Campanha poliomielite 2013_sc

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Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Saúde

Superintendência de Vigilância em Saúde Diretoria de Vigilância Epidemiológica

Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização

INFORME TÉCNICO

CAMPANHA NACIONAL DE VACINAÇÃO CONTRA A POLIOMIELITE 2013

08 a 21 de junho de 2013

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1. Introdução

O Ministério da Saúde, juntamente com as Secretarias Estaduais e Municipais de

Saúde, realizará no período de 08 a 21 de Junho a Campanha Nacional de Vacinação contra a

Poliomielite do ano de 2013.

A população alvo a ser vacinada no Estado de Santa Catarina é de 381.645 crianças a

partir dos 6 meses até os menores de cinco anos de idade (6 meses a 4 anos 11 meses e 29 dias),

com meta mínima a atingir de 95% deste grupo, o que corresponde a 362.563 crianças.

Está prevista a distribuição de 572.472 doses da vacina oral contra a poliomielite

(VOP), além do repasse de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os fundos

das Secretarias Municipais de Saúde (SMS) estimados em aproximadamente R$ 1.090.109,07, de

acordo com a Portaria nº 2.803, de 6 de dezembro de 2012, que aprova os critérios para o

financiamento de Campanhas de Vacinação anuais.

O Brasil realiza em 2013 o 34º ano de Campanhas Nacionais de Vacinação contra a

Poliomielite e o 24º ano sem a doença no país, estando livre do poliovírus desde 1990, e assim

deve se manter até a concreta certificação mundial da erradicação deste agente infeccioso. Dessa

forma, esta estratégia tem como objetivo garantir a não reintrodução da doença no território

brasileiro, com a manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais contra a poliomielite,

tanto nas ações de rotina, como nas campanhas de vacinação e a adequada Vigilância das Paralisias

Flácidas Agudas (PFA).

Este Informe apresenta as diretrizes e orientações técnicas e operacionais para

organização da campanha, e fundamenta a necessidade dessa estratégia de vacinação,

subsidiando o processo de trabalho das equipes estaduais, municipais, Distrito Federal e outros

órgãos interessados na capacitação dos recursos humanos envolvidos, bem como na orientação

das ações da comunicação e mobilização social.

2. Situação Epidemiológica da Polimielite no mundo

No cenário global da poliomielite, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)

demonstram que entre os anos de 2011 e 2012, 16 países registraram casos da doença, e na sua

maioria, decorrente de importações do poliovírus selvagem de países endêmicos ou de países que

restabeleceram a transmissão (transmissão sustentada por mais de um ano de circulação).

Atualmente, três são os países considerados endêmicos (Afeganistão, Nigéria e Paquistão), três os

que restabeleceram a transmissão (Angola, Chade e República do Congo) e 08 países com

ocorrência de casos devido às importações (Mali, Niger, Costa do Marfim, CAR, Kenia, Liberia,

Somália, Uganda).

Em 2012 foram registrados 223 casos, sendo que 217 (97,3%) foram nos países

endêmicos e, 6 (2,7%) nos não endêmicos. No ano de 2012, observou-se uma redução de 36,9% no

número de casos de poliomielite no mundo quando comparado ao ano de 2011 ( de 604 para 223

casos). No ano de 2013, até o dia 08 de maio, foram registrados 26 casos, todos em países

considerados endêmicos (06 no Paquistão, 18 na Nigéria e 02 no Afeganistão) número também

inferior quando comparado ao mesmo período de 2012 (53 casos).

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Destaca‐se, diante deste quadro mundial, a necessidade de unir esforços para atingir a

meta dos indicadores preconizados pelo Ministério da Saúde para manutenção do país livre da

doença. Mesmo tendo alcançado bons resultados em relação às metas nacionais e estaduais

preconizadas, as coberturas vacinais municipais ainda são heterogêneas no país, o que leva a

formação de bolsões de pessoas suscetíveis à doença, possibilitando assim a reintrodução dos

poliovírus, no país, favorecido pelo fluxo de viajantes.

Diante de tais circunstâncias, e com a proximidade de grandes eventos de massa que

serão realizados no Brasil, como a Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações, Copa do

Mundo e Olimpíadas, é importante informar aos profissionais, autoridades e gestores em saúde,

sobre os riscos de reintrodução do poliovírus selvagem, e a necessidade da Notificação e

Investigação imediata de todo caso de Paralisia Flácida Aguda (PFA).

3. Vigilância Epidemiológica das Paralisias Flácidas Agudas e Poliomielite (PFA/Pólio) no Brasil

O principal objetivo da Vigilância Epidemiológica é manter o Brasil livre da circulação

do poliovirus selvagem, para isso monitora-se a ocorrência de casos de paralisia flácida aguda (PFA)

em menores de 15 anos de idade e avalia-se o desempenho operacional do Sistema de

Vigilância Epidemiológica das PFA no país (VE PFA/Pólio). Dessa forma, todo caso de PFA, em

menores de quinze anos, ou suspeita de poliomielite em indivíduo de qualquer idade

procedente de países com circulação de poliovirus selvagem nos últimos 30 dias, deve ser:

notificado e investigado imediatamente, digitado no Sistema de Informação de Agravos de

Notificação (SINAN), coletado uma amostra de fezes até o 14º dia do início do déficit motor para

isolamento viral e esclarecimento do diagnóstico e encerrado no SINAN em até 60 dias após a

notificação.

A qualidade da VE PFA é avaliada com base nos seguintes indicadores de desempenho

operacional: 1) Taxa de notificação, 2) Investigação epidemiológica em até 48 horas; 3) Coleta de

uma amostra oportuna de fezes e 4) Proporção de notificação semanal negativa‐positiva. Exceto

para a taxa de notificação que a meta é de no mínimo 1 caso/100.000 < 15 anos, para os demais

indicadores a meta mínima esperada é de 80% .

Em Santa Catarina, de acordo com o total de sua população de zero a 14 anos (1.391.568), o

número mínimo esperado, é de 14 de casos de PFA. Em 2012, os indicadores de qualidade do

programa, por macrorregião estão demonstrados na tabela 1.

Tabela 1. Indicadores de qualidade da VE das Paralisias Flácidas e Agudas/Poliomielite, por macrorregião. SC, 2012.

Extremo Oeste 2 2 100,00 1,14 100 100 100

Meio Oeste 1 2 200,00 1,38 100 100 100

Planalto Serrano 1 2 200,00 2,67 50 100 100

Vale do Itajaí 3 2 66,67 0,63 100 100 100

Norte/Nordeste 3 2 66,67 0,69 50 100 100

Grande Florianópolis 2 5 250,00 2,34 50 100 100

Sul 2 2 100,00 1,01 100 100 100

SC 14 17 121,43 1,21 88 100 100

Fonte: SINAN/GEVIN/DIVE/SES

*Tx p/100000 <15anos

Meta

No.

casos

not

% casos

not

Taxa notific.

/100.000

hab.

% coleta

oportuna

% investigação

oportuna

%

encerramento

oportuno

Macrorregiões

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Garantir a qualidade da vigilância e, principalmente, do diagnóstico seguro e oportuno

das PFA no Brasil constitui um desafio a ser enfrentado de forma integrada e articulada pelos

profissionais de saúde, técnicos e gestores do SUS em todos os níveis do sistema.

4. O Brasil e a estratégia anual de campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite.

Espera‐se mundialmente, que as campanhas periódicas de vacinação, junto com a

vacinação de rotina, continuem a assegurar a imunidade na população e minimize o risco de

ocorrência de um surto, sendo que a chave do sucesso será o continuado empenho de todos os

envolvidos, cujo apoio tem sido imprescindível na interrupção da cadeia de transmissão da

poliomielite.

No Brasil as ações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) com a vacina oral

poliomielite (VOP), vacina inativada poliomielite (VIP) e da Vigilância Epidemiológica das paralisias

flácidas agudas (PFA), atualmente, estão voltadas para a manutenção do país livre do poliovirus

selvagem. Essas ações são necessárias devido à existência do risco de reintrodução da infecção no

Brasil em função da possibilidade de importação de casos provenientes de países endêmicos e

daqueles que restabeleceram a transmissão. Assim como, pela ocorrência de surtos de poliovírus

derivado vacinal (PVDV) em áreas de baixas e heterogêneas coberturas vacinais.

Conforme dados disponíveis relativos ao período de 2008 a 2012 (Figura 1), verificou-

se um bom desempenho no Estado no tocante às coberturas vacinais por etapa. Foram verificadas

coberturas vacinais acima da meta (95%) em todos os anos.

A homogeneidade de CV no mesmo período, medida pela proporção de municípios

com coberturas adequadas (≥95%) variou de 64,2% na 2ª etapa de 2008 a 93,5% na 2ª etapa de

2011.

Figura 1. Coberturas vacinais e homogeneidade na s campanhas de vacinação contra a poliomielite. SC,

2008 a 2012.

Fonte:http://pni.datasus.gov.br

A partir de 2012, o Brasil passou a realizar somente uma etapa da Campanha Nacional

com vacina Poliomielite, ocorrendo no mês de Junho.

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5. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite em 2013

5.1. Objetivo e Meta

O objetivo da Campanha é manter o Brasil na condição de país certificado

internacionalmente para a erradicação da poliomielite, estabelecendo proteção coletiva por meio

da disseminação do vírus vacinal no meio ambiente, tendo como meta a vacinação de crianças

entre 6 meses e menores de cinco anos de idade (6 meses a 4 anos 11 meses e 29 dias).

5.2. Estratégia

Embora na campanha seja utilizada a vacina oral poliomielite (VOP), a coordenação

estadual de Imunização recomenda às Coordenações Municipais de Imunização disponibilizar a

vacina inativada poliomielite (VIP) durante esta campanha de vacinação, para crianças que

estiverem iniciando o esquema contra a poliomielite, bem como naquelas que coincidentemente

estejam na época de receber alguma dose do esquema (esquema sequencial ou indicação do CRIE),

evitando a perda de oportunidade de vacinação. Na impossibilidade de disponibilizar a VIP agendar

para a rotina.

As situações que podem ocorrer, bem como as condutas que deverão ser adotadas,

encontram-se detalhadas no quadro 1.

Quadro 1. Situação vacinal e conduta a ser adotada na campanha nacional de vacinação contra a poliomielite 2013.

Criança entre 6 meses e menor de 5 anos de idade.

Situação Conduta Observação Registro

Não vacinada Vacinar com VIP e agendar a próxima

dose

Não fazer VOP Registrar somente na rotina no esquema sequencial VIP/VOP

Com apenas uma dose de VIP (D1)

Vacinar com VIP (observando o intervalo mínimo de 30 dias) e agendar próxima dose com VOP (D3)

Não fazer VOP na campanha

Registrar somente na rotina no esquema sequencial VIP/VOP.

Com duas doses de VIP (D1 e D2)

Vacinar com VOP Validar a dose na rotina se tiver intervalo entre as doses ≥ 30 dias. Caso contrário fazer a dose como campanha e agendar a terceira dose de acordo com o calendário

Registrar na campanha e no SIAPI, para o caso de validar a dose na rotina.

Com duas doses de VIP (D1 e D2) e (D3) de VOP

Administrar VOP Se tiver no momento de reforço validar a dose na rotina.

Registrar na campanha e no SIAPI, para o caso de validar a dose na rotina.

Com uma ou mais doses da VOP

Administrar VOP Observar intervalo e se tem indicação de validar na rotina

Registrar na campanha e no SIAPI, para o caso de validar a dose na rotina

Por indicação clínica iniciou esquema com VIP

Não administrar VOP

Continuar esquema com VIP

Não registrar na campanha registrar no SIAPI

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LEMBRETES IMPORTANTES:

1. As crianças sem dose anterior de VIP, ou com esquema incompleto, não

deverão receber VOP durante a campanha, mesmo que tenham idade igual ou

superior a 6 meses.

2. No período da campanha a vacina oral contra poliomielite deve ser

administrada mesmo que a criança tenha recebido a vacina contra rotavírus há

menos de 2 semanas (intervalo mínimo). O mesmo é válido para as demais

vacinas.

3. Durante a realização da campanha contra a poliomielite, recomendamos

especial atenção à 2ª dose da vacina contra a gripe para as crianças menores de

2 anos agendadas e que ainda não fizeram, bem como se verifique a

necessidade de atualização de esquema vacinal para faltosos.

6. A vacina oral poliomielite

A vacina induz boa imunidade intestinal e humoral. Confere proteção contra os três

sorotipos do poliovirus 1, 2 e 3, e sua eficácia é em torno de 90% a 95% com a administração de

três doses. Para uma imunidade longa, frente aos tipos de poliovirus, faz‐se necessário completar

o esquema básico de três doses, ou seja, 2 doses de VIP (D1 e D2) e 1 dose de VOP (D3), sendo

necessário uma dose de reforço (VOP) após o termino do esquema básico. Assim, praticamente 100%

dos vacinados terão proteção garantida.

A administração da vacina oral poliomielite é bem aceita pela população e possibilita a

imunização dos contatos das pessoas vacinadas, em razão da disseminação do poliovirus no

ambiente, viabilizando a eliminação da doença causada pelo poliovirus selvagem.

A vacina a ser utilizada na Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite foi

produzida e embalada em bisnaga com aplicador e tampa rosqueável pelo laboratório Bio‐

Manguinhos/FIOCRUZ/RJ.

6.1. Forma Farmacêutica e Apresentação

A vacina poliomielite é trivalente. Contém uma solução de vírus atenuados da

poliomielite dos tipos 1, 2 e 3. Cada dose de 0,1ml (*) contém:

poliovirus atenuados tipo 1: 1 milhão CCID50 (**);

poliovirus atenuados tipo 2: 100 mil CCID50 (**);

poliovirus atenuados tipo 3: 600 mil CCID50 (**)

(*) Cada dose corresponde a 02 (duas) gotas;

(**) CCID: dose infectante em cultura de células

Excipientes: Cloreto de Magnésio, Estreptomicina, Eritromicina, Polissorbato 80,

L‐Arginina e Água destilada.

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1 DOSE = 2 GOTAS

6.2. Validade e conservação

A vacina pode ser armazenada e transportada em temperatura de –20ºC ou +2°C a

+8°C. Após o degelo, esta vacina deve ser mantida entre +2°C a +8°C e protegida da luz, condição

esta que manterá a validade por um período de 3 meses, por um período não superior ao

prazo de validade indicado no rótulo, que deve ser rigorosamente obedecido. Não recongelar o

produto após seu descongelamento.

Após abertura da bisnaga, a vacina poliomielite deve ser utilizada no prazo máximo

de 5 dias desde que mantidas as condições recomendadas de assepsia e conservação mantendo a

temperatura de +2°C a +8°C. Na campanha, esse procedimento deve ser adotado s o m e n t e em

postos que funcionam em unidades de saúde.

Para os postos volantes ou de instalação temporária, recomenda‐se que as doses

remanescentes das bisnagas abertas não sejam utilizadas. No final do dia, as bisnagas abertas

devem ser devolvidas à unidade de saúde de referência, acondicionadas em recipientes rígidos,

resistentes a perfurações, ruptura, vazamento, com tampa e devidamente identificadas, de forma a

garantir o transporte seguro, sendo de responsabilidade do serviço de saúde o tratamento

(conforme a Resolução RDC da ANVISA n° 306 de 7 de dezembro de 2004) e o destino final dos

resíduos gerados pelas atividades de vacinação (de acordo com a Resolução CONAMA no 358 de

2005).

Alerta‐se, para evitar o contato da bisnaga conta‐gotas com a boca da criança,

impedindo a contaminação pela saliva no ato da vacinação.

6.3. Contra-indicações

Não há contraindicações absolutas a administração da vacina oral poliomielite,

evitando‐se, entretanto, a vacinação de crianças nas seguintes situações:

• crianças portadoras de infecções agudas, com febre acima de 38ºC;

• crianças com hipersensibilidade conhecida a algum componente da vacina, a exemplo da

estreptomicina ou eritromicina. No entanto, histórias de dermatite de contato a

estreptomicina ou eritromicina não são uma contra indicação;

• crianças que, no passado, tenham apresentado qualquer reação anormal a esta vacina;

• crianças imunologicamente deficientes devido a tratamento com imunossupressores ou de

outra forma adquirida ou com deficiência imunológica congênita;

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• crianças que estejam em contato domiciliar com pessoa imunodeficiente (devem receber

esquema com VIP conforme indicação do CRIE).

• crianças com história de paralisia flácida associada à vacina, após dose anterior da vacina

poliomielite oral.

• crianças que não tenham comprovadas em carteira de vacinação duas doses de VIP anterior

à campanha.

6.4. Evento adverso

A vacina oral poliomielite é extremamente segura, sendo raras as reações

associadas a sua administração. O evento adverso informado como associado à vacina produzida

a partir dos poliovirus atenuados é a poliomielite pós‐vacinal ou poliomielite associada ao vírus

vacinal, q u e caracteriza‐se pelo desenvolvimento de paralisia flácida aguda (PFA) idêntica a

infecção com o vírus selvagem, podendo, também, determinar sequelas motoras definitivas.

A Paralisia Associada ao Vírus Vacinal (PAVV) é uma doença aguda febril que causa

deficiência motora flácida, de intensidade variável, geralmente assimétrica. A paralisia pode surgir

entre o 4º e o 40º dia depois da vacinação no caso do vacinado. No caso do comunicante do

vacinado a paralisia surge entre o 4º e 85º dia. Ambos, vacinados e comunicantes,

apresentam sequela compat ível com pol iomiel i te 60dias após o in íc io do déf ic it

motor . Essa situação ocorre em razão de uma mutação sofrida pelo vírus vacinal, tornando‐o

capaz de provocar a doença. Esse mecanismo de transformação da cepa vacinal em patogênica é

denominado de reversão.

A ocorrência da paralisia associada à vacina, no entanto, é muito rara. No Brasil entre

1989 e 2012, foram registrados 46 casos de poliomielite associada à vacina oral, todos em crianças,

com taxa de 1 caso para cada 1,6 milhões de doses administradas e com predomínio na primeira

dose (Fonte: COVER/CGDT/DEVEP-SVS/MS). Em estudos publicados, o risco estimado para a

primeira dose variou de um caso para 1,2 milhões a 2,4 milhões de doses administradas e,

considerando todas as doses, variou de um caso para 3,6 milhões a 13 milhões de doses

administradas.

Com o objetivo de reduzir esse risco nas primeiras doses, em 2012 o Brasil introduziu a

vacina inativada contra a poliomielite (VIP), em esquema sequencial com 2 doses (D1 e D2) e

recomenda a VOP nas campanhas apenas para crianças a partir dos 06 meses de idade e já

vacinadas com duas doses de VIP.

Lembramos que a Pólio Inativada, VIP, não tem a capacidade de reversão, ou seja, de

provocar a doença nos vacinados e, por este motivo, toda a criança deverá receber sempre a

primeira e a segunda doses de VIP antes de qualquer dose de VOP.

7. Imunobiológicos e recursos para a campanha

Para a campanha está prevista a distribuição de 572.470 doses da vacina oral contra a

poliomielite, para a população demonstrada no quadro 3.

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Quadro 3. População alvo da campanha de vacinação contra a poliomielite por Gerência Regional de Saúde.

SC, 2013

*6M a < 1A **1 ANO 2 ANOS 3 ANOS 4 ANOS TOTAL

1 XANXERÊ 1.086 2.171 2.026 2.166 2.294 9.743

2 VIDEIRA 2.029 4.058 3.713 3.964 4.188 17.952

3 CONCÓRDIA 872 1.744 1.644 1.701 1.836 7.797

4 RIO DO SUL 1.856 3.711 3.581 3.667 3.989 16.804

5 SÃO MIGUEL DO OESTE 1.042 2.084 1.981 2.242 2.133 9.482

6 ARARANGUÁ 1.187 2.374 2.292 2.519 2.703 11.075

7 ITAJAÍ 4.120 8.240 7.756 7.924 8.075 36.115

8 JOAÇABA 1.270 2.539 2.352 2.518 2.653 11.332

9 BLUMENAU 4.498 8.996 8.430 8.305 8.610 38.839

10 CHAPECÓ 2.713 5.426 4.985 5.006 5.398 23.528

11 MAFRA 1.748 3.496 3.133 3.327 3.514 15.218

12 CRICIÚMA 2.671 5.342 4.871 5.034 5.200 23.118

13 JOINVILLE 4.931 9.862 8.863 9.047 9.283 41.986

14 TUBARÃO 1.071 2.141 2.077 2.078 2.251 9.618

15 LAGES 2.027 4.053 3.834 4.055 4.353 18.322

16 CANOINHAS 974 1.948 1.867 1.966 2.040 8.795

17 JARAGUÁ DO SUL 1.741 3.482 3.040 3.050 3.202 14.515

18 FLORIANÓPOLIS 6.703 13.405 11.720 12.216 12.471 56.515

19 LAGUNA 752 1.504 1.503 1.540 1.703 7.002

20 BRAÇO DO NORTE 455 910 832 809 886 3.892

42 SANTA CATARINA 43.743 87.486 80.500 83.134 86.782 381.645

Reg NomeMETA

Fonte: NV/SINASC preliminar para 6m a < 1ano e 1 ano e Estimativa IBGE 2010 para 1,2,3, e 4 anos

* 6 meses a < 1 ano - Metade da meta de < 1ano - Estimativa sinasc 2011 preliminar.

** 1 ano - Meta estimativa SINASC 2011 preliminar.

2 a 4 anos - Estimativa IBGE 2012.

Além dos recursos repassados fundo a fundo do MS para os municípios, também são

investidos recursos das SES e SMS para a realização da vacinação, possibilitando o

funcionamento de aproximadamente 1600 postos de vacinação, com o envolvimento de cerca de

sete mil pessoas e a utilização de cerca de 800 veículos.

8. Registro de doses aplicadas na Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite

Para o ano 2013, será mantido o registro das doses administradas na campanha de

vacinação contra a poliomielite por sala de vacina e por idade: 6meses <1 ano; 1ano; 2 anos; 3

anos e 4 anos no site http://pni.datasus.gov.br.

Ressalta-se que doses administradas na campanha em crianças que receberam a

última dose no intervalo de trinta dias ou mais deve ser validada na rotina, portanto devem ser

registradas tanto na campanha, como também na rotina (SIAPI).

Neste ano, a lista de salas de vacinas conterá mais uma coluna contemplando a

informação do TIPO DE SALA DE VACINA, conforme cadastro no SIAPI (Estabelecimentos de Saúde

cadastrados na tabela do API por código conforme tipo de sala de vacina).

Esta informação detalhada possibilitará a avaliação de doses aplicadas em salas de

vacinas específicas para população atendida durante a campanha em clínicas privadas (Cód.2),

população privada de liberdade (Cód. 9), população indígena (Cód. 10) e população de quilombolas

NÃO REGISTRAR DOSE DE VIP em nenhuma circunstancia como DOSE DE

“CAMPANHA”.

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e assentados (Cód.11).

Este ano é de fundamental importância divulgar a necessidade de apresentar o cartão

de vacina para avaliar a situação vacinal da criança considerando a importância do esquema

sequencial. Entretanto, é necessário interrogar se houve perda do cartão, e SOMENTE neste caso, a

criança será considerada não vacinada e deverá iniciar o esquema sequencial.

Modelo de boletim de doses aplicadas para registro de campanha.

Municípios com o SIPNI (sistema nominal) implantado em salas de vacinas

poderão digitar as doses de campanha no sistema selecionando a estratégia CAMPANHAS. O

registro será feito individualmente com a possibilidade também de validar as doses para rotina,

considerando que o sistema permite o registro por tipo de dose conforme tabela interna,

contemplando na estratégia CAMPANHAS as doses D1, D2, D3, REF, D (dose).

EX: se for somente dose de campanha ► Estratégia Campanha e dose = “D”;

se for 3ª dose válida de rotina ► Estratégia Campanha e dose = “D3”.

No entanto, estas salas de vacinas e/ou o município deverão também repassar os

dados de doses aplicadas ao site da campanha para consolidação nacional por sala de vacina.

Os postos de vacinação deverão dispor de boletim diário de doses

aplicadas da vacina poliomielite na rotina para registros das doses

administradas na campanha que poderão ser validades como dose de

rotina.

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Entrada e envio de dados

O site disponibilizará a página para registro dos dados a partir do dia 03 de junho e

deverá permanecer até o dia 05 de julho de 2013 acessando o link http://pni.datasus.gov.br

No site acessar o “menu” SERVIÇOS / ENVIAR DADOS DA CAMPANHA DE POLIO,

incluir USUÁRIO (código do IBGE) e SENHA (fornecida pela equipe da coordenação do Estado).

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Consulta de dados

Durante todo o período os dados serão disponibilizados em tempo real (online) com

consultas a diversos relatórios consolidados, permitidas por sala de vacina, município, regional

de saúde, unidade federada, região e Brasil. Estes devem ser consultados no propósito de avaliar

o desempenho da campanha e intervir oportunamente.

Registro no dia “D”

No dia 08 de junho (dia “D”), os municípios devem digitar as doses aplicadas na

manhã do dia de campanha acumuladas com doses de estratégias de dias anteriores (se

houverem) até às 11hs. Os municípios digitarão entre as 17 e às 18hs, os dados acumulados da

informação da manhã com as doses aplicadas a tarde, salvo municípios que tenham grande

volume de dados a serem processados, quando disporão de prazo mais dilatado.

A Regional de Saúde verificará a digitação de seus municípios pela manhã e a tarde e após todos

digitarem no site, ligará para a GEVIM informando a situação, para então ser liberada ( número

de telefone de contato e o técnico responsável serão divulgados por e-mail pela manhã do dia

“D”).

Registro no período da campanha

Nos dias subsequentes, até o final da campanha, os municípios digitam os dados

acumulados no site, diariamente, e a regional faz a verificação da digitação. Em caso de não

digitação, a regional entrará em contato com o município para esclarecer ou adotar medidas

que couberem.

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EXPEDIENTE Ministro da Saúde - Alexandre Padilha Secretário de Vigilância em Saúde - Jarbas Barbosa da Silva Júnior Diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis - Cláudio Maierovitch Coordenadora do Programa Nacional de Imunizações – Carla Magda Allan Domingues Coordenadora Substituta do Programa Nacional de Imunizações - Nair Florentina de Menezes Coordenador da Coordenação Geral das Doenças Transmissíveis - José Ricardo Pio Marins Elaboração Ana Carolina Cunha Marreiros – CGPNI/DEVIT/SVS/MS Antonia Maria da Silva Teixeira ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Luana Alves d’Almeida- CGPNI/DEVIT/SVS/MS Karla Calvette Costa – CGPNI/DEVIT/SVS/MS Maria Cristina Willemann - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Nair Florentina de Menezes - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Paulo Ricardo Brites Esteves - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Regina Célia Mendes dos Santos Silva ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Regina Célia Silva Oliveira ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Samia Abdul Samad ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Sandra Maria Deotti Carvalho ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Sirlene de Fátima Pereira ‐ CGPNI/DEVIT/SVS/MS Zirlei Maria de Matos - UVRI/CGDT/DEVIT/SVS/MS Colaboração Cristiane Pereira de Barros - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Erik Vaz da Silva Leocadio - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Karla Rosane de Alarcão - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Mara El-Corab Moreira de Oliveira – CGPNI/DEVIT/SVS/MS Marcelo Pinheiro Chaves - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Walquiria Gonçalves dos Santos Teles - CGPNI/DEVIT/SVS/MS Equipe GEVIM/DIVE/SUVIS/SES/SC Eduardo Marques Macário Luciana Amorim Maria Sidney Jacomel Rogério Berlinck Rose Deitos Ednete Wolf Contato:

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Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis e Imunização

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