Caderno do Curso de Aperfeiçoamento em Matriciamento na Atenção Básica com ênfase no Nasf
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Eduardo Alves MeloLuciana Alves PereiraOrganizadores
APOIO MATRICIAL NA ATENO BSICAcom nfase nos NasfAperfeioamento
Caderno do Curso
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Eduardo Alves MeloLuciana Alves PereiraOrganizadores
APOIO MATRICIAL NA ATENO BSICAcom nfase nos NasfAperfeioamento
Caderno do Curso
Ministrio da Sade
SECRETARIA DE GESTO DO TRABALHO E DA EDUCAO NA SADE SGTES
DEPARTAMENTO DE GESTO DA EDUCAO NA SADE DEGES
SECRETARIA DE ATENO SADE SAS
DEPARTAMENTO DE ATENO BSICA DAB
Fundao Oswaldo Cruz Fiocruz
PRESIDENTE
Paulo Ernani Gadelha
DIRETOR DA ESCOLA NACIONAL DE SADE PBLICA SERGIO AROUCA ENSP
Hermano Albuquerque de Castro
COORDENADORA DA EDUCAO A DISTNCIA EAD/ENSP
Lcia Maria Dupret
CHEFE DO CENTRO DE SADE ESCOLA GERMANO SINVAL FARIA CSEGSF
Emlia Maria de Andrade Correia
Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica com nfase nos Nasf
COORDENADORES
Eduardo Alves Melo Eliane Chaves Vianna
ASSESSORA PEDAGGICA
Luciana Alves Pereira
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Eduardo Alves MeloLuciana Alves PereiraOrganizadores
APOIO MATRICIAL NA ATENO BSICAcom nfase nos NasfAperfeioamento
Caderno do Curso
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Copyright 2014 dos autores Todos os direitos de edio reservados Fundao Oswaldo Cruz/Ensp/EAD
SUPERVISO EDITORIAL
Maria Leonor de M. S. Leal
REVISO E NORMALIZAO
Ana Lucia Normando Christiane Abbade Maria Auxiliadora Nogueira
LEITURA METODOLGICA
Eduardo Alves Melo Luciana Alves Pereira
PROJETO GRFICO
Jaime Vieira Jonathas Scott
EDITORAO ELETRNICA E TRATAMENTO DE IMAGEM
Alexandre Felipe Facuri Carneiro Dias
ILUSTRAO
Luiz Marcelo Resende
Catalogao na fonteInstituto de Comunicao e Informao Cientfica e TecnolgicaBiblioteca de Sade Pblica
Melo, Eduardo Alves (Org.)
Caderno do curso: Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf): aperfeioamento. / organizado por Eduardo Alves Melo e Luciana Alves Pereira. Rio de Janeiro: EAD/ENSP, 2014.
172 p., il.
ISBN: 978-85-61445-93-5
1. Apoio Matricial. 2. Ateno Primria Sade. 3. Sade da Fam-lia. 4. Aprendizagem. 5. Educao a Distncia. I. Pereira, Luciana Alves (Org.). II. Ttulo.
CDD 362.12
M528c
2014
Educao a Distncia da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca
Rua Leopoldo Bulhes, 1480 Prdio Professor Joaquim Alberto Cardoso de Melo Manguinhos Rio de Janeiro RJ CEP 21041-210 Tel.: (21) 2598-2953 / 2598-2928 www.ead.fiocruz.br
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O mapa desse Brasil em vez das cores dos Estadoster as cores das produes e dos trabalhos.
Os homens desse Brasil em vez das cores das trs raastero as cores das profisses e regies.
As mulheres do Brasil em vez das cores boreaistero as cores variamente tropicais.
[...]Eu ouo as vozeseu vejo as cores
eu sinto os passosdesse Brasil que vem a.
Gilberto Freyre, 1962
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Sistematizao de contedos e redaoEduardo Alves Melo (Organizador)Mdico sanitarista; doutor e mestre em sade coletiva pelo IMS/Uerj; especialista em formao de ativadores de processos de mudana na formao superior de profissionais de sade pela Fiocruz; especialista em gesto da clnica nas redes de ateno sade pelo IEP/HSL; professor do Instituto de Sade da Comunidade da UFF.
Luciana Alves Pereira (Organizadora)Fisioterapeuta; doutora em sade coletiva pelo IMS/Uerj; mestre em sade coletiva pela Universidade Estadual de Londrina; especialista em formao didtico-pedaggica de ativadores de processos de mudana na formao superior de profissionais de sade pela Fiocruz; coordenadora do curso de especializao em ativao de processos de mudana na formao superior de profissionais de sade; assessora pedaggica da rea de criao e desenvolvimento de processos educativos da EAD/Ensp/Fiocruz.
AutoresParte IIIAna Carla Pereira Domitti Psicloga; doutora em sade coletiva pela Universidade Estadual de Campinas; trabalha na Ateno Bsica na rede municipal de sade de Campinas/SP.
Cludia Menezes SantosMdica sanitarista; residncia em medicina preventiva e social pela Universidade Estadual de Campinas; mestre em gesto do trabalho e da educao na sade pela Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca da Fundao Oswaldo Cruz; mdica sanitarista do municpio de Aracaju; diretora-geral da Fundao Estadual de Sade (Funesa), vinculada Secretaria de Estado da Sade de Sergipe.
Eduardo Alves MeloMdico sanitarista; doutor e mestre em sade coletiva pelo IMS/Uerj; especialista em formao de ativadores de processos de mudana na formao superior de profissionais de sade pela Fiocruz; especialista em gesto da clnica nas redes de ateno sade pelo IEP/HSL; professor do Instituto de Sade da Comunidade da UFF.
Eliane Chaves ViannaPsicloga especialista em sade mental; doutora e mestre em sade pblica pela Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca da Fundao Oswaldo Cruz; professora adjunta; docente do Curso de Residncia Multiprofissional em Sade da Famlia da Ensp.
Janete dos Reis CoimbraPsicloga; especialista em gesto da clnica na ateno primria pela Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais (SES-MG); especialista em psicopedagogia pela Universidade Fumec; coordenadora dos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf) e da rea tcnica da reabilitao pela Secretaria Municipal de Sade de Belo Horizonte.
Jorge Ernesto Sergio ZepedaMdico de famlia e comunidade; mestre em sade pblica pela Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca da Fiocruz; diretor de ateno primria da Secretaria Municipal de Sade de Florianpolis/SC.
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Luciana Alves PereiraFisioterapeuta; doutora em sade coletiva pelo IMS/Uerj; mestre em sade coletiva pela Universidade Estadual de Londrina; especialista em formao didtico-pedaggica de ativadores de processos de mudana na formao superior de profissionais de sade pela Fiocruz; coordenadora do Curso de Especializao em Ativao de Processos de Mudana na Formao Superior de Profissionais de Sade; assessora pedaggica da rea de criao e desenvolvimento de processos educativos da EAD/Ensp/Fiocruz.
Lus Fernando Farah de TfoliMdico psiquiatra; especialista em educao para as profisses da sade pela Universidade Federal do Cear; doutor em psiquiatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo; professor doutor do Departamento de Psicologia Mdica e Psiquiatria da Faculdade de Cincias Mdicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Valria Ferreira RomanoMdica de famlia; doutora em sade coletiva pelo IMS/Uerj; especialista em ativao de processos de mudana na formao superior de profissionais de sade pela Fiocruz; professora adjunta do Departamento de Medicina de Famlia e Comunidade da UFRJ; professora convidada e coordenadora do Mdulo de Gesto do Cuidado do mestrado profissional em Ateno Primria Sade, com nfase na Estratgia Sade da Famlia da Ensp/Fiocruz; coordenadora do Laboratrio de Estudos em Ateno Primria da UFRJ.
Parte IVMarcus Vinicius Ferreira Gonalves Analista de banco de dados; mestre em informtica pelo Ncleo de Computao Eletrnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ) na rea de educao, informtica e sociedade, com nfase em educao a distncia e tecnologias educacionais; bacharel em cincia da computao pelo Instituto de Computao da Universidade Federal Fluminense (IC/UFF); administrador de banco de dados Oracle; tecnologista em sade pblica.
Maria Cristina Botelho de FigueiredoSanitarista; especialista em gesto de servios de sade; coordenadora nacional do Programa de Formao de Facilitadores de Educao Permanente em Sade e do Programa de Formao de Gerentes da Rede Bsica (Gerus), ambos em parceria com o Ministrio da Sade. Atua na Assessoria de Cooperao Internacional (ACI/Fiocruz) e no Programa de Apoio Capacitao dos Pases Africanos da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP).
Marisa Teixeira Silva Administradora; especialista em gesto em sade pblica pela Universidade Federal Fluminense (UFF); especialista em design instrucional para a educao a distncia virtual pela Universidade Federal de Itajub (Unifei).
Maristela Cardozo Caridade Mdica; especialista em sade pblica pelo Instituto de Estudos em Sade Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Iesc/UFRJ) na rea de epidemiologia; especialista em desenvolvimento gerencial de unidades bsicas do SUS (Gerus/Ensp/Fiocruz); orientadora do Programa de Formao de Facilitadores em Educao Permanente em Sade da Coordenao de Educao a Distncia da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca (EAD/Ensp/Fiocruz).
Valria da Silva FonsecaEnfermeira obstetra; doutora em engenharia civil pela Coordenao dos Programas de Ps-Graduao de Engenharia/Laboratrio de Mtodos Computacionais em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/Lamce/UFRJ), na rea de concentrao de computao de alto desempenho.
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ColaboradoresAlex Bicca Correia
Alex Simes de Mello
Ana Paula Abreu Fialho
Angela Capozzolo
Antnio Neves Ribas
Aparecida Linhares Pimenta
Brbara Ferreira Leite
Carmen Santana
Emlia Maria de Andrade Correia
Felipe Cavalcanti
Frederico Peres da Costa
Gustavo de Oliveira Figueiredo
Gustavo Portela
Henriette dos Santos
Ins Nascimento de Carvalho Reis
Isis Botelho
Jos Ivo de Pedroza
Leandro Farias Rodrigues
Lcia Maria Dupret
Luclia de Almeida Elias
Marcello Roriz de Queiroz
Marcelo Pedra
Marco Menezes
Margareth Rose Gomes Garcia
Mnica Diniz Dures
Olivia Medeiros
Patrcia Gonalves Kichel
Patrcia Pol
Rosa Maria Pinheiro Souza
Rossana Staevie Baduy
Silvia Reis
Simone Santos Oliveira
Tnia Celeste Matos Nunes
Apreciao analtica do material didticoAdriana Cansano Calheiros
Adriana Pereira dos Santos
Alexandra Iglesias
Alexandre Melo Diniz
Alice Lopes do Amaral Menezes
Aline do Nascimento e Silva
Aline Gomes Fernandes Santos
Aline Nascimento Pereira
Aline Soares Figueiredo Santos
Amanda Firme Carletto
Ana Carolina Amorim da Paz
Ana Carolina de Paula Athayde
Ana Cristina Braga Chaves
Ana Cristina Felisberto Silveira
Ana Gardnia Alves Santos e Silva
Ana Luiza de Andrade Melo Oliveira
Ana Maria Porto da Costa
Ana Paula de Assis Sales da Silva
Ana Paula Pires Aureliano Cerqueira
Andra Arajo Ribeiro
Anelise Nascimento Prates
Angela Cristina Rocha Gimenes
Angela Gertrudes de Lima Souza Kung
Antonio Germane Alves Pinto
Antonio Mariano da Costa Neto
Antonio Reginaldo Baiano de Sousa
Candice Chiara Eullio Raposo Freire
Carla Denise Scheremeta
Carmem Cemires Cavalcante Costa
Christiane Luiza Santos
Claudia Aparecida Amorim Tallemberg
Claudia Tereza Fonseca do Nascimento
Daniela Eda Silva
Daniela Lopes Lima
Daniele Oliveira Cardoso Lima
Deidvid de Abreu
Denilson Fortes Alcntara
Denilson Rodrigues Fonseca
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Denise Alves Miranda de Oliveira
Denise Regina Pontes Vieira
Diego Soares de Souza
Edilasy Barbosa Mariz
Edneia Tayt-Sohn Martuchelli Moo
Edson Theodoro dos Santos Neto
Elaine Leandro Machado
Eleuza Procpio de Souza Martinelli
Elisa Maria Ramos Carvalho
Elizabeth Aparecida de Souza
Elo de Carvalho Loureno
Elzimar Palhano dos Santos
Ernande Valentin do Prado
Eufrasia Santos Cadorin
Everson Vagner de Lucena Santos
Fabiane Minozzo
Fabiola de Lima Gonalves
Ftima Virgnia Siqueira de Menezes Silva
Fernanda Gonalves Duvra Salomo
Flvia Helena Ramos
Flvia Nogueira e Ferreira de Souza
Francilene Figueiredo da Silva Pascoal
Francisca Isabel Bousada Franco
Franoise Elaine Silva Oliveira
Gizele Lima Salvador
Glebson Moura Silva
Heloisa Faria de Mendona
Heloisa Helena Venturi Luz
Hosana Mnica Fernandes Tabosa
Isabel Nunes Carvalho
Isabela Cristina Miranda Pereira
Ivana Magaly Lima Alencar Carvalheira
Jackeline Patrcia de Alcntara
Jailson Lopes de Sousa
Janana Nogueira Guimars
Joelza Alves Guerra
Jos Maria Ximenes Guimares
Jose Nilson Arajo Bezerra
Juliana do Carmo Reis
Juliana Paulo e Silva
Karine dos Santos Silva
Karine Lage Fonseca
Karini Vieira Menezes de Omena
Kassia Janara Veras Lima
Kellen Cristina Fernandes de Oliveira Nasser
Kerle Dayana Tavares de Lucena
Lagerson Mauad Freitas
Leandro Dominguez Barretto
Liara Saldanha Brites
Ligia Fernanda Vieira Borges
Livia Maria Fontana
Luciana Barcellos Teixeira
Luciana Sena Sousa
Luisa Cordlia Soalheiro
Mabel Melo Sousa
Magda Maria Ferreira de Lucena
Manoel Henrique de Miranda Pereira
Marcela Alvarenga de Moraes
Marcia Burratino Melhado
Marcia Walter de Freitas
Marcuce Antonio Miranda dos Santos
Maria Anglica Bezerra de Oliveira
Maria Celia Ferreira Danese
Maria Glucia Alves Albuquerque
Maria Jos Ribeiro dos Santos Andrade
Maria Madalena Pollon S Freire
Maria Quiteria Pugliese de Morais Barros
Maria Ziln Arrais Daniel Mendes
Mariana Lima Malheiros
Mariana Tmara Teixeira de Toledo
Marilda Barbosa de Arajo
Marlia Karolyne Dias Pires
Marilis Bason Cury
Marina Sena Lopes da Silva Sacchetto
Maristela Ins Osawa Vasconcelos
Mariza Sandra de Souza Arajo
Maura Lima Bezerra e Silva
Mauricea Maria de Santana
Nanc Aparecida da Silva
Natlia de Alvarenga Guedes
Patrcia Ludmila Barbosa de Melo
Patricia Pereira da Silva
Paula Covas Borges Calipo
Petrcya Frazo Lira
Raimunda Maria de Melo
Raphael Nunes Leles
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Raquel de Castro Alves Nepomuceno
Raquel Gonalves da Costa
Regina Clia Lima Cardoso Silva
Regina Maria Abreu Mota
Renata Francine Rodrigues de Oliveira
Renata Gomes Zuma
Rita de Cssia Lazoski
Romilda Euzbio Arajo
Rosa de Ftima Freitas de Carvalho
Rosngela Nunes Almeida da Silva
Rosiane de Arajo Ferreira
Rosimari de Souza Garcia
Rossana Carla Rameh de Albuquerque
Rossana Flvia Rodrigues Silvrio dos Santos
Salette Maria Barros Ferreira
Samantha Cristina Ferreira
Sandra de Souza Rodrigues
Sandra Duarte Nobre Mauch
Sandro Rogrio Cardoso de Paulo
Sheila de Oliveira Gonalves
Sheyla Melo de Vasconcelos
Shirley Monteiro de Melo
Shirley Simone Salomo Aquino
Silvia Renata Gomes Remgio Sousa
Simone Rugani Topke
Svetlana Coelho Martins
Tania Socorro Silveira Dias
Thas Tanccini
Valria Calil Abro Salomo
Vitria Augusta Teles Netto Pires
Viviana Teixeira Henriques
Yana Balduino de Araujo
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Sumrio
Prefcio ......................................................................................................................... 15
Mensagem .................................................................................................................... 19
Apresentao ................................................................................................................ 21
A EAD da Ensp/Fiocruz e a formao profissional
A Coordenao de Educao a Distncia da Ensp/Fiocruz ................................................................. 25
Os referenciais poltico-pedaggicos ................................................................................................ 27
Os pilares da ao educativa ............................................................................................................ 28
O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
Contexto de construo e oferta do curso ....................................................................................... 37
A quem se destina .......................................................................................................................... 39
Nvel de ensino e carga horria ........................................................................................................ 39
Objetivos do curso .......................................................................................................................... 39
Competncias a serem desenvolvidas e/ou aprimoradas ................................................................... 40
Concepo e estratgia pedaggica ................................................................................................ 41
Organizao curricular: desenho e itinerrio ..................................................................................... 44
Conjunto didtico ........................................................................................................................... 48
Avaliao do educando ................................................................................................................... 49
Concluso do curso e certificao .................................................................................................... 53
I
II
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Situao acadmica dos educandos no curso ................................................................................... 54
Sistema de comunicao ................................................................................................................. 56
Os atores ........................................................................................................................................ 57
O seu caminhar no curso ................................................................................................................. 59
Unidades de aprendizagem
Unidade de Aprendizagem I Implantao do Nasf: do planejamento organizao e pactuao inicial do trabalho com as equipes de referncia e gesto local ........................................ 63
Unidade de Aprendizagem II Ferramentas, prticas e intervenes compartilhadas: consulta compartilhada, projeto teraputico singular, trabalho com grupos ...................................... 79
Unidade de Aprendizagem III Gesto do cuidado em redes de ateno sade .............................. 95
Unidade de Aprendizagem IV Monitoramento e avaliao do processo de trabalho ...................... 113
Orientaes para o ambiente virtual de aprendizagem Viask
O ambiente virtual de aprendizagem ............................................................................................. 127
Composio do ambiente .............................................................................................................. 129
O menu de ferramentas ................................................................................................................ 132
Configuraes recomendadas para utilizao do Viask ................................................................... 164
Referncias ................................................................................................................. 165
Siglas ........................................................................................................................... 169
III
IV
-
A Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca (Ensp) completa, em 2014, seu 60 aniversrio, tempo marcado pela luta para a constru-o e efetivao de um sistema de sade que atenda s necessidades, anseios e direitos da populao brasileira. Ao longo dessa caminhada, estamos sempre avaliando e reavaliando aes e pensamentos luz de nossa misso como Escola Nacional de Estado, voltada formao e qualificao de profissionais no campo da sade pblica, o que vem a contribuir de forma estratgica para um Sistema nico de Sade (SUS) vivo, diverso, atuante e ousado em suas concepes e propostas. Ainda h muito trabalho, dedicao e persistncia para ele se tornar um SUS real e possvel a todos(as) na imensido e na diversidade de nosso pas.
Ao direcionar seu foco para a implementao das polticas de incluso social e de desenvolvimento regional, ainda no contexto de consolida-o do SUS, nossa Escola decidiu enfrentar um novo desafio: adotar a modalidade de educao a distncia sem abrir mo de processos educativos de qualidade, fundamentados na dimenso ativa-dialtica a fim de ampliar as ofertas educativas a um nmero significativamente maior de alunos em todo o territrio nacional e, assim, responder demanda crescente de formao de profissionais da sade.
Para essa nova etapa, foi criada, em 1998, a Educao a Distncia (EAD) da ENSP, que tem pautado suas aes nos pressupostos da Educao Permanente em Sade e desenvolvido inmeras iniciativas em parceria com o Ministrio da Sade.
Mais um desafio, proposto por importantes parceiros (Deges/SGTES/MS e DAB/SAS/MS), foi aceito pela Ensp, reafirmando nossa misso
Prefcio
Brasil, essas nossas verdes matas,Cachoeiras e cascatas de colorido sutil
E este lindo cu azul de anilEmoldura em aquarela o meu Brasil.
(Aquarela Brasileira, Silas de Oliveira)
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16
CADERNO DO CURSO
como instituio de sade voltada a atender s reais necessidades da populao brasileira. Trata-se da elaborao coletiva do Curso de Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia, que objetiva gerar reflexo, problematizao e qualificao para os profissionais da ateno bsica/primria em sade.
A construo do curso projeto coordenado em nossa Escola pelo Cen-tro de Sade Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/Ensp/Fiocruz), desenvolvido em parceria com a Coordenao de Educao a Distncia (EAD/Ensp) ocorreu em um rico espao de troca de ideias entre diver-sos profissionais de destacada atuao na ateno bsica em sade no Brasil. Como resultado, oportunizou a criao de uma proposta educa-tiva altamente qualificada, contempornea, problematizadora, capaz de favorecer no apenas a edificao do conhecimento com profissionais de sade em todo o pas, mas tambm contribuir para a melhoria dos servios e do SUS.
O CSEGSF, coerente com sua misso institucional de promover a sade e cuidar da populao referida, na integralidade da ateno, e desenvol-ver ensino, pesquisa e tecnologia em sade pblica e com sua extensa experincia na ateno primria adquirida ao longo de seus 48 anos de existncia, prope-se a dialogar e compartilhar sua vivncia nesse campo. Com certeza, essa parceria estar embasada na experincia do suporte matricial cuja consolidao verifica-se no dia a dia multipro-fissional de seus trabalhadores e na qualidade da prtica e das aes desenvolvidas nesse departamento, que, desde 2012, aps processo de avaliao pelo Consrcio Brasileiro de Acreditao de Sistemas e Servi-os de Sade (CBA) e pela Joint Commission International (JCI), obteve o ttulo de 1a Unidade de Cuidados Primrios Acreditada nas Amricas.
Instituir espaos de dilogo permanente entre trabalhadores da sade, acadmicos, gestores e a populao possibilita conhecer a realidade a partir dos problemas e, assim, criar estratgias para enfrent-los, carac-terizando com exatido o papel de cada um desses atores sociais na tarefa de reduzir as iniquidades em sade ainda presentes em nosso pas. Nesse contexto, o curso tem o propsito de fomentar prticas de dilogo que resultem em uma perspectiva mais ampliada, na melhoria da ateno bsica e do acesso da populao aos servios de sade em todo o territ-rio nacional. O desafio que se apresenta, agora, justamente formar, em nosso pas, uma grande comunidade de pares que ultrapasse os muros desta Escola e da Fiocruz e v em direo aos estados, cidades, servios, enfim, alcanando lugares em que o trabalho da ateno bsica pode se beneficiar do apoio matricial em sade para a melhoria de suas prticas e saberes em sade pblica.
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Prefcio
Saudamos a todos os educandos e educandas desejando uma tima jor-nada ao longo do curso! Tenham a certeza de que cada atividade, cada momento, cada espao aqui apresentado foi pensado com o propsito de que as contribuies dos atores envolvidos na elaborao do curso sejam aproveitadas.
Portanto, com imensa alegria que convidamos voc, educando(a) pro-fissional, para se tornar um agente de mudana e de disseminao de pensamentos e prticas dos servios de sade, interagindo nessa aqua-rela de cores e realidades que conformam nosso pas.
Hermano Albuquerque de CastroDiretor da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca
Lcia Maria DupretCoordenadora da Educao a Distncia EAD/Ensp/Fiocruz
Emlia Maria de Andrade CorreiaChefe do Centro de Sade Escola Germano Sinval FariaCSEGSF/Ensp/Fiocruz
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Caros profissionais da ateno bsica,
A ateno bsica (AB) est entre as agendas prioritrias do Ministrio da Sade considerada eixo estruturante do Sistema nico de Sade (SUS). Essa condio de importncia se traduz no s no discurso, mas tambm na elaborao de uma ampla poltica, cujos principais ns cr-ticos enfrentados vm condicionando a expanso e o desenvolvimento da AB no pas. Entre os desafios relevantes, destacamos a extenso do acesso, a melhoria da qualidade e da resolutividade de suas aes.
No mbito da AB, possvel citar como aes nessa direo: o Programa de Requalificao das Unidades Bsicas de Sade, que destina recur-sos para construes, ampliaes e reformas das unidades bsicas de sade; o Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ); a implantao de um novo sistema de informaes para a ateno bsica (e-SUS AB); os programas de provimento e fixao de profissionais na AB (Mais Mdicos e Provab); o investimento em educao permanente; a possibilidade de expanso dos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf) para todos os municpios, com equipes de sade da famlia; alm de uma srie de outras aes.
O Nasf, dentro dessa lgica, constitui-se um dispositivo estratgico para a melhoria da qualidade da ateno bsica, uma vez que amplia o escopo de suas aes e, por meio do compartilhamento de saberes, desenvolve tambm a capacidade de resolutividade clnica das equipes.
Este curso consiste em uma ao de educao permanente, e sua ela-borao ocorreu a partir dos problemas e desafios concretos dos Nasf,
Mensagem
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20
CADERNO DO CURSO
trazendo a proposta de apoiar e ofertar ferramentas para sua implan-tao e qualificao do processo de trabalho em consonncia com as diretrizes da poltica nacional. O curso contribuir para a difuso e aprimoramento das prticas de apoio matricial, fomentando interven-es contextualizadas nos territrios e causando impacto na rede de ateno locorregional.
As prticas de educao permanente promovem no apenas transfor-mao nos servios, no ensino e na conduo do sistema de sade, mas tambm envolvem mudanas nas relaes, nos processos, nos atos de sade e, principalmente, nas pessoas.
Esperamos que essa iniciativa contemple parte das inquietaes e difi-culdades do cotidiano de quem trabalha com o Nasf. nossa expec-tativa que, pautados neste curso, outras estratgias sejam articuladas nos territrios por vocs, educandos(as), protagonistas desse processo, a fim de que sejam obtidos resultados positivos no que diz respeito melhoria da ateno bsica no pas.
Um bom curso a todos(as).
Forte abrao!
Ministrio da SadeDepartamento de Ateno Bsica/Secretaria de Ateno SadeDepartamento de Gesto da Educao na Sade/Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade
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Querido(a)s educando(a)s,
com muita satisfao que apresentamos o Caderno do Curso de Aperfeioamento em Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Ateno Sade da Famlia (Nasf). O projeto deste curso, que gerou a perspectiva pedaggica e o desenho curricular aqui presentes, contou com a participao e a experincia, em sua elabo-rao, de atores do Ministrio da Sade (MS), da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca da Fundao Oswaldo Cruz (Ensp/Fio-cruz), bem como de colaboradores oriundos de diferentes instituies de sade e ensino do pas, alm dos orientadores de aprendizagem e tutores do curso.
Tal pluralidade de olhares, saberes e experincias se fez fundamental para pensar nessa caminhada educacional pautada em um contexto de diversidades regionais que caracterizam e desafiam os profissionais da ateno bsica, gerando mltiplas conformaes e aes por parte dos profissionais dos Nasf nos distintos estados do Brasil, em dilogo com as diretrizes nacionais. Assim, este curso, em sua conformao tcnico-poltica e metodolgica (na perspectiva de curso-movimento), pretende contribuir para fortalecer e enriquecer o trabalho desenvol-vido na ateno bsica em sade.
Na Parte I, os referenciais poltico-pedaggicos assumidos pela Edu-cao a Distncia da Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca (EAD/Ensp), pautados no dilogo, participao e troca entre os sujei-tos, so apresentados aos educandos.
Apresentao
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CADERNO DO CURSO
A Parte II traz a compreenso, em detalhes e em sua singularidade, do projeto poltico-pedaggico deste curso, contendo elementos como as razes para a elaborao e a oferta do curso; as competncias que se pretende desenvolver e aprimorar nos educandos; a concepo peda-ggica, o desenho curricular e os aspectos relacionados avaliao do processo formativo, dentre outros. Um dos pontos de destaque a cha-mada trade pedaggica. Formulada para o contexto deste curso, ela composta de dispositivo disparador, proposta de microinterveno contextualizada e oferta de ferramentas para a ao.
Na Parte III, relativa s quatro unidades de aprendizagem (UA) do curso, h a oportunidade do educando visualizar, de forma bastante prtica, o objetivo, a organizao e o desenvolvimento das trades pedaggi-cas em cada unidade. As unidades de aprendizagem aproximam-se de prticas e movimentos presentes na vida de profissionais de um Nasf e se diferenciam de uma lgica disciplinar. Ao longo das unidades, o carter dinmico do curso torna-se bastante evidente, em razo de contemplar movimentos de reflexo e problematizao e movimentos de atuao no trabalho cotidiano dos educandos.
A Parte IV apresenta em pormenores o Ambiente Virtual de Aprendi-zagem (AVA), ferramenta essencial ao curso, ao processo de aprendiza-gem dos educandos.
Desejamos um timo e produtivo processo formativo, com a expec-tativa de que o dilogo seja uma constante em todo o movimento, e juntos possamos (re)criar vrias possibilidades a fim de apoiar os pro-fissionais e cuidar dos usurios, tornando o trabalho cotidiano nos Nasf, na ateno bsica e no SUS mais transformador e prazeroso a cada dia.
Um grande abrao!
Eduardo Alves MeloEliane Chaves ViannaCoordenadores do Curso
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I A EAD da Ensp/Fiocruz e a formao profissional
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A Coordenao de Educao a Distncia da Ensp/Fiocruz
Antes de conhecer a nossa proposta educativa, importante que voc saiba um pouco mais sobre a Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz), da qual fazemos parte. H diferentes formas de apresent-la, porm fun-damental compreend-la como espao de implementao de polticas pblicas, em particular na rea da sade.
Conhea mais sobre a Fiocruz acessando o site www.fiocruz.br.
Uma das grandes contribuies da Fiocruz , sem dvida, a formao de milhares de profissionais de nvel tcnico e superior trabalhadores dos servios de ateno, gestores, docentes, pesquisadores para atuar na rea da sade pblica, no Brasil e exterior.
Dentre as unidades tcnico-cientficas da Fundao Oswaldo Cruz que contribuem para essa formao, destaca-se a Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca (Ensp), com a oferta de cursos presenciais e a distncia. Sediada no campus da Fundao, no Rio de Janeiro, a Ensp atua na capacitao e formao de educandos, produo cientfica e
Foto 1 Pavilho Mourisco, prdio central da Fundao Oswaldo Cruz Rio de Janeiro
A Fiocruz um rgo do Ministrio da Sade, com sedes no Rio de Janeiro e em outros estados, conhecida pelo pioneirismo e pela tradio sanitria em um sculo de existncia. Realiza atividades de pesquisa, ensino, produo de bens e insumos, prestao de servios de referncia e informao e proporciona apoio estratgico ao Sistema nico de Sade (SUS) e ao conjunto das polticas sociais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da populao e para o exerccio pleno da cidadania.Fonte: Acervo do Banco Fiocruz Multimagens.
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CADERNO DO CURSO
Mais informaes sobre a trajetria da Ensp e da EAD voc encontra nos sites http://www.ensp.fiocruz.br e http://ead.ensp.fiocruz.br.
tecnolgica, prestao de servios sade pblica, bem como mantm programas de cooperao tcnica com todos os estados do Brasil e ins-tituies nacionais e internacionais em atividade no campo da sade.
Alm disso, a Escola colabora para a elaborao de polticas pblicas exercendo papel importante na promoo da cidadania e melhoria das condies de vida e sade da populao, ao longo de meio sculo de servios prestados.
Em 1998, por demanda do Ministrio da Sade, a Ensp passou a pro-mover cursos de ps-graduao lato sensu e de qualificao profissional por meio da modalidade de educao a distncia. A iniciativa deu ori-gem Coordenao de Educao a Distncia, vinculada Ensp, o que possibilitou ampliar as oportunidades de formao e qualificao de trabalhadores inseridos nas instituies envolvidas com a gesto de sis-temas e servios de sade de forma integrada aos processos de trabalho.
A educao a distncia, modalidade educacional reconhecida pela Lei n. 9.394/96 Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional , permite ao educando realizar seus estudos em sua localidade de origem, sem necessariamente ausentar-se de seu trabalho.
Foto 2 Sergio Arouca
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. Mdico sanitarista, professor, pesquisador, parlamentar ou apenas cidado comprometido com um Brasil mais justo, Antonio Sergio da Silva Arouca (1941-2003) sempre buscou vincular-se s propostas de democratizao da sociedade brasileira na defesa do cidado e de seus direitos sade. Paulista de Ribeiro Preto, presidiu a Fiocruz de 1985 a 1988, e a 8 Conferncia Nacional de Sade, em 1986. Fonte: Acervo do Banco Fiocruz Multimagens.
Foto 3 Prdio da Ensp/Fiocruz
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A EAD da Ensp/Fiocruz e a formao profissional
Os referenciais poltico-pedaggicos Toda proposta educativa considera, implcita ou explicitamente, refe-renciais poltico-pedaggicos que a sustentam. No caso da EAD/Ensp, voc perceber que esses referenciais permeiam, entre outros aspectos, a forma de organizao dos contedos do curso, as atividades propos-tas, a formao dos docentes e a sistemtica de avaliao.
Os referenciais poltico-pedaggicos assumidos pela EAD/Ensp sustentam-se na compreenso de que educao a distncia , antes de tudo, educao. Entendemos, assim, que processos educativos desenvolvidos a distncia no podem abrir mo de uma clara intencionalidade poltico-pedaggica que englobe a cultura e o contexto histrico-social dos quais o trabalho humano constituinte.
Com o propsito de que nossos educandos compreendam melhor os condicionantes histrico-sociais das prticas em sade, educao e pro-teo social, nossa inteno superar, em nossos cursos, a viso meca-nicista e pretensamente neutra dos contedos e mtodos de trabalho e de ensino-aprendizagem, destacando como protagonistas os atores envolvidos. De acordo com essa lgica, a EAD/Ensp concebe a educa-o como uma prtica social construda por meio da participao, do dilogo e dos significados apropriados e produzidos entre os sujeitos.
Foto 4 Prdio da Coordenao de Educao a Distncia da Ensp/Fiocruz
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CADERNO DO CURSO
A premissa essencial do processo de ensinar e aprender a de que os educandos e tutores so agentes ativos na apropriao e elaborao coletiva do conhecimento. Isto , eles constroem novos significados e definem novos sentidos fundamentados na representao que tm da realidade, com base em suas experincias e vivncias em diferentes contextos sociais, aprofundando-os, ampliando-os, com o apoio de conhecimentos tcnico-cientficos e ticos construdos pela humani-dade. O respeito e o resgate dos saberes prvios dos sujeitos consti-tuem um dos princpios mais consensualmente praticados nesses anos de existncia da EAD/Ensp como ponto de partida para novas snteses resultantes dos processos educativos por eles vivenciados.
Alm disso, a EAD/Ensp tambm considera, em sua proposta educa-tiva, a estreita relao entre teoria e prtica; o desenvolvimento da autonomia, da criatividade e da reflexo dos sujeitos, tendo a possibi-lidade de crtica e de transformao da realidade social como pressu-posto fundamental.
Os pilares da ao educativa De acordo com a concepo pedaggica adotada pela EAD/Ensp, o processo de construo e implementao dos cursos baseia-se em quatro pilares interdependentes: material didtico, Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), sistema de tutoria e acompanhamento acadmico-pedaggico.
Figura 1 Pilares da ao educativa
Fonte: Sheila Torres Nunes (SANTOS, 2009).
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A EAD da Ensp/Fiocruz e a formao profissional
Material didtico Produzido especialmente para cada curso, o material didtico da EAD/Ensp possibilita a diversidade de elementos que contribuam para a apropriao e construo do conhecimento, alm do desenvolvimento da sua autonomia como educando-trabalhador.
Esse material assume o papel de fio condutor, organizando o pro-cesso de ensino-aprendizagem por meio de estratgias pedaggicas que desenvolvem as dimenses social e intencional desse processo, sempre na perspectiva da articulao dos diferentes contextos vivenciados pelo educando e da reflexo sobre seu processo de trabalho, com vistas ao movimento reflexivo prticateoriaprtica.
Foto 5 Conjuntos didticos de cursos da EAD/Ensp
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O material didtico no contm todos os contedos e possibilidades de aprofundamento da informao. Ele oferece aportes tericos e meto-dolgicos, em uma perspectiva interativa, que motiva o educando a buscar conhecimentos, construir estratgias e desenvolver novas com-petncias humanas e profissionais.
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CADERNO DO CURSO
Ambiente de aprendizagem: a mediao virtual Em todos os cursos da EAD/Ensp, independentemente da possibilidade de acesso real de alguns educandos, a utilizao de ambientes virtu-ais de aprendizagem apresenta-se como uma estratgia para ampliar a interatividade entre os sujeitos e acessar materiais complementares, assim como propiciar a incluso digital. A experincia tem mostrado que essa oferta queles que ainda no dispem de tal tecnologia favo-rece o processo de incluso e aperfeioamento tecnolgico.
A EAD/Ensp faz uso de um ambiente virtual de aprendizagem desenvol-vido pela Universidade Federal de Santa Catarina, denominado Virtual Institute of Advanced Studies Knowledge (Viask). O software integra um conjunto de ferramentas do mbito das tecnologias de comunica-o e informao, e sua utilizao proporciona dinamismo ao processo educativo realizado a distncia por meio da interao contnua entre o educando e outros atores da EAD/Ensp (tutores, coordenadores, orien-tadores, gesto acadmica e equipe pedaggica).
Figura 2 Tela do Viask
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O uso do Viask pela EAD/Ensp possibilita a voc: receber informaes sobre o curso; acompanhar seu desempenho; acessar as atividades a serem realizadas e enviadas ao tutor para avaliao; participar de fruns de discusso e chats; consultar documentos na biblioteca virtual para estudos e pesquisas; inserir links de seu interesse; ter acesso ao crono-grama do curso; e interagir com seus parceiros de turma e tutor.
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A EAD da Ensp/Fiocruz e a formao profissional
importante familiarizar-se com o Viask e conhecer bem as ferramen-tas que ele oferece, de modo a ampliar as oportunidades de participa-o e, por conseguinte, de aproveitamento dos estudos. Para apoi-lo nessa aproximao, voc encontrar, na Parte IV deste caderno e no prprio AVA, orientaes sobre os recursos e as formas de utilizar esse ambiente virtual. Em geral, a leitura dessas instrues ocorre na pri-meira quinzena do curso, ao mesmo tempo que voc aprende a nave-gar no ambiente e a conhecer suas funcionalidades.
Sistema de tutoria Composto de uma rede de atores tutores, orientadores de aprendiza-gem, coordenador de curso e equipe tcnico-pedaggica da EAD/Ensp, que exercem papis diferenciados e complementares no acompanha-mento do processo pedaggico do curso o sistema de tutoria objetiva a orientao acadmico-pedaggica do educando, na qual se estabelece o processo de avaliao de sua aprendizagem.
Dentre os atores do sistema, o tutor fundamental na relao pedag-gica com o educando como facilitador do processo de ensino-aprendi-zagem. A mediao do tutor concretiza-se por meio do apoio ao edu-cando com a finalidade de:
Identificar o desempenho de cada um deles.
Orientar e criar estratgias pedaggicas que favoream sua aprendizagem ao estudar o material didtico e interagir com o ambiente virtual.
Estimular a participao colaborativa da turma para a construo do conhecimento.
Para tanto, o apoio do docente-tutor a voc, educando, um diferen-cial da EAD/Ensp, tendo em vista promover a educao mais ampla, crtica e engajada.
Ao acompanhar o processo de aprendizado do educando, o tutor auxi-lia na organizao de seu tempo de estudo, promove debates sobre assuntos relevantes, avalia sua produo intelectual e prope mudan-as, sugere novas leituras ou solicita o reenvio de alguma atividade em busca de respostas que melhor espelhem a complexidade da realidade estudada e os avanos conquistados por cada um.
Os tutores da EAD/Ensp so profissionais experientes em docncia, familiarizados com a temtica do curso, preferencialmente com prtica na modalidade de educao a distncia. Um mesmo tutor acompanha a
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CADERNO DO CURSO
Mais detalhes sobre as funes dos atores do curso voc encontra na Parte II deste caderno.
trajetria do educando do incio ao fim do curso, o que possibilita uma comunicao mais pessoal e efetiva no dia a dia por meio do Viask, favorecida ainda pelo uso do telefone, fax, correios, e-mail e outras tecnologias, caso haja dificuldades no acesso ao AVA.
Ao longo do curso, seu tutor tambm est em formao realizada pelos orientadores de aprendizagem e a equipe da EAD , a fim de consolidar e ampliar a capacidade de ele atuar junto a voc, partici-pando sistematicamente de aes, com nfase nas bases conceituais da proposta do curso e nas estratgias da mediao a distncia.
No sistema de tutoria, a coordenao do curso acompanha o processo de formao e o desempenho de tutores e orientadores para garantir a realizao de um curso com qualidade.
Foto 6 Sala da tutoria na sede da EAD/Ensp
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Acompanhamento Acadmico-Pedaggico Como parte integrante das dimenses acadmica e pedaggica da EAD/Ensp, apresenta-se o Acompanhamento Acadmico-Pedaggico (AAP) e, como tal, significa registrar e analisar, sistemtica e continuamente, informaes quantitativas e qualitativas da trajetria dos tutores e edu-candos do curso, intencionando identificar as fortalezas e fragilidades; acompanhar e apoiar a gesto do processo de ensino e aprendizagem; bem como implementar estratgias e procedimentos que possibilitem diagnsticos e intervenes ao longo do curso.
Para o alcance desses objetivos, contamos com dois sistemas compu-tacionais integrados: o ambiente virtual de aprendizagem, Viask, e o sistema de gesto acadmica.
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A EAD da Ensp/Fiocruz e a formao profissional
O Viask, j mencionado anteriormente, quando voc interage com seu tutor e demais colegas de curso, inclusive para enviar atividades e receber comentrios e notas. J o sistema de gesto acadmica, de uso exclusivo da EAD, possibilita, entre outras aes, realizar a inscrio de educandos e de tutores, matricular e certificar os participantes dos cursos, constituir turmas e alterar a situao acadmica.
Foto 7 Sala do setor de Acompanhamento Acadmico-Pedaggico na sede da EAD/Ensp
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Voc pode se comunicar com o Acompanhamento Acadmico-Pedaggico pelo e-mail [email protected] todas as vezes em que precisar, por exemplo:
Informar sobre o no recebimento do material didtico.
Informar sobre dificuldades de acesso ao AVA por problemas de senha ou login invlido.
Alterar dados cadastrais (mudana de endereo postal e eletrnico, estado civil, formao acadmica etc.).
Solicitar declarao de participao ou concluso do curso.
Solicitar informao sobre o processo de certificao do curso.
Comunicar desistncia do curso.
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IIIO Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
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Contexto de construo e oferta do cursoSob a influncia decisiva de movimentos pela redemocratizao e pela Reforma Sanitria, a Constituio brasileira de 1988 consagrou legal-mente a sade como direito de todos e dever do Estado criando o Sis-tema nico de Sade (SUS) e definindo diretrizes e princpios para esse sistema, tais como: universalidade, equidade, integralidade, controle social e descentralizao.
A ateno bsica, notadamente em sua conformao brasileira, possui trs grandes funes: a) cuidar continuamente dos usurios e famlias; b) acolher os diversos tipos de demandas que se apresentam s Unida-des Bsicas de Sade; e c) lidar com vulnerabilidades e riscos sade aos quais as pessoas e grupos sociais esto expostos.
Para cumprir com sua misso, a ateno bsica trabalha com diferentes tipos de demandas e necessidades de sade. Lanando mo de variados recursos (ou tecnologias) materiais e imateriais, constitui-se como um lugar prximo ao cotidiano da vida das pessoas, com a inteno de produzir a ateno o mais facilitada e integral possvel, em articulao com os demais componentes das redes de ateno sade e as redes sociais e intersetoriais.
No Brasil, a Estratgia Sade da Famlia (com seus diferentes formatos de equipes) a estratgia prioritria da organizao da ateno bsica, tambm conhecida como ateno primria. Ela marcada por algumas caractersticas e diretrizes, dentre as quais destacamos:
porta de entrada preferencial do sistema de sade e porta aberta, com acolhimento e acessibilidade;
territorializao;
adscrio de clientela e vnculo;
coordenao do cuidado;
trabalho em equipe multiprofissional;
base de ordenamento das redes de ateno.
O Ncleo de Apoio Sade da Famlia (Nasf), inspirado em experi-ncias municipais pr-existentes, foi includo na Poltica Nacional de Ateno Bsica (PNAB) em 2008 e veio ao encontro de demandas de gestores, usurios e trabalhadores do Sistema nico de Sade (SUS). Seu objetivo principal contribuir para aumentar a capacidade de
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CADERNO DO CURSO
cuidado da ateno bsica no contexto das redes de ateno sade, tanto por meio do suporte s equipes de ateno bsica/sade da fam-lia como pela ampliao do escopo de aes ofertadas nas Unidades Bsicas de Sade (UBS).
O Nasf se constitui em um arranjo organizacional integrante da aten-o bsica, formado por diferentes ocupaes (profisses e especiali-dades), atuando de maneira articulada de modo a apoiar, dar suporte (clnico, sanitrio e pedaggico) aos profissionais das equipes de aten-o bsica/sade da famlia (equipes de referncia, para os usurios). Seu trabalho se estabelece a partir de problemas, demandas e neces-sidades de sade de pessoas e grupos sociais em seus territrios, bem como de dificuldades dos profissionais das equipes de ateno bsica/sade da famlia em suas anlises e manejos. Essa ao se materia-liza por meio do compartilhamento de saberes, prticas e gesto do cuidado em rede, tendo no apoio matricial seu principal referencial terico-metodolgico (em dilogo com outros, tais como aqueles rela-cionados ateno bsica, s redes de ateno, ao cuidado em sade, educao permanente e gesto em coletivos).
Nos ltimos anos, a poltica para os Nasf (no bojo da Poltica Nacio-nal de Ateno Bsica) vem passando por importantes reformulaes. Destacamos algumas:
reduo significativa do nmero de equipes de ateno bsica/sade da famlia por Nasf;
criao do Nasf 3 objetivando universalizar a implantao, com financiamento federal, do Nasf para todos os municpios brasileiros, alm de representar a possibilidade de uma equipe ampliada (um Nasf para 1-2 equipes de referncia);
incluso do Nasf no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno Bsica (PMAQ-AB), com adoo de diretrizes comuns e singulares para o Nasf no mbito desse programa;
incluso e alimentao das informaes relativas ao Nasf no novo sistema de informao da ateno bsica (e-SUS AB).
Alm desses, so muitos os desafios a serem enfrentados no dia a dia dos Nasf, sobretudo em termos de organizao e gesto do processo de trabalho dos profissionais, da relao com as equipes de referncia e da articulao em rede, inclusive por causa do carter relativamente recente dessa poltica. Com o propsito de contribuir para o aprimoramento de seu trabalho, o Curso de Aperfeioamento em Apoio Matricial na Aten-
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O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
o Bsica, com nfase nos Nasf considerado estratgia educacional de alta relevncia, implicada ao enfrentamento de tais desafios, com o intuito de se aproximar do cotidiano dos Nasf e facilitar movimentos de anlise e problematizao das prticas atuais, bem como experimentar novas prticas e modos de fazer no cuidado em sade.
A quem se destinaO principal pblico do curso, de abrangncia nacional, so os profis-sionais dos Nasf. No entanto, apresenta-se a possibilidade de incluir gestores da ateno bsica (gerentes de UBS, coordenadores de ateno bsica, apoiadores institucionais) e profissionais de outros servios que provm apoio matricial na ateno bsica, alm de profissionais das equipes de referncia (equipes de ateno bsica/sade da famlia), totalizando 2.600 educandos.
Nvel de ensino e carga horria Oferecido em nvel de aperfeioamento, a carga horria mnima do curso de 180 horas, com durao total aproximada de seis meses, na modalidade a distncia e momentos presenciais.
Recomendamos que voc dedique ao curso de quatro a seis horas semanais de estudo, a fim de obter um bom aproveitamento no pro-cesso formativo.
Objetivos do cursoa) Mobilizar atores para o processo de reflexo, problematizao e
qualificao da ateno bsica, com a finalidade de considerar este curso como processo formativo e de mobilizao, na perspectiva de um curso-movimento.
b) Formar educandos-multiplicadores para a realizao do trabalho nos Nasf, incorporando e ampliando o apoio matricial na ateno bsica.
c) Apoiar e ofertar ferramentas para a implantao e implementao dos Nasf em consonncia com as estratgias e diretrizes da Poltica Nacional de Ateno Bsica.
d) Avanar na concretizao das prticas de apoio matricial na ateno bsica.
e) Fomentar intervenes pactuadas e contextualizadas nos territrios das equipes apoiadas pelos Nasf.
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CADERNO DO CURSO
Competncias a serem desenvolvidas e/ou aprimoradasAo concluir a formao proposta pelo curso, a expectativa que o educando tenha desenvolvido e/ou aprimorado conhecimentos, habilidades e atitudes e, portanto, esteja apto para desempenhar as seguintes competncias:
promover a integrao e a comunicao entre as equipes de sade da famlia e o Nasf;
instituir espaos de educao permanente no processo de trabalho;
facilitar, organizar e coordenar reunies de equipe;
manejar e compartilhar tecnologias de gesto do cuidado compartilhado;
conduzir momentos clnicos compartilhados, como consultas conjuntas, visitas domiciliares, trabalho com grupos, de forma a facilitar processos de aprendizagem;
conduzir discusso de casos e realizar a transposio didtica para situaes semelhantes;
apoiar a construo de intervenes adequadas s caractersticas do territrio, ao processo de trabalho e s necessidades das equipes apoiadas;
monitorar, avaliar e dar retorno aos profissionais e s equipes da ateno bsica a respeito da situao de sade do territrio;
escutar, analisar e gerenciar as demandas (das equipes) que se apresentam para o Nasf;
construir continuamente pactos de trabalho colaborativo entre equipes de referncia e o Nasf, incluindo definio e reviso de papis profissionais na ateno compartilhada;
identificar, construir e aplicar estratgias que facilitem a articulao entre os profissionais do Nasf, e destes com as equipes de referncia e a gesto local das unidades de sade;
construir, em conjunto com as equipes apoiadas e a gesto local, diretrizes de ateno compartilhada, critrios de prioridade para o apoio, fluxos assistenciais e protocolos locais de ateno sade;
contribuir para a integrao com a rede assistencial de sade, promovendo a integrao horizontal entre equipes de ateno bsica com equipes de outros servios e equipamentos sociais e de sade;
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O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
conhecer e analisar as caractersticas dos territrios, do processo de trabalho das equipes apoiadas e da organizao locorregional da ateno sade;
construir formas de apoio adequadas s caractersticas do territrio, ao processo de trabalho e s necessidades das equipes apoiadas;
estabelecer boa comunicao e relao de trabalho colaborativa com as equipes apoiadas;
analisar criticamente as prticas do Nasf;
atuar na gesto de casos compartilhados e situaes atendidas;
monitorar os casos e situaes atendidas;
desenvolver intervenes complementares s da equipe de sade da famlia;
desenvolver aes em reas temticas, tais como sade mental, reabilitao e condies crnicas, sade maternoinfantil, dentre outras.
Concepo e estratgia pedaggicaEste curso fundamenta-se na ideia e na perspectiva de que o sujeito e pode ser agente ativo do seu prprio conhecimento, da sua prpria constituio, valendo-se de sua interao com o outro. Isto , ele cons-tri significados e define sentidos de acordo com suas crenas, valores, subjetividade com base em experincias e vivncias significativas em dife-rentes contextos. Alm disso, ao lidar com problemas da vida cotidiana, em diversas instncias tcnica, interpessoal, poltica, afetiva etc. , o sujeito lana mo de uma enorme gama de conhecimentos, habilidades e atitudes, que articula, mobiliza, desenvolve e faz uso quando se depara com um problema que precisa ser resolvido no exerccio de sua atividade.
A noo de competncia aqui utilizada pressupe, portanto, ir alm da aquisio e do acmulo de capacidades: refere-se ao desempenho diante de situaes concretas, com a mobilizao das ferramentas acumula-das ou a sua criao no ato, relativizando-as e colocando-as a trabalhar de modo contextualizado, ou seja, trata-se da busca por ajustar e sinto-nizar seu modo de agir a cada situao. Assim, h de se constituir, em iniciativas pedaggicas dessa natureza, processos capazes de provocar desconforto produtivo, mobilizao afetivo-subjetiva e problematizao que atinjam o ponto de suscitar e favorecer a produo de novos senti-dos e significados , acompanhados de suporte ao pensar e ao agir. Neste curso, considera-se de grande significncia o dilogo orgnico com as realidades de trabalho vivenciadas pelos educandos.
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CADERNO DO CURSO
Ao tomar elementos relacionados ao processo de trabalho dos educan-dos como objeto de aprendizagem, vislumbra-se tambm a conexo entre aprender e intervir, aprender intervindo, intervir aprendendo, problematizando e reinventando constantemente as prprias prticas. Busca-se, dentro desse contexto, a aproximao da educao perma-nente em sade como processo que ocorre em conexo intensa com o trabalho, dispondo aes (e a si mesmo) em anlise, e alimentando anlises (e a si mesmo) com aes, com movimentos.
Desenvolveu-se a proposta curricular com base no que denominamos trade pedaggica estratgia formulada com a finalidade de contem-plar e assegurar os pressupostos pedaggicos enunciados. Cada trade pedaggica composta de pelo menos:
a) um dispositivo disparador;
b) uma proposta de microinterveno contextualizada; e
c) uma oferta de ferramentas para a ao.
As trades pedaggicas constituem o ncleo organizador dos diversos momentos do curso.
Por dispositivo disparador, entendemos aquilo que dispara um processo de mobilizao afetivo-subjetiva, de problematizao e reflexo entre os educandos. Um dispositivo disparador pode ser operado, por exemplo, tomando-se por base um caso, uma situao-problema, um vdeo, relato de prtica, dramatizao, imagem, dentre outros. J uma proposta de microinterveno contextualizada, no mbito deste curso, refere-se a aes na realidade de trabalho, desencadeadas ou reforadas com base no proces-samento de um dispositivo disparador e de suas repercusses, com vistas a gerar desdobramentos no cotidiano do educando-trabalhador, ativar outros atores, compartilhar a construo das microintervenes com outros.
As propostas de microintervenes foram pensadas considerando aquilo que pode funcionar (em termos metodolgicos) e ser adequado (em termos de fazer sentido) para o trabalho do educando, ou seja, para o prprio educando e para outros atores com os quais ele se relaciona em seu cotidiano profissional. Em geral, quanto mais uma microinterven-o for acompanhada de conversa, negociao, pactuao, construo e interveno conjunta com outros atores que fazem parte da realidade do educando, tanto mais ela poder ser efetiva. A rigor, sabemos que pos-svel uma microinterveno tambm vir a funcionar verdade como um dispositivo disparador de processos na realidade do educando e vice--versa. Feita essa ressalva, utilizaremos aqui os termos dispositivo dis-parador e microinterveno contextualizada de modos relativamente diferentes, por razes didticas.
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O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
Por fim, a oferta de ferramentas para a ao est relacionada a um repertrio de ferramentas e materiais, disponibilizado pelo curso ou grupos de educandos que os trazem em suas bagagens e experincias. Ela apresenta a possibilidade de auxiliar tanto na reflexo sobre ques-tes suscitadas pelo dispositivo disparador como, e principalmente, na realizao das propostas de microinterveno contextualizada. Textos, roteiros, relatos de experincia, artigos publicados so exemplos de fer-ramenta, entre outros.
Destacamos que possvel enriquecer a oferta de ferramentas, comple-mentada com outras, das quais os tutores e educandos podero lanar mo caso sintam necessidade. Cabe lembrar, ainda, que saberes e expe-rincias dos educandos podem ser do interesse de outros que tambm esto em processo de formao, numa perspectiva de cooperao lateral (a exemplo da comunidade virtual de prticas da ateno bsica, cuja utilizao bastante incentivada neste curso).
Em conformidade com a proposta pedaggica, a dinmica do curso no se estrutura tomando por base a exposio dos educandos a contedos tericos a priori. O que dispara o processo de aprendizagem so disposi-tivos vivenciais. Ao passo que conhecimentos, ferramentas e contedos tericos so trabalhados e/ou ofertados com a preocupao de consi-derar o momento, a dose e o modo como a situao em si realizada. Em termos pedaggicos e de aprendizado, tende a fazer mais sentido, na maior parte das situaes que enfrentamos no trabalho, quando as vivncias e os problemas da vida profissional guiam as reflexes, as intervenes, leituras e estudos (tendo em vista consider-los na sua singularidade e atualidade), em vez da tentativa de construir uma base terica a ser necessariamente aplicada no trabalho.
Vale reforar que, na organizao didtica das trades pedaggicas, as propostas de microinterveno contextualizada, como o prprio nome supe, esto descritas na forma de sugesto para o educando, com o objetivo de coloc-lo em situao de ao experimentao e vivncia reflexiva da temtica tratada no dispositivo disparador precedente. Contudo, as propostas de microinterveno ofertadas no curso no podem ser entendidas como obrigao exclusiva; necessrio que seja aberto espao para valorizar e dar voz criatividade, possibilidade de inveno de outras propostas de atuao pelo educando, desde que relacionadas ao tema tratado na trade pedaggica em questo e contextualizadas com sua realidade de trabalho. As microintervenes, por assim dizer, referem-se ao cotidiano de trabalho, sua micropoltica, e sua abrangncia varia de acordo com os movimentos e as possibilidades de cada contexto e de cada educando. Elas podem ser tambm um mecanismo de contgio, de multiplicao, de produo de efeitos individuais e coletivos.
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CADERNO DO CURSO
Conhecimentos e teorias podem ser compreendidos como ferramentas potencialmente teis (ora em algumas situaes, ora em outras), e cabe ao sujeito, valendo-se de sua intuio e sensibilidade, acionar e utilizar aquilo que possivelmente provocar efeitos positivos, o que (inclusive aquele conhecimento ou ferramenta) pode ser til, funcionar de fato, fazer sim a diferena em sua prtica cotidiana.
Organizao curricular: desenho e itinerrioA organizao curricular e o consequente desenho geral do curso esto distribudos em quatro unidades de aprendizagens, que traduzem movi-mentos e momentos de um Nasf e de sua gesto. So elas:
Unidade de Aprendizagem I Implantao do Nasf: do planejamento organizao e pactuao inicial do trabalho do Nasf com as equipes de referncia e gesto local
Unidade de Aprendizagem II Ferramentas, prticas e intervenes compartilhadas: consulta compartilhada, projeto teraputico singular, trabalho com grupos
Unidade de Aprendizagem III Gesto do cuidado em redes de ateno sade
Unidade de Aprendizagem IV Monitoramento e avaliao do processo de trabalho
Cada unidade de aprendizagem (UA) ser desenvolvida tanto em momen-tos presenciais (encontros e reunies na regio de sade) como durante as atividades a distncia essas ltimas por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e da realizao das propostas de microinterven-es nas realidades de trabalho. A unidade de aprendizagem organi-zada com base na trade pedaggica (dispositivo disparador, proposta de microinterveno contextualizada, oferta de ferramentas para a ao).
A Unidade de Aprendizagem I iniciar no primeiro encontro presencial; a Unidade de Aprendizagem II, no segundo; e a Unidade de Aprendizagem III ser aberta entre o segundo e o terceiro encontro presencial. A Unidade de Aprendizagem IV, diferentemente das outras, ser realizada de modo transversal ao longo do curso, com suas atividades ocorrendo em todos os momentos presencias e a distncia. Apesar de seu incio formal em perodos distintos, as quatro unidades de aprendizagem possuem nexo e conexo entre si, em atendimento dinmica em que a unidade precedente ante-cipa e facilita o desenvolvimento da unidade seguinte, e essa se beneficia daquela que a precedeu, do mesmo modo que a complementa e refora.
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O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
Vale ressaltar que a organizao dos temas em quatro unidades de aprendi-zagem objetiva de forma primordial a definio dos tempos didtico-pedag-gicos do curso. Contudo, os temas geradores das unidades de aprendizagem, alm de se proporem a focar em elementos-chave do processo de trabalho dos Nasf, no necessariamente iniciam ou se encerram com a dinmica da unidade. Idas e vindas ao tema, aproximaes para problematizao e ampliao do conhecimento, bem como afastamentos para reflexo sobre a ao so movimentos que podem ocorrer durante o processo formativo.
No Quadro 1, para facilitar sua compreenso, apresentamos a organizao do curso.
A carga horria do curso ser desenvolvida ao longo de seis meses da seguinte forma:
a) Um encontro presencial com durao de trs dias (24 horas).
b) Dois encontros presenciais com durao de dois dias cada (32 horas).
c) Trs reunies presenciais (8 horas cada) da turma com seus tutores na regio de sade mais prxima (total de 24 horas).
d) Atividades de educao a distncia, por meio do AVA, e atividades de execuo das propostas de microinterveno contextualizada (100 horas).
Teremos um intervalo de aproximadamente um ms entre cada atividade presencial.
Quadro 1 Organizao curricular do curso
Unidades de aprendizagem Momentos
Unidade I
Implantao do Nasf: do planejamento organizao e pactuao inicial do trabalho do Nasf com as equipes de referncia e gesto local
Momento 1: Planejamento do trabalho do Nasf na perspectiva do trabalho colaborativo
Momento 2: Trabalho em equipe na perspectiva da organizao e pactuao inicial do trabalho
Momento 3: Relaes de trabalho colaborativas: fluxo de atendimento pactuado e mecanismos de comunicao e integrao entre as equipes de sade da famlia e o Nasf
Unidade II
Ferramentas, prticas e intervenes compartilhadas: consulta compartilhada, projeto teraputico singular, trabalho com grupos
Momento 4: Consulta compartilhada
Momento 5: Projeto teraputico singular
Momento 6: Trabalho com grupos
Unidade III
Gesto do cuidado em redes de ateno sade
Momento 7: A anlise do percurso do usurio na rede de sade
Momento 8: As filas de espera como dispositivos analisadores da rede
Unidade IV
Monitoramento e avaliao do processo de trabalho
Momento transversal A: Pensando sobre a contribuio do Nasf para ampliao da abrangncia de aes da ateno bsica
Momento transversal B: Analisando mecanismos de comunicao e colaborao entre a equipe de sade da famlia e o Nasf
Momento transversal C: Utilizao do PMAQ na melhoria do processo de trabalho do Nasf
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CADERNO DO CURSO
Durante os encontros presenciais, haver a abertura de cada uma das quatro unidades de aprendizagem do curso. As reunies presenciais na regio de sade sero destinadas a acompanhar a realizao das propostas de microinterveno contextualizada, eventuais aberturas de dispositivos disparadores, bem como outras necessidades identificadas ou percebidas pelos educandos e tutores. As atividades a distncia iro garantir a continuao do processo educativo iniciado nos encontros presenciais, o espao para que sejam aprofundados debates e discusses sobre as temticas em estudo, a troca de experincias e o compartilha-mento entre os integrantes da turma e seus respectivos tutores.
No Quadro 2, possvel observar a proposta inicial de dinmica e movimento ao longo dos meses, considerando os momentos das qua-tro unidades de aprendizagem e a distribuio da carga horria total pelo tempo de realizao do curso. Esse desenho flexvel, desde que cumpridas as atividades a contento, com a percepo do desenvolvi-mento das turmas de educandos e seus tempos educacionais, em um movimento de problematizao para a ao, e ao contextualizada e reflexiva. No Quadro 3, demonstramos a sntese dos dispositivos dispa-radores e das propostas de microinterveno contextualizada.
Quadro 2 Dinmica dos momentos e das atividades das unidades de aprendizagem ao longo do curso
Legenda de cores: Atividades da UAI Verde / Atividades da UAII - Azul / Atividades da UAIII Roxo / Atividades da UAIV Vermelho
1 ms 2 ms
1 Encontro Presencial
D. Disparador 1
D. Disparador 2
D. Disparador 3
Atividades a distncia
Microinterveno 1
Microinterveno 2
Microinterveno 3
Reunio Regional
D. Disparador Transversal A
Atividades a distncia
Continua M 1 2 3
Microinterveno Transversal A
3 ms 4 ms
2 Encontro Presencial
D. Disparador 4
D. Disparador 5
D. Disparador 6
Atividades a distncia
Microinterveno 4
Microinterveno 5
Microinterveno 6
Reunio Regional
D. Disparador Transversal B
Atividades a distncia
Continua M 4 5 6
Microinterveno Transversal B
D. Disparador 7 (1 parte)
5 ms 6 ms
3 Encontro Presencial
D. Disparador 7 (2 parte)
D. Disparador 8
D. Disparador Transversal C
Atividades a distncia
Microinterveno 7
Microinterveno 8
Microinterveno Transversal C
Reunio Regional
Avaliao
Atividades a distncia
Continua M 7 8
Continua M Transversal C
Fechamento
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O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
Quadro 3 Sntese dos dispositivos disparadores e das propostas de microinterveno contextualizada
N Dispositivo Disparador Proposta de Microinterveno Contextualizada
Unidades de Aprendizagem I II e III
1 Dramatizando uma reunio na implantao do Nasf Compartilhando uma experincia refletida de implantao do Nasf
2 Construo da agenda de trabalho do Nasf (Re)pensando a agenda com os colegas de trabalho
3 Pactuando fluxos para o trabalho colaborativo Revisitando os fluxos e pactos de trabalho das equipes
4 Simulando uma consulta compartilhada entre o profissional do Nasf e o profissional de referncia da equipe de ateno bsica/sade da familia
Realizando consultas compartilhadas
5 Construindo um projeto teraputico singular Construindo um PTS com sua equipe de referncia
6 Dramatizando e observando um grupo em ao Algumas possibilidades: montando grupos com equipe de referncia; analisando grupos em funcionamento
7 Discutindo sobre a trajetria do usurio na rede de sade
Cardpio de possibilidades: conversa com profissional de um servio especializado; visita a um servio especializado; elaborao de projeto teraputico singular para acompanhamento do usurio cujo caso foi seu relato no encontro presencial; organizao de reunio de apoio matricial com participao de profissional do servio especializado; identificao e anlise de uma linha de cuidado que envolva a atuao do Nasf
8 Discutindo as filas de espera Anlise de uma fila de espera para especialidade
Unidade de Aprendizagem IV
A Mapeando aes e servios oferecidos na ateno bsica em reas temticas estratgicas
Construo de proposta de ao local para possvel ampliao da abrangncia da ateno bsica em uma das reas temticas estratgicas, a partir da contribuio do Nasf
B Discusso de caso Cuidado oportuno? Anlise dos mecanismos de comunicao e colaborao entre equipes de sade da famlia e o Nasf
C Conversando sobre o PMAQ Ao local para construir valor de uso ao PMAQ-Nasf
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CADERNO DO CURSO
Conjunto didticoA concepo do conjunto didtico fruto do trabalho compartilhado de uma equipe multidisciplinar composta de especialistas no tema do curso (autores e coordenadores), assessores pedaggicos, validadores, reviso-res (gramatical, de referncias, editorial) e designers. Todos trabalharam colaborativamente para dar corpo e vida proposta pedaggica do curso.
Para este curso, organizamos um conjunto didtico formado por este caderno, uma biblioteca multimdia organizada em CD-ROM e Caderno de Ateno Bsica n. 39 (BRASIL, 2014) especfico sobre o Nasf, publi-cado pelo Ministrio da Sade.
Saiba mais a respeito de cada um desses materiais.
O Caderno do curso, que voc l neste momento, objetiva apoi-lo na compreenso da proposta do curso e no modelo pedaggico adotado, alm de contar um pouco da histria da nossa instituio e orient-lo para melhor organizar seu tempo dedicado aos estudos. Este caderno tambm o auxiliar em sua familiarizao com o ambiente mediador do processo de ensino-aprendizagem a distncia, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que, a partir de agora, voc frequentar com assiduidade. As quatro unidades de aprendizagem que compem a organizao curricular do curso tambm esto nele includas. Elas propiciam a dinmica para o desenvolvimento dos temas pelo educando e a turma, por meio das trades pedaggicas que estimulam voc a analisar criticamente sua realidade, contextualizar suas prticas e, com base na reflexo sobre elas e nos subsdios tericos estudados, articular teoria e prtica.
Figura 1 O material didtico do curso
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O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
A avaliao do curso ocorre por meio de instrumento especfico. Os diferentes atores do curso podero enviar avaliaes e ponderaes a respeito de sua percepo do desenvolvimento do curso, expressando sua leitura em relao aos objetivos, estrutura, processo ensino-aprendizagem, gesto (acadmico-pedaggica e administrativa) e outros.
A biblioteca multimdia contm textos, artigos, legislao e o material completo do curso. Organizada em um CD-ROM, ela se apresenta como um suporte funcional, de fcil transporte e utilizao, que possibilita a veiculao de outras mdias utilizadas no curso.
O Caderno de Ateno Bsica n. 39 CAB Nasf, publicao do Ministrio da Sade (BRASIL, 2014), poder ser utilizado na forma de livro-texto para aprofundar os temas das unidades de aprendizagem, assim como uma oferta de ferramenta para a ao em vrios momentos do curso.
Avaliao do educandoDentre os diversos componentes do sistema de avaliao proposto para o curso, apresenta-se a avaliao de desempenho do educando; porm, no o nico. O tutor, os materiais didticos, o curso e o projeto que o sustenta tambm sero considerados, e voc ter papel importante nesse processo.
A avaliao do educando tem como base a concepo e a estratgia pedaggica propostas para este curso. Considerando as etapas de pro-blematizar e refletir para a ao sobre os temas-geradores das unidades de aprendizagem, a ideia possibilitar a descoberta ou a reviso de con-ceitos e noes que subsidiam uma anlise mais abrangente e complexa da realidade social e das prticas em sade. Portanto, entendemos a avaliao prioritariamente formativa, com foco no processo de cons-truo das competncias necessrias atuao profissional, sempre no intento de valorizar as vivncias pessoais e profissionais do educando, seus conhecimentos prvios e histria de vida. O desempenho do edu-cando ser avaliado mediante um conjunto de produes realizadas a distncia e presencialmente, individual e coletivamente.
Como critrios para a avaliao de desempenho, o tutor verificar, na produo do educando, a capacidade de:
Contribuir, de forma reflexiva e propositiva, com os debates e discusses gerados pelos dispositivos disparadores das unidades de aprendizagens.
Colaborar com o bom andamento dos trabalhos da turma nos encontros presenciais e nas atividades a distncia, incentivando e participando ativamente no trabalho cooperativo e em equipe.
Elaborar textos reflexivos relativos s atividades propostas, articulando-os com introduo, desenvolvimento crtico da atividade e concluso.
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CADERNO DO CURSO
As atividades realizadas para envio ao tutor so encaminhadas pelo AVA por meio da ferramenta Envio de atividades, no menu Secretaria. Mais informaes sobre a ferramenta, voc encontrar na Parte IV deste caderno ou no item Ajuda do prprio AVA.
Desenvolver pensamento crtico e adequado ao tema proposto, com capacidade de argumentao e fundamentao terica.
Escrever com as prprias palavras, fazendo referncia aos autores, respeitando as convenes gramaticais e ortogrficas.
Buscar outros contedos para aprofundar seu entendimento sobre a atividade, referenciando a bibliografia de acordo com a norma adotada no curso.
Ser pontual no desenvolvimento e envio das atividades propostas.
O educando se empenhar para que seu desempenho progrida em rela-o s competncias a serem alcanadas no curso em sua totalidade. Ele ser avaliado individualmente, de modo processual, de acordo com sua evoluo em cada unidade de aprendizagem, bem como sua parti-cipao com a turma durante os encontros presenciais e as atividades a distncia propostos no decorrer do curso.
A respeito do desempenho do educando, ele receber comentrios do tutor. No ser atribuda uma nota/conceito para cada produo em particular, mas sim ao conjunto dessas produes relativas a uma mesma unidade, de modo a abarcar o processo formativo do educando com os avanos e as conquistas ao longo de sua aprendizagem.
Dentro da perspectiva formativa, a avaliao do educando ser cont-nua e multidimensional, considerando tambm sua autoavaliao, ava-liao da turma pelo educando, avaliao de cada educando pelo tutor. Ela ser auxiliada e complementada pelas atividades de aprendizagem propostas, tais como: elaborao e/ou discusso de questes problema-tizadoras, reflexo e pesquisa sobre temas e prticas abordados, fruns de discusso, leitura, reflexo e construo coletiva de textos, mapas falados, microintervenes nos territrios de atuao profissional, den-tre outras que se fizerem necessrias.
Avaliao do percurso e atribuio de notas/conceitos Neste curso, as atividades propostas para avaliao do educando consistem de:
Atividades realizadas so enviadas pelo educando utilizando o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e correspondem aos temas e propostas de microinterveno contextualizada de cada unidade de aprendizagem podem ser relatos, textos reflexivos, snteses, outras. Fique atento s datas de envio dessas atividades, de acordo com o cronograma disponvel no AVA e pactuado com seu tutor.
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O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
Voc j trabalhou com portflio reflexivo como instrumento de formao e avaliao educacional? Em caso positivo, compartilhe essa experincia com sua turma e tutor. Com base nas experincias dos educandos da turma, o tutor poder orientar a produo do portflio reflexivo para este curso.
No caso de voc ainda no ter passado por essa experincia, ser possvel voc conversar com seu tutor, que poder te orientar nessa elaborao.
Fruns de discusso Ao longo do curso, sero realizados fruns obrigatrios que propem discusses orientadas e mediadas pelo tutor abordando os temas de cada unidade de aprendizagem, cuja participao do educando ser considerada na avaliao pelo tutor. Ele poder, ainda, promover outros fruns/atividades gerados a partir da necessidade e desenvolvimento de cada turma durante seu processo formativo, desde que pertinentes s unidades do curso.
Portflio reflexivo Elaborado ao longo de sua formao, objetiva registrar, de maneira reflexiva, a articulao de todos os conhecimentos adquiridos e produzidos pelo educando durante seu processo formativo, considerando a realidade vivenciada por ele e sua equipe de trabalho em seu municpio, bem como os efeitos do curso no educando e em seu processo de trabalho.
Reforamos que o desempenho do educando, em cada atividade rea-lizada, ser comentado pelo tutor, mas a nota/conceito no ser atri-buda por atividade em particular, mas sim ao conjunto das produes relativas a uma mesma unidade de aprendizagem. No que diz respeito aos fruns de discusso, o tutor avaliar a participao qualitativa do educando, alm de fazer comentrios para cada participao. Vale res-saltar que sua interao com o AVA, por meio de outras ferramentas (como Biblioteca, Mural, Fale com o tutor etc.), tambm ser conside-rada nessa avaliao.
A esse conjunto de atividades, o tutor atribuir uma nota/conceito de zero a dez (0,0 a 10,0), de modo a unir o processo formativo do edu-cando com os avanos e as conquistas inerentes aprendizagem ao longo daquele perodo.
O portflio reflexivo constitui-se de um conjunto de registros realizados pelo educando a respeito das vivncias no processo de ensino e aprendizagem durante o curso. Snteses individuais e coletivas dos trabalhos de grupo, relatos e narrativas das situaes da prtica do educando, anlises sobre o respectivo contexto local, iniciativas e aes orientadas realizao das propostas de microinterveno contextualizada e quaisquer outros registros considerados significativos ao processo de formao so registrados no portflio. A forma de apresentao dos registros de livre escolha de cada educando.
Durante os fruns, o tutor avaliar, alm da presena, a participao qualitativa do educando, estando includas: as postagens que representam seu entendimento relacionado ao tema em discusso;
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CADERNO DO CURSO
Lembre-se de que o frum e o chat so espaos privilegiados para interao, em que todos so protagonistas, reforando o percurso formativo.
Aps a realizao dos fruns de uma mesma unidade de aprendizagem e o envio de todas as atividades a ela referidas (se for o caso) com os respectivos comentrios do tutor, voc receber uma nota de avaliao da unidade de aprendizagem.
Meu espao uma funcionalidade do AVA que oferece ferramentas individuais. Todo o contedo ali disposto s poder ser acessado e visualizado por voc.
Por fim, o tutor verificar, ainda, a produo de seu portflio refle-xivo a cada encontro presencial, tendo em vista orient-lo para seu pleno desenvolvimento como instrumento de formao e avalia-o. No decorrer do curso, ele far comentrios sobre sua produo. Ao portflio reflexivo ser atribuda nota/conceito de zero a dez (0,0 a 10,0) uma nica vez, ao final do curso, que o tutor lanar no ambiente virtual de aprendizagem.
Para seu conhecimento, o Quadro 4 traz as atividades de avaliao do curso e a atribuio de nota/conceito.
Voc ter acesso aos registros de seu tutor no ambiente virtual do curso clicando em Desempenho, na aba Meu espao.
Clculo da nota/conceito final de curso
A nota/conceito final do educando ser calculada com base nas notas obtidas por ele ao longo de todo o processo, a saber:
Quatro notas/conceitos relativas a cada uma das unidades de aprendizagem que compem este curso. Elas devero expressar o desempenho do educando luz dos objetivos propostos e das competncias esperadas. Lembramos que cada uma dessas notas/conceitos resulta do conjunto de atividades em uma mesma unidade.
Uma nota/conceito relativa ao portflio reflexivo.
as contribuies que expressam reflexo crtica; as sugestes de aprofundamento; a argumentao fundamentada; a articulao do contedo com a prtica profissional; e a interao com a turma.
Quadro 4 Atividades de avaliao do curso
Atividades do curso Nota/conceito
Conjunto de atividades realizadas + fruns e interao no ambiente virtual de aprendizagem (a cada unidade de aprendizagem)
0,0 a 10,0 (a cada unidade de aprendizagem)
Portflio reflexivo 0,0 a 10,0 (ao final do curso)
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O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
Saiba como obter a nota/conceito final do educando no curso.
O clculo da nota final do educando no curso e a converso dessa nota em conceito A, B, C ou D so feitos automaticamente pela gesto aca-dmica on-line, com base nas notas de zero a dez (0,0 a 10,0) que o tutor lanar no ambiente virtual. A converso das notas em conceitos obedece equivalncia estabelecida no Regimento de Ensino da Fun-dao Oswaldo Cruz, apresentada no Quadro 5.
Concluso do curso e certificao Voc, educando, ser considerado concluinte se cumprir, simultanea-mente, as seguintes exigncias:
Alcanar, no mnimo, o conceito C em cada uma das quatro unidades do curso e no portflio reflexivo.
Cumprir o prazo mximo de seis meses, contados a partir da data de incio do curso, para concluir todas as atividades previstas: estudo das unidades, realizao das atividades de avaliao, participao nos fruns de discusso e realizao do portflio reflexivo.
Obter 75% de frequncia, no mnimo, da carga horria total do curso, sabendo ser obrigatria sua presena nos momentos presenciais e reunies na regio de sade.
Quadro 5 Equivalncia de notas e conceitos adotados no curso
Notas Conceitos
9,0 a 10,0 A (excelente)
7,5 a 8,9 B (bom)
6,0 a 7,4 C (regular)
0,0 a 5,9 D (insuficiente)
Nota final de curso = UAI + UAII + UAIII + UAIV + PR
Em que:UAI = Nota da Unidade de Aprendizagem IUAII = Nota da Unidade de Aprendizagem IIUAIII = Nota da Unidade de Aprendizagem IIIUAIV = Nota da Unidade de Aprendizagem IVPR = Nota do portflio reflexivo
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CADERNO DO CURSO
O conceito D, em qualquer uma das unidades de aprendizagem e no portflio reflexivo, indica desempenho insatisfatrio e representa reprovao do educando.
Ao finalizar o curso, o educando receber o certificado de concluso desde que cumpra as exigncias acadmicas e documentais exigidas na matrcula. O certificado vem acompanhado do histrico escolar, estando registradas a durao e carga horria do curso, bem como a nota/conceito obtida em cada unidade de aprendizagem e no port-flio reflexivo.
A certificao dos concluintes portadores de diploma de formao superior obedecer ao seguinte critrio: Certificado de Aperfeioa-mento, emitido pela Escola Nacional de Sade Pblica Sergio Arouca da Fundao Oswaldo Cruz.
Situao acadmica dos educandos no cursoNos cursos da EAD/Ensp, so cinco as situaes acadmicas estabeleci-das referentes aos educandos: matrcula automaticamente cancelada; abandono; desistente; aprovado e reprovado.
Apresentamos, agora, as caractersticas de cada uma delas.
Matrcula automaticamente cancelada (MAC)Situao atribuda ao matriculado que, no prazo de 30 dias, contados a partir da data do incio efetivo das atividades acadmicas, no cumprir uma das trs condies a seguir relacionadas:
1. Contatar o tutor para manifestar seu interesse em permanecer no curso e justificar a ausncia no primeiro ms.
2. Acessar o AVA do curso a fim de estabelecer dilogo relativo ao processo educativo.
3. Enviar a atividade no prazo determinado no cronograma do curso.
Ainda ser considerado MAC no caso de o educando formalizar sua desistncia no prazo de 30 dias no decorrer do curso, contados a partir da data de seu incio efetivo.
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O Curso Apoio Matricial na Ateno Bsica, com nfase nos Ncleos de Apoio Sade da Famlia (Nasf)
Nenhuma pactuao poder comprometer o processo de ensino-aprendizagem e extrapolar o tempo total de realizao do curso, exceto as situaes que possuem amparo legal, tais como, licena maternidade, licena mdica etc.
O Conceito C Regular o nvel de rendimento mnimo para o educando obter desempenho satisfatrio no curso.
AbandonoStatus conferido ao educando que, aps 30 dias consecutivos do enca-minhamento da ltima atividade de avaliao, no prosseguir com o envio das demais atividades previstas no cronograma do curso, alm de no apresentar justificativa ao tutor.
No caso de repactuao do prazo para efetuar as atividades pendentes, ele no poder ser superior a 30 dias, mantendo a realizao das demais atividades previstas no cronograma para esse perodo do curso.
Desistente Situao atribuda ao educando em atividade acadmica que, durante o curso, formaliza sua desistncia por escrito, justificando-a.
A desistncia pode ocorrer a qualquer momento e no est condicio-nada ausncia de contato com o tutor ou prazo limite de envio de atividades. Caso no haja formalizao, ser aplicada a mesma norma definida para a condio de abandono.
Aprovado Status conferido ao educando que alcanou nvel de aproveitamento igual ou superior ao conceito mnimo estabelecido pelo Regimento de Ensino dos Cursos de Ps-Graduao Lato Sensu da Ensp; implica a con-cluso do percurso e da carga horria estabelecidos, cumprimento de todos os requisitos e procedimentos avaliativos tal como determinados no sistema de avaliao do educando do curso, em conformidade com o regimento aqui referido.
Reprovado Status atribudo ao educando que obteve Conceito D Insuficiente; cor-responde ao aproveitamento insatisfatrio, conforme estabelecido pelo Regimento de Ensino dos Cursos de Ps-Graduao Lato Sensu da Ensp.
Fique atento aos prazos. Comunique o fato ao tutor para que possa acolh-lo; juntos, iro encontrar alternativas para superar as dificuldades momentneas. Em ltimo caso, apresenta-se a formalizao da desistncia, para que no incorra em situao de abandono.
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CADERNO DO CURSO
Sistema de comunicao As interaes entre voc, seus colegas e o tutor sero realizadas tam-bm a distncia utilizando as ferramentas disponveis no AVA e outros recursos, como telefone, fax