Caderno de Inovações
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2015 . Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas Sebrae. Todos os direitos reservados. A reproduo
no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constui violao dos direitos autorais (Lei n. 9.610/1998).
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C122 Cadernos de inovao em pequenos negcios: Orientadores [recurso eletrnico]. /
Sebrae, CNPq. v. 3, n. 3 (2015) Braslia : Sebrae, 2015.
Modo de acesso: http://www.sebrae.com.b r/sites/PortalSebrae/sebraeaz/
Cadernos-de-Inovacao-em-Pequenos-Negocios
Anual
ISSN:
1. Inovao 2. Agentes Locais de Inovao (ALI) I. Sebrae. II. CNPq III. Ttulo
CDU 005.591.6
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SUMRIOARTIGOS
A SUSTENTABILIDADE COMO INOVAO NA MICRO E PEQUENA EMPRESA.................................................5
Autora: Isabela B. de T. Machado
Orientadora: Simone Maria da Cunha Borba
AMBINCIA INOVADORA, PRESENA E PROCESSOS: RAZES QUE INTERFEREM NO SEU BOM DESEMPENHO NAS
PEQUENAS METALRGICAS ........................................................................................................................................ 19
Autor: Vicente Oliveira Miranda Filho
Orientador: Paulo Jordo de Oliveira Cerqueira Forte
DIMENSO PROCESSO: A IMPORTNCIA PARA INOVAR NA MICRO E PEQUENA INDSTRIA EM MANAUS/
AM ........................................................................................................................................................... 34
Autora: Simone Maria da Cunha Borba
ESTIMULANDO COLABORADORES A INOVAR NA PEQUENA EMPRESA................................................. 45
Autor: Sarah Santana Braga Estanislau
Orientadora: Simone Maria da Cunha Borba
GESTO DA INOVAO: O PROGRESSO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL EM PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR
MOVELEIRO DE SALVADOR (BA).....................................................................................................................58
Autora: Glucia Alves de Jesus
Orientadora: Marlia Flores Seixas de Oliveira
INOVAO MEDIANTE TECNOLOGIA DA INFORMAO EM PEQUENOS NEGCIOS DE CONSTRUO CIVIL NA
GRANDE ARACAJU..........................................................................................................................................71
Autor: Lauro Srgio Galvo da Cunha Santos
Orientadora: Maria Conceio Melo Silva Lu
INOVAO EM PROCESSOS COMO IMPERATIVO DE COMPETITIVIDADE EM PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR DE
PANIFICAO...................................................................................................................................................84
Autora: Maize Luiza Basso
Orientadora: Cludia Felippe Ramos
INVESTIMENTOS EM ESTRATGIAS POR MEIO DE CONSULTORIAS PARA INOVAO E RELACIONAMENTO.....96
Autor: Glauber Tion
Orientadora: Simone Maria da Cunha Borba
O MARKETING DE RELACIONAMENTO E O PAPEL DO CUIDADOR NA EVOLUO DA DIMENSO CLIENTE...108
Autora: Daniela de Oliveira Martins
Orientadora: Simone Maria da Cunha Borba
O PROGRAMA ALI E A AMBINCIA INOVADORA EM EMPRESAS DO SETOR ALIMENTCIO (VITRIA DA
CONQUISTA/BA)............................................................................................................................................119
Autora: Pollyana Santos Lima Dias
Orientadora: Marlia Flores Seixas de Oliveira
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RESDUOS SLIDOS E SUSTENTABILIDADE NOS PROCESSOS PRODUTIVOS DAS INDSTRIAS DA CONSTRUO
CIVIL EM RIO BRANCO-ACRE...........................................................................................................................131
Autor: Luciano SoaresOrientadora: Sandra Teixeira
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A SUSTENTABILIDADE COMOINOVAO NA MICRO E PEQUENAEMPRESAAUTORA: ISABELA B. DE T. MACHADO
GRADUADA EM ENGENHARIA AMBIENTAL PELA UTFPR
ORIENTADORA: SIMONE MARIA DA CUNHA BORBAMESTRE EM COMUNICAO PELA UNISINOS/RS, [email protected]
RESUMO
A adoo da sustentabilidade como ferramenta de gesto para inovao em pequenas empresas pode ocorrer,
principalmente, no que concerne a melhorias organizacionais e do ambiente de trabalho, parcerias, mudanas
de estratgia compeva, alm de aproximao e contato com instuies de fomento inovao. Dessa forma,
o presente argo teve como objevo idencar se a inovao organizacional, aliada aos aspectos ambientais,
pode proporcionar melhorias signicavas na gesto de micro e pequenas empresas, a parr do estudo de
empresas localizadas no Arranjo Produvo Local APL de Arapongas-PR, parcipantes do Programa ALI/Projeto RST, esses parcerias, respecvamente, entre o SEBRAE, CNPq, e COSMOB da Itlia. Como metodologia,
alm de Pesquisa Bibliogrca para compor o aporte terico desse estudo, ulizou-se o Radar da Inovao,
com foco na dimenso Organizao, e o Diagnsco RST, em especial a dimenso de Pesquisa e Transferncia
Tecnolgica, realizando-se um comparavo entre o grau inovador das empresas no momento da adeso (T0)
e aps um ano de parcipao no projeto (T1). Como principais resultados tm-se o avano inovador das
empresas, mesmo que menos expressivo para algumas, salientando a importncia do aprimoramento connuo
das prcas inovadoras.
PALAVRAS-CHAVE:Inovao, Programa ALI. Projeto RST. Organizao. Gesto. Sustentabilidade. Meio-ambiente.
1 INTRODUO
Com o objevo de promover, de forma connuada, a compevidade por meio da inovao nas
pequenas empresas, sensibilizando empresrios sobre a importncia de inovar, o Servio Brasileiro de Apoio as
Micro e Pequenas Empresas SEBRAE desenvolveu, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento
e Pesquisa Tecnolgica CNPq, para levar a gesto da inovao s empresas de pequeno porte, o Programa
Agentes Locais de Inovao ALI, do qual a presente autora uma das Agentes. Como ferramenta metodolgica,tem-se o Radar da Inovao, que mensura o grau de inovao das empresas parcipantes do programa em 13
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aspectos chamados de dimenses: Oferta, Plataforma, Marca, Clientes, Solues, Relacionamento, Agregao
de Valor, Processos, Organizao, Cadeia de Fornecimento, Presena, Rede e Ambincia Inovadora.
Agregado ao programa ALI, desde 2013, em uma parceria entre o SEBRAE, o Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID) e o Centro de Tecnologia e Qualidade do Setor de Mveis da Regio de Marche/
Itlia (COSMOB), estruturou-se o Projeto Redes de Servios Tecnolgicos RST, cujo objevo aumentar a
sustentabilidade das pequenas empresas, de forma a gerar condies favorveis compevidade, aproximando
centros tecnolgicos e de pesquisas a essas. O Projeto RST, por sua vez, avalia as condies tecnolgicas e
de inovao das empresas, fazendo uso de quatro dimenses: Servios Tecnolgicos de Base, Pesquisa e
Transferncia Tecnolgica, Estratgias e Desenvolvimento Pr-compevo, e Informaes Tecnolgicas. O
Projeto contempla indstrias de pequeno porte de dois segmentos: de couro e calados dos estados do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Paraba, e madeira e mveis de Minas Gerais e Paran, sendo o foco deste
argo o polo moveleiro de Arapongas PR.
Ambos os programas envolvem a captao, adeso, diagnstico e anlise de empresas que so
assessoradas por Agentes, prossionais graduados e capacitados pelo SEBRAE, durante o perodo de 2 anos.
Em decorrncia desse trabalho, desenvolveu-se o presente argo como uma reexo terica em relao s
prcas de inovao, com objevo de idencar se a inovao organizacional aliada aos aspectos ambientais
pode proporcionar melhorias signicavas na gesto de micro e pequenas empresas.
Ainda so poucas as empresas que atuam ulizando a inovao com os princpios da sustentabilidade
como parte de suas estratgias empresariais. Dadas as condies mais restrivas de legislao ambiental, e
a necessidade das micro e pequenas empresas apresentarem um diferencial para se manter no mercado, asustentabilidade surge no s como obrigatoriedade legal, mas como um importante fator de compevidade.
Para tanto, optou-se pela Pesquisa Exploratria como metodologia, com enfoque especial para a
sustentabilidade como importante fator de inovao para as indstrias moveleiras de pequeno porte de
Arapongas PR. Como tcnicas de coleta de dados ulizaram-se o Radar da Inovao, que possui carter
quantavo, com foco na dimenso Organizao; e o Diagnsco RST, estudando-se a dimenso Pesquisa e
Transferncia Tecnolgica. Foram analisadas 37 indstrias moveleiras que parcipam do projeto ALI-RST e so
assessoradas pela presente autora, e dessas escolheram-se trs empresas para uma anlise mais aprofundada.
Alm dessa introduo, o presente artigo est estruturado com reviso terica, procedimentos
metodolgicos, seguida da apresentao dos resultados e discusses em relao ao diagnsco Radar da
Inovao e RST, nalizando com as consideraes nais.
2 REVISO TERICA
O presente captulo realiza uma abordagem sobre o Arranjo Produvo Local - APL de Arapongas PR, e
discorre sobre o conceito da inovao e sua aplicabilidade nas micro e pequenas empresas, alm de referenciar
a importncia da sustentabilidade como forma de inovao, inserida no contexto das dimenses Organizao
e Pesquisa e Transferncia Tecnolgica.
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A SUSTENTABILIDADE COMO INOVAONA MICRO E PEQUENA EMPRESA
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AUTORA: ISABELA B. DE T. MACHADO
2.1 A INDSTRIA MOVELEIRA NO POLO DE ARAPONGAS PR
O APL de Arapongas inclui tambm as cidades de Apucarana, Rolndia, Sabudia e Camb. Possui
mais de 300 empresas moveleiras, segundo dados do Sindicato das Indstrias de Mveis de Arapongas (SIMA,
2014), sendo que 120 micros e pequenas indstrias fazem parte do Projeto ALI RST. As principais diculdades
enfrentadas pelo polo de Arapongas, segundo Lima e Silva (2009), so: as falhas no gerenciamento relavas
organizao do setor e concorrncia; a falta de uma idendade prpria para os produtos e a ulizao de cpias;
a ausncia de diversidade de materiais e as irregularidades ambientais, uma vez que a maioria das empresas
no dispe de sistema gesto correto e adequado nesse aspecto. um dos maiores polos moveleiros do Pas,
e se destaca no apenas pela grande quandade de estabelecimentos e gerao de empregos, mas tambm
pelo envolvimento dos empresrios locais e agentes voltados para o desenvolvimento regional e industrial,
como o SIMA, e parcerias com o SEBRAE, promovendo compevidade entre as empresas como forma de
fomentar a inovao na regio (SIMA, 2014).
2.2 INOVAO E SUSTENTABILIDADE
De acordo com o Manual de Oslo (OCDE, 2005), a inovao pode ocorrer em quatro vertentes, conforme
se verica no Quadro 1 abaixo.
Quadro 1 Vertentes do conceito de inovao para as empresas
INOVAO EMPRODUTOS ESERVIOS
INOVAO EMPROCESSOS
INOVAO EMMARKETING
INOVAOORGANIZACIONAL
Bem ou servio novo
ou signicavamentemelhorado
Mtodo de produo
ou distribuio novo
ou signicavamentemelhorado
Novo mtodode markeng
com mudanas
signicavas em suaestratgia
Novo mtodoorganizacional
nas prcas denegcio da empresa,colaboradores, ou em
relaes externas
Fonte: Manual de Oslo - OCDE, 2005
Nesse contexto, a inovao, segundo Silva et al.(2010), um processo de mutao industrial que
incessantemente revoluciona a cadeia de valor, sendo a organizacional a prca responsvel por reorganizar
os processos de uma empresa a m de aumentar a produvidade e reduzir custos. Como forma de omizar
recursos, reduzir gastos da empresa e, consequentemente, aumentar a produvidade, corroboram prcas de
inovao sustentvel, amplamente discuda atualmente, porm ainda pouco difundida nas pequenas empresas.
A inovao sustentvel a criao de novos processos, produtos ou servios visando diminuir os
impactos ambientais com agregao de valor aos seus produtos (FREITAS et al.2012). Muitas organizaes
ainda no incorporaram a sustentabilidade como inovao, por temer os custos que podem ser proporcionados.
Segundo Silva et al. (2010), aquelas organizaes que conseguem idencar as oportunidades deinovao e tornar sustentvel sua cadeia de valor (desde fornecedores ao nal do ciclo de vida do produto)
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e inovar sustentavelmente em seus processos internos, conseguem produzir com vida mais longa, omizar
recursos e diminuir custos. Isso signica agregar valor por meio das variveis ambientais, sendo uma importante
deciso estratgica.
Sendo a inovao sustentvel um dos focos desse argo, as variveis ambientais podem ser incorporadas
em quase todas as dimenses do Radar da Inovao, metodologia do Programa ALI citada anteriormente, de
forma mais expressiva para algumas, conforme se verica na gura 1.
Figura 1 Amplitude da sustentabilidade na ferramenta radar da inovao
Fonte: Elaborado a parr de SEBRAE (2010).
Observa-se que, exceo de dimenses que dependam exclusivamente de fatores especcos como as
dimenses Marca, Rede, Solues e Relacionamento, todas as demais podem ser inuenciveis pela incorporao
de variveis ambientais. Como exemplo, a educao ambiental e gerenciamento de resduos proporcionam
omizao de matrias-primas e diminuio na gerao de resduos, reduo nos gastos excessivos com energia
e de gua, alm de baixar custos de transporte ao substuir combusveis ou dividir cargas. Como resultados,
reduzem-se os custos operacionais de uma empresa (SEINFFERT, 2012), possibilitando mudana de sua estratgia,
com ampliao de sua atuao de mercado para angir a demanda dos consumidores ecologicamente corretos.
Alm disso, o surgimento de redes de cooperao entre empresas serve como importante pilar para as
estratgias empresariais, na busca de enfrentar os desaos relacionados compevidade, mais precisamente
o de manter e disputar os novos mercados (PEREIRA, 2007). Essas relaes externas so evidenciadas pelo
diagnsco RST, que na dimenso de Pesquisa e Transferncia Tecnolgica, so vistas aquelas aes ligadas
diretamente a parcerias e aquisies de novos conhecimentos para o desenvolvimento ou melhorias de novos
produtos, processos ou servios, inclusive para pesquisa/ desenvolvimento de programas de reduo de
resduos, desempenho ambiental de produto e logsca reversa.
A sustentabilidade como ferramenta de gesto para inovao est inserida nas dimenses foco desse
estudo, principalmente, no que se refere melhoria organizacional e do ambiente de trabalho, parcerias,
mudanas de estratgia compeva, alm de aproximao e contato com instuies de fomento inovao,
conforme ser visto nos itens seguintes.
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A SUSTENTABILIDADE COMO INOVAONA MICRO E PEQUENA EMPRESA
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AUTORA: ISABELA B. DE T. MACHADO
2.3 A INOVAO NA DIMENSO ORGANIZAO RADAR
A dimenso Organizao, segundo SEBRAE (2010), refere-se ao modo como a empresa est estruturada,
como ocorre a denio de papis e responsabilidades de cada colaborador, alm de relaes externas como
parcerias, relacionamento com fornecedores e concorrentes, bem como a estratgia compeva da empresa.
A inuncia da dimenso Organizao em uma empresa pode ser compreendida tambm pelos conceitos de
Inovao Organizacional e relaciona-se evoluo na gesto e na forma de estruturao empresarial. Essa
dimenso dividida em quatro itens: reorganizao dos mtodos de trabalho; parcerias externas, visando
novos conhecimentos; viso externa troca de ideias com o ambiente externo; e estratgia compeva
inovao na estratgia de negcio.
Alm de considerar que a inovao organizacional tambm ange a estratgia de uma empresa, como,
por exemplo, a adoo de polcas de terceirizao, especializao em um segmento especco de clientes
(estratgia de nicho) como a demanda dos consumidores ecologicamente corretos, destaca-se que tal dimensosalienta a importncia das parcerias rmadas entre a empresa, proporcionando relaes externas, seja com
instuies de apoio, bem como concorrentes e fornecedores. Nesse sendo, as formas de cooperao
possibilitam a transferncia tecnolgica e a facilitao dessa transferncia para as empresas que fazem parte
de algum po de rede coorporava, como forma de benecio dessa inovao.
2.4 PESQUISA E TRANSFERNCIA TECNOLGICA
De acordo com Freitas et al (2012), deve exisr um canal de interao entre a produo do conhecimento
e a transformao em produto/processo, em que o resultado dessa arculao seja a criao de inovaestecnolgicas que venham a proporcionar maiores condies de sustentabilidade econmica e social de regies.
Esses canais podem ser denidos como os processos de transferncia de tecnologia e comparlhamento de
conhecimentos para ser absorvido por outras organizaes ou a sociedade em geral.
Para Freitas et al.(2012), a transferncia tecnolgica ocorre entre duas ou mais endades sociais em
que se processa o conhecimento tecnolgico, ultrapassando suas fronteiras, e nesse contexto que se insere
o aspecto da sustentabilidade. Ainda segundo esses autores, h necessidade da insero das variveis de
sustentabilidade aliadas tecnologia e cincia, para que se tornem elos de uma estratgia que se uliza do
envolvimento das pessoas para o desenvolvimento de solues sustentveis.
O Ministrio da Cincia e Tecnologia (RIBEIRO, 2001) prope a aproximao da Transferncia Tecnolgicacom as micro e pequenas empresas por meio de algumas ferramentas, entre elas a elaborao de projetos
cooperavos. Esses projetos devem ser executados de forma conjunta entre instuies tecnolgicas geradoras de
conhecimento e empresas usurias do mesmo, que parcipem com recursos nanceiros ou tcnicos para partes
do projeto, tendo acesso s informaes nele geradas, como a proposta da Rede de Servios Tecnolgicos RST.
3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
Para o desenvolvimento desse estudo, optou-se pela Pesquisa Exploratria. As tcnicas de coleta dedados usadas, alm da pesquisa bibliogrca para a composio do aporte terico, e a anlise documental
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fornecida pelas empresas objeto de estudo, foram o diagnsco do Radar da Inovao, que tem carter
quantavo, e do RST.
3.1 DESCRIO DAS EMPRESAS
Conforme j citado, a rea de atuao do estudo compreende a regio norte do estado do Paran,
no Arranjo Produvo Local - APL de Arapongas, no segmento de madeira e mveis, e incorpora apenas micro
e pequenas empresas. Foram avaliadas 37 indstrias moveleiras que parcipam do projeto ALI-RST, e so
assessoradas pela presente autora, e dessas escolheram-se trs empresas para uma anlise mais detalhada.
A empresa A uma pequena empresa de mveis planejados feitos sob encomenda. Funcionando
desde 2000, fabrica mveis planejados para quartos, salas, banheiros e cozinhas, ulizando como principal
matria-prima a madeira e o MDF. Conta com 25 funcionrios e tem atuao no mercado regional.
A empresa B comeou a produzir mveis coloniais em madeira macia a parr de 1981. Possui 28
funcionrios que fabricam peas decoravas como cristaleiras e aparadores, como tambm mesas, cadeiras,
guarda-roupas e estantes. A principal forma de vendas ocorre por meio de representao comercial, alm do
showroomna prpria fbrica.
A empresa C produz mveis planejados para todos os ambientes internos de residncias e escritrios,
cuja principal matria-prima o MDF. Com mais de 10 anos de funcionamento, a empresa possui 10 funcionrios
que produzem mveis personalizados para atender o pblico da regio norte do Paran.
3.2 COLETA DE DADOS
Para avaliar o grau de inovao da dimenso Organizao das indstrias selecionadas, ulizou-se
a metodologia desenvolvida por Bachmann et al (2008) denominada de Radar da Inovao, que apresenta
dados quantavos, conforme citado anteriormente. O grau de inovao de uma empresa representado
por um grco no formato de radar, por meio de trs escalas bsicas: 5 Organizao inovadora sistmica; 3
Organizao inovadora ocasional e 1 Organizao pouco ou nada inovadora. O diagnsco foi aplicado duas
vezes, uma ao incio do projeto, chamado de T0, cujos resultados originaram um Plano de Ao com propostas
de melhorias. Aps um ano, aplicou-se novamente o diagnsco, denominado T1, como forma de analisar a
evoluo das empresas ao logo de sua parcipao no projeto. Nesse argo foi realizada uma comparaoentre os resultados de ambas as aplicaes.
No Radar da inovao, a dimenso Organizao foi avaliada em cada um de seus subitens descritos
no referencial terico desse argo. Com a anlise do T1 foi possvel analisar o quanto as empresas evoluram
em seu grau de inovao global, bem como nessa dimenso. Tendo como princpio de anlise que as variveis
ambientais podem estar presentes em pracamente todas as dimenses de uma empresa, os itens da dimenso
Organizao foram assim analisados: Reorganizao - grupos de solues de problemas (para minimizar gastos
com matrias-primas e omizar o uso da que esver disponvel); rediviso de tarefas (para omizar recursos);
Parcerias - com instuies de fomento tecnolgico e universidades para desenvolver solues e melhorias,
com fornecedores (para exigir matrias-primas de origem ambientalmente correta), com concorrentes (paraa desnao correta de resduos); Viso externa - troca de ideias e informaes ambientalmente corretas
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AUTORA: ISABELA B. DE T. MACHADO
com fornecedores e concorrentes; Estratgia compeva - mudana na estratgia da empresa para angir o
mercado eco sustentvel.
A segunda metodologia ulizada foi o Diagnsco RST, por meio do qual possvel invesgar a
introduo tecnolgica na empresa e as principais referncias em fornecimento de tecnologia na regio.
Nesse argo, foi analisada a dimenso de Pesquisa e Transferncia Tecnolgica, com enfoque nos seguintes
itens: Pesquisa Industrial - aquisio de novos conhecimentos para o desenvolvimento de novos produtos,
processos ou servios, ou melhorias signicavas, analisando-se com o princpio da sustentabilidade, por
meio de reduo de resduos, ecincia energca, logsca reversa, desempenho ambiental do produto,
e pesquisa/ulizao de novos materiais que gerem vantagens econmicas, e as respecvas instuies de
apoio procuradas; Propriedade Industrial e Intelectual - anlise das mudanas de produtos e processos com
as variveis ambientais que resultou em registros de desenho industrial ou patentes.
Cada uma dessas metodologias possibilitou avaliar o grau inovador das empresas nos mbitos de
gesto e tecnologia. Os quesonrios foram aplicados inicialmente no momento da adeso das empresas
ao projeto (T0) no perodo de setembro dezembro de 2013 e reaplicados (T1) no perodo de novembro
dezembro 2014. O quesonrio RST foi aplicado de forma completa (em suas quatro dimenses) juntamente
com o T0 e reaplicado apenas na dimenso de Pesquisa e Transferncia Tecnolgica com o T1, para coleta de
dados do presente argo. As entrevistas para aplicao dos diagnscos foram realizadas com os empresrios
e gerentes de produo.
4 RESULTADOS E DISCUSSOAo incorporar as variveis ambientais, foi possvel idencar se de fato a questo sustentvel pode
deixar de ser apenas uma questo de obrigatoriedade legal para se tornar premissa de compevidade.
4.1 ANLISE GLOBAL DO RADAR DA INOVAO E DA DIMENSO ORGANIZAO
Como resultado da mensurao do grau de inovao das 37 empresas atendidas pela agente, vericou-
se uma evoluo do radar T0 para o T1. A mdia de inovao global teve um aumento de 0,8 pontos, enquantoa mdia do grau de inovao da dimenso Organizao teve um aumento de 1,1 pontos. Ou seja, as empresas
evoluram mais na dimenso Organizao em comparao mdia geral obda. Tal fato pode ser atribudo
s melhorias no ambiente de trabalho promovidas pela realizao das aes do Plano de Ao proposto pela
agente de inovao. As empresas apresentavam maior diculdade em inovar por falta de informaes ou
mesmo diculdades nanceiras, e com o projeto veram acesso a subsdios, como o programa SEBRAETEC,
rodadas de negcios e parcerias com instuies de fomento tecnolgico. Dessa forma, segundo SEBRAE
(2010), as empresas eram consideradas pouco inovadoras no T0, e no T1 com escore prximo de 3 podem ser
consideradas inovadoras ocasionais.
Consequentemente, a dimenso Organizao evoluiu expressivamente em seus subitens, como
demonstrado na tabela 1.
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Tabela 1 Mdia dos escores dos subitens da dimenso Organizao para T0 e T1
DIMENSOORGANIZAO
MDIA T0 MDIA T1
Reorganizao 2,3 3,5
Parcerias 1,9 3,6
Viso externa 1,9 2,4
Estratgia compeva 1,3 2,5
Fonte: Elaborao prpria.
Houve aumento signicavo de escore para os itens Reorganizao e Parcerias. Esse aumento se
deve proximidade com o SEBRAE, que por meio de consultorias e direcionamento estruturou um ambiente
inovador s empresas e proporcionou melhorias como a rediviso de tarefas e grupos de solues de melhorias
formados pelos colaboradores. Outro item que tambm deve ser ressaltado quanto a suas melhorias, o de
estratgia compeva, j que a parr de tais parcerias e mudanas nos ambientes de trabalho conseguiram-se
alteraes nas estratgias empresariais, principalmente de atuao de mercado. Assim, a rede coorporava
proposta pelo projeto RST ainda no existe de fato, mas aps um ano, comeou a apresentar resultados com
o incio de sua estruturao.
4.2 ANLISE DAS EMPRESAS SELECIONADAS A, B E C
A tabela 2 apresenta a evoluo na pontuao da dimenso Organizao do T0 para T1 referente ao
diagnsco da empresa A.
Tabela 2 - Escores da dimenso Organizao para a empresa A
T0 EMPRESAA
T1 EMPRESAA
Reorganizao 3 5
Parcerias 1 3Viso externa 1 1
Estratgia compeva 1 5
Fonte: Elaborao prpria.
Verica-se que a empresa A invesu em inovaes no que tange principalmente aos itens Reorganizao,
Parcerias e Estratgia compeva. Isso foi possvel graas aproximao com o SEBRAE, que pelo programa
ALI-RST, forneceu o SEBRAETEC, subsidiando duas consultorias para a empresa: uma de processos produvos
e outra de gesto ambiental. A consultoria de processos produvos introduziu prcas de organizao e
treinamento dos colaboradores, resultando em omizao de processos e matrias-primas, com menos gerao
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A SUSTENTABILIDADE COMO INOVAONA MICRO E PEQUENA EMPRESA
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AUTORA: ISABELA B. DE T. MACHADO
de resduos, bem como solues trazidas a parr das reunies dos colaboradores. Nessas reunies surgiu a
sugesto de melhorar as prcas ambientais, introduzindo a consultoria em gesto ambiental na empresa.
A parr de ento, as variveis ambientais demonstraram sua importncia, inclusive econmica, para
os empresrios. Primeiramente, cumprindo com quesitos de legislao, como licenciamento e documentao,
exigida em financiamentos bancrios, e, posteriormente, ampliando a organizao, com reduo de
desperdcios, reendo na situao econmica da empresa. Isso ocorreu por meio da elaborao do Plano de
Gerenciamento de Resduos Slidos PGRS que promove desnao e gerenciamento correto dos resduos
bem como melhor aproveitamento da matria-prima. A empresa A tambm realizou parcerias com outras
organizaes do segmento de mveis para desnar corretamente seus resduos que no eram passveis
de aproveitamento. Aliando-se s prcas ambientais com as estratgias de mercado, a empresa angiu
uma nova demanda de mercado, a dos consumidores ecologicamente corretos, por meio da realizao do
marketngverde de seus produtos. Essas consideraes ampliaram o grau de inovao da empresa, que
antes apresentava escore de inovao no T0 de 2,2 e aumentou para 3,4 no T1, um aumento de 1,2 pontos
no Radar da Inovao.
A tabela 3 faz referncia ao radar da inovao para a empresa B.
Tabela 3 - Escores da dimenso Organizao para a empresa B
T0 EMPRESA B T1 EMPRESA B
Reorganizao 3 5
Parcerias 1 3
Viso externa 1 3
Estratgia compeva 1 3
Fonte: Elaborao prpria.
A empresa B apresentava uma situao bastante comum das micro e pequenas empresas do
segmento de madeira e mveis quanto ao escore do T0, pois praticamente inexistia qualquer ao referente
inovao para a Dimenso Organizao. A nica prtica realizada era conceder horrio flexvel aos
colaboradores, pontuado quanto ao item Reorganizao. Em 10 meses de adeso ao projeto, a empresa
mudou sua atitude organizacional por meio das sugestes do Plano de Ao. Uma das aes iniciais foi
realizar a prtica de reunies semanais com colaboradores, de onde surgiu o grupo para solues deproblemas, tendo como ferramenta a caixinha de sugestes e anlise semanal do proposto. A empresa
tambm reestruturou a diviso de tarefas dos colaboradores no processo produtivo, promovendo a
otimizao do tempo e de recursos, o que resultou em economia de materiais. Os resduos gerados
foram transformados em artefatos de madeira, dentro da prpria fbrica, com aproveitamento da mo-
de-obra e gerando produtos complementares decorativos com valor agregado, compartilhando recursos
com terceiros por meio da venda em lojas de decorao. A empresa B tambm firmou parcerias e trocou
informaes com seus fornecedores, exigindo material de origem reflorestada e certificada, divulgando
aos seus clientes a origem ambientalmente correta de seus produtos. Com as aes de melhoria, a sua
pontuao no Radar da Inovao aumentou de 2,4 para 3,2.
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A empresa C apresentou inovaes em dois itens da dimenso Organizao, conforme vericado na tabela 4.
Tabela 4 - Escores da dimenso Organizao para a empresa C
T0 EMPRESA C T1 EMPRESA C
Reorganizao 1 5
Parcerias 1 1
Viso externa 1 1
Estratgia compeva 1 3
Fonte: Elaborao prpria.
No incio da parcipao da empresa C no projeto ALI-RST no havia nenhuma prca quanto
dimenso Organizao, apresentando pontuao mnima para todos seus itens. Em contato com o SEBRAE, e
desenvolvendo as aes propostas no Plano de Ao, a empresa evoluiu em seu grau de inovao global, que
inicialmente era 2,1, passando a ser 3,1. Uma das aes sugeridas pela agente local de inovao foi a consultoria
de Processo Produvo e treinamento de colaboradores via SEBRAETEC, o que possibilitou a reestruturao
organizacional da empresa, alm de melhorias no processo produvo, organizando procedimentos e reduzindo
desperdcios. Uma das formas de reduo de desperdcios foi o reaproveitamento dos resduos de MDF gerados,
que por meio da rediviso de tarefas dos colaboradores, desenvolveu-se um novo produto, diferenciado e
inovador no segmento de madeira e mveis, que promoveu mudana na estratgia compeva da empresaa parr do momento em que, tambm via SEBRAETEC, a empresa realizou o registro de desenho do produto,
aumentando sua compevidade de mercado. importante salientar que no houve aumento para os itens
parceria e viso externa, j que a empresa no focou em trocar ou adquirir informaes, nem rmar parcerias
seja com fornecedores ou concorrentes, denindo-se como sugesto de melhoria para o prximo Plano de Ao.
Por meio de entrevista pessoal com os empresrios das respecvas empresas, obteve-se a resposta
econmica do esforo em inserir as variveis ambientais na rona empresarial. Vericou-se uma reduo
de custos de 15% na compra de matria-prima para a empresa A, e de 10% para as empresas B e C, sendo
essa resposta nanceira considerada pelos empresrios como surpreendente e fator primordial paraconnuar inovando. O desperdcio de matria-prima (madeira e MDF) era de aproximadamente 30% para as
trs empresas, e, aps a realizao das aes de inovao, esse desperdcio caiu para aproximadamente 10%.
Dessa forma, conforme observado nas empresas estudadas, conrma-se o proposto pelo SEBRAE (2010),
de que a gesto ambiental como fator de inovao nas pequenas empresas oferece um conjunto de aes
que proporcionam condies para que as MPEs aprimorem seus processos de produo, reduzindo custos,
eliminando ou amorzando perdas e minimizando os impactos ambientais.
O aumento de aes inovadoras para a dimenso Organizao teve relao direta, bem como exerceu
inuncia sobre o processo de transferncia tecnolgica, conforme vericado a seguir, a parr da anlise
pontuada pelo diagnsco RST.
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A SUSTENTABILIDADE COMO INOVAONA MICRO E PEQUENA EMPRESA
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AUTORA: ISABELA B. DE T. MACHADO
4.3 ANLISE DO DIAGNSTICO DE PESQUISA E TRANSFERNCIA TECNOLGICA
O item de Pesquisa e Transferncia Tecnolgica do diagnsco RST enfoca a incorporao de inovao
nos lmos dois anos da empresa, classicando-os como elevado, mdio, baixo e nenhum. As diferenas entre
o primeiro diagnsco aplicado (T0) com o segundo (T1) esto descritos nas guras 2 e 3.
Figura 2 Grco do item Pesquisa e Transferncia Tecnolgica quanto ao T0
Fonte: Elaborao prpria.
Inicialmente, verica-se que nenhuma empresa incorporava inovaes, sobretudo, quanto aos itens
relacionados sustentabilidade, como programa de reduo de resduos, ecincia energca, logsca reversa
e estudo de desempenho ambiental do produto, conforme destacado na gura 2. Tambm, nenhuma empresa
invesa em registro de desenho industrial, justamente por no desenvolver mudanas no desenvolvimento
de novos produtos. Relacionando ao Radar da Inovao, conrmou-se a falta de invesmentos em aes de
suporte que consisssem em mudanas da perspecva ambiental, como a Dimenso Organizao proporciona,
resultando em baixo grau de inovao global.
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Figura 3 - Grco do item Pesquisa e Transferncia Tecnolgica quanto ao T1
Fonte: Elaborao prpria.
Ao comparar com o novo diagnsco aplicado (T1), observou-se um aumento, ainda que pequeno, deincorporaes de inovao em quase todos os itens de Pesquisa e Transferncia industrial. Como foco deste
estudo, destaca-se o aumento de inovaes sustentveis, nos itens de reduo de resduos, logsca reversa,
estudo de desempenho ambiental do produto e registro industrial, assim como idencado nas anlises das
empresas A, B e C no item anterior deste argo. Conforme armado por Freitas et al.(2012), a pesquisa e
transferncia tecnolgica envolve os aspectos da sustentabilidade por meio do reconhecimento de oportunidade,
implementao e uso em longo prazo, ou seja, as aes so o passo inicial para essa inovao, cabendo, agora,
as empresas invesrem no aperfeioamento connuo de suas aes, que dever ser exercido pelas prcas
incenvadas pelo projeto ALI-RST.
A principal resposta do esforo de inovao nas empresas A, B e C foi o aumento de produvidade
e das vendas. Avaliando-se nanceiramente as inovaes eco sustentveis das empresas, esma-se que
o percentual de vendas tenha aumentado 15%, 10% e 10%, respecvamente, resultantes dos produtos e
processos aprimorados.
Dessa forma, muitas empresas que, no incio do projeto no nham perspecvas de mudar seus hbitos
organizacionais, ao pracarem algumas das aes do Plano de Ao, alcanaram avanos na organizao das
avidades dos colaboradores, reduo de custos e de sua estratgia compeva. O aumento do grau de
inovao, mesmo que no represente o ideal de escore mximo, reete principalmente a aproximao das
empresas com instuies de apoio e fomento a inovao que o Programa ALI-RST proporcionou, justamente
um dos intuitos principais da parceria SEBRAE-COSMOB.
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A SUSTENTABILIDADE COMO INOVAONA MICRO E PEQUENA EMPRESA
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AUTORA: ISABELA B. DE T. MACHADO
5 CONSIDERAES FINAIS
Conforme vericado no referencial terico deste argo, a inovao nas micro e pequenas empresas
ocorre de forma gradava, preferencialmente em todos os ambientes da organizao e, por consequncia,
seus resultados surgem em longo prazo. Tal fato foi observado nas empresas analisadas, vericando-se que
aps, aproximadamente, um ano de adeso ao projeto ALI-RST, as empresas evoluram em seu grau inovador,
mesmo que de forma menos expressiva para algumas.
A insero das caracterscas de sustentabilidade como arcios de inovao organizacional nos
aspectos comuns das empresas A, B e C resultou em diferenciais compevos, destacando-se do bvio da
sustentabilidade, de apenas desnar corretamente os resduos da empresa o que uma obrigao segundo
as leis nacionais, porm uma prca incomum na maioria das empresas. As implicaes das aes ambientaissurpreenderam os empresrios, principalmente devido ao retorno nanceiro proporcionado.
Ainda so muitas as diculdades enfrentadas pelas micro e pequenas empresas, mas conclui-se que o
programa ALI-RST abriu o caminho para inovao nas empresas atendidas, criando oportunidades de ganhos
econmicos e sociais, alm de insgar esforos na busca de um ambiente favorvel a inovao. Reitera-se que
esses esforos devem ser connuos na realidade dessas empresas, culvando-se a cultura da inovao como um
aprendizado dirio, para que as iniciavas inovadoras sejam aprimoradas e desenvolvidas de forma ininterrupta.
AGRADECIMENTOSAgradeo ao SEBRAE e ao CNPq pela oportunidade de realizar esse trabalho, contribuindo com o
desenvolvimento das pequenas indstrias moveleiras de Arapongas, bem como para meu desenvolvimento
pessoal e prossional. Obrigada a Simone Borba, orientadora do argo. Agradeo tambm Eduarda Alto e
Mariana Con pela amizade e parceria em nosso trabalho. E a todos que zeram parte desta pesquisa.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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FREITAS, G.C.C., MAANEIRO, B. M., KULH, R.M., SEGATTO, P. A., DOLIVEIRA, D.L.S., LIMA F.L. Transferncia
Tecnolgica e inovao por meio da sustentabilidade. Ver. Adm. Pblica vol. 46, n. 02, Rio de Janeiro, mar./abr.
2012. Disponvel em: .
Acesso em: 31 mar. 2015.
LIMA, E. G., SILVA, D. Resduos gerados na indstria de mveis de madeira situadas no polo moveleiro de
Arapongas-PR. Floresta, (Curiba, PR), v. 35, n. 1, jan./abr. 2005.
PEREIRA, P. R. A., MARTINS, H. C. Estratgia de cooperao informal entre unidades de uma rede de empresas:
O caso Compuway. Revista de Administrao da FEAD Minas, out. 2007. Disponvel em:
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RIBEIRO, V.V.P. Inovao Tecnolgica e Transferncia de Tecnologia, Ministrio da Cincia e Tecnologia, Braslia,
2001. Disponvel em:
< hp://www.mct.gov.br/upd_blob/0002/2212.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2015.
SEBRAE. Guia para a Inovao. Instrumento de orientao de aes para melhoria das dimenses da Inovao.
2010.
SEINFERT, B. E. M. Gesto Ambiental: instrumentos, esferas de ao e educao ambiental. So Paulo: Atlas, 2012.
SILVA, C. E et al.Inovao Sustentvel: uma reviso bibliogrca. In Congresso Nacional de Excelncia em
Gesto, 6., 2010, Niteri. Niteri, ago. 2010.
SIMA - SINDICATO DAS INDSTRIAS DE MVEIS DE ARAPONGAS. Arapongas - O 2 Maior Polo Moveleiro do
Pas e o Primeiro do Paran: Dados do Setor. Disponvel em: .
Acesso em: 14 mar. 2014.
OCDE; FINEP. Manual de Oslo: proposta de diretrizes para coleta e interpretao de dados sobre inovao
tecnolgica. Disponvel em:
< hp://download.nep.gov.br/imprensa/manual_de_oslo.pdf >. Acesso em: 03 maio 2014.
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AMBINCIA INOVADORA,PRESENA E PROCESSOS: RAZESQUE INTERFEREM NO SEU BOMDESEMPENHO NAS PEQUENASMETALRGICASAUTOR: VICENTE OLIVEIRA MIRANDA FILHO
ORIENTADOR: PAULO JORDO DE OLIVEIRA CERQUEIRA FORTE
UFPI, [email protected]
RESUMO
A viso sistmica da Gesto Organizacional sinteza a gesto da pequena empresa em quatro funes: funo
produo, funo nanas, funo pessoas e funo mercadolgica. A parr da aplicao do quesonrio
radar da inovao em pequenas empresas do segmento metalrgico de Teresina, Piau, observou-se um baixo
desempenho do grau de inovao nas dimenses ambincia inovadora, presena e processos, ou seja, pouca
inovao na funo pessoas, funo mercadolgica e funo produo. Com o propsito de idencar as razes
que interferem no bom desempenho do grau de inovao nas dimenses ambincia inovadora, presena e
processos do radar da inovao dessas empresas este trabalho contribuir no despertar do empresrio para
implantar em sua empresa a cultura da inovao. Espera-se, ainda, que seja um veculo de orientao s
pessoas, potenciais empreendedores ou no que tenham interesses no segmento metalrgico local.
PALAVRAS-CHAVE: Grau de Inovao.Metalrgica. Radar da Inovao.
1 INTRODUO
As indstrias que tm como avidade principal a produo de bens e servios obdos atravs da
transformao dos metais so consideradas membros do macro complexo metal mecnico. Essas empresas
constuem um conjunto amplo e diversicado de setores, cuja principal caractersca a contemplao de
tecnologias baseadas em conhecimentos e tcnicas, relacionados com a produo, processamento e ulizaode metais, especialmente o ferro, o alumnio e o ao, e outros pos de ligas metlicas (FIERGS, 2014). As
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empresas que desenvolvem avidades ligadas ao setor metal mecnico promovem relevante parcipao na
cadeia produva brasileira. A riqueza mineral de nosso Pas aliada ao alto grau de desenvolvimento dessas
empresas industriais de transformao faz do Brasil uma referncia na fabricao de produtos para os maisdiversos segmentos da economia.
Na cidade de Teresina a avidade econmica do setor mais explorada do segmento de metalrgica por
microempresa e empresa de pequeno porte compreende a fabricao de esquadrias de metal e a fabricao
de estruturas metlicas. As empresas analisadas neste trabalho possuem uma mdia de 05 (cinco) funcionrios
para as microempresas (ME) e de 15 funcionrios para as empresas de pequeno porte (EPP) com alto ndice de
turnover(rotavidade de funcionrios. Segundo os empresrios trata-se de uma caractersca do segmento
local). Como as pequenas empresas apresentam elevado potencial de realizao de inovaes incrementais
(AMATO, 2013) e para que isso ocorra preciso uma conscienzao do corpo diretor da organizao, pois
nos dias de hoje a empresa que no inova, que permanece rgida quanto a mudanas est fadada ao fracassoacredita-se que atravs de um trabalho insistente e sistmico seja possvel transformar essa realidade, pois a
compevidade no se limita a rea geogrca de atuao da empresa, ou seja a compevidade global. O
objevo deste argo idencar os movos ou razes que levam essas empresas a angirem um baixo grau
de inovao nas dimenses ambincia inovadora, presena e processos. E algumas das razes que podem
interferir para o baixo scoredestas dimenses so a imerso dos diretores da empresa no desenvolvimento e
execuo das avidades operacionais, a inexistncia de planejamento estratgico e de aes para a promoo
da inovao, a predominncia de um perl conservador e acomodado, um comportamento passivo no mercado,
ou seja, no buscar reinventar-se e a falta da prca da inovao na gesto da empresa. Espera-se que esse
trabalho contribua no despertar do empresrio para implantar em sua empresa a cultura da inovao. Espera-
se, ainda, que seja um veculo de orientao s pessoas, potenciais empreendedores ou no, que tenhaminteresses no segmento metalrgico local.
2 REVISO DA LITERATURA
O empreendedorismo em sua essncia promove desenvolvimento. Segundo a pesquisa GEM (2014),
da Global Entrepreneurship Monitor, no perodo compreendido entre maio de 2013 a julho de 2014, no Brasil
a taxa total de empreendedores TTE (iniciais e estabelecidos), foi de 34,5% superando anos como 2011
(26,9%) e 2013 (32,3%). importante frisar que a taxa de empreendedores iniciais (TEA)em 2014, foi de 17,7%,enquanto a taxa de empreendedores estabelecidos (TEE)foi de 17,5%. Ambos apresentando crescimento
(GEM, 2014). Estes resultados reforam a ideia do crescimento da compevidade do mercado ao descrever o
crescimento da abertura de novos negcios. E a necessidade de comper que deve esmular o empreendedor
a criar o hbito de inovar, ou seja, implementar a cultura de inovao em sua empresa. Contudo a realidade
dos pequenos negcios faz com que o empresrio esteja submerso em suas avidades corriqueiras roubando-
lhe, assim, o tempo necessrio para pensar em inovao.
A inovao no implica, necessariamente, apenas a comercializao de grandes
avanos tecnolgicos (inovao radical), mas tambm inclui a ulizao de mudanas
de know-how tecnolgico em pequena escala (melhoria ou inovao por incremento).(Roy Rothwell & Paul Gardiner, apudFundao Nacional da Qualidade - FNQ, 2014).
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AUTOR: VICENTE OLIVEIRA MIRANDA FILHO
A dimenso ambincia inovadora est pautada mais intensamente na aquisio de conhecimentos
por parte da empresa atravs do seu relacionamento com fontes de conhecimento externas. A empresa
considerada detentora de um ambiente inovador conforme valoriza o conhecimento adquirido oudesenvolvido, o seu nvel de aceitao de erros e tambm a sua observncia, diga-se conhecimento, s fontes
de nanciamento para a inovao. A tudo isso se soma sua ousadia em testar novos produtos e processos.
Parndo do pressuposto de que as inovaes surgem das ideias e estas tm origem no conhecimento
adquirido pelas pessoas, e sabemos que toda e qualquer organizao so compostas por pessoas, logo
preciso uma sistemazao do processo criavo que possibilita o desenvolvimento de ideias sem nenhuma
ameaa aparente parcipao dos envolvidos na produo e gerao de ideias. Para tanto, o delineamento
do processo de construo de ideias deve ser objevo e transparente e assim exposto a todos os envolvidos.
Como exemplo, cita-se o modelo de Processo de Gesto da Inovao sugerido pelo SEBRAE em seu Guia
para Inovao, 2015 p. 19 na gura 1 abaixo.
Figura 1 Processo SEBRAE de Gesto da Inovao
Fonte: SEBRAE, 2015.
Considerando uma empresa como um organismo integrado cuja nalidade manter-se no mercado
de forma duradoura e sustentvel acredita-se que pela via da inovao que ela alcanar tal objevo. pela
inovao que a empresa obter sucesso, pois ela, a inovao, gera espaos por meio de mtodos gerenciais de
excelncia, para tanto a empresa deve enxergar que o xito do negcio est na capacidade de gerar novidade,
empreendedorismo e renovao, arma Guimares (2013). E cuidando do processo administravo da empresa
com procedimentos estratgicos para movar seu crescimento pernente tratar a dimenso processos e
dimenso presena como avidades meio, uma de produo e a outra de escoamento dessa produo, para
garanr a longevidade da empresa no mercado. Inovar sinnimo de mudanas. As empresas precisam mudar
constantemente para obter sucesso ou no mnimo manter-se viva no mercado. Fernando e Kotler (2011)
armam que a inovao nem sempre acarreta saltos gigantes adiante e que a inovao gradual, passo a passo,
tambm inovao e to necessria, ou at mais, que a verso radical e concluem que isso o que tornaum negcio sustentvel. Quando a empresa torna rgida a sua resistncia s mudanas ela est fadando-se
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ao fracasso, pois ela assume de imediato a incapacidade de enfrentar um novo ambiente estagnando-se no
tempo. o produtor, via de regra, quem inicia a mudana econmica, e os consumidores so por ele educados,
se necessrio, ou seja, os consumidores so ensinados a querer coisas novas, ou coisas que diferem em umaspecto ou outro daquelas que nham o hbito de usar, ensina Schumpeter (1997, p. 69).
Em mbito micro, a inovao est entre as principais alavancas ulizveis pelas
empresas para conseguir e manter, no decorrer do tempo, a vantagem compeva
ou, cada vez mais frequente, para assegurar a sobrevivncia da empresa diante da
crescente concorrncia. (SEBRAE, 2014).
Toda empresa constuda de processos, ou seja, conjuntos de avidades para o seu funcionamento.
Castelli (2010, p. 123) diz que o processo pode ser entendido como um conjunto de causas que tm por objevo
gerar um efeito. O autor considera os insumos ou fatores as causas geradoras do produto/servio, efeito.
A inovao no se reduz criao de produtos, servios, processos ou tecnologias
que rompem com a maneira convencional de fazer as coisas, mas considera tambm
mudanas que podem ter impactos abrangentes e duradouros na organizao.
(Fundao Nacional da Qualidade).
Inovar em processos buscar, pela reorganizao dos processos, maior ecincia, eccia ou qualidade,
seja atravs de solues prprias da empresa ou adquiridas de terceiros. As Micro e Pequenas Empresas podem
inovar em seus processos desde a implantao de simples ferramentas de gesto para a melhoria de seus
processos implantao de cercaes de processos ou de produtos. (SEBRAE, 2011).
A dimenso presena est relacionada aos canais de distribuio que a empresa uliza para colocarseus produtos no mercado e tambm aos locais em que esses itens podem ser adquiridos pelos consumidores.
A inovao na dimenso presena pode ser obda atravs de parcerias estratgicas (distribuidores e ou
representantes em novos mercados) a m de possibilitar a comercializao dos produtos (bem ou servios).
Pode-se tambm adotar aes atravs de canais de comunicao com o cliente com o propsito de aproximar-
se deste (SEBRAE, 2011). A internet um poderoso canal de vendas para tanto basta que a empresa a ulize
de forma responsvel e prossional.
3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
O SEBRAE - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empesas, objevando cumprir sua Misso
que promover a compevidade e o desenvolvimento sustentvel dos pequenos negcios e fomentar o
empreendedorismo, para fortalecer a economia nacional desenvolveu e instucionalizou nacionalmente o
Programa Agentes Locais de Inovao Programa ALI, com o intuito de agenciar a incorporao da cultura da
inovao nas pequenas empresas. Para tanto se faz necessrio entender o que seja Inovaopara o Sistema Sebrae:
O Sistema SEBRAE adota o conceito de inovao como sendo a implementao de um
produto (bem ou servio) novo ou signicavamente melhorado, ou um processo, ou
um novo mtodo de marketng, ou um novo mtodo organizacional nas prcas denegcios, na organizao local de trabalho ou nas relaes externas. (SEBRAE, 2011).
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AUTOR: VICENTE OLIVEIRA MIRANDA FILHO
O SEBRAE entende que a pequena empresa ao incorporar novas prcas e tecnologias em gesto,
processos, produtos e ou servios amplia sua compevidade e sustentabilidade no mercado. Atravs do
Programa ALI o SEBRAE ange tal propsito contando com o Agente Local de Inovao, bolsista do CNPQ -Conselho Nacional de Desenvolvimento Cienco e Tecnolgico, que aps receber um treinamento especco
e intenso sobre inovao passa a desenvolver um trabalho estruturado de acompanhamento e orientao
junto s pequenas empresas do setor de comercio, indstria e servios durante um perodo de at 36 meses
com o intuito nico de agenciar a incorporao da cultura da inovao nessas empresas. Esta pesquisa est
fundamentada no segmento metalrgico da cidade de Teresina, Piau, contanto com uma amostra de 16
empresas dos setores de comrcio e indstria. Conforme relacionado na Tabela 1 abaixo, a qual descreve a
avidade principal das empresas e sua classicao por avidade.
Tabela 1 Classicao das Empresas atendidas quanto avidade principal.As empresas esto idencadas pela numerao (de 1 a 16)
CLASSIF ICAO DAS EMPRESAS ATENDIDAS: QUANTO ATIVIDADE PRINCIPAL
ATIVIDADE PRINCIPAL EMPRESAS
Comercio varejista de ferragens e ferramentas 1
Fabricao de argos de metal para uso domsco e pessoal 2, 8
Fabricao de esquadrias de metal 4, 5, 15
Fabricao de estruturas metlicas 6, 9, 10, 11,16
Fabricao de mquinas e aparelhos de refrigerao e venlao para uso industriale comercial, peas e acessrios
3
Fabricao de outros produtos de metal no especicados anteriormente 14
Fabricao de produtos diversos no especicados anteriormente 7
Fabricao de argos de serralheria, exceto esquadrias 12
Fabricao de mveis com predominncia de metal 13
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Ulizando-se da ferramenta Diagnsco Radar da Inovao (Ferramenta de diagnsco disponibilizada
pelo Sebrae ao Agente Local de Inovao para mensurar o grau de inovao da pequena empresa) foi possvel
idencar uma similaridade entre essas empresas: a baixa presena de inovaes nas dimenses processos,
presena e ambincia inovadora. Este fato despertou o interesse de idencar os movos ou razes que as
levaram a obterem baixos scoresem tais dimenses.
O processo de inovao envolve avidades em vrias etapas ciencas, tecnolgicas, organizacionais,
nanceiras e comerciais que de fato levam ou pretendem levar, implantao de produtos ou processos
tecnologicamente novos ou aprimorados, armam Bachmann e Destefani (2008). Com estas palavras compreende-
se que a avidade de inovao interfere em toda a estrutura da organizao exigindo do empresrio e sua
equipe (lderes e liderados) esforos em mudana de hbitos no mbito organizacional no intuito de implantar
a inovao na empresa.
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Das treze dimenses que compem o grco Radar da Inovao, gura 2, a dimenso ambincia
inovadora, segundo metodologia proposta pelo SEBRAE, tem peso 2, ou seja, esta dimenso impacta por
completo o ambiente organizacional, pois ela reete o comportamento inovador da empresa. No quadro 1temos a denio das dimenses foco deste trabalho.
Figura 2 Grco Radar de Inovao
Fonte: Adaptado de Radar da Inovao, (SEBRAE 2015).
Quadro 1 Dimenses do Radar de Inovao
DIMENSES DO RADAR DE INOVAO DEFINIO
Grau de inovao
Busca constante pela ecincia,qualidade e minimizao do tempo
dos processos atravs do redesenhodos processos.
Presena (Praa)Formas de comercializao e canaisde distribuio dos produtos para o
mercado.
Ambincia inovadoraInmamente relacionada aquisio
e busca de conhecimentos e aodesenvolvimento de pesquisas.
Fonte: (SEBRAE, 2011)
Para alcanar o objevo proposto descrevem-se neste trabalho exemplos, fatos, eventos e inovaes
colhidos durante o perodo de acompanhamento do ALI de outubro de 2014 a maro de 2015 de 16 empresas
do segmento metalrgico. Jusca-se a escolha das dimenses devido aos menores scoresobdos neste
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AUTOR: VICENTE OLIVEIRA MIRANDA FILHO
segmento; desta forma buscou-se descrever as razes que contribuem para que este segmento obtenha baixos
scoresnas dimenses Ambincia Inovadora, presena e processos.
4 RESULTADOS
Os resultados da pesquisa de campo revelaram a seguinte tabela de scorespor dimenses nas empresas
pesquisadas. O parmetro de anlise do grau de inovao dessas empresas o proposto pelo SEBRAE (medidas
objevas na determinao do Radar da Inovao) que escalonou as empresas em: Pouco ou nada inovadoras,
inovadoras ocasionais e Inovadoras sistmicas e seus respecvos scores1, 3 e 5 do grco radar de inovao -
grau de inovao. Logo, sendo o score mximo 5, ento este ser o parmetro adotado nesta pesquisa. Abaixo
se v tabela 2, os resultados das empresas por dimenso:
Tabela 2 Relao dos scores das 16 empresas e suas respecvas dimenses
SCORES OBTIDOS PELAS EMPRESAS POR DIMENSO DE INOVAO
EMPRESAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Oferta 3,0 3,4 3,8 2,2 2,6 1,4 4,6 1,8 3,4 1,4 3,4 2,2 3,0 3,4 3,4 3,4
Plataforma 5,0 4,0 5,0 5,0 5,0 5,0 3,0 3,0 4,0 5,0 5,0 3,0 3,0 5,0 4,0 5,0
Marca 2,0 2,0 2,0 4,0 2,0 1,0 4,0 1,0 4,0 4,0 3,0 1,0 3,0 2,0 3,0 4,0
Clientes 1,7 3,0 3,0 1,7 3,0 1,7 1,7 2,3 1,0 1,7 3,7 1,0 2,3 2,3 2,3 3,0
Solues 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 4,0 3,0 1,0 2,0 1,0 1,0 1,0 2,0 3,0
Relacionamento 3,0 3,0 4,0 2,0 3,0 1,0 4,0 1,0 2,0 2,0 4,0 1,0 3,0 4,0 2,0 4,0
Agregao de
valor1,0 2,0 2,0 1,0 2,0 1,0 1,0 1,0 4,0 2,0 2,0 1,0 1,0 4,0 4,0 1,0
Processos 1,0 1,7 2,0 1,0 1,3 2,0 1,7 1,7 2,0 2,3 2,0 2,0 2,3 1,7 1,3 2,3
Organizao 1,0 2,0 1,5 1,5 1,5 1,7 3,0 2,0 1,0 1,5 2,0 2,0 1,5 2,3 2,3 3,0
Cadeia defornecimento
1,0 3,0 1,0 3,0 1,0 1,0 5,0 1,0 3,0 1,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0
Presena 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 2,0 2,0 2,0 1,0 2,0 5,0
Rede 1,0 3,0 3,0 3,0 3,0 1,0 3,0 1,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 5,0
AmbinciaInovadora
1,3 1,8 1,3 1,8 1,3 1,5 2,0 1,5 1,8 2,3 2,0 1,5 1,5 1,3 1,6 2,5
Grau de
Inovao Global1,7 2,3 2,3 2,1 2,1 1,6 2,6 1,7 2,5 2,2 2,8 1,8 2,2 2,5 2,5 3,3
Fonte: Radar da Inovao (2014/2015)
Fundamentado nos dados da tabela 2 construiu-se o grco 1, a m de descrever a mdia dos scores
obdos pelas empresas em cada dimenso do grco radar da inovao.
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Grco 1 - Grau de inovao mdio das empresas
Fonte: Elaborado pelo autor (2014/2015)
Como o foco desta pesquisa so as dimenses processos, presena e ambincia inovadora, portando
sero apresentadas, analicamente, apenas tais dimenses, tabela 3. O comparavo entre a mdia esperada,
a mdia angida, e a nota mxima pode ser visualizado melhor na tabela 3.1.
Tabela 3 Relao dos scores das 16 empresas nas dimenses
processos, presena e ambincia inovadora
SCORES OBTIDOS PELAS EMPRESAS DAS DIMENSES PROCESSOS, PRESENA E AMBINCIAINOVADORA
EMPRESAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16Processos 1,0 1,7 2,0 1,0 1,3 2,0 1,7 1,7 2,0 2,3 2,0 2,0 2,3 1,7 1,3 2,3
Presena 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 2,0 2,0 2,0 1,0 2,0 5,0
AmbinciaInovadora
1,3 1,8 1,3 1,8 1,3 1,5 2,0 1,5 1,8 2,3 2,0 1,5 1,5 1,3 1,6 2,5
Fonte: Radar da Inovao (2014/2015)
Tabela 3.1 Mdia global dos scores das empresas nas dimenses
processos, presena e ambincia inovadora
MDIA GLOBAL DOS SCORES OBTIDOS PELAS EMPRESAS
DIMENSOMDIA
ATINGIDAMDIA
ESPERADANOTA
MXIMA
Processos 1,8 3,0 5,0
Presena 1,5 3,0 5,0
Ambincia Inovadora 1,7 3,0 5,0
Fonte: Radar da Inovao (2014/2015)
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AUTOR: VICENTE OLIVEIRA MIRANDA FILHO
4.1 A DIMENSO PROCESSOS
Na dimenso processos 12% das empresas obveram scores1,0, 13% score1,3, 19% score 2,3, 25%
score1,7 e 31% obveram score2,0. Conforme grco 2.
Grco 2 - Dimenso Processos - (% por mdia de scores)
Fonte: Pesquisa de campo (2014/2015)
Visualmente percebe-se que apenas 1/3 (um tero) das empresas aproxima-se da mdia esperada
(3,0) mesmo assim, com uma margem negava de 1,0 a ser superada. As demais empresas cam aqum da
mdia esperada. A tabela 4 apresenta a frequncia de inovao na dimenso processos.
Tabela 4 Indicao da frequncia de inovao na dimenso
processos segundo seus itens de avaliao
FREQUNCIA DE INOVAO NA DIMENSO PROCESSOS POR ITEM
DIM
ENSO
PRO
CESSOS
Item de avaliao Faz sistemacamente/comum
Fazocasionalmente
No faz/no tem
Melhoria dos processos 0% 63% 38%
Sistemas de gesto 0% 0% 100%
Cercaes 0% 0% 100%Sowares de gesto 12% 19% 69%
Aspectos ambientais (Ecolgicos) 0% 25% 75%
Gesto de resduos 25% 50% 25%
Fonte: Pesquisa de campo (2014/2015)
As informaes apresentadas na tabela 4 revelam aspectos interessantes sobre a singularidade entre
as empresas do segmento metalrgico de Teresina na ca da inovao em processos. A maioria das empresas,
63%, inovou de forma ocasional na melhoria de seus processos, enquanto 38% no inovaram, e em nenhumadas empresas vericou-se uma sistemazao para inovar em seus processos. Isto descreve que a pequena
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metalrgica teresinense atua, ainda, de forma quase que emprica no havendo preocupao por parte de
seus gestores em sistemazar a inovao de processos em sua empresa. Para o item sistemas de gesto foi
unanimidade a ausncia de novas prcas de gesto, o mesmo ocorre com a aquisio de cercaes. Paraos entrevistados quanto importncia de uma cercao para seu negcio, at mesmo como diferencial
estratgico, trata-se de um dispndio nanceiro desnecessrio e com possvel nenhum ou baixo retorno. Toma-se
como exemplo a empresa 9, pois esta fabrica produtos que requerem a Cercao Compulsria do INMETRO
- Instuto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, e seu proprietrio em resposta sugesto para
ampliar a quandade de produtos com cercao e at mesmo implantar uma cercao ISO, respondeu
que no negcio, pois no gera resultados sasfatrio uma vez que com a cercao do INMETRO isso no
ocorrera at ento. Diferentemente ocorre com a empresa 16 cujo empresrio fez recentemente curso sobre
ISO 9000 Gesto da Qualidade e, em vias de fato, em parceria com o SEBRAE ulizando-se do SEBRAETEC
para a implantao da Cercao ISO 9000 na empresa, o mesmo arma possuir ambies expansivas para
o mercado internacional. J para o item Soware de Gesto 69%, das empresas no modicaram ou no
adotaram novos sofwaresde gesto ou de produo deste total, 62% ulizam soware de gesto e 38% no
ulizam. Em nenhuma das empresas ulizado um soware de gesto da produo. Quanto ao item Aspectos
ambientais, 75% das empresas armaram no ter realizado qualquer mudana em seu insumo ou processo por
razes ecolgicas e 25% armaram ter modicado o processo de pintura dos produtos fabricados esquadrias
e estruturas metlicas atravs de cabines de pinturas adequadas e uso de ntas de menor impacto ambiental.
Observou-se que tais inovaes ocorreram ocasionalmente. Para gesto dos resduos foi surpreendente que 1/4
das empresas, 25% delas, pensam o tratamento dos resduos de forma sistemca, gerando renda. Vericou-se
em algumas empresas a existncia de uma espcie de fundo nanceiro onde o valor adquirido com a venda
dos resduos invesdo na confraternizao de m de ano para os colaboradores. E, 50%, inovaram na gestode seus resduos de forma espordica, (pelo acumulo de sobras de ferro/ao para vend-las s sucatas), 25%
das empresas ainda no pensam inovaes na gesto de seus resduos.
4.2 A DIMENSO PRESENA
Na dimenso presena so avaliados se a empresa criou novos pontos de venda bem como se estabeleceu
relaes com distribuidores ou representantes para a venda de seus produtos, seja em um novo mercado ou no.
A tabela 5 descreve a frequncia de inovao na dimenso presena nas empresas metalrgicas pesquisadas.
Tabela 5 Indicao da frequncia de inovao na dimenso
presena segundo seus itens de avaliao
FREQUNCIA DE INOVAO NA DIMENSO PRESENA POR ITEM
DIMENSO
PRESENA Item de avaliao Faz sistemacamente/
comum
Fazocasionalmente
No faz/no tem
Pontos de venda 6% 6% 88%
Intermediao 6% 19% 75%
Fonte: Pesquisa de campo (2014/2015).
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AUTOR: VICENTE OLIVEIRA MIRANDA FILHO
Quanto criao de novos pontos de venda comparlhando recursos com terceiros apenas a empresa
de nmero 13, (6%), inovou. Esta inovao foi ocasionada pela necessidade da instalao de um ponto de
venda em um local de maior uxo de potenciais clientes. Sistemacamente apenas a empresa de nmero 16,
(6%), inovou, as demais, 88%, no possuem pontos de venda seno a prpria sede. preciso enfazar que
o empresrio, em peso, o vendedor da empresa, o que, por sua rede de relacionamentos, prospecta
novas demandas de produo, salvo alguns empresrios que atuam de forma passiva aguardando a demanda
voluntria do mercado conantes no reconhecimento de sua empresa por parte do mercado. Apenas a empresa
de nmero 16, (6%), realiza sistemacamente relaes com distribuidores ou representantes para a venda
de seus produtos em novos mercados. Observou-se o comportamento proavo desta empresa atravs do
perl inquieto do empresrio, sempre antenado s novidades do mercado buscando novas solues tanto
para a empresa quanto para seus clientes. J, 19% das empresas estabeleceram relao com distribuidores ou
representantes para vender seus produtos, porm foram relaes isoladas e em intervalos de tempos muito
longo. E, 75%, no estabeleceram relaes com distribuidores ou representantes para vender seus produtos.
4.3 A DIMENSO AMBINCIA INOVADORA
Uma empresa considerada detentora de um ambiente inovador conforme valoriza o conhecimento
adquirido ou desenvolvido, o seu nvel de aceitao de erros e tambm a sua observncia, diga-se conhecimento,
s fontes de nanciamento para a inovao. A tudo isso se soma sua ousadia em testar novos produtos e
processos. Logo, considerando esta denio, vejamos na tabela 6, abaixo, o quanto as empresas pesquisadas
neste trabalho possuem de ambincia inovadora.
Tabela 6 Indicao da frequncia de inovao na dimenso
ambincia inovadora segundo seus itens de avaliao
FREQUNCIA DE INOVAO NA DIMENSO AMBINCIA INOVADORA POR ITEM
DIMENSO
AMBINCIAINOVADORA ITEM DE AVALIAO
FAZSISTEMATICAMENTE/
COMUM
FAZ
OCASIONALMENTE
NO FAZ/
NO TEM
Fontes externas de conhecimento - I 6% 19% 75%
Fontes externas de conhecimento - II 6% 56% 38%
Fontes externas de conhecimento - III 0% 63% 38%
Fontes externas de conhecimento - IV 0% 0% 100%
Propriedade intelectual 0% 0% 100%
Ousadia inovadora 0% 13% 87%
Financiamento de inovao 0% 6% 94%
Coleta de ideias 0% 81% 19%
Fonte: Pesquisa de campo (2014/2015).
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A proximidade geogrca de um conjunto de empresas com universidades, centros de
P&D, instutos de pesquisa, escolas tcnicas, e outros agentes especializados revela-
se um fator estratgico no processo de gerao e difuso de conhecimento e de uxode informaes relevantes ao negcio do cluster... (AMATO NETO; GARGIA, 2003).
Os nmeros da tabela 6 nos mostram um resultado crco, pois a dimenso ambincia inovadora
a que de fato acusa se uma empresa possui avidades de inovaes pensadas, planejadas e executadas
permanentemente em seu ambiente. Do total das empresas pesquisadas apenas 6%, ulizam-se, roneiramente,
de consultorias ou do apoio de endades tais como o SEBRAE, SENAI, SESI e universidades, bem como
parcipa de eventos (seminrios, congressos, etc.) e associaes tcnicas e empresariais no intuito de adquirir
conhecimentos, informaes e novas tecnologias. A maioria das empresas vo buscar conhecimentos externos
de forma ocasional, ou seja, nem sempre os empresrios parcipam ou enviam seus colaboradores para
eventos, bem como no se ulizam de consultorias ou apoio de endades provedoras de solues. A falta dabusca de conhecimento em fontes externas compromete o crescimento da empresa e consequentemente sua
longevidade, pois o desenvolvimento da sua compevidade de mercado torna-se limitado.
A carteira de clientes destas empresas composta por pessoas sicas e empresas no desenvolvedoras
de tecnologias o que impossibilita a absoro de algum conhecimento ou tecnologias que possam ser aplicadas
em seus processos. Contudo, observou-se, que 62%, absorveram algum conhecimento ou tecnologias dos
fornecedores, enquanto que 38% no absorveram. Tais empresas limitam-se apenas execuo dos processos
tal quais como os conhecem, ou seja, no investem na aquisio de informaes tcnicas, mesmo que
pagando royales por invenes patenteadas ou know-how e competncias que possam ser aplicadas em seu
ambiente tornando-se mais compeva e, consequentemente, conquistando maior market share. O mesmoocorre com o item propriedade intelectual: nenhuma das empresas possui patente de inveno, se quer, ao
menos, solicitou depsito de patente de inveno. Porm, 13%, j realizaram projetos para desenvolver ou
introduzir novos produtos, processo ou forma de trabalhar (novo ou aprimorado), contudo os abandonou.
A empresa 10 desenvolveu uma calandra de perl para atender uma necessidade, mas no buscou se quer
informaes sobre como patente-la. Enquanto que 87% nunca realizaram tais projetos. Nessa mesma linha
segue o item Financiamento da inovao, pois apenas 6% das empresas solicitou algum dos programas de
apoio nanceiro subsidiado para avidades inovadoras, enquanto que 94% nunca solicitaram. Nenhuma
das empresas nunca ulizou programas de apoio nanceiro subsidiado para avidades inovadoras. Para o
item coletas de ideias observou-se que em nenhuma das empresas existe um sistema formal para colher
sugestes dos colaboradores. A principal forma de coleta de ideias ocorre ocasional e informalmente em
81% das empresas. Enquanto 19% das empresas no possuem qualquer sistema, formal ou informal, para
colher as sugestes dos colaboradores.
5 CONCLUSO
O presente estudo objevou idencar os movos ou razes que interferiram no bom desempenho
das empresas no grau de inovao nas dimenses ambincia inovadora, presena e processos nas pequenas
empresas do segmento metalrgico de Teresina, Piau.
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AUTOR: VICENTE OLIVEIRA MIRANDA FILHO
As razes que interferiram no bom desempenho dessas empresas na dimenso ambincia inovadora
so: seus clientes no so desenvolvedores de tecnologias e nem de outras solues aplicveis aos processos
da empresa; a coleta de ideias no sistemazada ou inexistente; a falta da busca de conhecimento em fontesexternas; a falta de desenvolvimento de projetos; a falta de invesmento na aquisio de informaes tcnicas;
a falta de patentes de inveno, mesmo quando criado algum mecanismo/mquina para atender uma
necessidade; a falta de planejamento de aes para inovao; a pouca ou nenhuma preocupao com aspectos
ambientais (mudana de insumos, processos e tratamento dos resduos); a pouca ou nenhuma parcipao
em eventos (congressos, feiras, seminrios) do setor/segmento; e o pouco ou nenhum uso de consultorias
ou de apoio de endades provedoras de solues. J na dimenso presena observou-se um comportamento
passivo (espera pela demanda voluntria do mercado); o no estabelecimento de relaes de intermediao
para a venda de seus produtos (o empresrio o nico vendedor); e que a sede da empresa o nico ponto
de venda. E quanto s interferncias para a dimenso processos foi vericado a falta de importncia paracercaes (considerado dispndio nanceiro para baixo retorno); a falta de sistemazao para inovao
em processos; a falta do uso de soware de gesto ou de produo; que os processos so tratados de forma
emprica; e a ausncia de novas prcas de gesto.
A parr desta anlise foi possvel idencar as oportunidades de melhoraria e de implementao
da cultura da inovao no ambiente dessas empresas. Para cada uma delas foi elaborado um plano de ao
conforme suas necessidades, caracterscas e pers dos seus dirigentes. As aes propostas nos planos de
ao variam de po como ao de gesto em que se trabalhou a melhoria na gesto nanceira, no controle
de estoque e outras melhorias e ao de inovao em que se trabalhou a aquisio de soware de gesto, a
implantao do programa DOlho na Qualidade: 5s para os pequenos negcios, consultoria de aperfeioamentode processos entre outras solues subsidiadas pelo Sebrae. As inovaes existem no ambiente organizacional
dessas pequenas empresas, porm ocorrem de forma no sistemazada.
AGRADECIMENTO
Ao Sebrae e ao CNPq, pelo Programa ALI que tanto contribui para o desenvolvimento das pequenas
empresas brasileiras. equipe da gesto estadual, sempre presente. minha esposa pelo apoio e incenvo,
ao orientador por suas provocaes para a busca de novas fontes de conhecimentos, aos empresrios ecolaboradores dessas empresas que contriburam, amistosamente, pelo desenvolvimento deste trabalho.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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SERVIO BRASILEIRO DE APOIO S MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SEBRAE e CONSELHO NACIONAL DE
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AMBINCIA INOVADORA, PRESENA E PROCESSOS:RAZES QUE INTERFEREM NO SEU BOM
DESEMPENHO NAS PEQUENAS METALRGICAS
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AUTOR: VICENTE OLIVEIRA MIRANDA FILHO
. Acesso em: 28 fev. 2015.
. Acesso em: 04 maio 2015.
. Acesso em: 14 maio
2015.
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DIMENSO PROCESSO: AIMPORTNCIA PARA INOVAR NAMICRO E PEQUENA INDSTRIAEM MANAUS/AMAUTOR: ARIVANO SOUZA SILVA
ADMINISTR ADOR. ALI DO SETOR DA IN DSTRIA NO C ICLO 20132015 EM MANAUS/AM
ORIENTADOR: MAURCIO BRILHANTE DE MENDONA
RESUMO
O presente argo prope uma anlise de aes de melhorias desenvolvidas nas micro e pequenas empresas
pertencentes ao setor industrial alimencio de Manaus, bem como a observar os impactos e as aes propostas
durante o Programa Agentes Locais de Inovao na dimenso processo. Buscou-se fazer uma anlise tanto
terica quanto emprica acerca dos procedimentos responsveis por colocar os produtos no mercado e assim
observar a importncia que a dimenso processo representa para a inovao na micro e pequena indstria. No
obstante, a inovao , via de regra, meio pelo qual as empresas precisam buscar constantemente, uma vez que
o mercado exige que suas necessidades sejam atendidas da melhor maneira e rapidez possveis. E a inovao
perpassa pelo mtodo organizacional, demarketng, nos relacionamentos externos, processos produvos, enm
pode e deve estar presente em cada setor da empresa. E neste sendo que so apresentadas as teorias e
tambm a aplicao na prca do conhecimento na rea de tecnologia e inovao em cinco empresas, objeto
deste estudo, atendidas pelo Programa Agente Local de Inovao.
PALAVRAS-CHAVE:Inovao. Processo. Indstria. MPE.
1 INTRODUO
O presente argo apresenta a importncia que a dimenso processos tem para inovar, bem como
tambm sua validao da teoria na realidade da micro e pequena indstria, neste caso so cinco pequenas
indstrias do setor alimencio atendidas pelo Programa Agentes Locais de Inovao, no municpio de Manaus,
no Estado do Amazonas, levando em considerao a metodologia do Programa Ali.
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DIMENSO PROCESSO: A IMPORTNCIAPARA INOVAR NA MICRO E PEQUENA
INDSTRIA EM MANAUS/AM
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AUTOR: ARIVANO SOUZA SILVA
A mdia e a grande empresa geralmente j possuem na sua gesto a cultura da inovao em seus
processos. Uma realidade um pouco distante da pequena empresa. Isso porque, dentre outros fatores,
corroboram para tal: a falta de recursos nanceiros, falta de gesto de processos, falta de planejamentoestratgico, gestores envolvidos no operacional e a ideia de que a inovao cara.
Nesse entendimento, sabe-se que alguns empresrios envidam esforos no sendo de que as ideias
geradas passem a fazer parte no codiano dos processos da organizao. Ou seja, mesmo sem entender muito
da importncia que coadunar teoria com pragmasmo, o faz com naturalidade mais na prca do que com o
estudo da teoria. Isso nos d um subsdio de que a validao das ideias tem um qu de fragilidade, uma vez que
no houve um estudo e um planejamento estratgico que antecedesse sua implementao. Essa fragilidade
deve ser entendida como tempo de permanncia no mercado onde est inserida a empresa.
Um estudo realizado pelo Sebrae (2011) arma que 34% das empresas fecham nos primeiros dois
anos de vida. E so apontados inmeros fatores que levam a isso, dentre eles, a falta de gesto em todos osaspectos da organizao e os fatores apontados no segundo pargrafo desta introduo.
No obstante os processos organizacionais dessas empresas sero analisados e apresentados neste
argo com base na metodologia do Programa Ali. E to importante quanto analisar os processos, ver os
resultados na realidade analisada onde, acontecem os fenmenos, e que so vistos no estudo da teoria, uma
vez que como se diz: de nada adianta a teoria sem os efeitos pragmcos.
Assim o problema encontrado foi a falta de mensurao do grau de inovao das organizaes em seus
processos produvos. Este argo, por sua vez, tem como objevo apresentar a importncia que a dimenso
processo tem para a inovao quando da aplicao do Radar da Inovao do Programa ALI nas pequenas indstrias.
2 REVISO DA LITERATURA
Como forma de subsidiar este argo, os referenciais tericos a seguir apontam sobre inovao e seus
conceitos e sobre os processos que envolvem toda a cadeia produva de um bem ou servio desenvolvido
para o mercado.
2.1 INOVAO
A epistemologia da palavra inovao perpassa pelo crivo das novas ferramentas disponveis para sua
anlise e implementao nos espaos empresariais. E dentro desse estudo cabe apontar a importncia que
coadunar as teorias com os efeitos pragmcos. Isso porque tem pouca validade um estudo pormenorizado
de assunto na sua teoria, sem, contudo, ter a aplicabilidade ou mesmo a sua validao dos efeitos prcos
na realidade dos acontecimentos. Nesse sendo muito mais proveitoso estudar e aqui no somente a
inovao, mas tambm outras reas do conhecimento humano e implementar o conhecimento adquirido
para a realidade da micro e pequena empresa.
Nenhum desenvolvimento (tecnolgico, socioeconmico, instucional, organizacional,etc.) e nenhuma inovao condio para todo desenvolvimento so frutos de
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mgica ou de inspirao e esforos solitrios. O desenvolvimento de uma empresa ou
de um territrio implica a mobilizao e coordenao de vrios atores. (NASCIMENTO
& LABIAK JR., 2011).
Parndo desse pressuposto percebem-se implicitamente os processos de uma organizao envolvidos
em objevo comum: o da inovao. Veja que a inovao no faz parte apenas de um processo ou mesmo um
setor inteiro de uma empresa, mas sim de todo o conjunto dos processos responsveis pela entrega de um
produto ou servio aos seus clientes. Assim sendo, dentro de um ponto de vista prco, a ser demonstrado
ao longo desse argo, observaremos a importncia que tem a dimenso processo do radar inovao, para a
gerao, disseminao e manuteno do ambiente inovador dentro da micro e pequena empresa.
No obstante, vale ressaltar que a inovao comea no microambiente, ou seja, nas clulas empresariais
a parr das necessidades encontradas no macro ambiente. certo que a inovao tambm acontece no
macro ambiente, no entanto os processos envolvidos so bem mais complexos, fugindo por vezes da anlisesupercial dos casos. Por isso o entendimento de que o estudo no microambiente aponta para uma realizao
bem-sucedida nos processos organizacionais sejam em que instncias forem. E tanto o amlgama dos processos
quanto um elemento de um processo da empresa podem muito bem apresentar a inovao nos ambientes
macros e micros.
Para Carvalho e Reis e Cavalcante (2011) a inovao est associada introduo, com xito, de um
produto (ou servio) no mercado ou de um processo, mtodo ou sistema na organizao. Armam ainda que
no basta ser novo necessrio que a inovao tenha vantagem em relao aos concorrentes do mercado.
Segundo Maos, Stoel e Teixeira (2010) apudCarvalho, Reis e Cavalcante (2011), a inovao pode ser
esquemazada da seguinte forma: Inovao = Ideia + Implementao de aes + Resultado. Ou seja, mesmo
que haja ideias e implementaes de aes, s se pode considerar inovao quando houver resultado; sem
resultado podemos ter ideias e invenes, mas no inovao.
Numa mesma linha de raciocnio, a inovao, segundo Silva, et al.(2012) um processo de mutao
industrial que incessantemente revoluciona a cadeia de valor. A inovao depois de implementada deve-se
acompanhar a dinmica do mercado, ou ainda, ditar as mudanas que mercado exige. No se trata de aumentar
a produo, mas de criar formas ou combinaes que admitam desenvolver novos produtos/servio ou nichos
de mercado, Silva, et. Al. (2012).
2.2 PROCESSOS
Para Chiavenato (2010) um processo a transformao de um conjunto de entradas como avidades,
tarefas, mtodos e operaes em sadas que sasfaam s necessidades e expectavas do cliente. Dito de outro
modo, os processos so tudo aquilo que envolve seja a criao, seja o desenvolvimento ou a manuteno dos
elementos que comporo a entrega do produto, informao ou servio aos clientes. Este entendimento coaduna
com a ideia de que os processos esto presentes em toda a cadeia produva do que se deseja colocar no mercado
consumidor. No por outro movo, que os ditos processos ganham foras quando o assunto inovao.
Ainda sob a ca de Chiavenato (2010) e do ponto de vista da gesto, ele aponta vantagens quanto uma
estrutura organizacional baseada em processos: focalizao no processo; cadeia de valor; e custos operacionaisbaixos. No caso da focalizao no processo, a sequncia do mesmo facilita o trabalho desde o seu incio at
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DIMENSO PROCESSO: A IMPORTNCIAPARA INOVAR NA MICRO E PEQUENA
INDSTRIA EM MANAUS/AM
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AUTOR: ARIVANO SOUZA SILVA
sua nalizao; tornando-se mais fcil a localizao do pedido do cliente. J em cadeia de valor existe um
intercmbio horizontalizado entre todos os processos dentro das unidades fabr