Candeia 18 julho e agosto de 20112

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ANO III 18 JULHO E AGOSTO de 2012 Candeia Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis” D o ponto de vista religioso, a fé consiste na cren- ça em dogmas especiais (pontos fundamentais de doutrina), que constituem as diferentes religiões. Todas elas tem seus artigos de fé. Sob este as- pecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinan- do, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assen- tando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é ver- dadeiro, também o é a luz meridiana. Cada religião preten- de ter a posse exclusiva da verdade: preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão. Estas palavras são de Kardec e encontram-se no item 6 do capítulo XIX de “O Evangelho Segundo o Espiri- tismo”. Prossegue o Codificador: Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta muita gente alegar que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratá- rios. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é a fé que compete procurá- los; a eles é que cumpre ir-lhe ao encontro e, se buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la. Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de nature- zas retardatárias. As primeiras já creram e compreenderam; tra- zem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm que aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra. Continua Kardec: A resistência do incrédulo, devemos ouvir, muitas vezes provém menos dele, do que de manei- ra por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daqui- lo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século, tanto assim que precisamente o dog- ma da fé cega é que produz hoje o maior número de incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre arbítrio. É princi- palmente contra essa fé que se levanta o incrédulo e dela é que se pode com verdade dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espí- rito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvi- da. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê porque tem certeza senão porque compreen- deu. Eis porque se dobra. Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade. A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encon- tra oposição sistemática e interessada. Equivocados, alguns intelectuais europeus buscam combater a fé religiosa. Christopher Hit- chens, com seu livro “Deus não é grande”, e Richard Dawkins, com seu DVD “Raiz de todo Mal?” e seu livro “Deus – um delírio”, com mais de um milhão de cópias vendidas, são os principais, atualmente. O filósofo Antony Crayling lhe faz companhia nessa cruzada contra a religião. A missão do homem inteligente na Terra (ESSE, VII-13) é desenvolver sua inteligência para o bem de todos, conduzindo a Deus as inteligências retardatárias. A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas sob condição de ser bem empregada. Reflitamos a respeito REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO JAN 2008 A RELIGIOSA

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ANO III n° 18 JULHO E AGOSTO de 2012

Candeia Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

D o ponto de vista religioso, a fé consiste na cren-ça em dogmas especiais (pontos fundamentais de doutrina), que constituem as diferentes religiões. Todas elas tem seus artigos de fé. Sob este as-

pecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinan-do, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assen-tando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é ver-dadeiro, também o é a luz meridiana. Cada religião preten-de ter a posse exclusiva da verdade: preconizar alguém a fé cega sobre um ponto de crença é confessar-se impotente para demonstrar que está com a razão.

Estas palavras são de Kardec e encontram-se no item 6 do capítulo XIX de “O Evangelho Segundo o Espiri-tismo”.

Prossegue o Codificador: Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde

resulta muita gente alegar que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratá-rios. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é a fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe ao encontro e, se buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la.

Em certas pessoas, a fé parece de algum modo inata; uma centelha basta para desenvolvê-la. Essa facilidade de assimilar as verdades espirituais é sinal evidente de nature-zas retardatárias.

As primeiras já creram e compreenderam; tra-zem, ao renascerem, a intuição do que souberam: estão com a educação feita; as segundas tudo têm que aprender: estão com a educação por fazer. Ela, entretanto, se fará e, se não ficar concluída nesta existência, ficará em outra.

Continua Kardec: A resistência do incrédulo, devemos ouvir,

muitas vezes provém menos dele, do que de manei-ra por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daqui-lo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é deste século, tanto assim que precisamente o dog-ma da fé cega é que produz hoje o maior número de incrédulos, porque ela pretende impor-se, exigindo a abdicação de uma das mais preciosas prerrogativas do homem: o raciocínio e o livre arbítrio. É princi-palmente contra essa fé que se levanta o incrédulo e dela é que se pode com verdade dizer que não se prescreve. Não admitindo provas, ela deixa no espí-rito alguma coisa de vago, que dá nascimento à dúvi-da. A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê porque tem certeza senão porque compreen-deu. Eis porque se dobra. Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

A esse resultado conduz o Espiritismo, pelo que triunfa da incredulidade, sempre que não encon-tra oposição sistemática e interessada.

Equivocados, alguns intelectuais europeus buscam combater a fé religiosa. Christopher Hit-chens, com seu livro “Deus não é grande”, e Richard Dawkins, com seu DVD “Raiz de todo Mal?” e seu livro “Deus – um delírio”, com mais de um milhão de cópias vendidas, são os principais, atualmente. O filósofo Antony Crayling lhe faz companhia nessa cruzada contra a religião.

A missão do homem inteligente na Terra (ESSE, VII-13) é desenvolver sua inteligência para o bem de todos, conduzindo a Deus as inteligências retardatárias.

A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas sob condição de ser bem empregada.

Reflitamos a respeito

REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO – JAN 2008

A FÉ RELIGIOSA

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ANO III n° 18 JULHO E AGOSTO de 2012

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VERDADEIRA PUREZA - MÃOS NÃO LAVADAS

“Enquanto Jesus falava, um fariseu o convidou pa-

ra comer em sua casa; e Jesus tendo ido sentou-se à

mesa. O fariseu então falou:

- Por que Ele não lavou as mãos antes de comer?

Mas o Senhor disse:

- Vós, fariseus, tendes grande cuidado em limpar

externamente o corpo e o prato, mas o interior de vos-

sos corações está cheio de rapina e iniquidade. Insen-

satos que sois vós! Aquele que fez o exterior não faz

também o interior? ( LUCAS , 11 : 37 – 40)

O s Judeus desprezavam os verdadeiros mandamen-

tos de Deus, para se fixarem na prática de regulamentos

estabelecidos pelos homens e cujas regras eram seguidas

rigidamente, segundo a consciência de cada um. O funda-

mento, muito simples, acabou por desaparecer sob a com-

plicação da forma. Como era mais fácil praticar atos exteri-

ores do que se reformar moralmente, lavar-se as mãos do

que limpar o coração, os homens iludiam-se a si mesmos,

acreditando-se quites com Deus, por se amoldarem com

aquelas práticas, permanecendo como sempre foram, pois

lhe ensinaram que Deus não pedia mais do que isso. Daí o

haver dito o profeta: É em vão que este povo me honra

com os lábios, ensinando doutrina e mandamentos que vem

dos homens.

Assim também aconteceu com a doutrina mo-

ral do Cristo, que acabou por ser colocada em um

segundo plano, fazendo muitos cristãos, a exemplo

dos antigos Judeus, crerem que sua salvação está nas

práticas exteriores do que pela da moral. É a essas

adições feitas pelos homens à lei de Deus que Jesus

alude quando diz: Toda planta que meu Pai

celestial não plantou será arrancada.

O objetivo da religião é conduzir o homem a

Deus. Ora, o homem não chega a Deus senão quan-

do é perfeito, portanto, toda religião que não torna

o homem melhor não atinge este objetivo. Aquela

sobre a qual se crê em poder se apoiar para fazer o

mal é, ou falsa, ou falseada em seus princípios. Tal é

o resultado de todas as religiões em que se privilegia

a forma de detrimento dos ensinamentos básicos. A

crença na eficiência dos sinais exteriores é nula se ela

não impede os assassinatos, os adultérios, as espolia-

ções, as calúnias e o prejuízo de seu próximo no que

quer que seja. Ela produz pessoas supersticiosas, hi-

pócritas ou fanáticos, mas não faz homens de bem.

Não basta que se tenha somente a aparência

da pureza; acima de tudo é necessário ter a pureza

do coração.

O Espiritismo, doutrina que vem restabe-

lecer o Cristianismo em sua pureza, tem nes-

sas palavras de Jesus o seu esteio. Estabeleceu

-se um religiosismo falso e com ele uma espé-

cie de maquiagem do Cristianismo, que impe-

de ao fiel o pleno conhecimento desta doutri-

na salvadora. Jesus já alertava, em seu tempo,

quanto a este perigo farisaico, convocando os

homens a não somente lavar o exterior mas

também o interior; signo de uma moral que

significa avanço planetário. A alma já podia

compreender das coisas da alma.

“Pelo que o Senhor me recompensou confor-

me a minha justiça, conforme a pureza de mi-

nhas mãos perante os seus olhos”.

(SL 18:24) ALLAN KARDEC

P ara termos otimismo, precisamos ter fé.”[...]Sem fé

ninguém pode ser feliz. Sem fé e sem amor não há

felicidade”.

A felicidade, assim, depende das qualidades con-

quistadas e não do meio material no qual os seres humanos

se encontram. Esse alcance, entretanto, exigirá grande es-

forço de nossa parte; sendo ela conseqüência de muitas

vitórias de ordem moral, é obra de autoeducação e intensa

luta travada para granjear a reforma íntima que ansiamos.

Ao analisarmos as aflições humanas, Kardec adverte

-nos quanto à origem dos males terrestres, reconhe-

cendo que o homem, na maioria dos casos, “é o cau-

sador de seus próprios infortúnios; mas, em vez de

reconhecê-lo, acha mais simples, menos humilhante

para a sua vaidade acusar a sorte, a Providência, a má

fortuna, a má estrela, ao passo que [...] é apenas a

sua falta de cuidados ou negligência ou de iniciativa”. REFORMADOR - 2011

O T I M I S M O

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É o choque que o homem experimenta do ego-

ísmo dos outros que o torna, fequentemente, egoís-

ta, porque sente a necessidade de se colocar na de-

fensiva. Vendo que os outros pensam em si mesmos

e não nele, é conduzido a se ocupar de si mesmo,

mais que os outros. Que o princípio da caridade e

da fraternidade seja a base das instituições sociais,

das relações legais de povo a povo, e de homem a

homem, e o homem pensará menos em sua pessoa

quando verificar que os outros nele pensam. Ele so-

frerá a influência moralizadora do exemplo e do con-

tato. Em presença desse transbordamento do egoís-

mo, é preciso uma verdadeira virtude para esquecer-

se em benéfico dos outros que frequentemente, não são

agradecidos. É sobretudo, àqueles que possuem esta

virtude que o reino dos céus está aberto; àqueles,

sobretudo, está reservada a felicidade dos eleitos,

porque eu vos digo em verdade, que no dia da justi-

ça, quem não pensou senão em si mesmo, será colo-

cado de lado e sofrerá no seu abandono. “

FÉNELON – O LIVRO DOS ESPÍRITOS –QUESTÃO 917

D e todas as imperfeições

humanas, a mais difícil de

ser desenraizar-se é o ego-

ísmo, porque ele se prende

à influência da matéria, da qual o ho-

mem, ainda muito próximo de sua ori-

gem, não pode se libertar, e essa influ-

ência concorre para o sustentar; suas

leis, sua organização social, sua educa-

ção. O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da

vida moral sobre a vida material e, sobretudo, com a inte-

ligência que o Espiritismo vos dá de vosso estado futuro

real e não desnaturado pelas ficções alegóricas.

O Espiritismo bem compreendido, quando estiver

identificado com os costumes e as crenças, transformará

os hábitos, os usos e as relações sociais. O egoísmo se

funda sobre a importância da personalidade; ora , o Espiri-

tismo bem compreendido, eu repito, faz ver as coisas de

tão alto, que o sentimento da personalidade desaparece, e

de alguma forma, diante da imensidade. Destruindo essa

importância ou tudo ou pelo menos fazendo vê-la como

ela é, combate necessariamente o egoísmo.

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ANO III n° 18 JULHO E AGOSTO de 2012

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O AMOR EM AÇÃO

QUAL O MEIO DE SE DESTRUIR O EGOISMO?

“A medida do amor é amar sem medida” Santo Agostinho

O amor é um tema ainda em aberto para os

estudiosos de todas as áreas do conhecimen-

to. Ele já foi discutido e analisado por filóso-

fos e religiosos de todos os tempos. Os cien-

tistas evitam o assunto, porque tem pouco a oferecer so-

bre esse tema. O sociólogo Ptirin Sorokin, da Universida-

de de Harvard, explica que os cientistas desacreditam do

poder do amor, porque ele não pode ser colocado numa

balança para pesá-lo ou num microscópio para observá-lo.

No entanto, a palavra “amor” é um dos vocábulos mais

utilizados em todas as épocas da história, tanto é verdade

que ela já foi pronunciada por reis, filósofos, milionários,

pobres, religiosos, professores e por todos em geral. Des-

de as mais remotas épocas da história da humanidade,

essa palavra possui o poder mágico de produzir uma dor

em nossa consciência.

Como achamos que o amor é, por si só, a essên-

cia transcendente da evolução, reproduzimos aqui

o que Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier,

no livro Pensamento e Vida, fala-nos do amor e do

que ele representa na criação. Destacamos alguns tó-

picos devido a sua elevada significação.

Disse Emmanuel:

- AMOR PURO: - “é o reflexo do Criador em

todas as criaturas”; brilha em tudo e em tudo palpita

na mesma vibração de sabedoria e beleza”; “é o funda-

mento da vida e a justiça de toda a lei”.

- EQUILÍBRIO DOS MUNDOS: - “o amor surge,

sublime, no equilíbrio dos mundos, erguidos à gloria

da imensidão, quanto nas flores anônimas esquecidas

no campo”.

- RELIGIÕES: -”no amor fulgura, generosa, a alma

de todas as grandes religiões que aparecem, no curso

das civilizações. Nele se enraíza o impulso de solidari-

edade entre os homens”.

- PLASMA DIVINO: - “o amor é o plasma divino

com que Deus envolve tudo que é criado”; o amor é

o hálito de Deus penetrando o universo”.

- EVOLUÇÃO; - “o amor é silenciosa esperança

do céu, aguardando a evolução de todos os princípios

e respeitando a decisão de todas as consciência”; cada

ser é acalentado no degrau da vida em que se encon-

tra”.

- VERME E ANJO: - “o verme é amado pelo Se-

nhor que lhe concede milhares de séculos para levan-

tar-se da viscosidade do abismo, tanto quanto o anjo

que o representa junto ao verme.

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O Chico conversava com ele, cinco, dez, vinte

minutos. Nas primeiras vezes, pensava: Meu Deus, co-

mo é que o Chico pode perder tanto tempo com ele,

quando tantas pessoas viajaram milhares de quilômetros

e mal pegaram em sua mão? Por que será que ele não

diminui o tempo do Jorge para dar mais atenção aos

outros?

Somente mais tarde fui entender que a única pes-

soa capaz de parar para ouvir o Jorge era o Chico.

Em casa, ele não tinha com quem conversar; na

rua, ninguém lhe dava atenção.

Quase todas sãs vezes em que lá estive, lá estava

ele também.

Assim, por alguns anos habituei-me a ver aquele

estranho personagem, que aos poucos foi-me cativando.

Hoje, passados tantos anos, ao escrever estas linhas,

ainda choro. “A gente corre o risco de chorar um pou-

co, quando se deixou cativar”, não é mesmo?

Nunca ouvimos de sua boca qualquer palavra de

queixa ou revolta.

Seu diálogo com o Chico era comovente e enter-

necedor.

- Jorge, como vai a vida?

- Ah! Tio Chico, eu acho a vida uma beleza!

- E a viagem foi boa?

- Muito boa, Tio Chico. Eu vim olhando as flores

que Deus plantou no caminho para nos alegrar.

- O que você mais gosta de olhar Jorge?

- O azul do céu, Tio Chico. Às vezes penso que o

Sinhô Jesus ta me espiando.

- Depois, Jorge falava da briga dos gatos, da gotei-

ra que molhou a cama, do passarinho que estava fazen-

do ninho em seu telhado.

Quando pensava que tudo havia terminado, o

Chico ainda dizia:

- Agora, o nosso Jorge vai declamar alguns ver-

sos. Eu chegava até me virar na cadeira, perguntando a

mim mesmo: onde é que o Chico arruma tanta paciên-

cia.

Jorge declamava um, dois, quatro versos.

- Bem, Jorge, agora para nossa despedida, decla-

me o verso de que mais gosto.

- Qual, Tio Chico?

- Aquele da moça, Jorge.

- Ah! Tio Chico, já me lembrei, já me lembrei.

Naquelas horas, o Centro continuava lotado. As

pessoas se acotovelavam, formando um grande círculo

em torno da mesa.

Jorge colocava, então, o colarinho da camisa para

fora, abotoava o único botão de seu surrado paletó,

colocava as mãos para trás à semelhança de uma criança

quando vai declamar na escola ou perante uma autorida-

de, olhava para ver se o estavam observando e sapecava,

A o longo desses

anos em que

tenho ido a

Uberaba, co-

nheci muita gente. Gente

boa, gente meio boa e

gente menos boa. Algu-

mas o tempo vai apagan-

do lentamente, mas ja-

mais terá força suficiente

para apagar de minhas lembranças a figura encantadora

que vocês vão passar a conhecer.

Numa daquelas madrugadas, quando as sessões

do Chico se estendiam até ao amanhecer, vi-o pela pri-

meira vez. Naquelas filas quase intermináveis que se for-

mavam para a despedida ou uma última palavrinha ainda

que rápida com o Chico, ele chamou-me a atenção pela

alegria com que esperava sua vez.

Vinha com passos cansados, o andar trôpego, a

fisionomia abatida, mas seus olhos brilhavam à medida

que se aproximava do Chico. Não raro, seu comporta-

mento se traduzia em lágrimas serenas, mas copiosas.

Trajes pobres, descalços, pés rachados indicando

que raramente teriam conhecido um par de sapatos.

Calça azul, camisa verde, com muitos remendos; um

paletó de casimira apertava-lhe o corpo franzino.

Pele escura, cabelos enrolados, nos lábios uma

ferida. Chamava-se Jorge.

Creio que deve ter tomado poucos banhos du-

rante toda sua vida. Quando se aproximava, seu corpo

magro, sofrido e mal alimentado exalava um odor desa-

gradável.

Em sua boca, alguns raros tocos de dentes, total-

mente apodrecidos. Quando falava, seu hálito era quase

insuportável. Ainda que não quisesse, tinha-se um movi-

mento instintivo de recuo. Quando se aproximava, tí-

nhamos pressa em dar-lhe algum trocado para que ele

fosse comprar pipoca, doce ou um refrigerante, a fim de

que saísse logo de perto da gente.

Jorge morava com o irmão e a cunhada num bair-

ro muito pobre. Uma favela, quase um cortiço.

Seu quarto era um pequeno cômodo anexado ao

barraco do irmão.

Algumas telhas, pedaços de tábuas, de plásticos,

folhas de latas, emolduravam o seu pequeno espaço.

O irmão e a cunhada eram bóias frias. Jorge fica-

va com as crianças. Fazia-lhes o mingau, trocava-lhes os

panos, assistia-os. Alma assim caridosa, acredito que

sofresse maus tratos. Muitas vezes o vi com marcas no

rosto e ainda hoje fico pensando se aquela ferida perma-

nente em seu lábio inferior não seria resultante de cons-

tantes pancadas.

JORGE

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ANO III n° 18 JULHO E AGOSTO de 2012

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COMPREENDENDO A HORA

inflado de orgulho:

“Menina, penteia o cabelo,

Joga as tranças prá cacunda.

Queira Deus que não te leve,

De domingo pra segunda.”

Quando Jorge terminava, o riso era geral. Ele

também sorria. Um sorriso solto e alegre, mas ainda

assim doído, pois a parte inferior de seus grossos lá-

bios se dilatava, fazendo sangrar a ferida.

Aí ele se aproximava do Chico, que lhe dava

uma pequena ajuda em dinheiro. Em todos aqueles a-

nos, nunca consegui ver quanto era. Depois, colocava

o dinheiro dentro de uma capanga, onde já havia guar-

dado as pipocas, os doces, dando um nó na alça de

pano.

Para se despedir, ele não se abraçava ao Chico,

ele se jogava todo por inteiro em cima do Chico. Fala-

va quase dentro do nariz do Chico e eu nunca o vi ter

aquele recuo instintivo como eu tivera outras vezes.

Beijava a mão do Chico, que beijava a mão e a

face dele, ao que ele retribuía, beijando os dois lados

da face do Chico, onde ficava manchas de sangue dei-

xadas pela ferida aberta em seus lábios. Nunca vi o

Chico se limpar na presença dele, nem depois que ele

tivesse ido. Eu, que muitas vezes, ao chegar à casa dele,

molhava um pano e limpava o que passamos a chamar

carinhosamente de “o beijo do Jorge”.

Não saberia dizer quantas vezes pensei em levar

um presente ao Jorge. Uma camisa...um par de sapa-

tos... uma blusa. Infelizmente, fui adiando e o tempo

passando. Acabei por não levar nada.

Lembro-me disso com tristeza e as palavras do

Apóstolo Paulo se fazem mais fortes nos recessos de

minha alma: “Façamos o bem, enquanto temos tempo.”

Enquanto temos tempo. De repente, fica tarde

demais. O Jorge desencarnou. Desencarnou numa ma-

drugada fria. Completamente só em seu quarto. Esque-

cido do mundo, esquecido de todos, mas não de Deus.

Contou-me o Chico que foi este nosso irmão

de pele escura, cabelos enrolados, ferida nos lábios,

pés rachados, mau cheiro e mau hálito que, ao desen-

carnar, Nosso Senhor Jesus Cristo veio pessoalmente

buscar. Entrou naquele quarto de terra batida, retirou

o Jorge do corpo magro e sofrido, envolto em trapos

imundos, aconchegou-o de encontro ao peito e voou

com ele para o espaço, como se carregasse o mais

querido dos seus filhos.

“Eis que estarei convosco até o fim dos sécu-

los.”

“Não vos deixarei órfãos.”

Ele não faria uma promessa que não pudesse

cumprir. ADELINO DA SILVEIRA – KARDEC PROSSEGUE

No plano espiritual, Aurélio, o velho lidador

do evangelho do Cristo, destacada figura da cris-

tandade ancestral, sem cerimônia, pronunciou-se:

“Queridos irmãos de lutas, chegou a hora da trans-

formação decisiva.

C omo herdeiros

de nós mesmos,

não poderemos

fugir ao desafio

final sem prejuízos para nos-

so amanhã. Tanto quanto

nossos irmãos que se ves-

tem de poeira do mundo

carnal, nós também estare-

mos no meio dos que de-

vem superar o abismo negro de nosso passado, onde a

nossa fraqueza deixou marcas como manchas que sujam

nossa roupa. Este é o momento de lavarmos nossa veste

verdadeira porquanto não serão selecionados apenas e

tão somente os integrantes encarnados da mãe-Terra.

Todos estaremos submetidos ao juízo. Por lá, agitam

-se as multidões visíveis e invisíveis em descalabros mo-

rais, tentações de todas as ordens, lutas de poder, tor-

nando-se quase cruel o existir. Injustiças sugerem a re-

volta. Corrupção inspirando a desonestidade social. Dis-

crepâncias materiais afastando irmãos uns dos outros em

castas de privilegiados e magotes de famintos.

Espíritos cristalizados no ódio e na satisfação anima-

lesca ao lado de encarnados que se lhes associam, tor-

nando-se armas de agressão buscando o gozo ilimitado.

Dentre todos, dois caminhos esperam pelos ir-

mãos de humanidade: o de luz e o de escuridão.

Este chamamento próprio das religiões da Terra,

cuja função mais profunda é restabelecer o contato com

a origem divina de toda criatura religando-a ao Criador,

está sob o cerrado ataque das maltas inferiores que se

pretendem proprietárias indefinidas da casa terrena.

Única arma poderosa o suficiente para ajustar os

desajustados, esclarecer os ignorantes, reconduzir os que

se perderam, levantar os caídos é a VERDADE ESPIRITU-

AL e que as crenças representam para homens é o gran-

de adversário das hordas maléficas e, assim, consideram-

na principal inimiga, a verdadeira adversária, única capaz

de ameaçar-lhes o triunfo.

Infelizmente, apesar de terem noções claras das

leis espirituais, muitos representantes dos diversos cami-

nhos religiosos do mundo se acumpliciaram na busca in-

sana dos prazeres, através das emoções desajustadas, do

caráter tíbio, da fraqueza sem disciplina, perdendo-se no

confuso cipoal dos compromissos inferiores. NO FINAL DA ÚLTIMA HORA – ANDRÉ LUIZ RUIZ

ESPÍRITO LUCIUS. Parte do cap 3 -

... JORGE

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ceitua com clareza a psicometria, exprimindo-se nesses

termos: psicometria é “uma faculdade psíquica de cer-

tas pessoas que as possibilita adivinhar [perceber] a

história ou eventos ligados ao objeto material com o

qual se ponham em contato direto.”

Alguns médiuns necessitam sentir o objeto pelo

tato, a fim de fazer a leitura psicométrica. Há sensitivos,

porém, que podem “a simples presença do objeto, ou

mesmo de um fragmento mineral, vegetal ou animal,

apreender psiquicamente a história da própria peça em

si, como matéria, ou a história do seu possuidor ou de

pessoas que estiveram relacionadas com esse objeto,

reconstituindo os respctivos ambientes, os fatos, pensa-

mentos e sensações por elas vivenciadas no passado e

no presente e, muitas vezes, prenunciando aconteci-

mentos futuros que lhes dizem respeito.”

A psicometria é uma faculdade psíquica rara,

“uma vez que só a possuem pessoas dotadas de aguça-

da sensibilidade psíquica.”

É importante esclarecer que estamos tratando a

psicometria como faculdade mediúnica. Esse conceito

está apoiado nas interpretações que o Espírito André

Luiz nos transmite, especialmente nos livros Nos Do-

mínios da Mediunidade e Mecanismos da Mediunidade.

O Livro dos Médiuns

parte do cap Objetivos Específicos

Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon

ANO III n° 18 JULHO E AGOSTO de 2012

E m psicologia experimental, psicometria significa

registro, apreciação da atividade intelectual, entretanto,

nos trabalhos mediúnicos, essa palavra designa a faculda-

de de ler impressões e recordações ao contacto de ob-

jetos comuns.

A palavra psicometria, em termos etimológicos,

traz a idéia de medir a alma, o que não faz sentido algum.

O médium psicômetra possui a faculdade de, em

tocando determinados objetos, entrar em relação com

pessoas e fatos ligados aos mesmos.

“Essa percepção se verifica em vista de tais objetos

se acharem impregnados da influência pessoal do seu pos-

suidor.”

A respeitada médium inglesa Hester Dowden con-

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ESTUDO DA MEDIUNIDADE

PSICOMETRIA

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T rata-se de um processo obsessivo utilizado

por obsessores que dominam a técnica da

hipnose e da sugestão mental. São magnetiza-

dores poderosos que conseguem insinuar na

mente dos obsidiados idéias e imagens terríveis, capa-

zes de modificar-lhes a forma perispirítica.

Zoantropia é, pois, o fenômeno pelo qual obsessores

agem sobre os obsidiados por meio da sugestão hipnó-

tica, induzindo-os a adquirirem forma perispiritual se-

melhante a de um animal.

Um termo correlato à zoantropia é a licantropia, que

tem o significado de forma perispiritual semelhante a

lobo.

“Muitos Espíritos, pervertido no crime, abusam dos

poderes da inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade

sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos

do passado. A semelhantes vampiros devemos muitos

quadros dolorosos da patologia mental nos manicô-

mios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação

hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de ani-

mais diversos.”

No livro Libertação, o Espírito André Luiz nos traz

referências sobre a ação perniciosa da hipnose sobre o

perispírito de uma mulher desencarnada, presa de re-

morsos pelos abortos provocados.

Prestemos atenção à forma como o magnetizador das

trevas, ali denominado julgador da justiça, procedeu

para que sua vítima adquirisse a feição de uma loba:

“E incidindo toda a força magnética que lhe era pecu-

liar, através das mãos, sobre uma pobre mulher que o

fixava, estarrecida, ordenou-lhe com voz soturna:

-Venha! Venha!

Com expressão de sonâmbula, a infeliz obedeceu à

ordem, destacando-se da multidão e colocando-se, em

baixo, sob os raios positivos da atenção dele.

-Confesse! Confesse! – determinou o desapiedado

julgador, conhecendo a organização frágil e passiva a

que se dirigia.

E como se estivesse sob a ação de droga misteriosa

que a obrigasse a desnudar o íntimo, diante de nós, fa-

lou, em voz alta e pausada:

-Matei quatro filinhos inocentes e tenros...e combinei

o assassínio do meu intolerável esposo... O crime, po-

rém, é um monstro vivo. Perseguiu-me, enquanto me

demorei no corpo...Tentei fugir-lhe através de todos os

recursos, em vão... e por mais buscasse afogar o infor-

túnio em “bebidas de prazer”, mais me chafurdei...no

charco de mim mesma.

Em vigorosa demonstração de poder, afirmou, triun-

fante, o magistrado:

-Como libertar semelhante fera humana ao preço de

rogativas e lágrimas?

Em seguida, fixando sobre ela as irradiações que lhe

emanavam do temível olhar, asseverou peremptório:

-A sentença foi lavrada por si mesma! Não passa de

uma loba, de uma loba, de uma loba...”

À medida que repetia a afirmação, qual se procurasse

persuadi-la a sentir-se na condição do irracional men-

cionado, notei que a mulher, profundamente influenciá-

vel, modificava a expressão fisionômica. Entortou-se-lhe

a boca, a cerviz curvou-se, espontânea, para a frente, os

olhos alteraram-se, dentro das órbitas. Simiesca expres-

são revestia-lhe o rosto.

Via-se, patente, naquela exibição de poder, o efeito

do hipnotismo sobre o corpo perispirítico.

Parte do Item 4 – Programa II – Feb

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O PROCESSO DE ZOANTROPIA

611. A comunhão de origem dos seres vivos no princípio inteligente não é a consagração da doutrina da metemp-

sicose? - Duas coisas podem ter a mesma origem e não se assemelharem em nada mais tarde. Quem reconheceria a ár-

vore, suas folhas, suas flores e seus frutos no germe informe que se contém na semente de onde saíram? No momen-

to em que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período de humanidade, não

tem mais relação com o seu estado primitivo e não é mais a alma dos animais, como a árvore não é a semente. No

homem, somente existe do animal o corpo, as paixões que nascem da influencia do corpo e os instintos de conserva-

ção inerente à matéria Não se pode dizer, portanto, que tal homem, é a encarnação do Espírito de tal animal, e. por

conseguinte a metempsicose, tal como a entendem, não é exata.

612. O Espírito que animou o corpo de um homem poderia encarnar-se num animal?

- Isso seria retrogradar, e o Espírito não retrograda. O rio não remonta à nascente. O LIVRO DOS ESPÍRITOS – CAP 11 – OS TRÊS REINOS – ALLAN KARDEC

METEMPSICOSE

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DESVENDANDO A CRIAÇÃO

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Simultaneamente, James, Richet e Lodge desenvolve-

ram o interesse comum pelas pesquisas psíquicas e uma

longa amizade. Nestas pesquisas, Zollner elabora a teoria

da 4ª dimensão.

Interligados pelos estudos sobre hipnotismo com

Charcot, surgiram trabalhos específicos de Richet e de

Freud. A este último se deve o esforço para a caracteri-

zação psicológica dos distúrbios mentais e a descoberta

do inconsciente. Todavia, Jung penetra de forma mais

abrangente nos segredos da alma humana, recorrendo a

seus antecedentes históricos.

A dimensão espiritual ou extrafísica é, pois, procura-

da pelas pesquisas em torno de medianeiros entre os

mundos espiritual e corporal e, ao mesmo tempo, pelas

análises das manifestações e reações do próprio ser en-

carnado, via psicanálise e as várias expressões da psicolo-

gia.

Nas exteriorizações do homem encarnado, do ser

desencarnado e na espiral evolutiva, depreende-se a exis-

tência de uma Força Superi-

or. O “arqueu” de Paracelso,

o fator espiritual na evolução

defendido por Wallace, o

continuum de consciência

cósmica de William James, a

“noosfera” de Chardin e o

arquétipo de Jung, no fundo,

procuram refletir um elo en-

tre matéria e espírito que,

mais centrado neste último, organiza e direciona o pri-

meiro. A evolução material não ocorre ao acaso. A Dire-

triz Divina, o plano espiritual e o perispírito – com os

registros das experiências – possibilitam a sequência lógi-

ca dos eventos materiais e espirituais. O corpo, como

escreveu Beenjamin Franklin, “reaparecerá numa nova e

mais elegante edição, revista e corrigida pelo Autor”.

Grandes físicos e/ou astrônomos – Newton, Kepler,

Crookes, Flammarion, Lodge e Eisten – ao penetrarem

nos detalhes do micro e do macrocosmos, se extasiam

ante a grandiosidade e a perfeição do Universo, e exal-

tam o Criador!

O s homens arrolados nesta obra, como idealis-

tas, pensadores e pesquisadores, genericamente se ca-

racterizam como desbravadores das relações entre ma-

téria e espírito. Dedicando-se as áreas físicas ou às rela-

ções bio-psico-sociais, contribuíram

para o melhor conhecimento da

Natureza e do Homem.

Vidas, fatos e obras não são fenô-

menos isolados.

Intuitiva e misticamente pressen-

tida por Bacon e por Paracelso, a

relação fluídica entre as dimensões

corporais e espirituais começou a

ser “vista” por Swedenborg e tatea-

da por Mesmer.

Mesmer ensejou que o magnetismo facilitasse a aten-

ção de Kardec para o estudo dos fenômenos mediúni-

cos. Por outro lado, suscitou investigações nas inter-

relações fisiológicas e mentais.

Lombroso busca explicações antropológicas e neuro-

lógicas para decifrar a delinqüência. Nas incursões pela

psicologia, William James procurou fundamentos fisioló-

gicos e evolucionários para balizar a psicologia experi-

mental.

Um congresso sobre Hipnotismo reúne, Lombroso,

James, Richet e Freud, com Charcot.

“Nas exteriorizações do homem encarnado, do ser desencarnado e na espiral evolutiva, depreende-se a existência de uma Força

Superior.”

Q uando os Espíritos nos falam que devemos

intelectualizar a matéria, estão abrindo por-

tas outros horizontes da vida, para que pos-

samos nos servir de tudo no grande trans-

formismo, por ser lei operante no cinetismo universal.

Compreendemos, pois, na atualidade, que a água

sorvida todos os dias não somente serve para saciar a

sede, mas esse ato tem outros objetivos, como seja

purificar a própria água pela força do progresso, para

mais elevadas, e que precisam dos elementos mais sutis.

Assim com os alimentos, com as vestes, com a própria

luz.

O Espírito leva vantagens valiosas em tudo aquilo

que utiliza, nos dois aspectos: ser servido e servir de

instrumentos de Deus para a purificação das coisas. Tu-

do vem do Criador, portanto, a irmandade está em tudo

que avança e atinge a luz da razão, partindo daí para se-

quências sem fim.

DÁDIVAS DIÁRIAS

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D e acordo com a Organização Mundial de Saúde

(OMS), 16% da população brasileira é fumante.

Estima-se que em países desenvolvidos, 26% das mortes

masculinas e 9% das mortes femini-

nas podem ser atribuídas ao taba-

gismo. Sendo assim, o tabagismo é

uma importante causa de morte

em todo o mundo.

Mesmo o Estando tendo arreca-

dação de quase 80% do valor que

os fumadores pagaram por causa

do maço de cigarros que conso-

mem, o custo social é muito maior.

Os usuários pagam caro por um

produto que os levam a arcar com

tratamentos de saúde resultantes

do seu uso, que muitas vezes não

são cobertos por planos de saúde.

Seus efeitos nocivos à saúde são

diversos e afetam tanto a quem fuma (fumante ativo)

quanto a quem apenas inala a fumaça (fumante passivo).

OS EFEITOS DO CIGARRO: Muitos são os danos do

cigarro ao corpo humano. Dentre os órgãos mais afetados

está o pulmão, que é composto de pequenas estruturas

chamadas alvéolos pulmonares, que são responsáveis pelas

trocas gasosas do sangue. O fluxo de sangue e a irrigação

sanguínea entre o coração e o pulmão são muito intensos

e a fumaça prejudica diretamente seu funcionamento.

Com o passar do tempo, os alvéolos pulmonares vão sen-

do cimentados pelos componentes da fumaça do cigarro,

deixando de fazer sua função. Por esse motivo os fuman-

tes sentem-se tão cansados e sem ar.

VOCE FUMA?

As principais doenças associadas ao tabagismo são: Cân-

cer(pulmão, rins,laringe, cabeça, pescoço, mamas,

bexiga, esôfago, pâncreas e estômago), leucemia, cân-

cer de pele, fígado, colo uterino, intestinos, vesícula biliar

e adrenal também aumentam consideravelmente, além

de correlação com tumores infantis.

Outras doenças relacionadas ao cigarro são as cardiovas-

culares, acidentes vasculares cerebrais, doenças vascular

periférica, distúrbios respiratórios (como bronquite,

doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema),

tromboangeite obliterante ( que podem levar a ampu-

tação de membros), impotência sexual, catarata, redu-

ção da memória e dificuldade de aprendizado.

INGREDIENTES MORTAIS: O cigarro contém mais

de 4700 substâncias tóxicas, sendo que pelo menos 60

delas são cancerígenas. Alguns dos ingredientes da sua

formulação você conhece bem: acetona (também usada

para tirar esmalte de unha), arsênico (veneno), buta-

no (combustível do isqueiro), formol (conservante),

metanol (combustível), amônia (usado em produtos de

limpeza), fósforo, naftalina, alcatrão, dentre outros.

LEI ANTI-FUMO: Desde o dia 7

de agosto de 2009, em todo o Esta-

do de São Paulo é proibido fumar

em ambientes fechados de uso cole-

tivo. A nova legislação foi um im-

portante passo em defesa da saúde

pública, principalmente se tratando

dos fumantes passivos, que é a ter-

ceira maior causa de mortes evitá-

veis no mundo, segundo a OMS.

A medida de restrição, que já ti-

nha sido adotada em cidades como

Nova York, Londres, Paris e Bue-

nos Aires, estimula uma mudança

de comportamento com reflexos

diretos na saúde, mediante campa-

nhas educativas e fiscalização pelo poder público, com a

colaboração da popula-

ção. REVISTA OBJETIVA

ITANHAÉM-SP

PULMÃO DE UM FUMANTE

INGREDIENTES MORTAIS DO CIGARRO

FIQUE ATENTO AO QUE O SEU “PSICÓLOGO DE DEDO” TE CAUSA

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N ão perca a tua fé entre as sombras do mundo. Ainda que teus pés estejam sangrando, segue para frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mes-mo.

Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera com paciência. Tudo passa e tudo se renova na Terra, mas o que vem do

Céu permanecerá. De todos os infelizes, os mais ditosos são os que perderam

a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortú-nio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha. Luta e serve. Aprende e adianta-te. Brilha a alvorada, além da noite. Hoje é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e

te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçan-do-te com a morte...

Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.

Av Emb.PEDRO DE TOLEDO,382

Jd. AGUAPEÚ

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Tel: (013) 3448- 3218 (013) 9629-9317

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Candeia

GR U PO D E E S TU D O S

E S PÍR IT A

“ L É O N D E N IS ”

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ANO III n° 18 JULHO E AGOSTO de 2012

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“Os pensamentos são

vibrações que percorrem o uni-

verso com o estímulo que os sen-

timentos derem a eles.” MIRAMEZ –JOÃO NUNES MAIA

DIRETORIA

Presidente VERA LÚCIA S.N PEREIRA

Vice Presidente

DIONÍCIA MENDEZ RIVERA 1º Secretário

PARAGUASSU NUNES PEREIRA 2º Secretário

MARCIA SINIGAGLIA N. PEREIRA 1º Tesoureiro

JOSÉ ALVAREZ RIVERA

2º Tesoureiro DURVALINO BARRETO

Conselho Fiscal

MARIA ISABEL MACEDO, ADIRSON PEREIRA GOMES e RAMATHIS MACEDO DA ROCHA

—-oooOOOooo—-

Responsáveis pelo CANDEIA PARAGUASSU N PEREIRA e VERA LÚCIA S.N

PEREIRA

Revisão JOSÉ A.RIVERA, PARAGUASSU N. PEREIRA e

VERA LÚCIA S.N. PEREIRA Diagramação

PARAGUASSU NUNES PEREIRA Impressão

GRÁFICA ITANHAÉM

(013) 34222-2077 - ITANHAÉM-SP

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Boletim Informativo do Grupo de Estudos Espírita “Leon Denis”

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Q uando nada mais resta a pedir

Solicito a Deus

Que eu possa a Deus todos servir

Trazendo a Divina Palavra

Para o amanhã belo despontar

Já que tudo a mim foi dito

E que minha fé

Baseada no Criador está

Peço pela saúde do meu irmão

Pela sua iluminação

E pelo nobre reconhecimento

Da simples Verdade!

Pois o amor está em todo lugar:

Na estrela que estou a olhar

E no imponente mar

Na criança a chorar

E no pássaro a voar.

Como a vida é também movimento

Espero a vós alegrar

Ventura transmitir

Em Deus criar.(...)

Mesmo há eternidades carrego sublime fardo Em que vossos corações almejo

Qual suave dardo

Renovar com plenitude

E nobreza de atitude...

Sim, há muito carrego suave cruz:

Sou vosso irmão Grande Amigo,

O sempre Companheiro,

JESUS

QUANDO NADA MAIS RESTA

A PEDIR...

Página 11

Ó Senhor, tu sabes melhor do que eu que es-

tou envelhecendo a cada dia.

Sendo assim, Senhor, livra-me da tolice de achar que

devo dizer algo, em toda e qualquer ocasião.

Livra-me, também, Senhor, deste desejo enorme

que tenho de querer pôr em ordem a vida dos outros.

Ensina-me a pensar nos outros e a ajudá-los, sem

jamais me impor sobre eles, mesmo considerando com

modéstia a sabedoria que acumulei e que penso ser

uma lástima não passar adiante.

Tu sabes, Senhor, que desejo preservar alguns

amigos e uma boa relação com os filhos, e que só se

preserva os amigos e os filhos quando não há intromis-

são na vida deles.

Livra-me, também, Senhor, da tolice de querer

contar tudo com detalhes e minúcias e dá asas à minha

imaginação para voar diretamente ao ponto que inte-

ressa.

Não me permita falar mal de alguém.

Ensina-me a fazer silêncio sobre minhas dores e

doenças ...

Elas estão aumentando e, com isso, a vontade de

descrevê-las vai crescendo a cada ano que passa.

Não ouso pedir o dom de ouvir com alegria a

descrição das doenças alheias; seria pedir muito.

Mas, ensina-me, Senhor, a suportar ouvi-las com

paciência.

Ensina-me a maravilhosa sabedoria de saber que

posso estar errado(a) em algumas ocasiões.

Já descobri que pessoas que acertam sempre são ma-

çantes e desagradáveis.

Mas, sobretudo, Senhor, nesta oração de enve-

lhecimento, peço: mantenha-me o mais amável possí-

vel.

Livrai-me de ser santo(a). É difícil conviver com

santos !

Mas um(a) velho(a) rabugento(a), Senhor, é obra

prima do mal! Poupe-me, por misericórdia.

E proteja-me contra os mal intencionados ...

Assim seja !

ORAÇÃO PARA NÃO

FICAR RABUJENTO

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ANO III n° 18 JULHO E AGOSTO de 2012

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ANIVERSÁRIO DO GRUPO DE ESTUDOS ESPÍRITA

“LÈON DENIS” - GEELD

O CANDEIA parabeniza o Grupo de Estudos Espírita “Léon Denis” -GEELD, pelo seu 5º Aniversário.

Que seus propósitos elevados sejam uma constante a todos os que chegam.