Cap 16 Os Seguidores e os Críticos de Kant

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Os seguidores e os críticos de Kant Profº José Ferreira Júnior

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Idealistas e Realistas; o idealismo romântico na Alemanha; Fichte e Schelling; Georg Hegel; Kierkegaard; Arthur Schopenhauer; Friedrich Nietzsche.

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Os seguidores e os críticos de

Kant

Profº José Ferreira Júnior

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A filosofia racionalista teve duas

derivações principais: o idealismo e o realismo.

Ambas foram fundadas pela crítica ao pensamento de Kant.

Os IDEALISTAS abraçam a crítica da razão pura de Kant.

Os REALISTAS se baseiam na crítica da razão prática.

Idealistas e Realistas

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Com origem na Alemanha, a filosofia

idealista propagou-se para a França e posteriormente para a Inglaterra, Itália e Estados Unidos.

A preocupação científica manteve-se influente, mas agora com um sensível desenvolvimento da lógica, da psicologia, da filosofia da natureza, da filosofia política, bem como da estética, da educação e dos estudos sobre a linguagem.

Idealistas e Realistas

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As bases do IDEALISMO vieram de Kant,

que foi o primeiro a tentar conciliar os conflitos que opunham a realidade e a razão, assegurando a prioridade da mente sobre a natureza sem, contudo, invalidar os princípios da investigação científica.

A ideia kantiana de LIBERDADE INTERIOR se tornou inspiração dos gênios criativos.

O idealismo romântico na Alemanha

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O conceito de uma mente criativa e livre

passou a fornecer a base para a ética, a estética e a religião.

O movimento filosófico idealista desenvolveu-se intimamente ligado ao movimento artístico e literário denominado Romantismo.

O Romantismo era caracterizado pela ideia de criatividade e liberdade de espírito.

O idealismo romântico na Alemanha

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Causas históricas podem explicar o

surgimento e a rápida expansão do idealismo na Alemanha. Final do século XVIII e no começo do

seguinte, a Alemanha encontrava-se totalmente fragmentada.

A nação era formada por aproximadamente 300 territórios independentes que competiam entre si.

Predominava na região o regime de servidão.

Qualquer manifestação de pensamento era vista como uma ameaça tolhida com rigor.

O idealismo romântico na Alemanha

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A ideia de liberdade era divulgada, mas

não a liberdade em si. Não havia liberdade na prática.

O Romantismo teve início na Alemanha, mas alcançou toda a civilização ocidental.

Atingiu a criação poética e literária com Goethe e Schiller, a música com Beethoven e Brahms, as artes plásticas com a Escola de Berlim, além da filosofia.

O idealismo romântico na Alemanha

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O Romantismo nasceu como uma reação,

principalmente dos jovens, contra o modelo racionalista apregoado pelo Iluminismo.

Foi uma forma de conceber o homem não só como detentor de razão, mas também de sentimento.

A aquisição do conhecimento era resultante da interação entre a razão e o sentimento.

O idealismo romântico na Alemanha

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O Romantismo significou uma ruptura com a

educação cristalizada, fundamentada apenas no desenvolvimento da razão, e conferiu ao ser humano o direito de ter a sua interpretação pessoal do mundo.

Uma das características marcantes do Romantismo é o amor à natureza e à sua mística: o homem faz parte da natureza, assim como a natureza faz parte do homem.

O idealismo romântico na Alemanha

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As personagens da literatura

romântica são essencialmente portadoras de ideias, especialmente do ideal da liberdade.

Algumas exprimem a rebeldia política e social, outras combatem os preconceitos aristocráticos.

O idealismo romântico na Alemanha

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Fichte e Schelling

Toda realidade é produzida apenas pela imaginação.

Fichte

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O idealismo romântico (dialético), levou

ao máximo a racionalidade da ideia. Os primeiros grande idealistas dialéticos

foram: FICHTE com predomínio dos aspectos

éticos da filosofia; SCHELLING com predomínio da natureza; HEGEL com predomínio da ideia de

absoluto.

Fichte e Schelling

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Foi extremamente influenciado pela

obra de Kant. Alcançou o posto de professor na

Universidade de Iena ao apresentar um estudo sobre a filosofia kantiana, acrescentando-lhe algumas modificações, que a adequavam ao idealismo.

Fichte e SchellingF

ICH

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Teve que deixar a Universidade de Iena

sob a acusação de ser ateu, transferindo-se para a Universidade de Berlim, onde foi nomeado seu primeiro reitor.

Promoveu uma campanha nacionalista, de defesa e de unificação dos Estados alemães.

Ficaram particularmente famosos seus Discursos à nação alemã, de 1807 e 1808.

Fichte e SchellingF

ICH

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É considerado o fundador do nacionalismo alemã,

elemento fundamental na luta pela unificação do país, que só se consumaria em 1871.

Segundo seu idealismo, o pensamento do indivíduo é o único instrumento hábil para explicar a realidade

O espírito humano, livre e absoluto, poderia ser considerado o ponto de partida de todo e qualquer conhecimento que se pretende alcançar, demonstrando, assim, que a atividade de reflexão do homem possuiria um caráter infinito, ao explicar tudo o que existe ao seu redor.

Fichte e SchellingF

ICH

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O processo de conhecimento de

um objeto se daria na chamada forma dialética, a qual caminharia sucessivamente pelas seguintes etapas: TESE ANTÍTESE SÍNTESE

Fichte e SchellingF

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TESE

Primeiramente, a consciência se contemplaria a si mesma, num processo de autoanálise, descobrindo as suas determinações fundamentais, ou seja, o seu “eu absoluto”.

Fichte e SchellingF

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ANTÍTESE

Na segunda etapa, esse “eu absoluto” entraria em confronto com os pensamentos inconscientes, contrários às suas próprias estipulações, que formariam o “não-eu”.

Fichte e SchellingF

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SÍNTESE

Num terceiro momento, a partir do surgimento do choque de ideias entre o “eu absoluto” e o “não-eu”, aconteceria o pretendido conhecimento do objeto, promovendo, então, a unificação entre a realidade humana (mundo sensível) e seu pensamento (mundo inteligível).

Da síntese reinicia-se o movimento do pensamento (tese – antítese – síntese).

Fichte e SchellingF

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TE

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Foi assistente e sucessor de Fichte na

Universidade de Iena. Assim como seu mestre, que o influenciou,

também partia do princípio da infinitude do pensamento, considerando como único conhecimento possível aquele que se estabelece na consciência do ser humano, em contraposição à ideia de que o homem conhece somente a partir de suas experiências concretas.

Fichte e SchellingS

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Suas ideias davam grande ênfase à

natureza. Concebeu a natureza como uma

totalidade viva e independente, que se basta e se explica a si mesma.

Ela é o espírito adormecido que emerge como consciência de se mesmo no homem, como efeito da evolução.

Fichte e SchellingS

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A natureza e a consciência identificam-

se no plano das ideias racionais contidas no chamado eu absoluto, superando, assim, qualquer oposição existente entre o sujeito e o objeto a ser conhecido.

Por meio da atividade artística que se poderia captar de forma consciente o mundo exterior, devendo a filosofia apontar para esse caminho, como forma de encontrar o autoconhecimento pleno.

Fichte e SchellingS

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Georg Hegel

O absoluto é o universal e uma ideia

que, como autojustificativa, se particulariza num sistema de ideias

determinadas.Hegel

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Nasceu em Stuttgart. Estudou filosofia e teologia na

Universidade de Tübingen e foi um entusiasta da Revolução Francesa.

Lecionou em Iena, Nuremberg, Heidelgerb e em Berlim.

Georg Hegel

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Propôs-se a desenvolver uma série de

critérios que possibilitassem ao homem um modo histórico de reflexão.

Entendia que a forma de pensar do homem seria variável de acordo com o tempo.

Assim, seria impossível determinar uma verdade universal.

Georg Hegel

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A VERDADE UNIVERSAL seria válida

para todos os homens em todas as suas gerações, ou seja, vigoraria independente do tempo e do espaço.

A filosofia hegeliana apóia-se na própria história, uma vez que o pensamento humano se encontraria vinculado ao elemento temporal e o ser estaria em constante transformação.

Georg Hegel

Page 27: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Cada época, cada povo, teria sua

própria verdade. A história constitui o ponto

central das ideias de Hegel, uma vez que ela determina a maneira como as pessoas pensam e agem em determinado período de tempo.

Georg Hegel

Page 28: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

O fundamento de uma ideia é o

contexto em que ela se encontra inserida, ou seja, o tempo histórico será a condição necessária para determinarmos a racionalidade dessa forma de pensar.

Exemplo: mulher (passado e presente).

Georg Hegel

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O que o pensamento do filósofo realça

é que cada época tem seus valores, sua verdade.

O contexto histórico é configurado em uma determinada unidade de tempo, que se transforma pela adaptação aos conceitos estabelecidos pelo próprio homem, em um constante processo de mutabilidade.

Georg Hegel

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Esse processo de mutabilidade é evolutivo:

um pensamento está vinculado ao contexto histórico em que se insere e evolui à medida que acrescentamos algo novo.

A humanidade está sempre se desenvolvendo, progredindo dentro dos respectivos contextos históricos, para encontrar a consciência de si mesma, o autoconhecimento. Hegel chama a isso de “espírito do mundo”.

Georg Hegel

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Retomando o idealismo de Fichte, Hegel

diz que a progressão do pensamento não acontece por força do acaso, mas por meio de um processo dialético que convém recordar.

O processo dialético é formado pela contraposição de uma tese (ideia) a uma antítese (ideia contrária à tese), que dá origem a uma síntese (conclusão).

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Um determinado pensamento

sempre surgirá com base em pensamentos formulados anteriormente.

Quando consolidado (tese), esse pensamento encontrará necessariamente uma forma de pensar oposta (antítese), o que ocasionará um elo.

A DialéticaG

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Esse elo será rompido por um

terceiro pensamento, que reunirá o que há de melhor em ambos (síntese).

Esse terceiro pensamento formará uma nova tese, dando origem a um novo ciclo.

A DialéticaG

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Se aplicarmos à própria história

da filosofia as concepções hegelianas de tese-antítese-síntese, verificamos que os conhecimentos filosóficos avançaram seguindo esse movimento.

A DialéticaG

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Exemplo:conhecimento do

homemDescartes

RACIONALISMOTESE

HumeEMPIRISMOANTÍTESE

KantCRITICISMOSÍNTESE

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Considera o ser humano como parte de

um todo, confirmando, desse modo, a grande importância atribuída pelo filósofo ao meio histórico em que o indivíduo está inserido.

O chamado espírito do mundo somente pode ser compreendido tendo em conta uma determinada coletividade, da qual não podemos desligá-lo.

A DialéticaG

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Conceito de espírito. “Mas que é o espírito? É o único

Infinito Imutavelmente homgêneo – a Identidade pura – que, em sua segunda fase, se separa de si mesmo e faz desse segundo aspecto seu próprio oposto polar, ou seja, como existência por si e em si em contraste com o universal”.

A DialéticaG

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O caminho para o

autoconhecimento do ser humano rumo ao desenvolvimento do espírito do mundo deve passar por 3 etapas:

1ª - Razão Subjetiva 2ª - Razão Objetiva 3ª - Razão Absoluta

A DialéticaG

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1ª - Razão Subjetiva

Quando o espírito do mundo toma consciência de si mesmo no homem.

2ª - Razão Objetiva O espírito do mundo se conscientiza em nível

social (família, sociedade civil e Estado). 3ª - Razão Absoluta

O espírito do mundo atinge seu ponto mais elevado tomando consciência de si ao utilizar a filosofia, que demonstra seu papel no contexto histórico.

A DialéticaG

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Na razão objetiva, encontra-se o Estado

que consiste no grau máximo de agrupamento entre os diversos interesses contraditórios dos indivíduos que o compõem.

A família e a sociedade civil estariam situadas em um patamar inferior ao do Estado, pois não teriam a possibilidade de superar os antagonismos que imperam na esfera social.

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Somente o Estado, único e

soberano, pacificaria as possíveis tensões existentes na coletividade, pois, em seu manto, todos reconheceriam a necessidade de atuar em prol do bem comum.

Essa concepção foi utilizada para fundamentar os Estados totalitários do século XX.

O EstadoG

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O conceito de liberdade em Hegel

está associado à noção de Estado. Identifica o Estado com o Absoluto,

uma vez que o homem necessita da vida social para determinar a razão de seus pensamentos.

O Estado é a instituição responsável por instaurar todo o corpo de leis que regula a vida social.

O EstadoG

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Não há liberdade sem leis e onde há

lei, há necessariamente liberdade, de modo que o emprego do termo liberdade é determinado pelo direito de obedecer à lei, uma vez que aquele que faz as leis e os que a cumprem fazem parte do mesmo todo, cujo objetivo é a realização plena da Verdade.

O EstadoG

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Definição de Estado:

“O Estado é a Ideia do Espírito na manifestação exterior da Vontade Humana e de sua Liberdade”.

Hegel confere ao Estado o papel atribuído pelos filósofos medievais à Igreja.

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As relações entre Estados também

estão acima das normas morais, e o que deve prevalecer é o interesse de cada Estado.

Defende a concepção de que o Estado fundamentaria a própria sociedade, não sendo necessário recorrer à ideia de Estado de natureza.

O EstadoG

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Kierkegaard e a Crítica ao Realismo

A subjetividade é a verdade; a

subjetividade é a realidade.

Kierkegaard

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Nasceu em Copenhague, na Dinamarca. Proveniente de uma família de

intelectuais abastados. Estudou teologia entre 1830 e 1840,

atendendo aos desejos do pai. Suas várias e graves crises de fé o

impediram de seguir carreira como pastor luterano.

Com a morte do pai passou a viver da fortuna herdada.

VidaK

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Pensamento Filosófico

Contestou a supremacia da razão como único instrumento capaz de estabelecer a verdade, tal como Hegel propunha.

Como pensador cristão, defendeu o conhecimento que se origina da fé.

Afirmava que a existência humana possui três fases:

Fase estética; Fase ética; e Fase religiosa.

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Pensamento Filosófico

FASE ESTÉTICA: satisfação de seus desejos, guiado pelo prazer;

FASE ÉTICA: o indivíduo deixa-se guiar pela consciência do valor sobre o certo e o errado, do que é moral e justo. Vivencia o problema da liberdade e da contradição entre o prazer e o dever;

FASE RELIGIOSA: o indivíduo vai além da lei, da moral e da razão, deixando-se guiar pela fé.

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Pensamento Filosófico

Cabe ao homem escolher em que fase ele quer viver, já que se trata de fases que se excluem entre si.

Essas fases podem ser entendidas como etapas pelas quais o homem passa durante a sua existência.

Primeiro viria a estética, depois a ética e, por último, a religiosa, que seria a mais elevada.K

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Page 51: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Pensamento Filosófico

Sua principal crítica à filosofia hegeliana se deve ao fato de ela não levar em consideração a subjetividade humana.

Para ele, nenhum sistema de pensamento consegue dar conta (pensar tudo) da experiência ampla e única da vida individual.

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Pensamento Filosófico

Opondo-se à filosofia sistemática de Hegel e a seu caráter abstrato, procurou destacar as condições específicas da existência humana e incorporá-las às reflexões filosóficas.

É normalmente considerado o “Pai do Existencialismo”.

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Pensamento Filosófico

Em sua obra, procurou analisar os problemas da relação existencial do homem com o mundo, consigo mesmo e com Deus.

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Pensamento Filosófico

A RELAÇÃO DO HOMEM COM O MUNDO

É dominada pela angústia. A angústia é entendida como o

sentimento profundo que temos ao perceber a instabilidade de viver num mundo de acontecimentos possíveis, sem garantia de que nossas expectativas sejam realizadas.

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Pensamento Filosófico

A RELAÇÃO DO HOMEM CONSIGO MESMO

É marcada pela inquietação e pelo desespero.

Isso ocorre por duas razões fundamentais: ou porque o homem nunca está plenamente satisfeito com as possibilidades que realizou, ou

Porque não conseguiu realizar o que pretendia, esgotando os limites do possível e fracassando diante de suas expectativas.

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KIERKEGAARD:a experiência única da vida

A RELAÇÃO DO HOME COM DEUS

Seria talvez a única via para a superação da angústia e do desespero.

É marcada pelo paradoxo de ter de compreender pela fé o que é incompreensível pela razão.K

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SCHOPENHAUER:Vida

Nasceu em Dantzing, na Alemanha. Filho de comerciantes prósperos,

estudou nas universidades de Göttingen, de 1809 a 1811, e de Berlim, de 1811 a 1813, tornando-se docente em 1819.

Seus ataques a Hegel o tornaram impopular e o levaram a fixar-se em Frankfurt, como escritor independente.

Page 58: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

SCHOPENHAUER:Vontade e Representação

Atacou com maior veemência o pensamento hegeliano.

Em sua opinião, Hegel seria um verdadeiro “charlatão”, ao construir sua filosofia segundo os interesses do Estado prussiano.

Referia-se a Hegel como um “acadêmico mercenário”.

Obra: O mundo como vontade e representação.

Page 59: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

SCHOPENHAUER:Vontade e Representação

Sustenta que, como o conhecimento é uma relação na qual o objeto é percebido pelo sujeito, o homem não conhece as coisas como elas são, mas como elas podem ser percebidas e interpretadas.

“Tudo o que o mundo inclui ou pode incluir é inevitavelmente dependente do sujeito, não existindo senão para o sujeito. O mundo é representação”.

Page 60: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

SCHOPENHAUER:Vontade e Representação

Para existir o conhecimento do mundo, é preciso existir o sujeito.

A representação do mundo seria para ele como uma “ilusão”, pois o objeto conhecido é condicionado pelo sujeito.

Page 61: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

SCHOPENHAUER:Vontade e Representação

Mas, admite ser possível alcançar a essência das coisas, através do insight intuitivo, uma espécie de iluminação.

Nesse processo, a arte teria grande relevância, pois a atividade estética permitiria ao homem a compreensão da verdade.

Page 62: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

SCHOPENHAUER:Vontade e Representação

Pela arte, o sujeito se desprenderia de sua individualidade para fundir-se no objeto, numa entrega pura e plena.

Sua filosofia se caracteriza por uma visão pessimista do homem e da vida.

O ser humano seria essencialmente vontade, o que o levaria a desejar sempre mais, produzindo uma insatisfação constante.

Page 63: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

SCHOPENHAUER:Vontade e Representação

Essa vontade, que se expressa nas ações humanas, seria parte de uma vontade que anima todas as coisas da natureza.

Se a essência do homem e do mundo é essa vontade insaciável, Shopenhauer identifica aí a origem das lutas entre os homens, da dor e do sofrimento.

Page 64: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

SCHOPENHAUER:Vontade e Representação

A história é a história de lutas, onde “a infelicidade é a norma”, a regra geral.

Apenas pela arte a ascese, ou seja, o abandono de si, pode o homem se libertar da dor.

Page 65: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Friedrich Nietzsche

A moral não subsiste quando falta um

Deus que a sancione. O além é

absolutamente necessário quando se

quer conservar sinceramente a fé na

moral.Nietzsche

Page 66: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Nascido em Röcken, perto de Leipzig, na

Alemanha. Era filho e neto de pastores protestantes. Em 1858, conseguiu uma bolsa de estudos na

escola de Pforta. Na juventude, foi bastante influenciado pelo

Romantismo, tornando-se admirador de Schiller, que mais tarde iria criticar.

Na adolescência estudou a Bíblia e os autores clássicos da cultura grega.

Friedrich Nietzsche

Page 67: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Em Bonn estudou filosofia e teologia,

passando por um curto período de intensa boemia.

Em 1869, tornou-se professor de filologia grega na Universidade da Basiléia, na Suíça.

Em 1879 deixou de dar aulas, devido à saúde precária.

De 1883 a 1885, escreve sua principal obra, Assim falou Zaratustra (expõe as ideias do eterno retorno e da derrota da moral cristã pelo super-homem).

Friedrich Nietzsche

Page 68: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Em 1889, sofre uma crise de loucura da

qual não se recuperará até sua morte. Nietzsche considerava-se o sucessor de

Schopenhauer e defendeu a primazia da vontade.

A parte mais significativa do seu pensamento refere-se à ética e à crítica da religião (1872), marca o início da reflexão sobre a cultura grega e sua influência no desenvolvimento do pensamento ocidental.

Friedrich Nietzsche

Page 69: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Segundo Nietzsche, existem dois elementos

fundamentais e antagônicos: ESPÍRITO APOLÍNEO: que representa a ordem, a

harmonia e a razão; vinculado ao deus Apolo, símbolo da luz, da razão e da beleza masculina, associado à música e à poesia, às profecias e à moralidade.

ESPÍRITO DIONISÍACO: que representa o sentimento, a ação e a emoção; ligava-se a Dioniso, deus grego do vinho e da fertilidade, símbolo do drama.

Friedrich Nietzsche

Page 70: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Na cultura ocidental, o espírito apolíneo é

mais forte do que o dionisíaco, e o papel da filosofia seria o de libertar o homem dessa tradição para encontrar-se com o niilismo.

O niilismo de Nietzsche conduz o homem ao encontro de valores que sejam afirmativos de sua existência real, de sua vontade de poder, para que possa escapar dos valores e das crenças tradicionais, como aqueles impostos pelo cristianismo, que pregou valores distintos.

Friedrich Nietzsche

Page 71: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Na obra A origem da tragédia no espírito da

música, afirma que a verdadeira virtude do homem havia sido corretamente trabalhada pelos pré-socráticos, que consagravam a liberdade do elemento emocional.

A moral defendida por Nietzsche é radicalmente anticristã e o seu objetivo último é o poder.

Para Nietzsche a verdadeira virtude é característica de uma minoria de indivíduos, que deve sobrepujar as massas medíocres, formadas por homens “inferiores”, que cultivam essencialmente o ressentimento.

Friedrich Nietzsche

Page 72: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

O ETERNO RETORNO pode ser

considerado a fórmula que sintetiza todo o pensamento de Nietzsche.

Coloca-se em oposição frontal ao platonismo e ao cristianismo, considerando-os uma espécie de platonismo popular.

Rejeita qualquer distinção entre este mundo e outro, seja o mundo inteligível de Platão ou o paraíso cristão.

Friedrich Nietzsche

Page 73: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Para Nietzsche, só este mundo é

real com suas cores e movimentos, em constante mudança.

Não admite a existência de uma outra realidade que seja inteligível, única e imutável.

Nega a existência de uma verdade necessária e universal.

Friedrich Nietzsche

Page 74: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Para ele, há apenas perspectivas diversas sobre

um real que está em permanente transformação e que se repete num eterno retorno.

Segundo Nietzsche, devemos aceitar a vida como ela é, e o eterno retorno consistiria num verdadeiro teste pelo qual o homem deveria passar: a vida, revivida inúmeras vezes, não trazendo nada de novo, tudo ocorrendo na mesma ordem e na mesma sucessão, pode levá-lo à destruição ou à exaltação, dependendo de sua capacidade para superar e admitir essa contínua repetição.

Friedrich Nietzsche

Page 75: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Friedrich Nietzsche

Nietzsche considerava o super-homem como a própria expressão da vontade de poder, determinando a nova ordem de valores.

Um líder guerreiro, altamente disciplinado, capaz de ser cruel quando as suas conquistas o exigirem.

Page 76: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Nietzsche considera que o cristianismo tem um

efeito degenerativo, porque doma o espírito e enfraquece a vontade de poder com a sua condenação do orgulho, da paixão, da cólera, dos instintos de guerra e de conquista.

O filósofo deplora o arrependimento e a redenção; em vez da figura do santo cristão, em sua essência, é a própria vontade de poder, desvinculado dos conceitos cultivados pela sociedade.

O santo cristão é um produto da medo do inferno, e não do amor à humanidade.

Friedrich Nietzsche

Page 77: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Apenas a vontade de poder permite ao homem

ultrapassar a si mesmo, em direção ao super-homem.

O filósofo afirma: O super-homem é o sentido da terra. Eu vos

conjuro, irmãos meus, a que permaneçais fiéis ao sentido da terra e não presteis fé aos que falam de esperanças supraterrenas.

Na obra Assim falou Zaratustra, composta de vários discursos, expõe as suas ideias sobre o homem e o seu comportamento diante de uma realidade desordenada, sem princípio, meio e fim.

Friedrich Nietzsche

Page 78: Cap 16   Os Seguidores e os Críticos de Kant

Só resta ao homem, diante do espetáculo

irracional do mundo, adotar três posturas: ser fraco, forte ou inocente.

Para explicar essas atitudes, recorre a uma metáfora envolvendo as figuras do camelo, do leão e do menino.

Assim, o homem passa da situação de: CAMELO: que aceita, ou melhor, carrega todos os

valores; LEÃO: que se revolta contra esses mesmos

valores; CRIANÇA: que é capaz de esquecer, de

recomeçar, de aceitar o jogo natural da criação e da vida.

Friedrich Nietzsche

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CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São

Paulo: Ática, 2012.

Referência Bibliográfica