CAPÍTULO 2 RETIFICADORES A DIODO 2.1 - RETIFICADOR ... · Cap. 2 - Retificadores a Diodo...
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Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
27
CAPÍTULO 2RETIFICADORES A DIODO
2.1 - RETIFICADOR MONOFÁSICO DE MEIA ONDA A DIODO
a) Carga Resistiva Pura (Figura 2.1)
D
vD+ -
+
-vLRiLv(ωt)
Fig. 2.1 - Retificador monofásico de meia onda com carga resistiva.
Onde: )t(senV2)tsen(V)t(v om ω=ω=ω (2.1)
Sendo: Vo = Valor Eficaz da Tensão de Alimentação.
Formas de onda carga R (pura) (Figura 2.2).
2ππ 3π
v
ωt
iLV
Ro2
ωt0 4π
vD
ωt
2ππ 3π0 4π
Vo− 2
Vo2
ωt
Vo2vL
Fig. 2.2 - Formas de onda relativas à figura 2.1. Tensão média na carga (Equação 2.2).
V V t d tLmed o= ∫12
20π
ω ωπ
sen ( ) ( ) (2.2)
Logo: VV
VLmedo
o= ≅2
0 45π
, (2.3)
Corrente média na carga (Equação 2.4).
IV
Rt d tLmed
o= ∫12
20π
ω ωπ
sen ( ) ( ) (2.4)
Logo: IV
RV
RLmedLmed o= ≅
0 45,(2.5)

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
28
Corrente de pico no diodo (Equação 2.6).
IV
RDpo=
2(2.6)
Tensão de pico inversa no diodo (Equação 2.7).
V VDp o= 2 (2.7)
Corrente eficaz no diodo (Equação 2.8).
IV
Rt d tLef
o=
∫1
22
2
2
0πω ω
π
sen ( ) ( ) (2.8)
Logo: IV
RVRLef
o o= ≅2
0 707, (2.9)
b) Carga R L (Figura 2.3)
D
vD+ -
L
+
+
-v
vl
+
LvR
iLR
v(ωt)
-
+
-Fig. 2.3 - Retificador monofásico de meia onda alimentando carga RL.
Formas de onda relativas à carga R L (Figura 2.4).
2π 3π 4ππ0
β β+2π0
v
ω t
i L
ω t
v D
ω t
v L
2π 3π 4ππ0
Fig. 2.4 - Formas de onda relativas à figura 2.3.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
29
Devido a presença da indutância, o diodo não se bloqueia em ωt = π.
Bloqueio ocorre no ângulo β (superior a π).
Enquanto a corrente não se anular ⇒ Diodo se mantém em condução.
Tensão na carga (ângulos superiores a π) ⇒ Torna-se negativa.
Corrente na carga (Obtida pela solução da equação diferencial 2.10)
20
V R iLsen ( t) = Ldi ( t)
dt( t)Lω
ωω+ (2.10)
Solução de (2.10) é representada pela Equação (2.11).
iV
R XI eL
t( t) tω ω φ τ=+
− − −2
00
2 2 1sen ( ) ( ) (2.11)
Onde: φ ω τ= ∴ ∴ =arc tgLR
XR
X = L
Corrente na carga é composta por duas componentes distintas (Figura 2.5)
iV
R Xo
1 2 2
2( sen ( )ω ω φt) t=
+− (2.12)
i t I e t2 1 0( ) ( ) /ω τ= − − (2.13)
I (0)1 i2i1
π β0 φ
iL
-I (0)1
ωt
Fig. 2.5 - Corrente de carga relativa à figura 2.3.
Para: ωt = 0 ⇒ iL(ωt) = 0
Logo: ( )IV
R Xo
1 2 20
2=
+−sen ( ) φ (2.14)
Portanto, [ ]iV
R XeL
o t( sen ( ) sen ( ) /ω ω φ φ τt) t =+
− − − −22 2
(2.15)
Componente i2(ωt) ⇒ Parcela transitória da corrente, Componente i1(ωt) ⇒ Resposta em regime permanente da carga R L .

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
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30
Valor médio da tensão na carga ⇒ Deve-se conhecer ângulo β.
Figura 2.4 ⇒ i(ωt) = 0 ⇒ ωt = β ⇒ Equação (2.15) ⇒ Equação (2.16)
sen ( ) sen ( ) / β φ φ β ωτ− + =−e 0 (2.16)
Com: ωτω
φ= =L
Rtg
sen( ) sen( ) /β φ φ β φ− + =−e tg 0 (2.17)
Solução numérica para a Equação (2.17) ⇒ Figura 2.6.
φ( )
β( )
o
o180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Fig. 2.6 - Ângulo de extinção β em função do ângulo φ, para a figura 2.3. Valor médio da tensão na carga (Equação 2.18).
V V t d tLmed o= ∫12
20π
ω ωβ
sen( ) ( ) (2.18)
Assim: VV
VLmedo
o= − ≅ −22
1 0 225 1π
β β( cos ) , ( cos ) (2.19)
Presença da indutância causa uma redução da tensão média na carga. Valor médio da tensão no indutor L (Figura 2.7).
��������������������
������������������������
β
ωt0 2π
vR
Im
θm
Sl
(tensão em R)
i
π
vl
S2
vl (tensão em L)vR
v
Fig. 2.7 - Formas de onda para o circuito da figura 2.3.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
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31
Figura 2.7 ⇒ i(ωt) Valor máximo ⇒ di t
dt(ω )
= 0 ⇒ ωt = θm
Logo: ωt = θm ⇒ vl(ωt) = 0 e vR(ωt) = v Tensão média no indutor (Equação 2.20)
{ }∫ ∫ ⋅+⋅⋅=βtm
0
t
tmmd dt)t(Vdt)t(VT1V lll (2.20)
Com: diLdtV ⋅=⋅l (2.21)
{ } ( )ImLImLT1diLdiL
T1V
Im
0
0
Immd ⋅−⋅⋅=⋅+⋅⋅= ∫ ∫l (2.22)
Valor médio da tensão na indutância é nulo ⇒ S1 = S2
(Indutor é desmagnetizado a cada ciclo de funcionamento da estrutura) S1 ou S2 representam o fluxo produzido no indutor.
Valor médio da tensão na resistência de carga R.
RmdmdLmed VVV += l (2.23)
Como: 0V md =l ⇒ V VLmed Rmed= (2.24)
V V VLmed Rmed o= ≅ −0 225 1, ( cos )β (2.25)
Corrente média na carga e no diodo (Equação 2.26).
IV
RLmedo≅ −
0 2251
,( cos )β (2.26)
Corrente média na carga pode-se também obter com a Equação (2.27):
[ ]IV
Ze d tLmed
o t= − + −∫12
20π
ω φ φ ωτβ
sen ) sen ) ( )/( t ( (2.27)
Valor eficaz da corrente de carga (Equação 2.28)
[ ]IV
Ze d tLef
o t= − +
−∫12
22
0πω φ φ ωτ
β
sen( ) sen ) ( )/t ( (2.28)
Onde: IZ I
VmdLmed
o
=2
(2.29) e IZ I
VefLef
o
=2
(2.30)
Sendo: Z R X= +2 2 (2.31)
Assim: [ ]I e d tmdt= − + −∫1
2 0πω φ φ ωτ
β
sen ) sen ) ( )/( t ( (2.32)
[ ]I e deft= − + −∫1
22
0πω φ φ ωτ
β
sen ) sen ) (/( t ( t) (2.33)

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
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32
Imd e Ief obtidos numericamente em função de φ (Figura 2.8)
ef
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1000
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
I
mdI
φ( )o
Fig. 2.8 – Valores normalizados médio e eficaz da corrente de carga para a figura 2.3.
c) Carga RL com Diodo de "Roda-Livre" (Figura 2.9)
Evitar que a tensão na carga torne-se negativa devido presença de L.1D
D RL
L
R
v(ωt)
Fig. 2.9 - Retificador de Meia Onda com Diodo de "Roda-Livre".1D
v+
DRL
- (a)
L
+
+
-v
v
l
+
L
v RR-
+
-
Li
1D
v-
DRL
+ (b)
L
v L
R
+
-
Li
Fig. 2.10 - Etapas de funcionamento do retificador com diodo de "roda-livre". Formas de onda (Figura 2.11) ⇒ CONDUÇÃO DESCONTÍNUA
2ππ 3π
v
ω t
i L
ω t0 4π
V o2
ω t
V o2v L
β
Fig. 2.11 - Formas de onda para a estrutura da figura 2.9.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
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33
Formas de onda (Figura 2.12) ⇒ CONDUÇÃO CONTÍNUA Condução contínua ⇒ Interesse prático ⇒ Redução das harmônicas da
corrente de carga.
2ππ 3π
i L
ω t0 4π
ω t
Vo2v L
Fig. 2.12 - Tensão e corrente de carga para condução contínua.
Tensão na carga vL(ωt) Série de Fourier (Equação 2.34)
v tV V
tV t t t
Lo o o( ) sen( )
cos( ) cos( ) cos( )ω
πω
πω ω ω
= + −⋅
+⋅
+⋅
+
2 2
22 2 2
1 34
3 56
5 7K (2.34)
Tensão e corrente média na carga serão:
V VLmed o= 0 45, (2.35)
IV
RLmedo=
0 45,(2.36)
A corrente de carga é dada pela Série de Fourier (Equação 2.37)i t I i t i t i t i t i tLmed n( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )ω ω ω ω ω ω= + + + + + + +1 2 4 6 K K (2.37)
Onde: i tVZ
to1
11
22
( ) sen( )ω ω φ=⋅
− (2.38)
i tVZ
to2
22
2 21 3
2( ) cos( )ωπ
ω φ=−⋅ ⋅ ⋅
− (2.39)
i tVZ
to4
44
2 23 5
4( ) cos( )ωπ
ω φ=−⋅ ⋅ ⋅
− (2.40)
i tV
n n Zn tn
o
nn( )
( ) ( )cos( )ω
πω φ=
−⋅ − ⋅ + ⋅
−2 21 1
(2.41)
Onde: n ≠ 1
Z R n Ln = +2 2 2 2ω (2.42)
φω
n tgn L
R= −1 (2.43)

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
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34
Valor eficaz da corrente na carga (Equação 2.44)
( )I I I I I I ILef Lmed L L L L Ln= + + + + + + +21
22
24
26
2 2 1 2K K (2.44)
Onde: IVZL
o1
12= (2.45); IVZL
o2
2
23=π
(2.46); IV
ZLo
44
215=
π(2.47)
IV
n n ZLno
n=
− +2
1 1( ) ( ) π , n ≠ 1 (2.48)
Valores médios das correntes nos diodos ⇒ Metade do valor na carga(p/ Quando constante de tempo for elevada: Ondulação (“ripple”) desprezível)
d) Uso do Transformador (Figura 2.13)
permite a adaptação da tensão da fonte à tensão da carga; permite o isolamento galvânico entre a rede e a carga.
1N 1D2N R
LDRL
2i iDRL1i i Lv(ωt)
+
-2v
Fig. 2.13 - Retificador monofásico de meia onda alimentado por transformador.
Considerações: iL(ωt) considerada isenta de harmônicas (indutância infinita). Transformador com ganho unitário.
i 2
RLi D
I2CC
i 2CA
i1
π 2π 3π 4π 5π0
i LIo
Io
Io
Io2
Io2
Io2
tω
tω
tω
tω
tω
tω
Fig. 2.14 - Formas da onda para a estrutura da figura 2.13.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
35
Corrente secundária i2(ωt) em Série de Fourier (Equação 2.49)
i tI I
tI
tI
to o o o2 2
2 23 3
25 5( ) cos ( ) cos ( ) cos ( )ω
πω
πω
πω= + + + + K (2.49)
Seja II
CCo
2 2= (2.50)
i tI
tI
tI
tCAo o o
2
2 23 3
25 5( ) cos ( ) cos ( ) cos ( )ω
πω
πω
πω= + + + K (2.51)
Assim:i t I i tCC CA2 2 2( ) ( )ω ω= + (2.52)
Componente I2CC não apresenta reflexos no primário (porém: Saturação Trafo) (Aplicação restrita para pequenas potências)
Corrente primária ⇒ Igual à corrente secundária alternada i2CA(wt)
N i t N i tCA1 1 2 2( ) ( )ω ω= ⇒ i t i tCA1 2( ) ( )ω ω= , com : N N1 2= ( 21 VV = )
Potência na carga (Equação 2.53).
P V IL Lmed o= (2.53)
mas, V VLmed = 0 45 2, (2.54)
Potência primária aparente (Equação 2.55)S V I ef1 1 1= (2.55)
Valor eficaz da corrente do primário (Equação 2.56)
II
efo
1 2= (2.56)
Assim: SV Io
11
2= ⇒ V VVLmed
1 2 0 45= = , (2.57)
Logo: S V ILmed o1 1 11= , ⇒ S PL1 1 11= , (2.58)
Valor eficaz da corrente secundária (Equação 2.59)
II
efo
2 2= ; Observe que: I2ef > I1ef (2.59)
Potência aparente nominal do secundário (Equação 2.60)
S PL2 1 57= , (2.60)
Conclusões: Transformador mal aproveitado (utilização em baixas potências).Maior interesse é a simplicidade e baixo custo.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
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36
2.2 - RETIFICADOR MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA COM PONTO MÉDIO
a) Carga Resistiva Pura (Circuito Figura 2.15 e Etapas Figura 2.16)
1D
D2
2v
2v
R
v(ωt)+-+-
Li
Fig. 2.15 - Retificador monofásico de onda completa a diodo com ponto médio.
1D+
R
D2
2v
2v
-+
-
v+
-
1D
2v
v
+-
-
v-
+
D22
+
RLi
Li
Fig. 2.16 - Etapas de funcionamento para a estrutura da figura 2.15.
Formas de onda (Figura 2.17)
ω t2π 4π3ππ0
ω t
ω t
ω t
ω t
i LV
R22
v D1
V2-2 2
2V2v L
V2-2 2
v D2
2π 4π3ππ0
2V2v 2
Fig. 2.17 - Formas de onda para a figura 2.15.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
37
Valor médio da tensão na carga (Equação 2.61)
V V t d tLmed = ∫12 2
0π ω ωπ
sen( ) ( ) ⇒ V VLmed = 0 9 2, (2.61)
Corrente média na carga (Equação 2.62)
IV
RLmed =0 9 2,
(2.62)
Corrente de pico na carga e nos diodos:
IV
Rp =2 2 (2.63)
Valor de pico da tensão inversa nos diodos ⇒ Desvantagem da estrutura.
V VDp = 2 2 2 (2.64)
Valor médio corrente em um diodo ⇒ Metade do valor médio na carga
IV
RDmed =0 9
22,
(2.65)
Valor eficaz da corrente de carga. Valor eficaz da corrente em um diodo.
IVRLef = 2 (2.66) I
VRDef = 2
2 (2.67)
b) Carga RL (Circuito Figura 2.18 e Formas de onda Figura 2.19)
L+
-+
-
1D
D2
2v
2v
R
v(ωt)
Li
Fig. 2.18 - Retificador de onda completa alimentando carga indutiva.
2ππ0
i
v L
L
ω t
Fig. 2.19 - Tensão e corrente de carga para a figura 2.18.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
38
Tensão na carga (Série de Fourier - Equação 2.68)
v t V t tL ( ) cos( ) cos( )ω π π ω π ω= − − −
22 4
3 24
15 42 K (2.68)
Corrente na carga (Equação 2.69)
i t V R Z t Z tL ( ) cos( ) cos( )ω π π ω φ π ω φ= − − − − −
22 4
3 24
15 422
24
4 K (2.69)
Onde: Z R n Ln = +2 2 2 2ω (2.70)
φω
n tgn L
R= −1 (2.71)
Constante de tempo da carga elevada ⇒ Ignora-se harmônicas de ordemsuperior à fundamental.
Componente contínua da corrente (Valor médio - Equação 2.72).
IV
RV
RLmed = =2 2 0 92 2
π,
(2.72)
Componente de primeira ordem ⇒ Freqüência dupla da freqüência da tensãode alimentação (Equação 2.73)
i tV
Z tL22
22
4 23 2( ) cos( )ω π ω φ= − (2.73)
Valor eficaz da corrente na carga.
IVR
VZLef = +
8 169
22
2 22
2
22
2π π (2.74)
Valor médio da corrente num diodo ⇒ Metade do valor médio da corrente decarga
IV
RDmed =0 45 2,
(2.75)
Cálculo valor eficaz da corrente em cada diodo (Fig. 2.20-Corrente isenta deharmônicos, ou seja, ILmed=Imed)
iDI med
2ππ0 3πtω
Fig. 2.20 - Corrente nos diodos para a figura 2.18.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
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39
Valor eficaz da corrente em cada diodo
( )I I d tI
IDef LmedLmed
Lmed= = ≅∫12 2
0 7072
0π ωπ
( ) , (2.76)
Define-se Ki ⇒ Fator de ondulação da corrente de carga
KIIi
CAef
Lmed= ⇒ K
RR Li =
+0 47
42 2 2
,ω
(2.77)
Onde: IVZCAef =
43
2
2π
c) Estudo do Comportamento do Transformador
s1i
I1D
2v
v
+
-+
i1 +
-
D 22
-
s2i
v(ω t)
N1=N2
Fig. 2.21 - Convenções para o estudo do comportamento do transformador.
I
i s1I
Ii s2
i 1I
-I
2π 3π 4π 5ππ0
i L
tω
tω
tω
tω2π 3π 4π 5ππ0
Fig. 2.22 - Formas de onda das correntes para a figura 2.21. Corrente eficaz de um enrolamento secundário (Equação 2.78)
I I I d ts ef s ef1 22
0
12= = ∫π ω
π
( ) ⇒ I I Is ef s ef1 2 0 707= = , (2.78)
Potência aparente de um enrolamento secundário (Equação 2.79)
S V Is ef s ef1 2 1= ⇒ SV I
V IsLmed
Lmed1
0 7070 9 0 785= =
,, , (2.79)
Onde: VV
efLmed
2 0 9= , (2.80)

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
40
Potência secundária total aparente do transformador (Equação 2.81)S S Ss s2 1 2= + ⇒ S V ILmed2 1 57= , (2.81)
Como: P V IL Lmed= (2.82)
Obtém-se: S PL2 1 57= , (2.83)
PL representa a potência transferida à carga. Transformador é mal aproveitado ⇒ Dimensionamento com potência aparente
igual à 157% da potência de carga.
Vantagens retificador de Onda Completa em relação ao Meia Onda:- Não existe componente contínua de corrente circulando no secundário, nãoaparecendo então o fenômeno da saturação do transformador;- A tensão média na carga é duas vezes maior;- A corrente de carga apresenta menor distorção harmônica.
2.3 - RETIFICADOR MONOFÁSICO DE ONDA COMPLETA EM PONTE
a) Carga Resistiva (Figura 2.23.a, Etapas Figuras 2.23.b e 2.23.c)
Formas de ondas idênticas à estrutura anterior (Vide Figura 2.17)
D1 D2
+vR
-D4D3
RLiv(ωt)
(a)D 1 D 2
+
-vR
D 3 D 4
-
+RLiv( ω t)
(c)
+
D 1 D 2
+vR
--D 4D 3
RLiv( ω t)
(b)Fig. 2.23 - Configuração e etapas de funcionamento para o retificador monofásico em
ponte.
V VLmed o= 0 9, (Tensão média na carga) (2.84)
IV
RLmedo=
0 9,(Corrente média na carga) (2.85)

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
41
b) Carga RL
Etapas de funcionamento são as mesmas da Figura 2.23. Formas de onda da corrente e da tensão de carga são idênticas Figura 2.19.
c) Estudo do Comportamento do Transformador (Figura 2.24)
Não necessita transformador para funcionar. Uso Trafo : Isolamento galvânico ou adaptação de tensão.
i1
D 1 D 2
i2 I
D 4D 3
Fig. 2.24 - Retificador em ponte associado a um transformador.
I
I
-I
I
-I
2π 3π 4π 5ππ0
i L
tω
i 2
i 1
tω
tω
Fig. 2.25 - Correntes para a estrutura da figura 2.24. Valor eficaz da corrente do enrolamento secundário
I I d( tef22
0
22
= ∫π
ωπ
) ⇒ I Ief2 = (2.86)
Valor eficaz da tensão secundária
VV
efLmed
2 0 9= , (2.87)
Potência aparente do transformador:
S V IV I
ef efLmed
2 2 2 0 9= = , ⇒ S V ILmed2 1 11= , ⇒ S PL2 1 11= , (2.88)
Onde: P V IL Lmed= (2.89)
Portanto: Retificador em ponte proporciona um melhor aproveitamento dotransformador que o retificador de ponto médio.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
42
d) Tensão de Pico Inversa dos Diodos (Figura 2.26)
D1 D2
D3 D4
+- +
-vRLi
v( ω t)R
Fig. 2.26 - Segunda etapa de funcionamento do retificador. Máxima tensão inversa é igual ao valor de pico da tensão da fonte
V VDp = 2 2 (2.90)
V2 o valor eficaz da tensão da fonte de alimentação ou do secundário dotransformador.
Comparando (2.90) com (2.64): Tensão de pico inversa é a metade da tensãode pico inversa para o retificador de ponto médio.
2.4 - RETIFICADOR TRIFÁSICO COM PONTO MÉDIO
a) Comportamento com Carga Resistiva (Figura 2.27)
1DR
2D
1i
SN
2i
3D
3i
T
+
-Rv
1v (ω t)
2v (ω t)
3v (ω t) Ri R
Fig. 2.27 - Retificador trifásico com ponto médio.v
2 V o1
02ππ ω t
v 2 v 3 v 1 v 2 v 3 v 1
v R
566ππ
D 1
ω t
D 2 D 32 V o
1 2 3v v v
120ο
Fig. 2.28 - Formas de onda para a estrutura da figura 2.27.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
43
Valor médio da tensão na carga (Equação 2.91)
V V t d tV
VLmed oo
o= = ≅∫32 2
3 3 22 1 17
6
5 6
πω ω
ππ
π
sen( ) ( ) , (2.91)
Valor médio da corrente na carga (Equação 2.92)
IV
RLmedo=
1 17,(2.92)
Valor médio da corrente nos diodos (Equação 2.93)
II V
RDmedLmed o= ≅3
1 173
,(2.93)
Valor da corrente de pico nos diodos (Equação 2.94)
IV
RDpo=
2(2.94)
Cálculo da corrente eficaz nos diodos (Figura 2.29)
��������������������2
566
VR
i
o
D
ππ0 2ππω t
120ο
Fig. 2.29 - Corrente em um diodo para carga resistiva.
Valor eficaz da corrente nos diodos (Equação 2.95)
IV
R t d t IDefo
Lmed=
≅∫1
22
0 592
6
5 6
πω ω
π
π
sen( ) ( ) , (2.95)
b) Comportamento com Carga Indutiva
Decomposição em série de Fourier da tensão na carga (Equação 2.96)
v t V V tL o o( ) ,,
sen( )ω ω= +⋅
1 172 1 17
8 3 (2.96)
A freqüência da componente fundamental da tensão na carga é igual a trêsvezes a freqüência da tensão de alimentação.
Ignoradas as harmônicas de ordens superiores.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
44
Corrente na carga (Equação 2.97)
i tV
RV
R LtL
o o( ), ,
sen( )ωω
ω φ= ++
−1 17 0 3
93
2 2 2 3 (2.97)
Onde: φω
3
3= arc tg
LR (2.98)
Valor eficaz da corrente na carga (Equação 2.99)
( )I I ILef Lmed ef= +23
2 (2.99)
Onde: IV
RLmedo=
1 17,(2.100) e I
VR Lef
o3 2 2 2
0 32 9
=+
,ω
(2.101)
Corrente através de um diodo (Figura 2.30) Admite-se corrente contínua na carga (L grande)
iDI Lmed
32π
34π 2π0
ωt
120ο
Fig. 2.30 - Corrente em um dos diodos.
Valor eficaz da corrente em um diodo (Equação 2.102)
( )I I d tI
Def LmedLmed= =∫1
2 32
0
2 3
πω
π
( ) (2.102)
Valor médio da corrente em um diodo (Equação 2.103)
II
DmedLmed= 3 (2.103)
Fator de ondulação de corrente na carga (Equação 2.104)
KII
VR L
RVi
CAef
Lmed
o
o= ≅
+⋅
0 32 3 1 172 2
,( ) ,ω
(2.104)
Nos casos em que: 9ω2L2 >> R2, obtém-se:
KRL
RLi ≅
⋅ ⋅⋅ ≅
0 32 1 17 3
0 06,,
,ω ω
(2.105)

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
45
c) Tensão de Pico Inversa dos Diodos (Figura 2.31)
- +
+
D1v +-
-
- +
1D
2D
Ri
3D
+
-Rv
1v (ωt)
2v (ωt)
3v (ωt) Ri R
Fig. 2.31 - Segunda etapa de funcionamento da estrutura. Tensão nos terminais de D1 (Equação 2.106 e Figura 2.32)
V V VD1 1 2+ = ⇒ V V VD1 2 1= − (2.106)
V3
V1 1-V
VD1V2
Vm
Fig. 2.32 - Diagrama fasorial para o cálculo da tensão VD1.
Onde: om(max)1 V2VV == (Valor de pico da tensão de alimentação)
Valor de pico da tensão em D1 (Equação 2.107)
V V VD p o o1 3 2 2 45= ≅ , (2.107)
d) Estudo do Comportamento do Transformador (Fig. 2.33)
Transformador é considerado ideal e relação de transformação unitária; Corrente de carga será considerada isenta de harmônicas.
ip1iA 1D
2D
is1
ip2
ip33D ILmed
iA= ip1-ip3
Fig. 2.33 - Retificador associado a um transformador ∆-Υ.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
46
i S1
iS2
iS3
I Lmed
65π
32π
2π
I Lmed23 Lmed1
3 Iω t
ω t
ω t
parcela CC
parcela CA
6π
32π
Fig. 2.34 - Correntes nos enrolamentos secundários do transformador. Componentes contínuas secundárias não são refletidas no primário. Circuito para componentes contínua (Fig. 2.35 - Somente secundários)
1D
2D
ILmed3
φ 1
φ 2
φ 33D I Lmed
ILmed3
ILmed3
Fig. 2.35 - Componentes contínuas das correntes secundárias.
Fluxos: φ1, φ2 e φ3 são iguais em valor e direção (não saturam o trafo 3φ,considerando-se sistema de alimentação equilibrado e puramente senoidal).
Composição com 3 núcleos 1φ ⇒ Saturação (caso monofásico)
v sl
I Lmed
tω
i sl
v plI Lmed
23
i pl
I Lmed-13
I Lmed23
i p3
I Lmed-13
I Lmed
-I Lmed
i A1
i A
tω
tω
tω
π6
π6
5π6
= i -i A pl i p3
Fig. 2.36 - Correntes para a estrutura na figura 2.35.
Defasagem 30o entre a componente fundamental da corrente de linha iA(ωt) e atensão do enrolamento primário vp1(ωt); (Característica do Trafo ∆/Y).

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
47
Corrente eficaz num enrolamento secundário (Equação 2.108)
II
sefLmed=
3(2.108)
Potência aparente secundária por fase (Equação 2.109)
S V IV I
V If o sefLmed Lmed
Lmed Lmed2 1 17 30 493= ≅ ≅
,, (2.109)
Onde: VV
oLmed=
1 17,
Potência aparente total secundária (Equação 2.110)S S V I Pf Lmed Lmed L2 23 1 48 1 48= ≅ =, , (2.110)
Onde: P V IL Lmed Lmed=
Corrente eficaz primária por fase (Figura 2.37 e Equação 2.111)
ipl
I Lmed23
32π
2π0I Lmed-1
3
tω
Fig. 2.37 - Corrente de fase de um enrolamento primário do transformador.
II
d tI
d tI
pefLmed Lmed Lmed=
+
−
=∫ ∫1
22
3 32
3
2
0
2 3 2
2 3
2
πω ω
π
π
π
( ) ( ) (2.111)
Potência aparente primária por fase (Equação 2.112)
S V IV I
V If o pefLmed Lmed
Lmed Lmed1 1 172
30 402= ≅ ≅
,, (2.112)
Potência aparente total primária (Equação 2.113)
S S Pf L1 13 1 21= ≅ , (2.113)
Fluxo potência aparente secundário é maior que o fluxo no primário. No secundário circulam componentes alternadas e contínuas de corrente.
Fator de potência (Equação 2.114, p/ Trafo ideal e rendimento=100%)
FPP
PPS
mé dia
aparente
L= = ≅1
0 83, (2.114)

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
48
2.5 - RETIFICADOR TRIFÁSICO DE ONDA COMPLETA (PONTE DE GRAETZ)
a) Estudo Geral da Estrutura, Carga Resistiva (Figuras 2.38 e 2.40)D1 D2 D3
D5D4 D6
+
-Rv
1v (ωt)
2v (ωt)
3v (ωt)
Ri R
Fig. 2.38 - Ponte de GRAETZ.
Representação: Associação série de dois retificadores 3φ em ponto médio.
1D
2D A
R+
-v
N-
AN23D
6D
5D
4D
+v
B
BN
1v (ωt)
2v (ωt)
3v (ωt)R2
Fig. 2.39 - Associação série de dois retificadores de ponto médio.v
2 V o
1
ωt
2 Vo
v 2 v 3 v 1 v 2 v 3
v BN
D1
ωt
D1 D2
ωtD5 D6 D6
D1 D1 D2D5 D6 D6
D2 D3 D3D4 D4 D5
v AN
D 3 D 2
D5D 6
D 3
D 4 D 5 D 6
D 1D 1 D 2
-
vAB
2 Vo
2 Vo3
60 o
ωt
D 3D5
120 o
120 o
2 (6 pulsos)π
Fig. 2.40 - Formas de onda para a figura 2.39.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
49
Cada diodo conduz durante um intervalo igual a 120o; Existe sempre dois diodos em condução, um no grupo positivo e outro no grupo
negativo do conversor; Ocorre uma comutação a cada 60o; A freqüência da componente fundamental da tensão é igual a 6 vezes a freqüência
das tensões de alimentação.
Valor médio da tensão na carga (Figura 2.41 e Equação 2.115)
������������vL
6π
tω
6−π 0
v t V tL o( ) cos ( )ω ω= 3 26
−π6π
Fig. 2.41 - Observação de 1/6 de período para o cálculo da tensão de carga.
V V t d t VLmed o o= ≅−∫3
3 2 2 346
6
πω ω
π
π
cos( ) ( ) , (2.115)
Onde: Vo o valor eficaz da tensão de fase de alimentação.
Corrente média e eficaz nos diodos (Figura 2.42) Carga de natureza qualquer
i DI Lmed
0 23
2π π
Fig. 2.42 - Corrente em um dos diodos da Ponte de GRAETZ. Corrente média nos diodos (Equação 2.116)
I I d tI
Dmed LmedLmed= =∫1
2 30
2 3
πω
π
( ) (2.116)
Corrente eficaz nos diodos (Equação 2.117)
( )I I d tI
Def LmedLmed= =∫1
2 32
0
2 3
πω
π
( ) (2.117)
Tensão de pico inversa dos diodos (Equação 2.118)
V V VDp o o= ≅3 2 2 45, (2.118)

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
50
Decomposição da tensão na carga em Série de Fourier (Equação 2.119)
v t V V t V tL o o o( ) , , cos( ) , cos( )ω ω ω= + − +2 34 0 134 6 0 033 12 K (2.119)
Harmônica fundamental amplitude reduzida em relação à componente contínuada tensão na carga e freqüência igual a seis vezes a freqüência da tensão dealimentação.
Valor eficaz da componente fundamental da corrente na carga (Equação2.120)
IV
R Lefo
6 2 2 2
0 1342
136
= ⋅+
,ω
(2.120)
Fator de ondulação da corrente na carga (Equação 2.121)
KII
VR L
RVi
CAef
Lmed
o
o
= ≅ ⋅+
⋅0 134
2136 2 342 2 2
,,ω
(2.121)
Em geral considera-se que: 36 2 2 2ω L R>>
Logo:
KRL
RLi ≅
⋅ ⋅⋅ ≅
0 1342 34 2 6
0 007,,
,ω ω
(2.122)
b) Estudo do Comportamento do Transformador
Conexão delta-estrela Trafo Ideal Relação de transformação unitária
D3D1 D2
iD1
i
i2
1 ip1
ip2
+ -vp1 is1+vs1-
: N2
L
iL
RD6D5D4
+ -v-s3v s2+
ip3
+ -
+ -
vp2i3
vp3N1
Fig. 2.43 - Ponte de GRAETZ associada a um transformador.

Cap. 2 - Retificadores a Diodo
Eletrônica Industrial-Eletrônica de Potência
51
i s1
I Lmed
I Lmed
I Lmed
I Lmed
I Lmed
I Lmed
i p1
i p3
i D4
i D1
v L
D 4 D 4 D 4 D 4
D 1D 1 D 1D 1
2I Lmedi 1
tω
tω
tω
tω
tω
tω
tω
D 3D 6 D 6D 3
D 1
i s1 = i D1 i D4-
i p3 = i D3 i D6-
Fig. 2.44 - Correntes nos enrolamentos do transformador.
Onde: i t i t i tp p1 1 3( ( (ω ω ω) ) )= − (2.123)
Demais correntes de linha são iguais a i1(ωt) e defasadas de 120o e 240o. Corrente eficaz no enrolamento secundário do transformador:
( ) ( )I I d t I d t Isef Lmed Lmed Lmed= +
=∫ ∫1
223
2
0
2 32
5 3
πω ω
π
π
π
( ) ( ) (2.124)
Valor eficaz da tensão de fase secundária (Equação 2.125)
V VV
sef oLmed= ≅
2 34, (2.125)
Potência aparente enrolamentos secundários (Equaçã0 2.126)
S V IV
I Po sefLmed
Lmed L2 332 34
23
1 05= ≅ ⋅ ≅,
, (2.126)
Ponte de Graetz ⇒ Melhor aproveitamento do transformador. Corrente primária igual à secundária ⇒ S S1 2= (2.127) Fator de Potência (Equação 2.128, p/ Trafo ideal e rendimento=100%)
FPPS
L= ≅ ≅1
11 05
0 95,
, (2.128)