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Departamento de Filosofia da Unesp Conselho de Curso de Filosofia Programa de Pós-Graduação em Filosofia Unesp/Marília Caderno de Resumos 5º Encontro de Pesquisa na Graduação em Filosofia da UNESP Marília 18/05 a 21/05 2010

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Departamento de Filosofia da Unesp

Conselho de Curso de Filosofia

Programa de Pós-Graduação em Filosofia – Unesp/Marília

Caderno de Resumos 5º Encontro de Pesquisa na Graduação em Filosofia da UNESP

Marília – 18/05 a 21/05

2010

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PROGRAMAÇÃO

18 de maio de 2010 (terça-feira)

8h30 – 12h - Sessão de Comunicação

14h-18h - Sessão de Comunicação

14h-18h – Oficina de Filosofia Ecológica: saúde e meio ambiente

Expositor: Dra. Maria Fátima Martinhão

Local: Horta Ecológica

19h30 Abertura

João Antonio de Moraes (Aluno de Graduação - Unesp/Marília)

Deborah Fonseca Ogusku (CAFI – Unesp/Marília)

Lúcio Lourenço Prado (Chefe do Departamento de Filosofia - Unesp/Marília)

Marcio Benchimol Barros (Coordenador do Conselho de Curso de Filosofia –

Unesp/Marília)

Local: Sala 64

19h40-20h15 – Apresentação do grupo de jazz “Panela de Expressão”

20h15-22h15

Temática da Conferência de Abertura: Filosofia Antiga

Expositor: Roberto Bolzani (USP): “Filosofia e História da Filosofia".

Reinaldo Sampaio Pereira (UNESP/Marília) – “Ética e Política em

Aristóteles”

Moderador: Rafael W. Botaro (UNESP/Marília)

19 de maio de 2010 (quarta-feira)

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8h30 – 12h - Sessão de Comunicação

14h-18h - Sessão de Comunicação

20h00-22h00

Temática da Conferência: Filosofia Medieval e Renascentista

Expositores: Andrey Ivanov (UNESP/Marília): Paralelismo entre Escritura,

Natureza e Arte no simbolismo medieval

Ligia Silveira: Ceticismo e a emergência do “eu” em Montaigne

Moderador: Rafael Rossi (Unesp/Marília)

Local: Sala 64

20 de maio de 2010 (quinta-feira)

8h30 – 12h - Sessão de Comunicação

14h-18h - Sessão de Comunicação

20h00-22h00

Temática da Conferência: Filosofia Moderna

Expositores: Mariana Claudia Broens (UNESP/Marília): A antropologia

pascaleana e seus reflexos na contemporaneidade

Silvia Saviano Sampaio (PUC-SP): Angústia, Desespero e

Sacrifício na filosofia de Soeren Aabye Kierkegaard

Moderador: Deborah Fonseca Ogusku (UNESP/Marília)

Local: Sala 64

21 de maio de 2010 (sexta-feira)

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8h30 – 12h - Sessão de Comunicação

14h-18h - Sessão de Comunicação

20h00-22h00

Temática da Conferência: Filosofia Contemporânea

Expositores: Marília Pizani (Mackenzie): Filosofia e crítica da tecno-logia em

Herbert Marcuse

Maria Eunice Quilici Gonzalez (UNESP/Marília): Ética da

informação na sociedade contemporânea

Moderador: João Antonio de Moraes (UNESP/Marília)

Local: Sala 64

22h15 – Encerramento

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Sessões de Comunicação

18 de Maio de 2010 (terça-feira)

Sessão de Comunicações 1 – Filosofia da Informação e Pragmatismo

Coordenador: Gustavo Vargas

Local: Sala 64

08h30 – 10h30

Auto-organização e criatividade em Debrun

ARIOTO, Andréa Araújo (UNESP/Marília)

Um resumo sobre a relação do conceito de hábito com a liberdade na

filosofia de John Dewey

FERREIRA, Nicholas Gabriel Minotti Lopes (UNESP/Marília)

Wittgenstein e a gramática de “pensar”"

GALLI, Gabriel Cardoso (UFPR)

Máquinas e Sociedade: Abordagens éticas acerca do artificial

PANTALEÃO, Nathália Cristina Alves (UNESP/Marília)

Considerações sobre a nova lógica proposta por John Dewey

PILAN, Fernando Cesar (UNESP/Marília)

Uma abordagem ecológica da informação

RODRIGUES, Mariana Vitti (UNESP/Marilia)

A noção de significado na proposta dretskeana

MORAES, João Antonio de (UNESP/Marília)

Sessão de Comunicações 2 – Filosofia da Mente

Coordenador: Giovani José Signorelli Guidi

Local: Sala 64

10h45 – 12h00

René Descartes: contribuições para a Filosofia da Mente

LEITE, Mario William Barros (FAJOPA)

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Leitura de Descartes segundo Merleau-Ponty

AGUIAR, Graziele Thomasinho de (UNESP/Bauru)

A questão do qualia e a distinção mente e matéria – Uma reflexão sobre

os fundamentos da Psicologia

ROSA, Jéssica Rodrigues (UNESP/Bauru)

Sessão de Comunicações 3 – Política I

Coordenador: Raphael Guazzelli Valerio

Local: Sala 41

10h – 12h

A instituição da sociedade em Castoriadis

ADÃO, Adriana Cristina (UNESP/Marília)

O paradigma fenomelógico de Giorgio Agamben

JUGEND, Gustavo (UFPR)

Acerca do conceito de sobredeterminação

PARRA, Eduardo Barbosa (UNESP/Marília)

Banalidade do Mal nos Noticiários: Uma Reflexão Acerca da Conduta

Jornalística a partir do Termo Arendtiano RIBEIRO, Nádia Junqueira (UFG)

Sessão de Comunicações 4 – História e Filosofia da Arte

Coordenação: Débora Barbam Mendonça

Local: Sala do “Sapatinho”

10h – 12h

O Cinema Novo Brasileiro: Glauber Rocha e a Estética da Fome

BOTARO, Rafael Wellington Botaro (UNESP/Marília)

A Decadência da Apreciação Musical: o reducionismo na musica midiática

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GARCIA, Amanda (UNESP/Marília) e SANTOS, Felipe Thiago dos

(UNESP/Marília)

A questão da técnica no caminho à Poesia

PHILIPSON, Gabriel Salvi (USP)

A interpretação musical e a esterilidade de uma escrita surda ao sentido – paralelos entre Rousseau e Nietzsche SANTOS, Eraldo Souza dos (USP)

Wagner: o espírito decadence por excelência SANTOS, Felipe Thiago dos Santos (UNESP/Marília)

Sessão de Comunicações 5 – Filosofia Medieval

Coordenação: Tomás Farcic Menk

Local: Sala 64

14h – 16h15

A Doutrina do Mal em Santo Tomás de Aquino

CALLEGARO, Ronaldo (FAJOPA)

Tempo e eternidade em Santo Agostinho

CARDOSO, Giovani Fernando (FAJOPA)

Provas da Existência de Deus em Santo Anselmo e Tomás de Aquino

FREITAS, Jackson Rocha (UNESP/Marília)

O appetitus como motor e limite do entendimento humano no livro X das

Confissões de Agostinho de Hipona

MATTEUCCI, Antonio Batista (Centro Universitário São Camilo)

A noção de creatio ex nihilo segundo Tomás de Aquino

MONTEIRO, Matheus Henrique Gomes (UNICAMP)

O falar dos anjos e a noção de comunicação em João Duns Escoto

PAIVA, Gustavo Barreto Vilhena de (USP)

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Sessão de Comunicações 6 – Filosofia da Linguagem

Coordenação: Rafael Reis

Local: Sala 64

16h30 – 18h

Locke e o psicologismo semântico

ALMEIDA, Marcos Ariel de (UNESP/Marília)

O conceito de gramática nas Investigações Filosóficas de Ludwig

Wittgenstein. CAVASSANE, Ricardo Peraça (UNESP/Marília)

Wittgenstein e a “dupla” função da linguagem nas Investigações Filosóficas OLIVEIRA, Karina da Silva (UNESP/Marília)

Sessão de Comunicações 7 – Temáticas Filosóficas

Coordenação: Tércio Renato Nanni Bugano

Local: Sala do “Sapatinho”

14h – 17h

Da Filosofia que liberta à educação libertadora

ALEGRETI, Dirce Aparecida Nunes (Centro Universitario São Camilo)

Finitude Humana: A perplexidade do homem diante da morte

CUNHA, Anderson Santana (FAJOPA)

É possível uma filosofia latino-americana?

MISE, Lilian Neves Mise (Centro Universitário São Camilo)

Defesa da Subjetividade em Levinas

ROMERO, Gustavo Marcial Prado (Centro Universitário São Camilo)

19 de Maio de 2010 (quarta-feira)

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Sessão de Comunicações 8 – Política II

Coordenação: Flavia Renata Quintanilha

Local: Sala 64

08h30 – 10h

Voltaire contra o Determinismo

ALMEIDA, Angélica Romeros de (UFPR)

Os deveres dos homens no pensamento de Thomas Hobbes: uma teoria

sobre as obrigações

FRANÇA, Laryssa Luz Santos de (UNICAMP)

História e teologia em Voltaire

SANTOS, Pedro Miguel Sousa (UFS)

Hobbes e as objeções a cerca da criação do estado por cooperação

ZELINSKI, Fernanda (UNIOESTE)

Sessão de Comunicações 9 – Teoria Crítica

Coordenação: Thiago Evandro Silva

Local: Sala 64

10h15 – 12h

Notas sobre a contradição do princípio de individualidade entre os

modernos

ALVES, Daniclei Pereira (UFPR)

O conceito de experiência em Adorno

JANUÁRIO, Adriano Márcio (UNICAMP)

O mal estar na civilização e a elaboração do passado

OGUSKU, Déborah Fonseca (UNESP/Marília)

O desencantamento da cultura: uma polêmica sobre a alma

SILVA, Felipe Resende da (UNESP/Marília)

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Sessão de Comunicações 10 – Filosofia Antiga

Coordenação: Nelson Maria Brechó

Local: Sala do “Sapatinho”

10h – 12h

Analisar as aparições de Protágoras nos diálogos Teeteto e Protágoras GABIONETA, Robson (UNICAMP)

A noção de inteligível na epistemologia de Demócrito.

PEIXOTO, Cristiano Rodrigues (UFU)

Similitudes entre retórica e dialética no capítulo 1 do Livro I da Retórica de Aristóteles. PERECINI, Tiago Brentam (UNESP/Marília)

O Érgon do Governante no Livro I da República de Platão RICARDI, João Roberto Vale (UNESP/Marília)

Sessão de Comunicações 11 – Filosofia da Psicanálise e Foucault

Coordenação: Luis Fernando

Local: Sala 64

14h – 18h

Possibilidades para pensar a experiência e o seu saber a partir de Michel

Foucault: As articulações saber/poder. ALMEIDA, Jonas Rangel de (UNESP/Marília)

Questionamentos na (des)construção das sexualidades

FALCHI, Cinthia (UNESP/Marília)

Genealogia do divã: Foucault e a psicanálise

LUIZ, Felipe (UNESP/Marília)

Os Punks nos trópicos, uma questão de poder e resistência

MILANI, Marco Antonio (UNESP/Assis)

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A Psicanálise Existencial: uma fusão entre a psicanálise e o

existencialismo.

RIBEIRO, Christian de Sousa (UFRJ)

20 de Maio de 2010 (quinta-feira)

Sessão de Comunicações 12 – Filosofia Ecológica

Coordenação: Thaisa Reino

Local: Sala 64

09h30 – 12h00

Fundamentos da Filosofia Ecológica

MACEDO, Quélia Nair Afonso de (Universidade do Minho – Braga – Portugal)

O fisicalismo revisitado pela Filosofia Ecológica: as affordances sociais MORONI, Juliana (UNESP/Marilia)

Uma nova concepção de ação na perspectiva da Filosofia Ecológica

PAREIRA, Paulo Henrique Araujo Oliveira (UNESP/Marília)

O “padrão que liga” e a informação ecológica no processo sistêmico dos

seres vivos

PESSOA, Kátia Batista Camelo (UNESP/Marília)

Percepção-Ação e o Externalismo Gibsoniano

SILLMANN, Oscar (UNESP/Marília)

Sessão de Comunicações 13 – Nietzsche

Coordenação: Rodrigo Rocha

Local: Sala 51

10h – 12h00

Um estudo introdutório da noção de redenção (Erlösung) na obra O nascimento da tragédia de Friedrich Nietzsche. CARNEIRO, Rafael Vieira Menezes (UNICAMP)

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A perspectiva genealógica de Nietzsche acerca da proveniência do

sentimento de culpa.

FILHO, Fernando Luiz Alencar (UNESP/Marília)

Paul Bourget e Friedrich Nietzsche: sobre a teoria da décadence ROMÃO, Mariane Aparecida (UNICAMP)

Sessão de Comunicações 14 – Filosofia Moderna

Coordenação:Marcio Tadeu Girotti

Local: Sala 64

14h00 – 18h

velle non discitur – Uma Análise dos Caracteres na Filosofia de Arthur

Schopenhauer

CAVASIN, Marcello Guedes (UNICAMP)

O erudito e o diletante segundo Schopenhauer e sua relação com o sofista

e o filósofo da Grécia Antiga

GASPAROTTO, Bruno (UNESP/Marília), SOUZA, Marcus Vinicius

(UNESP/Marília), AVEDE, Rodrigo Calil (UNESP/Marília), FACIROLLI, Carlos

Eduardo Nogueira (UNESP/Marília), GALHARDO, Felipe (UNESP/Marília),

VASCONCELOS, Micheli.

A abordagem redutiva do conceito de a priori: uma defesa

MERLUSSI, Pedro (UFOP)

O estatuto da Finalidade na Analítica do Belo da Crítica do Juízo

ROMAN, Paulo Gustavo Moreira (UFPR)

A influência de Feuerbach na crítica Kierkegaardiana ao cristianismo

SILVA, Jadson Teles (UFS)

Antes da fé: amplitude e profundidade na “antropologia” de Blaise Pascal

SOARES, Jean Dyêgo Gomes (UFOP)

O problema da liberdade na Fundamentação da Metafísica dos Costumes

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VALES, Wendel Teixeira de Vasconcelos (UNESP/Marília)

Sessão de Comunicações 15 – Filosofia da Educação

Coordenação: Emerson Filipini

Local: Sala do “Sapatinho”

14h30 – 17h

O ensino de Filosofia nos periódicos de filosofia brasileiros

CIRELLI, Maximiliano Augustus (FAJOPA)

O conceito de acontecimento de Gilles Deleuze na obra Lógica do sentido

FERREIRA, Tales Amaro (UNESP/Marília)

Filosofia da Cultura Brasileira: o pensar relegado NATARELLI, Talita Vanessa Penariol (UNESP/Franca)

A contribuição da Filosofia no processo de humanização do trabalho e da

educação

PIMENTA, Juliana Carla Fleiria (UNESP/Marília)

21 de maio de 2010 (sexta-feira)

Sessão de Comunicações 16 – Política III

Coordenação: João Antonio de Moraes

Local: Sala 64

8h30 – 10h

Implicações éticas do conceito de liberdade em Sartre

MACHADO, Thomas Matiolli (UNESP/Marília)

A formação da tópica da autonomia no discurso bioético pós-moderno OLIVEIRA, Henderson Fiirst de (UNESP/Franca)

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Fundamentos éticos para o uso de animais em pesquisa e ensino

ROSATO, Gustavo Rodrigues (UFU)

Utilitarismo: Uma adequação teórica ao agente moral

SILVA, Carlos Magno da (UFOP)

Sessão de Comunicações 17 – Epistemologia e Filosofia da Ciência

Coordenação: Diogo Massmann

Local: Sala 64

10h15 – 12h

A importância de um estudo sobre a cognição infantil para a

fundamentação da Epistemologia Genética de Jean Piaget

BORALLI, Older Gabriel (UNESP/Marília)

Haverá um limite entre a ciência e a pseudociência?

D’AVERSA, Rafael Alberto Silvério (UFOP)

Os Juízos Perceptivos como fundamento do Conhecimento

PAVANI, Niege (UNESP/Marília)

A Polêmica Popper/Kuhn e o Avanço da Ciência

SANTOS, Simone Cristina dos (UNIOESTE)

Sessão de Comunicações 18 – Estética

Coordenação: Fernando Aun

Local: Sala 64

14h – 15h45

Cartas schillerianas: a conciliação entre a dimensão estética e a política

FERREIRA, Guilherme Kaiala Goulart (UNESP/Marília)

A possibilidade de existência da arte a partir da “Teoria Estética” de

Adorno

BONADIO, Gilberto Bettini (UNESP/Marília)

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O demoníaco em A Teoria do Romance do jovem Lukács MARTINS, Willian Mendes (UNESP/Marília)

Sessão de Comunicações 19 – Política IV

Coordenação: Fernando César Pilan

Local: Sala 64

16h – 18h

O desenvolvimento da produção no capitalismo

OLIVEIRA, Amanda de Carvalho Maia (UNESP/Marília)

As Leis de Natureza como Meios de se Estabelecer a Paz YONAMINE, Beatriz Machado (UNICAMP)

A voz dos homens é a voz de Deus? Reflexões sobre o ideal de justiça no

pensamento rousseauísta

PEREIRA, Pedro Lucas Dulce (UFG)

A sociedade Civil permeando outras relações: da simplicidade ao

desenvolvimento efetivo

MAIA, Rodrigo Ismael Francisco (UNESP/Marília)

Princípios da Razão de Estado em O Príncipe, de Nicolau Maquiavel GONÇALVES, Eugênio Mattioli (UNICAMP)

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RESUMOS

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RESUMOS DAS CONFERÊNCIAS

Conferência: Filosofia Contemporânea

ÉTICA DA INFORMAÇÃO NA SOCIEDADE CONTEMPORANEA

MARIA EUNICE QUILICI GONZALEZ (UNESP/MARÍLIA)

Discutiremos nesta conferência problemas concernentes ao estudo da natureza da

informação, no domínio da percepção/ação humana, na perspectiva da Ética da

Informação. Iniciaremos a nossa reflexão indicando três etapas do estudo da informação

que julgamos teriam produzido um profundo impacto na sociedade humana. A primeira

delas teria ocorrido em 1928, com a publicação do trabalho de Hartley: Transmission of

Information, no qual hipóteses sobre a natureza da informação em sistemas físicos são

propostas. A segunda etapa é marcada pelo trabalho de Shannon & Weaver The

Mathematical Theory of Communication, publicado em 1949, que teria preparado a

“base digital” para se pensar não apenas os sistemas de comunicação, na área de tecnologia,

mas abriria caminhos para a modelagem mecânica da mente “inteligente” na computação e

na robótica. A proposta de modelagem mecânica da mente através, inicialmente sugerida

por Turing em (1959), em Computing Machinery and Intelligence, e amplamente

desenvolvida na Ciência Cognitiva desde então, marcaria o que Adms (2003) denominou

“A Virada informacional na Filosofia”. Nesse contexto, analisaremos algumas das

possíveis conseqüências do projeto mecanicista informacional da mente no que diz respeito

à interação social humana em uma sociedade tecnológica marcada pela presença de

câmeras, disguisers e robôs inteligentes.

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RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES

A INSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE EM CASTORIADIS

ADÃO, Adriana Cristina. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. Orientador:

Ricardo Monteagudo. Bolsa: BAAE I – PROEX. [email protected]

Nos limites desta pesquisa, pretendemos analisar o imaginário radical em Castoriadis e sua

relevância diante da instituição e criação do social-histórico. Castoriadis fala em uma

sociedade democrática, que ele define como uma sociedade livre, igualitária e autônoma.

Nosso objetivo é analisar em que solo se sustenta essa idéia de autonomia, não só para o

indivíduo, mas para a sociedade, associada à questão ontológica essencial que trata da

indeterminação ou determinação do ser e da história. Para Castoriadis “A história é

essencialmente poiésis”, palavra grega que significa criação, ação, fabricação, confecção.

Para o autor a história do homem se faz através de uma rede complexa de relações sociais,

políticas, econômicas e culturais, o que permite traçar certa linearidade e causalidade nos

acontecimentos históricos, mas não somente; ao lado desta rede intrincada de relações, está

algo do qual não é possível estabelecer uma causalidade ou previsibilidade, o que ele

chamará de imaginário radical, este que, se efetua através do representar/dizer (o logos) e

do fazer (tekné) humano, isto não lhe confere um caráter secundário ou abstrato, pelo

contrário, está diretamente ligado ao que o ser humano pensa/faz, sendo o imaginário um

elemento fundante na instituição da sociedade, como criação de significações e valores.

Pretendemos elucidar o modo como Castoriadis estabeleceu tais relações, articulando-as e

explicitando-as em algumas de suas obras.

Palavras-chave: Castoriadis; imaginário radical; criação social-histórica; autonomia.

LEITURA DE DESCARTES SEGUNDO MERLEAU-PONTY.

AGUIAR, Graziele Thomasinho de. Instituição: Faculdade de Ciências, Universidade

Estadual Paulista, Campus Bauru. Orientador: Prof. Dr. Jonas Gonçalves Coelho. Bolsa:

FAPESP. [email protected]

Pensando na obra Fenomenologia da Percepção, Merleau-Ponty busca uma alternativa ao

dualismo recolocando a consciência na corporeidade, afirma que a percepção é a

inauguração do conhecimento e que a união do que antes era chamado corpo e mente se dá

no modo de ser no mundo de um sujeito que é incorporado e situado, sendo que esse corpo

fenomenal é indissociável da consciência. Para demonstrar tal tese, o filósofo retomou os

temas mais importantes referentes a essa problemática procurando mostrar como o corpo é

uma unidade expressiva inseparável da consciência. Porém, ainda que reconhecendo esse

esforço do filósofo, parece que ele não alcança o seu objetivo de superação do dualismo

cartesiano, como o indicam muitas passagens de sua obra em que parece que não

demonstram especificamente como se dá essa união. Então, ao que parece, o problema

mente e corpo persiste, pois seu ápice ainda não foi resolvido, ou seja, descrever como é

possível que mente e corpo, sensível e simbólico se unam em uma materialidade. A

presente pesquisa tem como objetivo uma investigação sobre a leitura que o autor tem de

Descartes na obra Fenomenologia da Percepção, para entendermos em que aspectos sua

proposta superou ou não o dualismo cartesiano. Ao que parece, a questão que consideramos

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central é que Merleau-Ponty privilegiou em sua leitura a distinção e a separação entre

mente/corpo, esquecendo de um aspecto fundamental do pensamento cartesiano, ou seja, o

da união e interação entre mente e corpo.

Palavras-chave: Corpo; mente; Descartes; Merleau-Ponty ; fenomenologia.

DA FILOSOFIA QUE LIBERTA À EDUCAÇÃO LIBERTADORA

ALEGRETI, Dirce Aparecida Nunes. Universidade são Camilo. Orientador: Dr. Prof.

Claudenir Modolo Blanck Alves. [email protected]

É possível uma filosofia que liberte? O Filósofo contemporâneo que nos ajudará a

investigar este assunto é Enrique Dussel. Ele afirma ser possível uma filosofia da

libertação, isto é, que nos liberte das amarras tradicionais de uma ontologia que escraviza o

ser encoberto pela visão reducionista de “sua casa”. Nos moldes originais deste tipo de

filosofia a investigação partiria do cotidiano latino-americano. Mas para tal caminho

precisamos entender de onde parte a ontologia clássica que nos foi imposta desde os

primórdios de nossa colonização. Pensar uma filosofia que liberta é pensar em uma

ontologia diferenciada do cotidiano. O método dusseliano parte do cotidiano, a saber, assim

como Aristóteles e Platão analisaram. A “realidade mesma” de sua época, e por isso

fizeram filosofia, assim também ao seguir este método proposto por Dussel podemos fazer

uma filosofia libertadora do cotidiano latino-americano. Para este tipo de filosofia da

libertação, quer Dussel achar fundamentos, e destes fundamentos podemos também

conseguir extrair uma educação libertadora, a saber, que leve em consideração a vida

cotidiana do educando, onde a sala de aula é portadora de sua vida cotidiana, e não dela

alienada. Resta-nos perguntar, como passar da filosofia tradicional para uma que seja

libertadora? Dussel faz esta reflexão e é nele que nos ateremos.

Palavras-chave: filosofia, dialética, analética, libertação e educação.

VOLTAIRE CONTRA O DETERMINISMO

ALMEIDA, Angélica Romeros de. Universidade Federal do Paraná. Orientador: Rodrigo

Brandão. [email protected]

O trabalho proposto analisará a posição metafísica tomada por Voltaire, para defender a

liberdade humana, diante das concepções fatalistas e principalmente deterministas de sua

época. Tal análise se baseara no terceiro e quarto capítulos do livro Elementos da filosofia

de Newton; sétimo capítulo do Tratado de Metafísica e o sétimo poema do Discours em

vers sur l'homme. Examinando nestas obras a justificação da liberdade em Deus, como

relevante para determinar a própria liberdade no homem, a vontade humana em

contraposição as paixões, e a liberdade de indiferença. Em suma, este trabalho tenciona

expor as convicções de Voltaire acerca da existência da liberdade da vontade no homem, no

período em que escreveu tais obras.

Palavras-chave: Voltaire; Liberdade; Vontade; Determinismo.

POSSIBILIDADES PARA PENSAR A EXPERIÊNCIA E O SEU SABER A PARTIR

DE MICHEL FOUCAULT: AS ARTICULAÇÕES SABER/PODER.

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ALMEIDA, Jonas Rangel de. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – Campus de

Marilia. Orientador: Prof. Dr. Pedro Ângelo Pagni. [email protected]

Costuma-se admitir duas maneiras de se pensar a experiência e o seu saber na educação: a

primeira se faz pelo par ciência/técnica e a segunda pela relação entre teoria e pratica, onde

esta corresponde a aplicação ou a relfexão daquela. Este artigo tem por objetivo explorar as

possibilidades de pensar essa experiência e o seu saber à luz das contribuições de Michel

Foucault. Seguindo o projeto genealógico desse filósofo, vamos pensar as articulações

entre saber/poder, a experiência do corpo, individualizado, segmentado e calado pelo poder

nas relações instituídas pelas práticas e saberes escolares. Adotaremos uma postura critica a

favor da insurreição dos contra-discursos, daqueles que sofrem e sentem o poder onde ele

se mostra mais insidioso, o corpo. Para por fim pensar as vinculos entre a experiência e a

produção de verdade em uma sociedade.

Palavras-chave: Michel Foucault, Experiência, Poder/Saber, Corpo e Verdade.

NOTAS SOBRE A CONTRADIÇÃO DO PRINCÍPIO DE INDIVIDUALIDADE

ENTRE OS MODERNOS.

ALVES, Daniclei Pereira. Universidade Federal do Paraná. Orientador: Dr. Paulo Vieira

Neto. [email protected] ; [email protected]

Um tema frequente da contemporaneidade é o que trata da dominação intelectual e a

padronização de uma espécie de cultura destituída de sua conceituação tradicional,

tornando-se, assim, um signo linguístico destituído de objeto no mundo. Dando lugar a todo

um sistema fechado sobre si mesmo que molda caracteres formalmente idênticos. A

indústria cultural, fenômeno de barbárie sutil, é a realização irônica do intento kantiano de

cultura. A cultura deveria cultivar o espírito, mas ao invés, a indústria cultural cultiva

autômatos destituídos de personalidade, os instrui no sentido de ficarem perpetuamente

presos em uma intrincada rede. Já entre os modernos, alguns expoentes da literatura, em

obras que destinam-se a ser um “espelho da sociedade”, escrevem sobre o que pode ser

considerada a gênese desse sistema e, especialmente, de alguns fenômenos que se

evidenciaram e são apontados por Adorno. Este trabalho pretende apontar, sob a ótica dos

conceitos de Theodor Adorno, quais os aspectos da configuração da sociedade moderna

colocam a noção do princípio de individualidade como uma contradição social. Para

deslindar essa questão, utilizaremos a obra “O Vermelho e o Negro” de Stendhal, que se

pretende “um espelho da sociedade”. Nos deparamos com as seguintes dúvidas: a pseudo-

individualização esteve presente desde o nascimento da configuração econômica que vai

resultar na chamada “Indústria Cultural”? A indústria cultural une o singular ao universal

neste maquinário de padronização do indivíduo. De que maneiras consegue esse feito?

Como esse mecanismo consegue destituir o indivíduo daquilo que lhe seria mais próprio, o

ser ele mesmo? Investigamos tais dúvidas pesquisando o conceito de individualidade, entre

os modernos e segundo Adorno, estabelecendo correlações entre a noção de indústria

cultural e as sociedades modernas européias, tomando como ponto de referência os

arquétipos ilustrados na obra Stendhaliana.

Palavras-chave: Princípio de individualidade, realismo francês, indústria cultural.

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AUTO-ORGANIZAÇÃO E CRIATIVIDADE EM DEBRUN.

ARIOTO, Andréa Araújo.UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – Campus de

Marilia. Orientador: Profª. Drª. Maria Eunice Quilici Gonzalez. Bolsa: PROPE.

[email protected]

O objetivo deste trabalho é analisar a questão da natureza do processo de criação num viés

da filosofia da ciência cognitiva, contextualizando-o no âmbito da teoria da auto-

organização (TAO), proposta por Michel Maurice Debrun (1996). Defenderemos a hipótese

de que tanto os processos de auto-organização quanto alguns processos criativos se iniciam

sem referências estruturais prévias, como se a criatividade pudesse surgir de relações

inéditas ou mesmo entre linhas causais distintas. A auto-organização pode ser

caracterizada, segundo Debrun (1996), como um processo dinâmico de formação e

desenvolvimento de sistemas, constituído no âmago das interações de elementos que se

relacionam inicialmente de modo autônomo. Argumentaremos, em concordância com

Debrun, que os processos auto-organizados, são sempre em algum grau criativos, com

manifestações de espontaneidade por parte dos componentes de um sistema que possui este

tipo de organização. Assim, a criatividade, tanto individual quanto coletiva, será objeto de

nossa análise na perspectiva da teoria da auto-organização (TAO).

Palavras-chave: Auto-organização. Criatividade. Sistema.

A POSSIBILIDADE DE EXISTÊNCIA DA ARTE A PARTIR DA “TEORIA

ESTÉTICA” DE ADORNO

BONADIO, Gilberto Bettini. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Orientador:

Arlenice Almeida da Silva. Bolsa: FAPESP. [email protected]

Segundo Adorno, a estética hoje parece supérflua a inúmeras pessoas já que as perturba em

seu divertimento, no complemento de sua “cotidianidade burguesa”. Para o filósofo, uma

relação genuína entre a arte e a experiência da consciência da arte consistiria na educação

que ensina a opor-se à arte enquanto bem de consumo e que faz o espectador compreender

o que é substancialmente uma obra de arte. Sem dúvida, a causa do desinteresse pela

estética não está somente nela enquanto disciplina, mas também no objeto; assim, a estética

parece implicar na possibilidade da arte, que pretende ser fiel ao seu conceito e negar-se ao

consumo através da sua conversão em anti-arte, explicitando seu mal estar consigo mesma,

buscando refúgio em sua própria negação. Sendo assim, cabe perguntar: em que momento a

obra de arte deixa de ser simplesmente um produto mercantil para tornar-se um propulsor

na construção da autonomia do sujeito?

Palavras-chave: Adorno; Teoria Estética; Obra de Arte

A IMPORTÂNCIA DE UM ESTUDO SOBRE A COGNIÇÃO INFANTIL PARA A

FUNDAMENTAÇÃO DA EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET.

BORALLI, Older Gabriel.Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. Orientador:

Prof. Dr. Ricardo Pereira Tassinari. [email protected]

O presente trabalho tem como objetivo expor de forma breve e panorâmica a teoria geral de

Jean Piaget como uma abordagem rigorosa e científica do desenvolvimento mental da

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criança para a fundamentação de uma epistemologia: a Epistemologia Genética. Valendo-se

de uma Ciência, a Psicologia Genética, que não se confunde com a própria Epistemologia

Genética, enquanto disciplina filosófica, Piaget busca modelos para explicar, por exemplo,

como se constroem as estruturas de sujeito e objeto essenciais a todas as Teorias do

Conhecimento. Através desta exposição, portanto, pretende-se evidenciar a importância de

uma análise científica do desenvolvimento mental da criança para a Teoria do

Conhecimento e para a Epistemologia e mostrar como a obra de Piaget se constitui como

parte integrante da filosofia.

O CINEMA NOVO BRASILEIRO: GLAUBER ROCHA E A ESTÉTICA DA FOME

BOTARO, Rafael Wellington. Universidade Estadual Paulista - Campus de Marília.

Orientador: Profa. Dra. Célia Aparecida Ferreira Tolentino. [email protected]

O presente trabalho tem por objetivo dissertar sobre a estética do movimento

cinematográfico que ficou conhecido como Cinema Novo Brasileiro e ainda sobre a estética

do filme “Barravento” (1961) de Glauber Rocha. A partir dessa obra, refletiremos acerca

dos mecanismos de dominação místico-religiosa como forma de alienação do homem. Sob

a perspectiva da análise estética de Ismail Xavier, em especial, a partir do seu livro:

“Sertão-mar: Glauber Rocha e a Estética da Fome” (1983), buscaremos entender como,

imagem e som trabalhados de forma articulada, podem em certa medida solucionar as

necessidades surgidas do embate entre os planos político, econômico, religioso, social e

cultural que são apresentados no filme acima citado.

Palavras-chave: Cinema Novo; estética da fome; alienação.

A JUSTIÇA POPULAR EM MICHEL FOUCAULT BRANDÃO, Caius César de Castro. Universidade Federal de Goiás. Orientador: Profª Drª

Helena Esser Reis. Bolsa: Pesquisador PIVIC. [email protected]

Agência de Fomento (se houver):

Para Foucault, uma das formas de se compreender a moralidade é considerá-la como um

sistema de valores e normas de conduta humana, os quais são propostos e/ou impostos

através de dispositivos prescritivos – como a religião, o Estado, a família, etc. – a

indivíduos ou grupos sociais. Distanciando-se de teorias metafísicas e jusnaturalistas sobre

a moralidade, a concepção foucaultiana de justiça está calcada na historicidade das relações

de poder. Desta forma, Foucault reconhece nos códigos morais determinados tipos de

discursos que são historicamente aceitos e propagados (muitas vezes pela força da violência

institucionalizada) em cada sociedade. Em sua obra Vigiar e Punir, Michel Foucault analisa

a reforma do sistema penal europeu, particularmente o francês, durante o período que

marca a transição da Época Clássica (séculos XVII e XVIII) para a Moderna (séculos XIX

e XX). Para ele, esta reforma, que gradativamente eliminou o suplício dos condenados, não

foi suscitada por ideais humanistas, mas antes pela necessidade do Estado de “estabelecer

uma nova “economia” do poder de castigar”. [1] Tomando como pano de fundo esse

contexto histórico do avanço da tecnologia disciplinar e com base no Capítulo III – Sobre a

Justiça Popular, em Microfísica do Poder, de Foucault, esta apresentação irá discutir a

noção foucaultiana de justiça popular e contrapô-la ao modelo de tribunal popular instituído

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pelos líderes da Revolução Francesa. Desta forma, buscar-se-á demonstrar como o conceito

de justiça, em Foucault, não pode ser dissociado da análise das relações de poder.

Palavras-chave: Justiça, poder, moral, Estado, castigo.

A DOUTRINA DO MAL EM SANTO TOMÁS DE AQUINO CALLEGARO, Ronaldo. Faculdade João Paulo II – FAJOPA. Orientador: Prof. Ms. Orion

Ferreira Lima. [email protected]

Nosso objetivo, em linhas gerais, é o de apresentar e compreender a concepção de “Mal”

arquitetada por Santo Tomás de Aquino no contexto de sua produção filosófica. O Doutor

Angélico, seguindo a leitura agostiniana do fenômeno do mal, o compreende também como

uma privação, isto é, uma deficiência ou carência no ser. O mal é a ausência do Bem

supremo que é o próprio Deus. É, do mesmo modo, falta de um bem menor (na escala de

perfeição) que deveria fazer-se presente na natureza do ser. Enquanto falta ou ausência, o

mal é imperfeição e, portanto, não pode ser considerado como uma substância, mas apenas

acidente do ser. Para Aquino ainda, o mal deve ser diretamente associado ao pecado

original, causa da corrupção e concupiscência da natureza humana. Sua origem no mundo

se deve à insídia e aversão do demônio que se rebelou contra Deus e persuadiu o homem a

pecar. Aquino mostra que Deus criou o homem comunicando-lhe graças e dons que o

elevaria à perfeição do espírito, no entanto, o homem por sua vontade e responsabilidade,

insuflado pelo orgulho e mentiras demoníacas, deixou-se seduzir pelo desejo de igualar-se

ao Criador. Com isso, o homem adâmico perdeu a possibilidade de contemplação plena do

Ser supremo em bondade e perfeição, sentido último da existência humana, que é Deus.

Palavras-chave: Mal. Bem. Pecado. Não-Ser. Tomás de Aquino.

VELLE NON DISCITUR – UMA ANÁLISE DOS CARACTERES NA FILOSOFIA

DE ARTHUR SCHOPENHAUER.

CAVASIM , Marcello Guedes. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS.

Orientador: Oswaldo Giacóia Jr. Bolsa: PIBIC – SAE. [email protected]

Este trabalho tem em vista analisar os conceitos das três espécies de caráter, como

entendidos pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer, a saber, caráter empírico, caráter

inteligível e caráter adquirido. Pretendemos com esta análise elucidar (i) como a Vontade,

entendida como coisa-em-si, é livre, isto é, não sofre a determinação da causalidade, (ii)

como a vontade presente no mundo fenomênico, que é apenas objetivação da Vontade em

si, faz o homem agir com necessidade e de maneira determinada e (iii) como a vontade

sendo afetada por motivos pode mudar a direção do esforço, isto é, a ação e até a forma de

agir como um todo, sem, no entanto mudar, a Vontade em si. Mostrando assim que tudo

aquilo que faz efeito sobre a vontade e muda a direção do esforço, a saber, instrução e

conhecimento aperfeiçoado, abstrato ou intuitivo, pode mudar o caminho que a vontade

trilha no mundo fenomênico, isto é, pode mudar a ação como meio, contudo, a vontade,

quer no caráter inteligível quer empírico – o “em vista de” de toda ação – não muda nunca,

quer dizer, o querer não se aprende – velle non discitur.

Palavras-chave: Schopenhauer. Vontade. Caráter. Ética.

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TEMPO E ETERNIDADE EM SANTO AGOSTINHO

CARDOSO, Giovani Fernando. Faculdade João Paulo II (FAJOPA). Orientador: Prof. Ms.

Orion Ferreira Lima. [email protected]

Por meio da concepção de tempo apresentada por Santo Agostinho no livro XI das

Confissões, realizaremos uma análise fundamentada na estrutura da eternidade e da

temporalidade na perspectiva do pensamento agostiniano. Veremos que a questão da

temporalidade está vinculada lingüisticamente ao homem, sendo esta, contudo, impossível

na eternidade. Para Agostinho, Deus é o fundamento de tudo, todas as criaturas saíram num

só momento (rationes seminales). Sendo o tempo criatura, iremos demonstrar que a

temporalidade é própria do homem e não possui em si atributos da eternidade, pois só Deus

é eterno. Porém, o tempo é criação divina dada pelo Logos, e neste não há sucessão, sendo

o tempo, por sua vez, caracterizado pelo devir. As ideias das coisas só existem na

Inteligência Divina desde a eternidade, contudo, o que Deus quer produzir só aparece

através de um ato livre e eterno Dele mesmo. O tempo não pode medir a eternidade, uma

vez que esta se encontra acima da temporalidade. Ao analisar o tempo, Agostinho recorre

ao seu aspecto psicológico. A teoria do tempo é explicada por uma tríade: memória,

intenção e espera (pretérito, presente e futuro), existente na mente humana. Quando o

homem mede o tempo, assim o faz por meio da impressão ou percepção que tem dele. O

caráter psicológico é pertencente à consciência. Não obstante, o homem não é coeterno com

Deus, pois, para este não há passado nem futuro, mas somente o presente que se manifesta

no indivisível e no uno.

Palavras-chave: Tempo; eternidade; homem; Deus; Santo Agostinho.

UM ESTUDO INTRODUTÓRIO DA NOÇÃO DE REDENÇÃO (ERLÖSUNG) NA

OBRA O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA DE FRIEDRICH NIETZSCHE.

CARNEIRO, Rafael Vieira Menezes. Universidade Estadual de Campinas. Orientador:

Alcides Héctor Benoit Rodriguez. [email protected]

Friedrich Nietzsche, em 1872, publica o seu primeiro livro, O nascimento da tragédia. Sua

principal intenção é excluir a carga moralizante da arte, demonstrada, principalmente, nas

leituras renascentistas da Poética de Aristóteles. Nietzsche concebe a arte como a união de

dois impulsos, o apolíneo, que simboliza o mundo onírico, e o dionisíaco, que representa a

embriaguez. Para o filósofo, só na tragédia grega pode ser encontrada a união desses dois

impulsos, proporcionando, assim, a redenção (Erlösung) do homem grego que culminará

na descarga (Entladung) de suas emoções – a katharsis nietzscheana. Deste modo,

pretendemos nesse trabalho explicitar as noções de apolíneo e dionisíaco, assim como

explorar o termo redenção (Erlösung) contrapondo-o a noção de katharsis aristotélica.

Palavras-chave: redenção (Erlösung) - katharsis – Nietzsche - Aristóteles .

O ENSINO DE FILOSOFIA NOS PERIÓDICOS DE FILOSOFIA BRASILEIROS

CIRELLI, Maximiliano Augustus. Faculdade João Paulo II - FAJOPA. Orientador: Prof.

Dr. Rodrigo Pelloso Gelamo. [email protected]

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Questões relativas ao ensino de Filosofia no Brasil presentes nos periódicos especializados

em Filosofia ainda permanecem dispersas e sem uma base sólida. Constata-se, numa

investigação inicial, que poucos pesquisadores tem se debruçado neste tema e, as pesquisas

sobre este assunto, quase sempre estão arraigadas num contexto político-educacional a fim

de salientar a importância da Filosofia no processo formativo de estudantes. Entretanto,

pouco foi pensado acerca do ensino de Filosofia como problema filosófico, uma possível

hipótese para esta lacuna teórica é a possibilidade dos filósofos considerarem o ensino de

Filosofia uma questão meramente “educacional”, ou seja, que esta questão não possui em si

mesma a importância que outras questões como História da Filosofia, Epistemologia ou

Ética (dentre outras) trazem em suas postulações. É comum ouvir dos alunos, afirmações

do tipo: “para que serve a filosofia?” ou “o que isso tem haver com meu curso?”, o que

denota a falta de sentido que a disciplina Filosofia tem para os alunos. Por isso, o objetivo

deste trabalho é apresentar os resultados parciais de um levantamento do que tem sido

publicado sobre o ensino de Filosofia nos principais periódicos brasileiros especializados

em Filosofia nas últimas décadas, levando em conta os contextos político-educacionais,

com o intuito de mapear e denotar as características das publicações sobre este tema, para

que com esses dados possa-se determinar como os filósofos brasileiros vêm pensando a

práxis do ensino da Filosofia.

Palavras-chave: Filosofia no Brasil. Processo formativo. Periódicos.

FINITUDE HUMANA: A PERPLEXIDADE DO HOMEM DIANTE DA MORTE.

CUNHA, Anderson Santana. Faculdade João Paulo II. Orientadora: Professora Ms. Cristina

Amaro Viana. [email protected].

Tem-se multiplicado consideravelmente o número de estudos e publicações que possuem

como temário: o fim da vida humana. Isso pode ser justificado pelo crescente interesse da

abordagem desse tema no campo da medicina legal e da bioética, embora estudos de cunho

antropológico já apresentassem consideráveis contribuições para essa discussão. Para

abordar a questão tão ampla da morte, inicialmente são apresentadas e consideradas as

definições encontradas para o verbete “morte” em dicionários específicos. Em seguida,

apresentam-se três visões sobre o tema: a de Epicuro (341 a. C. – 271 a. C.), para quem a

morte nunca nos encontrará, por isso não é preciso temê-la; a visão de Russell (1872 –

1970), que concebe a morte como o fim absoluto do ser humano; e, por fim, a visão

existencialista de Sartre (1905 – 1980) que apresenta o absurdo da existência, e

consequentemente do próprio evento da fúnebre. Conclui-se a comunicação com a

discussão de aspectos mais concretos do tema, abordando a possibilidade de compreender,

a partir dessa reflexão, o valor inestimável da vida humana.

Palavras-chave: Morte; Vida; Epicuro; Russell; Sartre.

HAVERÁ UM LIMITE ENTRE A CIÊNCIA E A PSEUDOCIÊNCIA?

D‟AVERSA, Rafael Alberto Silvério. Universidade Federal de Ouro Preto. Orientador:

Olimpio José Pimenta Neto. Bolsa: CNPq. [email protected]

O presente trabalho pretende discutir a plausibilidade das abordagens dos filósofos Karl

Popper e Rudolf Carnap ao problema da demarcação. Tal problema consiste em saber como

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podemos separar a ciência de outras atividades que também possuem a pretensão de

descobrir verdades acerca do mundo. Assim, trata-se de apresentar um critério que permita

limitar e distinguir a ciência empírica da pseudociência e da metafísica. Para compreender

os critérios apresentados pelos filósofos mencionados temos de ter em mente que estes

abordaram o problema de maneira distinta. Popper formulou-o como um problema de

caráter metodológico. Seu intuito principal era articular de forma precisa as regras

metodológicas que norteiam os cientistas em suas atividades de pesquisa. Desse modo,

trata-se de distinguir entre os enunciados que são passíveis de aplicação do critério

escolhido (no caso, o de falseabilidade), os quais serão chamados de científicos, e entre os

enunciados que não são passíveis de receber tal aplicação. Por outro lado, Carnap

formulou-o como um problema de caráter lingüístico. Tanto ele quanto os outros

positivistas lógicos foram influenciados pelo Tratactus de Wittgenstein, que tinha como

uma das teses principais a afirmação de que a impossibilidade da metafísica não dizia

respeito a uma limitação cognoscitiva, mas sim lingüística. Assim, apresentou um critério

de significado que restringe aquilo que pode ser dito como possuindo sentido cognitivo.

Como vimos, os dois filósofos defendem que é possível estabelecer um limite entre a

ciência e a pseudociência. Portanto, tentaremos mostrar que, embora abordem o problema

de maneira distinta, suas tentativas de solução possuem implicações que as relacionam.

Palavras-chave: Filosofia da ciência, Problema da demarcação, Falseabilidade, Karl

Popper, Rudolf Carnap.

QUESTIONAMENTOS NA (DES)CONSTRUÇÃO DAS SEXUALIDADES.

FALCHI, Cinthia. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. Orientador:

Hugues Ribeiro. [email protected] Estadual Paulista.br

A sexualidade, cada vez mais, é tratada como objeto de um discurso auto afirmativo que

caracteriza um indivíduo. Reparando nos limites sociais que muitos indivíduos têm por

corroborar em um discurso similar, questionamos a respeito deste dado discurso.

Gostaríamos de compreender melhor como estereótipos e relações de poder são trabalhados

através da história para serem formulados e moldados no que hoje temos como sexualidade.

Como introdução, limitamo-nos em incitar no leitor a vontade de questionar sua própria

formação sexual em relação a seus discursos e limites. Não corroboramos com inatismo ou

biologisismo. Lidamos com o humano a partir de suas atitudes e historicidades, e não com

uma premissa dualista onde a alma não seja palpável. Corpo e alma, em nossa pesquisa,

fazem parte da história de maneira intrincada e não como duas entidades distintas. Sendo

assim, mexemos com alguns paradigmas filosóficos ao rompermos com a dualidade

humana e o inatismo biologizante. Esperamos que nosso trabalho seja uma fonte para

debates proveitosos a respeito de nós mesmos e nossas posturas como construtores e

organizadores históricos que somos.

Palavras-chave: relação de poder; estereótipo; historicidade.

UM RESUMO SOBRE A RELAÇÃO DO CONCEITO DE HÁBITO COM A

LIBERDADE NA FILOSOFIA DE JOHN DEWEY.

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FERREIRA, Nicholas Gabriel Minotti Lopes. Universidade Estadual Paulista – Campus de

Marília. Orientadora: Dra. Mariana Cláudia Broens. Bolsa PIBIC.

[email protected].

Em primeiro lugar vamos trazer de modo sucinto o conceito de hábito na filosofia de John

Dewey, mais especificamente, no livro Human nature and conduct. Assim, pretendemos

analisar alguns aspectos de sua natureza para, em seguida, investigar as relações entre tal

concepção e as condições que o filósofo aponta para que um modo de agir possa ser

considerado livre numa perspectiva não dualista. Conseqüentemente, observaremos que tal

concepção de hábito tem uma certa influência no sentido que, no plano geral da vida, as

ações devem ser consideradas como fruto natural da interação do indivíduo com o meio em

que se encontra. Por isso, as condições apresentadas por Dewey relativa à liberdade em

Human nature and conduct são três, a saber: a) a eficiência na ação e a capacidade de

superar obstáculos; b) a capacidade de alterar o curso durante a ação em vista de

experimentar novidades, e, por fim, c) o poder de desejar e escolher fatores relevantes nos

eventos subseqüentes à ação. Finalizando, temos como objetivo mostrar que a idéia de

liberdade discutida neste presente trabalho se torna muito difícil de ser compreendida sem a

noção de experiência de Dewey.

Palavras-chave: Pragmatismo. Hábitos. Experiência. Vontade. Liberdade.

O CONCEITO DE ACONTECIMENTO DE GILLES DELEUZE NA OBRA

LÓGICA DO SENTIDO

FERREIRA, Tales Amaro. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marilia. Bolsa:

PIBIC – CNPq.

O problema que discutimos na presente pesquisa é se o acontecimento pode ser experiência

que produza o pensar. Para tanto, analisamos como Gilles Deleuze desenvolveu o conceito

de acontecimento em suas obras, em especial, Lógica do Sentido, na qual se utiliza do

conceito de acontecimento presente na filosofia estóica para produzir a sua filosofia. Já em

O que é a Filosofia? produzida em conjunto com Félix Guattari, verificamos a presença do

conceito de acontecimento e o seu desenvolvimento como continuidade do conceito de

acontecimento presente na Lógica do Sentido, nas quais encontramos a correlação do

conceito de acontecimento com outros conceitos, como o pensamento e o próprio conceito.

De forma, que sem o conceito de acontecimento outros conceitos como imanência,

personagens conceituais não poderiam ser postulados ou mesmo ficariam vazios de sentido.

A obra que privilegiamos para a análise do conceito de acontecimento é a Lógica do

sentido, que em tal obra Gilles Deleuze retoma o postulado estóico sobre o conceito de

acontecimento, que por sua vez, o define como incorporal tudo o que se pode pensar das

coisas, esse foi o método pelo qual os estóicos utilizaram para combater a metafísica

platônica e a aristotélica, também para incluir dentro de seu sistema filosófico aquilo que

era o inesperado, que misteriosamente a Razão, presente em toda natureza, não o previa.

Deleuze a utilizada para demonstrar como o acontecimento modifica todo o sentido de um

pensamento.

Palavras chaves: acontecimento; experiência; educação.

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A PERSPECTIVA GENEALÓGICA DE NIETZSCHE ACERCA DA

PROVENIÊNCIA DO SENTIMENTO DE CULPA.

FILHO, Fernando Luiz Alencar. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marilia.

Orientador: Márcio Benchimol Barros. [email protected]

Mediante uma breve exposição do trajeto percorrido pelo filósofo alemão na

segunda dissertação da Genealogia da Moral, a precípua finalidade a que me

destino na presente comunicação é a de enfatizar aqueles que podem ser os

fundamentos deste nosso nada moderno sentimento de culpa (Schuld). Partindo

daquilo a que Nietzsche se refere como sendo a paradoxal tarefa imposta pela

natureza a si mesma, relativamente ao homem, a saber, criar no bicho-homem

(Tiermensch) uma memória – que já é, por si mesma, uma teoria bastante original

sobre a origem do homem, isto é, sobre a linha fronteiriça que separa o

bicho-homem, animal puramente instintivo, do homem, animal em que os instintos

reprimidos se transfiguram e se manifestam na cultura –, Nietzsche delineia a

história da origem do sentimento de culpa com cores insuspeitadas.

Subsequentemente à sua sucinta exposição sobre a capital contribuição da

Moralidade do Costume (Sittlichkeit der Sitte) para o êxito de tal paradoxal

tarefa, Nietzsche nos apresenta sua ousada teoria acerca da proveniência do

sentimento de culpa, segundo a qual sua origem remonta ao essencialmente

material conceito de dívida (Schuld). Consoante sua tese, das relações entre

credor e devedor originou-se o que, posteriormente, passou a ser sentido como

culpa, quando a “dívida” já não mais se referia a um credor, mas sim a uma

poderosa divindade em relação à qual se acreditava dever a sobrevivência e o

aumento de poder (e também o contrário) de uma estirpe.

Palavras-chave: Nietzsche; culpa; dívida; moralidade; costume.

PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS EM SANTO ANSELMO E TOMÁS DE

AQUINO

FREITAS, Jackson Rocha. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.

Orientador: Dr.Andrey Ivanov. [email protected]

O presente trabalho tem por objetivo dissertar sobre as provas da existência de Deus no

pensamento dos filósofos escolásticos medievais Santo Anselmo de Cantuária e São Tomás

de Aquino, para que após uma exposição de seus principais argumentos possamos discutir

as decorrências e implicações filosóficas a respeito do referido tema. Santo Anselmo

procura assegurar uma via para o conhecimento de Deus baseado na razão e iluminado pela

fé, assim ele nos leva logicamente a concluir que há um ser realmente existente, do qual

não se pode pensar nada maior e de onde derivam todas as coisas. Em Tomás de Aquino a

existência de Deus parte do que podemos conhecer pelos sentidos, para que a partir deles

possamos nos elevar ao supra sensível e assim alcançarmos o conhecimento da existência

de Deus. Para tal intento Tomás de Aquino nos apresenta cinco vias de caráter aristotélico,

para assim poder colocar o homem em sua posição de ser sensitivo corporal que depende da

experiência externa para adquirir conhecimento.

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Palavras-chave: Escolástica, Aristotélico, Existência

ANALISAR AS APARIÇÕES DE PROTÁGORAS NOS DIÁLOGOS TEETETO E

PROTÁGROGRAS.

GABIONETA, Robson. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Orientador:

Hector Benoit. [email protected]

Pretendemos neste trabalho investigar como a figura de Protágoras surge no interior de dois

diálogos de Platão, a saber, Teeteto e Protágoras. Pensamos haver diferenças significativas

que nos impedem de dizer que os dois personagens são o mesmo, ainda que possamos

identificar algumas semelhanças. Assim, julgamos pertinente analisar esses dois diálogos,

procurando identificar os momentos dramáticos nos quais Protágoras, e, a partir disso,

discutir de maneira mais pormenorizada as semelhanças e dessemelhanças entre eles.

Palavras-chave: Protágoras, Teeteto, Sofista, Personagem.

WITTGENSTEIN E A GRAMÁTICA DE “PENSAR”

GALLI, Gabriel Cardoso. Universidade Federal do Paraná. Orientador: Alexandre Noronha

Machado. Bolsa: Mec/Sesu. E-mail: [email protected]

Este trabalho tem por objetivo apresentar o que entendo ser uma crítica à tese do

computacionalismo da mente – tal como Alan Turing a assume. Defenderei que a

reprodução, em uma máquina, de um comportamento que estamos naturalmente inclinados

a chamar “inteligente” (como é proposto pelo “jogo da imitação” ou Teste de Turing, i.e., a

reprodução de uma conversa) não é suficiente para legitimar a atribuição de “pensar”. Para

isso, assumirei os conceitos wittgensteinianos de uso e de comportamento, e tentarei dar

uma interpretação satisfatória para a seguinte afirmação de Wittgenstein que, à primeira

vista, parece corroborar a tese computacional: “não faria sentido se alguém com quem eu

tinha tido uma agradável conversa em seguida me assegurasse que ele falou completamente

sem pensar” [Observações sobre a Filosofia da Psicologia, 2008, segunda parte, §238].

Palavras-chave: Wittgenstein; mente; uso; comportamento; inteligência.

A DECADÊNCIA DA APRECIAÇÃO MUSICAL: O REDUCIONISMO NA

MUSICA MIDIÁTICA

GARCIA, Amanda; SANTOS, Felipe Thiago dos. Universidade Estadual Paulista –

Campus de Marilia. Orientador: Marcio Benchimol. [email protected] /

[email protected]

O objetivo deste trabalho é esboçar uma analise filosófica da maneira na qual a cultura musical

se alterou nos últimos anos podendo ter ocasionado o que optamos por chamar de decadência

da apreciação musica na musica midiática, a saber, aquela difundida através dos principais

meios de comunicação. Diante de um momento histórico marcado pela imediatez e pelo efeito

catalisador da imagem, a musica tem sofrido uma interferência direta, a qual pode ser ilustrada

por meio de algumas criticas feitos pelo filosofo Adorno (1930). Pautados em tais críticas é

possível também apresentar características especificas da decadência da apreciação musical no

cenário contemporâneo que destoam do pensamento adorniano. Acreditamos que a decadência

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está no processo de simplificação e principalmente de redução musical, como o ritmo, por

exemplo, pois ela – musica – não está apenas presa a elementos básicos e previsíveis, como sua

estrutura musical, mas está subordinada a aspectos não-musicais, que visam prender a atenção

de um publico imediatista. Conseqüentemente esse novo fazer musical altera, de maneira

significativa, a capacidade de apreciação do individuo. Para dar suporte à pesquisa serão

utilizados alguns textos de Adorno, e, num aspecto pratico, algumas partituras. Enfim,

pretendemos analisar a ocorrência do processo da decadência musical para entender as

conseqüências que ela trás.

Palavras-chave: Musica, Filosofia, Adorno, Apreciação, Decadência.

PRINCÍPIOS DA RAZÃO DE ESTADO EM O PRÍNCIPE, DE NICOLAU

MAQUIAVEL

GONÇALVES, Eugênio Mattioli. Universidade Estadual de Campinas. Orientador:

Roberto Romano da Silva. [email protected]

Com surgimento atribuído à Maquiavel, o conceito de Razão de Estado parte do

pressuposto político da impossibilidade de organização humana sem uma firme égide

centralizadora; sem o pulso de um Estado forte, seria inevitável o eterno retorno à anarquia

generalizada. Dessa forma, a necessidade de manutenção do bem da estrutura estatal,

inclusive com o controle absoluto dos monopólios estatais (força física, impostos e leis),

justificaria a supressão de interesses particulares e demais medidas adotadas em prol dos

interesses do Estado. Descrito por Friedrich Meinecke como o primeiro autor a pensar as

idéias que viriam mais tarde a compor a Razão de Estado, Maquiavel apresenta em O

Príncipe um rico guia de conduta e ação política aos governantes florentinos do século

XVI; buscaremos na referida obra os princípios esboçados por Maquiavel, que

posteriormente viriam a ser desenvolvidos sob o termo Razão de Estado, é o intuito de

nosso trabalho.

Palavras-chave: raison d'état ; Estado ; Maquiavel ; Política

O CONCEITO DE EXPERIÊNCIA EM ADORNO.

JANUARIO, Adriano Márcio. Universidade Estadual de Campinas. Orientador: Marcos

Nobre. Bolsa: PIBIC/CNPq. E-mail: [email protected]

A comunicação está centrada na apresentação do ensaio Sobre Sujeito e Objeto de T. W.

Adorno. O objetivo dessa apresentação é o comentar uma possível primeira caracterização

do conceito de experiência a partir dos momentos em que este conceito surge nesse

contexto em que Adorno trata dos termos clássicos da “teoria tradicional do

conhecimento”. Quanto se trata da categoria experiência, os termos sujeito e objeto

possuem posições determinadas de acordo com cada momento da história da filosofia. No

caso do ensaio em questão, Adorno investiga esses termos a partir da proposta de uma

dialética negativa, dialogando diretamente com Kant e Hegel a respeito da posição que os

termos ocupam. Além dessa caracterização, pretende-se defender aqui que o conceito de

experiência é central para a compreensão de uma dialética entre identidade e não-

identidade, que dá origem a uma forma específica de compreensão do problema teórico-

cognitivo da relação entre sujeito e objeto a partir da idéia de ontologia do estado falso.

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Essa comunicação é resultado parcial de uma pesquisa que visa investigar a formulação do

conceito de experiência em Adorno, tendo em vista sua obra tardia.

Palavras-chave: Teoria Crítica; Adorno; dialética; experiência; não-identidade.

O PARADIGMA FENOMELÓGICO DE GIORGIO AGAMBEN.

JUGEND, Gustavo. Universidade Federal do Paraná. Orientador: Marco Antônio Valentim.

[email protected]

Em palestra ministrada na European Graduate School sob o título What is a paradigm? o

filósofo italiano Giorgio Agamben, num exercício de leitura hermenêutica, fundamenta

uma noção fenomenológica de paradigma que perpassa suas análises filosóficas. Agamben

toma como fundamento a noção de Entwicklungsfahigkeit (capacidade de ser desenvolvida)

proposta por Feuerbach, para então passar por Foucault, Kuhn e Aristóteles. Uma vez

verificada insuficiente a proposta Aristotélica, Agamben encontra terreno mais seguro no

modelo dialético apresentado por Platão em Políico e A República. O autor então sentencia:

“O paradigma é uma hipótese tratada e exposta como tal. É uma hipótese ou pressuposto

cuja inteligibilidade não é mais pressuposta, e sim, exposta, de maneira tal que nos seja

permitido alcançar um princípio não pressuposto” (Agamben, What is a paradigm?).

Tentarei em minha apresentação responder as seguintes questões: Por que Agamben utiliza-

se de uma terminologia tipicamente epistemológica, como paradigma, para fundamentar um

método fenomenológico? A que tipo de necessidade o autor está atendendo quando

estabelece essa relação? Como funciona este paradigma fenomenológico fundamentado na

dialética platônica?

Palavras-chave: Agamben, Fenomenologia, Paradigma.

RENÉ DESCARTES: CONTRIBUIÇÕES PARA A FILOSOFIA DA MENTE. LEITE, Mario William Barros. Faculdade João Paulo II (FAJOPA). Orientador: Prof. Ms.

Cristina Amaro Viana. E-mail: [email protected]

Com este trabalho, temos o objetivo buscar uma boa compreensão da filosofia da mente

cartesiana. Inicialmente revisamos as quatro regras de seu método científico: a regra da

evidência (clareza e distinção), da análise, da ordem ou síntese e da enumeração. Essas

regras devem ser compreendidas no contexto de um método para se chegar à verdade das

coisas, que foi chamado pelo autor de “dúvida metódica”. Chegaremos também à

explicação do argumento sobre o gênio maligno que decorre da dúvida “hiperbólica” e

analisaremos como este recurso é necessário, por necessidade lógica, para se chegar ao

“cogito”. A famosa frase, “penso, logo existo”, revela-nos um ser ou substância pensante, e,

segundo ele, nem mesmo o mais cético dos homens poderia negar sua existência tendo

bases sólidas como pressuposto para refutá-lo. Neste ponto analisaremos os argumentos que

levam Descartes a tomar a “res cogitans” como uma substância independente de qualquer

substrato físico, chegando assim à sua filosofia da mente. Temos que a natureza da mente,

para o autor, é totalmente metafísica. E o que garante esta natureza da mente é a existência

de um Deus. Veremos também como é necessário, para esta filosofia seguir adiante, o

argumento da ontologia da existência de Deus, que por sua vez derruba o argumento do

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“gênio maligno” e garante a idéia da existência da “res cogitans” e também da “res

extensa”, que é o mundo físico.

Palavras-chave: duvida metódica, res cogitans, res extensa.

GENEALOGIA DO DIVÃ: FOUCAULT E A PSICANÁLISE

LUIZ, Felipe. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. Orientador: Ricardo

Monteagudo. Bolsa: PIBIC-CNPq. [email protected]

Em seus estudos genealógicos sobre a relação entre sexualidade e relações de poder,

Foucault fez um diagnóstico fragmentário, mas preciso, da psicanálise. Situando-a em duas

séries históricas distintas (história da sexualidade e histórias das estratégias de poder),

Foucault contextualiza a psicanálise nos estertores do século XIX e na aurora do novo

século. A partir da hipótese repressiva e de seus desdobramentos teórico-clínicos, Foucault

situa a psicanálise em um dispositivo da sexualidade, próprio à modernidade ocidental.

Através de uma série de meios, o fim do século XVIII viu emergir duas novas tecnologias

de poder: a anátomo-política e a biopolítica. A primeira toma o corpo de cada um como

espaço de investimento político do poder, visando constituir corpos úteis e dóceis por meio

de técnicas e aparatos disciplinares, que vão desde a escola até o hospício. A segunda toma

a própria vida como objeto de investimentos políticos: é a emergência da economia política,

da medicina social, do higienismo, da demografia e da sociologia, dentre outros campos do

saber, como teorias essenciais ao investimento político das populações. A psicanálise ocupa

nesta situação papel chave nas engrenagens de ambas as estratégias de poder

contemporâneas, especialmente por um de seus objetos: a sexualidade. O objetivo desta

comunicação é explicitar as teorizações de Foucault em relação ao tema e pontuar as trocas

possíveis entre o pensamento foucaultiano e a psicanálise.

Palavras-chave: Foucault, Psicanálise, Psiquiatria, Epistemologia Política, Sexualidade.

FUNDAMENTOS DA FILOSOFIA ECOLÓGICA. MACEDO, Quélia Nair Afonso de. Universidade do Minho – Braga - Portugal. Orientador:

Maria Eunice Quilice Gonzalez. [email protected]

Este trabalho tem como objetivo investigar os conceitos centrais da Filosofia Ecológica,

quais sejam: os conceitos de: informação ecológica, invariante, affordance, percepção

direta e o padrão que liga proposto por Bateson. No contexto da Filosofia Ecológica, temos

inseridos os conceitos de affordance e invariante, os quais foram originalmente propostos

por Gibson, sendo a affordance a disponibilidade para a ação que o ambiente oferece aos

organismos constituindo o nicho ecológico. Tendo em vista os pressupostos centrais da

Filosofia Ecológica, analisaremos a dificuldade de se desenvolver uma Ética Ecológica sem

recair no antropocêntrismo, este veementemente negado pela Filosofia Ecológica.

Palavras-chave: Filosofia Ecológica, Informação, Affordance e Invariante

IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO CONCEITO DE LIBERDADE EM SARTRE

MACHADO, Thomas Matiolli. Universidade Estadual Paulista - Campus de Marília.

Orientador: Prof. Hélio José. [email protected]

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O presente trabalho pretende investigar as implicações éticas relacionadas ao conceito de

liberdade no contexto da filosofia existencialista sartreana. O objetivo é apresentar o

conceito de liberdade em Sartre, bem como a concepção existencialista do homem, a fim de

pautar a discussão moral sobre a responsabilidade de escolha do indivíduo e suas

conseqüências para a humanidade. Para tanto, a investigação se dará no âmbito do texto O

existencialismo é um humanismo. Desse modo, espera-se discutir se o modelo ético-

existencialista de fato estabelece uma moral que seja viável de ser posta em prática pela

humanidade, assim como as conseqüências de uma tal aplicação.

Palavras-chave: Existencialismo, ética, humanismo.

O DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO NO CAPITALISMO

MAIA, Amanda de Carvalho Oliveira. Universidade Estadual Paulista – Campus de

Marília. Orientador: Vandeí Pinto da Silva. Bolsa: PROGRAD

Esta pesquisa tem como meta a análise da produção material, ou seja, utilizar como ponto

de partida a produção dos indivíduos em sociedade. Com isto, é possível compreender que

os homens não produzem isoladamente, mas dentro de uma sociedade. A partir de uma

investigação histórica, pode-se inferir que há diferentes modos de produção, e que cada um

desses está relacionado às forças de produção e às formas de intercâmbio. Isto corrobora

com o fato de que a produção humana é determinada socialmente. A partir da investigação

de conceitos como produção, consumo, distribuição e troca, presentes no esboço “Para a

Crítica da Economia Política” e nos livros “O Capital” de Marx e “A Ideologia Alemã”,

que conta com a colaboração de Engels, torna-se viável apontar o homem como um

indivíduo que age sobre uma base histórica material. Ademais, é cabível tratar do

desenvolvimento dos modos de produção, e assim, chegar à produção capitalista, sendo esta

última caracterizada pelo imenso acúmulo de mercadoria. Visto isso, será realizado um

desenvolvimento da mercadoria, que no capitalismo alcançou seu auge enquanto fetiche.

Palavras-chave: Produção, Consumo, Distribuição, Troca, Mercadoria.

A SOCIEDADE CIVIL PERMEANDO OUTRAS RELAÇÕES: DA SIMPLICIDADE

AO DESENVOLVIMENTO EFETIVO

MAIA, Rodrigo Ismael Francisco. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marilia.

Orientador: Antonio Carlos Mazzeo. Bolsa: PIBIC/CNPQ [email protected]

O objetivo do presente trabalho é compreender a concepção e o comportamento que a

sociedade civil possui em Hegel, em especial na Filosofia do Direito, obra de 1821. Através

de estudos e pesquisas realizados em algumas das obras do autor, foi possível perceber que

Hegel compreende a Família como a esfera imediata na qual a formação do ser tem seu

início, mas de forma limitada. Formação essa que pode levar o indivíduo a ser-para-si,

como autônomo – independente - em sociedade. Mas a independência no âmbito social já é

uma dependência: a pessoa só é para-si quando é para uma outra, isso significa que só é

enquanto ser social. Compreendendo como processo esse movimento, que é chamado de

reconhecimento, o indivíduo não deixa de se relacionar com outros, ainda mais na esfera da

sociedade civil que é o mundo da vida burguesa. A sociedade civil é resultado e momento

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da decomposição da família e preparação para um outro resultado, o Estado. Entre família e

Estado há uma formação do espírito individual e coletivo: ao mesmo tempo em que a

pessoa vai sendo formada na vida familiar, imediata e simples, a sociedade também

prossegue constituindo-se (em suas mais variadas características de negatividade) e

possibilitando a existência de um outro momento, o Estado, remediador dos conflitos

sociais, da limitação das esfera s anteriores. Assim, a sociedade civil aparece como

mediação contraditória entre o conceito mais imediato de vida social e o resultado do

progredir das relações pessoais.

Palavras-chave: Sociedade Civil, Hegel, Família, Estado

O DEMONÍACO EM A TEORIA DO ROMANCE DO JOVEM LUKÁCS. MARTINS, Willian Mendes. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.

Orientador: Arlenice Almeida da Silva. Bolsa: FAPESP. [email protected]

Pretende-se com esta comunicação apresentar a concepção do demoníaco presente em A teoria

do romance (1916) do filósofo húngaro György Lukács e sua relação com o pensamento de

Sören Kiekregaard, pois este autor é fundamental na compreensão da noção de demoníaco na

citada obra de Lukács; para tanto recorreremos aos resultados obtidos em pesquisa realizada

durante o ano de 2009, financiada pela FAPESP. Sabe-se que Lukács estudou o platonismo

com bastante profundidade, sabemos que os arquétipos são inteligíveis ao pensamento do

homem pela participação na mente divina. Neste ponto, Lukács parece não concordar com

a consequência iluminista da morte de Deus, pois ainda buscamos o sentido, a unidade, a

pátria, em uma aproximação a Deus jamais completa; assim, somos levados ao campo de

atuação do demoníaco.

Palavras-chave: Lukács; Kierkegaard; demoníaco.

A ABORDAGEM REDUTIVA DO CONCEITO DE A PRIORI: UMA DEFESA.

MERLUSSI, Pedro. Universidade Federal de Ouro Preto. Orientador: Sérgio Ricardo

Neves de Miranda. Bolsa: CNPq. [email protected]

A abordagem redutiva do a priori analisa o conceito de conhecimento a priori em termos

do conceito de justificação a priori (Casullo 2003). Justificação a priori é um tipo de

justificação epistêmica que é independente da experiência empírica em sentido lato (Russell

2007). De acordo com esta abordagem, S sabe a priori que p se, e somente se, (1) a

proposição na qual S crê é verdadeira, (2) a crença de S é justificada a priori e (3) as outras

condições para conhecimento são satisfeitas. Por exemplo, Paulo sabe a priori que 2 + 2 =

4 porque a proposição na qual Paulo crê é verdadeira, sua crença é justificada a priori e as

outras condições para conhecimento são satisfeitas (e.g, se 2 + 2 = 4 fosse verdadeira,

Paulo acreditaria nesta proposição, e se fosse falsa, Paulo não acreditaria nesta proposição).

Em primeiro lugar, o presente trabalho tem por objetivo apresentar dois argumentos a favor

desta abordagem. Argumentarei que se tomarmos conhecimento a priori como

conhecimento de uma proposição apenas pelo pensamento (Bonjour 1998) não

conseguiremos estabelecer uma distinção nítida entre conhecimento a priori e

conhecimento a posteriori. Também argumentarei que a vantagem da abordagem redutiva é

não estar comprometida em apresentar condições conjuntamente suficientes para haver

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conhecimento. Finalmente, concluirei a comunicação defendendo que não pode haver

justificação a priori com base no conceito de analiticidade (tal como em Boghossian

1997).

Palavras-chave: conhecimento a priori; racionalismo; analiticidade.

OS PUNKS NOS TRÓPICOS, UMA QUESTÃO DE PODER E RESISTÊNCIA.

MILANI, Marco Antonio. Universidade Estadual Paulista – Campus de Assis. Orientador:

Hélio Rebello Cardoso Junior. [email protected]

O material deixado pelos punks na década de 1980, no Brasil, é transpassado por um

aspecto caótico proposital, tanto no que se refere ao pictórico quanto no que se refere ao

verbal. Ao mesmo tempo em que notam-se discursos típicos da esquerda da época, notam-

se discursos escatológicos ou simplesmente pornográficos. Numa conjuntura de abertura

política e redemocratização, a cobrança pelo “engajamento político” foi implacável,

travando, dessa forma, um debate acerca da politização ou não dos punks. Diante de tal

discussão, propõe-se uma nova abordagem: Lançando mão dos conceitos de Foucault

acerca do poder podemos entender que, antes de ser ou não politizados, os discursos dos

punks são formas de resistência a diversos tipos de poder. Seja ao poder advindo de

instituições evidentes como a família e a escola, seja a micro-poderes que a essas

instituições estavam ligados.

Palavras-chave: Poder; resistência; punks; redemocratização.

A NOÇÃO DE CREATIO EX NIHILO SEGUNDO TOMÁS DE AQUINO

MONTEIRO, Matheus Henrique Gomes. Universidade Estadual de Campinas. Orientador:

Prof.ª Dr.ª Fátima Regina Rodrigues Évora. Bolsa: FAPESP. [email protected]

A presente comunicação tem como objetivo apresentar a noção tomasiana de creatio ex nihilo.

Essa expressão não é original de Tomás de Aquino, uma vez que fora utilizada em 1215, no IV

Concílio de Latrão, para definir o dogma da fé católica de que Deus criou o mundo do nada e

no início do tempo. Contudo, quando discute em seu opúsculo, De aeternitate mundi, a

possibilidade de o mundo ter sempre existido, Tomás de Aquino utiliza a noção de creatio ex

nihilo em um sentido bem específico e diferente daquele usado por seus contemporâneos.

Distinguindo “criação” de outras relações causais presentes na física aristotélica e, ainda,

extraindo do Monologium de Anselmo um sentido para ex nihilo que não implique na

precedência do nada em relação ao universo das criaturas, o doutor angélico apresenta um

sentido para creatio ex nihilo que é compatível com um mundo de duração ilimitada.

Palavras-chave: Eternidade do mundo, creatio ex nihilo, Tomás de Aquino.

A NOÇÃO DE SIGNIFICADO SEGUNDO FRED DRETSKE.

MORAES, João Antonio. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Marília.

Orientador. Profª Drª Maria Eunice Quilici Gonzalez. Bolsa: FAPESP.

[email protected]

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No âmbito da Filosofia da mente e da Filosofia da Informação um problema recorrente é o

problema do significado. Tal problema se subvide em outros dois, quais sejam: i) explicitar

qual a natureza do significado; e ii) analisar quais os processos responsáveis por seu

surgimento. Neste trabalho, buscaremos apresentar a abordagem de Dretske em relação a

estes dois problemas. Em seu projeto naturalista, Dretske (1981,1992,1995) concebe a

informação enquanto existente objetivamente no mundo, destituída de significado, sendo

ela um elemento fundamental a partir do qual, entre outros, o significado é constituído. O

processo informacional responsável pela emergência do significado, no entendimento do

filósofo, é representacional, o qual envolve a geração e correção de representações geradas

a partir da captação de informação proveniente do meio. Neste sentido, somente seres que

possuem um sistema representacional, como, por exemplo, os seres humanos, poderiam

lidar com a informação significativa. Enfim, apresentado as noções centrais da proposta de

Dretske, discutiremos em que medida ela contribui para um avanço na compreensão do

significado.

Palavras-chave: Informação. Significado. Ação. Aprendizagem. Sistemas Cognitivos.

O FISICALISMO REVISITADO PELA FILOSOFIA ECOLÓGICA: AS

AFFORDANCES SOCIAIS.

MORONI, Juliana. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília. Orientadora: Profª

Drª Maria Eunice Quilici Gonzalez. Bolsa: CAPES. [email protected]

Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo das affordances sociais no contexto da

Filosofia Ecológica. Procuramos mostrar que as affordances sociais emergem da percepção

da informação coletiva disponível no ambiente. Seguindo Schmidt (2007), indicamos que o

significado das affordances sociais não está unicamente no organismo percebedor nem

tampouco apenas no ambiente físico, mas é parte constituinte do seu nicho ecológico. O

nicho é caracterizado como a soma das relações ecológico-informacionais entre organismo

e ambiente, possuindo propriedades sociais, as quais são responsáveis por constituirem as

affordances sociais. Por fim, argumentamos que a concepção de affordances sociais

possibilita à Filosofia Ecológica elaborar uma concepção abrangente acerca da vertente

fisicalista na Filosofia da Mente. Tal concepção, no plano metodológico, agrega aspectos

ecológicos e semânticos, os quais criam hipóteses para explicar as diversas formas de

ajustes e leis que direcionam a ação dos organismos. No contexto do Fisicalismo

Semântico, as leis são caracterizadas como ecológicas e relacionais, persistindo por um

longo período no tempo.

Palavras-chave: Filosofia Ecológica. Affordance Social. Informação. Fisicalismo

Semântico.

O MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO E A ELABORAÇÃO DO PASSADO.

OGUSKU, Deborah Fonseca. Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de

Marília. Orientador: Sinésio Ferraz Bueno. Bolsa: FAPESP. [email protected]

O presente trabalho tem como objetivo traçar a relação entre os conceitos de mal-estar e

elaboração do passado através da perspectiva adorniana, tendo como base o texto O que

significa elaborar o passado. O mal-estar na civilização é entendido neste contexto como uma

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insatisfação gerada pela necessidade de se adaptar ao vigente deixando de lado uma boa parte

da felicidade em função da repressão das pulsões de vida e das pulsões de morte. Neste texto,

Adorno nos mostra que ainda hoje persistêm os pressupostos objetivos sociais que geraram o

nazismo anteriormente; justamente esse mal-estar que provoca nas pessoas um ressentimento

em relação a sociedade, tornando os indivíduos mais suscetíveis a aderir a movimentos

políticos totalitários, como foi o caso do nazismo. Sendo assim, Adorno propõe a elaboração do

passado como um processo que colaboraria para a eliminação de tais pressupostos e evitaria a

repetição de acontecimentos de gravidade semelhante ao do nazismo.

Palavras-chave: mal-estar, emancipação, elaboração do passado.

A FORMAÇÃO DA TÓPICA DA AUTONOMIA NO DISCURSO BIOÉTICO PÓS-

MODERNO

OLIVEIRA, Henderson Fiirst de. Universidade Estadual Paulista – Campus de Franca.

Orientador: Nelson Nery Jr. E-mail: [email protected]

O presente estudo é uma análise da influência que o Existencialismo exerceu na cultura

pós-moderna para a atual compreensão do chamado Princípio da Autonomia, formulado na

Bioética e, consequentemente, no Biodireito. A primeira formulação principiológica, que

ocorreu na década de 70 nos Estados Unidos da América, tinha por objetivo contrapor à

cultura paternalista clássica da medicina a vontade do paciente em dispor sobre certos

temas concernentes ao seu estado clínico. Assim, como forma de ponderação ao princípio

da Beneficência, aceitou-se consensualmente a formulação de um princípio da Autonomia.

Contudo, decorrido especialmente a profecia niilista que cominou no que se tem chamado

de pós-modernidade, observa-se um aumento constante da interpretação dada ao princípio

estudado, concedendo-se ampla e irrestrita autonomia ao paciente sobre as possibilidades

de sua vida. Analisando-se a motivação de tal tendência da Bioética e do Biodireito,

observa-se que corresponde ao exato ápice da experiência existencialista na sociedade

contemporânea, em plena influência das correntes de pensamento formulada por

pensadores como Camus e Sartre. Os métodos utilizados são o fenomenológico e o crítico,

na formulação proposta por Kant em sua Crítica da Razão Pura (Kritik der reinen Vernunft),

ao qual todo sistema metafísico, transcendental deve se submeter a um julgamento crítico

de seus juízos sintéticos a priori. Os pressupostos são os estudos da tópica como ,

lugar comum para uma argumentação dialética – método proposto por Aristóteles e

reavivado na obra de Theodor Viehweg para a solução de problemas jurídicos através de

uma interpretação sistemática – e a influência do Existencialismo nesta formação e na

compreensão do Princípio da Autonomia no Biodireito contemporaneamente.

Palavras-chave: Bioética. Existencialismo. Pós-modernidade. Tópica.

O FALAR DOS ANJOS E A NOÇÃO DE COMUNICAÇÃO EM JOÃO DUNS

ESCOTO. PAIVA, Gustavo Barreto Vilhena de. Universidade de São Paulo. Orientador: Prof. Dr.

José Carlos Estêvão. Bolsa: FAPESP. [email protected]

A discussão sobre os anjos era, na escolástica dos séculos XIII e XIV, uma das ocasiões mais

propícias para o debate sobre as faculdades intelectuais humanas, pois, sendo intelectos puros,

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isto é, separados de corpos, os anjos possuem a capacidade intelectual que os homens

possuiriam se eles próprios não estivessem unidos à matéria corpórea. Um dos problemas da

angelologia cujo estudo contribuía para a compreensão do próprio homem é o tema do falar dos

anjos (locutio angelorum) que é, basicamente, a busca por saber como ocorre a comunicação

entre anjos. Neste trabalho, descrevo como João Duns Escoto (c. 1265-1308) aborda essa

questão e a soluciona, em Lectura II e Ordinatio II, ao mostrar que a fala (locutio), nos seres

intelectuais, é uma comunicação de conceitos que ocorre livremente (libere et liberaliter) a

partir de uma ato da vontade. O interessante a notar é que, embora a resposta de Duns

Escoto seja voltada em particular para o problema do falar dos anjos, ela termina por

desenvolver conceitos aplicáveis às questões relativas à comunicação humana. Dessa

maneira, também em Duns Escoto, a discussão sobre a comunicação angélica é uma

ocasião para a pesquisa sobre a comunicação humana e, em geral, sobre o falar nos seres

intelectuais (in intellectualibus). O meu objetivo aqui é destacar como Duns Escoto

desenvolve uma noção de comunicação aplicável tanto aos anjos como aos homens e que

possui por fundamento um ato da vontade.

Palavras-chave: falar dos anjos, comunicação, intelecção, conceitos, João Duns Escoto.

MÁQUINAS E SOCIEDADE: ABORDAGENS ÉTICAS ACERCA DO ARTIFICIAL

PANTALEÃO, Nathália Cristina Alves. Universidade Estadual Paulista – Campus de

Marilia. Orientador: Profª Drª Maria Eunice Quilice Gonzalez. [email protected]

O avanço constante do progresso científico e tecnológico desencadeia novas abordagens

acerca das relações humanas. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é analisar questões

sobre modelagem na Inteligência Artificial (IA) no contexto social, enfatizando os impactos

e questionamentos que este emergente ramo da ciência ocasiona. Nesse sentido,

analisaremos o modelo da IA que pode “se comportar” ou “pensar” de maneira inteligente.

Nosso objetivo é questionar o alcance do artificial enquanto conceito que influencia

diretamente no que entendemos por inteligência. Argumentaremos que uma linha tênue e

quase invisível parece separar o orgânico natural do artificial, colocando em xeque a

identidade de ambos.Por fim, discutiremos a hipótese segundo a qual a construção de

modelos inteligentes que parecem altera continuamente a relação sujeito-contexto e assim,

em certo sentido, apresenta questões éticas de impacto social.

Palavras-chave: Inteligência Artificial, Máquinas, Sociedade, ética, modelos

computacionais.

ACERCA DO CONCEITO DE SOBREDETERMINAÇÃO.

PARRA, Eduardo Barbosa. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.

Orientador: Ricardo Monteagudo. Bolsa: PIBIC/CNPq. [email protected]

Louis Althusser compreende a estrutura da sociedade a partir do ponto de vista da noção

marxista de formação social, a qual pode ser definida pelas relações existentes entre infra-

estrutura - base material de toda sociedade - e superestrutura - instituições ideológicas

derivadas da materialidade social. A unidade entre infra-estrutura e superestrutura é dada de

maneira que a primeira seja determinante em última instância sobre a segunda, isto é, a

infra-estrutura, fundadora ontológica da superestrutura, se impõe sobre esta última em caso

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de mudanças substancias em sua composição. Na infra-estrutura predomina uma relação

que pode ser sintetizada pela noção de modo de produção, esta é a unidade composta de

forças produtivas e relações de produção, onde as últimas, apesar de decorrerem das forças

produtivas, determinam esta relação. Pois bem, considerando os dois conjuntos de relações,

as relações internas da infra-estrutura e as relações desta para com a superestrutura,

verificamos que, apesar da determinação em última instância da base material da sociedade,

estas estruturas ideológicas derivadas operam uma ação de retorno sobre estas estruturas

concretas redefinindo-as em grande medida. A esta ação de retorno é dado o nome de

sobredeterminação, noção capital para que possamos compreender as relações reais

existentes entre as diferentes estruturas, visto, pois, estas relações acontecerem, a maior

parte do tempo, sob a égide desta “ação de retorno” promovida pelas estruturas ideológicas.

A sobredeterminação ajuda-nos também a compreender quanto a “determinação em última

instância” pode ser protelada por esta ação ideológica, configurando-se enquanto peça

central para que possamos precisar quando a materialidade é “mais determinante”. Por isso

a noção de sobredeterminação é nosso objeto no presente trabalho.

Palavras-chave: Ideologia; Aparelhos Ideológicos; marxismo; estruturas;

sobredeterminação.

OS JUÍZOS PERCEPTIVOS COMO FUNDAMENTO DO CONHECIMENTO

PAVANI, Niege.Universidade Estadual Paulista – Campus de Marilia. Orientador: Profa.

Dra. Maria Eunice Quilici Gonzalez. Bolsa: PROPE/Universidade Estadual Paulista.

[email protected]

Partindo do entendimento que Peirce (1839 – 1914) faz acerca dos juízos perceptivos, (CP

5.181 – 5.194), argumentaremos que é possível uma fundamentação do conhecimento

proposicional posteriormente a uma experiência de percepção. Sustentaremos tal hipótese

apoiados na explanação que Peirce realiza acerca dos juízos perceptivos, que consistem em

um processo inconsciente e incontrolado, e de natureza não-lógica e não-inferencial. Juízos

perceptivos seriam então, modos de singularidade da experiência. A efetivação da

percepção é um evento da categoria da Terceiridade, atuante enquanto modo operante da

natureza de forma a se configurar como uma lei natural, generalizadora destes percetos. Por

perceptos devemos entender os diversos aspectos que resguardam as coisas percebidas

objetivamente no mundo e que nos são apresentadas em nossos pensamentos. Perceptos

são, então, formas imediatas que nos afetam em uma experiência. Os juízos perceptivos se

guiarão por perceptos a fim de concluir um processo de compreensão acerca dos elementos

que cercam o ser percebedor. Para Peirce, os juízos perceptivos fundamentarão qualquer

escolha possível no campo das inferências lógicas e na construção de proposições. É

somente num momento posterior à percepção, em que o estado de pensamento presente no

ser já se encontra familiarizado com suas possibilidades de experiência que ele decide por

um rumo lógico/epistemológico. Neste sentido encaminharemos a argumentação de nosso

texto para a direção de que o conhecimento científico se pauta, inicialmente, em juízos

perceptivos. Isso decorre da hipótese de que uma construção lógico-argumentativa terá

como princípio fundante a percepção. A emergência e a possibilidade latente de se elaborar

uma proposição, fruto de uma inferência lógica, sempre decorrerá de uma percepção ou da

assimilação de perceptos. Por fim, uma teoria científica ou mesmo filosófica pode ser

encarada como um produto constituído de um longo processo de percepção.

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Palavras-chave: Juízos perceptivos, Mente, Cognição, Lógica e Epistemologia.

A NOÇÃO DE INTELIGIVEL NA EPISTEMOLOGIA DE DEMÓCRITO. PEIXOTO, Cristiano Rodrigues. Universidade Federal de Uberlândia. Orientador: Prof. Dr.

Dennys Garcia Xavier. [email protected]

Recompor com exatidão o que Demócrito sustentava com relação às questões de ordem

epistemológica em sua doutrina atomista não é um exercício fácil, visto que os poucos

fragmentos diretos e testemunhos tardios que nos chegaram a esse respeito são, a priori,

contraditórios entre si. Resgatar a noção de inteligível no atomismo democritiano depende

diretamente de uma interpretação desses fragmentos que elimine o máximo possível de

contradições. Como uma noção de inteligível pressupõe em si que o conhecimento seja

acessível aos homens, o primeiro ponto a ser mostrado é que os fragmentos céticos de

Demócrito não parecem indicar um afastamento total entre os homens e a realidade, mas

apenas um afastamento fenomenológico, ou seja, somente os sentidos não oferecem aos

homens o verdadeiro conhecimento. Levando isso em consideração, parece ser mais correto

afirmar que o verdadeiro conhecimento só é acessível aos homens através do intelecto. A

partir disso a noção de inteligível pode começar a ser resgatada. E, como uma noção de

inteligível, à primeira vista, parece ir contra uma doutrina construída em moldes puramente

materialistas, faz-se necessário também o resgate do conceito de Atomos Idea, que

consegue mostrar que inteligível e materialismo não se excluem dentro do atomismo de

Demócrito.

Palavras-chave: atomismo, Atomos Idea, Demócrito, epistemologia, inteligível.

A VOZ DOS HOMENS É A VOZ DE DEUS? REFLEXÕES SOBRE

O IDEAL DE JUSTIÇA NO PENSAMENTO ROUSSEAUÍSTA.

PEREIRA, Pedro Lucas Dulce. Universidade Federal de Goiás. E-mail:

[email protected]

Pensar sobre o tema da justiça é uma tarefa incontornável para

aqueles que desejam preservar e desenvolver a liberdade e a igualdade

dos homens no espaço público, não apenas como proteção legal, mas como

direitos irrevogáveis de humanidade. Nesse sentido a democracia, como

forma de governo, cujos princípios são a liberdade e a igualdade dos

homens, deve orientar-se por um ideal normativo de justiça que guie as

suas ações no sentido da preservação de seus princípios lhe

conferindo, deste modo, legitimidade. Caso isso não aconteça pode se

ter origem uma forma de governo contrária a democracia que, por

conseguinte, pode ferir os direitos humanos. Sendo assim nos vemos

diante da necessidade de nos perguntarmos por esse ideal normativo de

justiça. Além disso, sabendo que no estado civil, um homem tanto é

individuo, com interesses próprios voltados para si, quanto cidadão,

quando manifestam interesses que também lhe são próprios, mas visam um

fim comum, reconhecemos que a vontade particular de um indivíduo pode

entrar em conflito com a vontade geral que o mesmo tem enquanto

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cidadão, ou seja, que o interesse privado pode ser contrário ao

interesse comum. Cabe, portanto também investigar se o jogo de

interesses entre essas vontades não prejudicaria a capacidade de se

construir um projeto de sociedade justa, realmente coletivo, que

contemple a sociedade como um todo e se a partir desse ideal normativo

de justiça podemos estabelecer relações entre os indivíduos de uma

sociedade e forma de governo justos. Essa comunicação pretende se

perguntar, partindo das reflexões feitas por Jean-Jacques Rousseau no

Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os

homens e O Contrato Social, sobre tal ideal normativo de justiça e

sobre suas implicações na sociedade política.

Palavras-chave: Justiça, democracia, liberdade, Rousseau.

UMA NOVA CONCEPÇÃO DE AÇÃO NA PERSPECTIVA DA FILOSOFIA

ECOLÓGICA.

PEREIRA, Paulo Henrique Araujo Oliveira. Universidade Estadual Paulista – Campus de

Marília. Orientador: Profª Drª Maria Eunice Quilici Gonzalez. E-mail:

[email protected]

O principal objetivo deste trabalho é investigar a possibilidade de uma nova concepção de

ação pautada na proposta de Turvey e Petrusz (2010): On the Distinctive Features of

Ecological Laws. Esses autores propõem uma nova perspectiva da Física, ampliando a

noção de causa newtoniana e trazendo contribuições da Teoria da Auto-organização, de

modo a oferecer uma explicação ecológica para ação dos organismos. Nesse contexto,

Turvey (2010) pretende estabelecer uma nova noção de lei que se diferencia daquela

adotada pela Física Clássica - que trata os objetos abstraindo as suas características

qualitativas para solidificar uma ciência que trata apenas da relação de forças existente

entre eles. Já a proposta de Turvey (2010), que se aplica no domínio da vida, busca resgatar

tais características qualitativas e ampliar o campo de investigação da Física com o objetivo

de explicar cientificamente o comportamento dos seres vivos. Argumentaremos que essa

proposta supõe a existência de regularidades no mundo as quais constituem as bases da

informação confiável disponível aos sistemas de percepção-ação e, por isso, fundamentais

para ação dos organismos.

Palavras-chave: auto-organização; lei; organismo; causa.

SIMILITUDES ENTRE RETÓRICA E DIALÉTICA NO CAPITÚLO 1 DO LIVRO I

DA RETÓRICA DE ARISTÓTELES.

PERENCINI, Tiago Brentam. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.

Orientador: Andrey Ivanov. [email protected]

Retórica é antístrofos da dialética” (Ret. I, 1354a) – Assim é iniciado o livro escrito na

Antiguidade Retórica que se atribui autoria a Aristóteles. O problema é que não se conhece

bem o sentido de “antístrofos”, dando, portanto, lugar à várias interpretações: uns a

traduzem por “correlativo”, outros por “analogia” ou “contrapartida” e até “outra face”.

Parece que, por um lado, Retórica e dialética se estabelecem como complementares – duas

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espécies de um mesmo gênero, a prova –, por outro lado se distinguem pelos meios desta

mesma prova – a dialética pelo silogismo formal completo e a indução geral, a retórica pelo

entimema formalmente incompleto e o exemplo. Este trabalho tem como objetivo analisar

as similitudes entre retórica e dialética, descritas no capítulo 1 do Livro I da Retórica, tais

como uma e outra (1) não se constituírem ciências particulares mesmo (2) tendendo à

universalidade, assim como seu caráter de (3) utilidade técnica, mesmo não abarcando (4)

nenhuma especialização, além de (5) ambas ocuparem-se igualmente dos contrários.

Palavras-chave: retórica, dialética, Aristóteles.

O “PADRÃO QUE LIGA” E A INFORMAÇÃO ECOLÓGICA NO PROCESSO

SISTÊMICO DOS SERES VIVOS.

PESSOA, Kátia Batista Camelo. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marilia.

Orientador: Maria Eunice Quilici Gonzalez. [email protected]

O objetivo principal de nosso trabalho é analisar o conceito de informação ecológica

focalizando a sua natureza ontológica que viabiliza um processo sistêmico na manutenção

da vida. Nosso ponto de partida será a caracterização de informação ecológica proposta por

Gregory Bateson (1986, 1989) nos estudos da ação significativa. As bases epistemológicas

sustentadas pela Filosofia Ecológica permitem um novo entendimento sobre as mudanças

no meio, focalizando os seres vivos como agentes portadores de hábitos, capazes de

estabelecer padrões de ação. Nesse contexto, procuraremos explicitar questões ontológicas

sobre o conhecimento, entendido como crença fundada em informação disponível aos

agentes no meio ambiente. Embora a informação ecológica não exista independente do

mundo material na medida em que se atualiza no mundo físico e, ainda, que o seu

desdobramento em ações significativas dependa da ação dos organismos, a informação

não se reduz à matéria, nem a energia. Bateson levanta uma questão que acreditamos ser

fundamental para a compreensão do conceito de informação “Que padrão liga as criaturas

vivas?” (1986, p. 16). Nossa hipótese é que os padrões relevantes aos seres vivos são

aqueles que permitem aos organismos desdobrarem informações em seu nicho ecológico,

dessa forma, ampliando, um sistema complexo.

Palavras chave: Informação Ecológica. Contexto. Filosofia Ecológica. Ação.

A QUESTÃO DA TÉCNICA NO CAMINHO À POESIA

PHILIPSON, Gabriel Salvi. FFLCH-USP. Orientador: Marco Aurélio Werle. Bolsa: PET-

SiSU. [email protected]

Pretendo fazer uma leitura estrutural do texto A questão da técnica, de Heidegger, e inseri-lo no

percurso que o filósofo alemão faz na direção à Poesia. Os pontos principais pelos quais

passarei em minha análise serão: a análise das quatro causas; a técnica como desabrigar, ou

seja, como modo da verdade (alétheia); a essência da técnica moderna como armação (Ge-

stell); a armação como destino (Ge-schink); a essência de algo como sendo aquilo que dura e é

consentido; a salvação como resguardar da verdade; e, por fim, a reaproximação da técnica com

a poética como possibilidade de salvação.

Palavras-chave: Heidegger, técnica, Poesia.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A “NOVA LÓGICA” PROPOSTA POR JOHN

DEWEY

PILAN, Fernando Cesar. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marilia. Orientador:

Mariana Claudia Broens. Bolsa: PIBIC/CNPq. E-mail: [email protected].

O objetivo do presente trabalho é apresentar e discutir alguns tópicos básicos da concepção

lógica de John Dewey. Contrário aos métodos especulativos da tradição filosófica ocidental

que demarcariam uma ruptura entre o conhecimento lógico/científico/filosófico

(necessário) e o conhecimento prático/comum/cotidiano (contingente), Dewey propõe uma

reconstrução em filosofia. Para o autor, esta dicotomia entre conhecimento filosófico e

conhecimento comum se trata de uma estipulação arbitrária. O desenvolvimento das

ciências, em especial da biologia, mostra que os processos evolutivos se dão de forma

contínua e ininterrupta. Os processos cognitivos, por não serem algo à parte da natureza

são, neste sentido, resultados evolutivamente forjados de processos que vão desde as

atividades cognitivas mais básicas até as formulações mais refinadas do pensamento. Neste

contexto, a lógica não seria um conhecimento através do qual se compreende o mundo: a

lógica nada mais é do que uma réplica do tipo de conhecimento básico e contingente do

conhecimento comum, que após um longo processo evolutivo se tornou um conhecimento

normativo e formal. Em suma, Dewey propõe que a lógica e a filosofia não sejam

entendidas como um universo afastado do conhecimento comum, pois, ao contrário,

resultam deste. Por isso, a nova lógica de Dewey propõe que a filosofia deixe de divagar

em problemas que não fazem diferença para a vida (os “dead problems”) conforme

pretendia a tradição, e, contemporaneamente, retorne aos problemas efetivamente

relevantes (os “life problems”).

Palavras-chave: Pragmatismo. Conhecimento. Ação. Experiência. Conhecimento comum.

A CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA NO PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO DO

TRABALHO E DA EDUCAÇÃO

PIMENTA, Juliana Carla Fleiria. Universidade Estadual Paulista - Campus de Marília.

Orientador: Vandeí Pinto da Silva. Bolsa FAPESP. [email protected]

Uma das questões mais explícita que Karl Marx investiga é sobre a alienação do trabalho,

uma vez que é esta a medula dorsal para o entendimento de todos os outros tipos de

alienação que a sociedade vem vivenciando desde o século XIX, onde o sistema produtivo

se transforma mais incisivamente em opressor tanto da liberdade quanto da formação

autônoma que o ser humano tanto busca no decorrer de sua trajetória. A proposta presente

no Iluminismo, como é sabido, consistia em afirmar que com a tão vangloriada razão o

sujeito poderia se livrar das garras da natureza e, ainda mais, fazer dela uma “escrava” de

seus desejos, alcançando a tão esperada liberdade e felicidade. Contudo, seus desejos

jamais foram concretizados no sistema capitalista, como mesmo a história comprova, muito

pelo contrário, o ser humano foi cada vez mais dissolvendo a sua essência, sendo dominado

constantemente pelos prazeres mais primitivos, e esquecendo novamente de suas

características verdadeiramente humanas que o diferenciava de atitudes tomadas pelos

animais. Dentro desse quadro, constamos à importância de aprofundarmos, no presente

artigo, sobre o conceito de alienação e focalizar nas dificuldades presentes para a formação

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da autonomia e a efetivação da liberdade, no contexto em que tudo gira em prol do culto da

privacidade e do acúmulo do capital. Concomitante a isso mostraremos caminhos para a

transcendência da alienação, e um deles trata-se da inserção do ensino de Filosofia no

ensino básico.

Palavras-chave: Necessidades, Alienação, Superação, Educação.

O ÉRGON DO GOVERNABRE NO LIVRO I DA REPUBLICA DE PLATÃO. RICARDI, João Roberto Vale. Universidade Estadual Paulista. Orientador: Prof. Dr.

Reinaldo Sampaio Pereira. [email protected]

Nossa proposta é apresentar a tese platônica da atividade política, ou o érgon (Função) do

governante (arkhón) no Livro I da República. Já que em 345e Platão diz: “(...) todo

governo, como governo, não tem por finalidade velar pelo bem de mais ninguém, senão do

súdito de que cuida, quer este seja uma pessoa pública ou particular”. Para entender tal tese

é preciso discorrer sobre o que é um governante (arkhón) em geral e a relação dele com o

seu objeto; em seguida, qual o seu érgon (Função) próprio.

Palavras-chave: Platão República, Érgon, Areté, Política.

A PSICANÁLISE EXISTENCIAL: UMA FUSÃO ENTRE A PSICANÁLISE E O

EXISTENCIALISMO.

RIBEIRO, Christian de Sousa. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientador:

Ricardo Jardim de Andrade. [email protected].

Na obra de Sartre, podemos destacar dois momentos em que a psicanálise é tratada, a saber,

o primeiro encontra-se em O Ser e O Nada, em que o existencialismo apropria-se da

psicanálise; no segundo, a psicanálise empírica, e não a existencial, é apropriada pelo

marxismo, sendo esse momento abordado pela Crítica da Razão Dialética. O presente

trabalho trata do primeiro momento, no qual Sartre propõe sua psicanálise existencial,

desprovida do postulado do inconsciente. Para expor a nova psicanálise, Sartre analisa

Flaubert e Dostoievsky, fazendo um contraponto à psicanálise empírica de Freud.

Palavras-chave: Psicanálise existencial, psicanálise empírica, inconsciente.

BANALIDADE DO MAL NOS NOTICIÁRIOS: UMA REFLEXÃO ACERCA DA

CONDUTA JORNALÍSTICA A PARTIR DO TERMO ARENDTIANO

RIBEIRO, Nádia Junqueira. Universidade Federal de Goiás. Orientador: Adriano Correia.

E-mail: [email protected]

Este artigo expressa pensamentos da filósofa Hannah Arendt acerca do termo banalidade do

mal a partir da ausência da atividade de pensar e julgar, originadas no julgamento de

Eichmann. O alemão havia colaborado com Nazismo, responsável por „solucionar as

questões judaicas‟. Arendt esperava encontrar um monstro no julgamento, mas ao contrário,

se deparou com um sujeito medíocre, mentiroso e sem capacidade própria de julgar e

pensar. O dois-em-um, como essência do pensamento, de estar só consigo mesmo, permeia

tal reflexão e acarreta em pontos importantes como a necessidade de pensamento para

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consistência e conformidade do sujeito consigo. A partir de tais reflexões, estabelece-se um

paralelo com a atividade jornalística, questionando a postura ética jornalística a partir da

falta de conformidade do profissional com seu pensamento. O artigo pretende analisar a

conduta dos profissionais da área, de que forma a ausência de pensamento, de reflexão dos

fatos divulgados pela mídia levam a uma banalização do mal nos noticiários e como isso

prejudica na formação e reafirmação dos valores sociais.

Palavras-chave: banalidade do mal; pensamento; conduta jornalística; ética.

UMA ABORDAGEM ECOLÓGICA DA INFORMAÇÃO.

RODRIGUES, Mariana Vitti. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.

Orientador: Maria Eunice Quilici Gonzalez. Bolsa: PIBIC – CNPq.

[email protected].

O objetivo deste trabalho é analisar o conceito de informação ecológica enfatizando sua

relação com o conhecimento e a ação. Para tanto extrairemos as principais teses de Bateson

em seu livro “Mente e Natureza”, como os conceitos de padrão que liga, e a definição que

ele oferece de informação, qual seja: “a diferença que faz diferença”. Segundo o autor, a

informação adquire caráter ecológico a partir do momento que contribui para o

direcionamento da ação de um agente em seu ambiente, em seu contexto, contribuindo para

a sobrevivência, tanto do agente quanto da espécie. Pretendemos abranger o conceito de

informação, realizando uma breve análise do conceito de percepção no “Projeto de uma

psicologia” de Freud, e tecer uma analogia com o que Dretske denomina de digitalização

da informação. De modo geral, nos concentraremos na filtragem da informação aleatória do

mundo que adquiri um valor qualitativo para o agente, se tornando informação

significativa, que desta forma contribui para a preservação das espécies.

Palavras-chave: Padrões que ligam; Informação Ecológica; Conhecimento; Ação;

Percepção

O ESTATUTO DA FINALIDADE NA ANALÍTICA DO BELO DA CRÍTICA DO

JUÍZO. ROMAN, Paulo Gustavo Moreira. Universidade Federal do Paraná. Orientador: Vinicius

Berlendis de Figueiredo. Bolsa: CNPQ/PIBIC. [email protected]

Esta investigação consiste em analisar o estatuto da Finalidade presente na Analítica do

Belo da Crítica do Juízo, com o objetivo de investigar a mudança desta noção na passagem

da Crítica da Razão Pura (1781) para a Crítica do Juízo (1790). Num primeiro momento, há

motivos para negar que Kant altere substancialmente a noção de finalidade na transição da

Primeira Crítica para a Terceira Crítica, pois ele caracteriza o princípio de reflexão em

termos muito parecidos na Crítica da Razão Pura e na Primeira Introdução à Crítica do

Juízo. Porém, a diferença consiste em que, na KrV, Kant apresenta o princípio reflexivo

como obra da Razão, e já na Primeira Introdução à Crítica do Juízo, o princípio reflexivo é,

a partir deste momento, obra da faculdade-de-julgar. Por conseguinte, em que medida esta

mudança indica haver mais ruptura do que continuidade? Pretendo verificar se esta

mudança na noção de finalidade não acaba por ser uma implicação da imaginação humana,

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ao contrário da mesma noção presente na KrV, na qual a finalidade era clausula de sentido

assegurada ainda pela metafísica especial.

Palavras-chave: Finalidade, Razão, Faculdade-de-Julgar.

PAUL BOURGET E FRIEDRICH NIETZSCHE: SOBRE A TEORIA DA

DÉCADENCE ROMÃO, Mariane Aparecida. Universidade Estadual de Campinas. Orientador: Prof. Dr.

Oswaldo Giacóia Jr. [email protected]

Paul Bourget apresentou, por meio de seus Essais de psychologie contemporaine, a

constatação de que a juventude de seu tempo sofria de uma “doença da vida moral”. Esta

enfermidade, segundo o autor, evidencia-se na décadence que domina sua época,

caracterizada pela degeneração fisiológica do indivíduo, do estilo e da sociedade.

Mostraremos em nossa comunicação as evidências da influência de Bourget na derradeira

filosofia de Nietzsche. Tanto em O Caso Wagner como em Nietzsche contra Wagner o

filósofo assimila a teoria da décadence de Bourget e, apoiando-se fundamentalmente na

noção de degeneração fisiológica, faz sua avaliação acerca do estilo décadent da música

wagneriana, concluindo seu caráter danoso e a apresentando como representante máxima da

décadence de sua época. Enquanto Bourget avalia as possíveis causas da décadence no

panorama do século XIX, Nietzsche vai buscar no mundo grego a origem do fenômeno. É

na doutrina de Sócrates e Platão que se encontra a origem do processo de desvalorização

dos valores. Este processo é um símbolo do desenvolvimento histórico do pensamento

ocidental que, para Nietzsche, é a própria história da décadence.

Palavras-chave: cultura, décadence, fisiologia, valores, Wagner

DEFESA DA SUBJETIVIDADE EM LEVINAS

ROMERO, Gustavo Marcial Prado. Centro Universitário São Camilo. Orientador: Eliseu

Cintra. [email protected]

Emanuel Levinas (1905-1995) em seu livro Totalite et Infinit faz uma defesa da

subjetividade, e, apoiado na idéia de infinito, dirige uma critica a filosofia ocidental. Dessa

forma, contrapõe a subjetividade à objetividade da ciência, e se concentra nas relações

humanas como o território da experiência. Este estudo tem então o objetivo de pensar sobre

o Outro, a pessoa com a qual nos relacionamos, como se esse Outro, no momento da

relação, fosse a própria idéia de infinito. O primeiro passo foi conceituar a significado dessa

subjetividade, começando por entender a separação entre o que é meu mundo e o que há de

exterior a ele. O mundo, que nos é familiar, é nosso lar; já o exterior a esta separação é um

mundo estranho e surpreendente, que tanto pode nos causar medo ou maravilha. O exterior

necessariamente é alheio a nós, é o absolutamente Outro. Diferenciando assim estes dois

aspectos, busca-se responder à pergunta que o autor faz no próprio livro, e que é o motivo

do nosso estudo: “O derradeiro acontecimento do ser jogar-se-á (...) em todo o brilho dessa

exterioridade?”.

Palavras-chave: Subjetividade; relações humanas; ética; percepção; Levinas.

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A QUESTÃO DO QUALIA E A DISTINÇÃO MENTE E MATÉRIA – UMA

REFLEXÃO SOBRE OS FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA.

ROSA, Jéssica Rodrigues. Universidade Estadual Paulista – Campus de Bauru. Orientador:

Jonas Gonçalves Coelho. Bolsa: FAPESP. [email protected]

O presente trabalho de pesquisa bibliográfica buscou unir a Filosofia da Mente à Psicologia

para se debruçar sobre uma questão controversa: a natureza dos processos psicológicos e

sua relação com os processos corpóreos. As divergências filosóficas a esse respeito, que

tiveram início com a distinção e separação entre processos físicos e mentais defendida por

Descartes, giram atualmente em torno da noção de qualia, termo que designa as qualidades

da experiência subjetiva acessíveis introspectivamente. O qualia foi tomado como fio

condutor para tratar do debate entre duas dentre as principais abordagens filosóficas a esse

respeito, o dualismo de propriedade e o fisicalismo reducionista, e as discussões recorrentes

entre ambas, comparadas entre si e utilizadas na compreensão de debates com esta mesma

temática dentro das diferentes abordagens em Psicologia. Os resultados obtidos apontam

para grandes divergências entre as diferentes teorias psicológicas quanto à questão mente e

corpo, o que dificulta uma delimitação mais clara com a Psiquiatria e parece se refletir

também nas incertezas e falta de reflexão sobre um tema tão importante pelos próprios

psicólogos.

Palavras-chave: filosofia da mente, filosofia da psicologia, mente e corpo, qualia.

FUNDAMENTOS ÉTICOS PARA O USO DE ANIMAIS EM PESQUISA E

ENSINO.

ROSATO, Gustavo Rodrigues. Universidade Federal de Uberlândia. Orientador: Alcino

Eduardo Bonella. E-mail: [email protected]

O presente trabalho visa apresentar os fundamentos éticos na utilização de animais em

pesquisa em ensino com base nas teorias utilitaristas encontradas nas obras de Peter Singer

e Ton Regan. No livro Ética Prática, Peter Singer expões argumentos que defendem e

explicam a comprovação dos interesses dos animais e se fundamenta neste fato para

demonstrar que devemos respeitar esses interesses assim como fazemos com seres

humanos, pois estudando o conceito de pessoa tanto os animais humanos quanto alguns

animais não humanos atendem aos requisitos para serem qualificados como pessoas, ou

seja, são seres conscientes capazes de terem percepção e interesses para seu futuro. Ele

defende essa tese com o principio da igual consideração de interesses e com exemplos de

gorilas com consciência de sua existência e capazes de se comunicar pela linguagem de

sinais. No livro Jaulas Vazias, Ton Regan, defende sua tese que os direitos dos animais

devem ser respeitados, pois estes são sujeitos de uma vida. O objetivo do trabalho é

relacionar os dois autores com o problema do uso de animais em pesquisa e ensino,

utilizando-se dos princípios do utilitarismo comparando os benefícios da utilização com os

benefícios da utilização de métodos alternativos para essas práticas, o que torna a utilização

dos animais vivos um ato desnecessário.

Palavras-chave: ética, animais, utilitarismo

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A INTERPRETAÇÃO MUSICAL E A ESTERILIDADE DE UMA ESCRITA

SURDA AO SENTIDO – PARALELOS ENTRE ROUSSEAU E NIETZSCHE

SANTOS, Eraldo Souza dos. Universidade de São Paulo. Orientador: Aline Freitas de

Melo.

O trabalho pretende aprofundar uma comparação que Bento Prado Jr. estabelece numa nota

de rodapé d‟A Retórica de Rousseau (nota 31 de “A linguagem indireta ou o paradigma

musical”). Tal comparação traça um “paralelo sistemático” entre a teoria da linguagem, da

música e da interpretação nas obras de Rousseau e Nietzsche, mais precisamente no Ensaio

sobre a origem das línguas e em Para além do bem e do mal. Em ambos os casos, a boa

escrita deve estar submissa ao ouvido bem afinado, de modo que a prática do escrever seja

atravessada pela música, ou pela musicalidade. Interpretar, ao ler e ao escrever, é, agora,

realizar uma “interpretação musical” do texto, interpretação que ultrapasse a esterilidade e a

monotonia dos signos inscritos na folha de papel. Interpretar é buscar o significado e a

moralidade que estão por trás dos signos. Em tal paralelo, buscaremos também aprofundar

os outros temas, secundários, que se entrecruzam nos dois textos para defender tal

interpretação: “o elogio da retórica antiga”, “o elogio da música italiana”, “o julgamento da

qualidade do discurso pela potência dos pulmões”. Por último, buscar-se-á traçar o que

Bento Prado não traçou na nota, a saber, as diferenças e distanciamentos dos dois autores

dentro das perspectivas de suas próprias filosofias, como, por exemplo, o papel que

Rousseau dá, menos concessivo que o de Nietzsche, à música e à língua italianas.

Palavras-chave: Música, Linguagem, Moral, Interpretação, Escrita

WAGNER: O ESPÍRITO DECADENCE POR EXCELÊNCIA

SANTOS, Felipe Thiago dos. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marília.

Orientador: Profº Dr. Marcio Benchimol Barros. E-mail: [email protected]

Através das várias acusações feitas por Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) em O Caso

Wagner (1888) ao compositor Richard Wagner (1813 – 1833), podemos chegar ao interior

da critica nietzscheana a modernidade, a saber, aquela que encara o homem moderno como

esgotado em suas forças criadoras. Neste contexto, este trabalho tem por objetivo elucidar

de que maneira Wagner é posto, no entendimento de Nietzsche (1888/2007), como

representante de uma modernidade decadente. Através da leitura de Beethoven, escrito em

1870 por Wagner, focalizaremos o próprio pensamento musical e estético do compositor,

relacionando-o com a obra O Caso Wagner, afim de esmiuçar o paralelo entre uma

modernidade doente e o seu veneno cultural: Wagner

Palavras-chave: Filosofia, Nietzsche, Wagner, Estética, Musica.

A POLÊMICA POPPER/ KUHN E O AVANÇO DA CIÊNCIA

SANTOS, Simone Cristina dos. Universidade Estadual do Oeste do Paraná

(UNIOESTE). Orientador: Remi Schorn. [email protected]

A presente comunicação visa confrontar a perspectiva epistemológica de Karl Popper

frente à de Thomas Kuhn. Entretanto, o objetivo não é o de exaurir os argumentos sobre a

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temática proposta, mas o de suscitar o polêmico debate entre o evolucionismo de Popper e a

perspectiva revolucionária de Kuhn. Exporemos, assim, alguns dos mais relevantes

aspectos da obra de dois dos grandes clássicos da Filosofia da Ciência, respectivamente A

lógica da pesquisa cientifica (Popper, 1934) e A Estrutura das revoluções cientificas

(Kuhn, 1976) delimitaremos os métodos usados por cada um dos epistemólogos

supracitados. Esta pesquisa visa traçar uma comparação entre as teses da filosofia da

ciência de Karl Popper e a perspectiva revolucionista de Kuhn, desta forma, nos

restringiremos a compreender como cada pesquisador elabora e define o avanço da ciência.

Thomas Kuhn estabelece como critério para a validação de um sistema científico a

aplicabilidade do paradigma, o qual é compartilhado pela comunidade científica e aceito

como adequado para a resolução dos problemas graves na ciência. A superação destes

paradigmas se dará na revolução científica desencadeada por um outro concorrente a

paradigma. Já, Popper concebe uma idéia de ciência submetida ao princípio da

refutabilidade para provar sua validade e relevância teórica. Analisadas ambas as posições

sobre o desenvolvimento científico nos remeteremos às possibilidades do próprio

desenvolvimento epistemológico.

Palavras-chave: Filosofia da ciência, ciência normal, revoluções científicas, Karl Popper,

Thomas Kuhn.

PERCEPÇÃO-AÇÃO E O EXTERNALISMO GIBSONIANO

SILLMANN, Oscar. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marilia. Orientador:

Profª Drª Maria Eunice Quilici Gonzalez.Bolsa: Pibic/CNPq. E-mail:

[email protected] Estadual Paulista.br

Nosso propósito é apresentar e discutir a hipótese sobre a possibilidade da ação de

organismos incorporados e situados em um ambiente sem a necessidade de representações

ou inferências lógicas. Basearemos nossa argumentação na abordagem de J. J. Gibson

(1904 - 1979), de acordo com a qual percepção e ação compreendem um mesmo

movimento; organismo e ambiente encerram um único sistema, evolutivamente constituído.

A possibilidade da percepção-ação isenta da necessidade de representações mediadoras

entre organismo e ambiente é baseada na existência de informação intrinsecamente

significativa no ambiente. Nesse sentido, a informação especifica a estrutura do ambiente,

de modo que essa estrutura não é reconstruída no interior do cérebro ou da mente do

organismo, mas é por ele captada diretamente. Argumentamos que a percepção-ação dos

organismos é baseada na captação de informação presente no meio que os circundam,

eliminando a necessidade de mediações entre organismos e ambiente.

Palavras-chave: Externalismo, Informação, Percepção/Ação, Conhecimento.

O DESENCANTAMENTO DA CULTURA: UMA POLÊMICA SOBRE A ALMA

SILVA, Felipe Resende da. Universidade Estadual Paulista – Campus de Marilia.

Orientador: Sinésio Ferraz Bueno. [email protected]

Pelo fato de ainda encontrar-se em seu estado inicial, este trabalho funcionará como uma

introdução à problemática do “desencantamento da cultura”, e tem aqui por objetivo expor

algumas breves considerações sobre a alma (entendida em uma ótica não cristã, mas

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basicamente em seu sentido positivo surgido durante a Renascença) e a cultura, e sobre o

relacionamento entre alma e esclarecimento. Para tanto, teremos basicamente como ponto

de referência uma coletânea de ensaios de Herbert Marcuse (1997), ensaios nos quais ele

aborda justamente questões a respeito da cultura e sua relação com o todo social. Em

primeiro lugar, na exposição das considerações acima, devemos ter em mente o problema

do desgaste da cultura ocidental que se sedimenta na forma de uma falsa cultura

(semicultura), manifestando-se esta sob um caráter operacional desprovido de alma (um

caráter desencantado, ou seja, carente de unidade e significado). Em segundo lugar, por

fim, a sensação desse desgaste remete simultaneamente ao tédio moderno, o qual se revela

como um dos principais sintomas envolvidos nesse movimento histórico-cultural, pois tal

fenômeno apresenta-se como um tipo de “doença” da alma acometida principalmente pela

ausência de significado e fragmentação pessoal.

Palavras-chave: Cultura; Alma; Escola de Frankfurt; Tédio.

UTILITARISMO: UMA ADEQUAÇÃO TEÓRICA AO AGENTE MORAL.

SILVA, Carlos Magno da. Universidade Federal de Ouro Preto. Orientador: José Luiz

Furtado. Bolsa: CNPQ. [email protected]

O presente trabalho tem como objetivo esclarecer o que é a teoria utilitarista. Através deste

esclarecimento, evidenciaremos dois pilares do utilitarismo: “contar cada pessoa como

uma, e não mais do que uma” e “a busca da ação que traga como resultado o maior bem ao

maior número de pessoas”. Posteriormente, levantaremos uma objeção a teoria.

Mostraremos um exemplo onde a teoria utilitária parece não se adequar ao nosso senso

ético comum. “Um homem velejando com dois garotos, sendo que um desses garotos é seu

filho, nenhum dos garotos, sabem nadar, a embarcação sofre avarias e começa a afundar, só

há tempo para salvar um dos garotos, os dois têm as mesmas condições para serem salvos.

O pai salva seu filho. Como o utilitarismo responderia diante dessa situação, esta relação

especial existente entre pai e filho, já que segundo a teoria não devemos conceder

privilégios a qualquer pessoa, devemos contar cada pessoa como uma, e não mais do que

uma. Finalmente, evidenciaremos as possíveis respostas utilitárias a esta objeção.

Palavras-chave: Utilitarismo; Ética.

O PROBLEMA DA LIBERDADE NA FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS

COSTUMES

VALES, Wendel Teixeira de Vasconcelos. Universidade Estadual Paulista – Campus de

Marilia. Orientador: Hélio José dos Santos. [email protected]

Neste trabalho, pretendemos refletir acerca do problema da liberdade humana sob a

perspectiva da filosofia moral kantiana, em especial, a partir da terceira seção da

Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trata-se de investigar como a liberdade,

considerada por Kant uma característica da vontade, é capaz de determinar o arbítrio na

produção das ações humanas.

Palavras-chave: liberdade; autonomia; vontade.

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AS LEIS DE NATUREZA COMO MEIOS DE SE ESTABELECER A PAZ

YONAMINE, Beatriz Machado. Universidade Estadual de Campinas. Orientador: Roberto

Romano da Silva. [email protected]

O filósofo Hobbes, em sua obra Leviatã, defende que a formação da sociedade ocorre

porque o homem encontra nela o melhor meio de se preservar. Que o homem é o lobo do

homem e que vive numa guerra de todos contra todos são frases conhecidas desta obra, o

porquê disto e como isto é resolvido é o que se pretende expor no trabalho a ser

apresentado. A sociedade é o meio encontrado para a não ocorrência de guerras e, logo,

para a preservação da natureza humana. Essa garantia da preservação se dá por meio de

normas, as quais Hobbes denomina leis de natureza. O homem busca pelas leis de natureza

se esforçar pela paz e garantir os cumprimentos dos pactos, para assim ter o seu direito de

autopreservação garantido. O objetivo desse trabalho é a partir da exposição das leis de

natureza elucidadas por Hobbes, fazer conhecer de que modo elas são encontradas na

Constituição Federal do Brasil, assim demonstrando que as leis de natureza, ratificadas a

partir da formação da sociedade que possui um poder comum, são efetivamente o melhor

meio de o homem alcançar o seu fim, a saber, a preservação de sua vida.

Palavras-chave: Hobbes, Leviatã, Leis de Natureza, Estado.

HOBBES E AS OBJEÇÕES A CERCA DA CRIAÇÃO DO ESTADO POR

COOPERAÇÃO.

ZELINSKI, Fernanda. Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Orientador: Prof. Dr.

José Luiz Ames. [email protected]

O objetivo deste trabalho é apresentar os argumentos hobbesianos a cerca da

impossibilidade da instituição do Estado a partir da cooperação dos indivíduos, ou seja,

apontar quais são os divergências que surgem com a questão do cooperativismo para a

instauração da sociedade civil. É sabido que no estado de natureza hobbesiano a lei do mais

forte é que impera, onde qualquer homem pode sofrer o ataque de outrem. Sabe-se também

que os homens vivem em constante perigo de guerra, vigorando a “guerra de todos contra

todos” e que nesse estado natural reina o medo, o grande medo da morte violenta. O medo

na teoria de Hobbes tem papel fundamental, pois é ele que estimula os sujeitos a saírem do

estado de natureza, assumindo, assim, o papel de uma paixão civilizadora. Do mesmo

modo, a razão se mostra essencial, pois é ela que indica como abandonar o estado de

natureza, ou seja, mostra o caminho para que possa ser criado um estado de paz. Todavia, o

caminho indicado pela razão – as chamadas leis naturais – para a garantia da paz não são

suficientes, tornando necessário um poder soberano. Então, levando em consideração que

os homens experimentam uma aversão inevitável pelo estado de natureza e desejam sair

dele, porque só assim podem viver em um estado não belicoso, porque fazê-lo por meio da

submissão como propõe Hobbes, e não pela cooperação? Hobbes exclui a possibilidade de

uma cooperação a partir do modelo das alianças defensivas pela insegurança, pela falta de

acordo dos homens e pela guerra de opiniões.

Palavras-chave: estado natureza, paixões, sujeito, Estado, cooperação.

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.:: Comissão Organizadora::.

Marcio Benchimol Barros (Coordenador); João Antonio de Moraes (Aluno da Graduação – Unesp/Marília); Deborah Fonseca Ogusku (CAFI); Rafael Rossi (Aluno da Graduação –

Unesp/Marília); Rafael Wellington Botaro (Aluno da Graduação – Unesp/Marília)

.:: Secretaria Geral::.

Edna Bonini de Souza

.:: Comissão Científica ::.

Andrey Ivanov (Unesp/Marília) Antonio Trajano Menezes Arruda (Unesp/Marília)

Clélia Aparecida Martins (Unesp/Marília)

Edna Souza Alves (Unesp/Marília) Hélio José dos Santos Souza (Unesp/Marília)

Lucio Lourenço Prado (Unesp/Marília)

Marcio Benchimol Barros (Unesp/Marília)

Marcos Antonio Alves (Unesp/Marília) Maria Eunice Quilici Gonzalez (Unesp/Marília)

Mariana Cláudia Broens (Unesp/Marília)

Reinaldo Sampaio Pereira (Unesp/Marília) Ricardo Monteagudo (Unesp/Marília)

Ricardo Pereira Tassinari (Unesp/Marília)

Ubirajara Rancan de Azevedo Marques (Unesp/Marília)

.:: Elaboração dos Anais ::.

Deborah Fonseca Ogusku

João Antonio de Moraes

APOIO:

Departamento de Filosofia

Conselho de Curso de Filosofia

Programa de Pós-Graduação em Filosofia

FUNDUNESP

PROEX