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Caderno de Recomendações ALVENARIA ESTRUTURAL REVISÃO 2 16/11/2010 Este Caderno tem como finalidade informar os envolvidos no processo de projeto e execução os conceitos básicos e condicionantes do Sistema de Alvenaria Estrutural. Como temos uma diretriz de projetar com qualidade e evitar qualquer possível patologia na edificação, é importante que os cuidados mencionados neste Caderno sejam seguidos. Em situações em que não for possível seguir as orientações aqui descritas, a Pedreira de Freitas deverá ser informada para dar uma solução adequada ao caso específico. Objetivos Mensagem da Pedreira de Freitas Na Engenharia Civil nenhum conceito é definitivo. Temos uma evolução e aprimoramento constante das técnicas, dos materiais e das soluções construtivas. Aceleramos essa evolução se houver a troca de informações entre a equipe de projeto e a equipe de execução. O processo de melhoramento contínuo precisa desta retroalimentação de informações. Desta forma, todo comentário e sugestão sobre as recomendações aqui apresentadas serão bem-vindos. Novas edições poderão conter as recomendações de campo. Augusto G. Pedreira de Freitas

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Caderno de Recomendações

ALVENARIA ESTRUTURAL

REVISÃO 2 16/11/2010

Este Caderno tem como finalidade informar os envolvidos

no processo de projeto e execução os conceitos básicos e

condicionantes do Sistema de Alvenaria Estrutural.

Como temos uma diretriz de projetar com qualidade e

evitar qualquer possível patologia na edificação, é importante

que os cuidados mencionados neste Caderno sejam seguidos.

Em situações em que não for possível seguir as orientações aqui

descritas, a Pedreira de Freitas deverá ser informada para dar

uma solução adequada ao caso específico.

Objetivos

Mensagem da Pedreira de Freitas

Na Engenharia Civil nenhum conceito é definitivo. Temos

uma evolução e aprimoramento constante das técnicas, dos

materiais e das soluções construtivas.

Aceleramos essa evolução se houver a troca de

informações entre a equipe de projeto e a equipe de

execução.

O processo de melhoramento contínuo precisa desta

retroalimentação de informações. Desta forma, todo

comentário e sugestão sobre as recomendações aqui

apresentadas serão bem-vindos.

Novas edições poderão conter as recomendações de

campo.

Augusto G. Pedreira de Freitas

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ALVENARIA ESTRUTURAL

Autores

Ana Paula C. Carvalho

Augusto G. Pedreira de Freitas

Fabiana Cristina Mamede

Manoel Bezerra

Melina Baruki e Haack

Vanessa Soldatelli

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Sumário

1. Recomendações para Projeto de Alvenaria Estrutural 4

2. Processos de Projeto 4

3. Radier 6

4. Baldrame 14

5. Controle de Execução – Blocos 15

6. Elevação das Paredes 17

7. Argamassa de Assentamento 22

8. Argamassa de Revestimento 23

9. Graute 24

10. Retração 25

11. Cobertura 26

12. Frisos na Fachada 30

13. Projeto de Instalações e suas interferências na Alvenaria Estrutural 33

14. Controle Tecnológico 38

Anexos 42

Bibliografia 47

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1. Recomendações para Projeto

de Alvenaria Estrutural

De uma forma geral, indicamos abaixo os

cuidados iniciais a serem tomados no

lançamento de um projeto de Arquitetura

destinado a Alvenaria Estrutural:

Os projetos deverão prever paredes com medidas

internas em osso - para bloco de medida modular 20:

a) Preferencialmente múltiplos de 20 cm + 1 (241, 261,

281, etc.)

b) Não sendo possível a opção “a”, pelo menos final 1

(241, 251, 261, etc.)

c) Não sendo possíveis as opções “a” e “b”, pelo

menos final 6 (241, 246, 251, 256, etc.)

Evitar blocos especiais e compensadores para ajuste da

modulação;

Evitar vãos de lajes maiores que 5m (nos dois sentidos);

As paredes que não serão estruturais, visando à

flexibilização do produto, deverão ser analisadas sob o

ponto de vista do melhor desempenho técnico e

econômico;

Evitar terraços com vãos muito grandes (largura acima

de 1,2m e comprimento acima de 3m), quando não

houver a possibilidade de apoiá-los nos 4 lados (em

paredes ou vigas);

No térreo, quando houver toda a transição em

concreto armado, atentar para a altura livre mínima

(medida do piso ao fundo da viga), pois normalmente a

altura da viga fica entre 70 e 120 cm, dependendo da

distancia entre os pilares;

No térreo, quando houver transição parcial,

recomendamos que a alvenaria estrutural não ultrapasse

a altura de 3m.

Em locais de descidas de hidráulicas, verificar as

interferências com as vigas de transição do 1º pavimento;

Quando a viga de transição for de espessura maior que

o bloco, essa deverá ser alinhada pelo lado interno do

bloco, criando um dente de fachada (desde que a

Arquitetura permita essa requadração de fachada).

Sempre que possível minimizar o estrangulamento de

shafts e tubulações de banheiros;

O quadro de luz dos apartamentos deve ser

previamente localizado pelo projetista de elétrica, para

que o projetista de estrutura analise e viabilize este trecho

como não estrutural.

A espessura máxima da laje do tipo poderá ser 12 cm;

A laje de cobertura deverá ser isolada termicamente;

A laje de cobertura deverá ter liberdade de

movimentação (através de elementos de apoios com

redutores de atrito), além do seccionamento da laje,

formando juntas de dilatação, evitando assim fissuras no

sistema;

Para prédios mais altos (acima de 12 pavimentos) deve-

se evitar projetos com uma das faces com dimensões

estreitas em relação à outra, privilegiando seções

quadradas (relação entre lados menor que 1,5).

Prédios com dimensões maiores que 36m, podem

necessitar de junta de dilação física com divisão de

paredes (depende da localidade do empreendimento);

Prever na fachada os frisos específicos do tipo de laje

adotado.

2. Processos do Projeto

A elaboração de um projeto é um processo

complexo e envolve diversas interfaces. Para

haver um bom andamento na troca de

informações, apresentamos abaixo as fases do

projeto e um fluxo genérico do processo de

projeto.

2.1 Fases do Projeto

Durante o processo de desenvolvimento do

projeto temos 5 fases:

FASE A Concepção do Produto (Análises e estudos

qualitativos);

FASE B Definição do Produto (Anteprojeto e dados

quantitativos);

FASE C

Identificação e Solução de Interfaces;

FASE C-a – Pré Executivo

FASE C-b – Executivo

FASE D Detalhamento;

FASE E Pós entrega do Projeto/ Execução da Obra;

Recomendamos que a

contratação do Projeto Estrutural

ocorra logo na primeira fase.

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2.2 Fluxo de Informações no Processo do

Projeto

2.2.1 Fase A - Concepção do Produto:

En

tra

da

Conteúdo

Sa

ída

Arquitetura: planta baixa do pavimento tipo

Croqui do terreno com implantação

Corte esquemático do empreendimento

Formulário Premissas de Projeto (ver Anexo

1)

Recomendações para Projeto de Alvenaria

Estrutural (ver capítulo 1)

Formulário Premissas de Projeto preenchido

Estudo de modulação do pavimento tipo

(definição de medidas internas, paredes

estruturais e paredes de vedação)

Arquitetura: planta baixa do pavimento

térreo

Estudo de Transições

Relatório qualitativo de viabilidade

estrutural da proposta arquitetônica (análise

de conflitos)

Assessoria conceitual ao empreendedor e

projetista de Arquitetura

2.2.2 Fase B - Definição do Produto -

Anteprojeto:

En

tra

da

Conteúdo

Sa

ída

Arquitetura: Projeto Legal

Definições das tecnologias a serem

aplicadas (verificar possíveis interferências

com a Alvenaria Estrutural) e confirmação

de equipamentos disponíveis

Topografia

Geotecnia: previsão de soluções para

fundações e contenções

Estudo de contenções

Instalações: Pré dimensionamento dos

shafts, áreas técnicas, espaços de

entreforro e entrepiso e volume de

reservatórios

Pré-formas do pavimento tipo

Modulação de 1ª fiada do pavimento tipo

com grautes básicos

Pré-cargas

Índices Preliminares de Consumo com

características de materiais (fck, fbk, fak,

fpk, fgk) e estudos de contenções

Obs.: Para os anexos: pré formas (estrutura

convencional) com índices

Assessoria conceitual ao empreendedor e

demais projetistas envolvidos

2.2.3 Fase C-a - Identificação e Solução de

Interfaces – Pré Executivo:

En

tra

da

Conteúdo

Sa

ída

Arquitetura: Projeto Pré Executivo

Formas de todos os pavimentos

Modulação de1ª fiada de todos os

pavimentos

Obs.: Base para lançamento dos projetos

de Instalações

Instalações: Projeto Pré Executivo

Impermeabilização: detalhes que tenham

interferência com a estrutura

Paisagismo: detalhes que tenham

interferência com a estrutura

Locação de cargas

Fundações: Projeto Pré Executivo

Instalações: furação

Relatório de Compatibilização

2.2.4 Fase C-b - Identificação e Solução de

Interfaces – Executivo:

En

tra

da

Conteúdo

Sa

ída

Formas de todos os pavimentos (com

furação)

Modulação de 1ª fiada de todos os

pavimentos (com todos os grautes)

Modulação de 2ª fiada de todos os

pavimentos

Elevações (sem instalações) dos pavimentos

tipo e térreo

Locação de cargas

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Fundação: Projeto Executivo

Forma de Fundação

Relatório de Compatibilização

2.2.5 Fase D - Detalhamento:

En

tra

da

Conteúdo

Sa

ída

Plano de Execução da obra (sequência de

execução de contenções, radier, etc.)

Arquitetura: Projeto Executivo

Instalações: Projeto Executivo

Elevações (com instalações) dos

pavimentos tipo e térreo

Detalhamento de armações (todos

pavimentos, anexos, fundações e

contenções)

Especificações de materiais e

recomendações para a execução da

Alvenaria Estrutural (prancha 000)

Projeto de Escoramento (cimbramento)

Quantitativos finais (aço, concreto, forma e

blocos)

2.2.6 Fase E - Execução da Obra:

E

ntr

ad

a

Conteúdo

Sa

ída

Visita à obra e apresentação do projeto a

equipe responsável pela execução e

explicações dos conceitos preestabelecidos

(se estiver no escopo contratado)

Assistência à obra para esclarecimentos de

dúvidas relativas ao entendimento do

projeto

Em caso de estaqueamento com

excentricidade, informar (de forma gráfica)

o projetista de Estrutura

Relatório de Reforços com detalhamento

de vigas de travamento necessários.

Assessoria técnica ao empreendedor para

a execução do Manual do Usuário

Obs.: é importante divulgar o sistema

construtivo para os usuários

3. Radier

3.1 Locação

A locação do radier deve ser feita após a

conclusão da terraplanagem.

O terreno deve ser muito bem

compactado, seguindo às orientações do

projetista de fundações.

Locação de equipamentos

Com o uso de aparelhos apropriados e

com a Planta de Locação em mãos, o

topógrafo crava as estacas de marcação.

Marcação das estacas

A Planta de Locação possui os seguintes

dados:

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Contorno dos renque de casas ou prédios (medidas em

osso), com identificação das tipologias;

Eixos (os mesmos existentes nas plantas de Forma de

Radier e 1ª Fiada), facilitando a leitura das plantas e

evitando erros;

CL (Centro de Locação) com cotas coordenadas a

partir do ponto de início de locação do terreno. O CL

coincide com as origens de locação de 1ª fiada,

arranques e marcação de instalações elétricas e

hidráulicas no radier;

Cotas lineares de amarração dos renques, que servem

apenas para conferência com os projetos de Arquitetura;

Exemplo de Planta de Locação

Detalhe ampliado dos principais dados

da Planta de Locação

Estacas de marcação cravadas

3.2 Formas - Radier de Casas

Após a locação, fazer a marcação de

posicionamento das formas e montá-las,

conforme o projeto de Forma do Radier.

Projeto da Forma de Radier

O ideal é utilizar formas metálicas, apesar

de o custo inicial ser mais alto, este tipo de

forma está menos sujeita a deformações,

garantindo melhor qualidade do produto final.

Elas também podem ser reutilizadas muito mais

vezes do que as formas de madeira.

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Colocação de formas nas áreas

previamente marcadas

Niveladores garantem o correto

posicionamento da forma

3.2.1 Instalações

Para locar os pontos de furação no Radier

conforme indicado no Projeto de Pontos de

Instalação, pode-se usar linhas como guias e, a

partir daí, marcar com uso de cal o

caminhamento das tubulações hidráulicas.

Projeto de Pontos de Instalações

Marcação de tubulação hidráulica com cal

Após a marcação fazer a abertura de valas

manualmente para que a tubulação fique por

baixo do Radier.

Abertura das valas para tubulação hidráulica

Esparramar pó de pedra ou areia no fundo

das valas, formando uma base contínua para o

assentamento das tubulações.

Valas com pó de pedra ou areia no fundo

IMPORTANTE:

Não pode existir caixa de gordura

sob a área do radier;

Não deve existir tubulação de

infraestrutura sob a área do radier.

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Na etapa seguinte acrescentar as

tubulações hidráulicas. Para manter as

tubulações de PVC e/ou PEX no lugar e no

prumo, podem-se utilizar guias de ferro.

Posicionamento das tubulações hidráulicas

As tubulações de elétrica podem ser

colocadas ainda nessa fase ou por cima da

lona de impermeabilização, conforme será visto

mais a frente. Seguir os projetos de Instalações

Elétricas.

Para a locação dos pontos de subida,

pode-se utilizar linhas como guia.

Eletrodutos posicionados

com o uso de linhas

As tubulações hidrossanitárias ou elétricas

que, por ventura, esteja abaixo do radier,

deverão ficar envelopadas em camada de

areia, conforme detalhe a seguir:

Detalhe para instalações sob radier

3.2.2 Base

Finalizada a montagem das instalações,

deve-se esparramar pó de pedra ou areia,

sobre toda a superfície, tendo como limite a

forma do radier, criando uma base lisa e

contínua e minimizando as perdas de concreto.

Base feita com areia

Base feita com pó de pedra

3.2.3 Aplicação da Lona

A lona é posicionada sobre a base para

evitar a perda de água do concreto.

IMPORTANTE:

A ponteira das guias não

poderá encostar na lona de

impermeabilização.

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Aplicação da lona

3.2.4 Armação complementar

Caso exista armação complementar às

fibras, estas devem ser posicionadas com

espaçadores, respeitando o recobrimento

solicitado em projeto.

Os arranques para armação vertical

podem ser fixados com arames de Ø 4,2mm ou

Ø 5 mm, caso contrário, deve-se fazer uso dos

espaçadores também. A sua locação pode ser

feita com linhas guias.

3.2.5 Concretagem

A concretagem do radier deve ser feita

com concreto usinado e as fibras devem ser

adicionadas no caminhão durante a mistura.

Concretagem

O lançamento do concreto usinado é o

convencional, apesar da adição de fibras.

Lançamento e nivelamento do concreto

A espessura e o nível do radier devem ser

conseguidos, com o uso de taliscas e mestras

móveis.

Recomendamos utilizar um sistema de

acabamento de Piso Zero, assim a face superior

do radier será o piso acabado da casa.

Radier finalizado

3.2.6 Cuidados importantes

As fibras devem ser adicionadas no caminhão

durante a mistura;

A concretagem do Radier não deve ser

interrompida e depois retomada;

A cura deve ser úmida;

Após a desforma, deve-se ter o cuidado de

não deixar vazios entre a borda da calçada

concretada e o terreno externo, evitando assim

a entrada de água das chuvas que acaba

retirando cada vez mais a terra sob o radier,

causando infiltrações e comprometendo a

estrutura;

IMPORTANTE:

O uso de mestras fixas para a

concretagem não é

recomendado, pois cria zonas de

descontinuidade de fibras.

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Borda do radier protegida

Borda do radier com acabamento final

Solução não recomendada:

borda do radier desprotegida (ver detalhe a seguir)

Detalhe – erosão

Esta solução, por exigir um cuidado maior,

tem sido substituída pela solução a seguir, em

que uma viga de borda faz a proteção da

estrutura contra erosões.

Solução recomendada:

borda do radier protegida

3.3 Formas - Radier de Edifícios

3.3.1 Estudo de caso - “Radier A”

Após a locação, inicia-se a montagem da

forma da primeira laje e viga de borda,

seguindo o projeto de Forma de Radier.

Planta de Forma do Radier

Era premissa para este projeto, um

desnível considerável entre o nível externo e

nível interno, por isso adotou-se o uso de EPS

como material inerte.

Elementos do Radier

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Monta-se a armação da 1ª laje e da viga

externa e concretar.

1ª laje concretada e armação da viga externa

Após o 1º dia da concretagem da 1ª laje,

posicionar as placas de EPS e a armação da 2ª

laje.

Para dimensionamento e montagem das

placas deve-se ver projeto de armação do

radier. As dimensões das placas são separadas

por cor, para facilitar o entendimento do

projeto.

Montagem das placas EPS e tabela de corte

Usar espaçadores para garantir a espessura

correta das nervuras e grampear os cantos das

placas para garantir que não saiam do lugar.

Uso de espaçadores e grampos

Detalhe do espaçador

Posicionar a armação da 2ª laje, os

arranques e os eletrodutos. Para garantir que os

eletrodutos fiquem no lugar correto, utilizar

curvas de PVC rígido.

Armação da 2ª laje, arranques e eletrodutos

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Forma montada

Terminada essa etapa, começar a

concretagem pelas nervuras, viga externa e

finalizar com a laje.

Inicio da concretagem

Concretagem das nervuras

2ª laje concretada

Radier finalizado

3.3.2 Cuidados Importantes

Qualquer escavação necessária abaixo do

nível inferior do Radier (cota -0,20 do detalhe a

seguir), esta deve ficar a uma distância da viga

de borda de 1,5 vezes a profundidade de

escavação;

Distância mínima para escavações

Seguir as recomendações da consultoria de

fundações;

Não deve existir tubulação de infraestrutura

sob a área do radier.

É obrigatório que o prédio possua calha, pois

a água do telhado não pode cair diretamente

sobre o radier;

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A distância mínima entre a face da viga

externa do radier e o início do talude é de 1m e

talude com ângulo de 30° (ver detalhe abaixo):

Distância mínima do talude

4. Baldrame

4.1 Formas – Baldrame de Edifícios

4.1.1 Estudo de caso – Baldrame “A”

Após a locação feita e as estacas

cravadas, procede-se a execução dos blocos

de fundação, deixando as esperas para as

vigas baldrames (grampos de amarração),

conforme detalhe abaixo:

Radier finalizado

Com os blocos concretados, inicia-se a

montagem das formas das vigas baldrames,

conforme projeto de forma da fundação.

Forma de fundação – vigas baldrames

Era premissa deste projeto ter um desnível

entre a parte externa e interna de 50cm e um

chanfro na baldrame para evitar o acúmulo de

água, conforme figura a figura a seguir:

Detalhe da baldrame

A estratégia adotada para facilitar a

execução do chanfro e a reutilização das

formas foi concretar as vigas baldrames em

duas etapas. A primeira etapa caracterizava-se

por concretar as vigas até a altura do fundo da

laje de piso.

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Primeira parte das vigas de borda concretadas

Primeira parte das vigas internas concretadas

Após a desforma dos painéis internos,

executa-se o reaterro e as instalações

hidrossanitárias.

Concluída esta etapa, todas as vigas são

lavadas para retirar o material solto e, em

seguida, coloca-se a lona sobre o aterro

compactado para que a ferragem não fique

em contato direto com este. Faz-se a

amarração das ferragens positivas e negativas e

instalações das tubulações elétricas, concluindo

com a concretagem da laje de piso.

A segunda etapa contemplava a

concretagem do restante das vigas baldrames

bem como o detalhe do chanfro e a laje de

piso por completo.

Detalhe do painel de fora da viga de borda,

com o chanfro e a armação positiva e negativa,

presas a ferragem da viga

Erro de execução: não se deve passar os

conduítes, quando em feixe, pelo meio da

seção comprimida do baldrame, pois

compromete a seção de concreto

e aderência do aço. Deve-se passar

por baixo do baldrame

5. Controle de Execução – Blocos

O executor deverá estabelecer um plano

de controle da qualidade, onde deve estar

definido:

os responsáveis pelo controle;

os responsáveis pelo tratamento das não

conformidades;

registro e arquivamento das informações.

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PÁGINA 16 Caderno de Recomendações

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5.1 Recebimento

Todos os materiais devem ser inspecionados

no recebimento e imediatamente antes do uso.

A inspeção visual deve conferir blocos

homogêneos, compactos, com os cantos vivos,

sempre livres de trincas e imperfeições que

possam prejudicar o assentamento ou afetar a

resistência e a durabilidade da construção.

Bloco com aparência “saudável”

Os blocos devem ser descarregados em

uma superfície plana e nivelada que garanta a

estabilidade da pilha.

Armazenamento dos blocos no solo

protegido contra contaminação

A superfície pode ser o solo desde que

protegido para evitar contaminação ou sobre

lajes devidamente escoradas.

Pilha de blocos protegido com lona plástica

É preciso comprar os insumos de fabricantes

que primem pelo controle da qualidade e

possuam blocos aprovados em conformidade

com as normas técnicas segundo o

acompanhamento de um laboratório.

Além da qualidade do fornecedor, a obra

também deve fazer o controle tecnológico

conforme indicado no Capítulo 13.

5.2 Assentamento

Durante a elevação das paredes, os blocos

devem ser assentados e alinhados conforme

especificado em projeto e de forma a exigir o

mínimo de ajuste possível.

Devem ser posicionados enquanto a

argamassa ainda estiver trabalhável e plástica

e, em caso de necessidade de reacomodação,

a argamassa deve ser removida e o

componente assentado novamente de forma

correta.

Os blocos depois de assentados não

devem ser movidos da sua posição para não

perder a aderência com a argamassa.

Para a 1ª e 2ª fiadas, sugerimos assentar os

blocos sem o preenchimento da junta vertical

de imediato. Caso seja necessário algum ajuste,

este pode ser feito com maior facilidade.

Imediatamente após a parede locada (1ª fiada

IMPORTANTE:

Para cada lote deve haver

indicação das resistências com a

numeração do lote e o local da sua

aplicação.

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assentada) e a 2ª fiada executada, procede-se

o preenchimento das juntas verticais.

Assentamento dos blocos da 1ª fiada

Assentamento dos blocos da 2ª fiada

As paredes de alvenaria devem ser

executadas apenas com blocos inteiros e seus

complementos. Para utilizar peças cortadas ou

pré-moldadas estas devem estar previstas em

projeto.

Alvenarias recém elevadas devem ser

protegidas da chuva, evitando remoção da

argamassa das juntas e possíveis manchas

prejudiciais no caso de alvenaria aparente.

Qualquer parede que ficar com a fiada de

respaldo exposta ao tempo deve ser protegida

da chuva seja por meio de concretagem ou

proteção de topo, evitando-se que o excesso

de umidade através dos vazados dos blocos

provoque problemas com eflorescências.

6. Elevação das Paredes

6.1 Locação

Para a Locação das paredes deve-se

utilizar a planta de Modulação de 1ª Fiada,

marcar os pontos de Origem 0,0 no piso e,

seguindo as cotas acumuladas indicadas, fazer

a marcação das paredes.

Cotas Acumuladas a Partir dos Eixos X e Y

na Planta de 1ª Fiada

A marcação pode ser feita com tinta, com

risco feito com barronete de ferro ou com linhas.

Independente do método adotado, o

importante é que essa marcação não seja

perdida facilmente.

Risco no Radier

O escantilhão é um facilitador para manter

o alinhamento, o nível e o prumo das paredes.

Estes são posicionados após a marcação no

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PÁGINA 18 Caderno de Recomendações

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piso e retirados após o termino da elevação da

parede.

Colocação dos escantilhões

Em seguida, distribuir os blocos em

pequenos palets, conforme a quantidade

necessária para cada parede. Para tipo e

quantidade de blocos deve-se consultar o

Quantitativo de Blocos e folha de produção de

Elevação de Paredes.

Distribuição Racionalizada dos Blocos

Quantitativo de Blocos por Pavimento

Projeto de Elevação de Paredes

6.2 Distribuição dos Blocos

Executar o berço de argamassa, com altura

variando entre 0,8cm e 1,2cm, seguindo a

marcação da parede, feita na etapa anterior.

Berço de Argamassa para colocação de blocos

Caso necessário, para corrigir imperfeições

de nível na laje, o berço de argamassa poderá

chegar até 2 cm.

Seguindo a planta de Modulação de 1ª

Fiada, colocar primeiro os blocos que são

conhecidos como Blocos Estratégicos, sobre o

berço de argamassa.

Blocos Estratégicos para marcação

Blocos estratégicos para marcação são

aqueles que servem como guia para o

alinhamento da 1ª fiada da parede e que

também determinam o início e o fim dela.

1ª Fiada Completa

h = 0,8 a 1,2cm

BERÇO DE ARGAMASSA

RADIER/LAJE

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PÁGINA 19 Caderno de Recomendações

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A partir destes blocos, completar a 1ª fiada

seguindo sempre a planta de modulação.

Nesse momento, sem aplicação de argamassa

vertical para distribuição uniforme das juntas

verticais, que podem variar entre 8 mm e 12

mm.

A melhor forma de distribuir os blocos é

começando pelo lado oposto à existência de

compensadores e/ou enchimentos, como

mostra a figura seguinte, onde as setas indicam

o sentido de colocação dos blocos.

Sequência de Distribuição de Blocos

Depois de montada a 1ª fiada, deve-se

preencher as juntas verticais com argamassa

com o auxílio de bisnaga.

Recomendamos onde houver arranques,

que os blocos já possuam a abertura de visita,

para posterior limpeza, ver mais detalhes no

Capítulo 8.

Blocos com Visitas Para Limpeza

Blocos em baldrame

Blocos em Radier/Laje

Seguir os mesmos procedimentos para a 2ª

fiada, exceto às visitas.

Marcação da 2ª fiada

2ª Fiada Completa

VISITAS

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Para as demais fiadas seguir a modulação

existente, até chegar às aberturas de janelas,

onde o procedimento para distribuição de

juntas deve ser repetido.

As paredes devem ser elevadas de forma

contínua. Quando isso não for possível, as

elevações que ficarão incompletas devem ser

finalizadas em forma de escalonamento

(chamados também de “castelinhos”).

Paredes incompletas

Verificação de alinhamento e prumo

6.3 Grauteamento Vertical

Quando chegar na 5ª ou 6ª fiada,

recomenda-se preencher com graute os furos

dos blocos indicados em planta e elevação.

Quando chegar à penúltima fiada, repete-se o

processo para completar o preenchimento de

graute.

Leia mais sobre preparo e cuidados para

aplicação de graute no Capítulo 8.

Lançamento de graute

6.4 Grauteamento Horizontal

A última fiada da parede estrutural (fiada

de respaldo) que recebe laje é sempre com

bloco canaleta, armada e preenchida com

graute.

Como sugestão, a fiada de respaldo pode

ser grauteada à tarde e iniciar a forma pela

manhã do dia seguinte. O importante é que a

canaleta esteja grauteada pelo menos 12horas

(no mínimo) antes da montagem da forma de

laje.

Os esforços de encaixe de forma e batidas

na montagem, podem provocar pequenos

deslocamentos na última fiada que são

imperceptíveis na época da construção, mas

que formam pequenas fissuras na ligação

Fechamento da visita

IMPORTANTE:

Nunca utilize nas áreas de graute

o concreto convencional.

IMPORTANTE:

Durante o assentamento, é

importante utilizar de maneira

constante a régua-prumo-nível

para verificar alinhamento e prumo

da alvenaria.

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argamassa x bloco muito suscetíveis às

patologias.

Armação horizontal na fiada canaleta

Canaleta grauteada

6.5 Telas

Em situações de interfaces, como por

exemplo, pilar-parede, parede de vedação-

parede estrutural, recomendamos o uso de tela

soldada com malha 20x20mm ou similar em

fiadas intercaladas. A quantidade e em que

fiadas aplicar, devem ser verificadas no projeto

de elevação de paredes.

Normalmente as telas são fornecidas

cortadas, em tamanhos predeterminados, com

50 cm de comprimento e a largura variável

para diferentes espessuras de paredes. O seu

tamanho exato deve ser acertado em obra,

respeitando o recobrimento mínimo de 1 cm.

Recobrimento de telas

As telas podem ser aplicadas de duas

formas, retas ou dobradas em “L”, dependendo

da interface em que será aplicada.

Dobra e aplicação de tela

Em prédios, as paredes de vedação são

elevadas após a execução de todas as paredes

estruturais, nesse caso as telas são colocadas

posteriormente com uso de tiro finca pino e pino

com arruela.

Pistola Finca Pino

Pino com arruela

Em casas as telas podem ser colocadas

durante a elevação das paredes, já que

normalmente todas as paredes são elevadas na

mesma sequência, independente de ser

estrutural ou de vedação.

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Tela em elevação para casa

6.6 Paredes de Vedação

Como apresentado no item anterior, em

prédios as paredes de vedação devem ser

elevadas após a finalização das paredes

estruturais e em casas são elevadas juntamente

com as paredes estruturais.

Em ambos os casos, os blocos da última

fiada devem ser cortados na altura para que a

parede fique com 2 cm abaixo da laje, para

posterior encunhamento.

Corte das Paredes

7. Argamassa de Assentamento

7.1 Função

A argamassa de assentamento é o

elemento de ligação entre as unidades de

alvenaria.

7.2 Juntas Longitudinais e Transversais

As juntas longitudinais e transversais dos

blocos deverão sempre ser preenchidas.

Aplicação da argamassa nas paredes

longitudinais e transversais

IMPORTANTE:

O traço da argamassa deverá

seguir as orientações de um

tecnólogo;

A resistência da argamassa será

especificada pelo projetista de

Estrutura – esta informação

aparece na folha 000 dos projetos

da Pedreira de Freitas;

O controle tecnológico é de

responsabilidade da Construtora.

CUIDADO:

A junta transversal pode ser ponte

para infiltrações.

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Nos pontos onde não houver concordância

de septos dos blocos, a argamassa transversal

pode ser eliminada.

Para casas é permitido o não

preenchimento com argamassa nas paredes

transversais dos blocos.

7.3 Juntas Verticais

As juntas verticais devem ser sempre

preenchidas com argamassa. Em casos em que

se opte por não preenchê-las, o projetista de

estrutura deve ser consultado para analisar e

verificar a viabilidade desta solução.

7.4 Dimensão das Juntas

As juntas horizontais e verticais deverão ter

dimensão de 10 mm. A variação admissível é de

2 mm, ou seja, pode variar entre 8 mm a 12 mm.

Preenchimento de juntas

Quando há alguma irregularidade na laje,

a compensação pode ser feita na junta de

assentamento inicial, a qual pode variar até

2cm.

7.5 Cuidados Importantes

Após o assentamento do bloco, utilizar a

colher para retirar o excesso de argamassa (não

deslocar o bloco da posição depois de

assentado);

Colher de pedreiro para retirada

do excesso de argamassa

No caso de chuvas, as paredes deverão ser

protegidas contra a entrada de água nos furos

dos blocos.

A argamassa de assentamento, após

preparada, deve ser consumida no prazo

máximo de 2h30min. Qualquer mistura não

utilizada neste prazo deve ser descartada.

Durante o período de uso, a argamassa

poderá ter a consistência ajustada mediante a

adição de água no máximo duas vezes. Em

climas quentes e com ventos acentuados,

recomendamos que a perda de água seja

amenizada cobrindo o recipiente de

argamassa.

A argamassa deve ser misturada com

misturador mecânico.

8. Argamassa de Revestimento

8.1 Função

As funções da argamassa de revestimento

são:

Proteger os elementos de vedação dos

edifícios da ação direta dos agentes agressivos;

Proporcionar isolamento térmico acústico e

estanqueidade à água e aos gases;

Regularizar a superfície dos elementos de

vedação, servindo de base regular e adequada

ao recebimento de outros revestimentos ou

acabamento final.

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8.2 Número de Camadas

O revestimento de argamassa pode ser de

camada única (massa única) ou de duas

camadas (emboço e reboco) conforme figura

a seguir.

Esquema para número de camadas

8.3 Espessuras de revestimento

Revestimento Espessura (mm)

Parede interna 7 ≤ e ≤ 15 mm *

Parede externa 20 ≤ e ≤ 30 mm

Tetos e ≤ 10 mm

* dados válidos também para revestimento de gesso

corrido.

8.4 Cuidados Importantes

Eliminar as irregularidades superficiais

(rebarbas de concretagem e excessos de

argamassas nas juntas) e incrustações

metálicas.

O chapisco deve ser sempre aplicado nas

fachadas e nas superfícies de concreto.

Não recomendamos o uso de revestimento

interno em gesso corrido para o 1º, penúltimo e

último pavimento, devido a estes pavimentos

sofrerem maiores deformações. Na cobertura

por conseqüência da dilatação térmica e no 1º

pavimento por esforços de maior grandeza.

Para estes pavimentos recomendamos o uso de

argamassa de revestimento.

9. Graute

O graute é um concreto fluido composto

de cimento, agregado miúdo, agregado

graúdo, água e cal ou outra adição destinada

a conferir trabalhabilidade e retenção de água

de hidratação à mistura.

É usado para o preenchimento dos vazios

dos blocos e canaletas, para solidarização da

armadura a estes elementos e/ou aumento de

capacidade portante;

O graute deve ser produzido

obrigatoriamente com misturador mecânico.

Misturador mecânico para o graute

O graute deve ser utilizado dentro de

1h30min contado a partir da adição da água

na mistura. Este tempo pode ser prolongado se

for adicionado um retardador de pega.

Atenção para o transporte do graute para

evitar que haja segregação e perda de

componentes, sendo desaconselhável o uso de

depósitos intermediários.

Durante o grauteamento os vazados dos

blocos não podem ter rebarbas de argamassa

IMPORTANTE:

O traço da argamassa de

revestimento deverá seguir as

orientações de um tecnólogo;

O controle tecnológico é de

responsabilidade da Construtora.

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e as dimensões mínimas recomendadas são de

50mmx70mm.

Antes de verter o graute, os furos devem

estar perfeitamente desobstruídos. Para tal

recomenda-se a limpeza das rebarbas de

argamassa.

Visita de inspeção

Os pontos de visita dos vazios devem ter

dimensão mínima de 7,0 cm de largura por 10

cm de altura e devem ser cuidadosamente

limpos.

Visita para inspeção intermediária

A altura máxima de lançamento do graute

deverá ser de 1,60m.

Como já mencionado, recomenda-se a

concretagem a cada 5 ou 6 fiadas, sendo a

altura da primeira etapa definida pela altura

das contra-vergas das janelas. Se o graute for

devidamente aditivado, garantida a coesão

sem segregação, a altura de lançamento

máximo permitido é de 2,80m.

O adensamento deve ser feito

concomitantemente com o lançamento do

graute. A armadura das paredes não deve ser

utilizada como ferramenta de compactação.

No adensamento manual deve-se empregar

haste de 10 e 15 mm de diâmetro, devendo a

mesma ter comprimento para atingir o fundo do

furo a preencher.

Recomenda-se que os vazados sejam

grauteados no mínimo 12 horas após a

execução da alvenaria.

10. Retração

10.1 Retração do Bloco-Argamassa

A retração do bloco e da argamassa

ocorre, principalmente, por perda de água,

resultando na diminuição de volume da parede

e conseqüentemente no aparecimento de

fissuras.

Parede fissurada devido à retração

Observações:

Quanto maior a resistência do bloco maior a retração;

Os blocos fornecidos por fabricantes com vibroprensa

de pequeno porte sem controle rigoroso de fabricação

têm maior tendência à retração.

10.1.1 Cuidados Importantes

Dar preferência a fabricantes que utilizam a

cura a vapor dos blocos;

Nunca molhar os blocos de concreto antes

do assentamento, estes devem ser assentados

secos;

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Os blocos cerâmicos devem ser molhados

antes de serem assentados;

Utilizar argamassas com baixo módulo de

deformação;

Em regiões de grandes variações térmicas,

com períodos de estiagem, recomenda-se

adotar a prática de preenchimento posterior

das juntas verticais, obrigatoriamente com

bisnaga.

Preenchimento de junta vertical com bisnaga

10.2 Retração das Lajes

A retração das lajes ocorre durante a

secagem. Se estas ficarem sujeitas à forte

insolação ou ação do vento podem aparecer

fissuras.

Fissuras nas paredes devido à retração das lajes

Essa retração pode ser minimizada com a

adoção da cura úmida e com o controle desse

processo.

11. Cobertura

A laje de cobertura, por ficar mais exposta

às variações climáticas, tende a se movimentar

mais que o restante do edifício.

Figura ilustrando a movimentação

da laje de cobertura

Essa movimentação gera fissuras e outros

desconfortos visuais nas paredes.

PRÁTICA DO PREECHIMENTO

POSTERIOR DAS JUNTAS VERTICAIS:

Fazer alvenaria sem o

preenchimento das juntas

verticais;

Desenvolver argamassa para a

aplicação com bisnaga;

Prever andaime para descer

preenchendo (do último

pavimento para o térreo) as

juntas;

Executar o revestimento

somente após o preenchimento

de todas as juntas.

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Fissuras nas paredes devido à dilatação térmica

da laje de cobertura

11.1 Cuidados com a Laje da Cobertura

Para evitar o superaquecimento da laje de

cobertura algumas medidas são de grande

importância:

Sombreamento da laje com telhado. Para

tanto deve-se prever espaço para circulação

do ar, com entrada de ar frio por baixo e saída

de ar quente por cima;

Executar o telhado 5 dias após a

concretagem da laje de cobertura;

Executar o revestimento interno (de

argamassa) do último pavimento somente após

o a execução do telhado;

Aplicação de subcobertura de alumínio;

Uso de telhas com cores claras ou refletivas

(sugestão: pintura branca).

Para minimizar os efeitos da movimentação

são previstas em projeto juntas de dilatação

com 2 cm preenchidas com isopor (no caso das

lajes tipo "Boc" pode-se deixar este espaço

vazio).

Detalhe da junta de dilatação com isopor

11.2 Cuidados no encontro Laje da

Cobertura com Alvenaria

Na junta de encontro da última fiada com

a laje de cobertura é colocado um material

que tem por função soltar a ligação entre esses

dois elementos liberando a movimentação da

laje.

Utilização de material redutor de atrito entre

a laje de cobertura e a última fiada

Exemplo da utilização do material redutor

entre a laje de cobertura e a última fiada

Exemplos de materiais utilizados nas juntas

entre a parede e a laje:

Fórmica ou manta asfáltica;

Borracha Borindus*;

Papel Kraft betumado;

Manta aluminizada.

* Borindus é o nome de um fabricante

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11.2.1 Fórmica

Recomendamos a utilização desse material

como redutor de atrito apenas para lajes pré-

moldadas.

Nesta técnica são utilizadas duas lâminas

fórmicas (espessura de 0,8 a 1 mm), uma sobre

a outra, sendo que a partes rugosas devem ficar

em contato com a laje e com a alvenaria.

Detalhe do posicionamento das fórmicas

Podemos substituir a fórmica por lâmina de

manta asfáltica de 5 mm de espessura (tipo

Tirodin APS), utilizando os lados que tem o

polietileno (menor atrito) um contra o outro, e o

lado com acabamento em areia contra o

bloco ou laje.

11.2.2 Borracha Borindus

Para a utilização dessa borracha não existe

restrição em relação ao sistema construtivo das

lajes.

São encontradas no mercado diferentes

larguras para essa borracha.

Exemplo de borracha com 14 cm de largura

e 17 mm de espessura

A borracha deve ser posicionada entre a

última fiada e a laje de cobertura.

Detalhe do sistema com borracha

Borracha posicionada sobre a alvenaria

antes da concretagem da laje

11.2.3 Papel Kraft Betumado (200g/m²)

Para a utilização desse material como

redutor de atrito não existe restrição em relação

ao sistema construtivo das lajes.

A execução desta técnica trata-se de

dobrar o papel Kraft betumado sete vezes,

cortar e posicioná-lo sobre os blocos de

alvenaria. Ele deve ser cortado de forma a ter

largura maior que a do bloco nos casos de laje

moldada “in loco” ou pré-moldada.

Detalhe para posicionamento do

papel Kraft betumado

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Após a concretagem das lajes o papel

excedente é cortado.

Detalhe do papel Kraft betumado

após o corte e concretagem da laje

11.2.4 Manta Aluminizada

Para a utilização desse material como

redutor de atrito não existe restrição em relação

ao sistema construtivo das lajes.

São utilizadas duas camadas de manta

aluminizada (3 mm), sendo que entre elas é

colocado isopor (1 cm) ou chapa plana de PVC

(3 mm).

Para a execução, deve-se cortar a manta e

o isopor (ou PVC) e posicioná-los sobre os

blocos de alvenaria. A parte aluminizada da

manta deve ficar em contato com o isopor (ou

PVC). Eles devem ser cortados de forma a ter

largura maior que a do bloco nos casos de laje

moldada “in loco” ou pré-moldadas.

Detalhe do posicionamento da

manta aluminizada

Após a concretagem das lajes o material

excedente é cortado.

Detalhe do “sanduíche” manda aluminizada,

isopor e manta aluminizada

11.3 Apartamento tipo duplex

Para prevenir fissuras em paredes de

apartamentos duplex de cobertura, também é

importante tomas os cuidados especificados no

detalhe a seguir:

Detalhe para paredes de apartamento duplex

Além disso, deve atentar para os seguintes itens:

A execução do piso térmico deve ser feito 3

dias após a concretagem da laje de cobertura;

Após a execução do piso térmico, deixá-lo

submerso em lâmina d’água de 3 cm por 5 dias.

Não usar gesso nos revestimentos das paredes

internas nestes níveis (duplex inferior e superior).

Usar revestimento em argamassa.

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11.4 Platibandas

11.4.1 Cuidados com posicionamento de

andaimes, balancins e ganchos

Não deve-se apoiar andaimes e balancins

na platibanda de alvenaria. Normalmente as

platibandas não são dimensionadas para

receber os esforços que estes equipamentos

geram.

Caso seja necessário apoiar andaimes ou

balancins, esta condição deve ser prevista e

dimensionada em projeto. Recomendamos,

nestes casos, soluções como a da figura abaixo:

Detalhe de fixação de andaimes

através de ganchos na laje

O gancho de segurança, geralmente

utilizado para eventuais manutenções, cuja

capacidade de carga máxima é de 1200 Kg,

pode ser instalado na alvenaria da platibanda

desde que tenha sido previsto em projeto. No

entanto, para redução de custos com a

armação da platibanda, recomendamos que

este também esteja localizado na laje.

12. Frisos na Fachada

Os frisos são detalhes construtivos feitos

para esconder as pequenas fissuras que em

certos casos são inevitáveis.

A posição desses frisos depende do sistema

construtivo adotado para as lajes, desde que

haja revestimento.

12.1 Frisos no Último Pavimento

Para as paredes internas, o friso é

posicionado entre a laje de cobertura e a

última fiada, independentemente do sistema

construtivo das lajes.

Detalhe de friso na cobertura para

paredes internas

Para as paredes externas os frisos são

posicionados de acordo com o sistema

construtivo da laje de cobertura.

12.1.1 Lajes Moldadas “in loco” ou Pré-

moldadas (com complemento)

No caso das lajes de cobertura com beiral

em concreto fazer um friso na base da fiada da

canaleta (alvenaria de respaldo).

Deve-se utilizar tela e aplicar

pintura elastomérica

na região dos frisos.

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Detalhe dos frisos para paredes de

fachada com beiral de concreto

Para cobertura com beiral em madeira ou

outro material que não seja concreto, o friso

acontecerá na base da fiada da canaleta e

abaixo do beiral.

Detalhe dos frisos para paredes de fachada

com beiral de madeira

Nos casos em que há platibanda fazer dois

frisos: um friso entre a platibanda e a laje e um

logo abaixo da alvenaria de respaldo.

Detalhe dos frisos quando há platibanda

12.1.2 Laje tipo "Boc" (pré-moldada maciça)

Para esse sistema construtivo, quando há

beiral, é feito somente um friso entre a laje de

cobertura e a última fiada.

Posição dos frisos no caso de laje tipo "Boc"

com beiral de concreto

Quando existe beiral de madeira ou outro

material, é feito um friso na interface do forro do

beiral e revestimento externo, conforme o

detalhe a seguir.

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Detalhe dos frisos para paredes de fachada

com beiral de madeira

Quando houver platibanda, prever dois

frisos: um acima e um abaixo da laje.

Posição dos frisos no caso de laje

tipo "Boc" com platibanda

12.2 Frisos em Todos os Pavimentos

Além dos frisos na cobertura são previstos

frisos nas paredes externas em todos os

pavimentos. Estes também têm a sua posição

relacionada ao sistema construtivo das lajes.

Nesses casos não são exigidas as telas e pintura

elastomérica.

12.2.1 Lajes Moldadas “in loco” ou Pré-

moldadas (com complemento)

Para estes tipos de lajes prever dois frisos:

um friso entre a 1ª fiada do pavimento superior e

a laje e um abaixo da última fiada do

pavimento inferior.

Detalhe dos frisos quando a laje for moldada

“in loco” ou pré-moldada

12.2.2 Laje tipo "Boc" (pré-moldada maciça)

Para o caso de laje tipo "Boc", fazer dois

frisos: um acima e um abaixo da laje.

Detalhe dos frisos quando a laje for tipo "Boc"

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PÁGINA 33 Caderno de Recomendações

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Existem casos em que são utilizados

detalhes como molduras de gesso e materiais

como mastique no lugar dos frisos, para isso a

moldura deve ser fixada apenas na parede,

deixando um espaço entre ela e a laje ou

complementado com mastique.

Detalhe da utilização de moldura

Recomendamos a utilização da moldura de

gesso apenas nos casos em que se tem laje tipo

"Boc".

Espaço entre moldura e laje de cobertura

denunciando a movimentação da laje

13. Projeto de Instalações e suas

interferências na Alvenaria

Estrutural

13.1 Diretrizes para Projeto de Instalações

Os projetos de Instalações devem ser

lançados sobre a base do projeto de

modulação de 1ª fiada da Alvenaria Estrutural,

para que as instalações elétricas e telefônicas

coincidiam com os furos dos blocos e as

instalações hidrossanitárias estejam localizadas

em shafts, etc.

Exemplo de projeto elétrico lançado sobre

base de 1ª fiada – instalações dentro dos furos do bloco

Exemplo de projeto hidrossanitário lançado sobre base

de 1ª fiada- instalações em áreas de shaft e forros

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PÁGINA 34 Caderno de Recomendações

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O eletroduto desce em cada ponto de

força/comando ou ponto telefônico, ou seja, os

eletrodutos caminham na vertical, dentro dos

furos dos blocos. Na horizontal eles caminham

nas lajes e sobre forros.

Exemplo de encaminhamento

dos pontos elétricos

Quando necessário, onde os pontos estão

imediatamente no furo ao lado ou, no máximo,

no 2º furo ao lado, utiliza-se um eletroduto de

ligação, onde passa de uma caixa elétrica a

outra pela região central superior das paredes

transversais do bloco, através de rasgos

executados nos locais indicados com o auxílio

de serras.

Exemplo de ligação horizontal entre

dois pontos elétricos

Deve-se ter um cuidado especial quando

os pontos de luz e interruptores forem

localizados ao lado das aberturas das portas,

pois a primeira prumada de vazados após a

abertura é normalmente grauteada, com isso

não permitindo posterior embutimento das

caixas.

Grautes em vãos de portas

Em cantos do perímetro também é comum

ter graute. Deve-se ter cuidado no lançamento

do Projeto de SPDA. A coincidência de graute e

descida do sistema de SPDA até pode

acontecer, porém a armadura do graute não

poderá ser usada para conduzir a descarga

elétrica, devendo ser colocada uma segunda

barra para esta função.

A localização do CD (centro de

distribuição) também deve ser projetada em

paredes de vedação (mínimo 14 cm) ou em

trechos interrompidos da parede estrutural,

desde que seja previamente previsto no

cálculo.

Exemplo de CD em trecho interrompido

da Alvenaria Estrutural

Recomenda-se também ter um padrão de

altura de pontos elétricos e hidrossanitário

compatível com o bloco a ser utilizado

(concreto ou cerâmico).

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PÁGINA 35 Caderno de Recomendações

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Exemplo de padrão de alturas

de pontos elétricos

Os blocos cerâmicos normalmente são

fornecidos com os furos no centro e os blocos

de concreto são cortados rentes à face inferior

ou superior (sugerimos optar por um somente).

O bloco cerâmico tem, normalmente,

o furo para a caixa elétrica no centro

Os blocos de concreto são cortados junto à

face inferior (como a ilustração) ou superior

Além disso, aconselha-se ter uma diretriz do

traçado das instalações elétricas com caminhos

otimizados.

Outro ponto que, com freqüência, interfere

na estrutura é o traçado das bandejas de

elétrica, também chamadas eletrocalhas.

Alertamos para que seu traçado seja pensado

logo no lançamento da Estrutura, para que no

decorrer do processo, não seja necessário criar

reforços estruturais ou, até mesmo, reestudar o

lançamento da Estrutura.

Segundo a NBR 10837 – Cálculo da

Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de

Concreto - é proibida a passagem de

tubulações que conduzam fluídos dentro das

paredes com função estrutural.

Caso seja necessário que a instalação seja

embutida, o cálculo deve prever o trecho

necessário como alvenaria de vedação

(também chamadas paredes hidráulicas).

As instalações hidrossanitárias caminharão

preferencialmente por espaços acessíveis

(shafts, carenagens, etc.), a fim de sempre

garantir o fácil acesso às instalações em caso

de manutenção, sem a necessidade de

quebrar a parede.

Exemplo de instalação com

carenagem de fechamento

No caso de prumadas de esgoto, os shafts

abrigam as tubulações, devido ao grande

diâmetro destas. Os shafts podem ser

executados de duas formas: interrompendo-se

a parede para a passagem da tubulação ou

faceando externamente à parede estrutural. As

duas soluções acarretam em um fechamento

posterior (com função de vedação).

13.2 Diretrizes para a Execução das

instalações

Para termos uma boa marcação dos

pontos de instalações, é importante que o

projeto de Locação das Instalações esteja

compatibilizado com o de Alvenaria Estrutural,

para que os pontos coincidam com os furos do

bloco e shafts.

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PÁGINA 36 Caderno de Recomendações

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O Projeto de Locação das Instalações não

é escopo do projetista Estrutural, exceto quando

tivermos radier ou lajes pré-moldadas (tipo

"Boc").

Conferência da posição das instalações

Caso ocorra algum ponto locado em

desacordo com o projeto de Locação, deve-se

contatar o projetista de Estrutura para

orientação de correção.

Após a conferência dos pontos é marcada

a 1ª fiada. Os pontos de Instalação devem

coincidir com os furos dos blocos. Sugere-se

contratar um Projeto de Produção.

1ª fiada assentada: instalações

compatibilizadas com a Alvenaria Estrutural

Após a marcação da 1ª fiada, o Projeto de

Elevações é necessário para verificação e

execução de todas as instalações que

estiverem interferindo com a parede.

Exemplo de Elevação

É importante evitar situações como a

ilustrada a seguir, onde a instalação não foi

locada corretamente. Para consertar o erro, a

parede precisou ser cortada, prejudicando o

desempenho estrutural. Nestes casos, orienta-se

consultar o projetista de Estrutura para verificar

a necessidade do reforço.

Erro de execução: locação de instalações

incompatível com furos do bloco

O instalador dever estar presente durante a

elevação da parede, para que faça as

intervenções necessárias e não seja preciso

quebrar a parede posteriormente para viabilizar

as instalações.

Não são autorizados cortes nas alvenarias

estruturais para a execução das instalações,

exceto onde estiver indicado em projeto. As

alvenarias de vedação poderão ser cortadas

para a passagem das instalações. Para esses

cortes deve-se verificar as informações nos

respectivos projetos de Instalações.

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Restrição: cruzamento entre

Instalações Elétricas e Hidráulicas

Restrição: caminhar com o eletroduto na

diagonal em Alvenaria Estrutural

Restrição: colocar instalação junto com graute

Restrição: caminhar com o

eletroduto na horizontal

Os blocos com caixas elétricas deverão ser

preparados antes da execução da parede e

assentados no local indicado nas elevações.

Os eletrodutos devem ser colocados à

medida que se levanta a parede.

A instalação elétrica será feita pela descida

(ou subida) do eletroduto pelo vazado dos

blocos.

Descida do eletroduto pelo

vazado do bloco

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Detalhe do bloco elétrico com o eletroduto embutido

Após a colocação do eletroduto, inicia-

se a fixação das caixas de tomadas e

interruptores e do CD, observado o detalhe das

posições para a caixa.

Detalhe de fixação de caixa de luz

É necessário assentar a cinta de forma que

as esperas de instalações viabilizem a fiação

até o ponto e a emenda com o restante do

sistema.

Tubulação passando pela cinta de amarração

Esperas deixadas na cinta para passagem

de tubulações

14. Controle Tecnológico

O controle tecnológico é importante para

assegurar que os parâmetros usados em projeto

sejam garantidos e conferidas na obra.

Um dos requisitos do controle de grande

importância é a resistência à compressão dos

elementos da alvenaria. Este controle deve ser

feito antes e durante a execução da obra.

14.1 Controle Tecnológico Antes do Início

da Obra

Deve ser feita a caracterização dos

materiais da alvenaria. Esta pode ser feita:

Pelo fornecedor de materiais: desde que os

ensaios antecedam 180 dias o início da obra.

Por ensaios: ver tipos de elementos da

alvenaria e ensaios recomendados nas tabelas

1 e 3.

Tabela 1 - Número mínimo de corpos-de-prova

por tipo de elemento de alvenaria

Tipo de elemento Nº. de corpos-de-prova

Prisma 12

Pequena Parede 6

Parede 3

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14.2 Controle Tecnológico Durante a Obra

Durante a obra deve ser verificada a

resistência da alvenaria através de ensaios dos

blocos, prismas ou paredes, grautes e

argamassas.

Geralmente os blocos são atestados pelos

fabricantes. Havendo este controle, parte-se

para o controle dos prismas.

Os prismas são corpos-de-prova constituídos

de dois blocos sobrepostos, íntegros e isentos de

defeitos preparados aleatoriamente durante a

execução do lote, utilizando-se os mesmos

operadores, equipamentos e argamassa que

executam a alvenaria.

Prisma de dois blocos

O projeto estrutural é desenvolvido tendo

como referência a resistência à compressão do

prisma em relação à área bruta.

Os prismas devem ser atestados ocos e

cheios aos 28 dias, porém, sempre em relação à

área bruta.

A norma brasileira que regulamenta o

método de ensaio do prisma é a NBR8215

Prismas de Blocos Vazados de Concreto Simples

para Alvenaria Estrutural – Preparo e Ensaio à

Compressão.

Atualmente a revisão de norma permite

que haja uma diferenciação do controle

tecnológico em função do tipo do

empreendimento. Está dividido em padrão e

otimizado, conforme a tabela 2.

14.2.1 Controle padrão

No controle padrão cada pavimento de

cada edificação representa um lote para

coleta de amostras. O número de amostras

deve estar de acordo com a tabela 3.

14.2.2 Controle Otimizado

Deve ser feito em função do tipo de

empreendimento, o qual se divide em:

Edificação isolada;

Conjunto de edificações iguais.

São consideradas edificações iguais

aquelas que atendem às seguintes condições:

Fazem parte de um único empreendimento;

Têm o mesmo projetista estrutural;

Têm especificadas as mesmas resistências de

projeto;

Utilizam os mesmos materiais e procedimentos

para a execução.

14.2.3 Controle de Aceitação

Para a alvenaria ser aceita, a resistência

característica estimada dos prismas, blocos e

grautes, bem como a resistência média à

compressão da argamassa dos lotes colhidos no

pavimento devem ser maiores ou iguais às

resistências especificadas em projeto.

Caso esta condição não seja atendida,

devem ser feitos os ensaios com os prismas de

contraprova.

No caso de existência de não-

conformidades, devem ser adotadas as

seguintes ações corretivas:

revisão do projeto para determinar se a

estrutura, no todo ou em parte, pode ser

considerada aceita, considerando os valores

obtidos nos ensaios;

determinar as restrições de uso da estrutura;

providenciar o projeto de reforço;

decidir pela demolição parcial ou total.

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Tabela 2 - Quadro resumo de controle de prismas. Número mínino de prismas por

lote para mesmos materiais e procedimentos

Legenda:

Fpk – resistência do prisma

Tabela 3 – Tipos de ensaios e número de amostragem

Ensaios Esquema Componentes Amostragem

Exemplares

Resistência

à compressão

Bloco 6 exemplares

por lote

Resistência à

compressão

Prisma

(2 blocos)

6 exemplares

por lote

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Resistência à

compressão

Parede 3 exemplares

por lote

Resistência à

compressão

Graute 6 exemplares

por lote

Resistência à

compressão

Argamassa 6 exemplares

por lote

Lote para prisma, graute/argamassa:

(prevalecer a menor quantidade)

- uma semana de produção;

- execução de um pavimento;

- 200 m2 de área construída;

- 500 m2 de parede;

Lote para bloco: Conjunto de blocos

com as mesmas características,

produzidas pelo mesmo fabricante, sob

as mesmas condições e utilizando os

mesmos materiais. Numero máximo de

20.000 unidades.

OBS: Sugere-se que seja retirado o

dobro das amostras para eventuais

contraprovas.

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Anexos

Anexo 1: Premissas

1. Família de blocos:

Blocos de concreto

Blocos cerâmicos

½ bloco 14x19x14

½ bloco 14x19x19

Bloco 29 14x19x29

Bloco 34 14x19x34

Bloco 39 14x19x39

Bloco 54 14x19x54

Pastilha 14x19x4

Pastilha 14x19x9

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Bloco “jotinha”

Bloco semi-canaleta

Bloco canaleta

½ bloco 14x19x14

2. Caixilhos

Padrão de medidas osso:

JANELAS (alumínio)

Medida Arquitetura + ______ cm = final ______

PORTAS INTERNAS (madeira)

Medidas Arquitetura + ______ cm = final ______

PORTA CORTA FOGO

Medida Arquitetura + ______ cm = final ______

Pingadeira pré-moldada

Vão de h=2,20 m na alvenaria para as portas Outros h= _______m

Palitos para acerto da modulação vertical dos vãos das portas de madeira.

Porta com bandeira.

Dimensão em osso (na alvenaria) para os vãos horizontais das portas internas: __________

Dimensão em osso (na alvenaria) para os vãos horizontais das portas externas: __________

Verga pré-moldada

Abertura para ar condicionado de janela

Especificar medida do vão osso: __________ Dreno

Ar condicionado tipo split (descrever interferências instalações X alvenaria)

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3. Instalações

Instalações externas à alvenaria Uso de carenagem

Instalações embutidas

Vaso sanitário

Filtro de cozinha

Especificar: ___________________________________________________________________

Instalações passam sob os baldrames da fundação

4. Revestimentos

Piso acabado = nível osso + _____ cm

Revestimento parede externa = _____ cm

Revestimento parede interna = _____ cm

Revestimento parede interna – área molhada = _____ cm

5. Gerais

Altura de piso a teto (em osso): __________m

Escadas:

Pré-moldada

jacaré

Pré-moldada Moldada no

local

Metálica ou

madeira

Beiral

Beiral com laje

Beiral em madeira

Alvenaria de vedação

Blocos de espessura 9 cm

Dry wall

Caixa d’ água apoiada na estrutura (para alvenaria h até 2m)

Platibanda na cobertura, h=________

Arrimos em alvenaria Arrimos em concreto armado

Empreendimento localizado próximo à orla

Andaime fachadeiro

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Balancim apoiado na laje de cobertura

Desvincular a laje da cobertura da parede com sistema

____________________________________________________________________________

(especificar – ver item 11.2 do Caderno de Recomendações – Alvenaria Estrutural

da Pedreira de Freitas):

Opções de planta de venda. Especificar:

_____________________________________________________________________________

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Anexo 2: Exemplo de Relatório de Controle Tecnológico de blocos

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ALVENARIA ESTRUTURAL

Bibliografia

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA E CONSULTORIA ESTRUTURAL. Manual de Escopo de Projetos e

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Caderno de Recomendações

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PÁGINA 48 Caderno de Recomendações

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