Campus avançado de Jandaia do Sul - APUFPRte acionar judicialmente a empresa de vigilância...

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Em abril de 2013, o Conselho Universitário da UFPR (Coun) aprovou a criação do campus avançado de Jandaia do Sul. Loca- lizada no norte paranaense, a cida- de tem cerca de 20 mil habitantes. Em 8 de agosto de 2013, o mes- mo Conselho aprovou a criação de três Engenharias – de Produção, de Alimentos e Agrícola – e duas licenciaturas – em Computação e em Ciências Exatas – cada uma com 50 vagas. Os novos cursos já foram ofertados nos vestibulares 2013/2014 e 2014/2015. A criação faz parte da segunda fase do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), ao qual a Universidade Federal do Paraná (UFPR) aderiu em 2007. Como nas expansões mal pla- nejadas da primeira fase, onde pri- meiro abrem-se as vagas e depois busca-se os recursos necessários para o funcionamento adequado, o campus avançado de Jandaia do Sul não fugiu à regra. Para começar as atividades, a UFPR locou espaços na Faculda- de de Jandaia do Sul (Fafijan) até que as obras do novo campus se- jam concluídas. Entretanto, nem o processo de licitação externo foi iniciado. Assim, a comunidade aca- dêmica pode enfrentar sérias dificuldades nos próximos anos, com a entrada de mais alunos e a chegada das disciplinas específi- cas que exigem docentes especia- lizados e laboratórios próprios, num momento em que o governo anuncia um dos maiores cortes dos últimos tempos para as Uni- versidades. Sem espaços adequados para pesquisa, ensino e extensão e sem ordenamento jurídico, docentes e alunos reivindicam melhores con- dições de trabalho, estrutura e de- mocracia. Edição Especial | Junho de 2015 Campus avançado de Jandaia do Sul repete erros de expansões anteriores

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Em abril de 2013, o Conselho

Universitário da UFPR (Coun)

aprovou a criação do campus

avançado de Jandaia do Sul. Loca-

lizada no norte paranaense, a cida-

de tem cerca de 20 mil habitantes.

Em 8 de agosto de 2013, o mes-

mo Conselho aprovou a criação de

três Engenharias – de Produção,

de Alimentos e Agrícola – e duas

licenciaturas – em Computação e

em Ciências Exatas – cada uma

com 50 vagas. Os novos cursos já

foram ofertados nos vestibulares

2013/2014 e 2014/2015.

A criação faz parte da segunda

fase do Programa de Apoio a Planos

de Reestruturação e Expansão das

Universidades Federais (Reuni),

ao qual a Universidade Federal do

Paraná (UFPR) aderiu em 2007.

Como nas expansões mal pla-

nejadas da primeira fase, onde pri-

meiro abrem-se as vagas e depois

busca-se os recursos necessários

para o funcionamento adequado,

o campus avançado de Jandaia do

Sul não fugiu à regra.

Para começar as atividades, a

UFPR locou espaços na Faculda-

de de Jandaia do Sul (Fafijan) até

que as obras do novo campus se-

jam concluídas. Entretanto, nem

o processo de licitação externo foi

iniciado.

Assim, a comunidade aca-

dêmica pode enfrentar sérias

dificuldades nos próximos anos,

com a entrada de mais alunos e a

chegada das disciplinas específi-

cas que exigem docentes especia-

lizados e laboratórios próprios,

num momento em que o governo

anuncia um dos maiores cortes

dos últimos tempos para as Uni-

versidades.

Sem espaços adequados para

pesquisa, ensino e extensão e sem

ordenamento jurídico, docentes e

alunos reivindicam melhores con-

dições de trabalho, estrutura e de-

mocracia.

Edição Especial | Junho de 2015

Campus avançado de Jandaia do Sul repete erros de expansões anteriores

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2 Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial | Junho de 2015

EStRUtURA Expansão é feita sem ter qualquer estrutura pronta

Campus de Jandaia é criado sem ter estrutura pronta

Com a criação do campus

avançado de Jandaia do Sul, di-

versas promessas foram feitas

pela Administração da UFPR,

envolvendo contratação de cor-

po docente e servidores, e cons-

trução e preparação da estrutura

para oferecer ensino, pesquisa e

extensão de qualidade para a co-

munidade.

Em janeiro de 2014, a Univer-

sidade assumiu o compromisso

de investir em dois anos o total

de aproximadamente R$ 44 mi-

lhões na construção de prédios,

salas de aulas e laboratórios.

O investimento seria feito

com recursos que já estariam li-

berados pelo Ministério da Edu-

cação (MEC) – o qual deveria

bancar os custos de implantação,

conforme informações da Reito-

ria.

Para a criação do campus, foi

instituída uma Comissão de Im-

plantação para avaliar as deman-

das, apresentar propostas curricu-

lares dos cursos, da estrutura física

necessária e do local de instalação.

Entretanto, o campus foi im-

plantado sem ter qualquer estru-

tura pronta, tampouco obras em

andamento. Já em 2013 foi rea-

lizado vestibular para as primei-

ras 250 vagas lotadas em Jandaia,

por meio do Sistema de Seleção

Unificada (Sisu).

Segundo entrevista do diretor

pro tempore do campus, Roberto

Pettres, na reportagem “Somos

mais UFPR – Jandaia do Sul”, de

12 de maio deste ano, disponível

no site do campus, um mês antes

do início do ano letivo de 2014

ainda não havia nada preparado

para iniciar as atividades.

“Cheguei em Jandaia do Sul

com uma agenda e um telefone

celular apenas, e nós tivemos de

28 a 30 dias para equipar todo o

prédio e deixar a estrutura pron-

ta para possibilitar que em 10 de

fevereiro começássemos as au-

las”, afirmou Pettres.

Mesmo com cerca de R$ 44 milhões supostamente liberados pelo MEC, nenhum investimento foi feito

EXPEDIENTEInformativo APUFPR-SSindPublicação especial da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná - Seção Sindical do Andes - Sindicato Nacional

Diretoria - Gestão 2013/2015Presidente: Maria Suely SoaresVice-Presidente: Luis Allan KünzleSecretário Geral: Vilson Aparecido da MataPrimeira Secretária: Adriana Hessel DalagassaTesoureiro Geral: Claudio Antonio Tonegutti

Primeiro Tesoureiro: Herrmann Vinícius de O. MullerDiretor Administrativo: Vitor Marcel SchuhliDiretor Cultural: Marcelo Sandin DouradoDiretor de Esportes: Raimundo Alberto TostesDiretora de Imprensa: Milena Maria Costa MartinezDiretor Jurídico: Afonso Takao MurataDiretora Social: Marise Fonseca dos Santos

Fale ConoscoEndereço - Rua Alcides Vieira Arcoverde, 1305, Jardim das Américas CEP 81520-260 - Curitiba, PR - Tel.: (41) 3151-9100 www.apufpr.org.br

ProduçãoAbridor de Latas - Comunicação Sindical | (41) 3026.0630Equipe de Redação - - Larissa Amorim SRTE 9459-PR, Guilherme Mikami SRTE 9458-PR, Larissa Knaipp e Rebeca Mileski.Projeto Gráfico - Guilherme MikamiDiagramação - Larissa Knaipp

A realidade é que cerca de um

ano e meio após a implantação do

campus, docentes, estudantes e

servidores técnico-administrati-

vos continuam a fazer improvisos

na estrutura alugada. Para pio-

rar, os recursos prometidos pelo

governo federal não chegaram

e, segundo o superintendente de

Infraestrutura da UFPR, Alvaro

Pereira de Souza, não há previsão

para que isto aconteça.

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3Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial |Junho de 2015

EStRUtURA Dívidas com aluguel chegam quase a R$ 367 mil

Salas e gabinetes superlotados comprometem qualidade de ensino

Desde a sua implantação, a

UFPR aluga parte da estrutu-

ra da Fafijan para o funciona-

mento do campus avançado de

Jandaia do Sul.

No entanto, por falta de es-

paço, a comunidade acadêmica

sofre com salas superlotadas,

gabinetes com até 13 profes-

sores, materiais de pesquisa e

extensão nos corredores – ou

até em baixo das mesas.

Isso porque os cinco cursos

contam apenas com 22 salas

para distribuir entre bibliote-

ca, laboratórios, atendimento

à saúde, salas de aula e admi-

nistração.

Segundo os alunos, como

há apenas cinco salas de aula

disponíveis, é necessário juntar

turmas para viabilizar algumas

aulas e cumprir a carga horária.

“Tem salas que têm capaci-

dade para 50 pessoas, mas são

ocupadas por 67. Muitas pesso-

as acabam passando mal e ou-

tras nem vêm para a aula. Isso

prejudica o ensino de qualidade,

porque os professores também

não conseguem dar a melhor

aula sem condições”, informou

o coletivo dos estudantes.

Os docentes de Jandaia

precisam se adaptar para con-

seguir desenvolver seu traba-

lho com qualidade. Gabinetes

improvisados e coletivos – com

no mínimo 10 docentes – difi-

cultam a preparação de aulas,

a realização de monitoria, de

orientações, e o atendimento

aos alunos. Os gabinetes tam-

bém funcionam como depósi-

tos para guardar equipamentos

e materiais, já que não há espa-

ços de armazenamento.

A biblioteca possui estrutu-

ra deficitária. Segundo os servi-

dores, inicialmente havia ape-

nas 140 livros para atender a

todos e, mesmo hoje, com cerca

de dois mil exemplares, os alu-

nos tem dificuldade em consul-

tar o acervo para cumprir suas

atividades acadêmicas.

Apenas 22 salas compõem toda a estrutura do campus avançado de Jandaia do Sul

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4 Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial | Junho de 2015

UFPR enfrenta dificuldades para pagar contrato integral de locação

Faculdade de Jandaia do Sul, o uso

do estacionamento compõe o valor

do aluguel mensal de R$ 60.015,95,

que permite à Universidade utilizar

também os 22 espaços internos, ba-

nheiros e área de convivência.

Outros espaços comuns como

anfiteatro e ginásio de esportes pre-

cisam ser solicitados e pagos à parte

quando usados.

No contrato também está pre-

visto o valor mensal de R$ 21.712,

referente ao rateio das despesas co-

muns, como dos gastos com água,

energia, impostos, seguro, limpeza e

conservação, coleta de resíduos quí-

micos, internet, serviço de copa e de

monitoramento.

DEvER Comunidade acadêmica não conta com qualquer tipo de segurança no atual campus

Entretanto, o local não conta

com qualquer tipo de segurança

– como a vigilância 24h, que já é

prática comum em todos os campi

da UFPR. A guarita em frente ao

prédio fica fechada e não há moni-

toramento.

O contrato está fixado em quase

R$ 1 milhão anuais e seu pagamen-

to, segundo o diretor pro tempore

do campus, está “em dia”. Porém, de

acordo com os dados do Portal da

Transparência do governo federal,

os atrasos da UFPR com o aluguel

do campus já chegam quase a R$

367 mil.

Para a APUFPR-SSind, os moti-

vos do descumprimento do contrato

A Associação dos Professores

da Universidade Federal do Paraná

(APUFPR-SSind) visitou o campus

avançado de Jandaia do Sul em 16

de junho. Em reunião com a dire-

toria do Sindicato, 28 docentes – do

quadro de 34 – relataram as dificul-

dades que a comunidade acadêmica

enfrenta, confirmadas por represen-

tantes dos estudantes.

Além da falta de espaço físico

para aulas, laboratórios, pesquisa e

extensão, docentes, servidores técni-

co-administrativos e estudantes têm

visto o corte de uso da infraestrutura

no dia a dia, sem explicações claras.

EStACIoNAMENtoO diretor pro tempore do cam-

pus, Roberto Pettres, solicitou escla-

recimento à Procuradoria Federal

sobre a guarda dos bens na institui-

ção. Em resposta ao pedido, o órgão

Apesar de dizerem que está tudo bem, segundo o Portal da transparência, a UFPR deixou de pagar R$ 367 mil

esclareceu que a Universidade pode

ser responsabilizada pelos veículos

estacionados em espaços destinados

a este fim – podendo posteriormen-

te acionar judicialmente a empresa

de vigilância contratada.

Baseado no parecer, em 12 de

maio, o pró-reitor de Administração

da UFPR, Edelvino R. Filho, enviou

memorando à direção do campus

em que recomenda que o estacio-

namento da unidade seja fechado a

alunos e pessoas estranhas à UFPR.

No documento nada consta em rela-

ção aos docentes e servidores.

Em posse desse memorando e

do parecer da Advocacia Geral da

União (AGU) e da Procuradoria-

-Geral Federal, a Fafijan expediu um

ofício afirmando que a partir de 8 de

junho não seria mais possível utili-

zar o estacionamento do campus.

Pettres explicou que “essa é uma

área da Fafijan e ela nos cedeu este

espaço sem nenhum custo durante

todo o período em que estivemos

aqui, porém, como é um estaciona-

mento privado, a responsabilidade

recai integralmente sobre a Fafijan”.

CoNtRAtoAo analisar o contrato de lo-

cação firmado entre a UFPR e a

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5Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial |Junho de 2015

em relação ao uso do estacionamen-

to e da ausência de monitoramento

não estão claros. Nos dois casos, a

preocupação está centrada na falta

de segurança.

SEGURANÇAPara a construção do novo cam-

pus, a Prefeitura Municipal de Jan-

daia do Sul doou um terreno de 242

mil m² à Universidade como uma

contrapartida exigida pelo MEC –

cuja escritura foi entregue em 25 de

agosto de 2014.

O local que aguarda o início das

obras – que ainda não foram para

licitação externa – conta com um

barracão e uma pequena casa refor-

mada que não estão sendo utiliza-

dos pela Universidade. No entanto,

o espaço conta com vigilância 24h,

diferentemente do campus que abri-

ga atualmente toda a comunidade

acadêmica.

REFoRMASDe acordo com os docentes,

já há dificuldades para conseguir

pequenas adaptações, como a mu-

dança de apenas uma tomada do

laboratório para 20 amperes – o que

demorou três meses.

Parte do problema está no con-

trato firmado, “nenhuma obra, re-

forma ou adaptação pode ser feita

no imóvel sem autorização prévia e

escrita da locadora, que poderá exi-

gir, quando na entrega do imóvel,

que o mesmo seja colocado no esta-

do anterior que se encontrava, sen-

do que qualquer benfeitoria porven-

tura construída adere ao imóvel”.

Além dos transtornos que essa

relação acarreta no dia a dia, docen-

tes que têm colocado dinheiro do

próprio bolso para a construção dos

laboratórios – uma vez que os re-

cursos não chegaram – terão parte

de seus investimentos perdidos na

devolução do imóvel.

2016No início de 2016 serão abertas

250 novas vagas para os alunos dos

cinco cursos de Jandaia –engenha-

rias Agrícola, de Alimentos e de

Produção, e licenciaturas em Ciên-

cias Exatas e em Computação.

Mas, segundo o coletivo de

docentes do campus, a atual es-

trutura que a UFPR tem na Fafijan

não suporta cinco novas turmas de

estudantes, faltam salas de aula e

laboratórios para ministrar as disci-

plinas tanto do primeiro quanto do

segundo semestre.

De acordo com os cinco coorde-

nadores de curso, para 2016, serão

necessários mais nove laboratórios

para atender à demanda dos currí-

culos – sendo que quatro deveriam

estar prontos já para o primeiro se-

mestre, sob pena de prejuízo ao pro-

cesso de ensino e aprendizagem.

Na apresentação do projeto de

construção do novo campus, a pro-

messa foi de que até meados de 2016

a obra seria concluída. Com o inves-

timento de aproximadamente R$ 45

milhões, o projeto deveria ser exe-

cutado em quatro fases, totalizando

69.179 m² de área construída.

Essa informação foi reafirmada

pelo diretor pro tempore do campus

à APUFPR-SSind em reunião reali-

zada em junho, mas contemplaria

apenas um dos quatro blocos do

pavilhão pedagógico do projeto –

que deverá incluir tarefas adminis-

trativas e didáticas – e outro bloco

parcial para laboratórios.

Em nota encaminhada à

APUFPR-SSind, a Administração

da UFPR afirma que “o ajuste fiscal

do governo federal trouxe alguns

desafios para a administração das

Instituições de Ensino Superior

(IES), mas estamos trabalhando

com firmeza para que os prazos

pactuados com a comunidade

sofram a menor interferência

possível”.

Dificilmente este prazo será

cumprido. Segundo o superinten-

dente de Infraestrutura, “de 2016 a

2019 fica pronto, é isso que temos de

previsão”. “O projeto nós não vamos

licitar, será feito internamente, mas

a obra com certeza vamos licitar no

ano que vem”, explica.

Segundo ele, os recursos pro-

metidos pelo governo não estão

disponíveis. “Até agora a gente não

tem uma informação fiel do MEC de

quando vai ter recursos. Ainda não

tem recurso certo destinado para

isso, então temos que esperar para,

na hora que tiver, terminar o projeto

e depois vemos a questão de obras”.

Ainda segundo os coordenado-

res dos cursos, mesmo que a Uni-

versidade amplie o contrato com a

Fafijan alugando mais espaços, há

laboratórios que, por causa de fato-

res de risco, não poderão ser instala-

dos na estrutura atual.

DEvER Comunidade acadêmica não conta com qualquer tipo de segurança no atual campus

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6 Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial | Junho de 2015

ENSINo Faltam espaços, instalações e equipamentos

laboratórios para a demanda 22

atual dos cinco cursos

Nove laboratórios para 2016

NECESSIDADE

Falta de laboratórios prejudica o ensino e a aprendizagem

De acordo com o levantamento

feito pelos cinco coordenadores de

curso, seria preciso, no mínimo, 22

laboratórios para atender à deman-

da atual e garantir a formação dos

estudantes. Só para as disciplinas

ministradas em 2016, seriam neces-

sários nove espaços laboratoriais.

O levantamento foi entregue

pelo grupo à comissão e à Adminis-

tração da Universidade. Os docentes

encaminharam ainda um ofício à

Câmara dos Deputados, na tentati-

va de angariar recursos para cons-

trução dos laboratórios.

Conforme o diretor pro tem-

pore do campus, Roberto Pettres,

a UFPR projetou no Plano Dire-

tor – com prazo de finalização de

cinquenta anos – quatro blocos di-

dáticos, onde seriam instalados os

laboratórios no subsolo. Ao terem

conhecimento do projeto, os docen-

tes alertaram que isso traria riscos

a toda a comunidade acadêmica.

Desde então a Universidade está es-

tudando a construção de um condo-

mínio de laboratórios junto à obra

do primeiro bloco didático – cuja

inauguração estava prometida para

outubro do próximo ano, mas que,

segundo a Superintendência de In-

fraestrutura da UFPR, também não

passou por licitação.

RECHEIoPara além da construção do es-

paço físico, é necessário ainda que

sejam feitas instalações de equi-

pamentos complementares para o

funcionamento dos laboratórios e

garantia da segurança dos usuários

no que se refere a periculosidade,

insalubridade e exposição a ruído,

gases e vibrações excessivas.

Ainda segundo os coordenado-

res, a Administração pediu que eles

próprios realizassem as licitações de

todos os equipamentos dos 19 labo-

ratórios que deveriam estar prontos

até 2017 – o que vai muito além de

suas atribuições.

INFoRMÁtICAAtualmente, toda a comunidade

acadêmica do campus conta com dois

laboratórios de informática, um com

30 computadores e outro com 20.

Segundo o grupo de coordena-

dores, só um dos laboratórios atende

à demanda das aulas de Licenciatura

em Computação – que é o menor

e com os materiais exclusivos da

UFPR. O problema está na capaci-

dade das demais máquinas que não

atendem às exigências dos softwares

utilizados nas disciplinas do curso.

MEDoCom a chance de os labora-

tórios não estarem prontos para o

próximo ano, uma possibilidade

apontada pela Administração, se-

gundo os estudantes do campus,

seria o deslocamento até o campus

da Universidade Tecnológica Fede-

ral do Paraná (UTFPR) em Londrina

em micro-ônibus.

Entretanto, isso dispenderia um

deslocamento diário de até 104 qui-

lômetros, o que gera medo nos es-

tudantes pelo risco de acidentes no

trajeto, além dos desgastes físico e

psicológico.

Falta de espaços para ministrar disciplinas está colocando em risco a formação dos alunos

Só para as disciplinas

ministradas em 2016, seriam

necessários nove laboratótios.

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7Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial |Junho de 2015

PESqUISA Docentes têm iniciativa, mas faltam condições de trabalho

Sem espaço para pesquisa carreira dos docentes está em jogo

A pesquisa tem papel funda-

mental na Universidade e no desen-

volvimento científico, tecnológico,

cultural, artístico, social e econômi-

co do país. Porém, no campus avan-

çado de Jandaia do Sul, os docentes

estão sofrendo com as limitações

impostas para o desenvolvimento

de suas pesquisas.

Segundo o presidente do

comitê de pesquisa local, Fabio

Meurer, 22 docentes do campus

já enviaram projetos de pesquisa,

sendo 26 projetos do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação

Científica (Pibic), três do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação

Científica nas Ações Afirmativas

(Pibic-Af) e cinco do Programa de

Bolsas de Iniciação Tecnológica e

Inovação (Pibiti).

Além disso, dez docentes

orientaram a produção de 26 re-

sumos enviados ao 23º Evento de

Iniciação Científica (Evinci) e 8º

Evento de Iniciação em Desenvol-

vimento Tecnológico e Inovação

(Einti).

Tais dados evidenciam o in-

teresse e a iniciativa dos docentes

em relação à pesquisa, mas faltam

condições de trabalho.

PREJUÍZoSPara aqueles que querem rea-

lizar pesquisa na Universidade, a

falta de recursos criou uma reali-

dade que – apesar de danosa – se

tornou comum: o esforço do pró-

prio professor em conseguir meios

e equipamentos necessários. Para

muitos, a saída é literalmente tirar

o dinheiro do bolso.

Esse é o caso do laboratório

de central analítica, no qual o do-

cente utilizou parte de seu salário

para fazer toda a parte elétrica,

instalação de dois aparelhos de ar

condicionado e construção da pia.

Só assim ele conseguiu iniciar sua

pesquisa de diagnóstico de doen-

ças raras, com o equipamento de

cerca de R$ 1 milhão – obtido pelo

professor por mérito próprio.

Além de não ter estrutura

hoje, o projeto do campus não

contempla a pesquisa com a de-

vida importância, visto que os la-

boratórios estão sendo projetados

para terem uso compartilhado en-

tre ensino e pesquisa. “Fragmen-

tar seria um mau uso do espaço,

pois todos os ambientes que pen-

samos para a Universidade são

multidisciplinares”, ressalta o di-

retor do campus.

No entanto, para os docentes,

muitas áreas precisam de proje-

tos com características específi-

cas e que um espaço de aula não

pode oferecer. Há laboratórios

que têm, inclusive, rigor na en-

trada de pessoas para não preju-

dicar a pesquisa ou por apresen-

tarem riscos.

Tais barreiras podem trazer

prejuízos às perspectivas de desen-

volvimento da pós-graduação no

campus e inclusive à carreira do-

cente, visto que hoje o crescimento

na carreira proposta pelo governo

federal está também condicionado

a atividades de pesquisa e inova-

ção.

Não há espaço para laboratórios de pesquisa e docentes usam recursos próprios para trabalhar

Barreiras podem trazer prejuízos

às perspectivas de desenvolvimento da pós-graduação

no campus e à carreira docente.

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8 Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial | Junho de 2015

ExtENSão Extensão também é prejudicada pela falta de estrutura do campus

Extensão não tem espaço no campusavançado de Jadaia do Sul

Assim como em outras áre-

as, a extensão também está

sendo prejudicada pela falta de

estrutura do campus de Jan-

daia. Mesmo com solicitações

dos docentes desde o início de

2014, não há espaço para o de-

senvolvimento de projetos de

extensão.

Segundo o coletivo de do-

centes, o único espaço disponí-

vel para esse fim é o laborató-

rio multidisciplinar, que precisa

comportar todos os projetos e

bolsistas envolvidos, mesmo não

possuindo estrutura para aten-

dê-los com qualidade.

Pela falta de espaço para

trabalhar, muitos docentes pre-

cisam deixar seus materiais nos

gabinetes ou mesmo nos cantos

dos corredores. A falta de espa-

ço é tão grave que um projeto de

pesquisa, que inclusive ganhou

destaque no site da UFPR pela

inovação, precisa ser guardado

na casa de um aluno.

“Nós entendemos a situa-

ção do campus, mas não tem

cabimento os alunos levarem os

projetos para desenvolver em

casa. O problema é que só conse-

guimos as coisas fazendo dessa

forma, porque se não o projeto

estaria parado até agora”, afirma

um docente do campus.

PRoJEtoSDe acordo com o Comitê Se-

torial de Extensão do campus,

atualmente há cinco projetos de

extensão, envolvendo 10 docen-

tes, 12 técnicos e 21 estudantes de

graduação, na maioria bolsistas.

Os projetos são: Inclusão

digital para jovens; UFPR em Li-

bras; Por dentro do computador:

uma experiência de populariza-

ção da arquitetura de computa-

dores; Conta que eu conto; e Re-

vitalizando espaços e práticas do

ensino de ciências e matemática

nas escolas públicas.

Além desses, há outras

dez ações, incluindo eventos e

cursos de extensão, que entre

2014 e 2015 já atenderam a mais

de mil pessoas. Entre elas estão

cursos de mecânica, de Excel

e de brigadistas de incêndio, e

eventos como a semana de saúde,

campanha de vacinação, palestras

e o Festival Latino-americano

de Instalação de Software Livre

(Flisol), entre outros.

IMPoRtÂNCIAA extensão deve ser uma po-

lítica indissociável do ensino e

da pesquisa, promovendo a troca

de experiências entre a universi-

dade e a sociedade.

“Nós defendemos uma uni-

versidade pública que tenha

como tripé o ensino, a pesquisa

e a extensão. Não se pode prio-

rizar as práticas de ensino em

detrimento dos projetos de pes-

quisa e extensão. Há iniciativas

excelentes no campus, mas elas

precisam receber a importância

que merecem”, destaca a direto-

ria da APUFPR-SSind.

Precariedade das condições acarreta mais tempo e menos qualidade ao que é produzido

Projeto que inclusive ganhou destaque no site

da UFPR pela inovação, precisa ser guardado na

casa de um aluno.

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9Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial |Junho de 2015

CoNDIÇõES Com carga horária no limite, os docentes também seriam prejudicados ao ser instituída a pós-graduação em Jandaia

Docentes também esperam por recursos humanos

Com a criação do campus, o

MEC também liberou concurso

para preencher 138 vagas – 62 de

docentes e 76 de técnicos adminis-

trativos – do novo campus. Das va-

gas docentes, 34 já estão em Jandaia.

Porém, seis dessas vagas fo-

ram destinadas para os departa-

mentos de cada membro da co-

missão de implantação, ou seja,

em outras unidades da UFPR

– sob a justificativa de que os

envolvidos fizessem a tutoria de

acompanhamento dos cursos.

Segundo o grupo de coor-

denadores, após a implantação

completa de todas as turmas dos

cinco cursos de extensão, os 56 do-

centes ficarão com o limite de 12

horas em sala de aula, sem qual-

quer margem para a possibilida-

de de afastamentos por motivos

de saúde ou aprimoramento, por

exemplo – podendo sobrecarregar

os demais, visto que nem sempre a

contratação de substituto é rápida.

De acordo com o grupo, ape-

sar de o documento da comissão

indicar que os docentes ficariam

com cerca de 8 horas/aula, as

especificidades de alguns cursos

levam ao aumento do número de

aulas semanais. Licenciatura em

Ciências Exatas, por exemplo,

tem três habilitações que não fo-

ram consideradas. O documento

também não considera as aulas

práticas – que necessitam de di-

visão de turmas.

Com carga horária no limite,

os docentes também seriam pre-

judicados ao ser instituída a pós-

-graduação em Jandaia, em vista

da determinação do cumprimen-

to de 8 horas na graduação e de 4

na pós. Um critério fundamental

para a progressão na carreira.

Outro problema é a falta de

docentes para ministrar as aulas

de disciplinas específicas em 2016,

pois a maioria das contratações

realizadas até agora atendem às

disciplinas básicas. Segundo os co-

ordenadores, faltariam 13 docen-

tes para os cinco cursos – e o con-

curso público ainda não foi aberto.

Após a implantação completa de todas as turmas dos cinco cursos, os 56 docentes ficarão no limite das 12 horas

outro problema é a falta de docentes

para ministrar as aulas de disciplinas

específicas em 2016.

Page 10: Campus avançado de Jandaia do Sul - APUFPRte acionar judicialmente a empresa de vigilância contratada. Baseado no parecer, em 12 de maio, o pró-reitor de Administração da UFPR,

10 Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial | Junho de 2015

Falta de ordenamento jurídico interfere na democracia

Mesmo com um ano e meio

de existência do campus avan-

çado de Jandaia do Sul, docen-

tes e alunos enfrentam inúme-

ros problemas causados pela

falta de ordenamento jurídico.

Sem regimento, departamen-

tos, conselhos ou instâncias

de decisão coletivas, a comu-

nidade acadêmica reivindica

democracia.

Para sua instituição, o reitor

da UFPR estabeleceu uma comis-

são de acompanhamento da im-

plantação e apoio institucional ao

funcionamento do campus. Mas,

segundo o coletivo de docentes,

há um grande distanciamento da

comissão com relação às deman-

das e às necessidades da comuni-

dade acadêmica de Jandaia.

Diante do problema, os do-

centes reivindicaram à Adminis-

tração que a comissão se torne

mista, envolvendo também a

participação de representantes

docentes do campus, que seja

feita uma agenda periódica de

reuniões – sediada em Jandaia

do Sul – e com pautas previa-

mente definidas.

Além da comissão, foi indi-

cado o diretor do campus, Ro-

berto Pettres, que assumiu a ad-

ministração da nova estrutura de

forma pro tempore em janeiro

de 2014 até que sejam realizadas

eleições para a direção.

A questão é que, de acor-

do com o coletivo de docentes

do campus, toda a complexa

estrutura humana que deveria

existir está reduzida apenas à

direção.

“Falta transparência no cam-

pus. A nossa impressão é de que

isso é um colégio e que estamos

aqui só para dar aulas, porque

mudam atribuições, instâncias

administrativas, servidores, che-

fias e várias outras coisas como

se não coubesse a nós nem saber

o que está sendo feito”, afirma o

coletivo de docentes.

Em busca de democra-

cia, os docentes reivindicam

também que sejam realizadas

eleições tanto para direção do

campus, quanto para coorde-

nação e vice-coordenação dos

cursos.

A partir do segundo mês de

atividades do campus Jandaia fo-

ram nomeados os coordenadores

de curso, que foram escolhidos

por indicação do reitor da UFPR

para permanecer nos cargos até

que sejam nomeados os novos

eleitos. Consultados, os cinco

coordenadores afirmam também

reivindicar eleições para seus

cargos.

Mas para o diretor, os nome-

ados para cargos pro tempore

Docentes e alunos enfrentam problemas pela falta de ordenamento jurídico

DEMoCRACIA o campus de Jandaia não possui regimento, departamentos, conselhos ou instâncias de decisão estabelecidas

deveriam ficar pelo menos cinco

anos na função. “Há uma norma-

tização para as Instituições Fede-

rais de Ensino Superior (Ifes) na

qual existe um período de con-

sulta pública que acontece após

cinco anos. A minha opinião vai

no sentido do que legalmente se

pensa disso”, destaca.

Além disso, o diretor pro

tempore defende que a única

pessoa capaz de realizar as elei-

ções e atender à demanda dos

docentes seria o próprio reitor

da UFPR. Essa requisição já foi

apresentada à Reitoria da Uni-

versidade, que ainda não respon-

deu à comunidade.

Page 11: Campus avançado de Jandaia do Sul - APUFPRte acionar judicialmente a empresa de vigilância contratada. Baseado no parecer, em 12 de maio, o pró-reitor de Administração da UFPR,

11Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial |Junho de 2015

MovIMENto Docentes e estudantes elaboram pauta de reivindicações

Insatisfação da comunidade acadêmica não é respondida

Com tantos problemas acon-

tecendo simultaneamente em

Jandaia do Sul, a comunidade

acadêmica da UFPR está cada vez

mais insatisfeita.

Os docentes do campus ela-

boraram em conjunto uma pau-

ta de reivindicações sintetizando

suas principais demandas para ser

entregue à Administração local e

central.

Os docentes do campus fo-

ram contratados em três grupos e

mesmo professores que estão em

Jandaia há menos de um mês já

sentem os impactos das condições

de trabalho e estão reivindicando

juntamente aos demais.

A pauta é centralizada em

três eixos: gestão e ordenamento

jurídico do campus; melhoria das

condições de trabalho; e acompa-

nhamento do planejamento estra-

tégico da implantação do campus.

Em março deste ano, a

APUFPR-SSind e um grupo de

representantes dos docentes

realizou uma audiência com a

Reitoria da UFPR para cobrar

respostas às demandas, já que por

meio da comissão e do diretor pro

tempore do campus, não estava

surtindo efeito. Mas até agora não

houve qualquer posicionamento.

Preocupados com a qualidade

de sua formação, os estudantes

também fizeram uma pauta de

reivindicações e apresentaram

em reunião com Pettres, mas,

segundo os acadêmicos, 90% dos

questionamentos não foram res-

pondidos.

De acordo com os represen-

tantes dos estudantes, a falta de

condições acaba resultando na

evasão, pelo medo de ter a forma-

ção comprometida.

AtoEm 16 de junho, estudantes re-

alizaram um ato no estacionamento

do campus para protestar em defesa

da educação pública, contra a preca-

riedade nas condições de ensino e

contra o descaso da Administração.

O ato contou também com a

presença de docentes e servidores,

e com a participação da APUFPR-

-SSind e do Sindicato Nacional dos

Docentes das Instituições de Ensino

Superior (ANDES-SN), representa-

do por sua 1ª vice-presidente da Re-

gional Sul, Maria Luiza Domingues.

Após a manifestação, os es-

tudantes espalharam cartazes por

todo o campus para chamar atenção

da comunidade para os problemas.

Mesmo com mobilizações, as reivindicações de docentes, estudantes e servidores não são atendidas

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12 Informativo APUFPR-SSIND | Edição Especial | Junho de 2015

Comunidade acadêmica precisa se mobilizar e reivindicar melhorias

O MEC cortou em 47% os

investimentos em 63 univer-

sidades federais do país em

2015. Esses recursos são usa-

dos em obras, além da compra

de equipamentos e móveis. A

medida faz parte do ajuste fis-

cal feito pelo governo federal

desde o começo do ano.

Segundo reportagem do

jornal Estado de S. Paulo, pu-

blicado em 20 de junho, a re-

dução será de R$ 1,2 bilhão nas

universidades.

Para esclarecer a comuni-

dade acadêmica, a APUFPR-

-SSind procurou a direção do

campus avançado de Jandaia

do Sul. Ao ser questionado

sobre os prazos para conclu-

são das obras e da provisão

de recursos para a unidade, o

diretor pro tempore afirmou

que “a equipe dos servidores

de Jandaia é bastante jovem,

com vontade e determinação,

mas, principalmente, essa é

uma equipe bastante ansiosa”,

frisou Pettres.

No entanto, os docentes

contestam e afirmam que a

situação é de angústia. “Nós

estamos sem perspectivas de

futuro. Os alunos estão com

medo de o prédio novo não vir

a tempo e de o campus acabar

por abandono do governo.”

A Administração da Uni-

versidade também foi procura-

da e, em nota, afirmou que “o

funcionamento daquele cam-

pus tem sido pautado pelo re-

gimento da UFPR e segue nor-

malmente, sem sobressaltos.

Os concursos de professores

e técnicos administrativos fo-

ram realizados, a provisão de

recursos financeiros está asse-

gurada e as licitações para os

projetos complementares ao

projeto arquitetônico encon-

tram-se em fase adiantada de

execução”.

Entretanto, para o supe-

rintendente de Infraestrutura

“existe uma indicação do MEC

de que vai haver recursos, mas

cada vez que isso vai acontecer

tem um corte. O MEC está di-

zendo que vai repassar verbas

desde o começo do ano para

a expansão, mas daí o corte

acontece [...]. O que temos de

concreto é: projeto arquite-

tônico praticamente pronto e

estamos iniciando a confecção

dos projetos complementares

[...]. Depende do MEC, na hora

que tiver dinheiro, licitamos”.

“O que foi prometido para

a gente é que em dois anos

seria construído um campus

para nós nos formarmos, mas

pelo que vemos hoje isso não

Corte de 47% dos investimentos previstos para as federais afeta diretamente o campus

MovIMENto “vamos ver se o governo vai mandar recursos suficientes para terminarmos o projeto”, afirma o superintendente de Infraestrutura da UFPR

vai acontecer”, afirma o cole-

tivo de estudantes do campus

avançado de Jandaia do Sul.

Para a diretoria da APUFPR-

-SSind, é importante que a Ad-

ministração da UFPR esclareça

docentes, servidores técnico-

-administrativos e alunos so-

bre o que está acontecendo.

“Sabermos a verdade faz com

que a comunidade acadêmica

se mobilize e cobre do gover-

no federal o que foi prometido.

Nesse momento de cortes, é

preciso que a Reitoria haja com

transparência e mostre exata-

mente onde serão realizados os

cortes”, afirma a diretoria.

PROMESSAS PARA OCAMPUS DE JANDAIA DO SUL

OBRASR$ 20.586.150

EQUIPAMENTOS R$ 20.586.150

ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

R$ 3.602.576,25

R$ 44.774.876,25