CADERNO DE RESUMOS DO Número 4 · uma discussão multidisciplinar da saúde em geral e da medicina...
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CADERNO DE RESUMOS DO
ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO
DO CURSO DE MEDICINA
Ano 2 – Número 4
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Ouro Preto – Minas Gerais
2011
VIII ENCONTRO
DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
João Luiz Martins
Reitor
Antenor Rodrigues Barbosa Júnior
Vice-Reitor
ESCOLA DE FARMÁCIA
Marta de Lana
Diretora
Carla Penido Serra
Vice-Diretora
CADERNO DE RESUMOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
George Luiz Lins Machado Coelho
Chefe do Departamento
COLEGIADO DE MEDICINA
Márcio Antonio Moreira Galvão
Presidente
27 e 28 de junho de 2011
CENTRO DE ARTES E CONVENÇÕES DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
OURO PRETO – MINAS GERAIS
CADERNO DE RESUMOS
REALIZAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
COMISSÃO ORGANIZADORA
Professor Dr. Márcio Antônio Moreira Galvão
Professora Dra. Palmira de Fátima Bonolo
Professora Dra. Fabiana Alves Nunes Maksud
Professor Dr. Rodrigo Pastor Alves Pereira
Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)
Acadêmica de Medicina Bárbara Vidigal dos Santos (UFOP)
Acadêmica de Medicina Joyce Carvalho Martins (UFOP)
Acadêmico de Medicina Breno Bernardes de Souza (UFOP)
CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR
Professor Dr. Rodrigo Pastor Alves Pereira
Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP)
Acadêmica de Medicina Bárbara Vidigal dos Santos (UFOP)
Acadêmico de Medicina Alessandro de Sousa Veiga (UFOP)
SUMÁRIO
PREFÁCIO
1 APRESENTAÇÕES ORAIS
Avaliação de ações educativas para a melhoria da qualidade de vida e da
convivência com a dor crônica na ESF Bem Viver – Cachoeira do Campo, Ouro
Preto – MG.
O papel da atenção primaria no diagnóstico tratamento, prevenção e promoção
das principais doenças crônicas do Brasil.
Projeto “Menos sal, mais vida”: ação educativa para o controle da hipertensão e
prevenção de agravantes na estratégia de saúde de Padre Viegas, Mariana – MG.
Mortalidade infantil no município de Ouro Preto caracterizando a população
pediátrica.
Ação educativa sobre verminoses endêmicas na região do PSF-Vida (Cachoeira
do Campo/MG).
Projeto Fala Sério – educação sexual para adolescentes e suas dificuldades de
realização na Unidade Básica de Saúde – Vida, Cachoeira do Campo, distrito de
Ouro Preto – Minas Gerais.
Estratégias educacionais com adolescentes para a vivência da sexualidade e da
atividade sexual segura.
“Fala Sério” - Educação em saúde com adolescentes do distrito de Bandeirantes
em Mariana-MG.
Depressão do idoso.
Projeto de intervenção no Lar São Vicente de Paulo para melhora do quadro
depressivo e da qualidade de vida dos idosos – PSF Alvorada, Ouro Preto –
Minas Gerais.
Atividades educativas e recreativas com grupos de idosos na Estratégia de Saúde
da Família-1 Cabanas em Mariana – MG.
Transtornos mentais e as estratégias de acolhimento da rede pública de saúde
brasileira.
Curso de medicamentos e urgência/emergência: formação continuada dos
monitores da Comunidade da Figueira, Casa Lar Estrela e APAE – Mariana,
MG. Projeto Acolher na Figueira.
Métodos para o estudo da qualidade de vida de médicos e de estudantes de
medicina.
O controle social do SUS no município de Ouro Preto.
Análise da percepção dos usuários acerca da ESF (Estratégia de Saúde da
Família), no distrito de Cachoeira do Campo – Ouro Preto – MG.
2 APRESENTAÇÃO DE PÔSTERES
Abdome agudo hemorrágico em paciente com leucemia.
Abordagem inicial do atendimento à urgência do paciente pediátrico com
anemia falciforme.
Acompanhamento e avaliação do risco de um paciente com diabetes e
soropositivo para HIV e hepatite B.
Alterações neuroanatômicas vinculadas ao transtorno do déficit de atenção e
hiperatividade.
Análise anatomoclínica do adenoma hipofisário: estudo de caso.
Análise comparativa da abordagem convencional e videolaparoscópica da
apendicite aguda
Análise comparativa da abordagem convencional e videolaparoscópica da
apendicite aguda
Análise da percepção dos usuários acerca da ESF (estratégia de saúde da
família), no distrito de Cachoeira do Campo – Ouro Preto – MG.
Aplicação de escala de risco familiar e genograma no contexto da disciplina
vigilância em saúde.
Asma em crianças de 0 a 5 anos no PSF Caminhar – Piedade.
Aspectos anatomoclínicos da encefalite letárgica.
Aspectos atuais em cirurgia bariátrica.
Avaliação dos fatores de risco para hipertensão arterial em pacientes cadastrados
em uma unidade básica de saúde de Patrocínio-MG.
Avaliação do risco cardiovascular em pacientes cadastrados no hiperdia – PSF
Bauxita.
Baixo peso infantil: um projeto de manejo e resolução.
Cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais (notes) – realidade
atual.
Correlações neuroanatômicas, neuroquímicas e clínicas entre a privação
sensorial da visão e o ciclo sono vigília.
Considerações anatomoclínicas do autismo: envolvimento dos lobos temporais.
Considerações anatomoclínicas da plexopatia braquial bilateral: relato de caso
raro.
Déficits neurológicos aumentam o risco de queda em idosos: uma revisão da
literatura.
Diagnóstico diferencial entre o coma, o estado vegetativo persistente e a
síndrome do encarceramento: considerações anatomo-clínicas.
Dinâmica de raciocínio clínico em discussão de casos na disciplina de
semiologia.
Fatores relacionados ao aumento das taxas de cesariana no brasil, suas
consequências e reais indicações.
Geografia médica no Brasil: um perfil histórico e bibliográfico.
Planejamento em saúde: uma intervenção contra a diarréia na escola dó-ré-mi do
bairro Bauxita, Ouro Preto, Minas Gerais.
Prevalência de queixas de incontinência urinária de esforço no pré-parto e pós-
parto imediato em gestantes e púerperas da Santa Casa de Misericórdia de
Patrocínio-MG.
Projeto Saúde em Dia. Grupos operativos como estratégia de educação
em pacientes com diabetes mellitus: relato de experiência.
Projeto Saúde em Dia. O impacto de grupos operativos no controle de diabetes
mellitus.
Promoção da saúde aplicada à hipertensão arterial sistêmica.
Síndrome de Alice no País das Maravilhas.
Síndrome do membro fantasma: bases anatômicas e neurofisiopatológicas.
Teoria da ocupação do espaço-doença: a contextualização da Doença de Chagas
no estado de São Paulo.
Teoria dos fatores de risco de Macmahon aplicada ao uso de drogas por
adolescentes.
Terapêutica da doença do refluxo gastroesofágico.
Transtorno do Pânico: considerações neuroanatômicas e neuroquímicas.
Uma análise sobre gravidez ectópica.
Visita domiciliar como ferramenta de abordagem em vigilância em saúde.
PREFÁCIO
Prezados colegas,
O curso de graduação em Medicina da Universidade Federal de Ouro
Preto vem, desde 2007, promovendo a formação de médicos com
visão ampla e integral de sua inserção social e profissional. Para isso,
atua em conjunto com as instituições e serviços de saúde desde a
entrada até aos períodos finais do curso. Como não poderia deixar de
ser, tal interação vem se mostrando profícua na produção de
conhecimentos contextualizados para a melhoria das práticas locais
em saúde. O Encontro Didático-Científico, que nasceu junto ao curso,
tem como objetivo apresentar e discutir a sua produção científica.
Mais ainda, assim fazendo também oportuniza aos seus participantes
a aprendizagem ativa de habilidades caras a profissionais
contemporâneos tais como, a apresentação em público, a confecção
de pôsteres e a discussão de casos e protocolos de cuidado, dentre
outros.
Nos últimos anos, tem crescido o interesse e participação de
professores e alunos de diversas áreas do curso, favorecendo assim a
uma discussão multidisciplinar da saúde em geral e da medicina em
particular. Este caderno de resumos é prova concreta dessa
diversidade e riqueza.
Bom proveito,
Prof. Rodrigo Pastor Alves Pereira
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
AVALIAÇÃO DE AÇÕES EDUCATIVAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E
DA CONVIVÊNCIA COM A DOR CRÔNICA NA ESF BEM VIVER – CACHOEIRA DO
CAMPO, OURO PRETO - MG
Aihancreson Kirchoff Vaz Oliveira
Breno Bernardes de Souza
Liliane Alves Matos
Natália Corrêa de Assis
Nayane Maia Moura
Patrícia Junqueira Resende
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Ana Paula Pereira Carlota
Raphaela Caroline Damas de
Oliveira
Introdução: Qualidade de Vida (QV) é um termo subjetivo e amplo, influenciado por várias
dimensões, que são marcas de sociedades e culturas diferentes. Uma dimensão de grande influência
na QV é a saúde, já que sem ela não é possível sentir-se bem. Dentre as facetas da saúde, as dores
crônicas – dores persistentes por mais de três meses – interferem na QV do indivíduo em vários
níveis, como no psicológico, social, físico e religioso. Os distúrbios orgânicos que levam à dor
crônica não estão bem elucidados e o tratamento farmacológico não é tão eficiente. Assim, seu
tratamento é sintomático e visa restaurar o desempenho e QV do paciente, sendo as atividades
físicas e fisioterápicas uma possibilidade. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida e a convivência
com a dor em pessoas com dores crônicas antes e depois de intervenções realizadas por um grupo
operativo com ensino de técnicas fisioterápicas. Metodologia: selecionou-se 19 participantes com
queixa de dores prolongadas. O grupo teve seis encontros em um espaço reservado para o
ensinamento das técnicas educativas fisioterápicas. No primeiro e no último encontro, foram
aplicados 2 questionários: o WHOQoL-Bref1 e o Brief Pain Inventory
2 (versão reduzida),
destinados a aferir qualidade de vida (nos domínios físico, psicológico, social e ambiental) e
quantificação da dor, respectivamente. Resultados: Quatro indivíduos desistiram e seus dados não
foram incluídos na análise. Os resultados do WHOQoL-Bref, antes e após a ação, sugerem melhora
na QV. No domínio físico, na primeira aplicação, o escore obtido foi 63,23 e, na segunda, 71,93; no
domínio psicológico, na primeira aplicação, o escore foi 61,51 e, na segunda, 70,83; no domínio
social, na primeira aplicação, 65,44 e, na segunda, 75,59; no domínio ambiente, na primeira
aplicação, 67,38 e, na segunda, 72,67. Quanto ao Brief Pain Inventory, a análise dos dados revelou
que, na primeira avaliação, a média da pontuação das questões de dimensão da intensidade da dor
foi 3,77 e, na segunda aplicação, 2,98. Na dimensão da interferência da dor nas atividades gerais, a
média da pontuação das questões na primeira avaliação foi 2,90 e, na segunda aplicação, 2,71. Em
relação ao diagrama corporal do Brief Pain Inventory para a localização da dor, observou-se
diminuição da área de dor dos participantes após a ação educativa. Esta última análise se deu pela
visualização da área corporal colorida em vermelho nos diagramas. Conclusão: A intervenção
educativa do grupo operativo parece ter melhorado a QV das pessoas, bem como reduzido a dor
percebida. É necessário aprofundar a avaliação e ampliar o número de participantes para confirmar
esta hipótese.
Palavras-chave: dor crônica; qualidade de vida; atividades fisioterápicas.
Referências:
1. FLECK, Marcelo PA et al. Application of the Portuguese version of the abbreviated
instrument of quality life WHOQOL-bref. Rev. Saúde Pública. 2000, v.34, n.2, pp. 178-
183.
2. FERREIRA, Katarine A., TEIXEIRA, Manuel Jacobsen, MENDONZA, Tito R,
CLEELAND Charles S. Validation of brief pain inventory to Brazilian patients with
pain. Support Care Cancer (2011) 19:505–511, 2010.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
O PAPEL DA ATENÇÃO PRIMARIA NO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO, PREVENÇÃO E
PROMOÇÃO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS DO BRASIL.
Christiane Felício Torres
Larissa Lauriano Amaral
Nathália Alves Pedroso
Kassio Lohner Prado
Túlio Henrique Versiani de Oliveira
Palmira de Fátima Bonolo
Introdução: Diabetes e Hipertensão são as principais doenças crônicas da saúde publica
brasileira. Estas doenças representam grande custo econômico para o governo, visto que ambas
demandam altos custos para o seus respectivos tratamentos, além alto custo não econômico para
essas doenças como o impacto da doença nas famílias, amigos e comunidade a qual o portador
pertence. A Atenção Primária possui um importante papel frente a esse quadro. Seus pilares,
prevenção, promoção, diagnóstico, tratamento e reabilitação fazem parte de um conjunto de
intervenções de saúde que devem ser focados para que melhorias frente às doenças crônicas
possam ser atingidas. Portanto, o sistema de Atenção Primária deve ser orientado de forma a
lidar com os problemas educativos, de comportamento, nutricionais e de assistência e cuidado
continuado que estão impulsionando as doenças crônicas, principalmente, a diabetes e a
hipertensão.
Objetivos: Explicitar o papel da atenção primária na prevenção e promoção das principais
doenças crônicas do brasil, estabelecendo parâmetros de comparação de dados nacionais e
regionais, através dos dados do hiperdia.
Discussão: As doenças cardiovasculares representam hoje no Brasil as maiores causas de
mortes. O numero estimado de portadores de diabetes e hipertensão é de 23 milhões. Na região
de Ouro Preto-Minas Gerais, o distrito de Antônio Pereira apresenta o diagnóstico de ambas as
doenças em cerca de 11,9% da população( dados do cadastro do hiperdia). O diabetes mellitus
se configura hoje como uma epidemia mundial sendo um grande desafio para os sistemas de
saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de
estilos de vida pouco saudaveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os
grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes. A carga econômica
dessas doenças produz elevados custos para os sistemas de saúde e da previdência social devido
à mortalidade e invalidez precoces.
Conclusões: A política da atenção primaria a saúde em Minas Gerais vem sendo implantada
através do Programa de Saúde da Família, atuando na prevenção e promoção das doenças
crônicas, através do cadastro do hiperdia. No município de Ouro Preto cerca de 43.3% é
hipertensa, no distrito de Antônio Pereira o cadastro do hiperdia registrou cerca de 96,3% de
hipertensos, 3,7% de diabetes exclusivos e 11,9% de portadores simultaneos dessas doenças.
Palvras Chave: Atenção primária, Hiperdia, doenças crônicas
Referências:
1-RAMIRO, L.P.; ARAUJO, S.A.; CRUZ, T.A.R.; BONOLO, P.F. Paciente de Ouro:Fatores de
Risco em Pacientes Hipertensos na APS. In: XI Congresso Brasileiro de Medicina de Família e
Comunidade, 2011.
2-MINAS GERAIS, Escola de Saúde Pública. Implantação do plano diretor da atenção primária
á saude, 2009.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
PROJETO “MENOS SAL, MAIS VIDA”: AÇÃO EDUCATIVA PARA O
CONTROLE DA HIPERTENSÃO E PREVENÇÃO DE AGRAVANTES NA
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DE PADRE VIEGAS, MARIANA – MG
Guilherme Rezende
Isabella Neiva
Laura Sefair
Laurice Freitas
Michelle Montrezor
Adriana Maria de Figueiredo.
Taís Efigênia de Faria
Introdução: O projeto foi realizado no Posto de Saúde de Padre Viegas, distrito de Mariana –
Minas Gerais, após realização de reunião com a equipe do Posto e análise de dados fornecidos
pela mesma, na qual verificamos, dentre os principais problemas de saúde da população, a
presença de um grande número de hipertensos. Devido a isso, iniciamos um trabalho de ação
educativa focado nesse grupo, sendo que fomos os primeiros acadêmicos a realizarem um
projeto educativo nesse distrito. Objetivos: Iniciar um trabalho de ação educativa, mostrando à
população atendida a importância e a necessidade do auto-cuidado, além da interação com a
equipe do Posto de Saúde e com o grupo operativo na promoção a saúde. Pretendemos, também,
detectar as principais dúvidas a serem esclarecidas em relação à doença e as principais
demandas referentes ao Posto de Saúde, visando direcionar trabalhos futuros.
Desenvolvimento: Foi realizada análise de dados da população cadastrada no PSF, com
posterior separação de quatro grupos de hipertensos, que participariam de dinâmicas em quatro
dias diferentes. Em cada encontro completamos as fichas de hiperdia, coletamos dados
antropométricos e realizamos duas dinâmicas. A primeira, “Dinâmica do Espelho”, foi realizada
para falarmos a respeito da importância de cada um para o projeto e da necessidade do auto-
cuidado. A segunda dinâmica, denominada “Dinâmica da Batata-quente”, consistiu em
perguntas feitas aos participantes a respeito da doença. Assim poderíamos detectar o
conhecimento que eles possuem sobre a hipertensão e a forma com que lidam com ela. Algumas
dúvidas puderam ser esclarecidas durante os encontros. Além disso, abrimos um espaço ao final
das dinâmicas para que cada participante pudesse falar o que aprendeu naquele dia e quais
assuntos gostaria que fossem abordados em encontros futuros. Resultados: A população se
mostrou interessada e receptiva aos encontros. Além disso, se tornou mais informada a respeito
do funcionamento do PSF, o que pode levar a uma maior relação entre ela e a equipe do Posto.
A intervenção contribuiu de forma valorosa para o grupo, pois aprendemos a lidar com pessoas
que possuem conhecimento restrito em relação à doença, melhorando nossa comunicação e nos
acrescentando tanto como indivíduos quanto como acadêmicos. Quanto às demandas
apresentadas pelos participantes, as principais foram a aquisição de glicosímetros para o Posto,
a presença de um fisioterapeuta e o esclarecimento futuro de dúvidas pontuais, como “o que é
colesterol”. Conclusão: A maioria das pessoas desconhece a definição correta da doença.
Porém, quanto às consequências e às formas de controle, mostraram ter um conhecimento
básico, apesar de defasado. De uma forma geral, os participantes não seguem todas as
recomendações para o controle da hipertensão, mesmo aqueles que mostraram maior
conhecimento. Verificou-se a importância de se iniciar um grupo operativo para estabelecer um
primeiro contato conscientizador com a população, abrindo espaço para realização de trabalhos
futuros. É importante, também, o empenho da equipe em atrair a população para as atividades
educativas. Existe dificuldade em se obter resultados altamente eficazes, pois muitas pessoas já
possuem pensamentos e opiniões pré-formadas e difíceis de serem mudadas.
Palavras- chave: hipertensão, Padre Viegas, prevenção.
Referências:
1. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção a saúde do adulto:
hipertensão e diabetes. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. p.198. Disponível em:
<http://www.saude.mg.gov.br/publicacoes/linha-guia/linhas-
guia/LinhaGuiaHiperdia.pdf />. Acessado em 09 de mar. 2011.
2. ZIMERMAN, D. E. & OSORIO, L .C. Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre,
1997: Artes Médicas.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
MORTALIDADE INFANTIL NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO
CARACTERIZANDO A POPULAÇÃO PEDIÁTRICA
Fabiana Paula Bueno da Silva
Fernanda de Faria Mariano
Maria Júlia Martins Mourão
Mariana Gonçalves Teixeira
Renata Barbosa Nogueira
Roberta Alves Pereira
Talles Augusto Martins Gomes
Fátima Lúcia Guedes Silva
Introdução: A taxa de mortalidade infantil é uma referência que caracteriza o desenvolvimento
socioeconômico de uma determinada região. A partir deles é possível relacionar as condições de
saúde infantil e as condições socioeconômicas e ambientais da população de um determinado
espaço de convivência. Em Ouro Preto, as taxas foram analisadas pelo grupo e identificadas
como altas em relação ao aceitável pela OMS(10 mortes para cada mil nascimentos). A
mortalidade infantil por causas evitáveis é uma problemática de ordem mundial que atrai cada
vez mais as atenções das áreas de saúde, e por isso, é relevante propor algumas soluções.
Objetivos: Caracterizar a população pediátrica de Ouro Preto considerando a mortalidade
infantil e propor subsídios para políticas públicas. Realizar uma comparação entre dados
nacionais e do município, estudando os fatores determinantes que culminam na mortalidade
infantil de Ouro Preto. Metodologia: Estudo retrospectivo e descritivo, utilizando dados
fornecidos ou divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto, pelo Painel de
Monitoramento de Mortalidade Infantil e Fetal do Ministério da Saúde (DataSUS), e pelo
Comitê de Prevenção de Óbitos Maternos e Infantis da Microrregião de Itabirito. Resultados: A
partir da análise numérica dos dados, nota-se que os índices de mortalidade infantil no
município de Ouro Preto, por mais que se identifique no decorrer das últimas décadas uma
melhora, encontram-se ainda indesejáveis dentro dos parâmetros da OMS. Os óbitos neonatais
precoces são os mais significativos nessas taxas. Em 2009, por exemplo, foram registrados 13
óbitos em 796 partos e destes, seis eram neonatos precoces, perfazendo, portanto, quase 50% da
amostra. Conclusões: A caracterização da população pediátrica dentro dos parâmetros de
mortalidade permite identificar as necessidades ou falhas do sistema de saúde e a partir disso,
sugerir políticas públicas com objetivo de sanar esses problemas. O investimento em saúde
materna, por exemplo, envolvendo a atenção primária, promovendo o acompanhamento pré-
natal é fundamental para uma gestação saudável. Além disso, a infraestrutura para neonatos
precoces e o acompanhamento pediátrico durante os partos (Portaria 031/SAS-MS) são
condições que devem ser seguidas para contribuir para a melhora dos índices do município.
Palavras-chave: Mortalidade infantil; população pediátrica; neonatos precoces.
Referências:
1. Painel de monitoramento da Mortalidade infantil e fetal. Disponível em:
<http://svs.aids.gov.br/dashboard/mortalidade/infantil.show.mtw>. Acesso em: 16 de
junho de 2011.
2. GUERRA, Adriana. Comitê de Prevenção de Óbitos Maternos e Infantis da
Microrregião de Itabirito. Itabirito, Junho de 2011. (Comunicação Oral)
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
AÇÃO EDUCATIVA SOBRE VERMINOSES ENDÊMICAS NA REGIÃO DO PSF-
VIDA (CACHOEIRA DO CAMPO/MG)
Bryan Ferraz Freitas
Jordan Mariano de Souza Araújo
Mariana Augusta Sacramento Sobral
Marcos Santana Firme
Marcos Vinicios Rasmussen
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
INTRODUÇÃO: As verminoses apresentam, ainda hoje, uma ameaça à saúde da
população brasileira, principalmente nas zonas rurais, sendo responsável por
significativo número de intervenções curativas nos centros de saúde brasileiros. A
prevalência de uma dada parasitose reflete deficiências de saneamento básico, nível de
vida, higiene pessoal e coletiva, sendo a educação uma ferramenta de combate a essas
doenças. OBJETIVO: Fazer dos estudantes do CAIC disseminadores de conhecimento
sobre as principais verminoses que acometem a sua região (ascaridíase, teníase,
cisticercose, oxiurose e esquistossomose), por meio de uma ação educativa lúdica,
visando prevenir a transmissão das doenças aos alunos e às pessoas de seu convívio.
MÉTODOS: Foi desenvolvida uma palestra na qual se utilizou vídeos, gravuras e
textos didáticos para tornar a apresentação mais envolvente e facilitar a compreensão
dos estudantes. O CAIC foi o local escolhido para a atuação do grupo. Com o intuito de
concretizar a temática trabalhada, obtivemos parasitas provenientes dos laboratórios de
parasitologia e zoologia do Departamento de Ciências Biológicas da UFOP. A fim de
verificar o aprendizado com a intervenção, foi montada uma dinâmica, na qual os
alunos foram divididos em grupos que deveriam montar o ciclo de uma das parasitoses.
RESULTADOS: Ao termino da oficina e da dinâmica, pode-se dizer que o do
conhecimento grupo de alunos foi consolidado, pois os alunos corretamente
identificaram os ciclos na atividade lúdica. DISCUSSÃO: A oficina e a dinâmica
ocorreram no auditório da escola que possui capacidade para se trabalhar com as duas
salas do sétimo ano na data em que não estava prevista a ocorrência de nenhuma
paralisação dos professores da rede municipal. As conversas paralelas foram um
empecilho durante a apresentação da oficina devido ao grande número de alunos
(aproximadamente 60). As paralisações escolares e a paralisação dos técnico-
administrativos da UFOP impediram-nos de cumprir as mesmas oficinas com as turmas
do oitavos anos. Também não podemos atribuir essa concretização do saber à oficina ou
às aulas ministradas pelo professor de ciências ou a ambos. CONCLUSÃO: Para
afirmar se a ação educativa foi efetiva ou não com os alunos do CAIC e tornar os
estudantes disseminadores de conhecimento é preciso um trabalho contínuo em
conjunto com a escola por um período prolongado. Seria interessante também a
realização de uma palestra para conscientizar os pais dos estudantes e as cozinheiras
escolares da comunidade sobre os perigos dessas verminoses e como evitá-las, já que
esses são os responsáveis pela preparação dos alimentos, principal via de contaminação
de verminoses.
Palavras-chave: verminoses, atividade lúdica, ação educativa.
Referências:
1. FREI, Fernando; JUNCANSEN, Camila; RIBEIRO-PAES, João Tadeu.Levantamento
epidemiológico das parasitoses intestinais: viés analíticodecorrente do tratamento
profilático. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n.12, Dec. 2008 . Available
from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2008001200021&lng=en&nrm=iso>.access on 20 June 2011. doi:
10.1590/S0102-311X2008001200021
2. FERREIRA, Glauco Rogério; ANDRADE, Carlos Fernando Salgueirosa. Alguns
aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais e avaliação de uma
intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP. Rev. Soc. Bras. Med.
Trop., Uberaba, v. 38, n. 5, Oct. 2005. Available from
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-
86822005000500008&lng=en&nrm=iso>. access on 20 June 2011. doi:
10.1590/S0037-86822005000500008.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
PROJETO FALA SÉRIO – EDUCAÇÃO SEXUAL PARA ADOLESCENTES E SUAS
DIFICULDADES DE REALIZAÇÃO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE – VIDA, CACHOEIRA
DO CAMPO, DISTRITO DE OURO PRETO – MINAS GERAIS
Gabriel Guandalini
Gustavo Resende Furtado
Joyce Carvalho Martins
Marília Fontenelle e Silva
Naline Silva Jaques
Leonardo Savassi
Norberto José dos Reis
Introdução: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) desenvolvido
no primeiro semestre de 2011 na Unidade Básica de Saúde- UBS Vida, em Cachoeira do
Campo, distrito de Ouro Preto, Minas Gerais teve como foco o desenvolvimento de
intervenções com a faixa etária adolescente. Para isso, levantou-se as principais necessidades da
comunidade e, por meio de depoimentos de profissionais da área de saúde e de educação e pelos
dados fornecidos pela UBS, verificou-se a relevância da intervenção. Criou-se o Projeto Fala
Sério que abordaria o tema sexualidade, tendo como local de atuação a Escola Munipal
Professra Haydée Antunes, e como público-alvo os alunos do sexto ano do Ensino Fundamental.
Durante a intervenção, foram encontradas dificuldades para a realização do Projeto planejado,
que mudou, no decorrer do processo, a forma de abordagem e as atividades pretendidas pelo
grupo. Assim, decidiu-se incluir a discussão desses empecilhos na temática do trabalho.
Objetivos: Acrescentar informações acerca do tema sexualidade em sua abrangência aos
adolescentes da escola, de modo que esses possam fazer suas próprias escolhas a partir do que
lhes foi passado; desmitificar preconceitos e quebrar tabus a respeito do tema apresentado;
expor as principais dificuldades em se desenvolver atividades de intervenção no programa PET-
Saúde. Desenvolvimento: Inicialmente foi planejado uma intervenção educativa com aulas e
dinâmicas expositivas com os alunos do sexto ano da escola sobre o tema sexualidade. A
abordagem tangeria os aspectos biológico e psicossocial, buscando não se limitar ao conceito
puramente técnico. Conheceu-se os alunos do sexto ano, por meio de dinâmicas e conversas
informais que introduziram o tema. Realizou-se posteriormente aula expositiva diferenciando os
aspectos envolvidos com a temática e finalizou-se a intervenção com a cartilha “Sexualidade e
Saúde”, que conteria assuntos que não foram abordados nas aulas e incentivaria a procura dos
adolescentes pelo posto de saúde, sendo esta distribuída na escola e na UBS. Durante a
execução do Projeto, o atraso do transporte responsável por levar o grupo à UBS, as diversas
paralisações que ocorreram nas Escolas Municipais de Ouro Preto e os conflitos de opiniões
entre UBS, o grupo e a escola sobre a abordagem do tema com os alunos surgiram como
problemas e provocaram mudanças no cronograma, inviabilizando ações do grupo e mudando a
forma de intervenção direta com os adolescentes. Resultados: Não houve uma forma de
mensurar a efetividade da ação realizada, já que o número de intervenções com os alunos foi
insuficiente. Dessa forma, fez-se necessária a confecção de uma cartilha informativa como
intervenção indireta na faixa etária proposta. Ressaltou-se a complexidade de se desenvolver
ações que envolvam educação em saúde. Conclusão: Trabalhar o tema sexualidade com
adolescentes é de suma importância para garantir a qualidade de vida dos jovens; há inúmeras
barreiras que podem surgir no desenvolvimento de um projeto do PET-Saúde sendo que
algumas delas fogem da esfera de resolução do grupo; é possível contornar eventualidades e
ainda assim realizar algum tipo de ação para a comunidade.
Palavras-chave: sexualidade, ação interventiva, problematização.
Referências: TAQUETTE, S. R. Sexualidade na Adolescência. Portal virtual do Ministério do Saúde, 2005.
CALAZANS, G. Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. Ed.
Fundação Perseu Abramo, São Paulo, 2005.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS COM ADOLESCENTES PARA A VIVÊNCIA
DA SEXUALIDADE E DA ATIVIDADE SEXUAL SEGURA .
Fernanda Souza Pereira
Geysa Carvalho Mendes Silva
Janaína Drumond Rocha Fraga
Marcelo Pinto Maciel
Marina Letícia Massote Couto
Viviane Felício da Cunha Rodrigues
Leonardo Cançado Monteiro Savassi
Deivison Lopes Alves da Silva
Identificação do Problema: A sexualidade é um tema de importância pelas circunstâncias
das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e ao aspecto psicossocial que a envolve. A
iniciação sexual de adolescentes é precoce¹, e 26% das meninas de 15 a 24 anos já
engravidaram, sendo esta gravidez indesejada para 40% delas2. A iniciação sexual não se
acompanha de cuidados com a anticoncepção e prevenção de DST. Objetiva-se neste estudo
promover a educação sexual para adolescentes visando conscientizá-los sobre os riscos da
vida sexual, DST, métodos contraceptivos e incentivar a procura pela Equipe de Saúde da
Família (ESF) para orientação sexual. Cenário: O trabalho desenvolve-se com alunos do 9º
ano escolar, na faixa etária de 13 a 17 anos, da Escola Municipal Juventina Drummond
sobre cuidados para a vida sexual saudável. Sua unidade de saúde de referência é a ESF
Andorinhas, que atende cerca de 5.000 pessoas de Morro Santana e Morro da Queimada.
Desenvolvimento: Foram utilizados métodos pedagógicos verbais, com aulas expositivas
sobre os Sistemas Reprodutores e DST; intuitivos, pela demonstração dos métodos
contraceptivos através de modelos artificiais; e ativos, por grupos de discussão e
apresentação pelos alunos da escola. Realizaram-se cinco encontros com participação ativa
dos alunos. A temática desenvolvida foi: sistemas reprodutores feminino e masculino,
métodos contraceptivos, aspectos gerais das DST, seguidos de um encontro de fechamento.
O trabalho sofreu influência de greves da UFOP e dos servidores municipais. Uma
dificuldade percebida pelo grupo foi trabalhar a sexualidade sem incentivar a vida sexual,
sendo esta também uma preocupação compartilhada pela escola. Resultados. Ao final dos
encontros, a maioria dos alunos demonstrou conhecimento do conteúdo proposto de
maneira expositiva. Conclusão: Questões sobre DST e gravidez indesejada são importes e
muitas vezes ignoradas ou raramente expostas de maneira clara para adolescentes. É
aconselhavel que a orientação sexual para adolescentes inicie-se no lar, onde a própria
família pode desvendar mitos e esclarecer dúvidas. Projetos e campanhas no âmbito escolar
também podem conscientizá-los acerca da sexualidade. Estas abordagens podem minimizar
o contágio por DST e a ocorrência de gravidez indesejada.
Palavras chaves : Saúde do Adolescente, Educação Sexual, Doenças Sexualmente
Transmissíveis;
Referências:
1. FURLANI, Jimena. Sexos, sexualidades e gêneros: monstruosidades no currículo da
Educação Sexual. Educ. rev. [online]. 2007, n.46, pp. 269-285. ISSN 0102-4698. doi:
10.1590/S0102-46982007000200011.
2. CANO, M.A.T.; FERRIANI, M.das G.C. Sexualidade na adolescência: um estudo
bibliográfico. Rev.latino- am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
“FALA SÉRIO” - EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ADOLESCENTES
DO DISTRITO DE BANDEIRANTES EM MARIANA-MG
Douglas Donadone Soares
Pauline Dias Soares
Rodrigo Magno
Vinícius Chinellato L. de Carvalho
Adriana Maria de Figueiredo
Silvia Vilaça
Caroline M. Magalhães
Janaína Bartelega
Maria Gabriela R. Madeira
Natália Carvalho
Thales Miranda Sales
Introdução: A falta de oportunidade para construir e concretizar um projeto de vida pode levar
o jovem a um futuro menos promissor, podendo ocasionar problemas sociais como alcoolismo,
violência doméstica, drogadição e diminuição da expectativa de vida. Com base na necessidade
da população jovem em ter uma melhor perspectiva de vida, assim sendo capazes de ter
condições melhores de vida e trabalho, foram realizadas atividades com pré-adolescentes e
adolescentes do 6º ao 9º ano da E. E. Cônego Mauro de Faria, da comunidade de Bandeirantes,
distrito de Mariana-MG, através do PET-Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho em
Saúde) em associação com a disciplina de Práticas em Serviços de Saúde II, do curso de
Medicina. Objetivos: Estimular o senso crítico nos jovens participantes e aumentar o
conhecimento de temas como sexualidade, afetividade, higiene, autoestima, entre outros.
Desenvolvimento: Sob a temática da melhoria da perspectiva de vida dos alunos, sexualidade e
doenças sexualmente transmissíveis, foram realizadas dinâmicas, grupos de discussão e
exposições dialogadas. Conclusões: A partir do trabalho desenvolvido com os alunos da escola
em questão verificamos um grande interesse dos mesmos para com os temas discutidos durante
os encontros, o que nos revela a necessidade dessas reflexões ao longo da formação dos jovens.
Os alunos puderam ainda sugerir outros temas, o que poderá ser utilizado em futuros projetos a
serem desenvolvidos pelo PET-Saúde, na comunidade dos Bandeirantes, assim como em outros
locais.
Palavras-chave: Adolescentes, sexualidade, escola.
Referências:
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Saúde na escola – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 96 p.: il. –
(Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica; n. 24)
2. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção à saúde do adolescente: Belo
Horizonte: SAS/MG, 2006. 152 p.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
DEPRESSÃO DO IDOSO
Aline Ferreira Ricieri
Gabriella Noronha Frois
João Luís de Freitas
Maria Gabriela Ribeiro Madeira
Natália Cristina Carvalho de Souza
Samuel Silva Ferreira
Dra. Ana Maria Lopes de Figueiredo
Introdução: A depressão em idosos caracteriza-se como uma síndrome heterogênea quanto à
etiologia e às manifestações clínicas. As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de
um conjunto amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e
abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. Os pacientes e seus familiares nem sempre são
capazes de identificar os sintomas apresentados como decorrentes de um quadro depressivo.
Tais sintomas ainda podem ser confundidos com tristeza ou até mesmo como uma tentativa de
chamar a atenção dos familiares. Objetivos: O grupo teve como objetivo evidenciar a
dificuldade de a sociedade como um todo perceber que a depressão do idoso é uma doença
perigosa e frequente, que pode provocar danos psicológicos e ate mesmo a manifestação de
problemas fisícos. Tentamos ressaltar que a prevenção ainda é a melhor alternativa, devido à
dificuldade de administrar medicamentos, já que esses geralmente são de alto custo e podem
causar efeitos colaterais, que podem agravar doenças pré-existentes. Discussão: A análise de
situações como aposentadoria, luto, perda do status social, perda da capacidade de realizar
atividades rotineiras, podem desencadear um quadro de depressão, que muitas vezes é
negligenciado por médicos e familiares que podem interpretar os sintomas como uma
consequência natural do envelhecimento. Conclusões: Ao analisar o impacto positivo de
projetos como o RecriaVida de Mariana, que visa melhorar a qualidade de vida dos idosos,
concluímos que a criação de mais programas voltados para a promoção da saúde mental e física
destinados a essa faixa etária são de fundamental importância para a prevenção e para o
tratamento eficaz da depressão do idoso. Porém, não se deve excluir a importância da
participação da família na percepção dos sintomas, no estímulo à prevenção e nos cuidados com
o tratamento.
Palavras-chave: depressão do idoso, envelhecimento, diagnóstico
Referências:
1. Cançado,F .A. Noções Práticas de Geriatria. Belo Horizonte,1994. Coopmed Editora.
2. Guimarães, R.M; Cunha, U.G.V. Sinais e Sintomas em Geriatria, 2ª Edição. Editora Atheneu.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
PROJETO DE INTERVENÇÃO NO LAR SÃO VICENTE DE
PAULO PARA MELHORA DO QUADRO DEPRESSIVO E DA
QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS – PSF ALVORADA, OURO
PRETO – MINAS GERAIS
Rafael Resende do Vale
Filipe Vidica Teodoro Barcelos
Leonardo Augusto Panzera
Taylla Mendes
Prof. Dr. Leonardo Savassi
Maria Luiza Introdução: Graças à transição demográfica, o número de idosos está crescendo
enormemente. Esse fato, com certeza, é motivo de comemoração. Mas, ele também traz
vários problemas, cujo principal é uma nova procura por atendimentos médicos, pois os
idosos necessitam de um atendimento especial. Atendimento este que é voltado para as
peculiaridades dos idosos, incluindo as doenças que mais os acometem: doenças
cardiovasculares, doenças cérebro–vasculares, câncer, artrite, diabetes e transtornos
mentais, sendo a depressão o principal. No caso da depressão, o número de idosos afetados
torna-se ainda maior se analisarmos os que foram abandonados pelas famílias. Segundo
vários estudos, os idosos institucionalizados são os que mais sofrem de depressão. Por isso,
surgiu o interesse do grupo de trabalhar em um asilo para tentar melhorar esse quadro
depressivo. O asilo escolhido foi o Lar São Vicente de Paulo, localizado no bairro Cabeças,
aonde residem 65 idosos, sendo a maioria dependente para atividades de vida diárias básicas
e alguns apresentando características depressivas. Objetivos: É importante salientar que
esse projeto de intervenção é um projeto de longa duração (2 anos), e que foi designado para
nosso grupo apenas a aplicação e análise dos questionários que avaliam os quadros
depressivos nos idosos. Dessa forma, o objetivo específico do grupo foi: avaliar os quadros
sugestivos de depressão nos idosos no início da intervenção. E o objetivo geral do projeto é:
tentar melhorar o quadro depressivo e a qualidade de vida dos idosos. Metodologia: Antes
de iniciarmos a aplicação dos questionários, foi necessária a aplicação do TCLE (Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido) com os idosos participantes. Depois disso, iniciamos
então a aplicação das Escalas Geriátricas de Yesavage e de Whoqol, que avaliam os quadros
depressivos em idosos e o Índice de Katz, que avalia a dependência para atividades de vida
diárias básicas. Com o termino da aplicação dos questionários, iremos iniciar as
atividades/dinâmicas com os idosos. E ao fim do projeto, iremos aplicar os questionários
novamente para avaliar se houve alguma melhora no quadro depressivo dos idosos
participantes. Resultados: Os questionários foram aplicados com 34 idosos. A análise das
escalas que avaliam os quadros sugestivos de depressão mostrou que 23 idosos estão
normais, 5 apresentam indícios de quadros depressivos leves e 6 apresentam provável
depressão severa. A análise do Índice de Katz mostrou que 23 idosos são independentes, 2
são parcialmente dependentes, 1 é dependente e 8 são totalmente dependentes para
atividades de vida diárias básicas. Nós buscamos ainda uma relação entre os dois
questionários e observamos que os idosos dependentes para atividades de vida diária básicas
possuem os maiores índices de depressão dentre os outros idosos do asilo. Conclusão: A
partir da análise dos questionários foi observado que os idosos do Lar São Vicente de Paulo
confirmam a tese de que idosos institucionalizados possuem maiores índices de depressão, o
que acaba justificando os objetivos da nossa intervenção no asilo, ou seja, a intervenção se
faz necessária no asilo, como já esperávamos. Esperamos agora por meio das atividades
trazer algum benefício à vida dessas pessoas.
Palavras-chave: depressão, idosos institucionalizados e intervenção.
Referências:
1. CHELONI, C. F. P., PINHEIRO, F. L. S., FILHO, M. C., MEDEIROS, A. L.
Prevalência de depressão em idosos institucionalizados no município de
Mossoró/RN segundo escala de depressão geriátrica (Yesavage). Expressão,
Mossoró, 34(1-2); p. 61-73; jan.-dez.-2003.
2. GAZALLE F. K. et al. Sintomas depressivos e fatores associados em população
idosa no sul do Brasil. Rev. de Saúde Pública, 38(3), p. 365-71, 2004.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
ATIVIDADES EDUCATIVAS E RECREATIVAS
COM GRUPOS DE IDOSOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA
FAMÍLIA-1 CABANAS EM MARIANA – MG Bárbara Alves Salgado Costa
Camila Biazussi Damasceno
Maíra Lopes Xavier
Mirla Fiuza Diniz
Nícolas Santos de Oliveira.
Adriana Maria de Figueiredo
Kássia Castro Correa
Introdução: A área de abrangência da Estratégia de Saúde da Família-1 (ESF-1) localizada em
Marina- MG, ilustra a tendência demográfica brasileira de envelhecimento da população, já que
apresenta um número relativamente grande de idosos adscrito e ainda não oferece opções de
lazer ou atividades educativas no contexto da saúde desse grupo etário. Objetivo: Melhorar a
qualidade de vida dos idosos, promover a aproximação entre os integrantes do grupo operativo e
a unidade de saúde, através de atividades recreativas e educativas. Metodologia: Os idosos
foram divididos em três grupos, de aproximadamente 20 integrantes, para possibilitar maior
contato e maior atenção a cada um deles. Visando conhecer melhor as preferências do grupo
atendido pelo projeto, foi elaborado um questionário para ser aplicado no primeiro encontro.
Após o primeiro contato, os dados obtidos pelos questionários serviram de base para o
planejamento das atividades subseqüentes. Os grupos operativos seriam reunidos,
aproximadamente, uma vez por mês e contarão com atividades educativas e recreativas
desenvolvidas previamente pela equipe do PET-Saúde. Resultados: Nos três encontros
realizados podemos perceber a boa aceitação e interesse dos integrantes do grupo. Com isso
espera-se que os nossos objetivos de melhorar a qualidade de vida dos idosos, de intrui-los para
o auto-cuidado e aproxima-los da unidade de saúde sejam alcançados. Conclusão: A boa
aceitação dos idosos pelas atividades desenvolvidas pela equipe do PET-Saúde demonstra que
existe a necessidade do desenvolvimento de programas voltados para a atenção a essa faixa
etária, visando a melhoria da qualidade de vida dessa crescente população.
Palavras-chave: Atividades educativas e recreativas, Idoso e Atenção Básica de Saúde.
Referências:
1. Garrido, R. e Menezes, P. R. O Brasil está envelhecendo: boas e más notícias por uma
perspectiva epidemiológica. Rev Bras Psiquiatr 2002;24(Supl I):3-6.
2. Ministério da saúde. Cadernos de atenção básica: envelhecimento e saúde da pessoa
idosa. Brasília, DF; 2006
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
TRANSTORNOS MENTAIS E AS ESTRATÉGIAS DE
ACOLHIMENTO DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE BRASILEIRA
Amanda Freire Vieira
Heloisa Cirilo Sousa
Raquel Domingos da Costa
Waleska Brito Rabelo
Wanessa Torres Bernardes
Professor Dr. Márcio A. Moreira Galvão
Professor Hugo Alejandro Cano Prais
Introdução: Transtornos mentais acometem a população brasileira e tornam-se mais comuns a
cada dia. Foi pensando nesse assunto que o grupo escolheu abordar três doenças muito
frequentes, como: o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que é um transtorno de
ansiedade caracterizado por obsessões; a Síndrome do Pânico, que se manifesta com uma
ansiedade em pico; e o Transtorno Bipolar do Humor, que se caracteriza por variações extremas
de humor. Objetivo: O projeto tem como objetivo buscar uma maior compreensão sobre o
assunto, bem como um maior conhecimento sobre o suporte oferecido a esses doentes pelo
sistema público de saúde e a atitude da sociedade com relação aos doentes. Metodologia:
Foram realizadas pesquisas sobre os distúrbios abordados e também a sua relação com o sistema
de saúde público brasileiro, com enfoque na cidade de Ouro Preto. Especialistas foram
entrevistados e posteriormente realizou-se um questionário com a população para se conhecer o
grau de informação acerca do assunto. Resultados: O questionário mostrou que é de
conhecimento da maioria da população as três doenças abordadas (sendo a Síndrome do Pânico
do conhecimento de todos), como também pessoas que tiveram pelo menos uma delas. Com
relação à ajuda que essas pessoas procurariam, houve várias sugestões, sendo a ajuda de
psicólogo e/ou psiquiatra a mais comum. Além disso, a grande parte dos entrevistados acredita
que o SUS não está preparado para receber os doentes e que a população possui preconceito
com essas pessoas.Conclusão: Após realização do trabalho, chega-se à conclusão que a
população apresenta um breve conhecimento das doenças, pois ainda desconhece alguns
aspectos relacionados a esses distúrbios, tais como o diagnóstico e seu tratamento. Apesar de o
SUS apresentar em sua estrutura um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), a população
acredita que esse sistema não esteja preparado para atender os doentes, uma vez que ela não
conhece esse serviço que é pouco divulgado.
Palavras-chave: Transtornos mentais; Centro de Atenção Psicossocial (CAPS); Sistema
Público de Saúde (SUS).
Referências:
1. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_caps.pdf.
Acessado em 18/06/2011.
2. AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial, 2.ed.,Rio de Janeiro,2008.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
CURSO DE MEDICAMENTOS E URGÊNCIA/EMERGÊNCIA:
FORMAÇÃO CONTINUADA DOS MONITORES DA COMUNIDADE
DA FIGUEIRA, CASA LAR ESTRELA E APAE – MARIANA, MG
PROJETO ACOLHER NA FIGUEIRA Bárbara Vidigal dos Santos
Keilly Fonseca e Andrade
Lillian Guimarães de Faria
Lívia do Ó e Souza
Luiza Fagundes Lima
Rafaela Carvalho Gersanti
Rayanna Mara de Oliveira Santos Pereira
Thales Miranda Sales
Adriana Maria de Figueiredo
Márcio Antonio Pereira Galvão
Célia Maria Fernandes Nunes
Naiara Alves
PET-Pedagogia
Pollyana Zadra Valadares
Ricardo Luis Narciso Moebus
Identificação do problema: O despreparo dos cuidadores de deficientes de diversas
instituições de Mariana-MG para lidar com situações cotidianas que exigem atendimento de
urgência/emergência e administração de medicamentos. Cenário: A Lei de Diretrizes e Bases
da educação número 9394 prevê a introdução de portadores de necessidades especiais no ensino
regular, desde que amparados por profissionais especializados. Na Comunidade Figueira, que
assiste deficientes físicos e mentais, os cuidadores não possuem conhecimento específico de
noções básicas de urgência/emergência e do uso de medicamentos. Outra dificuldade dessa
instituição é a competição entre os cuidadores que compõem a equipe. Desenvolvimento:
Realizamos visitas de campo para diagnóstico das necessidades da Comunidade Figueira, como
o déficit de capacitação para lidar com crises convulsivas, com desmaios, com superdosagem de
medicamentos e outras intercorrências. Com auxílio de profissionais de saúde do Previne de
Mariana, elaboramos um curso de primeiros socorros na forma de quatro estações: desmaio
visto e engasgo; desmaio encontrado e parada cardiorrespiratória; crise convulsiva, crise
conversiva e febre; ferimentos e queimaduras. Durante o curso, os cuidadores tiveram
oportunidade de colocar em prática o conteúdo aprendido. Confeccionamos, junto ao PET-
Pedagogia, uma apostila para esse curso, como posterior fonte de consulta. Para abordar a
questão da superdosagem de medicamentos, recebemos informações do professor de psiquiatria
da Universidade Federal de Ouro Preto sobre as classes de medicação utilizada pelos deficientes
da Comunidade Figueira. O curso de medicamentos foi ministrado na forma de palestra com
auxílio do professor Márcio Galvão, na qual abrimos espaço para discussões sobre
superdosagem, bem como para relatos vivenciados pelos cuidadores. Além de auxiliar na
apostila, o PET-pedagogia nos ajudou a montar a programação do dia dos cursos: o cronograma
das atividades e as dinâmicas de integração e confiança para tentar resolver a desagregação da
equipe da Figueira. No dia dos cursos, também foi ministrada uma palestra sobre o que é
deficiência, pelo sociólogo Ubiratan Vieira. Ao fim do dia, distribuímos aos participantes
questionários nos quais constavam questões sobre a relevância e a efetividade dos cursos
realizados. Principais resultados: Constatamos que os cuidadores demonstraram desenvoltura
em grande parte dos procedimentos básicos de primeiros socorros ensinados. O curso de
medicamentos suscitou muitas discussões e relatos de casos, propiciando uma boa integração do
grupo, assim como as dinâmicas. Identificamos, através dos questionários, uma boa aceitação
do curso e o desejo de estendê-lo a outras instituições. Conclusões: As apresentadas pelos
cuidadores puderam, em sua grande parte, ser sanadas por meio das instruções que fornecemos.
Dessa forma, é evidente que o trabalho realizado por uma equipe multiprofissional consegue ter
um impacto significativo. Vê-se, além disso, que projetos como este são o primeiro passo para a
educação permanente em saúde, pois esta se constrói a longo prazo e com a troca de saberes
entre profissionais e a população.
Palavras-chave: Curso de medicamentos; Curso de urgência/emergência; Despreparo dos
cuidadores.
Referências
1. FRAME, Scott. Atendimento pré-hospitalar ao traumatizado
2. BRASIL 1996, Lei de Diretrizes e Bases
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
MÉTODOS PARA O ESTUDO DA QUALIDADE DE VIDA DE
MÉDICOS E DE ESTUDANTES DE MEDICINA Ana Luiza Martins Reggiani
Bruno de Araújo Pinheiro
Gabriela Oliveira Leopoldo
Jéssica Almeida Horta Duarte
Lígia de Oliveira Barros
Luísa Martino Avelar
Adriana Maria de Figueiredo
Gustavo Meirelles Ribeiro
Introdução: Trabalho desenvolvido a partir de uma revisão literária tem como propósito
analisar a importância da qualidade de vida dos estudantes de medicina e dos médicos,
investigando sobre a dificuldade de se definir um conceito para a qualidade de vida e os seus
métodos de avaliação (quantitativos e qualitativos). Objetivos do estudo: Visamos uma futura
pesquisa sobre a Percepção da qualidade de vida dos estudantes de medicina da Universidade
Federal de Ouro Preto. Métodos: Revisão literária como a primeira parte do nosso trabalho,
tendo em vista que precisamos de maiores estudos no assunto para continuar com o projeto.
Discussão: A qualidade de vida tem sido analisada por meio de diferentes instrumentos de
acordo com a finalidade das pesquisas tais como (citar whoqol, IDH e ets.), mostrando-se
temática de relevância , mas de complexidade ainda não plenamente delineada, o que justifica a
construção de estratégias diferentes e complementares para sua análise. Qualidade de vida é
uma noção eminentemente humana, trata-se de uma síntese cultural de todos os fatores que
determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. É um termo dotado de
relatividade, mesmo dentro de uma mesma sociedade, uma vez que dependente de
conhecimentos, experiências e valores adquiridos não só em coletividade, mas também
individualmente. O curso de medicina é marcado por inúmeros fatores geradores de estresse que
podem influenciar a qualidade de vida do estudante. Para sobreviver a tantos desafios, é
necessário que haja adaptação e mudança de estilo de vida, porém nem sempre essas alterações
são benéficas. Conclusão: O desgaste profissional do médico, devido à falta de tempo, aos
estressores acadêmicos, à sobrecarga de trabalho, fadiga e privação de sono e tempo para lazer,
se reflete na sua vida pessoal, provavelmente em maior medida do que ocorre em outros ofícios.
Palavras-chave: Qualidade de vida, Estudantes de Medicina, Médicos, Saúde
Referências:
1. SEIDL, Eliane Maria Fleury; ZANNON, Célia Maria Lana da Costa. Qualidade de vida
e saúde: aspectos conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.
20, n. 2, Apr. 2004 . Available
from<http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X20040002
00027&lng=en&nrm=iso>. access on 21 June 2011. doi: 10.1590/S0102-
311X2004000200027.
2. RAMOS-DIAS, João Carlos et al . Qualidade de vida em cem alunos do curso de
Medicina de Sorocaba PUC/SP. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 34, n.
1, Mar. 2010 . Available
from<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100550220100001000
14&lng=en&nrm=iso>.ccess on 14 Sept. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-
55022010000100014.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
O CONTROLE SOCIAL DO SUS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO
Wanderley Souza
Christian Gomes Cardoso
Viana
Rodrigo Vilela Venturra
Keyla Aline de Souza Duarte
Luiza Lima
Sílvio Vassão
Andre Silva Groberio
Palmira de Fátima Bonolo
Introdução:O embasamento para a propositura do controle social do Sistema Único de Saúde
(SUS) no município de Ouro Preto está contido na constituição federal de 1988, , na Lei
Orgânica da Saúde e a resolução nº 333, do Conselho Nacional de Saúde. A legislação citada
preconiza o envolvimento da população no controle social do sistema de saúde como forma de
exercício da cidadania, e mecanismo estratégico na garantia do direito à saúde, fundamentado
na democratização do poder decisório no SUS1.Desde o movimento da reforma sanitária, no
início da década de 1970, a participação popular assumiu importante papel na saúde coletiva,
em que os conselhos de saúde vêm convergindo como instâncias de ação política, para
transformar e reconstruir, democraticamente, o espaço público e as relações entre a sociedade
civil e o poder público. Os conselhos facilitam a disseminação de uma cultura participativa
própria de uma comunidade cívica que encontra na justiça, na solidariedade, na equidade, na
confiança e na tolerância seus princípios fundamentais. Estudos têm demonstrado entraves para
a efetiva participação da sociedade civil nos conselhos de saúde, além de uma diversidade no
modo de funcionamento nos municípios brasileiros2. Entrevistas com pessoas envolvidas no
conselho de saúde da cidade de Ouro Preto e análise da legislação municipal 18/98 nos revela
uma noção dos desafios encontrados, e as possibilidades apresentadas para uma efetiva
participação popular no SUS. Objetivo: Diante das perspectivas expostas, o trabalho ora
apresentado tem como objetivo analisar a estrutura e atuação do conselho de saúde de Ouro
Preto nas decisões na área da saúde, destacando os aspectos de previsão legal, além da
legitimidade, representatividade, autonomia, organicidade, permeabilidade, visibilidade e
articulação. Discussão: Embora implementado e atuante, o conselho municipal de saúde de
Ouro Preto, apresenta algumas dificuldades no seu efetivo papel, principalmente em relação a
divergências da legislação municipal e a legislação federal. Dos aspectos analisados, todos
apresentam deficiências, que segundo integrantes do conselho dependem de uma participação
popular mais ampla na formulação e deliberação das políticas públicas, que pode ser feito por
meio de uma articulação entre as Comissões Administrativas de Unidade (CAU) e o conselho e
uma adequação das deliberações da Secretaria de Saúde Municipal com os regulamentos
vigentes. Acrescenta-se, a necessidade de educação permanente dos integrantes do conselho
para que possam atuar de forma a seguir as atualizações legais pertinentes ao exercício de sua
respectiva representatividade.
Conclusões: Os conselhos de saúde representam uma inovação política institucional e cultural
do SUS, apesar dos imensos avanços propostos em lei, ou seja, participação na formulação e
deliberação das políticas públicas em saúde, ainda se vislumbram muitos desafios e conquistas
aos atores envolvidos na efetivação das futuras ações em políticas de saúde pública, como há de
ser em todo processo democrático e de exercício da cidadania. Ademais, vale ressaltar que o
mero funcionamento regular do conselho não garante que exista efetivo controle social. Sugere-
se que outras análises sejam feitas, como forma de levantar e divulgar aspectos relacionados ao
funcionamento dos Conselhos de Saúde, conduzindo ao fortalecimento do controle social no
SUS.
Palavras-chave: controle social do SUS; participação social; cidadania.
Referências:
1.Brasil, Ministério da Saúde. Saúde no Brasil: desafios e perspectivas. Brasília: Ministério da
Saúde; 1988.
2.Correia MVC. Desafios para o controle social: subsídios para capacitação de conselheiros da
saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2005.
APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS
ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS ACERCA DA ESF
(ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA), NO DISTRITO DE
CACHOEIRA DO CAMPO – OURO PRETO – MG
Catarine Alves Silveira
Cecília Carneiro e Silva
Fernanda Mendes de Oliveira Rossi
Letícia Aparecida de Figueiredo
Lídia Lélis Leal
Mariana Cardoso Gomes Segato
Palmira de Fátima Bonolo
Introdução: O sistema de saúde brasileiro vem desenvolvendo intervenções que buscam maiores e
melhores resultados. Com o Programa Saúde da Família (PSF), o Sistema Único de Saúde (SUS)
passou a incorporar atividades de cunho mais coletivo e abrangente, com o objetivo de gerar um
impacto significativo na qualidade de saúde e de vida da população. Na esfera da atenção básica, a
Estratégia Saúde da Família (ESF), uma ampliação do PSF, busca romper com paradigmas
cristalizados e incorpora novo modo de pensar e agir na perspectiva de mudança e conversão do
modelo assistencial. Além disso, o cuidado deve considerar o princípio da integralidade e usuário é
visto como protagonista. Objetivos: verificar se as pessoas utilizam os serviços da ESF e identificar a
percepção de usuários sobre a atuação da ESF e o nível de satisfação da comunidade, por meio de
métodos qualitativos. Metodologia: Para realizar a pesquisa sobre conhecimento e apreciação sobre a
Estratégia Saúde da Família (ESF), houve participação do grupo numa ação da Secretaria de Meio
Ambiente para os moradores de Cachoeira do Campo, Ouro Preto – MG. Houve alerta sobre o
dengue, brinquedos para as crianças, aferição de pressão e aplicação de questionário com perguntas
semi-estruturadas sobre a ESF. Não houve a assinatura de um termo de consentimento livre e
esclarecido. Apenas perguntava-se às pessoas se elas gostariam de responder algumas perguntas, em
caráter de anonimato, para contribuir para a melhora do atendimento da unidade básica de saúde,
caracterizando uma amostra de conveniência. Resultados Participaram 55 pessoas, sendo a maioria do
sexo masculino (n=34; 61,8%), com média de idade de 56 anos (idade mínima de 24 e máxima de 85
anos); com baixa escolaridade (≤ 8 anos) (n=33; 60%; 41,8% com 1º grau incompleto e 18,2% com o
1º grau completo), variando do 1º grau incompleto até superior completo. A maioria dos entrevistados
conhece a ESF (64,8%) e utiliza a ESF (80%) para diversos tipos de atendimentos (consultas,
vacinação, aferição de pressão arterial, glicemia, preventivo ginecológico, etc.). A maioria recebe
vistas domiciliares (52,7%) principalmente das ACS. As principais sugestões dadas pelos
entrevistados para melhoria da ESF foram maior rapidez de atendimento e de resultados de exames, e
aumento do número de profissionais, incluindo inserção de especialistas. Conclusão Apesar de que a
maioria dos entrevistados tenha afirmado conhecer a ESF, percebe-se que a estratégia ainda não é bem
aceita pela população ou ainda não está bem estabelecida no local, visto que alguns usuários ainda
sugerem a presença de mais especialistas na Unidade de ESF (sendo que as especialidades são
características da atenção secundária). Pode-se atribuir esse fato à recente implantação da ESF e
considerar que os usuários estão passando por um período de adaptação a esse sistema.
Palavras-chave: Estratégia de Saúde da Família, percepção, Sistema Único de Saúde, conhecimento.
Referências:
1. NEVES, C. F.; CAVALCANTE, J. P. R.; BEZERRA, J. I. A.; PEREIRA, J. F.;
PITTERI, J. S. M.; BARBOSA, M. A. - Percepções da população sobre o programa
saúde da família em Palmas-TO. Revista da UFG, Vol. 6, No. Especial, dez 2004 on
line (www.proec.ufg.br)
2. ARAÚJO, M.F.S et al. (2005) - O Programa de Saúde da Família (PSF) sob a ótica dos
usuários nas comunidades Santa Clara e Alto do Céu em João Pessoa-PB CAOS -
Revista Eletrônica de Ciências Sociais Número 9 –Pág. 1-15
3. SOUZA, E.C.F. et al (2008) - Acesso e acolhimento na atenção básica: uma análise da
percepção dos usuários e profissionais de saúde Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24
Sup 1:S100-S110
POSTERES
ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO EM PACIENTE COM
LEUCEMIA
Giselle Oliveira Silva
Marco Antônio Marçon
Iure Kalinine Ferraz de Souza
Hugo Correa de Andrade Urbano
Frederico Anselmo
Keyla Chiristy C. Mendes Sampaio
Cunha
Luis Paulo Vilela Lemos Introdução - O termo abdome agudo refere-se a um quadro de dor abdominal súbita de
pouco tempo de evolução, que requer diagnóstico urgente e cujo tratamento, geralmente,
envolve cirurgia. No caso do abdome agudo hemorrágico ocorre dor abdominal de início súbito,
de intensidade moderada, sem sinais de irritação peritoneal importante e com sinais de choque
hipovolêmico diretamente proporcionais à intensidade do sangramento. A Leucemia pró-
mielocítica é um subtipo da Leucemia mielóide aguda, que acarreta em uma redução das três
séries sanguíneas (eritrograma, coagulograma e leucograma), tendo como manifestações
frequentes a anemia, risco aumentado de sangramentos e infecções. Este trabalho apresenta um
caso clínico de abdome agudo hemorrágico em paciente com leucemia pró-mielocítica aguda,
com ênfase nas principais complicações pós-operatórias decorrentes dessa doença. Metodologia
- As informações apresentadas foram obtidas a partir de dados dos registros de internação da
paciente na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Vila da Serra (Nova Lima-MG),
sendo a discussão embasada em revisão da literatura sobre o tema. Resultados - LFAR, 25
anos, gênero feminino, foi submetida a uma laparotomia de urgência após chegada no pronto
atendimento, que identificou cisto ovariano roto e bridas. No pós-operatório imediato foi
admitida com pancitopenia e neutropenia febril, sendo prescrito linezolida, cefepime, ácido
transretinóico (ATRA), e transfusão de concentrado de hemácias e de plaquetas, além de plasma
fresco. Evoluiu com queda dos níveis hematimétricos e derrame pleural à direita no raio-x de
tórax. Hemotórax descartado e síndrome ATRA confirmada após ultrassonografia. Iniciou-se a
quimioterapia, diurético e corticóide. Após 30 dias de internação paciente recebeu alta, mas
voltou ao CTI com quadro de queda do estado geral, febre, palidez cutâneo-mucosa, dispnéia,
taquicardia, sem edema, jugulares planas e presença de lesões sugestivas de mucosite, herpes e
candidíase na cavidade oral. Iniciou com fluconazol e aciclovir, com alta após 60 dias, em bom
estado geral. Encontra-se em recuperação com tratamento quimioterápico. Discussão - É
discutida a redução das células sanguíneas no paciente com leucemia pró-mielocítica aguda,
lembrando-se que o próprio processo quimioterápico também compromete a produção de
hemácias, leucócitos e plaquetas. Isso leva então a um aumento significativo no risco de
sangramentos devido à plaquetopenia e maior risco de infecções devido à leucocitose.
Transfusões de hemácias e plaquetas podem ser usadas como medidas de suporte ao tratamento,
além de antibióticos, mesmo sem se localizar o foco infeccioso. Discute-se ainda o uso do ácido
transretinóico como terapia para Leucemia pró-mielocítica aguda, associado à quimioterapia, e
os efeitos colaterais que podem advir dessa terapia, chamados Síndrome de atra-like. Com a
análise do caso e baseado em dados literários, conclui-se que as possíveis complicações pós-
operatórias em um paciente leucêmico são significativamente mais graves e frequentes, em
comparação com aquelas em pacientes não portadores dessa enfermidade, sendo tal achado de
suma importância em uma abordagem mais específica aos portadores dessa doença.
Palavras-chave: Abdome agudo hemorrágico – Leucemia – Complicações pós-
operatórias
Referências:
1 – Consenso do XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia. Algoritmo no Diagnóstico do
Abdome Agudo. Boletim CBC ed esp; 2006;
2 – Estey E, Dohner H. Acute myeloid leukaemia. Lancet 2006; 368: 1894-907
POSTERES
ABORDAGEM CLÍNICO-CIRÚRGICA INICIAL DO PACIENTE
QUEIMADO Paula Baccarini
Thaís Marina Batisteli Camêlo
Introdução: As queimaduras estão entre as principais causas externas de morte
registradas no Brasil. Os avanços no atendimento hospitalar têm contribuído para a
sobrevivência de pacientes que sofreram trauma térmico, resultando em redução na
taxa de mortalidade entre vítimas de lesões por queimaduras. O médico deve estar
preparado para o primeiro atendimento deste paciente, ou encaminhamento quando
necessário. Objetivo: O objetivo principal é orientar o médico da atenção primária
sobre a melhor maneira de abordar o paciente para que as seqüelas e danos sejam
minimizados e para que o paciente tenha as melhores possibilidades de recuperação.
Metodologia: Para estudo do tema foram usados livros didáticos e artigos
científicos retirados dos bancos de dados Scielo e PubMed. Desenvolvimento: A
abordagem inicial do paciente queimado deve incluir a avaliação da profundidade,
severidade, localização e extensão da queimadura, a escolha do tratamento
apropriado da ferida e anelgesia adequada do paciente. A literatura apresenta
diversas possibilidades de manejo adequado da dor, proteção do local da ferida e
controle de cicatrizes. Para isso, o médico deve conhecer a anatomia da pele,
fisiopatologia da queimadura, bem como os primeiros cuidados ao paciente vítima
de trauma. Conclusão: A abordagem do paciente vítima de queimadura deve ser
integral e multidisciplinar. O médico da atenção primária precisa estar preparado
para prover os primeiros cuidados e saber quando encaminhar para o centro
epecializado. Deve-se considerar que tratamento do paciente queimado tem como
objetivos principais a manutenção da vida e redução das seqüelas futuras.
POSTERES
ABORDAGEM INICIAL DO ATENDIMENTO À URGÊNCIA DO
PACIENTE PEDIÁTRICO COM ANEMIA FALCIFORME
Geysla Almeida Carvalhais Mourão
Lídia Lacerda Guimarães
Luciano de Barros Mendes
Marcos Vinícius Pimentel Cardoso
Keila Cristhy C. M. Sampaio Cunha
Introdução: a doença falciforme é o distúrbio hereditário mais comum, sendo um grupo de
alterações caracterizadas pela predominância da hemoglobina (Hb) S: anemia falciforme
(HbSS), HbSC, S-talassemias e outras. A produção da hemoglobina S decorre da troca de um
aminoácido na cadeia β da globina, alterando as propriedades físico-químicas da molécula
desoxigenada. Isso causa a mudança da forma da célula para a de foice, sendo este o principal
mecanismo fisiopatológico. A gravidade varia, mas muitos têm doença crônica e grave,
exacerbada pelas “crises". A morbidade e a mortalidade resultam de infecções, anemia
hemolítica e de micro-infartos decorrentes de oclusão microvascular. De 1998 a 2001, em
1.060.757 exames, foram encontrados 34.765 pacientes com traço falciforme e 811 com doença
falciforme. Objetivo: Explicitar a conduta médica adequada frente às crises de falcização na
criança. Métodos: Consulta bibliográfica de livros, protocolos de centros de referência e bases
de dados do PubMed, Scielo e Cochrane, acerca do manejo das crises infantis. Resultados: Nas
primeiras 2 décadas, os eventos mais comuns são episódios álgicos, síndrome torácica aguda,
acidente vascular encefálico, crise de seqüestro esplênico agudo e infecções. Crises de dor:
níveis de HbF são inversamente relacionados à freqüência. Muitas vezes a dor é tratada em casa
(40% não apresentam dor que justifique ida ao hospital), sendo a freqüência da dor subestimada
pelas idas ao hospital. A dor costuma preceder a síndrome torácica aguda, que pode ocasionar
falência orgânica múltipla. Assim, dor intensa ou contagem leucocitária muito alta ou de
hematócrito muito baixo, exigem mais cuidado. Deve ser tratada com analgésicos em doses
habituais e fixas, via oral e hidratação (1.5 a 2 vezes o valor das necessidades). Se não houver
melhora, o paciente deve ser internado. Infecções: Patógenos mais freqüentes: bactérias
encapsuladas (o pneumococo causa 70%). Outros: Haemophilus influenzae, estafilococos,
neisseria e mycoplasma. Salmonelas podem ser causa de infecção grave, alcançando o sangue
devido à vaso-oclusão intestinal. Menores de 3 anos são mais propensos a septicemias
(mortalidade de 20%) e meningites. Internação nos casos sem localização do foco infeccioso,
para antibioticoterapia venosa. Crise de Sequestro Esplênico Agudo: 2° causa mais comum de
morte em menores de 5 anos, de etiologia desconhecida, mas infecções virais parecem preceder
a maioria. Hospitalização imediata. Correção da hipovolemia com cristalóides, enquanto se
aguarda a transfusão de hemácias. Síndrome Torácica Aguda: tratamento hospitalar, por tratar-
se de complicação complexa, multifatorial, com alto risco de gravidade e complicação. A
1°causa de morte, em qualquer idade. O tratamento visa corrigir hipoxemia, elevação dos níveis
de hemoglobina e redução da HbS. Acidente Vascular Encefálico: principalmente, em pacientes
com HbSS, raro nos com HbSC e Sβ-talassemias. As crianças são mais afetadas (5% a 10% até
os 17 anos). O tratamento é hospitalar. Devem passar por avaliação neurológica. Crise aplásica:
principal causa é o Parvovírus B19, devido ao tropismo pelas células precursoras eritropoiéticas,
que acomete principalmente crianças de 4 a 10 anos. É transitória e o tratamento consiste na
estabilização hemodinâmica por transfusão de hemácias. Conclusão: Hidratação e analgesia são
fundamentais para o manejo das complicações da anemia falciforme. Opióides são necessários
nas crises álgicas graves. O desenvolvimento de centros de referência é necessário, pois tais
centros nos Estados Unidos reduziram a incidência de natimortos, neomortos e prematuridade.
Palavras chave: anemia falciforme, manejo, crises agudas.
Referências:
1. Protocolo de Atendimento aos Eventos Agudos na Doença Falciforme - Centro de
Educação e Apoio às Hemoglobinopatias (CEHMOB).
2. LEE, G. Richard, BITHELL, Thomas C., FOERSTER, John et al. Wintrobe
Hematologia Clínica. 1.ed. São Paulo: Manole,1998. 2v. 2623p.
POSTERES
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO RISCO DE UM
PACIENTE COM DIABETES E SOROPOSITIVO PARA HIV E
HEPATITE B Bruno Terra Junho
Cássia Rafaela Leão de Brito
Geizon Souza Barbosa
Guilherme Almeida Maia
Lívia Ferreira Fernandes
Marcos Kamilo de Castro e Fonseca
Mariana Carla Santos Rossini
Nathália Silveira Vieira
Tatiane Rufino Vieira
Palmira de Fátima Bonolo
Introdução: O início da pandemia de HIV gerou um novo paradigma na atenção médica,
demandando para o seu tratamento um esforço conjunto de uma equipe multiprofissional. O
que se observa é que apesar dos imensos avanços e opções farmacológicas, os pacientes ainda
padecem dos graves efeitos colaterais desse arsenal. Assim, uma atenção global aos pacientes é
fundamental e possibilita uma significativa redução da morbimortalidade, além do aumento da
qualidade de vida. Objetivos: Analisar as relações de apoio e vínculo com a equipe de saúde da
área de residência de um paciente diabético, HIV + e co-infectado pelo vírus HBV. Métodos:
Entrevista com o paciente e análise das múltiplas relações envolvidas em sua assistência bem
como avaliação de seu risco. Consulta para monitoramento da diabetes. Resultados: Durante a
entrevista médica foi possível estabelecer o vínculo para assistência ao problema diabetes
apresentado pelo paciente. Além disso, foi possível trabalhar com o paciente e aumentar seu
conhecimento acerca da dieta, cuidados com os pés e possíveis complicações da doença,
aumentando assim o auto-cuidado e co-responsabilidade no tratamento. Conclusões: A
assistência integral e a criação de vínculos entre a equipe de saúde e o paciente constitui
ferramenta imprescindível na melhora da qualidade de vida e diminuição da morbimortalidade.
Palavras-chave: HIV; diabetes; risco.
Referências:
1. COELHO, F. L. G.; SAVASSI, L.C. M. Aplicação de Escala de Risco Familiar como
instrumento de priorização das Visitas Domiciliares. Revista Brasileira de Medicina de
Família e Comunidade.
2. PIRES, A. C.; HIV-AIDS e Diabetes Melito: O encontro de duas epidemias. Sociendade
Brasileira de Diabetes, 8 de Abril de 2010. Disponível em : http://
www.diabetes.org.br/colunistas-dasbd/diabetes-em-evidencia/1277. Acesso em : 20 de
junho de 2011.
POSTERES
ALTERAÇÕES NEUROANATÔMICAS VINCULADAS AO
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Marcelo Pinto Maciel
Marcos Vinicios Rasmussen
Loures
Vanessa Cristine Rezende
Guilherme Freitas Bernardo
Ferreira
Luciana Hoffert Castro Cruz
Introdução: O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno
neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda
a sua vida. Caracteriza-se por desatenção, inquietude e impulsividade que são atribuídos, em
parte, a variações neuroanatômicas. As alterações anatômicas presentes nos portadores de
TDAH foram descobertas recentemente e caracterizam-se por modificações no volume cerebral
e presença de anormalidades no tálamo, estrutura diencefálica relacionada com o processamento
de informações motoras, sensoriais e responsável pela ativação cortical difusa. Estudos de
imagem associados ao conhecimento neuroanatômico são fundamentais para o entendimento do
TDAH e de suas alterações morfológicas. Objetivos: Integrar as descobertas neuroanatômicas
aos dados neuroquímicos já estabelecidamente relacionados ao TDAH e relatar as
conseqüências neurológicas advindas do tratamento farmacológico por meio de drogas
psicoativas do sistema nervoso central. Discussão: Estudos anatômicos de pacientes com
TDAH sugerem redução generalizada do volume total do cérebro e cerebelo, enquanto estudos
de neuroimagem funcional sugerem que indivíduos afetados ativam áreas mais difusas do que o
grupo controle durante a execução de tarefas cognitivas. Mais precisamente, as reduções foram
observadas no volume total do cérebro, no córtex pré-frontal, núcleos da base (principalmente o
estriado), córtex cingulado anterior dorsal, corpo caloso e cerebelo. Através de exames de
ressonância magnética foram feitos mapas da superfície do tálamo que revelaram volumes
significativamente menores na região do pulvinar, bilateralmente em jovens com TDAH em
relação ao grupo controle. Volumes menores na região lateral direita e esquerda posterior da
superfície do tálamo foram associados com sintomas predominantes de hiperatividade, enquanto
os maiores volumes regionais na superfície talâmica medial direita foram associadas com
sintomas mais severos de desatenção. A área pulvinar é relativamente alargada em pacientes
tratados com estimulantes quando comparados aos não tratados. Conclusão : O conhecimento
da neuroanatomia encefálica permite melhor compreensão e entendimento da gênese do TDAH
e hiperatividade. Alterações neuroanatômicas são verificadas nos portadores através de
diferentes exames de imagem. Dependendo da área que sofre variação, os sintomas podem ser
mais ou menos graves. A ação medicamentosa tem mostrado bons resultados, como no
alargamento na área pulvinar de pacientes acometidos por esse transtorno.
Palavras chaves : TDAH; alterações neuroanatômicas; exames neuroimagem.
Referências:
1. EMOND, V.; JOYAL, C.; POISSANT, H. [Structural and functional neuroanatomy of
attention-deficit hyperactivity disorder (ADHD)]. Encephale, v. 35, n. 2, p. 107-14,
Apr 2009. ISSN 0013-7006. Disponível em: <
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19393378 >. Acesso em 4/junho/2011.
2. IVANOV, I. et al. Morphological abnormalities of the thalamus in youths with
attention deficit hyperactivity disorder. Am J Psychiatry, v. 167, n. 4, p. 397-408, Apr
2010. ISSN 1535-7228. Disponível em: <
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20123910 >. Acesso dia 4/juhno/2011.
POSTERES
ANÁLISE ANATOMOCLÍNICA DO ADENOMA HIPOFISÁRIO:
ESTUDO DE CASO
Isabella Neiva Liboreiro
Laura Rodrigues Sefair
Taylla Mendes Silva
Vinícius Boaratti Ciarlariello
Luciana Hoffert Castro Cruz
Introdução: O adenoma hipofisário é uma neoplasia benigna que pode causar sintomas
neurológicos e endócrinos. Morfologicamente pode ser classificado como microadenoma, que
esta localizada no interior da sela túrcica na base do osso esfenóide ou macroadenoma, tumor
com diâmetro maior que se estende além dos limites da sela, comprimindo estruturas adjacentes.
Funcionalmente, é dividido em adenoma secretor de hormônios e não secretor. Os sinais e
sintomas dessa patologia incluem anormalidades endócrinas e efeitos de massa. No estudo de
caso em questão apenas os efeitos de massa foram relevantes na expressão de sinais e sintomas
característicos da lesão. Entre esses efeitos destacam-se a perda visual por compressão do nervo
óptico que percorre a hipófise lateralmente e cefaléia, pela distensão das estruturas próxima à
sela túrcica, em especial a dura-máter. Objetivos: Geral: Apresentar as características
anatômicas gerais do adenoma hipofisário e a sintomatologia causada pela doença. Específicos:
Correlacionar a neuroanatomia por meio de exames tomográficos e de ressonância magnética
com os sintomas clínicos do quadro da paciente D.N.L., 21 anos de idade, a fim de esclarecer
quais prováveis estruturas anatômicas podem ser lesadas por compressão pelo adenoma.
Associar os sintomas apresentados pela paciente com a classificação, o tamanho e a posição do
tumor. Analisar o tipo de tratamento a que a mesma foi submetida. Discussão: O diagnóstico
preciso do adenoma hipofisário requer grande conhecimento neuroanatômico para análise das
imagens de ressonância magnética da região da sela túrcica, visto que muitos sintomas por ele
apresentados podem ser confundidos com outras patologias. Além disso, a imagem por
ressonância magnética facilita o acesso cirúrgico e a distinção da hipófise normal do tecido
tumoral. No estudo de caso em questão, D.N.L. apresentava frequentes queixas de cefaléia e
somente a ressonância magnética permitiu o diagnóstico conclusivo. Alterações endócrinas não
foram observadas uma vez que o adenoma era não secretor. Devido à extensão da massa
tumoral, a ressecção do tumor via transesfeniodal foi o tratamento indicado para a paciente. A
única sequela observada em D.N.L. foi o desenvolvimento de diabetes insípidus devido à baixa
secreção de hormônio antidiurético por lesão do lobo posterior da hipófise na ressecção tumoral.
Conclusão: A sintomatologia do adenoma depende do tipo (secretor ou não secretor), da
extensão do tumor e das áreas adjacentes afetadas. Como o estudo de caso em questão analisa os
efeitos de um microadenoma não secretor, não foram observadas perda visual nem alterações
endócrinas. A análise das imagens da ressonância magnética permitiu a detecção precisa da
localização tumoral, além do nível de lesão provada pelo adenoma. A ressecção tumoral via
cirurgia transesfenoidal provocou lesão do lobo posterior da hipófise, resultando em deficiência
na secreção de hormônio antidiurético.
Palavras-chave: adenoma hipofisário, ressonância magnética, neuroanatomia
Referências:
1. Robbins e Cotran, bases patológicas das doenças/Vinay Kumar[et al.]
Tradução de Patrícia Dias Fernandes et al. –Rio de Janeiro:Elsiever,2010
2. BRONSTEIN, Marcello D. and MELMED, Shlomo. Tumorigênese hipofisária. Arq
Bras Endocrinol Metab [online]. 2005, vol.49, n.5, pp. 615-625. ISSN 0004-2730 <
acessado em 05/06/11 via www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-
27302005000500003&lang=pt>.
POSTERES
ANÁLISE COMPARATIVA DA ABORDAGEM
CONVENCIONAL E VIDEOLAPAROSCÓPICA DA
APENDICITE AGUDA João Duarte de Carvalho
Luis Paulo Vilela Lemos
Introdução- A apendicectomia é o tratamento de escolha para os casos de apendicite
aguda e a evolução das técnicas operatórias faz da videocirurgia boa opção terapêutica,
assim como a cirurgia convencional. Objetivo - Analisar e comparar dados a respeito da
apendicectomia convencional e laparoscópica, a fim de entender a viabilidade, as
vantagens e desvantagens dessas técnicas, bem como a evolução intra e pós-operatório
dos pacientes submetidos a apendicectomia. Métodos - Foram utilizados artigos da
Sociedade Americana de Cirurgia Gastrointestinal, do Serviço de Cirurgia do Aparelho
Digestivo – Hospital das Clínicas de Porto Alegre, da Revista Brasileira de
Coloproctologia e Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva disponíveis nos sites da
Scientific Eletronic Library Online, do PubMed e da COCHRANE. Resultados – O
tempo de internação hospitalar normalmente é maior para pacientes submetidos à
apendicectomia aberta, entretanto em crianças não foram observadas diferenças quanto
ao tempo. O tempo cirúrgico depende do estágio em que se encontra a apendicite,
entretanto a videolaparoscopia normalmente é mais demorada. A videolaparoscopia tem
boa indicação para pacientes nos estágios iniciais da apendicite, classificados com I ou
II de acordo com American Society of Anesthesiologists (ASA), do sexo feminino,
obesos e grávidas. Além disso, a videolaparoscopia tem na maioria das vezes maior
custo, menor incidência de infecção da ferida pós-operatória, mais abscessos intra-
abdominais, motilidade intestinal normalizada em menor tempo. Em relação ao pré-
âmbulo e ao retorno às atividades diárias os resultados ainda são controversos.
Conclusão - Percebe-se que existe uma gama de variáveis quanto à melhor intervenção
cirúrgica na apendicite aguda, e apesar de vários estudos, é inconclusiva a melhor
abordagem para esta situação. Portanto, uma análise clínica do paciente, condições do
hospital e experiência do médico irão levar a uma intervenção mais viável, mas não
necessariamente mais adequada.
POSTERES
ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS ACERCA DA ESF
(ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA), NO DISTRITO DE
CACHOEIRA DO CAMPO – OURO PRETO – MG
Catarine Alves Silveira
Cecília Carneiro e Silva
Fernanda Mendes de Oliveira Rossi
Letícia Aparecida de Figueiredo
Lídia Lélis Leal
Mariana Cardoso Gomes Segato
Palmira de Fátima Bonolo
Introdução: O sistema de saúde brasileiro vem desenvolvendo intervenções que buscam
maiores e melhores resultados. Com o Programa Saúde da Família (PSF), o Sistema Único de
Saúde (SUS) passou a incorporar atividades de cunho mais coletivo e abrangente, com o
objetivo de gerar um impacto significativo na qualidade de saúde e de vida da população. Na
esfera da atenção básica, a Estratégia Saúde da Família (ESF), uma ampliação do PSF, busca
romper com paradigmas cristalizados e incorpora novo modo de pensar e agir na perspectiva de
mudança e conversão do modelo assistencial. Além disso, o cuidado deve considerar o princípio
da integralidade e usuário é visto como protagonista. Objetivos: verificar se as pessoas utilizam
os serviços da ESF e identificar a percepção de usuários sobre a atuação da ESF e o nível de
satisfação da comunidade, por meio de métodos qualitativos. Metodologia: Para realizar a
pesquisa sobre conhecimento e apreciação sobre a Estratégia Saúde da Família (ESF), houve
participação do grupo numa ação da Secretaria de Meio Ambiente para os moradores de
Cachoeira do Campo, Ouro Preto – MG. Houve alerta sobre o dengue, brinquedos para as
crianças, aferição de pressão e aplicação de questionário com perguntas semi-estruturadas sobre
a ESF. Não houve a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido. Apenas
perguntava-se às pessoas se elas gostariam de responder algumas perguntas, em caráter de
anonimato, para contribuir para a melhora do atendimento da unidade básica de saúde,
caracterizando uma amostra de conveniência. Resultados Participaram 55 pessoas, sendo a
maioria do sexo masculino (n=34; 61,8%), com média de idade de 56 anos (idade mínima de 24
e máxima de 85 anos); com baixa escolaridade (≤ 8 anos) (n=33; 60%; 41,8% com 1º grau
incompleto e 18,2% com o 1º grau completo), variando do 1º grau incompleto até superior
completo. A maioria dos entrevistados conhece a ESF (64,8%) e utiliza a ESF (80%) para
diversos tipos de atendimentos (consultas, vacinação, aferição de pressão arterial, glicemia,
preventivo ginecológico, etc.). A maioria recebe vistas domiciliares (52,7%) principalmente das
ACS. As principais sugestões dadas pelos entrevistados para melhoria da ESF foram maior
rapidez de atendimento e de resultados de exames, e aumento do número de profissionais,
incluindo inserção de especialistas. Conclusão Apesar de que a maioria dos entrevistados tenha
afirmado conhecer a ESF, percebe-se que a estratégia ainda não é bem aceita pela população ou
ainda não está bem estabelecida no local, visto que alguns usuários ainda sugerem a presença de
mais especialistas na Unidade de ESF (sendo que as especialidades são características da
atenção secundária). Pode-se atribuir esse fato à recente implantação da ESF e considerar que os
usuários estão passando por um período de adaptação a esse sistema.
Palavras-chave: Estratégia de Saúde da Família, percepção, Sistema Único de Saúde, conhecimento.
Referências:
1. NEVES, C. F.; CAVALCANTE, J. P. R.; BEZERRA, J. I. A.; PEREIRA, J. F.;
PITTERI, J. S. M.; BARBOSA, M. A. - Percepções da população sobre o programa
saúde da família em Palmas-TO. Revista da UFG, Vol. 6, No. Especial, dez 2004 on
line (www.proec.ufg.br)
2. ARAÚJO, M.F.S et al. (2005) - O Programa de Saúde da Família (PSF) sob a ótica dos
usuários nas comunidades Santa Clara e Alto do Céu em João Pessoa-PB CAOS -
Revista Eletrônica de Ciências Sociais Número 9 –Pág. 1-15
3. SOUZA, E.C.F. et al (2008) - Acesso e acolhimento na atenção básica: uma análise da
percepção dos usuários e profissionais de saúde Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24
Sup 1:S100-S110
POSTERES
APLICAÇÃO DE ESCALA DE RISCO FAMILIAR E GENOGRAMA
NO CONTEXTO DA DISCIPLINA VIGILÂNCIA EM SAÚDE Palmira de Fátima Bonolo
Alexandrina Batista Rodrigues
Diego Andrade Leal
Fabiana Chamon de Moura
Helivelton Rocha Azevedo
Leonardo Pereira Ramiro
Samuel de Andrade Araújo
Stéphanie Duffles Rocha Franco
Vitor Alves Dourado
Introdução: O Plano Estadual de Saúde – MG propõe que “(...) realizar o diagnóstico local,
tendo em vista a territorialização, o cadastramento das famílias, o levantamento dos problemas
das famílias e a classificação familiar por grau de risco.”1Dentre os ferramentas propostas está a
estratificação de risco das famílias sob cobertura de cada Unidade Básica1. Através dessa
classificação podem-se identificar as famílias que apresentam maior vulnerabilidade quanto a
morbidades e agravos. O Genograma é uma representação gráfica da família e tem sido
utilizado em diversos contextos. As informações reunidas nesse instrumento podem incluir
aspectos genéticos, médicos, sociais, comportamentais, relacionais e culturais, que denotam a
estrutura e configuração da família dando indícios de seu funcionamento e dinâmica. Objetivos:
Aplicar o Roteiro para Classificação das Famílias por Grau de Risco da Secretaria Estadual de
Saúde – MG e construir um Genograma de uma família atendida pela Unidade Básica de Saúde
de Passagem, Mariana – MG. Métodos: Uma família foi selecionada pelo Grau de Risco Médio
ou Alto previamente avaliado pela equipe e pela disponibilidade para receber visitas dos alunos.
Foram realizadas duas visitas em que foi aplicado o Roteiro para Classificação das Famílias por
Grau de Risco e o construído o Genograma Familiar. Resultados e Conclusão:A família
selecionada foi classificada como Grau de Risco Médio - 3 (Fatores Socioeconômicos = 0,
Presença de Condições ou Patologias Crônicas Prioritárias = 3). Através do Genograma foi
possível identificar relações hostis intrafamiliares para com o indivíduo etilista crônico, o que
implica em menor apoio familiar levando a uma situação de vulnerabilidade não identificável
pela estratificação de risco. Apesar de se dispor de um roteiro para a classificação familiar por
grau de risco, o levantamento dos problemas das famílias transcende os itens que constam nesse
instrumento. Pelas características de aplicação e pelas informações reunidas, o Genograma se
mostrou um instrumento válido para ampliar o diagnóstico local focando a saúde da família
como uma unidade, considerando-se tanto os fatores individuais quanto contextuais dos
determinantes do processo saúde-doença.
Palavras-chave: Vigilância em saúde, Atenção Primária à Saúde, risco familiar.
Referências:
1- MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Saúde. Plano Estadual de Saúde 2008-
2011. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/publicacoes/planejamento-gestao-
em-saude/sistema-de-gestao-do-sus/Plano%20Estadual%20de%20Saude.pdf> aceso em
1 jun. 2011
2- WENDT, Naiane Carvalho; CREPALDI, Maria Aparecida. A Utilização do
Genograma como instrumento de coleta de dados na pesquisa qualitativa. Psicol.
Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 21, n. 2, 2008 .
Availablefrom<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
79722008000200016&lng=en&nrm=iso>. accesson 06 June 2011. doi:
10.1590/S0102-7972200800020
POSTERES
ASMA EM CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS NO PSF CAMINHAR –
PIEDADE
Aline Fernandes Silva
Bruno de Oliveira Rocha
Monize Romualdo de Carvalho Rocha
Natália Maira Resende
Núbia Bernardes Carvalho
Tatiane Cínthia Nascimento
Palmira de Fátima Bonolo
Introdução: A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiper-responsividade
das vias aéreas. Manifesta-se por meio de episódios recorrentes de sibilância, dispnéia,
desconforto torácico e tosse, particularmente à noite e pela manhã. Levou à internação de 10
crianças de zero a nove anos em Ouro Preto, 2,5% do total das internações, evidenciando a
necessidade de uma sistematização do serviço de saúde local a fim de melhorar a qualidade de
vida dessas crianças e de evitar o agravamento dessa doença. Objetivos: Adequar o protocolo
de manejo da asma à realidade da comunidade do bairro Piedade, em Ouro Preto – MG;
Melhorar o conhecimento acerca da doença e a adesão ao tratamento da asma; Promover uma
educação continuada da equipe de saúde do PSF Caminhar – Piedade para melhor
identificação/captação das crianças asmáticas. Metodologia: Foram feitas visitas domiciliares
supervisionadas pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). Para a elaboração do protocolo,
realizou-se pesquisa bibliográfica sobre a fisiopatologia, classificação, diagnóstico e tratamento
da asma nas bases de dados MEDLINE, Scielo, BVS e nos sites da Secretaria de Saúde do
Governo Federal e da Associação Médica Brasileira. Promoveu-se educação continuada da
equipe de saúde por meio de palestras que abordavam a fisiopatologia da asma e o uso dos
medicamentos. Além disso, realizaram-se grupos operativos com os cuidadores das crianças e
foram distribuídas cartilhas explicativas para a comunidade. Discussão: O diagnóstico da asma
é um grande desafio, refletindo em subdiagnóstico e em baixa adesão ao tratamento. Além
disso, a ausência de um acompanhamento sistemático dessa população no serviço primário
resulta em maior número de procura de Unidades de Atendimento Secundário e,
consequentemente, em maior número de internações. A adequação de um protocolo para o
manejo da asma possibilitou maior e melhor identificação desses pacientes, sistematizando as
condutas a serem tomadas. Juntamente com o protocolo, a educação continuada das ACSs
propiciou a formação de multiplicadores dos conhecimentos básicos da asma. A realização de
grupos operativos com as mães tornou possível o esclarecimento de dúvidas pré-existentes
quanto ao conceito de asma e seus tratamentos e de condutas para minimizar o número de
crises. Nos grupos operativos, o ensino de técnicas simples de armazenamento e limpeza de
bombinhas e espaçadores, além da confecção destes com materiais recicláveis, propiciaram a
conscientização da corresponsabilidade diante do tratamento. Conclusão: As características
climáticas de Ouro Preto e, mais precisamente, a situação social da comunidade do bairro
Piedade contribuem para o agravamento do quadro clínico de pacientes asmáticos. Essa situação
peculiar respalda a necessidade de intervenções como as iniciadas pelo Projeto. A falta de uma
sistematização gera uma sobrecarga de determinados profissionais e do sistema secundário de
saúde, além da cronificação e agravamento da doença. A continuidade do Projeto possibilitará
um melhor acompanhamento de crianças portadoras de asma, reduzindo diretamente as
morbidades decorrentes desta doença.
Palavras-chave: asma, educação continuada, protocolo.
Referências:
1. Asma na infância e adolescência. Disponível em:
<http://www.homolog.telessaudebrasil.org.br/php/level.php?lang=pt&component=36&i
tem=14>. Acesso em: 20 de abril de 2011.
2. Protocolo do Programa Criança que Chia. 36f. Prefeitura de Belo Horizonte.
POSTERES
ASPECTOS ANATOMOCLÍNICOS DA ENCEFALITE LETÁRGICA
Mirla Fiuza Diniz
Camila Biazussi Damasceno
Thiago Andrade
Luciana Hoffert Castro Cruz
Introdução: A encefalite letárgica é uma encefalite viral que se manifesta por sonolência
progressiva, letargia e tremores, sendo que o tipo de vírus vinculado ainda não foi descoberto.
No inicio do século XX houve uma epidemia desta doença e os indivíduos que sobreviveram à
infecção inicial exibiram várias sequelas graves, como o desenvolvimento de parkinsonismo
pós-encefalítico, com sintomas de bradicinesia ou acinesia, tremor em repouso e rigidez
muscular, sintomas cardinais do parkinsonismo. Fármacos como a levodopa, precursor de
dopamina, foram administrados a pacientes acometidos pela encefalite letárgica, contudo a
resistência ao medicamento foi desenvolvida com o tempo e os efeitos que deveriam ser
benéficos foram inferiores aos inconvenientes posteriores. Alguns estudos visam compreender
os mecanismos por traz dessa doença, como o dano oxidativo advindo de produtos da
metabolização da dopamina, contudo as informações a esse respeito ainda são restritas. A
revisão a respeito deste abrangeria o conhecimento em núcleos da base com o enfoque
patológico e, desta forma, complementariam as informações obtidas na graduação. Objetivos:
Evidenciar os aspectos neuroanatômicos envolvidos na encefalite letárgica ao promover uma
revisão bibliográfica sobre esta doença complexa. Discussão: As principais estruturas
envolvidas na encefalite letárgica são os núcleos da base, compostos principalmente pelos
núcleos caudado, putâmen, subtalâmico, globo pálido e substância negra do mesecéfalo. Estas
áreas compreendem um grupo de núcleos do encéfalo funcionalmente interconectados com o
córtex cerebral, tálamo e tronco encefálico. O mistério que envolve a encefalite letárgica foi a
principal motivação para a busca por trabalhos publicados a seu respeito, pois se trata de uma
encefalite atípica, que se relaciona com o parkinsinismo pos-encefalitico por provocar tremores.
A epidemia de 1915 não foi compreendida completamente, e um dos primeiros a descrever a
doença e seus sintomas foi Constantin von Economo. O relato dessa epidemia esta presente,
também, na obra do neurologista Oliver Sachs, Awakenings (1973), que relata o efeito
temporário da levodopa no tratamento de pacientes com encefalite letárgica, já que não existe
cura conhecida para a encefalite letárgica e o tratamento consiste em cuidados paliativos.
Conclusão: A encefalite letárgica está fortemente correlacionada ao parkinsonismo secundário,
sua etiologia é controversa e estudos adicionais são necessários para uma maior compreensão
dessa doença. Observou-se também, que o tratamento com levodopa mostrou-se ineficiente de
acordo com os autores. A revisão realizada possibilitou um aprendizado mais profundo das
informações adquiridas na graduação sobre as várias áreas neuroanatômicas, suas funções e toda
a sintomatologia decorrente de suas lesões.
Palavras-chave: Encefalite letárgica – Parkinsonismo – Neuroanatomia.
Referências:
1. DALE, R. C. et al. Encephalitis lethargica syndrome: 20 new cases and evidence of
basal ganglia autoimmunity. Brain [S.I.], v. 127, n. Pt 1, p. 21-33, Jan 2004.
2. FOSTER, H. D.; HOFFER, A. The two faces of L-DOPA: benefits and adverse side
effects in the treatment of Encephalitis lethargica, Parkinson's disease, multiple
sclerosis and amyotrophic lateral sclerosis. Med Hypotheses [S.I.], v. 62, n. 2, p. 177-
81, 2004.
POSTERES
ASPECTOS ATUAIS EM CIRURGIA BARIÁTRICA
Lídia Lacerda Guimarães
Luciano de Barros Mendes
Prof. Iure Kalinine
Introdução: A obesidade é caracterizada por um aumento no acúmulo de tecido adiposo no
organismo resultante de um balanço calórico positivo.Sua causa é multifatorial e compreende
além de fatores genéticos e metabólicos, aspectos comportamentais, sociais e culturais. De
acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) 1,6 bilhões de pessoas acima de 15
anos foram classificadas em sobrepeso e 400 milhões estavam obesas em 2005.Nesse contexto,
a cirurgia bariátrica tem alcançado um papel cada vez mais importante no tratamento da
obesidade. De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), foram realizadas, em todo
o Brasil, 6.155 cirurgias bariátricas entre 2001 a 2005.Objetivo:Realizar uma revisão ampla dos
aspectos atuais relacionados à cirurgia bariátrica.Discussão:A obesidade é classificada de
acordo com o índice de massa corporal (IMC) em grau I (moderado excesso de peso) com IMC
entre 30 e 34,9 kg/m², grau II (obesidade leve ou moderada) com IMC entre 35 e 39,9 kg/m² e
grau III (obesidade mórbida) com IMC maior ou igual a 40 kg/m². Dependendo do grau da
obesidade, a intervenção terapêutica pode envolver várias abordagens que variam de
tratamentos não farmacológicos, farmacológicos até cirúrgicos. O tratamento não farmacológico
consiste principalmente na mudança de estilo de vida, o qual envolve principalmente a dieta e a
atividade física. O tratamento farmacológico da obesidade está indicado quando o paciente tem
IMC maior que 30 ou quando o indivíduo apresenta doenças associadas ao excesso de peso com
IMC superior a 25 em situações nas quais não obteve sucesso com a mudança de estilo de vida.
Os medicamentos são classificados em pré-absortivos (derivados β-fenetilamínicos e
fenilpropanolamínicos, Mazindol e inibidores seletivos da recaptação de serotonina) e em pós-
absortivos (análogos da lipstatina). O balão intragástrico é uma modalidade não cirúrgica que
pode ser usado por tempo limitado com o intuito de auxiliar o pré-cirúrgico. O tratamento
cirúrgico é indicado para pacientes com IMC > 40kg/m² ou com IMC > 35kg/m² associado a
determinadas comorbidades. No que tange às técnicas cirúrgicas temos a seguinte
classificação:cirurgias puramente restritivas, como a bandagem gástrica ajustável, e as cirurgias
restritivas e mal-absortivas, como a derivação gástrica em Y de ROUX. Como complicações da
cirurgia pode-se citar a má absorção de nutrientes e a síndrome de dumping.Conclusão:A
cirurgia bariátrica tem se mostrado uma importante ferramenta no tratamento da obesidade.
Contudo , sua eficácia depende do comprometimento do paciente e equipe de saúde.
Palavras-chave: obesidade, tratamento,cirurgia.
Referência:
1. GONZAGA,M.F.M.Manejo clínico de pacientes com obesidade grave tratados com
cirurgia bariátrica. Brasília Med 2008;45(3):198-207.
2. FANDIÑO,J.;BENCHIMOL,A.K.;COUTINHO,W.F.;APPOLINÁRIO,J.C.Cirurgia
Bariátrica: aspectos clínicos-cirúrgicos e psiquiátricos R. Psiquiatr. RS, 26'(1): 47-51,
jan./abr. 2004.
POSTERES
AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO
ARTERIAL EM PACIENTES CADASTRADOS EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE DE PATROCÍNIO-MG
Ademar Gonçalves Caixeta Neto
Andréa Caixeta Gonçalves
Fernanda Machado de Sá Ferreira
Geraldo Magela Cardoso Filho
Introdução: A hipertensão arterial é conceituada pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arterial (2009), como uma síndrome caracterizada pela presença de níveis tensionais elevados,
associados a alterações metabólicas, hormonais e fenômenos tróficos, sendo considerada um dos
principais fatores de risco para morbi-mortalidade cardiovascular, representando no Brasil um
dos problemas de saúde pública mais comuns. No país, estudos epidemiológicos estimam
prevalências de 22% a 43% da população adulta com mais de 40 anos. Objetivo: Verificar
quais fatores de risco sugerem maior associação com a hipertensão arterial e quais são as classes
de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizados por pacientes cadastrados em uma Unidade
Básica de Saúde de Patrocínio-MG. Metodologia: Trabalho realizado em julho de 2010, após
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI). Foi
selecionada amostra aleatória de 50 pacientes (35 mulheres e 15 homens) - de um universo de
200 indivíduos - com idades entre 24 e 86 anos, atendidos em uma unidade básica de saúde do
município de Patrocínio-MG. A coleta de dados envolveu questionário semi-estruturado,
aferição da pressão arterial, peso e altura. Quanto às variáveis antropométricas, o peso foi
aferido por meio da balança Conthey®, enquanto que a estatura foi determinada pela utilização
do estadiômetro da marca ALTURAEXATA®. Foi calculado o Índice de Massa Corporal
(IMC) como a razão do peso (kg) pela altura (cm²), sendo os indivíduos classificados como
portadores de baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade, segundo as recomendações propostas
pela World Health Organization (WHO, 1998) para adultos e por Lipschitz (1994) para idosos.
Em relação à estatística, a base de dados foi construída em planilha de Excel (Office versão
2003) e os resultados foram expressos em média, desvio-padrão e/ou porcentagem. Para
aferição da pressão artéria, a qual foi medida 3 vezes, com intervalo de 5 minutos entre as
mesmas, e obtida pela média aritmética destas, utilizou-se esfigmomanômetro mecânico
aneróide da marca BD® (735095, Brasil), estetoscópio da marca Littmann® (Classic II S.E.). A
hipertensão foi diagnosticada através da pressão arterial sistólica > 140 mmHg e/ou pressão
arterial diastólica > 90 mmHg e/ou uso de medicação anti-hipertensiva. Resultados: A
prevalência de hipertensão arterial foi maior em indivíduos do sexo feminino (70%), brancos
(76%), sobrepeso/obesidade (74%) e com idade igual ou superior à 40 anos (96%). Os anti-
hipertensivos mais utilizados foram os inibidores de ECA (48%) e os diuréticos tiazídicos
(46%). Conclusão: Os resultados sugerem associação positiva com idade, IMC, sedentarismo,
sexo e etnia com Hipertensão Arterial. As classes de medicamentos anti-hipertensivos mais
utilizadas foram inibidores de ECA, diuréticos tiazídicos, betabloqueadores, diuréticos de alça e
inibidores adrenérgicos.
Palavras-chave: Hipertensão Arterial, Fatores de Risco, Anti-hipertensivos.
Referências:
1. WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. Obesity: preenting and managing the
global epidemic. Genebra, 1998.;
2. LIPSCHITZ, D.A. Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care. 1994;
21(1):55-67.
POSTERES
AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES
CADASTRADOS NO HIPERDIA – PSF BAUXITA
Ana Carolina Santana e Silva
Jean Felipe Medeiros
João Antônio Tempesta Baratti²
Juliana Nascimento
Natália Reis de Carvalho
Renato Souza Malverde
Robert Eduardo Emídio
Palmira de Fátima Bonolo
Introdução: A constatação da prevalência da hipertensão arterial criou a necessidade de
programas governamentais para acompanhamento da população acometida. O HIPERDIA é um
Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos captados no Plano
Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus.
Objetivo: O objetivo do estudo foi classificar os pacientes da Estratégia Saúde da Família
(ESF) Bauxita na cidade de Ouro Preto cadastrados no HIPERDIA segundo risco cardiovascular
e relacioná-lo à pressão arterial sistólica (PAS). Métodos: Estudo desenvolvido por monitores
do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), Universidade Federal de
Ouro Preto e Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto. Análise de corte transversal a partir
da avaliação de registros dos pacientes cadastrados no HIPERDIA da ESF Bauxita, tendo como
critério de inclusão ter consulta em 2010 ou 2011. O escore de Framingham (Mafra et al, 2008)
foi usado para o cálculo do risco cardiovascular (RCV). Realizou-se análise descritiva de
características sociodemográficas (idade, sexo); comportamental (tabagismo) e clínicas
(controle da Pressão Arterial Sistêmica – PAS –, diabetes). O parâmetro da PAS foi
compensada (<140 mmHg) e descompensada (≥140 mmHg) e do RCV foi agrupado em risco
muito baixo e baixo (RCVb) e risco moderado e alto (RCVa). Para a análise estatística avaliou-
se a associação entre as variáveis de exposição e o RCV. Foi verificada a Razão de Chances
(OR) com p ≤ 0,05. Resultados: Analisou-se 564 registros, dos quais 253 tinham consulta em
2010 e 2011. Destes, 95 (37,5%) continham dados necessários para o cálculo do RCV. Padrão
de frequências: idade maior que 60 anos (63,2%), sexo feminino (76,8%), não diabéticos
mellitus (61%), não tabagistas (84,2%), PAS controlada (53,7%), HDLc > 40 (83,2%), e RCVb
(73,7%). O grupo com PAS não controlada mostrou uma propensão quatro vezes maior de
desenvolver o RCVa (OR=4,35 e p>0,0027). Conclusão: A análise do perfil dos cadastrados no
HIPERDIA com consultas entre 2010 e 2011 permitirá o estabelecimento de protocolos mais
eficientes de atendimento. Apesar dos registros médicos incompletos inviabilizarem uma
amostra maior, a associação entre PAS não controlada e RCVa confirmou os resultados
esperados pela literatura.
Palavras-Chave: PET-Saúde, Risco Cardiovascular, HIPERDIA.
Referências:
1) MAFRA, Felipa; OLIVEIRA, Helena. Avaliação do Risco Cardiovascular –
Metodologias e suas implicações na prática clínica. Rev Port Clin Geral
2008;24:391-400. [cited 2011-04-04]. Available from:
<http://www.apmcg.pt/files/54/documentos/20080717113606390471.pdf>.
2) SBC. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Portal Cardiol. 2006. [cited
2011-06-06]. Available from:
<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2006/VDiretriz-HA.asp>.
POSTERES
BAIXO PESO INFANTIL: UM PROJETO DE MANEJO E
RESOLUÇÃO
André Aguiar Souza Furtado de Toledo
André Mendonça Henriques Diniz
Chimeny Brugnara Penido
Isabella Santiago Ramos
Mariana Benzaquen Ferreira
Marilucy de Oliveira Santos
Michelline Guilherme Corrêa
Natália Baldin Bastos
Pedro Henrique Braga
Identificação do problema: A desnutrição é considerada um problema social e de saúde
pública, por causa da sua natureza multicausal. A principal causa de desnutrição infantil é a
pobreza, a qual está diretamente relacionada com baixa ingestão de alimentos, dieta inadequada,
capacidade de cuidado da mãe, falta de orientação nutricional, aprendizado cultural,
desemprego/subemprego familiar, saneamento básico escasso e atenção primária à saúde
deficitária. Cenário: Centro de Saúde Flor de Liz (Padre Faria), localizado no município de
Ouro Preto – MG, que apresenta uma população adscrita de 4.132 pessoas, divida em sete
microrregiões. Desenvolvimento: Diante da magnitude e complexidade deste problema, foram
propostas intervenções que minimizem a desnutrição e buscou-se avaliar a evolução do quadro
em um integrante de uma família de risco. Na entrevista, constatou-se que a criança foi
alimentada exclusivamente com leite materno até 13 meses de vida e que, somente a partir dessa
idade, introduziram-se outros alimentos. É digno de nota a baixa renda familiar, o analfabetismo
do pai e o transtorno psiquiátrico da mãe. Realizaram-se medidas antropométricas periódicas, a
fim de se avaliar o ganho ponderal e o desenvolvimento da paciente em questão. Resultados:
Quanto à avaliação antropométrica, verificou-se um aumento da estatura e uma redução do
IMC, em função da lenta e variável evolução do ganho de peso nos quatro momentos de
aferição. Além disso, foi detectado o frágil vínculo da família com o centro de saúde, refletindo
no não comparecimento da mãe às consultas e na sua resistência às visitas domiciliares.
Conclusões: A partir dos resultados, nota-se a complexidade da intervenção em um quadro de
desnutrição dada à ampla gama de fatores implicados na sua gênese e manutenção. Neste
contexto, ressalta-se o não estabelecimento de um vínculo efetivo entre família e sistema de
saúde como possível determinante do insucesso desta intervenção. Provoca-se, assim, devido a
uma reação de defesa da família, uma consulta que não reflete a realidade vivida e,
consequentemente, adotam-se medidas incompatíveis com as necessidades identificadas no
quadro do paciente.
Palavras-chave: desnutrição, intervenção, vínculo.
Referências:
1. Blössner, Monika, de Onis, Mercedes. Malnutrition: quantifying the health impact at
national and local levels. Geneva, World Health Organization, 2005. (WHO
Environmental Burden of Disease Series, No. 12
2. COUTINHO, Janine Giuberti; GENTIL, Patrícia Chaves and TORAL, Natacha. A
desnutrição e obesidade no Brasil: o enfrentamento com base na agenda única da
nutrição. Cad. Saúde Pública [online]. 2008, vol.24, suppl.2, pp. s332-s340. ISSN
0102-311X. doi: 10.1590/S0102-311X2008001400018.
POSTERES
CIRURGIA ENDOSCÓPICA TRANSLUMINAL POR ORIFÍCIOS
NATURAIS (NOTES) – REALIDADE ATUAL
Geysla Almeida Carvalhais Mourão
Marcos Vinícius Pimentel Cardoso
Iure Kalinine Souza
Introdução: A prática médica é marcada por constante evolução em todos seus ramos. Isso
também ocorre na Clínica Cirúrgica. O advento da anti-sepsia e assepsia, a
antibioticoterapia e o entendimento cada vez mais profundo da biologia molecular, são
exemplos desses avanços. As técnicas também evoluem cada à medida que novas medidas
diagnósticas e terapêuticas são criadas. A busca por procedimentos minimamente invasivos
e de baixo custo ocorre desde o século 19. Um grande avanço que marcou a cirurgia
moderna foi a videolaparoscopia (cirurgia minimamente invasiva), em 1985, quando Muhe
realizou uma colecistectomia laparoscópica. Devido as suas já conhecidas vantagens, a
laparoscopia foi difundida e é utilizada como rotina em diversas especialidades cirúrgicas.
O próximo passo na evolução das cirurgias pode ser representado pelas cirurgias sem
incisões abdominais. Objetivos: revisamos a literatura utilizando o banco de dados da
pubmed a fim de esclarecer o que são as cirurgias endoscópicas transluminais através de
orifícios naturais (NOTES, do inglês “Natural Orifice Translumenal Endoscopic Surgery) e
evidenciar seus avanços, limitações e perspectivas. Discussão: As NOTES englobam novas
vias de abordagem endoscópica do abdome fundamentadas na possibilidade de operar a
partir de orifícios naturais, surgindo como uma nova perspectiva da cirurgia, baseada no
princípio da abordagem sem incisões abdominais. É uma abordagem que converge técnicas
endoscópicas intraluminais (endoscopia) e extraluminais (laparoscopia), que requer novos
equipamentos, treinamento especial e colaboração interdisciplinar. A maioria das críticas
contra as NOTES ecoa do que foi dito contra aqueles que foram pioneiros em cirurgia
laparoscópica. Já existe número crescente de adeptos desta técnica, com sociedades já
formadas e outras em criação. Atualmente, um dos principais órgãos de desenvolvimento
das operações por orifícios naturais é a Sociedade Européia de Cirurgia com intuito de
oferecer recomendações, guia e suporte para esta nova modalidade. Existem questões
técnicas que ainda não estão devidamente esclarecidas na literatura, como o
desenvolvimento de instrumentos adaptados; o local ideal para realizar a incisão; a forma de
proteção dos órgãos adjacentes; como os tecidos vizinhos seriam afastados; como alterações
fisiológicas seriam controladas caso; como seria a aproximação e síntese dos tecidos; como
enfrentar situações de peritonite ou gordura intra-abdominal excessiva; em quais centros
seriam realizados treinamentos para aquisição de conhecimentos e experiência.
Teoricamente, apresentam vantagens, mas precisam ser consolidadas como prática segura
factível e com bons resultados não só a curto, mas também a longo prazo. Para tal, estudos
prospectivos necessitam ser realizados. Conclusões: É esperado que em breve seja possível
saber se as NOTES serão de fato a nova tendência cirúrgica mundial, se será uma técnica
complementar à laparoscopia ou utilizada em pacientes selecionados, ou se não passarão
apenas de uma promessa.
Palavras chave: cirurgias orificiais, cicatriz, incisões
Referências: 1-ZORRON, Ricardo; COELHO, Djalma; FLACH, Luciana; LEMOS,
Fabiano B.; MOREIRA, Moacyr S.; OLIVEIRA, Priscila S.; BARBOSA, Alain M. Cirurgia
por orifíciosnaturais transcolônica: acesso NOTES peri-retal (PNA) para excisão mesoretal
total. Rev bras. colo-proctol. vol.30 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2010
2-Portincasa P, Moschetta A, Palasciano G. Cholesterol gallstone disease. Lancet. 2006;
368(9531):230-9.
POSTERES
CORRELAÇÕES NEUROANATÔMICAS, NEUROQUÍMICAS E
CLÍNICAS ENTRE A PRIVAÇÃO SENSORIAL DA VISÃO E O CICLO
SONO VIGÍLIA
Lillian Guimarães de Faria
Luiza Fagundes Lima
Maíra Lopes Xavier
Vinícius Boaratti Ciarlariello
Luciana Hoffert Castro Cruz
Introdução: O ciclo sono vigília é o mais proeminente de todos os ritmos biológicos
circadianos. Um ritmo circadiano tem duração aproximada de 24 horas, podendo haver
variações para mais ou para menos. Além do ciclo sono vigília, há diversos outros processos
que se repetem diariamente no organismo. Para que haja ritmicidade endógena é necessário que
alguma estrutura opere como um marcapasso. Em mamíferos, neurônios dos núcleos
supraquiasmáticos, localizados no hipotálamo e adjacentes ao quiasma óptico, exercem esse
papel. Esses sistemas de temporização interna são sincronizados à variação temporal exógena
principalmente pela alternância claro- escuro. A luz que passa através do nervo óptico não tem a
finalidade apenas de ser transformada em cores e imagens, ela também exerce papel
fundamental no sistema circadiano. Objetivos: Investigar através de revisão da literatura as
bases fisiopatológicas dos distúrbios no ciclo sono vigília e sua relação com a privação sensorial
da visão. Discussão: Sabe-se que o estímulo luminoso, após ser captado pela retina, segue pelo
nervo óptico até o núcleo supraquiasmático, que funciona como um sensor para inibir a
produção de melatonina pela glândula pineal. Essa dependência da luz solar para sincronização
da ritmicidade circadiana levanta uma questão: há um perfil diferenciado no ritmo circadiano de
indivíduos com privação sensorial da visão? Em indivíduos cegos, a captação precária de luz
pela retina pode alterar o funcionamento do sistema circadiano, pois sem informações corretas
sobre o ambiente externo, o organismo pode não ser capaz de estabelecer uma relação de
sincronia entre a ritmicidade endógena e exógena. Comparados às pessoas que enxergam
normalmente, deficientes visuais apresentam distúrbios do sono com mais freqüência, contudo,
as mesmas investigações enfatizam que é necessária uma avaliação criteriosa antes de se
deduzir que tais problemas do sono são produto da cegueira, visto que a maioria das pessoas
consideradas realmente cegas tem pelo menos alguma percepção da luz. Pesquisas demonstram
que mesmo com a ruptura do nervo óptico de ratos, o ciclo circadiano persiste, sugerindo a
existência de outros mecanismos endógenos naturais, além do estímulo luminoso, participantes
do sistema circadiano. As implicações desses estudos são múltiplas: já é sabido que relógios
biológicos perturbados estão associados a distúrbios metabólicos, como diabetes, problemas de
saúde mental e mesmo câncer. Conclusão: A luz solar tem sido identificada como principal
mecanismo oscilatório ambiental usado pelo sistema de temporização circadiano. Apesar disso,
constatou-se que muitos deficientes visuais mantêm um mecanismo de temporização endógeno
a despeito de sua percepção luminosa reduzida ou ausente. Esse fato sugere a existência de
padrões intrínsecos de regulação cronotrópica independentes do estímulo luminoso, sendo
necessários mais estudos que permitam a identificação precisa de tais padrões.
Palavras-chave: ciclo circadiano; privação sensorial da visão; estímulo luminoso
Referências:
1- FELIPPE, Maria Cristina Godoy Cruz. Estudo da ocorrência das queixas de distúrbios
do sono em crianças e adolescentes com deficiência visual: cegueira e baixa visão,
2008.
2- ARAUJO, John Fontenele. Relógios Biológicos Existem? Revista Neurociências;
Editora ATLÂNTICA, volume 2, julho/agosto 2005.
POSTERES
CONSIDERAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS DO AUTISMO:
ENVOLVIMENTO DOS LOBOS TEMPORAIS
Aihancreson Kirchoff Vaz Oliveira
Michelle Simões Montrezor
Thiago Pereira Andrade
Luciana Hoffert Castro Cruz
Introdução: O autismo infantil é um grave transtorno de desenvolvimento que atinge a
linguagem, a cognição e a interação social. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o
autismo é uma síndrome que tem como características respostas anormais a estímulos auditivos
e/ou visuais, como também dificuldade na compreensão da linguagem e padrões de
comportamento estereotipados. O entendimento atual da neuropatologia do autismo é possível
devido às novas técnicas de imagens cerebral, como a tomografia por emissão de pósitrons,
tomografia por emissão de fóton único, a morfometria baseada em voxels e ressonância
magnética funcional. O diagnóstico complementar baseado em imagens requer grande
conhecimento neuroanatômico de estruturas cerebrais para possível identificação de
anormalidades que poderão ser correlacionadas às evidências clínicas do aspecto autista.
Objetivo: Relatar algumas áreas cerebrais envolvidas no transtorno autista, possibilitando uma
melhor compreensão das relações entre os lobos temporais e a maioria dos comportamentos
evidenciados nesta síndrome. Discussão: Estudos que realizaram estimulação auditiva em
pessoas autistas sugeriram que o autismo está associado a um padrão anormal de ativação
auditiva do córtex temporal esquerdo. Esta área se relaciona com a organização da linguagem e,
portanto, uma anormalidade nessa região pode causar prejuízos na linguagem e na resposta aos
sons. Estudos de neuroimagem funcional detectaram, em indivíduos não acometidos pelo
autismo, acentuada ativação dos giros occipto-temporais laterais ou giros fusiformes de cada
lobo temporal em resposta ao reconhecimento de faces. Esta resposta estava notavelmente
diminuída em autistas. Em indivíduos não afetados existe uma área seletiva para a voz e esta
encontra-se ausente em autistas. Combinando-se os resultados de percepção anormal de faces e
vozes, pode-se explicar porque os portadores do transtorno autista possuem dificuldade de
interação social. Além disso, alterações foram detectadas nas bordas do sulco temporal superior
de indivíduos autistas, como a redução de substância cinzenta. Este local é importante para a
percepção da voz e para os movimentos biológicos (movimentos dos olhos, boca, mãos e
corpo). Estes dados ajudam a explicar porque os autistas possuem déficits na percepção do
olhar, contato visual pobre durante a comunicação e padrões de comportamento estereotipados.
Todas as disfunções mencionadas ocorrem nos lobos temporais, que se acredita ser uma área
central para o processamento de estímulos ambientais que ingressam no sistema nervoso por
meio dos órgãos sensoriais visuais e auditivos. Portanto, anomalias nessa área explicam a
maioria dos sinais clínicos observados no autismo. Conclusão: O conhecimento da
neuroanatomia clínica é imprescindível para o entendimento da clínica neurológica do autismo,
pois áreas dos lobos temporais apresentam-se hipoativas no transtorno autista. Isso é compatível
com os sintomas clínicos apresentados e explica a dificuldade na execução de tarefas que
requerem interação social.
Palavras-chaves: autismo, lobo temporal, anatomia clínica.
Referências:
1. Fernandes FDM. Sugestões de procedimentos terapêuticos de linguagem em distúrbios do
espectro autístico. In: Limongi S, organizadora. Procedimentos terapêuticos em linguagem.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003. p. 55-66.
2. ZILBOVICIUS, Mônica; MERESSE, Isabelle and BODDAERT, Nathalie. Autismo:
neuroimagem. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2006, vol.28, suppl.1, pp. s21-s28. ISSN
1516-4446. doi: 10.1590/S1516-44462006000500004.
POSTERES
CONSIDERAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS DA PLEXOPATIA
BRAQUIAL BILATERAL: RELATO DE CASO RARO
INTRODUÇÃO: O plexo braquial representa o suprimento nervoso para os membros
superiores. É formado pelos ramos anteriores dos nervos C5, C6, C7, C8 e T1. Por meio da
união dos ramos, formam-se três troncos: superior (C5 e C6); médio (C7) e inferior (C8 e T1).
Cada tronco forma duas divisões: uma anterior e uma posterior. As divisões posteriores se unem
para formar o fascículo posterior; as divisões anteriores do tronco superior e do médio formam o
fascículo lateral e a divisão anterior do tronco inferior forma o fascículo medial. Os nervos
terminais originados após a formação dos fascículos são: musculocutâneo, ulnar, axilar, radial,
mediano. As lesões do plexo braquial acima descrito são comuns, pois o membro superior é
pouco fixado ao tronco quando comparado ao membro inferior e mais facilmente afetado por
forças de tração. Ocorrem na maioria dos acidentes motociclísticos (causa de 54% de lesões
desse plexo) e também em recém nascidos devido à tração de seu braço durante o parto, com
prevalência entre 0,2 a 2,0 a cada 1000 partos. Os músculos supridos pelos nervos periféricos
lesados exibem paralisia flácida e atrofia. Lesões bilaterais do plexo braquial são raras e podem
ser confundidas com lesões da medula espinhal. OBJETIVO: Descrever um relato de caso de
plexopatia braquial bilateral grave e suas considerações anatomoclínicas. DISCUSSÃO: A.S,
20 anos, sexo masculino sofreu acidente motociclistico e foi encaminhado ao Hospital João
XXIII, em Belo Horizonte – Minas Gerais, onde foi diagnosticada lesão bilateral do plexo
braquial. Após ressonância magnética da coluna cervical, se observou sinais de avulsão da raiz
neural esquerda C6 e uma coleção líquida epidural anterior, desde a altura de C1 até T1-T2,
causando compressão da face ventral da medula. A eletroneuromiografia dos membros
superiores encontrou potenciais de ação sensitivos com amplitudes bastante reduzidas nos
nervos medianos e ulnar direito e ausentes nos radiais e no ulnar esquerdo. Os potenciais de
ação motor estavam reduzidos à esquerda e ausentes à direita nos nervos medianos (deficiência
de músculos da eminência tênar, músculo abdutor curto do polegar e oponente do polegar) e
ulnares. As velocidades de condução sensitiva estavam normais bilateralmente e a velocidade
motora estava levemente diminuída à esquerda. Dado essas anormalidades neurofuncionais de
caráter axonal, o diagnóstico foi de plexopatia braquial bilateral grave. Para o tratamento, foi
indicado acompanhamento de fisioterapia e terapia ocupacional, além do uso contínuo de
injeções de vitamina B12 intramuscular. Esse medicamento possui um mecanismo de ação
antiálgica por intervenção no metabolismo da mielina, possibilitando condições de regeneração
do cilindro-eixo da célula nervosa. CONCLUSÃO: O conhecimento neuroanatômico do plexo
braquial é indispensável para o entendimento da plexopatia braquial, para que, desta forma, seja
possível orientar as ações de saúde tanto para o planejamento da assistência ao traumatizado
como para a definição de manobras para prevenção.
PALAVRAS-CHAVE: Lesão do plexo braquial bilateral. Acidente motociclístico. Relações
anatomoclínicas.
REFERÊNCIAS:
1. MOORE, K. L.; DALLEY, A.F. Anatomia Orientada para a Clínica. Quinta Edição. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2007. 1101 p.
2. FLORES, L. P. Estudo epidemiológico das lesões traumáticas do plexo braquial em
adultos. Disponível em: <http://www.scielo.org>. Acesso em 02 de jun. 2011.
POSTERES
DÉFICITS NEUROLÓGICOS AUMENTAM O RISCO DE QUEDA EM
IDOSOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Marina Letícia Massote Couto
Nayane Moura Maia
Patrícia Junqueira de Resende
Thiago Pereira Andrade
Luciana Hoffert Castro Cruz
Introdução: Com o aumento da expectativa de vida da população a partir dos investimentos
médicos e socioeconômicos na área da saúde, a discussão sobre geriatria está se tornando cada
vez evidente. Os problemas de saúde relacionados aos idosos geram conseqüências importantes
para a funcionalidade e independência. As quedas são eventos traumáticos na vida dos idosos e
interferem diretamente na qualidade de vida, podendo acontecer tanto dentro das residências
quanto fora e por diversos fatores. O equilíbrio é um processo complexo que envolve os
esforços conjugados de mecanismos aferentes dos sistemas sensoriais visual, vestibular e
proprioceptivo, assim como de mecanismos eferentes dos sistemas motores, que compreendem
a força muscular dos membros superiores e inferiores e flexibilidade articular. As respostas
aferentes e eferentes são organizadas por uma variedade de mecanismos centrais ou funções do
sistema nervoso central que recebem e organizam as informações sensoriais e programam
respostas motoras apropriadas. Com o aumento da idade, a atividade deste processo se torna
mais difícil e ocorrem as quedas. Objetivo: Analisar as causas neurológicas associadas às
quedas em pessoas idosas. Discussão: A origem da queda pode ser associada a fatores
intrínsecos – decorrentes de alterações fisiológicas do envelhecimento, doenças e efeitos de
medicamentos, e a fatores extrínsecos – circunstâncias sociais e ambientais que oferecem
desafios ao idoso. Existem fatores ambientais que oferecem riscos de quedas aos idosos, como
exemplo piso escorregadio no banheiro e calçados inadequados. Existem déficits neurológicos
associados ao avançar da idade que influenciam a marcha e o equilíbrio, tais como eficácia
reduzida dos neurotransmissores, redução da eficácia das conexões sinápticas, número
diminuído de neurônios, tempo de reação prolongado, número diminuído de unidades motoras,
capacidade sensorial reduzida e aumento do limiar para as informações sensoriais. Paralelo a
isso, existem doenças neurológicas que podem ser causas de quedas como doença de Alzheimer,
compressão da medula espinhal, doença de Parkinson, degeneração espinocerebelar, doença
labiríntica e lesão vestibular. Estudos recentes mostraram que as mulheres idosas são mais
susceptíveis às quedas do que os homens idosos. As quedas apresentam diversos impactos na
vida de um idoso, que podem incluir morbidade importante, mortalidade, deterioração
funcional, hospitalização, institucionalização e consumo de serviços sociais e de saúde. Além
das conseqüências diretas da queda, os idosos restringem suas atividades devido a dores,
incapacidades, medo de cair, atitudes protetoras de familiares e cuidadores ou até mesmo por
aconselhamento de profissionais de saúde. Por isso, deve-se buscar de todas as formas evitá-las
através da redução dos fatores de riscos ambientais e prática de atividade física. Conclusão:
Doenças e disfunções neurológicas podem ser consideradas umas das principais causas de
quedas.
Palavras-chave: doença de Alzheimer, idosos, fraturas
Referências:
1. Melo, Eduardo Gomes de; Azevedo, Elaine. Quedas no idoso. Temas de Reumatologia
clínica- vol.8- nº4- dezembro de 2007.p.121-127.
2. Ribeiro, Adalgisa Peixoto; Souza, Edinilsa Ramos de; Atie, Soraya; Souza, Amaro
Crispim de; Schilithz, Arthur Orlando. Influências das quedas na qualidade de vida
dos idosos. Ciênc. saúde coletiva;13(4):1265-1273, jul.-ago. 2008.
POSTERES
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE O COMA, O ESTADO
VEGETATIVO PERSISTENTE E A SÍNDROME DO
ENCARCERAMENTO: CONSIDERAÇÕES ANATOMO-CLÍNICAS
Bárbara Vidigal dos Santos
Joyce Carvalho Martins
Marília Fontenelle e Silva
Vinícius Boaratti Ciarlariello
Luciana Hoffert Castro Cruz
Introdução: O coma é o estado em que o indivíduo não demonstra conhecimento de si e do
ambiente, caracterizado pela diminuição do nível de consciência. No estado vegetativo
persistente, o paciente pode apresentar abertura de olhos, mas não orientados por estímulo, sem
percepção do ambiente e passa a readquirir ciclos normais de vigília-sono. A síndrome do
encarceramento, decorrente da lesão da porção ventral da ponte, leva à perda da motricidade
sem afetar a consciência do indivíduo. A única forma de comunicação deste paciente com o
meio externo dá-se por movimentos verticais dos olhos. Comumente, coma, estado vegetativo
persistente e síndrome do encarceramento podem ser confundidos devido às similaridades dos
quadros clínicos e das classificações dadas pela Escala de Coma de Glasgow, que utiliza três
parâmetros para análise do nível de consciência: abertura ocular, reação motora e resposta
verbal. Objetivo: Evidenciar as diferenças anatômicas e sintomatológicas entre os três estados
clínicos. Discussão: A diminuição do nível de consciência é gerada por lesão do sistema
ativador reticular ascendente ou lesão intensa e difusa do córtex cerebral ou de ambas as áreas.
Após três semanas de instalação do coma, o paciente pode apresentar quadro de estado
vegetativo persistente, cujas atividades do tálamo e do tronco cerebral, que controlam os ciclos
do sono, a temperatura corporal, a respiração e a frequência cardíaca mantém-se preservadas. Se
o estado vegetativo persistente se prolongar durante mais alguns meses, é improvável que o
paciente recupere a consciência. No entanto, uma pessoa pode viver muitos anos nesta situação,
o que gera reflexões éticas acerca dos limites entre a vida e a morte. A síndrome do
encarceramento ocorre por lesões, geralmente de natureza vascular, deixando preservado o
tegmento pontino e os segmentos mais craniais do tronco encefálico. Fibras eferentes motoras
que provêm do córtex cerebral não conseguem chegar ao destino, dado que estão interrompidas
ao nível da ponte. Os pacientes permanecem conscientes, já que a porção dorsal da ponte, onde
se situa o sistema ativador reticular ascendente, mantém-se íntegra. Para medir a consciência do
indivíduo e a evolução das lesões, como as citadas anteriormente, usa-se a escala de coma de
Glasgow. O neurologista pede para que os indivíduos abram os olhos e provoca situações
capazes de gerar reações motoras e verbais, oferecendo pontos de acordo com a resposta do
paciente: 13 a 15 pontos-Lesão leve; 10 a 12 pontos-Lesão moderada; 4 a 9 pontos-Lesão grave;
3 pontos-Morte cerebral. Conclusão: A escala de coma de Glasgow pode ser considerada
limitada para realizar diagnóstico diferencial entre os estados de coma, vegetativo persistente e a
síndrome do encarceramento, já que ela avalia respostas que, muitas vezes, são comuns nesses
três estados clínicos. Assim, faz-se necessário uma investigação detalhada por meio de
ressonância magnética e monitoramento do grau de consciência a fim de evitar um diagnóstico
equivocado.
Palavras-chave: Neuroanatomia do coma, Estado Vegetativo Persistente, Síndrome do
Encarceramento.
Referências:
1. Muniz, Elaine Cristina S et al. Utilization of the Glasgow Coma Scale and Jouvet Coma
Scale to evaluate the level of consciousness. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.
Data de acesso: 03/06/2011
2. NITRINI, R.; BACHESCHI, L.A.: A neurologia que todo médico deve saber.; 2003;
Editoração;Livro; Português; 490; ; Atheneu; São Paulo; BRASIL; Impresso.
POSTERES
DINÂMICA DE RACIOCÍNIO CLÍNICO EM DISCUSSÃO DE CASOS
NA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA
Ana Carolina Santana e Silva
Ana Yin Yin Mao
Fernanda Valério Henriques
Laissa Reis Paixão
Maria Eugenia Silveira
Robert Eduardo Emídio
Rosana Aparecida Rodrigues Cardoso
Fabiana Alves Nunes Maksud
Identificação do problema: O aprendizado baseado em discussão de casos é cada vez mais
utilizado em diferentes disciplinas e estratégias no ensino médico. A disciplina de Semiologia II
do 6º período do curso de Medicina da UFOP tem como objetivo continuar o aprendizado da
semiologia médica; e entre os domínios cognitivos de aprendizagem desta, destacamos o
desenvolvimento de habilidades para identificar queixas clínicas e achados semiológicos ao
exame físico e elaborar hipóteses diagnósticas, etapas essenciais no raciocínio clínico efetivo.
Cenário: Atividade de grupos de discussão (GD) de temas relativos ao programa da disciplina.
Desenvolvimento: A cada tema teórico previamente definido para os GDs, um aluno
apresentava um ou dois casos clínicos verídicos ou fictícios. Após esta apresentação, o grupo de
estudantes discutia sobre o assunto do GD e os possíveis diagnósticos diferenciais das
síndromes clínicas abordadas, em seguida o aluno apresentava novamente os casos clínicos e
cada estudante definia de forma anônima a provável hipótese diagnóstica (HD). Após a
elucidação da verdadeira hipótese diagnóstica, cada estudante expunha seu ponto de vista caso a
sua hipótese fosse diferente. Principais resultados: A docente que acompanhou o grupo
reconhece que atividade foi muito proveitosa, pois os estudantes participaram mais ativamente
da discussão, trazendo diferentes fontes de estudo e reforça que esta atividade não tem como
objetivo a busca de consenso entre os participantes, e sim recolher diferentes pontos de vista
utilizando conhecimentos adquiridos anteriormente em estudos individuais, aulas teóricas e/ou
atendimentos realizados. A definição da HD de forma anônima pode ter propiciado uma menor
pressão de acerto pelos estudantes. Na visão dos alunos a estratégia desperta um interesse maior
pelo assunto discutido, contribuindo não somente para o interesse na busca de atualizações e
semiotécnicas por vezes extrapolando o objetivo da disciplina, ao comtemplar tratamentos e
seus efeitos; como também para a sedimentação dos conhecimentos e esquematização de uma
ordem de pensamento lógico, colaborando para a memorização dos sinais de alerta que devem
ser pesquisados em cada queixa. A ponderação do professor juntamente com o conhecimento
prévio do aluno é fundamental para direcionar argumentações e conclusões. O ensino
ministrado durante os anos de graduação deve visar o aprendizado não apenas de
conhecimentos, mas de habilidades e atitudes, discutidas nessa atividade, a qual incentiva a
autonomia de raciocínio por parte dos alunos. Conclusões: Estratégias didáticas que favorecem
a aprendizagem da semiologia, valorizando o conhecimento prévio do aluno e a avaliação crítica
dos achados clínicos podem ser uma importante ferramenta no desenvolvimento do raciocínio
clínico.
Palavras-chave: Ensino, Semiologia, Raciocínio Clínico.
Referências:
1. REA-NETO, A. Raciocínio clínico: o processo de decisão diagnóstica e terapêutica. Rev.
Assoc. Med. Bras., 44 (4), 1998.
2. PEDROSO, J. L. A importância do raciocínio clínico e do diagnóstico diferencial: uma
abordagem em atenção primária para “dor na perna”. 2005. Disponível em:
<www.nates.ufjf.br/novo/revista/pdf/v008n2/importancia>.
POSTERES
FATORES RELACIONADOS AO AUMENTO DAS TAXAS DE
CESARIANA NO BRASIL, SUAS CONSEQUÊNCIAS E REAIS
INDICAÇÕES
Tábata Passos Ferreira
Raíssa Lage Coimbra
Iure Kalinine Ferraz de Souza
Introdução: Cesariana é a intervenção cirúrgica que consiste na retirada do feto da cavidade
uterina por via abdominal. Na era moderna, o aumento da quantidade de cesáreas a partir da
década de 1970 vem alertando a comunidade científica. Objetivo: O presente estudo tem como
objetivo enumerar as indicações obstétricas e as complicações clínicas nas quais a cesariana é a
melhor opção, além de abordar questões referentes ao aumento crescente da incidência de
cesarianas eletivas, através de revisão da literatura especializada. Discussão: O Brasil possui
uma das taxas de realização de cirurgias cesarianas mais elevadas do mundo. Este fato está
relacionado a fatores socioculturais, institucionais, financeiros e legais. Existem situações
especificas em que a cesariana é o melhor método a ser empregado. Nas demais, o parto normal
é a melhor opção uma vez que é mais seguro, mais barato, a recuperação é mais rápida e possui
menor índice de complicações per e pós operatórias. Conclusão: Portanto, a opção pela
cesariana deverá feita quando a equipe médica, a paciente e a família estiverem em comum
acordo que este é o método mais seguro e mais adequado à paciente e ao feto.
Palavras-chave: cesariana, obstetrícia, cirurgia obstétrica
Referências:
1. Faúndes A, Cecatti JG. A operação cesariana no Brasil. Incidência, tendências, causas,
consequências e proposta de ação. Cad Saúde Pública 1991; 7 150 - 73
2. Belizan JM, Althabe F, Barros FC, Alexander S. Rates and inplications of caesarean
section in Latin America: ecological study. BJM 1999; 319 397 – 400
POSTERES
GEOGRAFIA MÉDICA NO BRASIL: UM PERFIL HISTÓRICO E
BIBLIOGRÁFICO Ludmylla Gomes
Neves
Camila de Alcântara Casagrande
Castro
Carolina Silva Bernardes
César Augusto Nunes Costa
Lorena de Souza Bueno
Flávia Assad Gostaldon
Marina Costa Jonas
Sarah Mendes Mendonça
Souza
Márcio Antônio Moreira Galvão
Introdução: “A Geografia Médica tem por fim o estudo da distribuição e da prevalência das
doenças na superfície da terra, bem como de todas as modificações que nelas possam advir por
influência dos mais variados fatores geográficos e humanos” (PESSOA, 1960). Resultante da
interligação dos conhecimentos geográficos e médicos, a Geografia Médica nasceu com
Hipócrates. Representou o primeiro esforço sistemático para apresentar as relações causais entre
fatores do meio físico e doença. No Brasil, a construção dos conceitos de Medicina Geográfica
iniciou-se com a conquista e colonização pelos países imperialistas. Objetivos: Traçar o perfil
da história da Geografia Médica no Brasil; avaliar e divulgar a produção científica sobre
geografia e saúde no Brasil. Discussão: O desenvolvimento da Geografia Médica no Brasil
iniciou-se com os relatos de viajantes que descreveram as moléstias locais. Posteriormente, a
fundação da Faculdade de Medicina do Brasil (1808) fez surgir inúmeras teses em patologia ou
higiene, que abordaram questões referentes à geografia das doenças. Em 1844, Sigaud publicou
“Du Climat et des maladies du Brasil” com o objetivo de traçar uma climatologia, esboçar a
geografia médica do país e descrever as doenças que constituíam a patologia intertropical. Essa
obra foi considerada o primeiro tratado brasileiro de Geografia Médica. No final do século XIX,
houve um declínio da Medicina Geográfica com o surgimento da Era Bacteriológica e a Teoria
da Unicausalidade, em que se enfocava a etiologia e o modo de transmissão das doenças
infecciosas. Em 1908, a Academia Nacional de Medicina publicou uma lista bibliográfica que
pontuava aspectos topográficos e climatologia médica. Santos Filho, por sua vez, em História
da Medicina no Brasil, retrata memórias dessa época versando sobre Geografia Médica. A partir
da metade do século XX, surge a Teoria da Multicausalidade, em que a doença é considerada
um processo decorrente de diversas causas – biológica, ambiental, social, econômica,
psicológica e cultural – que agem sobre um indivíduo susceptível. Essa concepção, assim,
reconsiderou a importância da Geografia Médica e sua correlação com as doenças. Dentre as
publicações da época, estão: “A Geografia da fome”, de Josué de Castro; “Clima e Saúde”, de
Afrânio Peixoto; e “Ensaios Médico-Sociais”, de Samuel Pessoa. Conclusão: A documentação
das observações sobre Geografia Médica tem se mostrado importante para os estudos
epidemiológicos e, consequentemente, para o planejamento de estratégias em vigilância em
saúde. Dessa forma, existe a necessidade de que mais pesquisadores desenvolvam estudos dos
laços que unem o homem ao seu ambiente biológico e social.
Palavras-chave: Geografia Médica, Era Bacteriológica, Teoria da Multicausalidade.
Referências:
1. PAIVA, C.H.A, Samuel Pessoa: uma trajetória científica no contexto do sanitarismo
campanhista e desenvolvimentista no Brasil, Instituto de Medicina Social/Uerj, Hist.
cienc. saude-Manguinhos vol.13 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2006 .
2. LEMOS, J.C, LIMA, S. C. A geografia médica e as doenças infecto-parasitárias.
Caminhos de Geografia 3(6), jun/ 2002.
POSTERES
PLANEJAMENTO EM SAÚDE: UMA INTERVENÇÃO CONTRA A
DIARRÉIA NA ESCOLA DÓ-RÉ-MI DO BAIRRO BAUXITA, OURO
PRETO, MINAS GERAIS. Ariane Cavalcante do Nascimento
Felipe Moreira Dias
Flávio Alexandre Pereira Pinto
Ismael Eliazer Azevedo Alves
Felício
Ludmila Naves Magalhães
Luis Felipe Conceição
Palmira de Fátima Bonolo
Introdução: A diarréia constitui importante problema de saúde pública em países em
desenvolvimento. De acordo com relatório da UNICEF e OMS, a afecção é responsável por
uma em cada cinco mortes em crianças de 0-5 anos. Segundo Departamento de Água e Esgoto
Municipal, o único tratamento que a água de Ouro Preto recebe é a cloração. Dados do
DATASUS mostram, em 2009, uma taxa de mortalidade infantil por diarréia em Ouro Preto de
1,4 por 1000 nascidos vivos; em 2008, a taxa de hospitalização por desidratação foi 17,3 por
1000 crianças menores de 5 anos. Uma dentre as vinte e cinco crianças da escola DO-RE-MI,
bairro Bauxita, Ouro Preto – MG, foi hospitalizada esse ano devido a desidratação como
complicação de diarréia. A partir de questionário, foi constatada, nessa comunidade, a
deficiência de projetos de orientação e educação de mães e cuidadores de crianças de 0-5 anos,
no que tange a prevenção e tratamento apropriado da diarréia, o que constitui importante fator
determinante de complicações, como desidratação. Esse fato justifica a intervenção deste
projeto. OBJETIVO: Aumentar de 68% para 90,0% a porcentagem de mães e cuidadores que
tomam alguma precaução para evitar a diarréia. Aumentar de 56% para 100,0% a porcentagem
das mães participantes que conhecem a Terapia de Reidratação Oral. Assim como, aumentar a
iniciativa e frequência de lavagem das mãos (avaliado por observação de mudança de hábito de
higienização das mãos). MÉTODOS: No planejamento da intervenção, utilizou-se o método de
Estimativa Rápida Participativa para o diagnóstico situacional de saúde. No processo de
intervenção foram realizados: grupo de discussão com as cuidadoras da escola, teatro de
marionetes com os alunos e confecção de cartazes e cartilhas. Resultados: Após a intervenção o
número de mães que tomam algum cuidado para evitar diarréia passou de 17 em 25 (68%) para
24 (96%). O número de mães que conhecem a Terapia de Reidratação Oral passou de 14 em
25(56%) para 25 (100%). O número de cuidadores que tomam alguma precaução para evitar
diarréia para evitar diarréia passou de 4 em 5 (80%) para 5 (100%). Todas cuidadores acharam
que a intervenção dos alunos do 6º período de medicina na escola Dó-ré-mi abordando foi
importante para prevenir diarréias nas crianças. Conclusão: Com o término do projeto
verificou-se que ações educativas para minimizar a incidência e prevalência da diarréia e os
impactos da afecção instalada têm grande validade ao informar sobre o assunto,
simultaneamente conscientizando pais e cuidadores de crianças de 0 a 5 anos. Contudo ficou
notório que a mudança dos hábitos de higiene das crianças e a implantação de medidas de
prevenção pelos pais depende de uma ação mais ampla e abrangente.
Palavras-chave: Diarreia, criança, prevenção, educação, pais, cuidadores
Referências:
Informante-chave – Diretora da escola Dó-ré-mi. Bauxita – MG
Neves, K.O. Estudo microbiológico da água de consumo de bairros periféricos de Ouro Preto e
diarréia infantil. 2002.
POSTERES
PREVALÊNCIA DE QUEIXAS DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE
ESFORÇO NO PRÉ-PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO EM
GESTANTES E PÚERPERAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
DE PATROCÍNIO-MG
Andréa Caixeta Gonçalves
Ademar Gonçalves Caixeta Neto
Juliana Araújo Freitas Silva
Introdução: A incontinência urinária (IU) é definida por Baracho (2002) como uma condição
em que a perda involuntária de urina é um problema social, higiênico e objetivamente
demonstrável. Segundo Ramos (2006), cerca de 45% da população feminina apresenta algum
tipo de incontinência urinária. Estima-se que 50% das pacientes tenham incontinência urinária
de esforço, 20% tenham incontinência urinária de urgência e 30% apresentam a sintomática.
Objetivo: Mostrar a prevalência de queixas de Incontinência Urinária de Esforço pré e pós-
parto em gestantes internadas na Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio-MG e identificar o
tipo de sintomas urinários mais freqüentes no pré e pós-parto imediato. Metodologia: Trabalho
realizado entre os meses de julho à setembro de 2008, após aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa do Centro Universitário do Cerrado - Patrocínio (UNICERP). Foi selecionada amostra
aleatória de 80 mulheres, sendo 40 gestantes que se encontravam no 3° trimestre de gestação e
40 puérperas no pós-parto imediato. Foi realizada a coleta de dados através do King’s Health
Questionnaire validado por Fonseca et al. (2005), traduzido e modificado de acordo com as
necessidades da pesquisa. Foram adotados como critérios de inclusão gestantes no 3° trimestre e
puérperas no pós-parto imediato, tendo como idade mínima 15 anos e máxima 40 anos. Foram
excluídas gestantes nos 2 primeiros trimestres de gestação, idade inferior a 15 anos e superior a
40 anos e que estejam no pós-parto imediato. A análise estatística foi realizada de forma
qualitativa e quantitativa, por meio do teste do qui-quadrado (x²), com índice de significância
estabelecido com p < 0,05. Resultados: A prevalência de queixas de IU em gestantes foi de
42.5%, enquanto que nas puérperas foi de 25%. As situações em que houve perda urinária em
gestantes de forma mais comum foram: espirar (70.58%), tossir (58.22%), rir (17.64%), pegar
peso (11.76%) e andar (5.88%). Nas púerperas houve perda urinária ao espirar (70%), tossir
(60%), rir (20%) e andar (10%). Conclusão: A prevalência de IU foi maior em gestantes
quando comparados às púerperas. Não houve diferença significante estatisticamente entre
púerperas e gestantes quanto à perda urinária ao espirar, tossir e rir. Não foi relatada perda
urinária ao carregar peso em púerperas.
Palavras-chave: Incontinência Urinária de Esforço, Pré-Parto, Pós-Parto Imediato.
Referências bibliográficas:
1. BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Obstetrícia. 3ª ed., Rio de Janeiro: Medsi.,
2002;
2. FONSECA, E.S.M. et al. Validação do questionário de qualidade de vida (King’s
Health Questionnaire) em mulheres brasileiras com incontinência urinária. Rev Bras
Ginecol Obstet. 2005; 27(5): 235-42.
POSTERES
PROJETO SAÚDE EM DIA. GRUPOS OPERATIVOS COMO
ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM PACIENTES COM
DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Ana Luiza Leite Costa
Gustavo André A. Oliveira
Juliana Nascimento
Robert Eduardo Emídio
Rosana Aparecida Rodrigues
Cardoso
Adriana Maria de Figueiredo
Adriana Carla Oliveira
Identificação do Problema. Foi identificado, pela Equipe de Saúde da Família juntamente com
os monitores do PET-Saúde no início de 2010, um total de 96 diabéticos na ESF-03 Cabanas,
dentre estes 38 portadores de Diabetes Mellitus exclusivamente e/ou que fazem uso de insulina,
os quais eram até o momento pouco assistidos pela equipe. Os demais eram acompanhados
pelos grupos operativos do programa HiperDia, voltado para hipertensos. Diante disso, optamos
por acompanharmos a saúde desses pacientes por meio de grupos operativos, de forma a
minimizar as complicações decorrentes da doença. O trabalho vem ao encontro da possibilidade
de desenvolvimento de estratégias de autocuidado e de estabelecimento de vínculos entre
participantes e profissionais de saúde, propondo o desenvolvimento de grupos operativos, a fim
de promover a socialização da experiência e o acolhimento pela equipe de saúde. Cenário. A
Unidade de Saúde Cabanas, em Mariana-MG, atende os bairros Santa Rita de Cássia, Cabanas,
São José e Vale Verde. De acordo com os dados referentes à equipe 03, o total de famílias
cadastradas é de 954, sendo 96 pessoas portadoras do DM, 402 pessoas são portadoras da
Hipertensão Arterial Sistêmica. O padrão sócio econômico baixo é realidade de grande parte da
população. Desenvolvimento. Os grupos operativos aconteceram de junho a dezembro de 2010,
quinzenalmente, de forma simples e objetiva com dinâmicas e atividades práticas externas. Os
temas eram escolhidos em conjunto ao longo do trabalho, abordando sinais e sintomas,
complicações do diabetes, alimentação, atividade física, contando com a participação da
nutricionista e da médica da unidade de saúde em momentos estratégicos. Resultados. Mais que
informações, foi oferecido um tratamento diferenciado que se preocupava com o bem-estar
físico e mental, proporcionando um ambiente acolhedor, contribuindo para os efeitos
alcançados. Aos monitores, as experiências tiveram âmbito particular e coletivo, com troca de
vivências entre os participantes, no entendimento da doença na percepção dos diabéticos. O
acompanhamento dado pela atenção primária apresenta uma grande relevância no
encorajamento do paciente ao autocuidado, estratégias de aproximação da equipe médica com
os pacientes são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida da população de qualquer
nível social. Foi experimentado na prática, tudo o que foi passado aos monitores na teoria, como
princípios básicos do SUS e da cidadania que estão presentes na Carta dos Direitos dos Usuários
da Saúde. Conclusões. O enriquecimento na formação profissional, tanto no âmbito da
humanização na relação médico/paciente quanto no conhecimento intelectual sobre os assuntos
abordados, foi significante e diferencial para os monitores. Encarar um problema sozinho,
qualquer que seja ele, gera medo e muitas dúvidas. O convívio com um Grupo de pessoas que
partilham essa característica ajuda a encará-la. À medida que se constrói uma relação de
cumplicidade e confiança, as pessoas tendem a expor seus sentimentos e dúvidas de modo a
saná-las em conjunto.
Palavras chaves: Grupo Operativo, Diabetes Mellitus, autocuidado.
Referências:
1- Pereira, F. R. L.; Torres, H.C.; Cândido, N. A.; Alexandre, L. R. Promovendo o
autocuidado em diabetes na educação individual e em grupo. Cienc Cuid Saude 2009
Out/Dez; 8(4):594-599
2- Torres, H.C.; Franco, L. J. ; Stradioto, M. A.; Hortale, V. A.; Schall, V. T. Avaliação
estratégica de educação em grupo e individual no programa educativo em diabetes Rev.
Saúde Pública vol.43 no.2 São Paulo Apr. 2009 Epub Feb 13, 2009.
POSTERES
PROJETO SAÚDE EM DIA.
O IMPACTO DE GRUPOS OPERATIVOS NO CONTROLE DE
DIABETES MELLITUS.
Ana Luiza Leite Costa
Gustavo André A. Oliveira
Juliana Nascimento
Robert Eduardo Emídio
Rosana Aparecida Rodrigues
Cardoso
Adriana Maria de Figueiredo
Adriana Carla Oliveira
Introdução. Em termos mundiais, cerca de 240 milhões de indivíduos apresentavam Diabetes
Mellitus (DM) em 2005, com projeção de atingir 366 milhões em 2030, dos quais dois terços
habitarão países em desenvolvimento, sendo no Brasil a estimativa de 11,3 milhões de pessoas
para o ano de 2030. Foi identificado, pela Equipe de Saúde da Família juntamente com os
monitores do PET-Saúde no início de 2010, um total de 96 diabéticos na ESF-03 Cabanas,
dentre estes 38 portadores de Diabetes Mellitus exclusivamente e/ou que fazem uso de insulina,
os quais eram até o momento pouco assistidos pela equipe. Os demais eram acompanhados
pelos grupos operativos do programa HiperDia, voltado para hipertensos. Objetivos.
Conscientizar os portadores de Diabetes Mellitus a respeito de sua patologia através da
educação em saúde/grupo operativo, favorecendo maior adesão ao tratamento e promoção de
saúde, evitando complicações decorrentes da doença. Métodos. Os grupos operativos
aconteceram de junho a dezembro de 2010, quinzenalmente, de forma simples e objetiva com
dinâmicas e atividades práticas externas. Os temas eram escolhidos pelos monitores e pelos
participantes ao longo do trabalho, abordando sinais e sintomas, complicações do diabetes,
alimentação, atividade física, contando com a participação da nutricionista e da médica da
unidade de saúde em momentos estratégicos. Verificou-se a glicemia em jejum ou pós-prandial,
IMC, Pressão Arterial Sistólica e Diastólica e circunferência Abdominal em cada grupo
operativo, classificando-se os pacientes em um score atribuindo-se +1 ponto para cada fator
dentro da normalidade e -1 para cada fator fora desta, utilizando-se os critérios da IDF (2005).
Resultados. Além de uma melhora do controle do Diabetes, vista por exames laboratoriais,
houve uma melhora no autocuidado, na compreensão da doença e uma minimização do impacto
da doença no psicossocial dos pacientes. Dos pacientes mais assíduos, apenas um paciente teve
declínio em seu score, mesmo assim teve a pontuação nos dois últimos GO estáveis. Ressalta-se
a situação de uma paciente, que no início apresentava score -5, e ao final -3, fato este
importantíssimo para a sua saúde. Ela se apresentava com DM descontrolado e encontrava
muitas dificuldades para manter o tratamento por ser analfabeta e depender de terceiros para
aplicação da insulina. Conclusões. A dinâmica em grupo favorece melhor assimilação pelos
usuários quanto ao tema abordado, reafirmando a importância da Atenção Primária para a
promoção da saúde e prevenção de doenças. A adequação da linguagem utilizada nos GO foi
fundamental para melhor compreensão dos assuntos trabalhados. Isso favoreceu o aumento da
aderência dos pacientes aos cuidados da doença e desenvolveu uma maior proximidade dos
participantes com a unidade de saúde. As atividades realizadas apresentaram potencial para
estimular o diabético a refletir sobre a adoção de um estilo de vida saudável, bem como a
adoção do autocuidado para melhorar sua qualidade de vida, maior adesão ao tratamento e
assim prevenir possíveis complicações.
Palavras chaves: Grupo Operativo, Diabetes Mellitus, autocuidado.
Referências:
1- SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), Aspectos epidemiológicos do diabetes mellitus e
seu impacto no indivíduo e na sociedade. [On-line]. Disponível em:
http://www.diabetesebook.org.br/novo/modulo-1/2-aspectos-epidemiologicos-do-diabetes-
mellitus-e-seu-impacto-no-individuo-e-na-sociedade. Acessado em 17 de Outubro de 2010.
2- Wild S, Roglic G, Green A, Sicree R, King H. Global prevalence of diabetes. Estimates for
the year 2000 and projections for 2030: Diabetes Care 27(5): 1047-53, 2004.
POSTERES
PROMOÇÃO DA SAÚDE APLICADA À HIPERTENSÃO ARTERIAL
SISTÊMICA
Alyne Hoth Trindade
Amanda de Assis Silveira
Camila Nicolela Geraldo Martins
Caroline Guimarães Dantas de Siqueira
Luiza Gonçalves Martins
Lahis Cristina Bragança de Souza
Ramine Almeida Torreão Mota
Márcio Antônio de Moreira Galvão
Introdução: História natural da doença é o conjunto de processos interativos compreendendo as
inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu
desenvolvimento. É divida em dois períodos: o pré-patogênico e o patogênico. Essa divisão
permite definir pontos no curso da doença nos quais é possível interferir em seu
desenvolvimento por meio de medidas inseridas em diferentes níveis de prevenção. Entretanto,
esse modelo mostrou-se insuficiente para caracterizar a evolução das doenças crônico-
degenerativas que se tornaram mais prevalentes devido a mudança no perfil epidemiológico. A
hipertensão arterial sistêmica, doença crônico-degenerativa, é potente fator de risco para
doenças cerebrovasculares, predominante causa de morte no Brasil. Objetivo: Considerar as
diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) para analisar a história natural da
hipertensão e avaliar a relevância dessas medidas na prevenção dessa doença. Metodologia:
Revisão bibliográfica sobre a prevenção da hipertensão arterial sistêmica baseada nas diretrizes
da PNPS e artigos relacionados. A partir disso, correlação com o modelo da História Natural da
Doença. Discussão: Ao desenvolverem esse modelo, Leavell & Clark utilizaram o conceito de
promoção da saúde, constituído por níveis de prevenção, nos quais é possível aplicar medidas
estratégicas, de acordo com a história natural de cada doença. Entretanto, após a segunda
revolução epidemiológica, a promoção da saúde passou a associar-se a medidas preventivas
sobre o ambiente físico e os estilos de vida, e não mais voltadas exclusivamente para indivíduos
e famílias. Nesse contexto a PNPS mostra-se mais abrangente para definir estratégias
profiláticas para doenças crônico-degenerativas no intuito de impedir a instalação e reduzir a
incidência. Modificações de estilo de vida são importantes na terapêutica e na prevenção da
hipertensão. Evidências demonstram que essas modificações são eficazes para controlar os
níveis pressóricos e no Brasil, os programas educativos sobre tais fatores de risco são escassos.
Conclusão: A prevenção de doenças e a promoção à saúde são temas que ganharam relevância
dentro das ações de saúde. No entanto, essas ações podem ser potencializadas se houver união
de esforços no que diz respeito à redução dos fatores de risco de doenças crônico-degenerativas,
como é o caso da hipertensão.
Palavras-chave: História natural da doença, promoção da saúde, hipertensão
Referências:
1. BRASIL. Ministério da Saúde. 2005. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pd
f> Acessado em jun. 2011
2. QUADRA, A.A. Viver é resistir: o modelo de história natural das doenças. Rio de
Janeiro, Achite, 1983.
POSTERES
SÍNDROME DE ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Breno Bernardes de Souza
Liliane Alves Mattos
Natália Corrêa de Assis
Guilherme Freitas Bernardo Ferreira
Luciana Hoffert Castro Cruz
Introdução: A Síndrome de Alice no País das Maravilhas (SAPM), também conhecida por
Síndrome de Todd foi descrita em 1955 pelo psiquiatra inglês John Todd. Trata-se de uma
desordem neurológica caracterizada por uma distorção na percepção do formato, tamanho,
distância e relação espacial dos objetos e do próprio corpo. Esses sintomas são condizentes com
a situação vivenciada pela personagem Alice, de Lewis Carroll, o que justifica a nome da
síndrome. Objetivos: Definir a síndrome, sua etiologia, áreas cerebrais acometidas,
fisiopatologia e tratamento por meio de revisão bibliográfica. Discussão: A SAPM caracteriza-
se por uma percepção distorcida do formato e tamanho das pessoas ou objetos, os quais parecem
ser maiores (macropsia) ou menores (micropsia) que o normal. Dessa forma, um cachorro pode
aparentar o tamanho de um rato e um carro pode apresentar-se reduzido em escala. Além disso,
na SAPM, também há uma alteração considerável da perspectiva, do senso de tempo, da
sensibilidade tátil, da audição e da linguagem. O portador pode perceber o tempo passar mais
rápido ou lentamente, ouvir sons contínuos e que não existem, sentir que o chão não está firme,
que está caminhando em uma estrada sem fim, que as partes do corpo estão aumentando ou
diminuindo, que os objetos estão perdendo as cores, entre outros. Esses episódios alucinantes
acontecem por aproximadamente vinte minutos, podendo ocorrer uma ou mais vezes na semana,
deixando o indivíduo atordoado, fazendo-o procurar um ambiente isolado para que ele possa se
acalmar. Essa síndrome acomete principalmente crianças, desaparecendo quando se atinge a
adolescência. A SAPM é uma rara manifestação de muitas doenças comuns, como enxaqueca,
epilepsia, mononucleose devido ao vírus Epstein-Barr, tumores cerebrais, hiperpirexia, uso de
drogas psicoativas, encefalopatia tifóide, distúrbios psiquiátricos como depressão e dores de
cabeça pulsantes. Técnicas de medicina nuclear demonstraram que os portadores da SAPM
possuem perfusão cerebral anormal na região temporal-medial, hipocampal, temporo-occipital
ou temporo-parieto-occipital. Não existe tratamento direto para esta síndrome, uma vez que a
sua causa raiz é quem deve ser tratada. Conclusão: A Síndrome de Alice no País das
Maravilhas é um distúrbio do sistema nervoso central que é uma rara conseqüência de algumas
doenças. Assim, o conhecimento dessa síndrome é importante para que o médico, quando
diagnosticar sintomas desta, conduza seu pensamento clínico no caminho da enxaqueca,
epilepsia, encefalopatia tifóide, entre outros; podendo fornecer um diagnóstico e tratamento
antecipados, resultando em um melhor prognóstico.
Palavras-chave: Síndrome de Alice no país das Maravilhas, distorção, neuroanatomia.
Referências:
1. TODD, John. Syndrome of Alice in Wonderland. Canadian Medical Association
Journal, Ottawa, 1955, 73: 701-70.
2. KITCHENER, Nabil. The International Journal of Child Neuropsychiatry Vol. 1 (1) -
Sep. 2004.
POSTERES
SÍNDROME DO MEMBRO FANTASMA: BASES ANATÔMICAS
E NEUROFISIOPATOLÓGICAS
Bryan Ferraz Freitas
Janaina Drumond Fraga
Thiago Pereira Andrade
Vinicius Chinellato Lima de
Carvalho
Luciana Hoffert Castro Cruz
INTRODUÇÃO: A síndrome do membro fantasma se refere a um fenômeno no qual o
paciente amputado apresenta a experiência de uma sensação desagradável na parte
cirurgicamente removida ou amputada por origem traumática. A incidência deste
fenômeno varia de 2% até 97%. Este transtorno pode ser caracterizado pela sensação,
percepção e cinesia do membro ausente, com alto grau de realidade. Também pode estar
presente a dor do membro fantasma, causada pela despolarização de vias álgicas e
interpretação pelo córtex cerebral desta informação como sendo provenientes da região
amputada. A dor aparece geralmente na primeira semana após a amputação e persiste
por meses ou até anos. OBJETIVO: Analisar os princípios neuroanatômicos e
neurofisiológicos envolvidos no fenômeno do membro fantasma, correlacionando-os à
sintomatologia apresentada pelos pacientes. DISCUSSÃO: A síndrome do membro
fantasma advém do fato que um nervo, quando estimulado ao longo de seu trajeto, gera
a sensação tátil, térmica e dolorosa, além da percepção e cinesia não no ponto
estimulado, mas no território cortical por ele inervado. Em pacientes amputados, áreas
corticais adjacentes assumem a função do território sensorial responsável pela região
amputada, devido à plasticidade cerebral, o que permite a sensação do membro
fantasma quando estimula dermátodos diferentes daqueles localizados no membro
amputado.A dor do membro fantasma decorre da atividade dos nociceptores (modulada
pela ação de algogênicos liberados em elevada concentração nos tecidos em decorrência
de processos inflamatórios, traumáticos e/ou isquêmicos), que conduzem impulsos
nervosos aos neurônios que se encontram no corno posterior da medula espinhal. Esses
neurônios emitem axônios que seguem pelo tracto espino-talâmico lateral. Junto a esse
tracto seguem fibras espino-reticulares, também condutoras de impulsos dolorosos até o
tálamo, onde novas sinapses ocorrem. Axônios talâmicos dirigem-se para o giro pós-
central do córtex cerebral de mesmo lado, local de processamento de informação
sensorial. Influxos anormais de estímulos nociceptivos, podem modificar a atividade no
próprio sistema nervoso central, de maneira que estes impulsos nervosos podem ser
desencadeados por informações aferentes cutâneas e eferentes simpáticas, modulados
pela atividade cerebral. Achados clínicos sugerem que a medula espinhal tem atuação
na modulação da dor do membro fantasma, pois lesões deste órgão estão associadas à
dor fantasma também observadas em pacientes amputados. CONCLUSÃO: Apesar do
alto nível de complexidade de entendimento e funcionamento do sistema nervoso
central e das suas vias grandes aferentes e eferentes, muitos aspectos da síndrome do
membro fantasma ainda devem ser elucidados, com a utilização de técnicas de imagem
e exames eletroneuromiográficos, sempre associados às correlações anatomoclínicas
presentes em cada caso.
Palavras-chave: síndrome do membro fantasma, neuroanatomia, dor neuropática
Referências:
1. LENT, Robert. O sistema Sensorial Somático. In: LENT, Robert.Cem Bilhões de
Neurônios: Conceitos Fundamentais de Neurociência. Rio de Janeiro: Atheneu,
2004. p. 387-422.
2. SCHMIDT, André Prato; TAKAHASHI, Márcia Emy; POSSO, Irimar de Paula.
Phantom limb pain induced by spinal anesthesia. Clinics, São Paulo, v. 60, n. 3, June
2005 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-
59322005000300014&lng=en&nrm=iso>. access on 06 June 2011. doi:
10.1590/S1807-59322005000300014.
POSTERES
TEORIA DA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO-DOENÇA: A
CONTEXTUALIZAÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DE
SÃO PAULO
Armanda Resende
Diógenes Coelho Júnior
Helbert José da Silva
Humberto Rodrigues Parreira
Michele Carolina de Araújo
Pedro Marcos Silva e Gonçalves
Rogério Magno do Nascimento Filho
Márcio Antônio Moreira Galvão
Introdução: O modelo clássico epidemiológico é usado para explicar a distribuição de doenças
infecto-parasitárias, baseando-se em fatores como a imunidade, temperatura e virulência lado a
lado com a pobreza, ocupação e desequilíbrio ecológico de modo que estes últimos diante desse
modelo perdem a historicidade que lhes é própria. Sendo assim esse modelo é insuficiente para
explicar certos processos de saúde-doença que são intrínsecos à historicidade local,
correlacionada com a história da doença.No caso da distribuição da doença de Chagas em São
Paulo, uma análise da expansão da fronteira agrícola cafeeira paulista ajuda a entender como se
deu a chegada do Triatoma infestans e a consequente endemia chagásica, intrinsecamente
relacionada com a economia vigente local. Objetivos: Através da teoria de ocupação do espaço
geográfico mostrar a evolução da doença de Chagas com a expansão da fronteira agrícola no
Estado de São Paulo. A partir dessa correlação, mostrar a necessidade de readequação dos
modelos clássicos para um entendimento mais completo da doença a partir de sua historicidade.
Metodologia: Realização de busca e revisão de textos na literatura que descrevem a temática.
Discussão: Segundo Luiz Jacintho, a existência do T. infestans no Brasil não é mencionada em
correlatos históricos anteriores a era da expansão verde em São Paulo, evidenciando que este
vetor é de introdução recente no estado. A hipótese mais aceita é a de que o T. infestans se
introduziu através do contato terrestre do comércio de equinos e muares vindos da Argentina
para o centro-sul brasileiro para suprir a demanda da agricultura cafeeira, encontrando uma um
espaço bastante propício para sua disseminação: aspectos climáticos favoráveis, alta densidade
demográfica, maior dispersão na organização dos empreendimentos agrícolas e grande
mobilidade populacional, aliados aos aspectos socioeconômicos. Além disso, um aspecto
importante é que a doença se limitou a um espaço específico, o planalto ocidental, mas não se
desenvolveu tão bem no Vale do Paraíba, mesmo esta área não sendo inóspita ao T. infestans.
Podemos notar certa inadequação da conceituação clássica, pois no estado de São Paulo não
percebemos a domicialiação do T. infestans e nem a relação casa de pau-a-pique/doença no
local. Além disso, é notório que se o espaço não oferecesse condições favoráveis para sustentar
a transmissão da doença, o vetor poderia ter sido introduzido, mas existiriam apenas pequenos
focos que se extinguiriam com o passar do tempo, sem que se estabelecesse uma situação
endêmica. Assim, para melhor explicar os fatores epidemiológicos determinantes no
surgimento da endemia chagásica em São Paulo, propôs-se a teoria de ocupação do espaço-
doença, que leva em conta diversos fatores que acompanham a historicidade da doença
paralelamente com a historicidade do local. Conclusão: A reestruturação do espaço agrário
levou ao maior declínio da transmissão da doença de Chagas, o que evidenciou a influência da
economia cafeeira no aumento da distribuição da doença no estado de São Paulo. O êxodo rural
decorrente da mecanização da agricultura levou a uma diminuição no processo de transmissão e
disseminação da doença, pois houve uma diminuição da população e de domicílios rurais à
partir da década de 1950. Observa-se assim que não houve influência direta do processo de
melhoria das condições socioeconômicas para o controle da endemia chagásica em São Paulo,
mas sim uma reabilitação de um cenário agrário, economicamente importante, através de
investimento maciço de capital e trabalho. Portanto, a teoria de ocupação do espaço-doença foi
determinante para a melhor compreensão de como se deu o estabelecimento da doença e de seu
vetor no estado de São Paulo.
Palavras-chave: Doença de Chagas, São Paulo, Teoria de ocupação do espaço e doença.
Referências Bibliográficas
1. SILVA, Luiz Jacintho da; Organização do Espaço e Doença. Textos de apoio,
epidemiologia. Ed. Abrasco, 1985.
2. SILVA, Luiz Jacintho da; Desbravamento, agricultura e doença: a doença de Chagas
no Estado de São Paulo. Cadernos de Saúde Pública, 1986. 2(2):124-140.
POSTERES
TEORIA DOS FATORES DE RISCO DE MACMAHON APLICADA AO
USO DE DROGAS POR ADOLESCENTES
Cynthia Mairink Félix da Silveira
Débora Londe Moura
Fernanda Carolina Moreira
Gabriela Miranda Mendes
Ivy Carolina Capeoli Pereira de
Oliveira
Lívia Isabela de Oliveira
Maria Cristina Fernandes
Tânia Mara Quintão Castro
Marcio Antônio Moreira Galvão
Introdução: A teoria dos fatores de risco, desenvolvida pelo epidemiologista Brian MacMahon,
aborda os padrões de saúde e doença que podem ser explicados por uma complexa trama de
fatores de risco e fatores de proteção interligados. Essa teoria leva à compreensão da situação de
vulnerabilidade que desencadeia o desenvolvimento ou não de determinada enfermidade pelo
indivíduo. Na área da saúde, risco é um conceito que envolve conhecimento e experiência
acumulada sobre o perigo de alguém ou de a coletividade ser acometida por doenças e agravos.
Os fatores de risco se referem às características dos indivíduos, ao seu meio social ou, ainda, a
condições estruturais e socioculturais mais amplas. Os levantamentos epidemiológicos sobre o
consumo de drogas lícitas e ilícitas entre os jovens no mundo e no Brasil, mostram que a adesão
a estes entorpecentes é iniciada geralmente na passagem da infância para a adolescência. Isso
ocorre em virtude de a adolescência constituir uma época de exposição e vulnerabilidade ao uso
de substâncias químicas viciantes, já que se trata de um período crítico para o desenvolvimento
de competências pessoais e interpessoais. Objetivos: Correlacionar os fatores que levam ao uso
de droga por adolescentes à Teoria dos Fatores de Risco de MacMahon. Metodologia: Foi
realizada pesquisa bibliográfica de artigos científicos relacionados ao tema, sequida de
discussão para melhor compreensão do assunto abordado. Resultados: Os fatores de risco para
a adesão às drogas incluem conflitos familiares graves, comportamentos problemáticos, baixo
aproveitamento escolar e susceptibilidade ao uso. É fundamental que pais e educadores estejam
atentos a alguns parâmetros relacionais, tais como comunicação livre e fluente; elogios às
conquistas dos filhos e dos educadores a seus alunos; compartilhamento de valores, atitudes e
crenças; educação com autoridade, porém com afeto; incentivo ao engajamento nas atividades
da escola, da comunidade e de movimentos sociais. Essas características promovem o
fortalecimento emocional do jovem, evitam o envolvimento em comportamentos de risco,
aumentam a auto-estima, favorecem o desenvolvimento psicológico saudável e o sucesso
escolar do adolescente. Discussão: O uso de drogas é uma questão complexa que envolve a vida
individual e social nas quais as representações sociais que levam à adesão ou à não adesão
dependem do contexto sociocultural, familiar e religioso. A família tem um papel fundamental,
pois possibilita ao jovem mais chance de ter um desenvolvimento saudável. É importante
ressaltar que a problemática não se reduz ao contexto familiar, pois o jovem está inserido numa
rede de relações que envolvem o histórico de vida e o ambiente no qual ele está inserido.
Deficiências nessas relações promovem uma situação de vulnerabilidade, aumentando os fatores
de risco para o abuso de drogas. Conclusão: Como o uso de drogas freqüentemente inicia-se na
adolescência, torna-se importante conhecer a população exposta ao risco do abuso destas
substâncias para agir de forma eficiente. Além disso, para minimizar os fatores de risco é
primordial refletir sobre condições que podem ser protetoras e que portanto previnam a adesão a
entorpecentes.
Palavras chaves: fatores de risco, adolescência, droga
Referências:
1. SCHENKER, M., MINAYO, M. C. S. Fatores de risco e de proteção para o uso de
drogas na adolescência. Ciência e Saúde coletiva, 10 (3): 707-717, 2006.
2. PENNA, M. L. F. Reflexões sobre a Epidemiologia Atual. Revista de Saúde Coletiva,
Rio de Janeiro, 7 (1): 109-121, 1997.
POSTERES
TERAPÊUTICA DA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO
Tiago César Pereira Ferreira
Marlus Sergio Borges Salomão-Junior
Iure Kalinine Ferraz Souza
Introdução:A Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE) caracteriza-se pelo defeito da
barreira anti-refluxo, permitindo o retorno anormal de conteúdo gástrico para o esôfago.
Possui alta prevalência na população ocidental acometendo tanto homens quanto mulheres.
As manifestações usualmente dependem da gravidade do quadro e variam desde pirose a
lesões teciduais podendo apresentar ou não complicações. Para um diagnóstico mais
acurado, diversos exames complementares são citados na literatura, sendo a pHmetria o
exame de escolha. Objetivos: Apresentar e comparar os principais tipos de técnicas
realizadas para fundoplicatura. Discussão: Com o objetivo de aliviar a sintomatologia do
paciente, o tratamento clínico é a primeira opção. A medicação usada dependerá do grau de
gravidade do quadro segundo os critérios de classificação endoscópica. Tal classificação e
resposta ao tratamento clínico são alguns dos critérios que nortearão a indicação ao
tratamento cirúrgico. O tratamento cirúrgico da DRGE tem como objetivo o
estabelecimento de uma anatomia anti-refluxo. A escolha da técnica para a cirurgia tem sido
tradicionalmente baseada em considerações anatômicas, levando em conta a experiência e
preferência do cirurgião. Conclusão: É recomendado realizar a fundoplicatura por
videolaparoscopia em detrimento da técnica de cirurgia aberta. Através da laparoscopia
observam-se os resultados mais precocemente, reduz-se a permanência do doente no
hospital e retorno das atividades habituais, além das menores complicações pós-operatórias.
POSTERES
TRANSTORNO DO PÂNICO: CONSIDERAÇÕES NEUROANATÔMICAS E
NEUROQUÍMICAS Luciana Hoffert Castro Cruz
Guilherme Rezende
Gustavo Resende Furtado
Introdução: O transtorno do pânico é um fenômeno neuropsiquiátrico caracterizado pela presença de
ataques súbitos de ansiedade, acompanhados de sintomas físicos e afetivos. Trata-se de um grave
problema de saúde pública que tem um curso crônico, afetando 3,5% da população geral ao longo da
vida. Esse mal interfere de modo prejudicial na qualidade de vida de pacientes, estando frequentemente
relacionado a outros quadros, como ansiedade (simples e generalizada) e agorafobia (medo de locais de
difícil escape). Nesse sentido, é de fundamental relevância a explicitação da patologia, abrangendo seus
aspectos anatômicos, fisiológicos e neurológicos clínicos. Objetivo: Analisar as bases neuroanatômicas
e neuroquímicas envolvidas nas diferentes vias de desencadeamento de ataques de pânico, a fim de
possibilitar um maior entendimento acerca das suas causas biológicas. Discussão: O transtorno do
pânico ou síndrome do pânico caracteriza-se pela ocorrência de ataques de pânico recorrentes, com
crises súbitas de mal-estar envolvendo sensação de perigo iminente e sintomas como taquicardia,
sudorese, tremores, sensação de sufocamento ou asfixia, desconforto torácico ou abdominal, tontura e
parestesias. Esse mal se dá pelo disparo anormal das vias neurais relacionadas ao medo. As estruturas
encefálicas responsáveis pelo desencadeamento do mecanismo fóbico envolvem o núcleo central do
corpo amigdalóide, que capta as informações provenientes do tronco cerebral e tálamo sensorial e atua
como centro de disseminação dessas informações. Daí partem vias eferentes para o núcleo parabraquial,
núcleo lateral do hipotálamo, locus ceruleus, núcleo paraventricular do hipotálamo e substância
cinzenta periaquedutal. A resposta do organismo aos estímulos do medo se dá pelo desencadeamento do
aumento da frequência respiratória (núcleo parabraquial), atuação simpática (núcleo lateral do
hipotálamo), maior liberação de noradrenalina (locus ceruleus) e adrenocorticóides (núcleo
paraventricular do hipotálamo) e respostas comportamentais de evitação fóbica (substância cinzenta
periaquedutal). Há hipóteses neuroquímicas que relacionam o desencadeamento de ataques de pânico a
três diferentes vias: noradrenérgica, serotoninérgica e gabaérgica. Apesar de envolverem vias distintas,
as teorias não são excludentes entre si. Conclusões: Os ataques de pânico envolvem não uma estrutura
determinada do sistema nervoso central, mas sim uma rede de estruturas cerebrais e vias neuroquímicas.
A compreensão desse complexo como um todo faz-se indispensável na compreensão do transtorno do
pânico em si e na elaboração de tratamentos adequados destinados ao quadro.
Palavras-chave: transtorno do pânico, medo, neurofisiologia
Referências
1. MEZZASALMA, M. A. et al. Neuroanatomia do transtorno de pânico. Rev. Bras.
Psiquiatr., São Paulo, v. 26, n. 3, Sept. 2004 . Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
44462004000300010&lng=en&nrm=iso>. doi: 10.1590/S1516-44462004000300010.
Acesso em: 4 de jun. 2011.
2. RAMOS, R. T. As bases biológicas do transtorno de pânico. Disponível em:
http://www.amban.org.br/profissionais/artigos.asp?hyperlink=artigos&art=2. Acesso
em: 4 de jun. 2011.
POSTERES
UMA ANÁLISE SOBRE GRAVIDEZ ECTÓPICA
Cecília de Souza Monteiro
Márcio Figueiredo Mendonça
Iure Kalinine Ferraz de Souza
Introdução: A gravidez ectópica é denominada a gestação cuja implantação e desenvolvimento do
ovo ocorrem no exterior da cavidade corpórea do útero. A gravidez ectópica é um problema grave e
uma condição de saúde comum que pode acarretar em consideráveis riscos para mulheres em idade
reprodutiva. Além dos riscos imediatos de hemorragia ameaçadora da vida e aos relacionados ao seu
tratamento, as mulheres que já tiveram uma gravidez ectópica apresentam um risco subseqüente
aumentado de infertilidade e de ocorrência de gestações ectópicas recorrentes. Objetivo: O objetivo
do atual estudo consiste na elaboração de uma revisão sobre o tema gravidez ectópica, abordando,
com ênfase, o tratamento cirúrgico como também outros aspectos dessa enfermidade como:
definição, antecedentes históricos, epidemiologia, fisiopatologia, etiologia, classificações, quadro
clínico, exames complementares e tratamento clínico. Em virtude da sua crescente incidência e
significativos índices de morbi-mortalidade no mundo, a gravidez ectópica é considerada questão de
saúde pública. Dessa forma, a escolha do tema gravidez ectópica para elaboração desta monografia
justifica-se pela tamanha relevância desta enfermidade nos sistemas de saúde em todo o mundo.
Discussão: A gravidez ectópica geralmente está associada a fatores de risco que causam lesão
tubária ou prejuízo no transporte ovular. A doença inflamatória pélvica causa obstrução tubária,
diminuição do número e movimento dos cílios e destruição das fímbrias. O uso de dispositivo intra-
uterino aumenta a chance de gravidez ectópica em 6,4 vezes. Mulher com antecedente de gravidez
ectópica tem risco de 6 a 8 vezes maior de nova gravidez ectópica. Tanto a estimulação da ovulação,
quanto as técnicas de transferência de embriões estão relacionadas ao aumento da gravidez ectópica.
A tuba uterina representa o local mais freqüente de gravidez ectópica, sendo responsável por cerca
de 98% dos casos. A gravidez ectópica de localização extratubária é uma entidade rara, somente
1,4% é ovariana, 0,15% é abdominal e 0,15% é cervical. São descritas nesse trabalho as
classificações da gravidez ectópica. O diagnóstico fundamenta-se nas manifestações clínicas, na
presença de fatores de risco, no exame físico e nos exames complementares. Dor abdominal,
sangramento vaginal e atraso menstrual são considerados a tríade clássica que compõem o quadro
clínico da gravidez ectópica. O diagnóstico confirmatório de gravidez ectópica é definido pela
dosagem sérica de gonadotrofina coriônica humana associada ao exame ultra-sonográfico do útero.
Conclusão: A necessidade de diagnóstico e tratamento cada vez mais precoce levou ao
desenvolvimento de opções cirúrgicas e não-cirúrgicas. A escolha do tratamento, incluindo conduta
médica expectante e abordagens cirúrgicas, depende da localização ectópica, sintomas, idade
gestacional, e desejo futuro de engravidar. O objetivo está em prol de realizar diagnóstico o mais
precoce possível e prover o procedimento mais adequado e menos invasivo, ao mesmo tempo que se
poupa a fertilidade caso desejado pela paciente.
Palavras-chave: gravidez, ectópica, cirurgia
Referências:
1. Zugaib M. Zugaib Obstetrícia, 1. ed., Manole, 2008. 550-63p.
2. Junior JE. et al.Gravidez ectópica não rota:diagnóstico e tratamento.Situação
atual. Rev Bras Ginecol Obstet., 2008; 30(3):149-59
POSTERES
VISITA DOMICILIAR COMO FERRAMENTA
DE ABORDAGEM EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE
André Silva Rodrigues
Felipe dos Santos Nascimento
Filipe Garcia Moreira
Júlia Bamberg Cunha Melo
Luís Felipe Cintra Pereira
Luiz Augusto Martins Silva
Taís Dias Murta
Tiago Soares Baumfeld
Professora Palmira de Fátima Bonolo
Identificação do problema: O aumento da prevalência da obesidade tem se verificado,
também, em países em desenvolvimento, como o Brasil. Estamos assistindo em nosso país à
chamada transição nutricional, que consiste na redução dos índices de desnutrição e
aumento na prevalência da obesidade. Cenário: No contexto da disciplina Vigilância em
Saúde, realizou-se uma pesquisa-ação utilizando-se como ferramenta de exploração a visita
domiciliar com uma paciente selecionada do Centro de Saúde São Cristovão - Ouro
Preto/MG. O objetivo desse trabalho foi compreender o processo saúde doença e o contexto
social da família em estudo. Objetivou-se também desenvolver práticas de prevenção e
promoção à saúde, de modo a impactar positivamente a qualidade de vida da paciente e de
seus familiares. Desenvolvimento: Paciente chegou ao ambulatório para uma consulta de
retorno já em tratamento de HAS, com Raio-X que indicava um discreto aumento da área
cardíaca e uma leve congestão pulmonar. À fundoscopia apresentou retinopatia
hipertensiva. Paciente obesa de grau I. Não aderiu à prescrição dietética. Queixou-se de
episódios anteriores de eliminação anal de “vermes”. O cônjuge da paciente é hipertenso e
já sofreu um IAM. Filha, 30 anos, com diagnóstico de epilepsia, tem 2 filhos e é gestante.
Os dois netos são hígidos e são cuidados pela avó materna. Principais resultados: De
acordo com os dados da visita relacionados a ficha A do SIAB, o score de risco da família é
de 2: HAS (1 ponto);Analfabetismo (1 ponto), caracterizando um baixo risco. Quanto às
verminoses, nenhuma das duas crianças apresentou alterações clínicas significativas ao
exame físico feito na visita. O principal fator a ser destacado é em relação à má higiene das
crianças, com dentes em péssimo estado de conservação. A família foi orientada quanto à
necessidade de lavar alimentos, bem como utilizar água filtrada e fervida. A mãe foi
aconselhada a levar as crianças ao ambulatório para acompanhamento médico. Na consulta,
foi prescrita dieta para a paciente e durante a visita reiterou-se sua importância. Procurou-se
conhecer o cotidiano alimentar da família, de modo a aumentar a chance de adesão da
paciente. Conclusão: Apesar do limitado poder em mudar hábitos de vida próprios da
família, a visita domiciliar representa uma importante ferramenta na tentativa de se
aproximar a família dos serviços de saúde, trabalhar os risco e vulnerabilidades eminentes e
promover a saúde de forma mais integral . Segundo a paciente, a visita no dia anterior ao
que ela completaria 67 anos foi como um presente de aniversário, um importante dado
qualitativo da importância dessa intervenção. Além disso, apesar da família ter baixo risco
verificado na aplicação do SIAB (Ficha A), e por isso não ser priorizada em visitação da
Agente Comunitária de Saúde (ACS), percebe-se, com a aplicação da classificação do Grau
de Risco proposta pela Secretaria Estadual de Saude de Minas Gerais, que a família
apresenta risco alto. Tal achado justifica a importância da visita e, talvez, o viés relacionado
à priorização das visitas domiciliares segundo as diferentes ferramentas de classificação de
risco.
Palavras-chave: Vigilância em saúde, visita domiciliar, genograma
Referências:
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Saúde da Família. Manual de Enfermagem
Institudo de Desenvolvimento da Saúde. Universidade de São Paulo. Brasília – DF –
2001.
2. MAZZA, M. M. P. R. A visitar domiciliar como instrumento de assistência à saúde.
Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento. 4 (2) 60-68. Jul-Dez 1994