Caderno Empresas Negocios Empreendimentos Domesticos
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Entidades e profissionais ligados ao fomento e suporte de empreendedores defendem que os negócios de oportuni-dade devem receber mais incentivos e recursos para profissionalização. Hoje o Brasil tem 14,6 milhões de pessoas
desenvolvendo atividades com menos de três anos de vida, a etapa decisiva que indicará a sobrevivência de uma empresa. Outra medida sugerida: corrigir proble-mas de gestão em iniciativas surgidas da necessidade, o que reduziria o índice de
mortalidade dos negócios. O desafio, neste último caso, é agregar
ao esforço de abrir uma empresa suporte técnico e de gestão que transforme o perfil em oportunidade, cuja marca registrada é o maior êxito e foco em produtos e serviços com mercado promissor. O pesquisador do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) e integrante da coordenação do projeto GEM no Brasil, Paulo Alberto Bastos Junior, traduz: �Me-lhorar a qualidade do empreendedorismo brasileiro é conseguir chegar ao empresá-rio por necessidade e capacitá-lo�.
Para isso, Bastos defende trabalho coordenado entre sindicatos, instituições financeiras e de apoio a pequenas e mi-croempresas e até agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine). �Tem de levar informação, com ferramentas mais fortes.� A pesquisa do GEM, que tem apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e
da Federação das Indústrias do Paraná,mostra que em 2008 o País gerou doisnovos empreendedores por oportunidadepara cada um por necessidade. Até 2007,a proporção era inversa.
O levantamento mostrou ainda quea escolaridade, o nível de renda e o in-vestimento são sempre mais elevadosno primeiro caso. �Com isso, tem muitomais chance de dar certo�, conclui BastosJunior. �Uma das principais causas damortalidade dos negócios é justamentea baixa qualificação profissional, pessoale educacional.� O superintendente doSebrae-RS, Marcelo Lopes, projeta maisinvestimentos em capacitação para asse-gurar a pulverização de empreendedoresno Estado e sua qualificação. Serão R$ 11milhões a mais este ano para financiarcursos, consultorias e palestras.
Entre os planos, está a ampliação de 20para 60 módulos em 2009 do Empretec,oficina que alcança ferramentas parainiciantes. Gilca Marchezan Bellaguarda,da E-saberes Consultoria e Treinamento,ressalta que as ações devem corrigir de-ficiências que se repetem em negócios. A consultora identifica falta de planejamen-to e foco superlativo em operação.
Bastos Junior defende trabalho o coordenado entre sindicatos, ins! tuições Þ nanceiras, de apoio a pequenas e microempresas e agências do Sine
Lizane começou a fazer doces para o marido, a receber encomendas e hoje elabora até 60 tortas por dia
10 Jornal do Comércio - Porto AlegreSegunda-feira, 13 de julho de 2009 JCJCEmpresas & Negócios
Nativa de Pelotas, a mecados doces no Estado, Lizane Martins prepara quitutes semaçúcar para prazer da sua clien-tela diabética. A microempresá-ria também dá outra pista: seus produtos da marca Ateliê Diet são tão bons que mesmo quem não tem a doença está sempre consumindo alguma das delí-cias feitas em sua casa.
O negócio começou a ser fer-mentado há cerca de dez anos.Em 1999, o marido de Lizane, Fábio, na época namorado, descobrira que tinha diabetes. A doença precipitou o casamento dos dois e também uma decisão: a microempresária faria em casa os doces que o comerciante Fábio não podia nem sonhar em comer. �Ele cansou de comer creminhos diet em festas ou em nossas saídas a restaurantes�, recorda a quituteira, que já tinha feito curso de culináriatradicional.
Para desenvolver as varieda-des, Lizane buscou consultoria de uma nutricionista. �Meumarido foi a cobaia. Tinha um enorme prazer ao ver a alegria e satisfação que ele tinha aopoder consumir os produtos�, assinala a dona do Ateliê Diet.Os colegas de trabalho - ela eraprestadora de serviço da CaixaEconômica Federal - também.
O sucesso de trufas, bolos, tortas e musses foi instantâneo. �Familiares e amigos me in-centivaram a abrir um negócio, largar o banco e me dedicar aos doces�, lembra. Em 2007, Lizane decidiu criar o Ateliê Diet, que contou com suporte doSebrae-RS, ajustes da cozinhapara se adequar a normas desaúde e registro da marca. Tam-bém teve de desenvolver formas de lidar com ingredientes ouencontrar matéria-prima paraalcançar resultado de qualidade o mais próximo possível de umdoce tradicional.
Conseguir colocação para seu cardápio de dezenas de variedades de guloseimas semadição de açúcar não foi difícil.Hoje ela abastece nove confei-tarias em Pelotas, Rio Grande ePorto Alegre, além de atender apedidos para festas e consumo caseiro. Também já foi sondadapara enviar produtos a Santa Catarina. �O problema é a con-servação, pois são todos feitos no dia�, justifica.
O ritmo de produção do Ate-liê, comandado exclusivamentepor Lizane, é intenso. A rotinainclui jornada entre 8h e 1h no preparo de encomendas. São 50 a 60 tortas por dia, por exemplo. �Faço tudo com muito prazer. Cada doce é individual. Sei das
Perfil do pequeno empreendedor! POR NECESSIDADE28% dos empreendedores jovens (18 a 24 anos)100% têm renda de um a três salários mínimos60% têm nível de escolaridade de quatro anos40% são de serviços orientados ao consumidor! POR OPORTUNIDADE29% dos empreendedores jovens (18 a 24 anos)33% têm renda de um a três salários mínimos40% têm nível de escolaridade de cinco a 11 anos44% dos empreendimentos são serviços orientados ao consumidor
Liberado para diabéticos com amor
Desa!io é elevar o grau de empreendedorismo limitações de quem vai consu-mir�, ressalta.
A convivência com o diabe-tes do marido rendeu lições ea percepção de como é o com-portamento da clientela. �As pessoas com a doença são muitodesconfiadas. Estão semprefazendo teste para verificar se não houve alteração na taxade açúcar do sangue�, explica amicroempresária. A atenção aos consumidores é proporcional. Lizane está sempre pronta a ir para a cozinha para tornar re-alidade o desejo de última hora de um diabético por um doce.
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FONTE GEM BRASIL