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UMA ANÁLISE DO REPERTÓRIO DE HABILIDADES SOCIAIS DOS ALUNOS DE UM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PESSOAS AN ANALYSIS OF SOCIAL SKILLS REPERTORY OF STUDENTS OF A POSTGRADUATION COURSE IN PEOPLE MANAGEMENT Vera Aparecida Camargo Rorato – [email protected] MBA em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Gerencial – UniSALESIANO Lins Professora Ma. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame – UniSALESIANO Lins – maris @unisalesiano.edu.br Professora Ma. Jovira Maria Sarraceni – UniSALESIANO Lins jo @unisalesiano.edu.br RESUMO O mercado de trabalho atual encontra-se cada vez mais exigente quanto a seleção, manutenção e gestão de pessoas. Com o processo de gestão de competência passou-se a identificar especificamente o que é necessário para o desenvolvimento da organização e é nesse contexto que surge a exigência por pessoas socialmente competentes. Este trabalho tem como objetivo avaliar a competência social dos estudantes de Gestão de Pessoas, dada a relação do sucesso de atuação nesta área de conhecimento com o desempenho social do indivíduo. Para isto, foi aplicado o Inventário de Habilidades Sociais – Del Prette e Del Prette, que tem como objetivo mensurar o repertório dos indivíduos. Após a aplicação foi constatado que os alunos do curso de pós-graduação em Gestão de Pessoas apresentam em sua maioria bom repertório em habilidades sociais, no entanto, ainda há pontos a serem desenvolvidos e aperfeiçoados. Palavras-chave: Inventário. Habilidade Social. Gestão. Pessoas. ABSTRACT The present labor market is increasingly exigent in terms of selection, maintenance, and people management. With the competence management process, it is possible to specifically identify what is necessary to have an organizational development and it is in this context that arises the demand for social competent 1

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UMA ANÁLISE DO REPERTÓRIO DE HABILIDADES SOCIAIS DOS ALUNOS DE UM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE PESSOAS

AN ANALYSIS OF SOCIAL SKILLS REPERTORY OF STUDENTS OF A POSTGRADUATION COURSE IN PEOPLE MANAGEMENT

Vera Aparecida Camargo Rorato – [email protected] em Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Gerencial – UniSALESIANO Lins

Professora Ma. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame – UniSALESIANO Lins – [email protected]

Professora Ma. Jovira Maria Sarraceni – UniSALESIANO Lins – [email protected]

RESUMO

O mercado de trabalho atual encontra-se cada vez mais exigente quanto a seleção, manutenção e gestão de pessoas. Com o processo de gestão de competência passou-se a identificar especificamente o que é necessário para o desenvolvimento da organização e é nesse contexto que surge a exigência por pessoas socialmente competentes. Este trabalho tem como objetivo avaliar a competência social dos estudantes de Gestão de Pessoas, dada a relação do sucesso de atuação nesta área de conhecimento com o desempenho social do indivíduo. Para isto, foi aplicado o Inventário de Habilidades Sociais – Del Prette e Del Prette, que tem como objetivo mensurar o repertório dos indivíduos. Após a aplicação foi constatado que os alunos do curso de pós-graduação em Gestão de Pessoas apresentam em sua maioria bom repertório em habilidades sociais, no entanto, ainda há pontos a serem desenvolvidos e aperfeiçoados.

Palavras-chave: Inventário. Habilidade Social. Gestão. Pessoas.

ABSTRACTThe present labor market is  increasingly exigent in terms of selection,

maintenance, and people management. With the competence management process, it is possible to specifically identify what is necessary to have an organizational development and it is in this context that arises the demand for social competent people. This research aims to evaluate the social competence of students of People Management, due to its relation to this knowledge area and the social performance of the individual. To achieve this, it was applied the Social Habilities Inventory - Del Prette e Del Prette, that has as purpose measure the repertory of the individuals. After application, it was found that the students of People Management have, mostly, a good social abilities repertory, although, there are still points to be developed and improved.

Keywords: Inventory. Ability Social. Management. People.

INTRODUÇÃO

1

Ao se pensar no mercado de trabalho atual e nas exigências que têm sido

impostas pelas organizações para aqueles que buscam oportunidades é impossível

não pensar na palavra competência. Esta palavra, que possui raízes no senso

comum, tornou-se cada vez mais presente nos processos seletivos, na gestão de

pessoas e até mesmo no meio acadêmico. Segundo Banov (2015), a preocupação

com as competências surgiu em resposta a um ambiente altamente competitivo e

tem como objetivo alinhar as competências individuais às metas organizacionais,

que estão atreladas à missão, visão, objetivos e valores da empresa.

Competência pode ser basicamente definida como um conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes que fazem com que o indivíduo apresente

maior desempenho na realização de certas funções. Contudo, para evitar a limitação

do conceito de competência é mais adequado trazê-lo como um saber agir

responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos,

recursos e habilidades que agreguem valor econômico à organização e valor social

ao indivíduo. (FLEURY & FLEURY, 2001)

Zarifian (1999 apud FLEURY; FLEURY, 2001), traz as seguintes

competências como essenciais para as organizações: competências sobre

processos, competências técnicas, competências sobre a organização,

competências de serviço e competências sociais.

Este trabalho tem como foco as competências sociais e surge com o objetivo

de verificar qual o repertório de habilidades sociais de um grupo de alunos de um

curso de pós-graduação em gestão de pessoas a partir da aplicação do Inventário

de Habilidades Sociais (IHS) com tais alunos.

Questiona-se sobre qual é o repertório de habilidades sociais dos alunos e

têm-se como hipótese que:

Os alunos de pós-graduação em Gestão de Pessoas, apesar de serem

solicitados em suas vidas profissionais a possuir um vasto e desenvolvido repertório

de habilidades sociais apresentam pontos a serem desenvolvidos.

1 COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E DESEMPENHO SOCIAL

2

Competência social é um conceito multidimensional e que possui várias

definições de acordo com diferentes autores. Macfall (1976 apud DEL PRETTE; DEL

PRETTE; CASTELO BRANCO, 1992), define competência como uma capacidade

que pode ser adquirida através de treinamentos ou de experiências que permite ao

indivíduo preencher às necessidades de uma situação de vida com um

comportamento proficiente. Os déficits ocorrem quando há a ausência de

comportamentos ou quando não ocorre a geração de resultados positivos em uma

situação.

Del Prette; Del Prette (2012), complementam este conceito trazendo a figura

do interlocutor: a competência social passa a possuir um sentido avaliativo, isto é,

resulta do julgamento de alguém sobre a adequação ou não do desempenho social

de um indivíduo. Este desempenho deve garantir o alcance dos propósitos de uma

situação interpessoal, realizando a manutenção ou a melhoria da relação com o

interlocutor, da autoestima dos indivíduos e dos direitos humanos socialmente

reconhecidos. O desempenho social do indivíduo depende de três principais

dimensões: a pessoal, a situacional e a cultural.

A dimensão pessoal diz respeito as habilidades sociais do indivíduo que são

as classes de comportamento existentes no repertório e quanto mais elaborados,

maior costuma ser o desempenho social. Além disso, esta dimensão inclui outras

características do indivíduo, como por exemplo, sexo, idade, altura, etc. (DEL

PRETTE; DEL PRETTE, 2012)

Já a dimensão situacional, segundo Del Prette; Del Prette (2012), é supor que

contextos diferentes exigem comportamentos diferentes. Como por exemplo, o

indivíduo se portará de maneira diferente ao assistir uma aula e ao ir em uma festa

com os amigos. E, por último, a dimensão cultural, que diz respeito às diferenças de

cultura e como elas podem afetar ou modificar as noções de desempenho social.

Este trabalho avalia o desempenho social do indivíduo com foco nas

habilidades sociais. Elas foram divididas por Del Prette; Del Prette (2012), em

componentes comportamentais (verbais de conteúdo, verbais de forma e não

verbais); componentes cognitivos afetivos (conhecimentos prévios, expectativas e

crenças, estratégias e habilidades de processamento); fisiológicos e outros

componentes que são a atratividade física e a aparência pessoal.

3

1.1 Competência social e o mercado de trabalho

A tendência atual nas organizações é a gestão por competências, que busca

realizar uma gestão estratégica de recursos humanos para trazer vantagens

competitivas à empresa. Portanto, muitas empresas utilizam-se da gestão de

competências planejando objetivar, selecionar e desenvolver as competências

necessárias ao negócio (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001).

No ambiente de trabalho, a competência social é amplamente requisitada,

uma vez que se refere a capacidade de trabalhar em grupo, realizar atendimento ao

cliente, negociação, entre outros. Na área de Gestão de Pessoas, ser socialmente

competente é imprescindível já que surgem muitas outras necessidades, como por

exemplo, a gestão de equipes e a capacidade de dar ou receber um feedback

assertivo.

Tratar de habilidades sociais em diferentes contextos é fundamental uma vez

que esta é relacionada a uma melhor qualidade de vida, relações interpessoais mais

gratificantes, maior realização pessoal e sucesso profissional. Ao mesmo tempo que

o déficit de habilidades sociais é relacionado a vários transtornos psíquicos

(FALCONE, 2000).

Neste contexto, a avaliação das habilidades sociais torna-se importante a

partir do momento que permite a identificação das áreas deficitárias do repertório

social do indivíduo, permitindo assim, uma orientação para objetivos e

procedimentos específicos de intervenção (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2012).

Para a gestão por competências, essa avaliação permite um processo de seleção

mais assertivo para cargos que exijam um repertório altamente elaborado, para a

formulação de treinamentos e a gestão do plano de desenvolvimento de carreira.

1.2 Avaliação do repertório de habilidades sociais

São várias as formas possíveis de se avaliar as habilidades sociais. De

acordo com Del Prette; Del Prette (2012), as técnicas de avaliação podem ser

dividas em 5 grupos: 1) auto relato, através de entrevistas ou inventários; 2)

observação de comportamentos; 3) teste de desempenho de papéis; 4) avaliação

por pares; 5) medidas fisiológicas.

4

O Brasil apresentou recentemente, segundo um estudo conduzido por

Bender e Calvetti (2015), um grande avanço na produção acadêmica sobre os

métodos avaliativos nesta área, especialmente os inventários. Foram 31 estudos

com pareceres favoráveis, o que fornece aos psicólogos uma gama de instrumentos

avaliativos. Contudo, apenas alguns são disponibilizados comercialmente.

Esta pesquisa optou por utilizar o Inventário de Habilidades Sociais – Del

Prette por ser um instrumento psicométrico de auto relato com fácil compreensão e

de aplicação simples.

2 METODOLOGIA

Para avaliar as habilidades sociais dos integrantes de uma turma de pós-

graduação em Gestão de Pessoas foi realizado a aplicação do Inventário de

Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette), que tem como objetivo caracterizar o

desempenho social do indivíduo em diferentes situações, tais como trabalho, escola,

família e no cotidiano.

O IHS-Del-Prette é um teste de uso exclusivo dos psicólogos conforme as

diretrizes do Conselho Federal de Psicologia (CRP-SP, 2014). De acordo com Del

Prette; Del Prette (2017), é um instrumento de auto relato, que avalia a forma e a

frequência que o respondente reage à algumas situações através de uma escala do

tipo Likert com 5 pontos, que variam do nunca ou raramente até sempre ou quase

sempre.

De acordo com as instruções de Del Prette; Del Prette (2017) durante a

aplicação, o examinador deve explicar aos participantes o objetivo do teste, as

instruções e acompanhá-lo caso surja alguma dúvida. A aplicação é rápida e dura

em média 30 minutos. Os resultados são obtidos em percentis, que situam o

indivíduo em um escore total e em escores fatoriais, que devem ser comparados ao

seu subgrupo de referência do mesmo sexo. Os escores fatoriais dividem-se em 5

grupos que permitem a interpretação das habilidades sociais do indivíduo de forma

situacional, isto é, considerando diversos contextos e habilidades sociais. Os

escores fatoriais e seus campos avaliativos estão descritos abaixo de acordo com

Del Prette; Del Prette (2017).

5

O escore fatorial 1 está relacionado ao enfrentamento de risco, que são as

situações que geram possíveis reações indesejáveis por parte do interlocutor e que

requerem do indivíduo capacidade de se afirmar e defender seus direitos e

autoestima. O escore fatorial 2 refere-se à autoafirmação na expressão de afeto

positivo em contextos que tenham risco mínimo de reação indesejável e pode ser

caracterizado por comportamentos que exijam a expressão de sentimento positivo.

O escore fatorial 3 trata da capacidade do respondente em situações sociais

de aproximação, com risco mínimo de ação indesejável, ou seja, as suas habilidades

de conversação e desenvoltura social. O escore fatorial 4 diz respeito a auto

exposição a desconhecidos ou a situações novas.

O escore fatorial 5 avalia a capacidade do indivíduo de controlar a raiva e

agressividade frente a situações agressivas, ou seja, agir de maneira socialmente

competente, controlando seus sentimentos negativos. É representado no IHS em

situações como lidar com críticas dos pais e brincadeiras ofensivas.

Após a aplicação, os testes foram corrigidos digitalmente através da

plataforma Pearson e, os laudos obtidos, enviados para os participantes através do

e-mail. Houve então, a tabulação dos dados para obtenção dos resultados desta

pesquisa.

3 RESULTADOS

A turma de pós-graduação em Gestão de Pessoas, eleita como foco deste

estudo, contava inicialmente com 24 alunos fixos e dois que estudaram apenas

alguns módulos. No entanto, ao longo do curso, houve a desistência de dois alunos

fixos, o que impossibilitou a participação deles nesta pesquisa. Além disso, o teste

não foi aplicado com os membros que fizeram apenas alguns módulos e com um

outro que não compareceu aos dias da aplicação. Ao todo, foram vinte e um

participantes, que, após a elaboração do laudo, receberam uma devolutiva por e-

mail.

3.1 O perfil dos estudantes da pós-graduação em Gestão de Pessoas

A análise do perfil dos estudantes foi realizada através dos dados

preenchidos na folha de respostas do IHS-Del-Prette. Foram solicitadas informações

6

básicas (nome, documentos, data de nascimento, sexo), relativas a área acadêmica

e profissional.

Em relação ao gênero, 15 alunos são do feminino e 6 do masculino,

mostrando que a grande maioria (71%) são mulheres. Guedes (2008), traz a

presença majoritária das mulheres nos cursos superiores e de pós-graduação como

uma conquista de um espaço que antes era considerado exclusivamente masculino,

independente de como a escolarização afeta a inserção dessas mulheres no

mercado de trabalho.

A idade dos alunos mostrou-se bastante diversificada, variando de 23 a 48

anos, sendo a média 32 anos. Dividindo por faixa etárias tem-se que 46% da sala é

composta por pessoas de 23 a 30 anos, 39% por pessoas de 31 a 40 anos, e

apenas 15% são pessoas de 41 a 48 anos.

A graduação dos participantes engloba dez cursos diferentes indo de

Psicologia a Química. No entanto, a maioria cursou administração, representando

47% do total. Ao avaliar os dados em relação ao tipo de instituição foi possível

concluir que 95% frequentou uma organização privada e apenas 5% pública. Abaixo

encontra-se um gráfico com os dados referentes a graduação:

Figura 1: Análise dos cursos de graduação dos alunos avaliados

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

7

48%

10%

10%

5%

5%

5%

5%

5%5%

5%

ADMINISTRAÇÃOPSICOLOGIASERVIÇO SOCIALANÁLISE DE SISTEMASCIÊNCIAS CONTÁBEIS DIREITOEDUCAÇÃO FÍSICAGESTÃO EMPRESARIAL PEDAGOGIAQUIÍMICA

Em relação a ocupação profissional, dois participantes encontravam-se em

busca de recolocação no momento da aplicação do teste, por isso, foi solicitado que

preenchessem a sua última função. Os cargos ocupados pelos alunos variaram

entre assistente de recursos humanos a diretor de empresa, no entanto, algumas

correlações puderam ser feitas. A partir dos nomes das funções foi possível concluir

que 52% tinham relação direta com o setor de recursos humanos e que 48% eram

cargos que exigiam conhecimentos e habilidades em gestão de pessoas, o que pode

justificar o interesse por essa pós-graduação.

3.2 Análise dos resultados do Inventário de Habilidades Sociais (IHS-Del-Prette)

Para análise dos resultados obtidos através da aplicação do IHS-Del-Prette foi

considerado o valor percentil do escore total, dos escores fatoriais e das

classificações obtidas com esses valores, que foram: abaixo da média inferior,

médio inferior, bom, bastante elaborado e altamente elaborado.

O valor percentil do escore total oscilou de 18 a 100, provando que os alunos

também são heterogêneos quando se refere ao repertório de habilidades sociais.

Em relação a classificação, foi possível perceber que 38% apresenta bom repertório

de habilidades sociais, seguidos de 33% com repertório altamente elaborado, 24%

bastante elaborado e apenas 5% abaixo da média inferior. Abaixo um gráfico com os

dados:

Figura 2- Análise do Escore Total dos participantes

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

8

5%

38%

24%

33%ABAIXO DA MÉDIA IN-FERIORBOM BASTANTE ELABORADOALTAMENTE ELABORADO

Ao comparar os resultados do escore total entre os sexos percebe-se que

somente os homens obtiveram um resultado abaixo da média inferior, totalizando

16% quando comparados aos outros homens. Contudo, 50% dos homens, quando

comparado aos outros homens, apresentam um repertório altamente elaborado,

enquanto que nas mulheres essa classificação é de apenas 27% quando

comparadas as outras participantes mulheres.

Em relação ao escore fatorial 1 – enfrentamento de risco, 48% dos

participantes apresenta bom desempenho social, seguidos por 24% com

desempenho altamente elaborado, 14% bastante elaborado, 9% abaixo da média e

apenas 5% inferior à média. Nesta categoria, 86% dos participantes apresentaram

resultados igual ou acima da média, enquanto que 14% inferior à média.

Figura 3- Análise do Escore Fatorial 1

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

.

No escore fatorial 2 – autoafirmação na expressão de afeto positivo,

observou-se que 43% apresenta bom desempenho, seguidos por 24% com

desempenho bastante elaborado, 24% médio inferior e apenas 9% altamente

elaborado. Percebeu-se que 83% dos participantes apresentaram resultados igual

ou acima da média, enquanto que 17% inferior à média.

Figura 4 – Análise do Escore Fatorial 2

Fonte: Elaborado Pela Autora, 2018.

9

0

2

4

6

8

10

12

21

10

3

5

O escore fatorial 3 – conversação e desenvoltura, apresentou resultados

iguais quanto aos desempenhos sociais bons e altamente elaborado, totalizando

66%. Este resultado é seguido pelo repertório social bastante elaborado (19%),

médio inferior (10%) e abaixo da média (5%). Ambos os sexos apresentaram

participantes com resultados abaixo da média. Observou-se que 85% dos

participantes apresentaram resultados igual ou acima da média, enquanto que 15%

inferior à média.

Figura 5- Análise do Escore Fatorial 3

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

O escore fatorial 4, que avalia as habilidades de auto exposição a

desconhecidos ou a situações novas teve 24% dos resultados classificados como

bom, 19% bastante elaborado, 19% altamente elaborado, 19% médio inferior, 10%

abaixo da média inferior e 9% abaixo da média. Nesta categoria, 62% dos

participantes apresentaram resultados igual ou acima da média, enquanto que 38%

inferior à média.

10

MÉDIO IN-FERIOR

ABAIXO DA MÉDIA

BOM BASTANTE ELABORADO

ALTAMENTE ELABORADO

012345678

21

7

4

7

0

2

4

6

8

10

5

9

5

2

Figura 6 - Análise do Escore Fatorial 4

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

O escore fatorial 5, indicador das habilidades relacionadas ao autocontrole da

agressividade em situações aversivas, apresentou os resultados mais homogêneos.

A grande maioria dos respondentes (76%) apresentou bom repertório, seguidos por

9% com repertório médio inferior. Os outros participantes dividiram-se igualmente

em desempenho abaixo da média, abaixo da média inferior e bastante elaborado. É

interessante destacar que apenas um participante apresentou desempenho bastante

elaborado nesta categoria e é do gênero masculino. Nesta categoria, 81% dos

participantes apresentaram resultados igual ou acima da média, enquanto que 19%

inferior à média.

Figura 7- Análise do Escore Fatorial 5

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

3.3 Discussão

Com a análise dos dados foi possível verificar que os estudantes da pós-

graduação em Gestão de Pessoas apresentam, em sua maioria, bom repertório de

habilidades sociais. Ao considerar o escore total é possível perceber que apenas 5%

11

ABAIXO DA MÉDIA IN-

FERIOR

MÉDIO INFERIOR

ABAIXO DA MÉDIA

BOM BASTANTE ELABORADO

ALTAMENTE ELABORADO

0

1

2

3

4

5

6

2

4

2

5

4 4

0

5

10

15

20

1 2 1

16

1

da amostra apresenta déficits consideráveis que podem atrapalhar o desempenho

social, tanto pessoal quanto profissionalmente. Um trabalho de treinamento de

habilidades sociais foi indicado para essa amostra.

Nos escores fatoriais foi possível perceber que, apesar de parte da amostra

apresentar déficits no repertório de habilidades sociais, os resultados mantiveram-se

bons e até mesmo acima da média. Apenas no quesito auto exposição a

desconhecidos e a situações novas foi observado um maior déficit, totalizando 38%.

O escore fatorial 5, que são as habilidades relacionadas ao autocontrole da

agressividade em situações aversivas, apresentou o pior resultado quando

considerado os valores acima da média, sendo que apenas um candidato teve seu

repertório avaliado como apenas bastante elaborado. Apesar da maioria dos

resultados terem sido bons, esta área em específico, pode ser alvo de treinamentos

futuros para os participantes, visto a sua importância.

Por fim, é importante salientar que a existência de um repertório elaborado de

habilidades sociais não é indicativo de um comportamento socialmente competente,

pois existem outros fatores envolvidos, como por exemplo, sentimentos, crenças,

valores, conforme ressalta Del Prette; Del Prette (2017). Além disso, vários

estudiosos, dentre eles Hazel Schumaker (1988, apud LEMOS; MENEZES, 2002),

acreditam que a utilização de apenas um método avaliativo torna o resultado

reducionista, impedindo uma melhor e mais completa identificação dos déficits e das

necessidades de treinamento dos indivíduos. No entanto, a autora acredita na

validade do seu trabalho e na capacidade dos participantes de refletirem acerca dos

resultados e no interesse de cada um em traçar metas de desenvolvimento pessoal.

CONCLUSÃO

A partir desta pesquisa foi possível avaliar, mesmo que de maneira situacional

e reducionista, o repertório de habilidades sociais dos alunos de um curso de Gestão

de Pessoas. Já era esperado que os resultados obtidos seriam bons, visto o

desempenho dos alunos durante os módulos do curso. Em sua maioria apresentam

boa desenvoltura nas dinâmicas e atividades propostas nas salas e, os que

normalmente se mostram mais introvertidos, tiveram um resultado que fez sentido.

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No entanto, ainda existem pontos a serem desenvolvidos e aprimorados,

conforme ficou claro na análise. Foi possível perceber que a aplicação do IHS-Del-

Prette permitiu aos participantes refletir sobre algumas condutas e comportamentos.

Por fim, este trabalho mostrou-se importante, pois a partir de seu feedback

será possível aos participantes e aos gestores do curso definir objetivos e planos de

ação para desenvolver as habilidades que se apresentam deficitárias.

REFERÊNCIAS

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GUEDES, Moema de Castro. A presença feminina nos cursos universitários e nas pós-graduações: descontruindo a ideia da universidade como espaço masculino. Hist. Cienc. Saude. Rio de Janeiro, v. 15, supl. P, p. 117-132, 2008. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v15s0/06.pdf>. Acesso em 18/05/2018.

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