Cadeia Produtiva de Olericultura -...

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Cadeia Produtiva de Olericultura Temas abordados: 1. Introdução. 2. Estatísticas. 3. Análises da oferta de olerícolas. 4. Consumo. 5. Sistema de produção. 6. Evolução do sistema de produção. 7. Comercialização. 8. Principais obstáculos. 9. Oportunidades. 10. Estratégias. 1. Introdução: A olericultura tem um grande potencial de expansão no Rio de Janeiro pelo seu enorme mercado consumidor, esclarecido e com renda suficiente; O clima tropical do RJ com regiões de diversos microclimas é adequado à produção durante o ano todo; A estrutura fundiária do Estado, com predominância de pequenas e médias propriedades, além do grande número de agricultores familiares, favorecem a opção pela olericultura que tem ciclos curtos e altos rendimentos por área cultivada; A organização e concentração do comércio de olerícolas no Rio de Janeiro, através da implantação das Centrais de Abastecimento de São Gonçalo e Irajá (1972 e 1974), foram fundamentais para a expansão inicial da produção fluminense; O funcionamento dos Mercados dos Produtores das Regiões Serrana (1977), Centro Sul Fluminense (1978) e Noroeste (1978), para a comercialização regional estimulou o aumento da produção de 1

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Cadeia Produtiva de Olericultura

Temas abordados:

1. Introdução.2. Estatísticas.3. Análises da oferta de olerícolas.4. Consumo.5. Sistema de produção.6. Evolução do sistema de produção.7. Comercialização.8. Principais obstáculos.9. Oportunidades.10. Estratégias.

1. Introdução:

A olericultura tem um grande potencial de expansão no Rio de Janeiro pelo seu enorme mercado consumidor, esclarecido e com renda suficiente;

O clima tropical do RJ com regiões de diversos microclimas é adequado à produção durante o ano todo;

A estrutura fundiária do Estado, com predominância de pequenas e médias propriedades, além do grande número de agricultores familiares, favorecem a opção pela olericultura que tem ciclos curtos e altos rendimentos por área cultivada;

A organização e concentração do comércio de olerícolas no Rio de Janeiro, através da implantação das Centrais de Abastecimento de São Gonçalo e Irajá (1972 e 1974), foram fundamentais para a expansão inicial da produção fluminense;

O funcionamento dos Mercados dos Produtores das Regiões Serrana (1977), Centro Sul Fluminense (1978) e Noroeste (1978), para a comercialização regional estimulou o aumento da produção de olerícolas nos diversos municípios de influência desses mercados;

A mudança do horário de comercialização do Pavilhão do Produtor na Ceasa Grande Rio, na década de 80, foi fundamental para a consolidação da produção nas Regiões Serrana e Metropolitana, porque dificultou a presença do produtor paulista que dominava as vendas;

A malha rodoviária do Estado interligando todas a regiões de produção às Centrais de Abastecimento e às plataformas dos supermercados, aproximando a produção do consumo, é uma grande vantagem comparativa;

O hábito alimentar dos consumidores fluminenses está em mudança para uma alimentação mais saudável. Os médicos, nutricionistas e escolas têm incentivado o aumento do consumo de

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legumes, frutas e verduras, por serem alimentos reguladores do metabolismo e fundamentais na prevenção das doenças crônicas não transmissíveis;

A pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE (2002-2003) contatou um consumo insuficiente de legumes, frutas e verduras em todas as classes de rendimento, demonstrando a elasticidade do mercado para a expansão da demanda de olerícolas.

2. Estatísticas:

Incremento da produção de olerícolas no RJ pela análise comparativa entre a produção de 1996 e a de 2006, segundo dados do Censo Agropecuário do IBGE.

AUMENTO DA PRODUÇÃO DE OLERÍCOLAS Culturas 1996 2006 Incremento

Olerícolas folhosas + olerícolas de frutos + olerícolas de raizes

Toneladas Toneladas %

Aumento total 395.603 608.572 53,83

AUMENTO DA PRODUÇÃO DE OLERÍCOLAS FOLHOSASCulturas 1996 2006 Incremento

1) Olerícolasde folhas

Toneladas Toneladas %

Alface 40.346 143.370 255,35Agrião 5.031 44.496 784,44Espinafre 3.541 18.446 420,93Couve-flor 19.872 17.452 (12,18)Couve 15.126 17.146 13,35Cebolinha 2.377 15.016 531,72Coentro 4.611 6.028 30,73

Subtotal 90.904 261.954 188,17

AUMENTO DA PRODUÇÃO DE OLERÍCOLAS DE FRUTOSCulturas 1996 2006 Incremento

2) Olerícolas de frutos

Toneladas Toneladas %

Tomate 96.695 114.175 18,08Chuchu 48.482 37.352 (22,96)Pimentão 23.366 23.162 (0,87)Jiló 18.523 21.658 16,92Quiabo 10.350 16.932 63,59Abobrinha 7.998 16.781 109,81Pepino 14.351 15.802 10,11Vagem 12.559 8.180 (34,87)Maxixe 1.337 1.090 (18,47)

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Subtotal 233.661 255.132 9,19

AUMENTO DA PRODUÇÃO DE OLERÍCOLAS DE RAIZESCulturas 1996 2006 Incremento

3) Olerícolas de raízes

Toneladas Toneladas %

Mandioca 40.465 65.952 62,99Inhame 13.629 17.367 27,43Cenoura 11.330 3.978 (64,89)Beterraba 5.140 3.792 (26,23)Rabanete 474 397 (16,24)

Subtotal 71.038 91.486 28,78

Produção de das principais olerícolas produzidas pelos agricultores familiares assistidos pela Emater-Rio na safra de 2009, números de agricultores familiares assitidos e produtividade média das culturas:

Principais OlerícolasProdução na

safra de 2009 em toneladas

Número de Agricultores

familiares assistidos na safra de 2009

Produtividade média dos

agricultores familiares

assistidos em quilos

Tomate 297.526 3.856 67.510Alface 153.928 3.548 26.030Aipim 135.313 7.734 12.000Chuchu 115.606 1.414 73.580Couve-flor 53.523 1.404 34.310Pimentão 39.412 2.638 26.890Quiabo 34.368 1.900 13.030Jiló 33.763 1.273 23.870Inhame 25.352 1.517 15.040Milho verde 9.609 1.008 8.580

Total 936.508 28.197

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3. Analise da oferta de olerícolas:

Mapa do Estado RJ com os principais municípios ofertantes:

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Participação dos Principais Municípios do Rio de Janeiro na oferta da Ceasa-RJ 2009:

MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (Ceasa RJ / Ditec)

Participação Municipal Valor (R$1,00)

Teresópolis 40.336.703,16Sumidouro 28.690.204,87Nova Friburgo 23.765.813,49Pati de Alferes 21.415.538,05São José do Vale do Rio Preto 20.153.784,48Cachoeira de Macacu 15.938.595,91Sapucaia 12.094.003,01São Francisco de Itabapoana 11.194.383,96Bom Jardim 6.991.520,35Vassouras 5.758.982,80Rio de Janeiro 5.360.325,31São João da Barra 4.112.091,11Itaocara 3.747.786,45São Sebastião do Alto 3.713.081,20Petrópolis 3.518.272,85Itaperuna 3.286.688,80São Fidélis 2.960.967,24Trajando de Morais 2.738.997,18Paraíba do Sul 1.358.996,64Seropédica 1.305.685,27Magé 1.122.057,78Cambuci 1.025.211,01Tanguá 570.222,00Duas Barras 548.761,30Aperibé 496.292,72Guapimirim 462.856,94Itaguaí 286.019,44

Total 222.953.843,32

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Participação percentual dos produtos ofertados na Ceasa-RJ durante o ano de 2009:

Produtos 100% Acimade

95%

95% a

90%

Acimade

80%

Acimade

70%

Acima de

60%

Acimade

50%

Acimade

20%

Abaixode

10%Agrião 100Bertalha 100Chicória 100Coentro 100Cebolinha 99,98Couve Manteiga 99,82Chuchu 99,60Alface 99,50Couve-flor 99,24Vagem Manteiga

98,09

Brócolos 97,76Jiló 97,04Berinjela 96,40Vagem Macarrão

96,13

Pepino 94,30Aipim 89,72Abobrinha 86,75Tomate 73,80Pimentão 72,46Alho Porro 69,58Quiabo 66,64Repolho 63,23Inhame 51,85Milho Verde 45,79Beterraba 25,13Batata Doce 21,68Abóbora 7,38Cenoura 4,81Melão 0,29Morango 0,16Melancia 0,08

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Participação dos Estados na oferta de olerícolas na Ceasa-RJ durante o ano de 2009:

MG - Minas Gerais 29,13% PR – Paraná 3,37%RJ – Rio de Janeiro 28,38% BA – Bahia 2,61%SP – São Paulo 20,97% RS – Rio Grande Sul 2,55%SC – Santa Catarina 3,82% PE – Pernambuco 1,16%ES- Espírito Santo 3,49% GO - Goiás 1,13%

Valores das produções de olerícolas dos Estados mais ofertantes da Ceasa RJ no ano de 2009:

7

260.

451.

521,

49

253.

761.

931,

76

187.

472.

329,

65

34.1

61.2

27,8

4

31.1

88.2

73,6

5

30.1

28.9

54,0

8

23.3

33.3

53,8

4

22.8

04.4

19,0

6

10.3

90.4

86,3

1

10.0

94.8

88,0

4

0

50.000.000

100.000.000

150.000.000

200.000.000

250.000.000

300.000.000

Valor da Produção total de MG Valor da Produção total do RJ Valor da Produção total de SP

Valor da Produção total de SC Valor da Produção total de ES Valor da Produção total de PR

Valor da Produção total de BA Valor da Produção total de RS Valor da Produção total de PE

Valor da Produção total de GO

Valores das produções de Olerícolas dos Estados mais ofertantes da Ceasa RJ no ano de 2009:Minas GeraisRio de JaneiroSão PauloSanta CatarinaEspírito SantoParanáBahiaRio Grande do SulPernambucoGoiás

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Déficit da Oferta Fluminense:Oito olerícolas importantes no abastecimento e consumo da população fluminense são muito pouco produzidos no RJ. As pequenas ofertas desses produtos atraem a produção de diversos estados, ocupando uma considerável fatia do nosso mercado e transferindo os rendimentos da comercialização para os seus olericultores.

Produtos Ofertatotaltoneladas

Partici-paçãoRJ %

OfertaRJtoneladas

Déficit daproduçãotoneladas

Rendim-mentomédio(ton/ha)

Áreanecessáriaem hectares

Melancia 50.044 0,08 42 50.002 22,5 2.222Morango 12.456 0,16 40 12.416 25 497Melão 12.456 0,29 85 12.371 15 825Cenoura 69.494 4,81 3.343 66.151 25 2.646Abóbora 29.314 7,38 2.166 27.148 14 1.939Batata doce 17.206 21,68 3.731 13.475 22,5 765Beterraba 18.354 25,13 4.614 13.740 25 550Milho Verde 15.662 45,79 7.173 8.489 8,5 999

Redução do Déficit da Oferta Fluminense à 20% da oferta:

Produtos Déficit daproduçãotoneladas

Redução a 20%toneladas

Rendimentotoneladas por hectare

Áreanecessáriaem hectares

Melancia 50.002 10.000 22,5 445Morango 12.416 2.483 25 100Melão 12.371 2.474 15 165Cenoura 66.151 13.230 25 530Abóbora 27.148 5.429 14 390Batata Doce 13.475 2.695 22,5 120Beterraba 13.740 2.748 25 11Milho Verde 8.489 1.697 8,5 200

TOTAL DE ÁREA A SER CULTIVADA PARA REDUZIR ODÉFICT A 20% DA OFERTA

2.060

Vantagens com a redução do deficit à 20% da oferta:

Produtos Área a ser cultivada em hectares

Produção esperada em toneladas

Potencial deempregos

Valor da produçãoR$ 1,00

Melancia 445 10.000 1.335 8.400.000Morango 100 2.483 800 4.941.170Melão 165 2.474 825 4.923.260Cenoura 530 13.230 2.650 13.362.300Abóbora 390 5.429 1.170 4.343.200Batata Doce 120 2.695 480 2.479.400Beterraba 110 2.748 550 3.105.240

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Milho Verde 200 1.697 600 797.590Total 2.060 40.756 8.410 42.352.1604. Consumo:

Principais legumes consumidos ao menos uma vez na semana na Cidade do Rio de Janeiro:

Consumo de Legumes(Embrapa Agroindústria de Alimentos)

80,90

70,90

35,50

29,10

20,9018,20

7,30 5,50 5,50

(5,00)

5,00

15,00

25,00

35,00

45,00

55,00

65,00

75,00

1Tomate Cenoura Chuchu Pimentão AbóboraBeterraba Vagem Pepino Quiabo

Principais legumes consumidos ao menos uma vez na semana

Principais verduras consumidas ao menos uma vez na semana na Cidade do Rio deJaneiro:

Consumo de Verduras(Embrapa Agroindústria de Alimentos)

92,60

62,10

43,20 40,00

26,30 22,1016,80 15,80

(10,00)

10,00

30,00

50,00

70,00

90,00

110,00

1Alface Couve Agrião Cheiro verdeEspinafre Coentro Repolho Brócolis

Principais verduras consumidas ao menos uma vez por semana no RJ

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5. Sistema de Produção:

O diagnóstico das culturas de olerícolas no Rio de Janeiro revelaram os principais problemas técnicos:

1. Falta de programação de plantios orientados para o mercado;2. Pouca utilização de matéria orgânica ou compostagem;3. Correção e fertilização sem análise do solo;4. Baixo nível de conhecimento, informação e capacitação para um bom manejo integrado

de pragas e doenças;5. Aplicação de agrotóxico de forma inadequada;6. Irrigação sem determinação da quantidade ideal de água e cálculo do intervalo entre

regas;7. Erosão nas áreas cultivadas;8. Seleção e classificação dos produtos deixam a desejar;9. Utilização de embalagens inadequadas;10. Perdas no pós-colheita;11. Falta de nota fiscal do produtor;12. Dificuldade de comercialização;13. Pouca informação das cotações nos diferentes mercados;14. Problemas de gestão da atividade, sem controle de custos e falta de cadastros de

clientes e fornecedores;15. Poucos extensionistas rurais para assistência técnica efetiva;16. Poucos técnicos nas estruturas municipais que apóiam a atividade rural.

6. Evolução tecnológica para sistema de produção sustentável:

1. Identificação das áreas de solos com indicações para o desenvolvimento e expansão da olericultura;

2. Introdução das técnicas de manejo e conservação dos solos;3. Aumento do nível de matéria orgânica para no mínimo 2% , sendo o ideal 4%;4. Elaboração de fórmulas de fertilização adequadas aos diferentes tipos de solos das

diversas regiões indicadas para olericultura;5. Aperfeiçoamento e expanção dos sistemas de produção de mudas melhoradas;6. Aumento da área de cultivo protegido;7. Utilização das técnicas agroecológicas para controle integrado das pragas e doenças das

culturas;8. Ministrar cursos de aplicação correta de agrotóxico com enfoque na segurança do

trabalho e respeito ao consumidor;9. Utilização das técnicas de pós-colheita;10. Melhoria das embalagens e introdução da rotulagem para se adequar à legislação

vigente.

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7. Comercialização:

O Rio de Janeiro é importador de olerícolas de outros estados, apenas 28,38% das principais olerícolas comercializadas na CEASA-RJ são produzidas no RJ.

A Unidade da Ceasa Grande Rio é a principal fornecedora de LFV, segundo a análise da frequencia das respostas de 120 gerentes de estabelecimentos comerciais:

Fornecedores de LFV

Supermercados Mercados Hortifrutis Feiras

Ceasa Grande Rio 78,7 100,0 85,7 82,6Outras centrais 8,5 16,7 20,0 13,0Produtores 21,3 25,0 28,6 13,0Outros fornecedores 25,5 0,0 8,6 4,3

Os principais locais de comercialização de Legumes, Frutas e Verduras na Cidade do Rio de Janeiro, segundo a análise da frequencia das respostas de 600 consumidores entrevistados:

Hortifrutis 57,7%Supermercados 55,3%Feiras 43,0%Mercados 20,7%Quitandas 1,8%Vendedor ambulante 1,3%Outros 4,8%

“Predomina a comercialização in natura”

Poucas olerícolas são comercializadas de acordo com a Instrução Normativa Nº 009, de 14 de novembro de 2002, que exige que todas as embalagens de produtos hortícolas sejam unitizáveis em paletes PBR (1,00 m X 1,2 m), sejam rotuláveis, quando descartáveis sejam recicláveis ou permitam incinerabilidade limpa e quando reutilizáveis (retornáveis) permitam desinfecção (higienização) a cada uso;

Produtos em embalagens inadequadas, sem classificação e sem rotulagem, em desacordo com a Instrução Normativa nº 009, ficam impedidos de serem comercializados para outros estados;

Os produtores sentem dificuldades na comercialização por desconhecimento dos mercados e suas variações, falta de informações e tendências das cotações, vendas a prazo e inadimplência elevada.

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Tendências da comercialização:

Aumento da demanda por produtos de maior qualidade;

Maior demanda de produtos orgânicos;

Aumento da demanda por produtos minimamente processados ou com agregação de valores;

Comercialização de produtos em embalagens reduzidas que apresentem praticidade e conveniência no seu consumo;

Exigência de rótulos que garantem a procedência dos produtos.

8. Principais obstáculos técnicos, culturais e de gestão:

1. Assistência técnica e social deficiente;

2. Pouca organização entre os produtores em grupos, associações e cooperativas;

3. Setor produtivo constituído por pequenos produtores, arrendatários e meeiros, pouco treinados e sem acesso as informações técnicas e principalmente informações mercadológicas;

4. Baixa ligação entre os produtores, comerciante e consumidores;

5. Pouca utilização de planilhas de custos, vendas e resultados;

6. Ausência de cadastros de fornecedores de insumos e clientes.

9. Oportunidades:

1. Produção fluminense é menor que o consumo que está crescente;

2. Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal, acessíveis a 44.145 agricultores e pescadores familiares do RJ, desde que disponham de Declarações de Aptidão ao Pronaf – DAP, para venda direta à CONAB nos Programas de Doação Simultânea e Compra Direta da Agricultura Familiar;

3. Lei Federal da Alimentação Escolar que destina 30% dos recursos para a agricultura familiar. De acordo com os dados do FNDE o repasse em 2010 para o RJ deverá ser de R$ 137.104.885,00;

4. Seleção de novos produtores ou suas organizações para comercialização no futuro Pavilhão dos Produtores que está projetado para ser construído na Ceasa Grande Rio.

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10. Estratégias e medidas para superar os desafios e gargalos:

1. Investimentos nos oito Colégios Técnico Agrícola Estadual para a formação de novos empreendedores, preferencialmente filhos dos produtores, meeiros e arrendatários, com direito a crédito oficial para implantação dos projetos orientados e desenvolvidos durante a formação profissional;

2. Aumento do número de extensionistas rurais para uma assistência técnica efetiva, com uma proporção máxima de um técnico para cem produtores;

3. Estímulo às municipalidades para ampliação do quadro técnico, melhor organização e aparelhamento de suas estruturas de apoio ao setor primário produtivo;

4. Implantação de “Unidades Demonstrativas”, para produção sustentável, em parceria com produtores rurais, prefeituras e governo do estado;

5. Manter e ampliar os programas de crédito com recursos públicos subsidiado, para produção e instalação de infra-estrutura de classificação, embalamento e beneficiamento;

6. Através de campanhas valorizar os produtores e trabalhadores rurais, mostrando as exigências ambientais e as preocupações dos consumidores, com objetivo de universalizar os cursos de segurança do trabalho sobre a correta utilização de agrotóxicos, garantindo as boas práticas de produção agrícola;

7. Através de campanhas chamar a atenção para a necessidade da conservação dos solos para as futuras gerações. Ministrar cursos de conservação dos solos produtivos e recuperação de áreas degradadas. Incentivar a adoção das praticas conservacionistas pelo esforço conjunto das forças produtivas, municipais e estaduais, utilizando as patrulhas mecanizadas da Emater-Rio, recentemente adquiridas pelo Governo do Estado;

8. Incentivar o aumento das áreas plantadas das culturas que o RJ é grande importador, nas regiões indicadas, de forma cooperada e articulada com as necessidades dos mercados institucionais (merenda escolar e programas de aquisição de alimentos) apoiado com crédito e assistência técnica efetiva;

9. O Governo do Estado continuar estimulando o desenvolvimento rural sustentado com políticas públicas de médio e longo prazo, dando continuidade aos programas estruturantes, disponibilizando crédito para custeio e principalmente crédito para investimento na extensão rural pública, assegurando assistência técnica de qualidade e efetiva, visando à consolidação e a expansão necessária da Cadeira Produtiva da Olericultura Fluminense.

Bibliografia consultada:

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Evolução Histórica das Quantidades Comercializadas por Produtos da Ceasa do Rio de Janeiro Ano 2009 Grupo das Hortaliças e Frutas;

Ofertas e Consumo de Frutas, Legumes e Verduras no Município do Rio de Janeiro, fonte Embrapa Agroindústria de Alimentos;

Calendário Agrícola do Estado do Rio de Janeiro; Manual de Adubação para o Estado do Rio de Janeiro.

Agradecimentos:

Mauro Aguiar –Pesagro Rio (SIMA RJ); Luiz Alberto Pereira – Ceasa RJ; Adalberto Rodrigues Duque – Ceasa RJ; José Edmundo dos Santos – Emater Rio; Rogério Faulha – Emater Rio.

Rio de Janeiro, abril de 2010.

JOSÉ LEONEL CORTEZ DINIZ ROCHA LIMAEngenheiro Agrônomo

Extensionista Rural da Emater-RioEspecializado em Desenvolvimento Rural Integrado

Diretor da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Rio de JaneiroE-mail: [email protected]

Celular: 21-9999-3064

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