las, pois o es&oro pretendido no era apenas tradu;ir 0onteKdos, as
tab@ &orne0er ua aproiao aos odos de enun0iao e transisso dos saberes,
intentando re&letir sobre as dini0as de elaborao do 0on>e0iento'
Ci2n0ia, Ci2n0ia %radi0ional, Con>e0ientos %radi0ionais, PensaentoCi2n0ia, Ci2n0ia %radi0ional, Con>e0ientos %radi0ionais, PensaentoCi2n0ia, Ci2n0ia %radi0ional, Con>e0ientos %radi0ionais, PensaentoCi2n0ia, Ci2n0ia %radi0ional, Con>e0ientos %radi0ionais, Pensaento
Selva-e, ou Pensaento Cient5&i0oSelva-e, ou Pensaento Cient5&i0oSelva-e, ou Pensaento Cient5&i0oSelva-e, ou Pensaento Cient5&i0o
%ea 0aro a antropolo-ia, o 0on>e0iento dos outros j< &oi uali&i0ado e noeado de
uitas aneiras, sepre tendo 0oo ponto de 0ontraste o 0on>e0iento 0ient5&i0o' Mas
uais so os -an>os e as perdas ao optar/se por u ou outro odo de denoin
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disso, vale notar ue !@vi/Strauss, ar-utaente, borra o poderoso divisor n.seles 0o tal
proposta, antevendo 0opleas uest?es 0o as uais antropolo-ia se depara >< pou0o
ais de duas d@0adas' %odavia, usar essa noen0latura @ partir de u re0orte be
estruturado e 0on0eitualente a0abadoH @ter ua resposta antes da per-unta' Por issono &arei uso de tal vo0abule0iento =ajpi u pou0o a 0ar-o do leitor'
Os &ios ue ata essas tr2s partes so t2nues' Copostas por ateriais uito distintos,
diria ue tr2s lin>as subja;e as partesG a opera0ionali;ao da l.-i0a do sens5vel (!@vi/
Strauss, 98R[6: 8RX7)H os odos de 0on>e0er e produ;ir entendientoH e ua
0ara0teri;ao da 0opleidade ue envolve *aIa'
86Coo se poder< notar por ve;es -ra&o Ci2n0ia 0o aiKs0ula, re&erindo/e a ua 0on0epo o&i0ialo&i0ialo&i0ialo&i0ial (nosteros de !atour, 6777) do 0on>e0iento 0ient5&i0o, 0oo uno e universalH ora es0revo 0i2n0ia e re&erindo a
u odo de 0on>e0er entre outros'
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Co o intuito de deiar a leitura ais &lu5da, ao &inal da tese o leitor 0ontar< 0o u
-lossos botni0os, ue do 2n&ase F &ora e a
deterinadas partes do ve-etal, as belas ilustra?es de von Martius e Aublet -arante
al-ua aterialidade e respeito ao prin0ipal assunto dessa pesuisa'
Co relao F euival2n0ia entre noes 0ient5&i0os e =ajpi @ pre0iso &a;er ua ressalva,
ainda ue esse aspe0to seja dis0utido detidaente adianteG apesar de optar por tradu;ir os
noes =ajpi de aniais e plantas por 0ate-orias da taonoia 0ient5&i0a, tal pro0ediento
apresenta probleas, ua ve; ue as 0ate-orias =ajpi no so &ias e >oo-2neas,
podendo ser epre-adas e re0riadas de diversas aneiras 0on&ore o 0onteto e oenun0iador' Al@ disso, por sere sisteas de 0lassi&i0ao institu5dos por prin05pios
l.-i0os e ontol.-i0os 0opletaente distintos, a passa-e de u para o outro no se &a;
se _nus' Alerto, dessa aneira, ue a 0orrespond2n0ia entre noes =ajpi e 0ient5&i0os,
aui reali;ada, @ ua traduo -rosseira' Ainda assi, antive esse 0l
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Parte #Parte #Parte #Parte #
"a 1loresta Fs Palavras, "as Palavras F
1loresta
!o0*e, no s@0ulo g$##, postulou (e reprovou)
u idioa iposs5vel e ue 0ada 0oisa
individual, 0ada pedra, 0ada p
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AberturaAberturaAberturaAbertura
"urante ua in0urso de 0oleta na &loresta, u &ruto aarelo ue pendia do -al>o de ua
irrada ou e apan>ou o &ruto'
Enuanto eainava/o, o &il>o ipa0iente per-untavaG JaIu Ie p? ipi 90oest5vel:H ao ue a e, no peri-o da dKvida, respondeuG Anih9Noh:, enuantoele a-arrava/se as suas pernas no 5peto de al0anar o ue l>e pare0ia u belo 0arpo
ado0i0ado' "epois de eainada a parte eterna, a e partiu o &ruto 0o os dedos,
0>eirou e provou a polpa 0o a ponta da l5n-ua' Ee0utando esse inu0ioso es0rut5nio,
intri-ada, &e; ua per-unta uase ret.ri0a ue se diri-ia a sua &il>a ais vel>a MoaIe
p?''' Ne*u=a p? 9O ue sera respondeuG Waatura
aevo''' 9Waaturatalve;''':H a e retru0ouG Maevo''' 9Pare0e''':' Ainda a-arrado
Fs pernas de sua e, o enino &alouG AIu t 9Eu uero 0oerh:' Sob o peso da
in0erte;a a e l>e disseG Nijaui Ie 9no 0oest5velh: e eendou, %a? aera ttoIe' Papa o*u=a ipih 9Eu vou levar para seu av_ ver' Meu pai sabe 0o 0erte;ah:'
Pr.lo-oPr.lo-oPr.lo-oPr.lo-o
Essa 0ena 0orriueira -uarda ua -rande densidade de pro0essos do 0on>e0erG Coo se
re0on>e0e u ve-etal Coo l>e atribue noe Coo se di&eren0ia u =aatura de ua
suaKa ou de u p@ de 0upuau Tuais so os &rutos ue perten0e ao -rupo dos
0oest5veis ou dos venenosos Coo esses -rupos so estabele0idos Coo se aprende
tudo isso E, por &i, 0oo se 0opartil>a tais saberes
Essas so al-uas das per-untas ue -uia essa pesuisa' Para 0oear a entend2/las
a0>ei por be des0rever e analisar as 0ate-orias de 0lassi&i0ao, suas interrela?es e osistea de noen0latura das plantas, j< ue &oi por eio dos noes e do 0ontato direto
0o os esp@0ies na &loresta ue 0oe0ei apreender o odo 0oo se 0on>e0e esse
universo'
As 0lassi&i0a?es nativas v2 sendo tratadas pela antropolo-ia desde o 0lo sobre a taonoia botni0a
dos 3anun.o @ u ar0o na produo de etno-ra&ias e torno desse tea, as, nesse oento, Con*linainda no >avia 0on&i-urado ua aborda-e propriaente 0o-nitivista, 0oo se pode notar e trabal>os
subseuentes'
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Nesse sentido, o es&oro dessa etno-ra&ia @ atentar para a opera0ionali;ao dos odos de
0ate-ori;ar e 0lassi&i0ar no &luo ordina pela &loresta e,
espe0ialente, para di&eren0iar e uali&i0ar auelas esp@0ies ue so plantadas pelos
>oens 0oo ao, 0upuau, 0a0au e aba0ai , as ue tab@ so en0ontradas na
ata e estado selva-e'
pre0iso notar ue as epress?es *aIa por e*aIa rupi,apesar de sere 0onstanteenteusadas para uali&i0ar e de&inir u -rupo de plantas, no so e0lusivas a este universo'
Serve para uali&i0ar tab@ al-uns aniais, 0oo, por eeplo, os dois tipos deja=araG
ja=ara *aIa por (ona) e ja=ara reia (0a0>orro)H be 0oo tudo ue se en0ontra na
&loresta e possui u 0orrespondente no bito da aldeia, in0lusive -entes8['
8[Para o uso do *aIa porpara re&erir tipos de -ente vide +allois (677X)'
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Os 0ontetos enun0iativos tab@ varia nos usos de *aIa por*aIa rupi e
teitIeIteit ro=, aos uais re&erir/e/ei, daui e diante, apenas por ua das
variantes' Entre *aIa rupi e teitIeI revela/se ua peuena di&erena senti0aG o
prieiro en&ati;a a relao de deterinadas plantas 0o u do5nio, nesse 0aso a &lorestaH
enuanto o se-undo ar0a a relao etr5nse0a de 0ertas plantas 0o o trabal>o a-r50ola'
Nosso ponto de partida se desdobra, pois, e doisG a 0ate-oria noeada 0oo teitIeIH
e a epresso *aIa rupi, ue uali&i0a e a-rupa u 0onjunto seres, 0ara0teri;ando/se, por
isso, 0oo ua 0ate-oria' So, portanto, dois re0ortes ue se sobrep?e, ainda ue 0o
u peueno deslo0aento senti0o entre u e outro'
As Cate-orias #n0lusas eAs Cate-orias #n0lusas eAs Cate-orias #n0lusas eAs Cate-orias #n0lusas e teitIeIteitIeIteitIeIteitIeI
Apresentada teitIeI, passo Fs 0ate-orias ais abran-entes ue esto nela in0lusas'
%rata/se de 0ate-orias ue, desde Berlin et' al' (op'0it), 0onven0ionou/se 0>aar de li&e
&or, o ue na botni0a @ re&erido 0oo >o per-untou se eu sabia o ue era *ai jura,
&rente a in>a ne-ativa, ele epli0ouG po, itiro=, isu*D 9Cip. (liana), -rande e
bran0o:' Assi, sepre ue estavia visto, des0revia/na ini0ialente por re&er2n0ia ao
seu >
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$oltando/nos para o arranjo 0lassi&i0at.rio, teos a 0onstituio de u sistea ini0ialente
0on&ore aos prin05pios universais &orulados por Berlin (8RR6), ua ve; ue a 0ate-oria
de no plantado se subdivide e uatro 0ate-orias de >< rela?es de >ieraruia estabele0idas entre ua 0ate-oria de aior
in0luso (teitIeI) e 0ate-orias de enor in0luso (DvDra, Dpo, et0'), por outro, elas no
o0orre nos n5veis taon_i0os estabele0idos por Berlin'
"e a0ordo 0o seus prin05pios universais de 0ate-ori;ao dos sisteas de 0lassi&i0ao
etnobiol.-i0os6Z, eiste at@ seis n5veis or-ani;ados >ierarui0aenteG reino, >ures (Oliveira 677[), ua parte do vo0abuloens6V' Tuanto aos su&ios 0oletivi;adores,
tab@ se observa ue eles no o0orre e0lusivaente e u do5nio ou outro, as
66Berlin (8RR6) &a; ua lon-a dis0usso sobre os odos de representao dessas taonoias e opta por adotar
0oo odelo ia-@ti0o o dia-raa de $enn' O 0riador desses dia-raas, Jon> $enn, &oi u ate
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Coo se veristol.-i0os), 0on&i-urando
0lassi&i0a?es naturais0lassi&i0a?es naturais0lassi&i0a?es naturais0lassi&i0a?es naturais, @ e0lusiva da 0i2n0ia oderna e, obviaente, no apare0e 0oo
u problea ao pensaento =ajpi'
8888aaaaNota sobre Ci2n0iaG "esenvolviento 3ist.ri0o dos SisteNota sobre Ci2n0iaG "esenvolviento 3ist.ri0o dos SisteNota sobre Ci2n0iaG "esenvolviento 3ist.ri0o dos SisteNota sobre Ci2n0iaG "esenvolviento 3ist.ri0o dos Sisteas deas deas deas de
Classi&i0aoClassi&i0aoClassi&i0aoClassi&i0ao
Ao lon-o da >ist.ria da 0i2n0ia so re0on>e0idos uatro -randes tipos de 0lassi&i0ao ue
se su0edera no tepo' Os prieiros sisteas era baseados no >eop>rastus (&il.so&o -re-o, ZX7/6YV a'C'), autor do tratado
3istoria Plantaru, no ual apresenta ua or-ani;ao das plantas se-undo os >erb
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1i-' U "esen>os de !ineu de pistilos e estaes'
Na se-unda etade do s@0ulo g$###, 0on0oitante ao sistea proposto por !ineu, sur-e
tab@ os sisteas naturais, assi denoinados por se baseare e u -rande nKero
de 0ara0teres, ao 0ontr
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ua 0lassi&i0ao arti&i0ial (0onstru5da), ue no epressa rela?es reais, ou seja, dadas
na totalidade de 0ada or-aniso' Assi, 0lassi&i0a?es 0oo as propostas por
%>eop>rastus e !ineu, pautadas na es0ol>a de al-uns 0ara0teres, so entendidas 0oo u
re0orte aleat.rio e, por isso, u 0onstruto >uano ue no representa a orde natural'
Essa breve di-resso a0er0a do desenvolviento da taonoia o0idental e sua tipolo-ia
te 0oo objetivo ressaltar al-uas 0on0ep?es sobre a ordenao dos seres, as uais so
subja0entes Fs proposi?es de Brent Berlin'
Pare0e/e ue o &ato de Berlin e0luir de sua ane universalitD o& taonoD &or
et>nobiolo-i0al s0>ees, but t>is onlD reallD =or*s i& =e also assert t>e 0lear
separation o& -eneral/purpose &ro spe0ial/purpose s0>eesH t>at is, t>ose t>at are
lo-i0al and cnaturalI &ro t>ose t>at arise eet parti0ular 0ultural reuireents
(677[G X)'
%odavia, essa diviso entre ua 0lassi&i0ao natural e ua 0lassi&i0ao 0ultural no
te o enor sentido do ponto de vista das l.-i0as ue re-e os sisteas ind5-enas' Coo
j< deonstrara "es0ola (8RR[ e 677V), $iveiros de Castro (6776), e tantos outros, a diviso
entre 0ultura e nature;a no opera no pensaento aer5ndio do esa aneira ue na
&iloso&ia o0idental e, vale notar, ue eso na so0iedade oderna tal diviso possui u
arranjo uito ais 0opleo, 0oo nos ostra !atour (6777)' Por &i, o pr.prio Ellen
a0aba por 0on0luirG
9: alt>ou-> =e *no= t>at t>eD 90ate-ories: are o&ten &leiblD 0onne0ted in
nuerous di&&erent =aDs, =aDs =>i0> underine ipli0it taonoi0 levels and
0ontrasts and t>e -eneral/purpose spe0ial/purpose distin0tion (677[G X)'
////JJJJaiaiaiai Entre oas e 1lorestaEntre oas e 1lorestaEntre oas e 1lorestaEntre oas e 1loresta
Se objetivo des0rever odos de 0lassi&i0ao e 0ate-ori;ao =ajpi, es&orando/e por
tradu;ir e 0opreender l.-i0as parti0ulares e no deonstrar ua 0on&orao aos
padr?es universais de 0lassi&i0ao, &a;/se ne0esso
de 0apo'
Passo, assi, ao uali&i0ador/jai, ue, e sua opera0ionali;ao, 0on&i-ura ua 0ate-oria
avessa F or&olo-ia, 0onstituida por outros tipos de rela?es traadas pelo pensaento
nativo' Para abord
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E ua de in>as prieiras idas a ua roa =ajpi a0opan>ei ua ul>er ue iria
apenas 0apinar' Enuanto ajudava/a, a0o0orada ao seu lado arran0ando as peuenas
plantas invasoras, per-untava/l>e os noes de 0ada ua delas' Min>a an&itri, ue era de
pou0as palavras, talve; porue nauele oento eu no soubesse ais do ue u
pun>ado de teros e l5n-ua =ajpi, apenas di;iaG ijai''' ijai''' ijai'''' %oda auela
diversidade de plantas danin>as, ue pua nula &lu2n0ia na l5n-ua =ajpi'
"e &ato, e situa?es diversas de interao 0o 0rianas enores (de Z a V anos), eu
0ostuava testar seus 0on>e0ientos sobre o tea per-untando/l>es os noes das
peuenas plantas espal>adas nos pe&e da aldeia, u
vel>o =ajpi ue trabal>ava in0essanteente 0apinando 0o sua enada, 0oentouG
A-eIe ni*atuih Moro= ijai' Ajaire, aopapai pa re, nuvei ijai''' i*atu=a 9A-ora no
est< boh Muito jai' "epois, uando eu terinar de 0apinar, no vai ter jai''' uito belo
(bo):' %ab@ @ 0ou uando al-u@ 0>e-a de outra aldeia, ao ser inda-ado pelos
parentes sobre 0oo estava l
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>erbado pela atividade a-r50ola na dear0ao dos espaos do@sti0os' Para tanto,
re0upero aui rapidaente al-uns aspe0tos j< be des0ritos da 0osolo-ia =ajpi'
Os Wajpi 0on0ebe o 0osos 0oo ua s@rie de dis0os paralelos, 0onstitu5dos no
oento e ue o deiur-ojanejar, e virtude de ua s@rie de iprop@rios e
aborre0ientos, abandona os prieiros >oens e vai orar e u estrato 0eleste' O dis0o
0entral, a plata&ora terrestre, torna/se, assi, o l.0us de orada dos >oens, aniais,
plantas e outros seres (+allois 8RYY)'
Mas a separao das plata&oras 0.si0as e a 0onstituio dos >oens na sua atual
orada no o0orre apenas por ua ruptura no eio verti0al, ela tab@ o0orre no eio
>ori;ontal, 0o a di&eren0iao das esp@0ies e de seus respe0tivos do5nios'
O pro0esso de espe0iao, ue di&eren0ia >oens, aniais, plantas e outros seres, te sua-2nese ar0ada pelo 0opartil>ar da 0ondio >uana e, 0o ela, de todos os seus
atributos' %rata/se, pois, da 0onstante 0osol.-i0a desta0ada tanto peloperspe0tiviso de
$iveiros de Castro (6776), 0oo pelo aniisode "es0ola (8RR[)'
No ini0io dos tepos, todos (''') partil>ava os esos do5nios, nu espao ainda
indi&eren0iado, 0ortado por Kni0o rioH nauela @po0a, ainda no >avia &loresta 0oo a ue
0on>e0eos >ojeG todas as abita >oje a plata&ora terrestre' nesse 0onteto ue a &loresta @0riada porjanejar(o deiur-o) 0oo orada das -randes ), dos aniais e de outros
seres6R'
"esde ento, os >oens ne0essita 0onstruir e rea&irar seu do5nio por eio da
elaborao 0onstante das roas e da &undao das aldeias' Essa desapropriao dos donos/
estres da &loresta, re&eridos e 0ondensados e ua Kni0a 0ate-oria *aIajar(dono da
&loresta) @ &undaental para o be estar dos >oens' A &loresta @ u lo0al >ostil, ue
-uarda uitos peri-os e por isso reuer 0uidados ao nela adentrar/se' No F toa, toda
aldeia @ &undada sobre ua roa, u espao previaente aansado e so0iali;ado, onde os
peri-os &ora a&astados e aeni;ados (P' +renand, 8RYY e Oliveira, 677[)' Nesse sentido, aatividade a-r50ola &undaenta no soente a subsist2n0ia do -rupo, as tab@ a
doesti0ao de u espao ue no est< sobre a @-ide dos >oens' Coo a&ira P'
+renandG
#l &aut sans doute voir lF une volont@ de rejeter la &or2t >ors de 0e doaine
sp@0i&iueent >uain uIest lIabattis (8RY7G VX)'
As >orr5veis plantas invasoras, /jai, nada ais so do ue os prieiros est
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>oens' Os ais tenros sinais da *aIadeve, assi, ser eti0ulosaente etirpados dos
espaos o0upados pelos >oens'
BorraBorraBorraBorra////se ua 1ronteira, e0op?ese ua 1ronteira, e0op?ese ua 1ronteira, e0op?ese ua 1ronteira, e0op?e////se OutrasGse OutrasGse OutrasGse OutrasG ////j?j?j?j?eeee pijepijepijepije ****atuatuatuatu
Se as oposi?es entre roaroaroaroae &loresta&loresta&loresta&loresta plantadoplantadoplantadoplantado e no plantadono plantadono plantadono plantado so repostas na
0onstituio de ua 0ate-oria e torno do uali&i0ador jai, eviden0iando ua ve; ais
0oo essas divis?es so 0aras ao pensaento =ajpi, >< 0ate-orias ue borra tais
&ronteiras e &a;e novos re0ortes, 0olo0ando outras oposi?es e jo-o'
/J?, literalente espin>o, desi-na o 0onjunto de plantas ue possue tal estrutura
or&ol.-i0a' Essa 0ate-oria, tab@ 0on&i-urada e torno de ua ualidade, @
rapidaente aprendida ao se 0ain>ar ou nave-ar pela %#W'
Nos deslo0aentos ao lon-o dos rios, a voadeira 0onstanteente se 0>o0a 0ontra a
ve-etaoH nesse oento, @ 0ou ouvir o alertaG Mo*oi ij?h 9Cuidado t2
espin>oh:, o ue &a; 0o ue todos os tripulantes se abaie ou penda para o lado,tentando desviar dos a&iados e -rudentos espin>os das plantas >erbos len>osos at@ peuenos pelos
urti0antes, no iportando se so plantadas ou no'
O eso o0orre 0o a 0ate-oria pije *atuZ7,literalente, 0o 0>eiro bo' Pije *atu
reKne diversas esp@0ies ve-etais 0ultivadas e no 0ultivadas 0ujas &ra-rn0ias, 0onsideradas
a-radeptap>Dllu), diversas eiroso0>eiroso0>eiroso versus &@tido&@tido&@tido&@tido,,,, ue se desdobra
nas oposi?es proteoproteoproteoproteo versus a-ressoa-ressoa-ressoa-resso, vidavidavidavida versus orteorteorteorte'
Abas as ualidades (/j?e pije *atu) 0onstitue e torno de si ua deliitao
0ate-orial, ue or-ani;a u 0onjunto de plantas' iportante notar ue os dois re0ortesse eri-e sobre rela?es de oposio e ua dini0a na ual apenas u dos teros @
ar0ado (epresso lin-uisti0aente), sendo o outro no ar0ado (no epresso)'
Por &i, vale observar ue as rela?es duais de oposio apontadas at@ aui no so
absolutas' Elas re0orta, antes, u eso universo de &oras diversas, 0on&ore os
interesses do enun0iador' E deterinados 0ontetos se en&ati;a a 0iso entre plantas 0o
e se espin>os, e outros, ar0a/se as plantas 0>eirosas e oposio Fuelas ue no o
so, ou o plantado e 0ontraposio ao no plantado, o ue @ da &loresta e o ue @ da roa'
Z7C&' Oliveira (677[G 8V8/8VV)'
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Sens5vel "ure;aSens5vel "ure;aSens5vel "ure;aSens5vel "ure;a
Outro trao 0on0reto ue estrutura ua di0otoia 0ate-orial @ a dure;a dos tron0os' %al
0rit@rio &unda ua 0iso ue, ais ua ve;, te apenas u dos lados ar0adosG as ado, o ue &a; 0o
ue as e -rande proein2n0ia no 0onjunto de saberes re&erentes F
0on&e0o do roado' %al tare&a @ reali;ada por u -rupo de >oens li-ados por elos de
parentes0o, sendo esse u dos prin0ipais servios ue u -enro deve prestar ao so-ro nos
prieiros anos de seu 0asaento'
e0upero ua 0ena ue ilustra uito be 0oo a 0ate-oria das ados (BW) para ajudare a
derrubar ua poro de &loresta onde ele &aria sua roa' Para l< se diri-ira os uatro
>oens unidos de a0>ados, u enino 0o u terado, u peuenino &il>o do dono
da roa, e ua ir de Maju=are, 0o seu terado e ua panela de *asiri iti(bebida de
andio0a no &erentada)' A aria j< >avia sido previaente bro0ada e
deliitada pelos donos da &utura roa' Os >oens 0o seus a0>ados tal>ava as er e o enino 0ortava as es al-u es&oro' 1oinesse bito ue u dos jovens 0un>ados ue a0>adava ua o presenteG MoaIe p? DvDra tairo 9Tue
ado:' Maju=are parou, &itou o tron0o, se-uiu 0o os ol>os at@
al0anar a 0opa e &e; a t5pi0a per-unta ret.ri0aG MoaIe si p? 9Coo se di;:' "epois
de al-uns instantes, respondeuG A*usitDrD, eu ijupeh 9A*usitDrD, di;/se para elah:' O
jove 0un>ado ento 0on0lui so;in>o e alto e bo toG vDra th9o para as proposi?es de !a*o&& (8RR7) da ente
en0orporada (ebodied ind)' Esse lin-uista se en0aia e u es&oro te.ri0o de reatar
0orpo e ente no bito dos estudos de 0o-nio, ali0erando a 0ate-ori;ao (e o
pensaento de odo -eral) na eperi2n0ia 0orporalG
9: 0on0eptual sDstes -ro= out o& bodilD eperien0e and a*e sense in ters
o& it, t>e 0ore o& our 0on0eptual sDstes is dire0tlD -rounded in per0eption, bodD
oveent, and eperien0e o& p>Dsi0al and so0ial 0>ara0ter (!a*o&&, 8RR7 Giv)'
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E 0erto sentido, !a*o&& e #n-old alin>a/se no intento de dissolver as &ronteiras entre
0orpo e ente, sujeito e abiente' Objetivando delinear u odelo 0o-nitivo, !a*o&&
rep?e os pro0essos de 0ate-ori;ao e ua pras lista-ens elaboradas no 0on&orto da aldeia era 0ou ue al-uns de
eus interlo0utores ensinasse/e sobre a dure;a de al-uas esp@0ies' $
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E al-uns 0asos as 0ate-orias in0lusas eDvDraainda so divididas e unidades enores,
ini0ialente notadas e apenas X das 67[ 0ate-orias levantadas' $ejaos 0ada ua delas'
8) A 0ate-oria =aa(Sapota0ea), re&erente a e0ido 0oo ba0uri, possui as
variedades 0ontrastivas *urupit (ba0uri) e *urupitIi (ba0uri peueno)' [) %uri, as, se divide e turi t (turi
duro), turiijD(turi seiva), turiparapo, turiri e turi=aroro' X) A*aID (%>eobroa spe0iosu),
tab@ ua
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O esuea a0ia representado en0aia/se nos prin05pios universais de BerlinH se-uindo sua
tipolo-ia e vo0abul
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0ate-orias -en@ri0as na tipolo-ia de Berlin, re&ere/se a ua Kni0a esp@0ie 0ient5&i0a' 3era onsa(G86Z)' O ue nos leva a uestionar, 0o base e dados
ualitativaente seel>antes aos de Berlin, sua proposio sobre a ipre0iso dos
sisteas de 0lassi&i0ao nativa'
Al@ disso, partindo de outro vi@s de ua pesuisa interessada nos odos =ajpi de
0on>e0er, &undaentada e ua teoria antropol.-i0a distinta posso uestionar o odo
0oo Berlin opera0ionali;a sua 0oparao, baseando/e e dois aspe0tos 0entraisG 8) o
polo da 0i2n0ia @ toado 0oo dado, u a0esso privile-iado ao real, ipli0ando
ne0essariaente na >e-eonia episteol.-i0a da 0i2n0ia sobre os deais re-ies de
0on>e0ientoH 6) o isolaento das taonoias, tanto 0ient5&i0a 0oo ind5-ena, de seus
0ontetos de (re)produo, liita e epobre0e o entendiento do aterial de anas de pesuisa e sua >istori0idade' !on-e de ser u 0on0eito est $an $alen, e 8RX[,
estabele0e o 0on0eito e0ol.-i0o de esp@0ie0on0eito e0ol.-i0o de esp@0ie0on0eito e0ol.-i0o de esp@0ie0on0eito e0ol.-i0o de esp@0ie, ue 0onsidera o eio abiente 0oo o
prin0ipal &ator no pro0esso de espe0iao nesse 0aso, o &o0o est< na adaptao de u
or-aniso ao eio' Alan %epleton (8RYR apud apini) desta0a a ideia de 0oeso -en@ti0a
para de&inir esp@0ie, ressaltando a iportn0ia da seleo natural na inte-ridade das
rela?es 0oesivas entre or-anisos da esa esp@0ie, ue se d< atrav@s do &luo de -enes'
3< tab@ o 0on0eito or&ol.-i0o de esp@0ie0on0eito or&ol.-i0o de esp@0ie0on0eito or&ol.-i0o de esp@0ie0on0eito or&ol.-i0o de esp@0ie, ue 0opreende esp@0ie 0oo 9''':-rupos de or-anisos siilares, ue or&olo-i0aente se distin-ue de outro' #sto @,
esp@0ie @ u 0onjunto de or-anisos or&olo-i0aente des0ont5nuos' (apini, 677VG
[XY)' Por &i, o 0on0eito evolutivo de esp@0ie0on0eito evolutivo de esp@0ie0on0eito evolutivo de esp@0ie0on0eito evolutivo de esp@0ie 0ara0teri;a/a 0oo ua lin>a-e ue evolui
separadaente de outras, 0o suas pr.prias tend2n0ias'
Obviaente, eiste uitas nuan0es dentro de 0ada ua dessas de&ini?es, be 0oo
disputas te.ri0as ue -era uitas 0ontrov@rsias e torno do 0on0eito de esp@0ie' Ao
deparar/se 0o tais ebates, apini a&ira ue o problea de orde te.ri0a do 0on0eito
est< no se-uinte pontoG Muitos bi.lo-os ainda assue esp@0ies 0oo unidades
evolutivas objetivas 9''': ue >< des0ontinuidades reais na nature;a ue pode ser
desi-nadas 0oo esp@0ies (677VG [Y8), ou seja, uitos 0onsidera esp@0ies 0ooentidades biol.-i0as dadas' O autor apresenta, assi, ar-uentos de ua s@rie de
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taonoistas ue de&ende ue o 0on0eito de esp@0ie seja toado estritaente 0oo
ua 0ate-oria taon_i0a, ou seja, u re0orte e&etuado por u sistea'
apini de&ende ua di&eren0iao entre o 0on0eito de esp@0ie0on0eito de esp@0ie0on0eito de esp@0ie0on0eito de esp@0ie, ua unidade de
identi&i0ao, e o 0on0eito de p0on0eito de p0on0eito de p0on0eito de populaoopulaoopulaoopulao, unidade evolutiva real' O 0on0eito taon_i0o de0on0eito taon_i0o de0on0eito taon_i0o de0on0eito taon_i0o de
esp@0ieesp@0ieesp@0ieesp@0ie ao ual o autor adere 9''': di&ere dos outros por no ser baseado e nen>ua
teoria biol.-i0a, as e u sistea >iere0iento sobre evoluo (G [R7)'
O ponto a ser desta0ado nessa breve di-resso @ ue auilo ue Berlin toa 0oo esp@0ie
biol.-i0a, ue serve 0oo u re&erente real para interpretar e tradu;ir as 0lassi&i0a?es
nativas, no @ ponto pa05&i0o dentro da taonoia 0ient5&i0a' Berlin 0laraente adere F
posio de taonoistas &ilo-en@ti0os, ue prop?e a eist2n0ia real dos te-a aos n5veis de espe0i&i0ao do real tal
0oo a 0i2n0ia' Se-undo Berlin, uitas ve;es as so0iedades tradi0ionais apenas re0orta
ua peuena aostra do real para noear e 0lassi&i0arG
So0iedades tradi0ionaisvive e u >abitat lo0al e eibe u sistea
etnobiol.-i0o de 0lassi&i0ao de ua peuena poro das atuais esp@0ies de
plantas e aniaisen0ontradas na esa
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"e $olta ao"e $olta ao"e $olta ao"e $olta ao Sens5velSens5velSens5velSens5velGGGG CatCatCatCate-orias +en@ri0as e Espe05&i0ase-orias +en@ri0as e Espe05&i0ase-orias +en@ri0as e Espe05&i0ase-orias +en@ri0as e Espe05&i0as
$olteos ao universo =ajpi de onde paraosG as 0ate-orias &undadas e traos sens5veis'
O prieiro eeplo abordado &oi o 0onjunto de
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Muitas ve;es tive o privil@-io de ver 0rianas pe-are &rutos e seentes do 0>o, ostre0iento sobre a &loresta'
A 0oposio e &orato das &ol>as @ outro aspe0to notado nos pro0essos de identi&i0ao
e 0lassi&i0ao' Esses 0ara0teres so espe0ialente usados para re0on>e0er arbustos,
peuenas erbas das -randes
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EDpopeG Dpo itiro='''
9EDpopeG 0ip. ue no @ peueno (uito -rande)''':'
Jara*asiroG DvateIe, sorooD iIa, I-atu jue'''
9Jara*asiroG alto at@ o 0@u, &ruto es0uro e do0e ''':'
Mu*ura naiIDG Dva re, ipo*o, ipotDrD aIe vo u*ura nai'''
9Mu*ura naiIDG alto at@ o 0@uZU, sua &lor @ tal 0oo a orel>a de -abo e &ura o p@:'
WaraisG 9''': ipir -atu jue iIa *=er'''9WaraisG seu &ruto @ verel>o bonito''':
WiriG ij?'''
9WiriG te espin>o''':'
vaptG aevove *Ie, aevove -uiava, ita=a a? ipir'''
9vaptG tal 0oo pienta, 0oo -oiaba, aarelo e verel>o''':
varoG iro'''
9varoG aar-o:
vDra pajeG 9''': ipije *atu'''
9vDra pajeG te 0>eiro a-radeiros, -ostos, teturas e odos de enun0iar a altura'
So esses traos sens5veis ue serve 0oo u -uia para se-entar as plantas da &loresta
nas enores unidades 0ate-oriais en0ontradas nas &oras 0lassi&i0at.rias =ajpi, unidades
essas ue, por ve;es, 0oin0ide 0o as esp@0ies re0on>e0idas pela taonoia 0ient5&i0a'
iportante notar ue apesar de al-uas 0ara0ter5sti0as distintivas sere en&ati;adas eua planta ou outra (0olorao da &lor, tetura do tron0o, -osto do &ruto, et0'), esses no
so os Kni0os aspe0tos notados' Pare0e/e, ao 0ontrabita o alto das 0opas' E ua re&leo a0er0a das
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(suaKa),jaaratae(-en-ibre)''' Contudo, s. os traos tidos 0oo di&eren0iais @ ue so
ar0ados atrav@s de ua enun0iao direta ou por eio da 0onstruo de u noe'
Por &i, @ pre0iso retoar u dos ar-uentos j< anun0iadosG @ a partir dessas unidades
0ate-oriais eleentares, &undadas e des0ontinuidades sens5veis, ue outras &oras
0lassi&i0at.rias pode ser eri-idas, baseadas e prin05pios diversos tais 0ooG e&i0eiro, dure;a, presena de espin>o, 0oestibilidade et0'
Para retoar u eeploG o uali&i0ativo jai (>orr5veis plantas invasoras), &undado e u
senso est@ti0o e e u prin05pio 0osol.-i0o, abar0a u -rupo de plantas ue pode ser
noeadas e re0on>e0idas por seus atributos sens5veis' Jaiin0lui ua s@rie de te0ida por seu
tron0o e &orato de &ol>as e &rutosH ij? ss, espin>o bran0o,ua solana
e repletas de peuenos espin>os esbranuiadosH *=*=ua -ra5neaH et0'
O eso pode ser dito e relao F pije *atu Ie(0oisas 0>eirosas), &undada e u
aspe0to sens5vel (o bo 0>eiro) e e ua e&i0eirosaH o -en-ibre, re0on>e0ido por suas &ol>as e pelo ri;oa tuberosoH ooi ara*a,
distin-uido pela or&olo-ia de seu &ruto e &ol>asH assi por diante, 0oo representado no
dia-raa abaio'
####pije *atu Iepije *atu Iepije *atu Iepije *atu Ie jaijaijaijai
sipD aaID
jaaratae oi ara*a j? ss *=*=
1i-' X Os 05r0ulos 0in;a representa as 0ate-orias ais abran-entes e os peuenos 05r0ulos pretos
representa as 0ate-orias de enor abran-2n0ia &undadas e0lusivaente e 0rit@rios sens5veis'
"esse odo, 0on0ordo e parte 0o o se-undo prin05pio universal de Berlin, no ual ele
aponta para ua eleentaridade e ua anterioridade desses t< u problea nesse prin05pio, a restrio do sens5vel a or&olo-iaG
6' A 0ate-ori;ao de ta)'
Meus pontos de dis0ordn0ia e relao a essa assertivaso doisG o prieiro, 0oo jeiro e sabor, e no e0lusivaente or&olo-ia
(&ora)H e o se-undo @ ue no se trata de avalia?es per0eptuais -rosseiras, as de
ua ateno etreaente 0uidadosa e re&inada voltada ao 0on0reto'
$ale notar ue o lin-uista !a*o&& (8RR7), apesar de dar passos e dire?es u pou0o
distintas dauelas apontadas por BerlinZV, tab@ atribui ua eleentaridade desse
eso n5vel taon_i0o' Ele &ala e u n5vel b
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odo 0oo as 0ate-orias deve ser eri-idasG elas no so &oruladas >ierarui0aente
das 0ate-orias ais in0lusivas para as ais espe05&i0as e si a partir de 0ate-orias bo entre os teros espe05&i0os e os ais
abran-entes, &un0ionando 0oo u ali0er0e do sistea' A -enerali;ao pro0ederia para
0ia dessas 0ate-orias baria e sentido 0ontra proposta @ ue as di&erentes &oras
0lassi&i0at.rias esto apoiadas sobre unidades 0ouns (e por isso eleentares), &undadas
por des0ontinuidades sens5veis notadas e ele-idas para se-entar o universo ve-etal e
unidades taon_i0as de peuena abran-2n0ia' Essas 0ate-orias &oraria a base
0opartil>ada ue entrelaa diversas &oras 0lassi&i0at.rias, 0on&i-urando ua vasta rede
0ate-orial' Ou seja, essas unidades eleentares so a-rupadas e rea-rupadas distinta e
dinai0aente de a0ordo 0o di&erentes prin05pios'
ZZZZaaaa Nota sobreNota sobreNota sobreNota sobre Ci2n0iaGCi2n0iaGCi2n0iaGCi2n0iaG Mor&olo-ia $e-etalMor&olo-ia $e-etalMor&olo-ia $e-etalMor&olo-ia $e-etal
A 2n&ase de Berlin 0o relao F or&olo-ia no @ 0asual, ela 0onstitui u dos pilares da
taonoia 0ient5&i0a' Al@ disso, devotar ateno a essa seara da botni0a pare0e/e
&undaental por outro otivoG trata/se de u l.0us da 0i2n0ia onde o sens5vel @ at@ria
privile-iada' Se o intuito das notas sobre 0i2n0ia @ tab@ propor0ionar u entendiento
reverso (toando a etno-ra&ia =ajpi 0oo &undo), nada ais apropriado ue tentar
perse-uir o sens5vel nesse 0onteto'
A or&olo-ia botni0a @ o estudo dos .r-os ve-etais no ue 0on0erne sua &ora,
taan>o, proporo e arranjo por eio de ua t@0ni0a ri-orosa e de ua observao
eti0ulosa (1oster f +i&&ord Jr' 8RVRG 8)' %al 0i2n0ia 0opreende, portanto, u aplo
estudo 0oparativo de 0ara0teres dos .r-os ve-etais, 0o o objetivo de traar
>oolo-ias e di&erenas eistentes entre eles'
Essa os, padr?es de enervao e arranjo das &ol>asH 0oposio de ua &lor, sua
or-ani;ao, nKero de s@palas, p@talas, pistilos, posio do ova)'
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#sso posto, a or&olo-ia no se restrin-e a ua apreenso das di&erenas e siilaridades
eternas 0aptadas e per0ebidas pelos sentidos' Ela vai al@, bus0ando aspe0tos o0ultos de
&ora, estrutura e reproduo ue pode ser al0anados por eio de u @todo de
observao ue ensura todas as diens?es 0on0retas e ue, atrav@s da apla
0oparao, 0onse-ue estabele0er padr?es de or-ani;ao e de &orato de &ol>as, 0aules,
ra5;es, &lores e &rutos'
Nesse uadro etodol.-i0o, o 0on0eito de >oolo-ia apare0e 0oo al-o &undaental'
Enuanto a >oolo-ia>oolo-ia>oolo-ia>oolo-ia se re&ere F seel>ana estrutural entre .r-os de di&erentes seres,
independente de sua &uno, a analo-iaanalo-iaanalo-iaanalo-ia trata da siilaridade de &uno entre os .r-os' A
ideia de >oolo-ia est< presente desde o ensaio Metaor&ose e plantas, de 8XR7, de
Jo>ann Wol&-an von +oet>e, as @ 0o C>arles "ar=in, e A ori-e das esp@0ies, de
8YVR, ue o 0on0eito de >oolo-ia aduiri u sentido pr.io ao atual' Se-undo 1oster et'
al'G
O objetivo da or&olo-ia a-ora se tornou uito 0laroG a interpretao de &ora e
de estrutura de u ponto de vista >ist.ri0o (&ilo-en@ti0o)' 9"esde "ar=in:
Seel>anas ou >oolo-ias entre .r-os era vistas 0oo resultado dedes0end2n0ia de u an0estral 0ou 9''': o ue 0ontinua at@ os dias de >oje
(8RR[ GZ, traduo in>a)'
A or&olo-ia se dedi0a, assi, a u estudo das &oras eternas dos ve-etais e vista de
seu desenvolviento evolutivo, e ais, 0oo &risa 1oster et' al', enuanto u lei-o se
det@ nos aspe0tos super&i0iais (sur&a0e aspe0ts)' O botni0o vai al@, notando os
aspe0tos o0ultos (>idden aspe0ts) (op' 0it'G 6)'
Partindo de in>as oportunidades de 0onviver 0o botni0os, notei ue, nas epedi?es
de 0oletas, unidos de suas peuenas lentes de auento e seus estiletes, eles eaina
0uidadosaente as &lores, desan0>ando/as para ver suas partes ais re0_nditas (ovas e sua insero no 0aule, arran0a plantas >erba dos noesNa tril>a dos noesNa tril>a dos noesNa tril>a dos noes
Al@ dos traos sens5veis apontados durante 0onversas e deslo0aentos pela %#W, o
sistea de noen0latura tab@ revela uito sobre os aspe0tos 0on0retos usados nos
pro0essos de 0ate-ori;ao, sendo, portanto, u -uia &undaental para apreender e
0opreender as taonoias'
A tradio de ano pioneiro de Con*lin (8RVU e 8R[R), ue j< e seu
doutorado sobre os 3anun.o das 1ilipinas apresentou u @todo e ua tipolo-ia ue
&ora posteriorente ipleentados por Berlin et' al' (8RXU e Berlin 8RR6)' Essa
aborda-e @ ainda uito presente nas pesuisas sobre 0lassi&i0ao devido ao odo 0oo
os dados so apreendidos, 0oo a&ira oD EllenG
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%>e noen0lature &or labelin- 0ate-ories tells us soet>in- bot> about
0lassi&i0atorD *no=led-e and about t>e attributes =>i0> people &ind iportant in
distin-uis>in- di&&erent entities, attributes and p>enoena (677[G U)'
4a parte si-ni&i0ativa (u tero) dos noes levantados das plantas da *aIa@ &orada
pelo ue se 0ostua denoinar de leeas priaada, pois, ao 0ontrario das
ebaKbas 0ouns, possui u 0aule duro'
X' japeIa pire*uru 9japeIa len>a pire pele, 0as0a *uru ada'R' *ajaIDpe 9*ajaID Caja;eiro /pe 0urvo, redondo:' Possui o &ruto arredondado'
87' uesipij? 9*uesi noe de ua e0ida popularente 0oo pal>a
preta /s bran0o:' Possui as &ol>as ais 0laras ue o outro tipo de Wara*uri'
Essas epli0a?es sobre os 0ara0teres sens5veis ue &ora 0ada u dos noes a0ia
listados &ora dadas pelos eus interlo0utores, uando eu 0onse-uia per0eber ue se
tratava de noes 0opostos e per-untava/l>es o poru2 de tais denoina?es'Mas os noes no so &orados apenas atrav@s de re&er2n0ias diretas aos 0ara0teres
sens5veis' Eles so 0opostos tab@ atrav@s da 0obinao de outros teros, os uais
perite a0essar os ais diversos tipos de rela?es e saberes'
Para se-uir analisando o sistea de noen0latura =ajpi vou partir de ua eperi2n0ia
vivida e u de eus 0apos, por o0asio de ua epedio de 0aa para a re-io do rio
%a=arirD assi noeado por ter a suas ar-ens ua &rondosa e -i-antes0a
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"a epedio &a;ia parteG u >oe de eia idade, ue or-ani;ara e 0ondu;ia a via-e,
a0opan>ado de suas duas esposas, de Y &il>os no 0asados e 6 netosH seu so-ro e so-ra,
u 0asal de vel>os ue levara u neto e ua peuena netaH no ter0eiro dia de via-e,
juntou/se a n.s u jove 0asal e seu &il>o, 0ujo arido era &il>o do 0asal ais vel>o e o &il>o
ais vel>o do or-ani;ador da epedio' %otali;andoG Y adultos, 8Z 0rianas e 8*arai (eu)'
!e-endaG
Presentes /
Ausentes /
C>e&e da epedio
1i-'R "ia-raa das ela?es entre os presentes na epedio de 0aa'
Cain>aos por dois dias e &oi ontado o a0apaento onde passaos o resto da
seana' 1oi nu desses dias, -asto no a0apaento, junto das ul>eres e 0rianas ue
a-uardava a 0>e-ada dos >oens para ouear a 0aa, ue a 0ena ote o0orreu'
4a das esposas do 0>e&e da epedio, a ir ais nova, resolveu passar o tepo
botando e*u(tib.) no i-arap@ pr.io ao a0apaento' O 0ip. >avia sido
re0on>e0ido dias antes ao lon-o da 0ain>ada, pr.io F tril>a' 1oos para lo de 0olo, u &il>o de uns Z anos, sua &il>a %Dri, de ais ou enos 88 anos'
"epois de ua peuena 0ain>ada, en0ontraos o 0ip. ue subia vi-oroso e ua
eirou/a e, e se-uida, passou/
e para ue eu provasse, 0on0luindoG #pije *atuh araoere ta? *? o*u=a i=Di 90>eirosoh 3< uito tepo nossos av_s aprendera por eio disso:' O pro0esso de
identi&i0ao se deu, assi, por eio da observao do 0ip. e atrav@s de seu 0>eiro
0ara0ter5sti0o'
%Dri, no alto de sua jovialidade, prendeu u peueno &a0o ao 0into de ian-as e subiu na
as dela so
0oo 0abea de arara:' O otivo do noe era 0laroG ua asso0iao sens5vel, &eita por
analo-ia entre a 0olorao das br
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por u pro0esso de analo-ia entre 0olora?es de suas partes, tal 0oo o eeplo a0ia
0itado, outras por &orato, 0>eiro, tetura, entre outros aspe0tos'
Para entender el>or a relao traada entre as 0ores de ua planta e u anial @ pre0iso
&a;er ua peuena di-resso sobre o sistea de noen0latura das 0ores' E u prieiro
ol>ar poderia ser dito ue os Wajpi denoina apenas seis 0oresG /pir9verel>o:, /ta=a
9aarelo:, /s9bran0o:, /pij?9preto:, /sov9a;ulroo: e ja*D9verde:' Entretanto, u ol>ar
0uidadoso e u ouvido atento ostra ue os Wajpi distin-ue ua apla pal>eta de
0ores, &ra-entada 0o taan>a sutile;a se-undo padr?es de 0olorao sens5veis
desi-nados e re&er2n0ia aos pante o0orre 0o as &oras e taan>os' A prin05pio, no >< u vo0abulos etreaente pre0isos, 0ujas
desi-na?es so &undadas e u pro0esso de 0oparao e na posterior 0onstituio de
rela?es de analo-ia entre teros 0on0retos' Cabe ressaltar ue estaos no bito de
&inas rela?es ualitativas, ue &orne0e a espe0i&i0ao e a pre0iso ue s. u ouvinte
ue doina esse 0.di-o @ 0apa; de 0opreender'
%al pro0esso de 0onstituio de 5ndi0es sens5veis se epressa de odo a-istral na 0oleo
de noes dados Fs plantasG a o de sua &ruta sere anana estabele0ida entre sua in&lores02n0ia e a re&erida parte anat_i0a da antaH a
planta ta?s a*anetar9ta?s av_ de 0abelos bran0os a*anetar 0oroa de pluas
de tu0ano:, 0ujo &ruto se asseel>a ao a*anetarH a a cD ante F orel>a de -aberbaada a*usi nai9a*usi 0utia nai
orel>a:, e ue se re0on>e0e a seel>ana entre o &orato das &ol>as e a orel>a de tal
roedorH o jree9jZY ser ue >abita a &loresta ree lana entre o &ruto dessa
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9jaaratae -en-ibre *ara 0arante ao ri;oa do -en-ibreH a variedade de aba0ai nn tapiIir9nn
aba0ai tapiIir anta:, assi denoinado pelo -rande taan>o de seu &ruto, ano de ua antaZRH aIDpopDta9aID pre-uia popDta pata:, u tipo de in-< 0ujos
&rutos t2 o &orato da pata da pre-uiaH assi por diante'
UUUUaaaaNota sobre Ci2n0iaG Noen0latura BotNota sobre Ci2n0iaG Noen0latura BotNota sobre Ci2n0iaG Noen0latura BotNota sobre Ci2n0iaG Noen0latura Botni0ani0ani0ani0a
As re-ras de noen0latura botni0a t2 0oo ar0o, ais ua ve;, a obra de !ineu,
espe0i&i0aente 1undaenta botni0a, de 8XZ[, onde ele estabele0e al-uas re-ras e
aioas para noear plantas' Se-undo Mal@0ot (677Y), tratava/se apenas de re-ras
arbitro_nios' A despeito do es&oro de !ineu,
as re-ras no era se-uidas pelos >erbalistas da @po0a, -erando ua -rande proli&erao
de noes e sin_nios ue a&o-ara os botni0os e u 0apo de in0erte;as' "e a0ordo
0o Mal@0ot, devido a essa -rande uantidade de noes e di&erenas de noen0latura de
u pa5s ou de u botni0o a outro, Alp>onse de Candolle (e 8Y[[, 0o a redao doProdroe) dedi0a/se a estabele0er as prieiras leis interna0ionais de noen0latura a
partir de u estudo intenso da literatura j< produ;ida' "esde ento, a noen0latura ve
sendo dis0utida e 0on-ressos interna0ionais' O prieiro C.di-o #nterna0ional de
Noen0latura Botni0a (#CBN) redi-ido e 8R7V, &oi 0ontinuaente adeuado e revistoH
sua verso ais re0ente, a 8Uaedio, data de 677['
"esde seu in50io, 0o !ineu, o lati @ a l5n-ua es0ol>ida para noear os teir derivation' Curiosaente, eso sendo ua l5n-ua orta, o
lati perane0eu a0eso e al-uns ni0>os da nossa so0iedade, sobretudo na litur-ia da
i-reja 0at.li0a e na 0i2n0ia' Note/se ue, por ser ua l5n-ua orta e de uso restrito, o latiprodu; u e&eito de apartaento entre o 0on>e0iento 0ient5&i0o e aos deais
0on>e0ientos, os uais se-ue noeando as plantas de aneiras distintas' A Ci2n0ia, no
por a0aso, a-rupa esses noes outros sob o r.tulo ipre0iso de noe popular,
atribuindo/l>e u valor enor' Coo be nota !atour (6777), a diviso entre Ci2n0ia e No
Ci2n0ia @ ais u dos poderosos e0anisos do arranjo oderno, ue se-ue proli&erando
divis?es' Na botni0a, a noen0latura pare0e ser u dos operadores da -rande diviso
(N.sElesH Ci2n0ia No Ci2n0ia), tea ue ser< esiuado na ter0eira e Kltia parte da
tese'
Por eio do lati, o #CBN estabele0e re-ras e 0onven?es para noear e 0lassi&i0ar as
plantas, estabele0endo ua relao intr5nse0a entre noe e t
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0lassi&i0ouU7a esp@0ie' Coo aponta Mal@0ot, a noen0latura @ 0oposta, pois, de tr2s
eleentosG ua 0lassi&i0ao (un sDste lo-iue de 0at@-ories), aostras (u objet
r@el ui peut 2tre positionn@ dans une 0lassi&i0ation)H e noes (op' 0it'G U7V)'
Se toda essa &orali;ao da noen0latura 0ient5&i0a pare0e 0riar u abiso e relao ao
ue &oi des0rito sobre os noes =ajpi, ao atentaros para a &orao dos noes de
esp@0ies en0ontraos aproia?es interessantes'
Al-uns ep5tetos espe05&i0os tab@ pode ser analisados lin-uisti0aente tais 0ooG o
aa5, Euterpe olera0ea, ue 0arre-a o noe de ua usa da itolo-ia -re-a (Euterpe) e
seu -2nero e u ep5teto espe05&i0o ue ar0a a 0ara0ter5sti0a olea-inosa (olera0ea) de seus
&rutosH j< a juara, paleira de eso -2nero do aa5, ue se espal>a pela ata atlnti0a, @
denoinada de Euterpe edulis, 0ujo ep5teto (edulis 0oest5vel) ar0a a 0oestibilidade
de seu eristea api0alH a esp@0ie e.ti0a Calliandra spinosa(0alo beloH andro
as0ulinoH spinosa espin>o), ue pode ser en0ontrada e uitos jardins do sul e sudeste,
@ assi denoinada devido aos seus 0oloridos e proeinentes estaes (parte as0ulina
da &lor) e pela presena de espin>osH a esp@0ie de ebaKba, Ce0ropia >ololeu0a, possui tal
epiteto (>olo totalH leu0a bran0a) devido F ualidade 0ontrastiva de suas &ol>as erelao Fs deais do eso -2nero elas so bran0as, desta0ando/se da ata verdeH >< o
eeplo do -2nero de plantas >erba), ue ar0a a seel>ana de sua &ol>a
palada 0o a da ebaKba (Ce0ropia sp')H entre uitos outros eeplos'
Ainda ue os noes 0ient5&i0os &aa re&er2n0ia a ualidades sens5veis, por ve;es
estabele0endo al-ua 0adeia de rela?es entre teros ualitativaente seel>antes, tais
asso0ia?es no esto pautadas e ua eperi2n0ia sens5vel e&etivaG a aioria dos
botni0os no pode ver ou to0ar u rabo de leo, eou e plantas do -2nero !eonorus,para 0opreender a siilaridade entre abos' Assi 0oo tab@ pode nun0a ter
observado ua ebaKba e e ua Pouroua 0e0ropii&olia, para apreender por eio da
eperi2n0ia a seel>ana enun0iada e seu noe' O uso do lati @ outro arti&50io ue
provo0a u distan0iaento, ua la0una, j< ue, por ser ua l5n-ua orta, uitos no
nota a produtividade (lin-u5sti0a) de tais noes'
"o ponto de vista dos i0ro pro0essos do 0on>e0er, a di&erena entre o ue &oi des0rito
para o 0aso =ajpi e apontado sobre noen0latura botni0a reside no 0ont5nuo
en-ajaento ne0essoo-enei;ao e estabili;ao do 0on>e0iento'
AAAA ConsConsConsConstrutrutrutruo deo deo deo de \ndi0es\ndi0es\ndi0es\ndi0es TualitativosTualitativosTualitativosTualitativos
Al@ das rela?es de siilaridade dadas de odo 0ondensado na noen0latura botni0a,
podeos observar tais opera?es tab@ e enun0iados sobre deterinadas plantas'
U7Caso ua esp@0ie seja re0lassi&i0ada, udando de -2nero, o autor dessa udana passa a ser re&erido ao &i
do bin_io da esp@0ie, no entanto, 0onserva/se entre par2nteses o noe do prieiro autor' +uarda/se assi
0erta >istori0idade da 0lassi&i0aoG !e 0as @0>@ant, il est suivi par les nos de deu auteurs (ou -rupes
dIauteurs) ui donnent des indi0ations sur lI>istorie de 0e noG Ber-enia 0rassi&olia(!inn@) En-lerH !inn@ avait0r@@ le no Sai&ra-a 0rassi&.lia,puis En-ler a ensuite pla0@ 0e t
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4a 0onstruo uito 0ou nas &alas e 0onversas e l5n-ua =ajpi @ o uso de
epress?es 0oparativas ue ar0a analo-iaG a= vo9tal 0oo''':, aIe vove 9tal 0oo''':,
-Dvo9i-ual a''':, arapira90oo isso''':, entre outras varia?es lin-u5sti0as'No universo
pesuisado, tais epress?es apare0e de odo in0isivo na des0rio de ve-etais'
Ao &alar sobre a o =ajpi des0reveu/a da se-uinte aneiraG %uri%uri%uri%uri
vovevovevovevove, ijD oro=, jaoenD teve, ipije *atu 9 0oo0oo0oo0oo turituriturituri(noe de outra eiroso:' A des0rio 0oea 0o ua
0oparao entre as e0ida por
ser a prin0ipal resina para en0ande0er' Provavelente por ser to 0ou ele pressup_s
ue eu a 0on>e0esse, usando/a 0oo re&er2n0ia' Analo-ia seel>ante &oi &eita 0o a eiro, 0oo u 5ndi0e in&orativo iportante nos pro0essos de identi&i0ao, @
i-ualente pass5vel de ser 0oparado' 4 bo eeplo &oi o ue e dissera sobre a
eiro
bo e uando n.s 0oeos 0arne de 0aa tab@ te aroa, 0>eira tal0>eira tal0>eira tal0>eira tal 0oo0oo0oo0oo aaaa 0ebola0ebola0ebola0ebola:'
Aui a nossa 0on>e0ida e 0obiada 0ebola, serviu 0oo ua re&er2n0ia ol&ativa' Outro
eeplo @ o da aada taitetu*s-aID, 0ujo 0>eiro &oi dito ser seel>ante ao odor
de 0aititu, o ue est< epresso no tero ue l>e d< noeG taitetu 0aitituH *s-a 0atin-aH
/ID p@ de'
Tuanto aos &oratos e suas rela?es 0o partes de aniais, teos u eeplo ainda no
apresentado, a a de -uaribaorel>a de -uaribaorel>a de -uaribaorel>a de -uariba:, da5 se justi&i0a seu noeG a*D*D
-uariba nai orel>a /ID abu, tipo de 0odorna, tu0ano, 0oaba,
-uariba, sa-ui''':' No 0aso da planta *Dserapar, outro objeto &oi evo0ado para estabele0er
ua siilaridade sens5velG Marija voMarija voMarija voMarija vo iIa *=eriIa *=eriIa *=eriIa *=er 9Seu &ruto @Seu &ruto @Seu &ruto @Seu &ruto @ 0oo u0oo u0oo u0oo ua &a0aa &a0aa &a0aa &a0a:, dessa
analo-ia ve provavelente seu noeG *Dse &a0a rapar &le0>a'
Assi, os ais diversos eleentos pode ser usados 0oo re&er2n0ias para estabele0er
siilaridades sens5veis e 0riar 5ndi0es ualitativos pass5veis de sere eperientados,re0on>e0idos e entendidos'
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Brent Berlin (8RR6) e Bri->t e Bri->t (8RX[ 98R[V:) &a;e al-uas 0onsidera?es sobre esse
tipo de &en_eno, indi0ando sua presena e vt et' al', ue trabal>ou junto aos
povos do Noroeste da Cali&.rnia, esse &en_eno, soado a eist2n0ia de 0ate-orias
poliss2i0as, 0oo a 0ate-oria tepodos uro* ue desi-na tanto eiros) (Bri->t et' al', 8RX[ p' XR/Y8), leva os autores a propor
ue as taonoias ind5-enas no seria estruturadas de odo >ieravia
su-erido os autores C>arles O' 1ra*e e 3arold C' Con*lin (ue inspirara Berlin), as antes
orientadas por rela?es 0on02ntri0as' Para Bri->t, as 0ate-orias era or-ani;adas e torno
de el>ores eeplos, os uais serviria 0oo eleento de 0oparao na
estruturao de u 0onjunto' No 0aso da 0ate-oria tepo, as 0on5&eras seria u prot.tipo
da 0ate-oria iera-e te.ri0a, apesar de suas nuan0es e di&erentes terinolo-ias, entende o
re0urso 0oparativo e o 0onseuente estabele0iento de ua analo-ia entre duas
esp@0ies ve-etais 0oo u eleento do &un0ionaento e da 0onstituio de 0ate-orias e
sisteas 0lassi&i0at.rios e torno de prot.tipos' A 0oparao @ sepre &eita e relao a
ua esp@0ie eeplar'
Por esse aporte te.ri0o, os eeplos =ajpi das o 0onstruir a ana pesuisa sobre plantas da&loresta e, e se-uida, apliar para eeplos do epre-o dessa esa estrutura
0oparativa, etreaente 0ou nas &alas =ajpi' Ao apliaros o es0opo dos dados, a
ideia de prot.tipo ou el>or eeplo de ua 0ate-oria pare0e no dar 0onta dos
enun0iados apresentados' Os eeplos ostrados at@ aui j< deonstra isso, ua ve;
ue envolve eleentos diversos (&a0a, ian-a, o 0>eiro da 0ebola e partes anat_i0as
de aniais) e no e0lusivaente rela?es de seel>ana entre esp@0ies ve-etais, as uais
do a ideia de >aver a opera0ionali;ao de prot.tipos'
Alar-ando o es0opo de uso desse re0urso dis0ursivo, @ &reuente ouvir os Wajpi re&erire/
se a u tepo passado ou a ua idade por eio da 0oparao entre pessoas' E
diversas 0ir0unstn0ias, ao per-untar uando se deu al-u a0onte0iento viven0iado enarrado por u interlo0utor, ele rapidaente apontava para al-u@ no p
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a al-ua pessoa 0on>e0ida e di;iaG A= vo re 9Tuando eu era 0oo ele:' i-ualente 0ou, ao 0ontar ua narrativa do 0oeo dos tepos, ue o enun0iador
arue a teporalidade &a;endo re&er2n0ia F seel>ana ini0ial entre >oens e aniais'
Wai=ai ao narrar ua >ist.ria sobre a andio0a do veado, trans0rita adiante (0&'G XX),
ini0iou sua &ala da se-uinte aneiraG *araoe re, jane vo re 9>< uito tepo,
uando 9veado: era 0oo n.s:'
Ao ue tudo indi0a, o interesse dos Wajpi no est< nua uanti&i0ao dos teros e si
nua uali&i0ao sens5vel' %rata/se, pois, de ua espe0i&i0ao inu0iosa da ualidade de
u eleento (ue pode ser ua planta, ua pessoa, u anial ou u tepo), por eio
de u en0adeaento de rela?es de siilaridade entre 0ara0teres 0on0retos'
A in>a suposio @ ue esse re0urso 0oparativo serve para estabele0er,
0ontetualente, 5ndi0es ualitativos ue possa in&orar de odo pre0iso sobre os
aspe0tos sens5veis de u deterinado tero' Ao narrar ua eperi2n0ia ue no &oi vivida
ou 0opartil>ada pelo seu ouvinte, o narrador re0orre a 0opara?es e ao
estabele0iento de analo-ias ue torna poss5vel ue a in&orao reportada seja, de
al-u odo, adeuada u 0onjunto de eperi2n0ias do ouvinte'
VVVVaaaaNota sobre Ci2n0iaGNota sobre Ci2n0iaGNota sobre Ci2n0iaGNota sobre Ci2n0iaG O !u-ar do Sens5velO !u-ar do Sens5velO !u-ar do Sens5velO !u-ar do Sens5vel
E uanto ao lu-ar do sens5vel na taonoia 0ient5&i0a A a&irao dos botni0os 1oster e
+i&&ord de ue a siples ateno aos aspe0tos eternos dos ve-etais no @ 0on&ia), tra;,
subja0ente, a as do ue
a0>ava ais pare0ido'
Esse @todo intuitivo, talve; e0lusivo desta pesuisadora, j< ue ela a&irou no ter lido
ou ouvido sobre sua ee0uo, aponta para seu es&oro e 0onstruir ua ia-e ental
das plantas estudadas e u a0Kulo de eperi2n0ia ue l>e possibilitaria u
re0on>e0iento atrav@s dos aspe0tos -lobais de 0ada esp@0ie' Esse pro0esso pare0e
&undaental na 0onstruo de u 0on>e0iento sobre u ve-etal na edida e ue
perite o re0on>e0iento devido ao a0Kulo de diversos 0ara0teres apreendidos e no do
re0orte de al-uns pou0os traos distintivos' Arris0o di;er ue 0ada =ajpi, assi 0oo 0ada
botni0o ou lei-o 0onstroi u entendiento sobre ua deterinada 0ate-oria espe05&i0aatrav@s de ua 0oposio de todos os 0ara0teres pass5veis de sere per0ebidos e u
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0onjunto de esp@0ies' A soa das 0ara0ter5sti0as per0ebidas resulta e ua ideia -lobal
do ue @ u -en-ibre, ua suaKa, u an-eli, u anjeri0o, et0', 0ontudo, ne
sepre esses aspe0tos so pass5veis de sere des0ritos e enun0iados verbalente'
O passo se-uinte da pesuisadora &oi reali;ar a des0rio or&ol.-i0a dos esp@0ies
0oletados' "e aneira sisteendo
os dados e ua tabela de, aproiadaente, 8Z7 0ara0teres' A t5tulo de ilustrao 0ito
al-uns deles, apenas 0on0ernentes a aspe0tos da &ol>aG 0orH arranjo no a @ 0oria ole'''' %ab@ ostrou o uadro
or-ano-ra, seus respe0tivos noes e padr?es' por eio desseuadro ue u &orato @ des0rito de odo pre0iso, 0o teros t@0ni0os 0ooG
lan0eolada, aristada, a0uinada,palada, et0' As enerva?es tab@ so or-ani;adas e
des0ritas e padr?esH >< &ol>as de enervao reti0ulada,pinada, estriada, 0urvin@rveaet0'
O eso o0orre para 0ada .r-o ve-etal' Tuanto Fs 0ores, elas so 0ouente des0ritas
por eio de seus teros populares, as >< ue &aa uso da tabela 0ro
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Ainda ue al-uns dos teros t@0ni0os &aa re&er2n0ia a aspe0tos sens5veis, tais 0oo
0oria e de avestru; so distintos'
Nesses teros t@0ni0os no >< a 0riao de u 5ndi0e ualitativo 0on0reto, 0oo se pode
observar no 0aso =ajpi' 3o rose, vin>o bran0o'''
$o02 deve udar para pKrpura ou a-enta' A relao entre eleentos sens5veis no &oi
0orroborada justaente por esse no ser u 5ndi0e ualitativo, ou seja, por no 0ouni0ar
ao leitor ua ualidade espe05&i0a' Al@ disso, dada a -aa eistente de vin>o, tal
re&er2n0ia dependeria de ua apreenso subjetiva do ue seja tal 0ate-oria de 0or'
A ensurao das partes junto 0o o uso de u jar-o t@0ni0o reali;a a 0aptura do sens5vel
de odo a trans&orado por !atour (op' 0it') para dar 0onta de u dos prin0ipais produtos do
laborat.rioG os arti-os' Entretanto, essa epresso no se restrin-e apenas aos tetos
produ;idos nessa usina sin-ular, as a todo o 0orpusdo0uental, espe0ialente os
resultados -r
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plani&i0ao passa de tr2s diens?es para duas H o ve-etal @ trans&orado e ua
pas nas uais u
esp@0ie @ desen>ado, de odo a desta0ar os aspe0tos des0ritos, suas edidas e
propor?es, 0o 2n&ase nos traos distintivos' Esse seria o &i da 0aptura do sens5vel e sua
0opleta trans&orao e ins0rio, puri&i0ada da ir5ade de sensa?es ue se te e
0apo' Nos desen>os botni0os, 0oo se poder< notar na seu2n0ia de ia-ens abaio, o
sens5vel @ redu;ido F &ora e F proporo'
1i-' 88 1oto deCalolisiant>us pendulus,(Cali., 677R, p'86V)
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1i-' 86 1oto in>a de esi0ata de Calolisiant>us sp'
1i-' 8Z / "esen>o de Calolisiant>us pendulusretirada de Cali., 677RG 86Z'
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////nanananaGGGG o ue pare0e ser no sendoo ue pare0e ser no sendoo ue pare0e ser no sendoo ue pare0e ser no sendo
O su&io rna,tradu;ido 0orrenteente 0oo &alsoU8pelos Wajpi e por outros -rupos
de l5n-ua %upi/+uarani, @ uito re0orrente na 0oposio de noes de plantas da &loresta
e, 0oo se ver
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el>or traduo de rna,ua ve; ue a oposio &alsoverdadeiro no pare0e &a;er
sentido e u sistea e ue no >< teros &ios e absolutos, as apenas posi?es
situa0ionais e 0ontetuais, al-o ue &i0ar< ais evidente ao &inal desse 0ap5tulo' Nesse 0aso,
opto por tradu;ir rna0oo o ue pare0e ser no sendoU6'
/napossui outra propriedade uito interessanteG &un0iona 0oo u 0orin-a das &oras
0lassi&i0at.rias' Passeos aos eventos onde esse 0ar
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os us-os e >epares de esp@0ies re0on>e0idas e noeadas) por u Kni0o teroG topiu'
Entretanto, 0oo j< en0ionado, onde a 0i2n0ia v2 ua Kni0a esp@0ie de ja-uar (Pant>era
onsa), os =ajpi distin-ue pelo enos uatro tipos'
O &ato @ ue os Wajpi possue u noe para tudo ue os rodeia ou ven>a a 0er0ar' E
todo esse tepo de trabal>o, ao inda-ar sobre al-u ve-etal jaais re0ebi ua resposta
do tipo isso no te noe' Se eles no 0on>e0e, eaina, 0onversa entre si, ou
pede ajuda a al-u vel>o sabido, as nun0a deia de noear e 0lassi&i0ar, de al-u
odo, o esp@0ie e uesto' #sso in0lui tab@ ve-etais e.ti0os en0ontrados e suas
andanas undo a &ora' Por eio de aproia?es e do anejo do l@i0o, eles so