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FROTAS ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1440, DE 13 ABRIL DE 2012, E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Pequeno-almoço/debate da “Vida Económica” reúne principais operadores do setor Capital de consultoria ameniza efeitos da crise para renting automóvel Págs. VIII a XI Simulação feita à “Vida Económica” pela LeasePlan Comerciais derivados mais caros em renting do que modelos de passageiros Pág. III Simulação da Europcar para a “Vida Económica” Rent-a-car usam flexibilidade como trunfo Pág. VIII Oliveira Martins, vice-presidente da ALF, prevê “Renting continuará a aumentar o seu peso no setor automóvel em 2012” Pág. III Nuno Braga, diretor-geral de vendas Toyota e Lexus, acusa Subida do ISV nos comerciais é “erro claro na política fiscal do Governo” Pág. VII Softwares de gestão de frotas otimizam custos e eficiência operacional Pág. XV

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FROTASESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA

Nº 1440, DE 13 ABRIL DE 2012,E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

Pequeno-almoço/debate da “Vida Económica” reúne principais operadores do setor

Capital de consultoria ameniza efeitos da crise para renting automóvelPágs. VIII a XI

Simulação feita à “Vida Económica” pela LeasePlan

Comerciais derivadosmais caros em rentingdo que modelosde passageirosPág. III

Simulação da Europcarpara a “Vida Económica”

Rent-a-car usamfl exibilidade como trunfo

Pág. VIII

Oliveira Martins, vice-presidente da ALF, prevê

“Renting continuará a aumentar o seu peso no setor automóvel em 2012”

Pág. III

Nuno Braga, diretor-geral de vendas Toyota e Lexus, acusa

Subida do ISV nos comerciais é “erro claro na política fi scal do Governo”

Pág. VII

Softwares de gestão de frotas otimizam custos e efi ciência operacional

Pág. XV

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AQUILES [email protected]

A mobilidade dos colaboradores tem uma importância crescente no orçamento das empresas. É neces-sário, por isso, haver uma criteriosa definição da melhor opção para a renovação do parque automóvel utilizado pelos colaboradores, ain-da mais em cenários económicos como o que se vive. O aluguer operacional de viaturas (AOV) tem ganho, desde a década pas-sada, uma importância acrescida, face à aquisição ou ao “leasing”.

De acordo com dados reunidos pela Associação Portuguesa de Le-asing, Factoring e Renting, o AOV sofreu o clima económico mais re-cessivo no ano passado. A descida foi de 5%, uma quebra ainda as-sim inferior à da generalidade do mercado, que caiu 30% em 2011.

Para este ano, as previsões dos operadores consultados pela “Vida Económica” apontam para um cenário semelhante ao do exer-cício anterior, com o cenário a degradar-se para o renting, mas com este modo de financiamento automóvel a defender-se, ainda as-sim, melhor do que a generalidade do mercado automóvel luso (ver o pequeno-almoço/debate). Uma área que pode vir a ganhar impor-tância em 2012 é o rent-a-car, pois, apesar de as rendas mensais serem mais caras do que as do AOV, per-mitem uma flexibilidade maior.

ALD com serviços associados

O renting ou aluguer operacio-nal é isso mesmo, um aluguer – e não um produto financeiro porque nos contratos não está prevista a passagem de propriedade ao clien-te –, em que o locatário paga uma renda mensal durante o período de tempo entre um e cinco anos. Esta renda, paga numa única fatura, inclui as revisões, o seguro contra danos próprios e as reparações. O contrato pode mesmo contemplar a gestão dos pneus e, até, dos com-bustíveis. Trata-se portanto, de um ALD, ao qual são acrescentados múltiplos serviços.

As empresas que se dedicam à atividade utilizam todo o tipo de veículos, embora os pesados com mais de seis toneladas de peso bru-to sejam raros, devido aos entraves colocados pela legislação em vigor. As vantagens do aluguer operacio-nal são muitas, mas resumem-se numa expressão cada vez mais uti-lizada: “outsourcing”. Um concei-to que faz com que as empresas se dediquem à sua atividade principal a 100%, deixando a carga buro-crática para especialistas e com vantagens económicas. Os preços

das rendas conseguem tornar-se atrativos, porque as gestoras de frota têm um poder negocial para compra e manutenção que, regra geral, as empresas não possuem de forma isolada.

No que se refere ao balanço da empresa, há a vantagem de os ve-ículos em questão não entrarem no balanço desta. No que se refere aos seguros, o aluguer operacional apresenta ainda o benefício de não se verificarem agravamentos. A natural concorrência na economia levou a que as empresas tomassem consciência das vantagens finan-ceiras e físicas, bem como da sim-plificação da gestão de frota que o aluguer operacional oferece, pelo que começaram a utilizá-lo.

Como já foi referido, os primei-ros clientes nacionais deste serviço foram as grandes empresas, que já conheciam os benefícios inerentes a uma gestão externa das frotas, com grande necessidade de veí-culos para realizar a sua atividade. Exemplo disto são os laboratórios farmacêuticos e as grandes empre-sas de distribuição.

Mais tarde, as PME, e mesmo os profissionais liberais, começa-ram a reconhecer vantagens neste tipo de aluguer e são estes mesmo os setores de maior potencial de crescimento, atualmente. Embo-ra mais lentamente, também os particulares começam a “render-se” a este sistema, sobretudo os profissionais liberais. Segundo os operadores, apenas os particulares que não trocam de carro com uma cadência de três ou quatro anos não têm vantagens em recorrerem ao “renting”.

MODALIDADE MANTÉM-SE, SEGUNDO GESTORAS DE FROTA, COMO OPÇÃO VANTAJOSA

Renting com queda muito inferior à do mercado automóvel

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Simplifica todas as tarefas de gestão da frota das empresas, que é entregue a especialistas com serviços adi-cionais diversos.

Utilização de imobi-lizado de terceiros, em termos jurídicos e económi -cos.

Acompanhamento in-formático por parte da empresa de aluguer operacional: gestão de faturas, de combustí-vel, do número de dias, utilizando viatura de substituição, etc.

O locatário nada mais tem que pa-gar além das rendas: a lo-cadora avisa nas alturas de manutenção

O mais interessante é que, feitas bem as contas, o con-trato de aluguer operacional acaba por fazer com que a mobilidade se torne mais ba-rata que em caso de compra, acrescida das manutenções, seguro, etc.

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A quilometragem anual tem implicações no que respeita aos encargos de manutenção com o veículo, devendo o locatário pagar uma verba adicional, caso exceda a quantidade de km previamente contratada.

Caso o prazo do contrato seja abreviado por rescisão da empresa cliente, há lugar a uma penalização, dependente consoante a locadora.

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A locação financeira oferece uma garantia de “cash-flow” através da sequência fixa das rendas mensais ao longo do período do contrato. Esta opção liberta as empresas locatárias de pressões de crédito com outras instituições.

Possibilidade de aquisição do bem no fim do contrato.

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Na hipótese de o contrato não ser to-talmente cumprido, há uma cláusula penal por rescisão antecipada.

Outras desvantagens foram já indicadas na aquisição a cré-dito ou a pronto e que também aqui se aplicam.

Embora a empre-sa cliente não seja proprietária do auto-móvel, é totalmente responsável pela sua danificação.

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Utilização de re-cursos financeiros da empresa para compra de veículos, em detrimento da sua aplicação em investimentos no negócio central.

O facto de ser um ativo na empresa, pelo que pode ser tributado.

Implementação de um serviço interno de gestão da frota com menor poder negocial que as em-presas de aluguer operacional.

Possibilidade de negoc iação do preço do veículo, dependendo do poder negocial do comprador.

Utilização de fundos próprios da empresa ou negociação de empréstimos, even-tualmente com taxas favoráveis.

Disponibilidade do veículo para venda em qualquer altura, já que é um ativo da empresa.

FROTASII sexta-feira, 13 de abril 2012

O renting caiu 5% em 2011.

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AQUILES [email protected]

A mensalidade em aluguer operacional de viaturas dos veículos de passageiros já é mais barata do que a dos respetivos co-merciais derivados. Além do menor va-lor residual futuro da versão “dois luga-res”, este facto tem como principal razão a fiscalidade, pois estas viaturas passaram a pagar a totalidade do ISV, contra 55% em 2011. Segundo os operadores, esta-mos perante o fim dos veículos comer-ciais derivados.

Estes valores estão numa simulação da LeasePlan dos custos mensais asso-ciados a uma frota em “renting” (ver quadro). A “Vida Económica” recor-reu, então, à empresa líder do setor em Portugal para obter uma proposta, mesmo que meramente indicativa. Os “contratos” têm 48 meses de duração e uma quilometragem contratada de 120 mil km (30 mil por ano) e incluem, além da manutenção programada e corretiva, a substituição de pneus, via-tura de substituição, IUC e seguro com danos próprios.

Os modelos enviados pela LeasePlan Portugal para esta simulação de custos em renting são, no total, 24. Quinze de passageiros e nove comerciais. O IVA está incluído à taxa em vigor e a simu-lação foi feita para uma “cliente” PME.

As rendas mensais possíveis nos pe-quenos furgões variam entre 369,60 e 396,84 euros. Nos furgões de média dimensão os valores situam-se entre 427,85 e 445,58 euros. Os mais caros deste segmento são os já referidos co-merciais derivados de turismo, com as possibilidades a variarem entre 443,23 euros e 470,72 euros.

Nos modelos de passageiros, as es-colhas de utilitários têm variação entre 383,42 e 403,57 euros. 488,76 e 503,25 euros é a variação nos pequenos familia-res, enquanto nos familiares médios a “baliza” é entre 660,24 e 685,82 euros.

Entre as marcas, as marcas “premium”, no segmento dos familiares médios, as rendas mensais em AOV variam en-tre 781,62 e 806,25 euros e na classe dos grandes familiares entre 997,61 e 1024,75 euros.

OLIVEIRA MARTINS (ALF) ACREDITA NUM DESEMPENHO MENOS NEGATIVO DO QUE A ECONOMIA

Renting continuará a aumentar o seu peso no setor automóvel em 2012”O renting sofreu com a crise económica que afeta Portugal e teve uma redução de 5% na produção em 2011. Esta quebra foi, ainda assim, menor do que a do mercado automóvel, sublinha o vice-presidente da Associação de Leasing, Factoring e Renting, António Oliveira Martins.AQUILES [email protected]

Vida Económica – Que análi-se faz a Associação de Leasing, Factoring e Renting (ALF) de 2011 para a atividade de ren-ting automóvel?

António Oliveira Martins – Em 2011, o renting apresentou um ligeiro decréscimo [-5%] nos seus valores, em termos homólo-gos. No entanto e considerando a forte queda que o setor automóvel, em geral, sofreu, o renting refor-çou a sua taxa de penetração, ten-do sido responsável pela aquisição de 18% das viaturas ligeiras novas vendidas em Portugal, cerca de 32 mil. O renting terminou o ano de

2011 gerindo uma frota de 114 mil viaturas, menos 3% do que em 2010, representando um total de 1720 milhões de euros.

VE – Quais as perspetivas para 2012?

AOM – Para este ano não esta-mos a prever que haja um grande acréscimo aos valores alcançados no ano passado, uma vez que ainda não se veem sinais de reto-ma económica e acreditamos que muitas empresas continuarão a ter uma posição de contração de investimento. No entanto, a crise económica também está a levar a que cada vez mais empresas op-tem pelo renting, devido às pou-panças, transferência de riscos e maior controlo sobre a frota que este produto permite. Este facto, aliado à capacidade que as empre-sas de renting têm tido para dar resposta aos problemas dos seus clientes, apresentando soluções mais adaptadas às suas necessida-des presentes, faz-nos crer que o renting continuará a aumentar o seu peso no setor automóvel em 2012.

VE – Os associados estão a re-ceber pedidos de prolongamen-tos de contratos em vigor?

AOM – O prolongamento dos prazos de contrato tem sido uma das opções procuradas pelos clien-

tes de renting para fazer face à atu-al conjuntura económica. Aliás, o prolongamento do prazo dos con-tratos tem sido muitas vezes suge-rido pelas gestoras de frotas, que se posicionam acima de tudo como um parceiro do cliente, nesta fase difícil.

VE – A tributação autónoma das despesas em sede de IRC voltou a aumentar em 2012. Isso prejudica a atividade das empresas de renting?

AOM – Não nos parece que o agravamento da tributação autó-noma altere os critérios de escolha que estão subjacentes ao renting, pois as vantagens deste permane-cem intactas. Poderá prejudicar o setor automóvel em geral, mas não afeta diretamente o renting, sendo que até poderá fidelizar um maior número de clientes que têm na empresa de renting um parcei-ro especializado nestas áreas, ca-paz de os aconselhar em todos os momentos sobre quais as viaturas mais eficientes, também do ponto de vista fiscal.

VE – As previsões de valores residuais têm ganho volatilida-de, tendo em conta o atual ce-nário macroeconómico do país?

AOM – O aumento da volati-lidade nos valores residuais não é uma situação nova, tendo come-

çado já em 2008. As empresas de renting têm sabido ajustar-se a esta nova realidade de incerteza. É importante realçar que a responsa-bilidade e ónus de venda das via-turas no final do contrato pertence à empresa de renting, pelo que os clientes não assumem esta respon-sabilidade. Face à volatilidade dos valores residuais referida, esta aca-ba por ser uma característica do renting, que assume, nestes tem-pos difíceis, cada vez maior impor-tância para os clientes.

VE – O escoamento dos auto-móveis usados provenientes de

contratos de AOV é um proble-ma para o setor?

AOM – O escoamento de via-turas em final de contrato é sem-pre uma preocupação tida em conta pelas gestoras de frotas, que não deve ser encarado como um problema, mas sim como umaatividade essencial para podermos providenciar serviços com a me-lhor relação custo-benefício. As empresas de renting já iniciaram um processo de diversificação dos canais de venda, como forma de facilitar o escoamento dos auto-móveis e que tem vindo a provar ser uma mais-valia relevante.

FROTAS IIIsexta-feira, 13 de abril de 2012

“O prolongamento dos prazos de contrato tem sido uma das opções procu-radas”, defende o vice-presidente da ALF.

SIMULAÇÃO FEITA À “VIDA ECONÓMICA” PELA LEASEPLAN

Comerciais derivados mais caros do que modelos de passageiros em renting

Veículo Renda (C/ I.V.A.) Km+ Km-LIGEIROS DE PASSAGEIROS

UtilitáriosFord Fiesta 1.4 Tdci Techno 104G 70 Cv 383,42 0,03373 0,01931Kia Rio 1.1 Crdi Ex 75 Cv 397,62 0,03694 0,02145Peugeot 208 1.4 Hdi Access 68 Cv 403,57 0,03616 0,02195

Pequenos Familiares Skoda Octavia Break 1.6 Tdi Greenline 107G 105 Cv 488,76 0,03809 0,0209Opel Astra J Sports 1.3 Cdti Enjoy S/S 95 Cv 492,96 0,04131 0,02541Ford Focus Station 1.6 Tdci Trend 95 Cv 503,25 0,05012 0,02997

Familiares Médios Opel Insignia Sports 2.0 Cdti Executive S/S 130 Cv 660,24 0,05401 0,02843Hyundai I40 Cw 1.7 Crdi Blue Comfort 136 Cv 667,09 0,05464 0,02898Seat Exeo St (3R5) 2.0 Tdi Style 143 Cv 685,82 0,05907 0,03046

Familiares Médios “Premium”Bmw Serie-3 (F30) 318 D 143 Cv 781,62 0,05722 0,02834Mercedes Classe C Statio 200 Cdi Classic Be 136 Cv 801,63 0,05841 0,02562Audi A4 Avant 2.0 Tdi 136 Cv 806,25 0,06322 0,03346

Familiares Grandes “Premium”Bmw Serie-5 Touring 520 D 130G 184 Cv 997,61 0,07162 0,03341Audi A6 Avant 2.0 Tdi 177 Cv 1021,69 0,07488 0,03653Mercedes Classe E Station 220 Cdi Classic Be 136G 170 Cv 1024,75 0,07032 0,02947

LIGEIROS MERCADORIASDerivados de Turismo

Ford Fiesta Van 1.4 Tdci 70 Cv 443,23 0,03505 0,01937Seat Ibiza Sc Van 1.2 Tdi Business 75 Cv 459,08 0,03643 0,02241Opel Corsa D Van 1.3 Cdti 75 Cv 470,72 0,03334 0,01976

Pequenos FurgõesPeugeot Bipper 1.4 Hdi 68 Cv 369,60 0,03209 0,0197Fiat Fiorino 1.3 M-Jet 75 Cv 388,18 0,03636 0,02311Citroen Nemo 1.3 Hdi 75 Cv 396,84 0,03302 0,02086

FurgõesFiat Doblo Cargo 1.3 Multijet Easy 90 Cv 427,85 0,03712 0,02281Opel Combo 1.3 Cdti L1h1 90 Cv 439,82 0,03224 0,0198Renault Kangoo Express 1.5 Dci Business 75 Cv 445,58 0,0358 0,02329Fonte : LeasePlan Portugal

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FROTASIV sexta-feira, 13 de abril 2012

Os prolongamentos de contratos de renting são uma realidade nas gestoras de frota em tempos de crise. No caso do maior operador do setor em Portugal, a LeasePlan, aquela opção foi um dos fatores para a empresa ter reduzido os novos contratos em 3%, mas ter aumentado a faturação em 5%. “Os prolongamentos de contrato são uma forma interessante de lidar com as dificuldades na venda de usados e a consequente deterioração dos valores residuais para novas propostas”, explica Ricardo Silva, Consultancy Manager da LeasePlan Portugal.AQUILES [email protected]

Vida Económica – Como foi 2011 para a LeasePlan Portugal?

Ricardo Silva – Apesar das quebras que se verificaram no setor de renting – um decréscimo de 10% no número de contratos novos –, podemos dizer que a LeasePlan resistiu bem às adversidades. É um facto que também sentimos o impac-to da crise, com um decréscimo de 3% no número de contratos novos, mas au-mentámos a faturação em cerca de 5%, registando um volume de vendas de 228 milhões de euros. Para este crescimento contribuiu, também, o prolongamento do prazo dos contratos. Acabámos o ano com mais de 64 mil veículos sob gestão, sem contar com a frota proveniente da fu-são com a Multirent, o que representou um crescimento de 1% face a 2010, em contraciclo com o setor de renting, que registou uma quebra de 3% no total de frotas geridas.

VE – Como preveem este ano?RS – Para 2012, prevemos um volu-

me de negócios de 275 milhões de euros, resultado da fusão entre as operações da Multirent e da LeasePlan. Uma vez que esta previsão é o somatório das vendas das duas empresas, acaba por representar uma previsão de estabilidade, mas contribui significativamente para o reforço da nos-sa quota de mercado. Com a integração completa da Multirent, passaremos a ter

sob gestão uma frota de mais de 76 mil veículos.

VE – Os pedidos de prolongamentos de contratos mantêm-se?

RS – Os prolongamentos de contra-to são uma forma interessante de lidar com as dificuldades na venda de usados e a consequente deterioração dos valores residuais para novas propostas, acabando por resultar de uma opção consciente da empresa de renting e do cliente por uma maior convergência dos prazos dos con-tratos com um prazo economicamente mais interessante. Neste sentido, os con-tratos de renting têm aumentado o seu prazo médio real.

VE – Nas renovações de frotas, tem havido “downgradings” de segmento e motorizações?

RS – Sim, a difícil situação económi-ca tem levado alguns clientes a optar por segmentos inferiores de veículos dos seus colaboradores para reduzir custos.

VE – Para isso, contribui, também, a tributação autónoma das despesas em sede de IRC, que voltou a aumentar em 2012?

RS – Este agravamento tem exatamente o mesmo efeito das outras medidas de aus-teridade: diminui o investimento em auto-móveis. Pode conduzir a uma transferência de negócio para segmentos inferiores de automóveis, mas não nos parece que se al-terem os critérios de escolha da modalidade de aquisição ou financiamento, pelo que as vantagens do renting permanecem intactas.

VE – No atual cenário macroeconó-mico, a adesão dos particulares ao ren-ting pode ser ainda mais demorada?

RS – Ao permitir transferir para ter-ceiros os riscos e os encargos com o seu automóvel, o renting pode proporcionar uma poupança clara que os particulares consideram cada vez mais apelativa, num claro sinal de amadurecimento do merca-do. Apesar de serem um dos segmentos mais afetados pela crise, continuam a ter

RICARDO SILVA, CONSULTANCY MANAGER DA EMPRESA, INDICA

LeasePlan Portugal man com prolongamentos de

Arval cresceu 11% em Portugal

A Arval Portugal conseguiu crescer em 2011, em contraciclo ao setor das empre-sas de renting. “Fechou 2011 com 7400 veículos sob gestão, distribuídos por uma carteira que chega aos 800 clientes. Em 2011, a Arval atingiu um marco na sua his-tória, ao produzir mais 11% quando com-parado com 2010 (vs. queda no mercado de -10%). Este resultado demonstra que a abordagem assente na consultoria está a ter uma boa aceitação no mercado”, disse à “Vida Económica” José Madeira Rodri-gues, diretor comercial da filial nacional da empresa do BNP Paribas. “O número de empresas que confiaram à Arval a gestão da sua frota também cresceu, neste caso 6%, o que nos deixa bastante satisfeitos”, acres-centou o mesmo responsável.

O cenário para as empresas do setor em 2012 não é fácil, com a “continuação do decréscimo de viaturas novas (vendas), um mercado de usados em baixa, níveis baixos de liquidez no mercado, um critério de atribuição de crédito mais apertado e uma pressão fiscal continuada”. Madeira Rodri-gues vê, ainda assim, oportunidades para o renting, dada a “grande competição por quota de mercado entre as marcas automó-veis (um bolo muito mais pequeno a divi-dir pelas mesmos fabricantes) e a pressão para as empresas reduzir custos da própria atividade”.

Gestoras fazem da tributação força

A tributação autónoma das despesas em sede de IRC, que voltou a aumentar em 2012, prejudica a atividade não só das empresas de renting, mas de todo o setor automóvel, de acordo com José Madeira Rodrigues. “A alteração da tributação autó-noma, na medida em que é um aumento dos encargos fiscais decorrentes da utiliza-ção das viaturas, torna, como é óbvio, mais penalizador a utilização das mesmas. Neste contexto, tenderá a ‘prejudicar’ todo o setor automóvel. Dito isto, as gestoras de frota, e, nomeadamente, a Arval, conseguem fazer destas alterações uma força e um ponto me-nos negativo para o cliente, pois somos capa-zes de as incluir, de uma forma transparen-te, na informação que disponibilizamos aos nossos clientes para os auxiliar no processo de escolha. Neste enquadramento, as mais recentes alterações foram alvo de formação interna de toda a equipa comercial e temos recebido um feedback bastante positivo do mercado, na medida em que, não há muito atores a conseguirem trabalhar esta variável”, indica o diretor comercial da Arval Portugal.

AP

“Acabámos o ano com mais de 64 mil veículos sob gestão, sem contar com a frota proveniente da fusão com

“Em 2011, a Arval atingiu um marco na sua história”, afirma José Madeira Rodrigues.

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necessidades de mobilidade e, mesmo constituindo um nicho, têm vontade de trocar de carro.

Nesse sentido, lançámos o LeasePlan Go, a primeira loja online de renting em Portugal direcionada para as pequenas frotas, um canal em que facilitamos o acesso ao renting destes segmentos e atra-vés da qual, em 2012, pretendemos nego-ciar cerca de mil viaturas.

VE – As previsões de valores residu-ais têm ganho volatilidade, tendo em conta o atual cenário macroeconómico do país?

RS – A previsão dos valores residuais é uma das preocupações das empresas de renting, dada a volatilidade em momen-tos de crise, e tem-se tornado cada vez mais difícil antecipá-los. Não obstante o atual contexto macroeconómico afetar os valores no mercado de usados de forma negativa, esta situação acaba por reforçar uma das vantagens do renting, uma vez que os clientes não têm que se preocupar

com a desvalorização do veículo, já que esse risco é totalmente assumido pela em-presa de renting.

VE – O escoamento dos automóveis usados provenientes de contratos é um problema para a empresa?

RS – Face à quebra no volume e preços do mercado de usados, a LeasePlan tem vindo a apostar, com sucesso, na venda direta dos veículos em fim de contrato através de canais próprios. Neste sentido, em 2009, criámos a CarNext, uma pla-taforma online para venda de usados que disponibiliza a descrição de cada veículo e o seu preço e que foi responsável pelo escoamento de mais de seis mil unidades dos 12 mil veículos cujos contratos chega-ram ao fim em 2011, com um volume de negócios de mais de 60 milhões de euros. Mais do que uma resposta às referidas di-ficuldades nesta área, a CarNext represen-ta uma aposta estratégica da LeasePlan, para a qual o objetivo, em 2012, é o cres-cimento do volume de vendas.

FROTAS Vsexta-feira, 13 de abril 2012

AQUILES [email protected]

A ALD Automotive teve um 2011 re-corde em Portugal, com um desempenho melhor do que ano anterior em todos in-dicadores, com exceção para a venda de usados. “Os números falam por si: segun-do os dados oficiais da ALF, em termos homólogos registámos um crescimento acumulado de aproximadamente 34,4% das nossas vendas de contratos de renting, acima do total do mercado. Estes resul-tados confirmam a nossa posição de ter-ceiro maior comprador de veículos novos no mercado de renting nacional. Fomos também o operador que mais cresceu em termos de dimensão de frota em renting: 22,5% face a igual período de 2010. Foi também no ano passado que ultrapassá-mos a barreira dos 14 mil veículos sob gestão (contratos de renting e de ape-nas gestão)”, disse à “Vida Económica” Guillaume de Léobardy, diretor-geral da empresa em Portugal.

Para 2012, ano em que a gestora de frota da Société Générale cumpre o 20º aniversário no nosso país, De Léobardy prevê um mercado “ainda mais exigente (níveis de endividamento, risco crédito, etc.)”, com os recursos financeiros a man-terem-se “escassos e naturalmente mais caros”. “O mercado automóvel continu-ará a sofrer e a contagiar em certa medida o mercado de renting. É essencial que se perceba que não são os preços do renting que estão a aumentar, estes apenas acom-panham a tendência dos custos reais de utilização dos veículos”, explica.

Decréscimo no investimento em frotas

No ano que passou, numa tendência comum à generalidade dos operadores, a ALD Automotive Portugal registou um “decréscimo de 7% do valor de investi-mento médio” das frotas. “Temos vindo

a assistir a três tipos de decisões por parte das empresas: o downgrading das viaturas(segmento, motorização, etc.), o prolon-gamento dos contratos que terminam eo downsizing do número de viaturas dafrota da empresa, retirando o benefício aquem já o tem ou deixando de o atribuira quem poderia vir a ter um veículo deempresa. A crise tem sido um aceleradorde mudança de algumas característicasintrínsecas ao mercado português: a ti-pologia das frotas está a mudar, tendendo mais para veículos utilitários e menos para veículos de ‘status’”, refere o diretor-geral da empresa.

Outro dos fatores de dificuldade para os operadores têm sido as previsões dos valo-res residuais, dada a quebra de mercadode usados em Portugal. “A questão é que omercado de venda de veículos usados bai-xou de tal forma que, mesmo que consiga melhorar nos próximos anos, segundo a nossa experiência em outros países euro-peus, nunca voltará aos valores anteriores; e os valores residuais refletem isso mes-mo”, assinala Guillaume de Léobardy.

A ALD Automotive está, segundo anossa fonte, “particularmente ativa nestecombate” e tem procurado criar novos canais de escoamento, como a platafor-ma online para profissionais Carmarket,que conta com 600 empresários inscritos.“O balanço dos primeiros oito meses de atividade é muito positivo e este canal járepresenta hoje cerca de 25% do total de vendas de veículos usados da empresa”,informa a nossa fonte.

A empresa tem ainda soluções para par-ticulares através do Seconddrive (www.seconddrive.pt) e das vendas diretas a uti-lizadores de veículos em final de contrato. “Os preços baixíssimos que o mercado deusados hoje pratica são uma oportuni-dade em si mesmo e fazemos um grandeesforço para passar esta mensagem aos co-laboradores dos nossos clientes”, salientao diretor-geral da ALD Automotive Por-tugal.

tém-se no verde contratos

ALD Automotive nacional teve ano recorde

a Multirent, o que representou um crescimento de 1%”, afirmou Ricardo Silva.

“Fomos o operador que mais cresceu em termos de dimensão de frota em renting”, afirma Guil-laume de Léobardy.

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AQUILES [email protected]

As vendas a frotas foram cruciais para o desempenho da Renault Portugal em 2011. “A principal quebra de mercado verificou-se no segmento dos particulares. Até por esse facto, as frotas ganharam uma importância acrescida no desempenho da marca e crucial para a liderança do mer-cado”, disse à “Vida Económica” o diretor de vendas a frotas da marca, Miguel de Oliveira, para quem essa importância até pode aumentar em 2012, dada a previsível

“quebra dos particulares”.A elevada fiscalidade é uma influência

negativa para as marcas automóveis em Portugal. No caso do novo aumento da tri-butação autónoma das despesas com via-turas em sede de IRC, operado no início deste ano, as marcas generalistas podem, no entanto, sair beneficiadas. “Este proces-so [tributação autónoma] já se iniciou em 2011, com o limite a 30 mil euros, agra-vando-se agora para um limite de 25 mil euros. É evidente que nos penaliza o alto de gama, mas também nos beneficia como

marca generalista que somos e incrementa os nossos volumes nas gamas médias, onde o nosso posicionamento de preços passa a ser uma mais-valia muito importante”, explica o diretor de vendas a frotas da Re-nault Portugal.

ISV nos comerciais com impacto

Por outro lado, o aumento registado no ISV dos furgões e dos comerciais derivados de turismo está a afetar as marcas que apos-tam neste segmento, como é o caso da Re-nault. “O aumento da fiscalidade teve, nos furgões e derivados de turismo, um impac-to brutal confirmado pelos resultados do mercado acumulado a Fevereiro (-70%) e com matriculas que transitaram de 2011. No caso dos derivados de turismo, pode-remos mesmo estar a assistir ao progressivo desaparecimento de um segmento que se tende a transferir para os pequenos fur-gões”, afirma Miguel de Oliveira.

Os valores comerciais dos veículos usa-dos têm, transversalmente a todas as mar-cas, descido. No caso da Renault Portugal, esse facto é, segundo a nossa fonte, uma “dificuldade adicional” nas negociações com empresas de rent-a-car e as de renting, “mas é também uma alteração que faz refle-tir as empresas sobre os sistemas de finan-ciamento das suas frotas e da melhor solu-ção” para o tipo de utilização e dimensão das viaturas. “Assim, quanto menor for a frota e menos intensa a sua utilização, mais razões existem para os clientes ponderarem sistemas de aquisição que passem por solu-ções de financiamentos com serviços e não por renting”, acrescenta Rui Infante.

PME decisivas para Volvo Portugal

As vendas da Volvo Car Portugal a em-presas, “nomeadamente PME”, tiveram “um papel decisivo” em 2011, de acordo com o fleet manager da filial nacional da marca. Rui Infante afirma, em declara-ções à “Vida Económica”, que “para tal contribuíram as condições comerciais muito competitivas para os novos pro-dutos, com destaque para os S60, V60 e XC60”.

A mesma fonte espera que este segmen-to mantenha a importância em 2012. “Contamos com a nova V40, que vem preencher um novo lugar no portefólio da Volvo. Vai de encontro à expectativa do mercado na redução dos plafonds e dos custos operacionais. Será recordista no segmento C Premium com 94 g/km”, refere o responsável de frotas da Volvo Car Portugal.

Rui Infante está confiante, apesar de admitir que a nova alteração da tributa-ção autónoma operada a 1 de janeiro terá influência nos resultados das marcas. “A maioria das marcas ‘premium’ será bas-

tante afetada pela fiscalidade, com a maior parte dos seus modelos a serem penaliza-dos pelo novo limite da contribuição au-tónoma. Apenas com um grande esforço financeiro, e apenas em alguns dos mo-delos, se conseguirá um posicionamento abaixo dos 25 mil euros”, defende.

Os valores comerciais dos veículos usados têm, transversalmente a todas as marcas, descido, o que é, de acordo com o fleet manager da Volvo Car Portugal, uma dificuldade acrescida para os ope-radores do setor. “A redução dos valores residuais resulta de aumentos significati-vos das rendas mensais do aluguer opera-cional. Adicionalmente com as reduções de plafonds nas empresas, estas veem-se forçadas a um downgrade nas suas via-turas. Regra geral, as marcas tentam mitigar essas diferenças até ao limite do razoável. Veremos no decorrer de 2012, principalmente no segundo semestre, se esta tendência se irá manter ou agravar ainda mais. No caso de rent-a-car, não existe para já essa preocupação, visto que o volume associado é pequeno e contro-lado pela Volvo Car Portugal”, afirma Rui Infante.

AP

Frotas foram fator “crucial para a liderança do mercado” na Renault

A importância das vendas a empresas pode aumentar em 2012 na Renault.

S60, V60 (foto) e XC60 foram os modelos Volvo mais vendidos a empresas.

FROTASVI sexta-feira, 13 de abril de 2012

Lisboa com dois táxis elétricos em testes

Lisboa vai ter até ao fim de maio duas unidades do Renault Fluence ZE a táxi para testes em condições reais de utilização. Resultado de um protocolo entre a marca, a Câmara Municipal de Lisboa e a cooperativa de táxis Autocoope, a capital portuguesa passa, assim, a ser uma das primeiras cidades do mundo a disponibilizar táxis 100% elétricos.“Este é mais um importante passo rumo a um novo paradigma de mobilidade”, reconhece o administrador-delegado da Renault Portugal, José Caro de Sousa. “A aposta no Renault Fluence ZE como táxi pode ajudar a quebrar alguns mitos associados ao veículo elétrico. E, no que diz respeito aos custos de utilização, uma vez que 120 km efetuados num automóvel elétrico apenas representam um valor na ordem dos 1,5 euros, esta é uma solução economicamente interessante. Esta aposta da Autocoope no Renault Fluence ZE deverá também permitir validar que, até em termos de autonomia, um automóvel 100% eléctrico pode servir os interesses de uma actividade tão exigente como a do transporte público de passageiros”, defende Caro de Sousa.

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NUNO BRAGA, DIRETOR-GERAL DA DIVISÃO DE VENDAS TOYOTA E LEXUS, ACUSA

Subida do ISV nos comerciais é “erro claro na política fi scal do Governo”

BMW aumenta vendas a empresas

O aumento do ISV nos comerciais derivados de turismo e nos furgões operado a 1 de janeiro “foi um erro claro na política fi scal deste Governo”, de acordo com o diretor-geral da divisão de vendas Toyota e Lexus, Nuno Braga. “Terá apenas como consequência a extinção deste segmento comercial, levando de arrasto toda a economia e setor automóvel que dele dependiam”, afi rma, em entrevista à “Vida Económica”, aquele responsável pela Toyota Caetano Portugal.AQUILES [email protected]

Vida Económica – Que importância ti-veram as frotas nas vendas da marca em Portugal em 2011?

Nuno Braga – Embora o peso das vendas das frotas na Toyota tenham descido de sen-sivelmente 65%, em 2010, para 62%, em 2011, podemos assumir que representa uma estabilidade na evolução e estratégia da mar-ca em manter a sustentabilidade garantindo a rentabilidade do negócio, em linha com a estratégia global de objetivos de vendas.

VE – Qual a meta para 2012?NB – A estratégia adotada pela Toyota

Caetano Portugal para o mercado das frotas vai manter-se em 2012, esperando-se alcan-çar o mesmo equilíbrio no peso global nas vendas da Toyota.

VE – A nova alteração à tributação au-

tónoma operada a 1 de janeiro terá infl u-ência nos resultados das marcas?

NB – Olhando para a Toyota, esta alte-ração afeta em especial o Avensis, que é um carro com forte aceitação no mercado de frotas de empresas. Deparando-nos com esta

realidade que muito iria afetar o legado de sucesso deste modelo nas vendas a frotas, no momento em que lançámos, em dezembro de 2011, o novo Avensis, apresentámos uma versão “desenhada” para frotas de empresas. Esta versão foi apresentada com menos equi-pamento, refl etindo-se no preço fi nal, para garantir às empresas o acesso a este modelo no novo quadro de tributação autónoma. Esta decisão de ajustar o produto para este segmento tem-se revelado positiva, tendo vindo até ao momento o Avensis a ganhar uma boa penetração nas frotas empresariais.

VE – Em relação à subida do ISV nos comerciais derivados de turismo e nos furgões, essa medida pode infl uenciar o desempenho do setor?

NB – Esta alteração foi um erro claro na política fi scal deste Governo e que terá apenas como consequência a extinção deste segmento comercial, levando de arrasto toda a economia e setor automóvel que dele de-pendiam. No momento em que a crise pres-siona o setor automóvel com uma quebra assinalável nas vendas, esta medida apenas veio acelerar e, acentuar a fase atual que o setor atravessa. Nesse sentido, as empresas têm migrado para outros segmentos, equa-cionando entre CDV [comerciais derivados] ou passageiros, e como resultado, podemos afi rmar que o segmento C dos comerciais ligeiros quase desapareceu, apresentando-se inviável para as empresas.

VE – Os valores comerciais dos veí-culos usados têm, em todas as marcas, descido. No vosso caso, é uma difi culda-de adicional nas negociações com em-presas de rent-a-car e as de renting?

NB – No nosso caso, esta questão, embora tenha fundamento, é contornada e sentida com menor impacto, pois, como adotámos uma estratégia assente em volumes de ven-das inferiores face a outras marcas, permite-nos alcançar uma maior estabilidade nos valores residuais. Em acréscimo, a Toyota acaba por oferecer argumentos adicionais de fi abilidade, qualidade e confi ança que per-mitem valorizar os nossos modelos ao longo do tempo.

As vendas a empresas frotistas da marca BMW apresentaram em 2011 um cresci-mento de 4,1% a contraciclo do mercado de ligeiros de passageiros que caiu 31,3%. “Acreditamos que, em 2012, com uma con-juntura mais adversa aos particulares, as em-presas continuarão a renovar as suas frotas e desta forma o consequente aumento de peso das vendas a empresas”, prevê, em declara-ções à “Vida Económica”, o diretor de co-municação do BMW Group Portugal, João Trincheiras.

De acordo com a mesma fonte, “a BMW soube responder atempadamente” à última alteração aos limites de tributação autónoma com o lançamento do novo 116d Effi cient Dynamics. “Tendo em conta que este veícu-

lo inclui de série o contrato de manutenção de cinco anos ou 100 mil km e tem um PVP de apenas 27 900 euros, apresenta-se como uma oferta única em termos de mercado”, defende.

O valor dos usados, depois de ter descido, está a normalizar, segundo João Trincheiras. “Esta evidência corresponde a um aumento da oferta por contraposição à procura decor-rente de maiores difi culdades de tesouraria e de obtenção de crédito por parte dos clien-tes. No entanto, nos primeiros meses deste ano tem-se verifi cado um melhor comporta-mento nas vendas dos usados que, eventual-mente, refl etirá uma deslocação dos clientes dos novos para os usados”, indica o diretor de comunicação do BMW Group Portugal.

FROTAS VIIsexta-feira, 13 de abril de 2012

Nuno Braga considera que a medida “terá apenas como consequência a extinção deste segmentocomercial”.

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DESTINATÁRIOS: Técnicos de Contas, Contabilistas, Diretores

Financeiros e outros quadros ligados à área administrativa e financeira.

PROGRAMA:

colectável de IRC

DURAÇÃO: das 18h às 21h30 (Total 7 Horas) FORMADOR: Dra. Helena Farinha

Preços: Público Geral: �100 + IVA

�80 + IVA

Iniciativa:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

Vida Económica – Patricia Flores

E-mail: [email protected]

PORTOHotel D. Henrique

16 e 17 de abril

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AQUILES [email protected]

O papel de consultoria na aju-da das empresas a controlar os custos com os automóveis é uma vantagem do renting face a ou-tras opções de financiamento da renovação das frotas, de acordo com os intervenientes no peque-no-almoço/debate “O renting automóvel e a crise económica: é possível crescer?”, promovido pela “Vida Económica” no ho-tel Tiara Park Atlantic Lisboa. “O renting é a única solução de financiamento automóvel que consegue dar o aconselhamento. Há um ano, as opções dos clien-tes eram diametralmente dife-rentes do que são hoje, o renting coloca-se, claramente, à frente nos blocos na vertente de acon-selhamento, de estar próximo do cliente e de identificar aquilo que é melhor em termos de ser-viço, de produto e de extensões de contrato”, afirmou Maurício

Marques, da direção de marke-ting da Locarent.

O diretor comercial da Ar-val Portugal, José Madeira Ro-drigues, concorda. “Tornamos muito claro quais os custos e, ao fazê-lo, torna-se fácil a com-paração entre diferentes marcas, modelos, possibilidades de ‘do-wngrading’, ‘defleeting’, etc. É importante introduzir este tom de calma junto dos clientes”, sa-lienta.

Desse trabalho de consultoria tem resultado, entre outros con-selhos das locadoras, na redução do tamanho das viaturas e da ci-lindrada dos motores. “Os clien-tes estão, de facto, a fazer esse ‘downsizing’”, refere Maurício Marques. “Nós gerimos as fro-tas do Banco Espírito Santo e da Caixa Geral de Depósitos, nos-sos acionistas, e temos essa no-ção clara de que há menos carros atribuídos e com plafond redu-zidos em função da conjuntura.

A arte aqui parte das gestoras de frota e nessa medida não há so-lução de financiamento melhor do que o renting, sobretudo por essa questão do aconselhamento de um especialista na matéria dos automóveis”, explica. Rui Duarte, responsável da Arval Portugal pelo estudo Corporate Vehicle Observatory (CVO), es-tudo que a gestora de frota de-senvolve todos os anos à escala europeia, referiu que, em 2010, “só 20% dos decisores pensavam em tomar a medida de prolonga-mento de contratos para reagir à crise”, mas que esse valor subiu no ano passado “para 35%”.

O vice-presidente da Associa-ção de Leasing, Factoring e Ren-ting (ALF), António Oliveira Martins, recorda que a perfor-mance deste produto no nosso país em 2011, com uma quebra bastante inferior à da generalida-de do mercado automóvel, já re-fletiu, também, esse cenário. “O

FROTASVIII sexta-feira, 13 de abril de 2012

PEQUENO-ALMOÇO/DEBATE DA “VIDA ECONÓMICA” REÚNE PRINCIPAIS OPERADORES DO SETOR

Capital de consultoria ameniza efei

A identificação dos pontos em que é possível cortar custos com a utilização de viaturas é um dos segredos do renting, segundo as gestoras de frota.

O prolongamento de copressionadas para reduz

O papel de aconselhamento à gestão de frotas, a par da maior presença no mercado empresarial, faz com que o renting sinta menos os efeitos da crise que outras opções de financiamento automóvel, segundo os operadores presentes no pequeno-almoço/debate “O renting automóvel e a crise económica: é possível crescer?”, promovido pela “Vida Económica” no hotel Tiara Park Atlantic Lisboa. O renting caiu 5% em 2011, contra 30% do mercado automóvel, uma tendência que se deve manter este ano.

António Oliveira Martins“Haverá outras associadas às quais a questão do financiamento limita a atividade e condiciona o potencial futuro”

Guillaume de Léobardy “É um produto que garante financiamento, que falta hoje, e segurança contra riscos, pois o renting coloca os riscos do lado do fornecedor e não do cliente”

José Madeira Rodrigues“Tornamos os custos muito claro, e, ao fazê-lo, torna-se fácil a comparação entre diferentes marcas, modelos, possibilidades de ’downgrading’, ‘defleeting’, etc.”

Intervenientes

O renting, afirmam os operadores, é a única solução de financiamento automóvel que introduz uma vertente de aconselhamento nas frotas automóveis das empresas

O cenário económico

mais difícil está a tornar

o risco de crédito das

empresas clientes num

obstáculo adicional ao

crescimento do renting

em Portugal

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decréscimo pouco significativo que o renting sentiu de alguma maneira disfarça movimentos contrários. As grandes empresas estão desde há vários anos em ‘downsizing’. O setor compen-sou esses movimentos de redu-ção de frotas das médias e peque-nas empresas com a capacidade de angariar novos clientes, atra-ídos pelo apelo que o renting tem em momentos de crise. É um produto em que os riscos são transferidos para a locadora, em que permite uma previsibilidade total de custos, em que o finan-ciamento continua disponível e, portanto, houve muitas empre-sas que vieram para o renting já em momento de crise”, defende.

O prolongamento de contra-tos resulta, de acordo com Oli-veira Martins, “de as empresas clientes do renting estarem pres-sionadas para reduzir custos e que são confrontadas com uma tendência de aumento do custo

do renting”, porque há um ajus-tamento a nível dos valores resi-duais (ver texto à parte). “Por-tanto, há aqui um paradigma, os clientes esperam uma redução dos custos e a renda que lhes é proposta pode ser mais cara do que a que lhes foi proposta em 2006 ou 2007. Nessa perspetiva, o prolongamento dos contratos acaba por ser bom para ambas as partes. Para a empresa clien-te, que consegue manter ou di-minuir o nível de custos, e para as empresas de renting, porque aliviam a pressão sobre o mer-cado de usados, que é um dos principais problemas que o setor enfrenta”, explica o dirigente da ALF.

Ricardo Silva, Consultancy Manager da LeasePlan Portu-gal, vê nos prolongamentos de contratos uma boa solução para empresas clientes e locadoras em momentos económicos como o atual. “Em termos de venda do

usado, adia-se o problema e para os clientes permite-lhes uma maior flexibilidade na gestão da frota, até porque há incertezas em relação ao futuro. Tem ainda o benefício fiscal, pois os carros regem-se pelo limite de tributa-ção autónoma no momento da compra”, salienta. “O renting consegue oferecer soluções com uma flexibilidade que outras so-luções não conseguem”, garante Ricardo Silva.

“Este trabalho de racionaliza-

ção já tinha começado [há uns anos], embora tenha acelerado durante a segunda metade de 2011 e assim vai continuar em 2012”, de acordo com o diretor-geral da ALD Automotive Por-tugal, Guillaume de Léobardy. “Hoje, os clientes pedem muito mais credibilidade sobre as ma-neiras de racionalizar, se possí-vel mantendo o mesmo nível de serviço. A pressão fiscal é uma pressão adicional. O renting tem a particularidade de mostrar os

custos e uma das grandes vanta-gens é não ter surpresas, o custo vai ser 500, é 500. Quando ve-mos que o mercado dos usados está a cair brutalmente, que ocusto de financiamento está a su-bir, que a fiscalidade está a subir, tudo isto são as razões para a su-bida dos custos e hoje estamos, como é normal, pressionados pelos nossos clientes para dar-mos mais por menos”, explica de Léobardy.

FROTAS IXsexta-feira, 13 de abril de 2012

tos da crise para renting automóvel

ontratos resulta, segundo os especialistas, de as empresas clientes do renting estarem zir custos.

Maurício Marques“Coloca-se à frente no aconselhamento, de estar próximo do cliente e de identificar aquilo que é melhor em termos de serviço, de produto e de extensões de contrato”

Ricardo Silva“O produto está amadurecido, com uma implementação forte nas empresas e não esperamos que o cenário se degrade significativamente durante o corrente ano”

Rui Duarte “O CVO detetou, em 2010, que, pela primeira vez em três ou quatro anos, o potencial para reduzir a dimensão da frota começava a aparecer”

(Continua na página seguinte)

Renting caiu 5%, contra 30% do mercado automóvel

O renting perdeu, segundo os dados da ALF, 5% em 2011, uma quebra, ainda assim, inferior à da generalidade do mercado. António de Oliveira Martins destaca o facto de os principais clientes do aluguer operacional de viaturas serem as empresas. “O mercado automóvel caiu mais de 30%, mas terá sido no segmento dos particulares que essa queda se fez sentir de modo mais significativo, as empresas resistem melhor a estes tempos, para além de que têm instituídas as suas rotinas de renovação de frotas. Portanto, assistiu-se a algumas movimentações em termos de renegociações de contratos, que foi um dos temas que caracterizaram 2011 e penso que caracterizarão 2012”, referiu. Para o vice-presidente da ALF, “é expectável a mesma relação de forças”.Ricardo Silva recorda que “o produto de renting já está amadurecido, com uma implementação forte nas empresas”, pelo que não espera “que o cenário se degrade significativamente” durante este ano. “Pelo menos não em termos de frota, em termos de produção nova é possível que sim”, admite o Consultancy Manager da LeasePlan Portugal.O diretor-geral da ALD Automotive Portugal realça

que o renting, pelas suas características, é “um bom produto” para situações de crise. “É um produto que garante financiamento, que falta hoje, e segurança contra riscos, pois coloca os riscos do lado do fornecedor e não do cliente”, defende. Guillaume de Léobardy acredita, no entanto, que, “tal como a economia”, o renting vai sofrer mais em 2012 do que no ano passado. “A economia vai depender muito do apoio dos bancos em 2012”, avisa. Por parte da Locarent, não há a expectativa que haja uma redução da frota ativa, mas a empresa admite que haja menos frota nova, podendo assistir-se a um prolongamento dos prazos dos contratos. “Esta é, no entanto, um perspetiva pouco sólido, pois sabemos que os fatores exógenos que concorrem para este negócio estão a agravar-se. Diria que estamos numa tempestade perfeita no negócio automóvel, com agravamento fiscal, dos fatores de utilização automóvel (como a gasolina ou as portagens) e do crédito e da liquidez. Não existe um problema no renting, este produto funciona em contraciclo, mas ao que assistimos é que há uma panóplia de indicadores que provocam esta tempestade perfeita dentro do automóvel

e que poderão subverter esta lógica”, defende Maurício Marques. Também José Madeira Rodrigues se refere a uma quebra no mercado nacional de renting, mas sublinha não ser “absolutamente claro que essa quebra se deva a haver menos clientes” para o produto. “Faz parte da postura da Arval aconselhar os clientes a reduzirem as suas frotas em momentos de dificuldades, que é, aliás, uma das vantagens do renting. Nesse sentido, podemos potenciar as mais-valias do renting em situação de crise como a presente”, indica o diretor comercial da Arval Portugal.“O CVO detetou, em 2010, que, pela primeira vez em três ou quatro anos, o potencial para reduzir a dimensão da frota começava a aparecer, essencialmente nas micro e pequenas empresas. Por outro lado, no ano passado, verificámos que iria haver um decréscimo da dimensão da frota. Estamos, no presente, a recolher os dados de 2012 e será curioso observar a tendência para os próximos anos, se bem que será difícil definir uma, pois as variáveis externas são muitas”, ressalvou, por seu turno, Rui Duarte.

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Custos e riscos de financiamento crescem

O cenário económico mais difícil está a tornar o risco das empresas clientes num obstácu-lo adicional ao crescimento do renting em Portugal. “A situa-ção do financiamento em Por-tugal está mais complicada, não só pelo facto de haver menos li-quidez, mas também porque a economia representa um maior risco para o investimento, pelo que, naturalmente, os critérios de atribuição de risco têm de ser cuidadosos”, explica o di-retor comercial da Arval Por-tugal. “No nosso caso, a nossa casa-mãe é o BNP Paribas, que mantém um rating muito sau-dável, o que permite ao banco ter acesso a financiamento de forma competitiva. Além dis-so, por ter uma rede de retalho grande na Zona Euro, o banco também tem fundos grandes dos depositantes. De facto, te-mos o financiamento de que

precisamos, a única barreira é o risco que a própria empre-sa [cliente] pode representar quando é analisada, mas aí te-mos um nível de controlo alto, o banco é prudente”, acrescenta Madeira Rodrigues.

A Locarent não tem um ban-co estrangeiro por trás e, em-bora ainda não tenha sentido, segundo Maurício Marques, problemas de liquidez, está exposta aos custos mais eleva-dos do dinheiro. “No entanto, contamos com fatores que con-tribuem para mitigar essa ques-tão. O facto de termos uma rede de distribuição largamen-te implementada em Portugal é, por exemplo, um desses fa-tores. Outro fator é a questão do risco, que é, cada vez mais, colocada com particular cuida-do. Por ligação estreita com o Banco Espírito Santo e com a Caixa Geral de Depósitos, te-mos condições privilegiadas de monitorização do risco. Mais uma vez aqui, a lógica do acon-selhamento, quando se conhe-ce bem o cliente, conseguimos também apresentar soluções bancárias junto com o cliente”, afirma aquele responsável.

“Temos a sorte de ter o apoio de um grande grupo bancário [a ALD Automotive perten-ce ao Société Générale] e ter o acesso ao financiamento a custos razoáveis, mesmo que

não seja comparável ao custo que tínhamos há três ou qua-tro anos”, indicou Guillaume de Léobardy, que destaca a importância de uma reestrutu-ração de dívida a prazos mais alargados para as empresas por-tuguesas. “A maior limitação para o mercado vem do lado da saúde financeira dos clientes e da nossa capacidade de dar li-nhas de crédito a esses clientes. De novo, este é um problema geral em Portugal. Houve uma grande reestruturação da dívida bancária das empresas portu-guesas ao longo dos últimos 18

meses, com uma dívida ban-cária que passou do médio ou longo termo para o curto pra-zo. Hoje, temos uma parte dos clientes com uma dívida alta, a maior parte da qual com pra-zos inferiores a 12 meses. Isso cria grandes dificuldades para os operadores conseguirem ter uma boa imagem do que será essa empresa a três ou quatro anos, que são os prazos habi-tuais dos contratos de renting. A resposta que tem de ser dada este ano pela banca é apoiar as empresas viáveis na reestrutu-ração da dívida, para dar um futuro às empresas”, defende o diretor-geral da ALD Automo-tive Portugal.

A LeasePlan não tem nenhum grupo bancário por trás, mas “tem uma estrutura acionis-ta bastante sólida que permite aceder ao dinheiro a um custo interessante”, segundo Ricardo Silva. “Do ponto de vista dos nossos clientes, temos uma po-lítica de cautela no grupo. De forma que, como acontece com boa parte dos restantes opera-dores, o risco de crédito acaba por ser bastante diminuto. Por outro lado, esta conjuntura é má, mas também há oportuni-dades. No nosso caso específi-co, fizemos um investimento grande há pouco tempo, ad-quirimos o quarto operador do mercado [a aquisição da Multi-

FROTASX sexta-feira, 13 de abril de 2012

PEQUENO-ALMOÇO/DEBATE DA “VIDA ECONÓMICA” REÚNE PRINCIPAIS OPERADORES DO SETOR

Capital de consultoria ameniza efei (Continuação da página anterior)

2012 ainda não é ano dos elétricos

Este não será ainda o ano de os automóveis elétricos entrarem em força nas frotas portuguesas. A autonomia e, sobretudo, o preço de venda são os motivos destacados pelos intervenientes no pequeno-almoço/debate.“Os elétricos têm um problema fundamental ainda para responder: a autonomia”, aponta José Madeira Rodrigues, da Arval, que prefere destacar outras tecnologias que, no presente, podem ajudar as empresas as pouparem com as suas frotas. “Nomeadamente, a telemática começa a ser usada. O maior valor acrescentado que o renting pode trazer é esta capacidade de dar visibilidade aos custos de utilização das viaturas e às diferentes formas de os reduzir”, refere o diretor comercial da Arval Portugal.Maurício Marques, responsável pelo marketing da Locarent, salienta que o problema dos elétricos “não é do renting”, mas “da autonomia”. “Quando e se os elétricos começarem a ser vendidos maciçamente, o renting estará na primeira linha para satisfazer as necessidades. A composição dos diferentes segmentos e combustíveis é semelhante às vendas automóveis globais”, afirma. Ao nível de outras tecnologias, o responsável de marketing da Locarent refere que há todo um potencial no renting para tecnologias de monitorização de frotas: “É uma inevitabilidade para as empresas do setor”. O diretor-geral da ALD Automotive Portugal prefere, por seu turno, realçar o preço das viaturas como obstáculo ao crescimento desta no renting. “A minha visão do potencial em 2012 para os elétricos é semelhante, mas faço uma análise diferente do que foi dito relativamente às limitações da autonomia. Sou um utilizador de veículos elétricos e acho que a maior limitação destes não é a autonomia”, defende.Guillaume de Léobardy indica que a empresa já tem “muitos clientes e muito clientes potenciais para o veículo elétrico, que responde já a uma parte das necessidades, nunca se falou em vender 100 mil automóveis com esta tecnologia em 2012. A limitação hoje é, tal com vai acontecer com as últimas gerações de automóveis híbridos, os plug-in, totalmente económica: os preços dos carros, que não recebem quase quaisquer incentivos, estão totalmente fora do mercado. Em tempos bons, as empresas investem na sustentabilidade e estão dispostas a pagar um pouco mais. Hoje, é natural que façam contas. É um problema a resolver pelas marcas e pelos Estados”. Ricardo Silva, Consultancy Manager da LeasePlan Portugal, acredita que os “elétricos vão ter futuro”, mas é uma tecnologia nova e que tem de evoluir. “O preço é, efetivamente, a maior condicionante no presente”, refere.

Queda do mercado de usados é dor de cabeça para gestoras de frota

Os operadores de renting estão a sofrer com o mercado dos veículos usados, que começou a cair no início de 2011 e que está a atingir níveis irreais. “O mercado de usados está a sofrer com a crise, com a falta de financiamento e com os preços dos carros novos, que estão a baixar. Há um grande esforço do lados das marcas que estão a dar às empresas descontos nunca vistos, o que está, também a pressionar o mercado de usados”, avisa Guillaume de Léobardy. Quanto à previsibilidade dos valores residuais das viaturas nos fim do contrato de renting, o diretor-geral da ALD Automotive recordou que uma crise é sempre uma surpresa. “Assinamos contratos de três ou quatro anos e nunca se prevê uma crise com essa antecedência. O nosso problema não é tanto prever o que vai acontecer depois da crise em Portugal, o que fazemos é analisar o que aconteceu em países que passaram uma situação comparável e, assim, prevermos os valores residuais. O que é mais difícil explicar aos clientes, sobretudo às empresas de menor dimensão, é que a situação não vai voltar ao nível de há três anos”, refere. O Consultancy Manager da LeasePlan Portugal salienta que as empresas “têm formas evoluídas de cálculo do valor residual”, o mais difícil é prever a economia. “Quando introduzimos esse fator, cai tudo por terra.

Quando vemos que o mesmo carro há dois anos, comparativamente ao presente, vende-se a menos 10, 20 ou 30%, é uma catástrofe. No entanto, podemos aproveitar esse dado para transmitir que esse é um risco a assumir pelas empresas de renting e não pelos clientes”, explica Ricardo Silva. O vice-presidente da ALF, António Oliveira Martins, encara este facto como natural. “Temos de encarar este momento como o ciclo negativo que é. Não podemos, quando as coisas correm bem, não falar de vendas de usados e valores residuais e quando as coisas correm mal lamentarmos que este risco esteja do nosso lado. Um dos argumentos de venda do renting é que a cobertura de riscos está do lado da locadora. E a cobertura de risco tem isso mesmo, tem ciclos bons e maus. Estamos a viver um ciclo mau, mas a seguir virá um melhor. Agora, não há um ciclo bom do mercado de usados sem um desanuviamento da economia. Oliveira Martins aponta como fator extra de dificuldade para as empresas a efetuarem as previsões dos valores residuais a ausência de um mercado de exportações das viaturas usadas, por força da elevada fiscalidade automóvel portuguesa. “Somos um mercado completamente fechado. A exportação é uma opção para alguns nichos, como alguns comerciais, mas não é nesse segmento

que estão os problemas. Portanto, somos um mercado fechado, o que não se passa em outros países na mesma situação de Portugal, que têm o escape da exportação”, lamenta.

Rendas estáveis por esforço comercial

Esta pressão sobre os valores futuros dos usados tem, aliás, a par dos custos do crédito, repercussões nas rendas médias mensais, que, segundo os presentes, conheceu aumentos a rondarem os 15% nos últimos dois anos. Foi, no entanto, vincado que, através do esforço das gestoras, das marcas, do “downsizing” das viaturas e dos prolongamentos de contratos, a empresas de renting têm conseguido manter as rendas mensais estáveis. António Oliveira Martins recordou que os referidos 15% de aumento são “o ponto de partida” de uma negociação. “O cliente tem uma expectativa de manter esse custo e, se não mudar nada, tem esse aumento. Mas o que, regra geral, acontece, e os ciclos de negociação estão mais longos por isso, é que há todo um trabalho feito entre a empresa de renting e o cliente no sentido de encontrar soluções, seja o prolongamento de contratos, seja negociar outros veículos, etc. para mitigar esse efeito”, afirma o vice-presidente da ALF.

O cenário económico mais difícil está a tornar o risco de crédito das empresas clientes num obstáculo adicional ao crescimento do renting em Portugal

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tos da crise para renting automóvel

FROTAS XIsexta-feira, 13 de abril de 2012

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rent pela LeasePlan foi oficiali-zada em julho], foi uma forma de crescer em tempo de crise”, acrescentou o Consultancy Ma-nager da LeasePlan Portugal.

Na qualidade de vice-presi-dente da ALF, António Oliveira Martins referiu ser importante afirmar que o setor do renting não se resume às empresas pre-sentes no pequeno-almoço/debate. “As que estão aqui pre-sentes são, provavelmente, as que falam com mais desafogo da questão do financiamento. Haverá outras associadas às quais esta questão limita a sua

atividade e condiciona o seu potencial futuro. Diria que este otimismo com que os presen-tes, e muito bem, encaram esta questão não é transversal a todo

o mercado do renting”, avisa.Mesmo em relação ao risco

dos clientes, o responsável pela ALF delimita diferenças entre os vários associados: “Há em-

presas, como tradicionalmente é o exemplo da Arval, da ALD Automotive e da LeasePlan, em que até internacionalmen-te estão presentes nas multi-nacionais e que, embora haja deterioração das cobranças, não têm materialização de perdas efetivas. No entanto, as empre-sas que estão presentes em seg-mento de frotas mais pequenas, essas com certeza estarão a viver realidades diferentes a nível de risco de crédito e isso nem se-

quer é de agora, mas já do fimde 2008. É importante perce-ber que o renting não é só estepainel”. De acordo com Antó-nio Oliveira Martins, o facto deos clientes de empresas multi-nacionais de grande dimensão constituírem uma parte impor-tante da produção do rentingautomóvel “faz com que a ques-tão do risco do crédito não setenha posto da mesma maneira como paras as leasings ou para as empresas de crédito”.

Particulares são eterna “promessa”

Os particulares são um segmento que tem visto a sua importância crescer dentro do mercado de renting, mas a uma velocidade inferior à projetada há uns anos. António Oliveira Martins, vice-presidente da ALF, explica esta lentidão na confiança e na mentalidade. “A evolução do renting está, também, relacionada com a confiança do consumidor. Os particulares não estão a investir em carros novos, não é o momento de tomar este tipo de decisões. Agora, é um caminho a percorrer, mas que vai dar frutos. A questão de o particular estar afastado do renting tinha a ver, sobretudo, com uma questão de mentalidade. Primeiro, com o erro de achar que uma renda de renting é mais cara, não é assim, tem é mais coisas incluídas; e depois porque obriga ao desprendimento da posse. Mas já existem clientes particulares do renting”, garante. A mesma fonte afirma que “este é um caminho que não é só Portugal” que está a percorrer. “Na Europa que nos é mais próxima, não são os particulares que sustentam a atividade de renting, são as empresas”, explica.Maurício Marques, da Locarent, vê nas empresas de menor dimensão um mercado com futuro no renting. “Há um potencial muito grande ao nível das pequenas empresas que importa explorar. Nós temos dois bancos de retalho por trás, pelo que temos privilégio nessa abordagem. Os particulares são uma área com um potencial enorme, mas ainda assim difícil”, avisa Ricardo Silva, da LeasePlan, diz “que há falta de informação” aos particulares.

A evolução do renting está, também, relacionada na confiança do consumidor. Os particulares não estão a investir em carros novos, não é o momento para decisões

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FROTASXII sexta-feira, 13 de abril 2012

AQUILES [email protected]

A menor procura por parte de clientes nacionais vai fazer com que as empresas de rent-a-car a operar em Portugal sintam um aumento da sazonalidade este ano. “Acreditamos que o turismo vai manter-se como o principal pilar de sustentabili-dade do setor, embora o efeito da sazonalidade tenda a aumen-tar, devido à diminuição que estamos a verificar do nosso mercado interno. Para que seja possível tirar partido dessas condições, é fundamental que as rent-a-car efetuem um ade-quado planeamento das suas frotas face às necessidades e não se deixem cair em tentações de aumento imponderado das fro-tas como até aqui temos vindo a assistir”, avisa, em declarações à “Vida Económica”, o diretor-geral da Hertz em Portugal, An-tónio Silva.

Em relação ao desempenho da Hertz, a nossa fonte aponta para “continuar com uma ati-vidade onde a rentabilidade e a qualidade de serviço” são es-senciais. “Projetamos para 2012 uma ligeira diminuição no vo-lume de negócios bem como na frota, considerando a diminui-ção no mercado nacional que se verificou em 2011 e que se irá agravar em 2012”, explica. No ano passado, a empresa, explo-rada em Portugal pelo grupo Hipogest, atingiu um volume de negócios de 43 milhões de euros. Em termos de frotas, o pico foi atingido no verão, com 6200 viaturas, “o que represen-

ta um ligeiro aumento da frota face ao mesmo período do ano anterior”.

As soluções flexíveis para o

mercado empresarial vão con-tinuar a ser importantes este ano, segundo António Silva. “A Hertz tem um produto que se

destina ao mercado das PME, o Mini Lease, com componentes e condições de serviço que estão em linha com as necessidades

atuais das empresas nacionais. Estamos a falar de períodos di-ferenciados de apenas de um ou mais meses, com uma gama

ANTÓNIO SILVA, DIRETOR-GERAL DA HERTZ EM PORTUGAL, PREVÊ

“Efeito da sazonalidade vai aumentar em

“É fundamental que as rent-a-car efetuem um adequado planeamento das suas frotas”, avisa António Silva.

Rent-a-car reclama igualdade face a Espanha

Robalo de Almeida informa que em Espanha “o rent-a-car está isento” do equivalente ao ISV.

As empresas de rent-a-car por-tugueses pretendem ter condi-ções fiscais semelhantes aos ope-radores espanhóis. “A Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor [ARAC] continua de uma forma constante a chamar a atenção dos mais altos responsáveis pela governação do país para os pro-blemas que afetam o rent-a-car, no sentido de dotar o setor de rent-a-car com as mesmas armas concorrenciais que possuem os nossos parceiros europeus, em particular a vizinha Espanha”, defende o secretário-geral da-quela associação.

Joaquim Robalo de Almeida reconhece que “os preços dos automóveis novos antes de im-postos na União Europeia estão

a convergir, de acordo com um estudo efetuado pela Comissão Europeia”. O mesmo responsá-vel salienta, no entanto, que em Portugal, após impostos, “conti-nuamos a ser um dos países onde os automóveis são mais caros de-vido ao peso excessivo do ISV, o qual onera fortemente o preço final dos automóveis”.

O secretário-geral da ARAC acrescenta que, a nível do rent-a-car, “a fraca redução do ISV e as condicionantes para as empresas do setor fazem com que os em-presários praticamente não re-corram a essa redução, não exis-tindo em Portugal um sistema de isenção, como acontece na vizinha Espanha onde o rent-a-car está isento do pagamento do imposto de matrícula”, equiva-

lente ao ISV. Isso torna, segundo a Robalo de Almeida, “muito di-fícil a concorrência das empresas portuguesas com as suas congé-neres espanholas”.

Roubo de viaturas também preocupa

Outro problema com que, de acordo com o dirigente da ARAC, as rent-a-car se debatem é a falta de segurança no que res-peita ao roubo de viaturas. “O fenómeno tem alastrado enor-memente nos últimos tempos causando, todos os anos, largos milhões de euros de prejuízo às empresas”, garante.

A entidade tem, garante Joa-quim Robalo de Almeida, “in-sistido e alertado as autoridades

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completa de automóveis do eco-nómico ao de luxo bem como uma gama completa de comer-ciais. Em breve será também lançado pela Hertz o Flexifrota, um produto inovador no setor com uma fl exibilidade total para o cliente e para o mercado de empresas e esperamos que irá ter uma ótima adesão pelo mer-cado”, indica o diretor-geral da Hertz em Portugal.

Portagens nas ex-SCUT em resolução

O pagamento das portagens nas ex-SCUT por parte dos clientes da empresa está pres-tes a deixar de ser um proble-ma para a empresa. “A Hertz já integra o sistema de cobrança automático que irá ser imple-mentado em breve, que per-mite simplifi car o pagamento das portagens nas ex-SCUT. Trata-se de um processo que apenas aguarda a publicação da Portaria 314-B/2010, de 14 de junho, trazendo desta forma be-nefício e liberdade de circulação aos nossos clientes”, refere An-tónio Silva.

O entrevistado não chega ao ponto de afi rmar que as difi cul-dades de pagamento daquelas portagens podem ter prejudica-do a imagem do país enquanto destino turístico, mas, salienta, ainda assim, que seria evitável um problema como o que hou-ve. “Seria importante que este tipo de decisões governamen-tais merecessem no futuro uma análise mais ponderada de todas as implicações nos mais diversos setores”, indica.

FROTAS XIIIsexta-feira, 13 de abril 2012

AQUILES [email protected]

O aluguer de curta e média duração é, também, uma opção para algumas empresas terem uma frota automóvel disponí-vel, sobretudo aquelas em que a quantidade e tipo de viaturas necessária é mais variável e de difícil previsão. Atentas a esta realidade, as empresas de rent-a-car estão a desenvolver produtos de média duração destinados ao mercado empresarial.

No sentido de ter os custos (meramente indicativos, claro) de uma frota em rent-a-car, a

“Vida Económica” solicitou à Europcar Portugal uma “pro-posta” do produto de média duração Fit Rent. A “nossa” frota contempla três viaturas, uma comercial e duas de pas-sageiros.

Os modelos de passageiros são o Opel Corsa 1.3 CDTI e o Renault Mégane 1.5 dCi. O primeiro tem um custo proposto com IVA de 527,67 euros e o se-gundo de 723,24 euros. No caso do modelo comercial Renault Kangoo 1.5 dCi, a renda men-sal, também com IVA incluído, é de 520,29 euros.

2012”EUROPCAR FEZ À VE SIMULAÇÃO DE ALUGUER DE MÉDIA DURAÇÃO FIT RENT

Rent-a-car usam fl exibilidade como trunfo

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PORTO14 de abrilLISBOA16 de abril

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as empresas a uma adaptação imediata à nova realidade.

A sua empresa é economicamente viável mas está numa encruzilhada financeira?

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Preços mensais entre 520 e 735 euros

Opel Corsa 1.3 CDTI ..................�527,67 (c/IVA)Renault Mégane 1.5 dCi .............�723,24 (c/IVA)Renault Kangoo 1.5 dCi .............�520,29 (c/IVA)

Fonte: Europcar Portugal (Fit Rent)

para que se intensifi quem as ações de fi scalização e procura de automóveis furtados, roubados, objeto de abuso de confi ança às empresas suas associadas”. “A ARAC constata nesta matéria que o acordo de Schengen não está a ser operado em Portugal com a efi cácia que seria desejá-vel. Continua a não existir uma verdadeira ação de fi scalização que diminua o número de rou-bos, quer dentro das viaturas (arrombamento de fechaduras com roubo da bagagem dos tu-ristas), quer das próprias viatu-ras. No primeiro caso, em cada ano, cerca de 50% das viaturas de rent-a-car do Algarve são alvo de arrombamentos”, salienta o secretário-geral do organismo.

AP

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ANTÓNIO MENDONÇA, DIRETOR-GERAL DA FILIAL DA RENT-A-CAR, AFIRMA

“Avis Portugal com os melhores resultados em dez anos”

Aluguer de média duração evita quebra na Europcar Portugal

O ano que passou foi de crise para a economia portuguesa, mas a rent-a-car Avis Portugal conseguiu obter resultados positivos. “Foi um ano de excelentes resultados para a Avis Portugal – os melhores dos últimos dez anos. Apesar das condições adversas no mercado interno, a empresa aumentou o seu volume de negócios junto do cliente doméstico em cerca de 2,5% e, nos segmentos de ‘inbound’, logrou manter a sua quota de mercado, apesar da entrada de novos operadores e da enorme pressão sobre os preços praticados”, explica, em entrevista à “Vida Económica” AQUILES [email protected]

Vida Económica – Que análise faz a Avis Portugal de 2011?

António Mendonça – 2011 foi um ano de excelentes resultados para a Avis Portugal – os melhores dos últimos dez anos. Apesar das condições adversas no mercado inter-no, a empresa aumentou o seu volume de negócios junto do cliente doméstico em cerca de 2,5% e, nos segmentos de “inbound”, logrou manter a sua quota de mercado, apesar da entrada de novos operadores e da enorme pres-são sobre os preços praticados. A melhoria contínua dos processos internos proporcionou ainda melhorias signifi-cativas nas margens de contribuição, bem como os melho-res níveis de sempre nos índices de satisfação dos clientes.

VE – Quais as perspetivas para o novo ano? AM – O ano de 2012 é olhado com muita precaução.

A incerteza macroeconómica e a pouca visibilidade no mercado são as palavras de ordem neste arranque de ano.

A Avis Portugal projeta a manutenção do seu nível de atividade com algum decréscimo no mercado doméstico, a ser compensado por crescimentos nos segmentos turís-ticos, alicerçados nas perspetivas de aumento do tráfego de passageiros aéreos e na contínua diferenciação da sua proposta de valor enquanto fator de fidelização dos seus clientes e canais de venda.

VE – O pagamento das portagens nas ex-SCUT por parte dos clientes da empresa já deixou de ser um problema para a empresa?

AM – A Avis é a única empresa do setor que oferece uma solução para as passagens nas ex-SCUT. O paga-mento das portagens nas ex-SCUT por parte dos clientes da Avis deixou de ser um problema a partir do passado dia 1 de fevereiro com o lançamento do serviço Avis e-Toll, solução única no setor para as passagens nos pórti-cos eletrónicos de portagem nas ex-SCUT e nas autoes-tradas tradicionais.

VE – As dificuldades de pagamento daquelas por-tagens podem ter prejudicado a imagem do país en-quanto destino turístico?

AM – Seguramente que sim. E também por isso a Avis concentrou esforços e fez investimentos para libertar efi-cazmente os seus clientes dessas dificuldades.

VE – A empresa lançou em 2010 o Avis Flex, destinado às empresas. É uma alternativa a outras opções de renovação das frotas por parte das em-presas?

AM – O Avis Flex é um produto inovador que ofere-ce uma alternativa flexível e competitiva ao renting tra-dicional. A gestão de frotas nas empresas tem um peso considerável nas suas estruturas de custos. A incerteza e a volatilidade nos diversos setores da economia exigem uma disciplina estratégica que confira agilidade às em-presas, nomeadamente na flexibilidade dos seus custos. E o Avis Flex garante às empresas, precisamente, essa flexibilização ao nível dos custos de frota, bem como a redução temporal dos compromissos assumidos na res-petiva gestão.

A Europcar Portugal evitou as perdas em 2011 através de alugueres de média duração, como por exemplo o recente produto Fit Rent. Pelo contrário, nos alu-gueres de curta duração, a rent-a-car sen-tiu quebra.

“Foi um ano em que se registou uma quebra generalizada da atividade dos nossos clientes no que toca aos alugueres diários. Mas, pelo contrário, houve um aumento da procura pelos alugueres su-periores a 30 dias, uma vez que muitos

clientes preferiram a flexibilidade e opta-ram pelo aluguer de média duração em vez dos tradicionais leasings e rentings”, disse à “Vida Económica” Fernando Fa-gulha, diretor de marketing e vendas da Europcar Portugal. “A Europcar Portugal não pode divulgar resultados financeiros, mas posso dizer-lhe que os resultados de 2011 estão em linha com os registados em 2010, que foi o melhor ano de sempre, com um crescimento de 10%”, acrescen-ta.

Fernando Fagulha avisa, no entanto, que 2012 deverá ser diferente. “Neste ano há um comportamento diferente no mercado, uma vez que as empresas olham mais para os custos e procuram soluções mais económicas. São poucos os setores que escapam à crise económica, e há al-guns que estão a ser mesmo muito pe-nalizados. Isto leva a que alguns clientes tenham menos necessidade de alugar, o que provoca uma quebra generalizada da atividade de curta duração”, explica. A

solução, segundo o diretor de marketing e vendas da Europcar Portugal, passa por continuar a apostar em segmentos dife-rentes. “Daí o lançamento do Europcar Fit Rent no início deste ano, por exem-plo. Estou convencido que este produto vai continuar a crescer porque a tendên-cia é a procura de produtos mais flexíveis. Estou certo que iremos sair deste perío-do conturbado com a nossa liderança de mercado reforçada”, afirma.

AP

“Ano de 2012 é olhado com muita precaução”, avisa o diretor-geral da AVIS Portugal.

FROTASXIV sexta-feira, 13 de abril 2012

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INOSAT, PHC E GMV TÊM A MESMA OPINIÃO

Software de gestão de frotas tem de garantir redução de custos e eficiência operacionalTrês das empresas a operarem no mercado nacional dos softwares de gestão especializados no segmento de frotas partilham a mesma opinião: hoje, apenas são válidos os produtos que garantam uma efetiva redução de custos e, ao mesmo tempo, um claro aumento da eficiência. Inosat, PHC e GMV explicaram à “Vida Económica” quais os atributos que os seus clientes mais procuram nos softwares comercializados e até que ponto os ajudam a serem mais competitivos.SUSANA MARVÃ[email protected]

O impacto da crise mundial teve reflexo em novas necessida-des sentidas pelas empresas ao nível do segmento de gestão de frotas. Hoje, os desafios para as empresas em Portugal parecem prender-se com a necessidade de vencer num mercado cada vez mais competitivo e onde a gestão dos negócios se depara com um aumento exponencial nos custos das organizações. Por isso mes-mo, as empresas de gestão de fro-tas deparam-se com a necessida-de de reduzir custos e ao mesmo tempo melhorar a eficiência. Mas há mais. Existem ainda questões associadas à segurança, como car-jacking e roubo de carga, que são cada vez mais uma preocupação das empresas, disse à “Vida Eco-nómica” Jorge Carrilho, CEO da Inosat, empresa portuguesa espe-cializada em sistemas de gestão de frota através de tecnologia GPS.

O responsável admite que as soluções de gestão de frota devem ter capacidade para oferecer um elevado retorno de investimento num curto prazo e permitir às empresas assegurar a satisfação e retenção dos clientes. “Existem dois eixos fundamentais para os nossos clientes: a redução de cus-tos e a eficiência operacional. Ao nível da eficiência operacional e do consequente aumento de pro-dutividade, os nossos clientes va-lorizam a capacidade de planear

mais eficazmente a atribuição de tarefas e serviços para as equipas em campo, com o objetivo de re-duzir o número de quilómetros e tempos de viagem entre clientes”.

Adicionalmente, refere Jorge Carrilho, os clientes têm à sua disposição informação de gestão relevante para o seu negócio, no-meadamente a possibilidade de comparar o desempenho da sua frota com a média das empresas que atuam no mesmo sector de atividade e, deste modo, compre-ender quais os aspetos a melhorar.

“A redução de custos foca-se nas comunicações e combustível, que a este nível é obtida através da redução de quilómetros per-corridos, da capacidade de ape-nas remunerar os quilómetros verdadeiramente percorridos em trabalho, promovendo junto dos colaboradores uma utilização consciente das viaturas de ser-viço”. O CEO enfatizou ainda que o módulo de gestão técnica de frota da Inosat é extremamen-te importante para os clientes, já que lhes permite controlar to-talmente os custos com a frota, sejam eles fixos, com o renting ou leasing, ou variáveis, como é o caso do combustível. “Permite ainda comparar custos por quiló-metro e médias de consumo entre viaturas e entre períodos tempo-rais, bem como detetar anomalias no abastecimento.”

Para se distinguir da concorrên-cia, a Inosat tem a particularidade de controlar todo o produto, no-meadamente através do fabrico do hardware e desenvolvimento do software, o que, no entender de Jorge Carrilho, permite reagir mais rapidamente às inovações exigidas pelo mercado e garantir aos clientes soluções à sua “medi-da”. “A aposta contínua em I&D é sem dúvida um fator diferen-ciador. A internacionalização da Inosat permite-nos também ter uma perspectiva sobre o produto e as necessidades dos mercados, desta forma conseguimos anteci-par tendências e introduzi-las na nossa oferta com produtos dife-renciadores e inovadores como é o caso do geomarketing.”

Controlo de custos é essencial

Miguel Capelão, administra-dor da PHC Software, corrobo-rou a opinião de Jorge Carrilho. E assume que uma das maiores preocupações dos gestores de em-presas é efetivamente a contenção de custos da sua organização. “E isso enquadra-se perfeitamente no princípio que norteou a cria-

ção do nosso módulo PHC Frota CS, ou seja, controlar e monito-rizar todos os custos inerentes ao parque automóvel da empresa, desde gastos com combustíveis, despesas com manutenções, sinis-tros, etc”. Miguel Capelão expli-cou à “Vida Económica” que as empresas que os contactam pre-tendem obter um maior controlo dos custos das suas frotas, tendo informações em tempo real sobre o que estão a gastar de forma a saber exatamente o que esperar no final de cada mês. “O aumen-to dos preços do gasóleo faz com que este seja um custo cada vez mais significativo e, como tal, terá de ser olhado com atenção crescente. Mas pensamos que as empresas e gestores estão cada vez mais motivados a este nível, pois o número de empresas a ado-tar software de gestão de frotas continua a crescer, sobretudo no campo das PME, com os gestores portugueses a procurar formas de diminuir os custos com as suas frotas e a ter um maior controlo sobre as mesmas”.

No entender deste responsável, as empresas optam pela aplica-ção da PHC, em primeiro lugar, porque tem um conjunto de funcionalidades que responde às

necessidades atuais do mercado, nomeadamente ao oferecer in-formação em tempo real que lhes permite ver o que a frota está a gastar sempre que necessário. Em segundo lugar, porque permite uma adequação muito assertiva às diversas particularidades que exis-tem ou possam surgir nesta área. “O facto de a solução possuir uma utilização muito intuitiva é outro dos pontos fundamentais do módulo PHC Frota CS, pois as empresas não necessitam pra-ticamente de gastar tempo com ações de formação e os seus cola-boradores conseguem facilmente ‘alimentar’ a aplicação com todos os dados necessários para o ges-tor fazer uma análise assertiva da frota”.

Aumento de produtividade crucial

Também Fábio Sócrates, busi-ness developer da GMV, acredita que a obtenção de uma real re-dução de custos para os clientes é a mais-valia dos softwares de gestão, nomeadamente os espe-cializados em frotas. “Os benefí-cios passam por uma poupança efetiva de combustível, poupança em comunicações, levando a um

aumento da produtividade, faci-lita a manutenção preventiva dafrota, diminui as tarefas adminis-trativas, melhora e facilita o fun-cionamento diário das frotas dosnossos clientes e elimina as horasextra não trabalhadas”.

Quanto ao software da GMV, denominado Moviloc, “os clien-tes privilegiam todas as suasfuncionalidades, dado que estão totalmente integradas e aperfei-çoadas ao ponto de responderem na totalidade às necessidades decada um dos nossos clientes”. O responsável ressalvou que esteproduto consegue fazer a integra-ção com variadíssimos softwares utilizados pelos clientes nas suasatividades, “otimizando ao má-ximo todos os benefícios de uma gestão de frotas eficaz”.

Fábio Sócrates avança que, para os próximos dois anos, aGMV pretende seguir as atuaislinhas de orientação, investindouma verba significativa em I+D, o que lhe permitirá responder às necessidades dos clientes de umaforma assertiva. “Continuandoassim a aumentar a sua quotade mercado não só em Portugal, mas também nos restantes paísesonde conta atualmente com ne-gócio”.

FROTAS XVsexta-feira, 13 de abril de 2012

Inosat, PHC e GMV explicaram à VE quais os atributos que os clientes procuram nos softwares de gestão de frotas.

Gestoras de frotas deparam-se com a necessidade de reduzir custos e ao mesmo tempo melhorar a eficiência. Existem ainda questões associadas à segurança

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