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Capítulo III – Metodologia da investigação 36 CAPITULO III METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO 1- Introdução Neste capítulo irão ser apresentados e justificados os procedimentos metodológicos adoptados durante a elaboração desta dissertação. Começar-se-á por realizar uma caracterização geral do estudo (2). Posteriormente, apresentar-se-á uma descrição geral do estudo realizado com os alunos (2.1). Será caracterizada a amostra, o seu processo de selecção (2.2) e as técnicas de recolha de dados aplicadas (2.3). Seguidamente descrever-se-á os procedimentos que envolveram o desenho, a validação e testagem do guião da visita (2.4), dos questionários pré-teste e pós-teste (2.5) e do questionário de apreciação da visita (2.6). Concluir-se-á esta parte, com uma síntese das diferentes fases do estudo realizado com os alunos (2.7). Para finalizar descrever-se-ão os procedimentos metodológicos relativos ao estudo realizado com alguns elementos da população de Viana do Castelo, bem como o desenho e testagem do questionário aplicado à referida população (2.8). 2- Caracterização geral do estudo Este trabalho de investigação integra dois estudos, um estudo principal realizado com um grupo de alunos do oitavo ano de escolaridade e um estudo secundário realizado com alguns elementos da população de Viana do Castelo. 2.1- Caracterização do estudo realizado com os alunos O estudo realizado com os alunos classifica-se, como pré-experimental (Tuckman, 2002) ou quasi-experimental (MacMillan & Schumacher, 1997) do grupo único, com pré e pós-teste.

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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CAPITULO III

METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO

1- Introdução

Neste capítulo irão ser apresentados e justificados os procedimentos metodológicos

adoptados durante a elaboração desta dissertação.

Começar-se-á por realizar uma caracterização geral do estudo (2). Posteriormente,

apresentar-se-á uma descrição geral do estudo realizado com os alunos (2.1). Será

caracterizada a amostra, o seu processo de selecção (2.2) e as técnicas de recolha de

dados aplicadas (2.3). Seguidamente descrever-se-á os procedimentos que envolveram o

desenho, a validação e testagem do guião da visita (2.4), dos questionários pré-teste e

pós-teste (2.5) e do questionário de apreciação da visita (2.6). Concluir-se-á esta parte,

com uma síntese das diferentes fases do estudo realizado com os alunos (2.7).

Para finalizar descrever-se-ão os procedimentos metodológicos relativos ao estudo

realizado com alguns elementos da população de Viana do Castelo, bem como o

desenho e testagem do questionário aplicado à referida população (2.8).

2- Caracterização geral do estudo

Este trabalho de investigação integra dois estudos, um estudo principal realizado

com um grupo de alunos do oitavo ano de escolaridade e um estudo secundário

realizado com alguns elementos da população de Viana do Castelo.

2.1- Caracterização do estudo realizado com os alunos

O estudo realizado com os alunos classifica-se, como pré-experimental (Tuckman,

2002) ou quasi-experimental (MacMillan & Schumacher, 1997) do grupo único, com

pré e pós-teste.

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Este tipo de desenho pode representar-se simbolicamente da seguinte forma:

Figura 3.1 – Desenho do grupo único com pré e pós-teste (Adaptado de MacMillan & Schumacher

(1997) e Tuckman (2002).

As simbologias O1 e O2 correspondem à aplicação num primeiro momento (O1) do

pré-teste e num segundo momento (O2) do pós-teste. O (X) equivale ao tratamento que,

no presente estudo, correspondeu à realização da APC ao futuro parque urbano e às

aulas que antecederam e procederam esta visita. A simbologia (A) corresponde ao grupo

de alunos que participou neste estudo.

O motivo que levou à selecção deste desenho de investigação relacionou-se com a

natureza específica da temática tratada. O currículo do oitavo ano de escolaridade

possui como temática central a “Sustentabilidade na Terra”, integrando-se nos

conteúdos programáticos deste nível de escolaridade, o estudo das “Interacções entre os

seres vivos e o ambiente”, o estudo dos “Factores que influenciam o crescimento das

populações”, as “Perturbações no equilíbrio dos ecossistemas” e a “Protecção e

Conservação da Natureza” (anexo I). Contudo, o tema tratado neste trabalho de

investigação centrou-se numa temática específica da conservação da natureza, a

temática da conservação da avifauna. Esta temática, não fazendo directamente parte do

currículo do oitavo ano de Ciências Naturais, iria implicar uma reformulação da

leccionação do programa desta disciplina na turma controlo. Estas adaptações e

reformulações encontravam-se, desde o início, comprometidas devido ao facto da

investigadora não se encontrar a leccionar na escola onde o estudo foi realizado, o que

acarretou diversos obstáculos que já foram mencionados.

Este tipo de desenho de investigação acarreta alguns inconvenientes, nomeadamente

no que se refere à garantia da validade interna do estudo, uma vez que não existe um

grupo controlo. Neste tipo de estudo há uma reduzida manipulação das fontes que

afectam a validade interna (Tuckman, 2002).

Com o intuito de contrariar a tendência natural que os alunos poderiam sentir em

ajudar o investigador, fornecendo as respostas que consideravam ser as ideais,

informou-se os alunos de que o maior contributo que poderiam dar à investigação era o

de serem sinceros nas respostas dadas.

A O1 X O2

Tempo

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Segundo Bogdan & Biklen (1992), citados por Tuckman (2002) a principal

preocupação numa investigação qualitativa é a descrição de dados e só secundariamente

a análise de dados. Os mesmos autores caracterizam este tipo de investigação como uma

investigação que diz respeito, essencialmente, ao significado das coisas. A recolha de

dados baseia-se principalmente na observação dos intervenientes.

Numa investigação quantitativa, analisam-se e quantificam-se dados esperando que

estes nos permitam confirmar as nossas concepções. É uma investigação sistemática e

objectiva.

O presente trabalho baseia-se num estudo quantitativo onde se analisaram e

compararam os resultados obtidos através dos diferentes instrumentos utilizados para

recolha de dados, sendo que, também se utilizaram técnicas características dos estudos

qualitativos, intentando-se, sempre que possível, atribuir um significado qualitativo, aos

resultados quantificados.

2.2- Selecção e caracterização da amostra

A população deste estudo é constituída por alunos que frequentavam o oitavo ano de

escolaridade da escola Frei Bartolomeu dos Mártires em Viana do Castelo, no ano

lectivo 2004/2005.

Dessa população extraiu-se uma amostra constituída por uma turma do oitavo ano

da referida escola. A turma era constituída por 20 alunos contudo, por motivos pessoais,

três alunos não participaram no estudo, assim sendo, a nossa amostra reduziu-se para 17

alunos (10 raparigas e 7 rapazes).

A escolha do oitavo ano de escolaridade relacionou-se, como já foi referido, com o

facto do tema tratado se integrar nos conteúdos programáticos do currículo da disciplina

de Ciências Naturais desse ano de escolaridade.

A necessidade de uma população e, por conseguinte, de uma amostra composta por

alunos que frequentassem uma escola da cidade de Viana do Castelo, prendeu-se com o

local da visita. A turma do oitavo ano que participou neste estudo foi escolhida de

forma aleatória, de entre as turmas do oitavo ano da referida escola.

Na tabela 3.1 encontram-se algumas das características da amostra.

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Tabela 3.1 – Caracterização da amostra relativamente ao sexo, idade, qualificação académica e profissões

dos pais e das mães.

Os alunos possuem idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos com uma maior

incidência de alunos com 13 anos.

Relativamente ao nível académico dos pais verificamos que este é diversificado,

variando entre o 3º/4ºano de escolaridade (5 pessoas) e a licenciatura/mestrado (6

Características fi

Sexo Feminino Masculino

10 7

Idade

12 13 14 15

4 9 3 1

Qualificação académica dos pais

4º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 12º ano Licenciatura Mestrado Desconhecida

2 2 1 1 1 1 3 1 5

Qualificação académica das mães

3º ano 4º ano 6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 12º ano Licenciatura Mestrado Desconhecida

1 2 2 0 0 2 5 1 1 3

Profissões dos pais

Motorista Reformado P.S.P Funcionário das finanças Empresário turístico Médico Dentista Bombeiro Vigilante Director de uma escola de condução Mecânico Jornalista Mestre costeiro Escriturário Desconhecido

2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Profissões das mães

Polícia Ama Professora Doméstica Advogada Gerente comercial Enfermeira Empregado do escritório Mediador de seguros Ajudante num lar Auxiliar da educação

1 1 3 4 1 1 1 1 1 2 1

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pessoas). Constatamos que 44% dos pais possui uma quantificação académica superior

ao nono ano de escolaridade.

O reduzido tamanho da amostra não permitiu realizar extrapolações para a

totalidade da população. Contudo, a natureza específica deste tipo de APC, que

implicava a participação de um número pouco elevado de alunos, e as limitações

burocráticas anteriormente referidas, impossibilitavam a participação de um maior

número de alunos.

2.3 - Técnica de recolha de dados

Neste estudo a técnica de recolha de dados/informações foi o inquérito por

questionário (MacMillan & Shumacher, 1997).

Elaborou-se e aplicou-se ao grupo de alunos os questionários pré e pós-teste, o guião

da visita e um questionário de apreciação da visita.

A elaboração de um questionário implica uma série de procedimentos

metodológicos que passam pela formulação de uma lista com os objectivos que se

pretendem avaliar e pela testagem com uma amostra similar à amostra que irá ser

utilizada no estudo.

Todos estes instrumentos foram desenhados tendo-se em conta os seus destinatários.

Intentamos que as perguntas elaboradas fossem claras e precisas, de forma a

aumentarmos a probabilidade de todas os alunos as interpretarem de forma similar

(Quivy & Campenhoudt, 1992).

Na elaboração dos diferentes questionários foram tidas em consideração algumas

sugestões de diversos autores (Magalhães Hill & Hill, 2002; Pardal & Correia, 1995)

relacionadas com a redacção das questões. Sendo assim na elaboração das questões:

i. o texto das perguntas foi escrito de forma clara e simples para que não suscitasse

a convergência de interpretações;

ii. cada pergunta incidiu unicamente sobre uma questão específica;

iii. as perguntas, sobre as mesmas temáticas, foram agrupadas por secções;

iv. obedecendo ao princípio da neutralidade, não se contribui para a formulação de

respostas induzidas;

v. foram seleccionadas perguntas mais específicas em detrimento de perguntas

mais gerais;

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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vi. verificou-se o processo de tratamentos de cada uma das respostas.

Relativamente à escolha entre questões de resposta aberta ou fechada, foram tidas

em consideração as vantagens e as desvantagens de cada um dos tipos de questões e

optou-se por elaborar questionários que incluíssem questões destes dois tipos. Contudo,

privilegiaram-se questões de resposta aberta uma vez que estas, permitindo a recolha de

informação mais rica e detalhada, (Magalhães Hill & Hill, 2002), são as que melhor se

coadunam com o tipo de estudo que se pretendia.

2.4- Desenho, validação e testagem do guião da visita

O principal objectivo do guião elaborado (anexo II) era o desenvolvimento de um

conjunto de actividades centradas na temática da conservação da avifauna, aproveitando

as potencialidades do parque.

A sua elaboração foi precedida de um trabalho de reconhecimento do local, que se

desenvolveu em várias etapas: i) reconhecimento do local de estudo com auxílio de

fotografias aéreas e da informação fornecida por um topógrafo que estudou o local; ii)

realização de três visitas à zona, em três diferentes períodos do ano, para identificação e

registo da avifauna; iii) identificação dos habitats mais utilizados pelas aves com o

auxílio de dois anilhadores e de um biólogo; iv) registo fotográfico de vários habitats e

locais de interesse existentes no parque.

Realizado este trabalho, definiram-se os locais de maior interesse e determinaram-se

as paragens tendo em conta os aspectos didácticos com maiores potencialidades para

serem explorados.

A elaboração do guião da visita baseou-se num conjunto de informações recolhidas

através da revisão de literatura. Sendo assim, foram tidos em consideração os seguintes

critérios: i) as actividades centraram-se em aspectos que não podiam ser desenvolvidos

na sala de aula ou no laboratório (Orion, 1993); ii) procurou-se que as actividades

permitissem o estabelecimento de uma interacção constante entre os alunos e o

ambiente; iii) as actividades do guião foram organizadas de acordo com três temáticas

distintas (figura 3.2); iv) as actividades foram elaboradas assumindo um carácter

problematizador; iv) procurou-se o estabelecimento de uma sequência lógica e integrada

entre os conceitos abordados em cada uma das paragens.

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O guião foi validado por um conjunto de três especialistas, dois da área da Biologia

e um na área da Didáctica. As sugestões destes especialistas, nomeadamente alterações

de alguns itens em algumas questões, reajustamento de questões e até a introdução de

novas questões, foram analisadas e consideradas aquando da reformulação do guião.

Figura 3.2 – Organização do guião da APC.

Na fotografia área da figura 3.3 encontra-se assinalada a localização das três

paragens realizadas durante a APC. Os alunos começaram por realizar as actividades

incluídas na primeira e segunda parte do guião da visita que decorreram junto da zona

húmida (paragem 1), posteriormente contornaram a parte sul do parque, percorrendo

uma rua que se prolonga em direcção à Meadela, e dirigiram-se até ás paragens 2 e 3,

onde realizaram as actividades incluídas na terceira parte do guião da visita.

Guião da APC

Parte II Parte III

As aves no seu habitat/Migração das aves/Factores de ameaça para as

aves

Técnica da anilhagem/

Conservação de aves

Perguntas: 1.1, 2.1, 2.2.1, 2.2.2, 3.1, 3.2;

3.3, 4.1

Perguntas: 1, 1.1, 1.2, 2.1, 3.1.1, 3.2, 3.3.1, 3.4, 4.1, 5

Parte I

Identificação de aves /

Contagem de aves /

Conservação de aves

Perguntas: 1.1, 1.2, 2.1, 2.2, 2.3, 2.4, 2.5, 3, 4.1

Paragem 1

Paragens 2 e 3

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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Figura 3.3 – Localização das diferentes paragens realizadas durante a APC.

Parte I: Identificação/contagem e conservação de aves (paragem 1)

A primeira parte do guião aborda aspectos relacionados com a identificação de aves

contagem de aves para a realização de censos e conservação de aves. Posto isto, o local

desta paragem (figura 3.4) foi escolhido por se encontrar próximo da zona húmida, zona

por excelência ideal para a observação de aves, por possuir uma acessibilidade razoável

e por permitir a distribuição dos alunos num espaço seguro e amplo. Ainda nesta

paragem os alunos reflectiram sobre aspectos relacionados com a conservação de aves e

as variações no seu efectivo populacional.

1

2

3

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Figura 3.4 – Fotografia do local onde se realizou a primeira paragem.

Os alunos treinaram a identificação de aves tendo por base um conjunto de

características/aspectos seleccionados de guias de identificação de aves. Utilizaram

esses guias para identificar a ordem, o género ou a espécie e o nome comum das aves

observadas. Para além das actividades relacionadas com a identificação de aves foi

ainda proposto aos alunos a contagem do número de aves observadas, dentro de cada

um dos diferentes tipos representados no guião.

Parte II: Habitat, migração e factores de ameaça para as aves (paragem 1)

Na parte II do guião os alunos mantêm-se no mesmo local, passando agora a

explorar outros aspectos.

Os conteúdos explorados nesta segunda parte do guião estão relacionados com

aspectos/características do habitat das aves e com factores que podem afectar esse

habitat.

Escolheu-se este local pela sua proximidade com o caniço (figura 3.5), uma planta

muito importante para as aves, na medida em que fornece alimento, protege contra

predadores e permite a criação de um microclima favorável à sobrevivência das

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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espécies. A observação atenta da estrutura do caniçal permitiu aos alunos reflectir sobre

quais poderão ser as utilidades deste tipo de vegetação para a população de aves.

Devido às características específicas do local, decidiu-se explorar a importância de

locais como este durante as migrações das aves.

A existência de alguns sinais de poluição no local permitiu o estabelecimento de

uma ponte com os factores de ameaça aos habitats das aves.

Figura 3.5 – Caniçal.

Parte III: Técnica da anilhagem e conservação de aves ( paragem 2 e 3)

Esta terceira parte era constituída por duas paragens, a paragem 2 que correspondeu

ao local onde se encontrava o material necessário à execução da técnica da anilhagem e

a paragem 3 que correspondeu ao local onde os anilhadores colocaram as redes para

captura das aves.

Na paragem 2 os alunos tomaram conhecimento dos materiais utilizados durante a

execução da anilhagem e assistiram à anilhagem de aves. Na paragem 3 os alunos

assistiram ao processo de captura e recolha das aves das redes. Depois de observadas as

diferentes etapas do processo de anilhagem os alunos responderam a algumas questões

relacionadas com a execução e com o tipo de informações recolhidas através desta

técnica. Para a realização da última actividade proposta no guião, cada grupo, dispôs de

15 minutos para elaborar um conjunto de questões a colocar aos anilhadores,

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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relacionadas com a importância da anilhagem para a conservação da avifauna. As

respostas recolhidas por cada grupo foram utilizadas em actividades realizadas nas aulas

pós-visita.

2.4.1- Categorização das respostas do guião da visita

De seguida irá proceder-se à descrição das categorizações realizadas para a análise

das respostas às perguntas no guião da visita.

Para quase todas as questões definiram-se as categorias: “Responde” e “Não

responde”e, posteriormente, para a categoria “Responde” criaram-se as sub-categorias

que passamos a apresentar.

Registo dos animais observados no local

As sub-categorias definidas foram: “respostas não aceitáveis”, “pardais”,

“gaivotas” e “pombos”.

Grupo de seres vivos a que pertencem a maioria dos animais identificados no local

As sub-categorias definidas foram: ”aves”, “gaivotas” e “pardais e pombos”.

Nome do observador, local, data, hora e observações

As sub-categorias definidas foram: “coloca nome, local, data e hora”, “coloca nome

e local”, “coloca nome, data e local”, “coloca nome, data e hora” e “coloca data e

hora”.

Contabilização do número de aves observadas

As sub-categorias definidas foram: ”gaivotas pombos e pardais” e “gaivotas e

pombos”.

Elaboração de um desenho de uma ave observada que não se encontrasse

representada no guião

A sub-categoria definida foi: “Elabora um desenho”.

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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Identificação de diferentes características/aspectos da ave observada

As sub-categorias definidas foram: ”Maioria das características foi identificada

com sucesso” e “Maioria das características não foi identificada com sucesso”.

Sempre que os alunos assinalam um número igual ou superior a quatro

características pertencentes à ave identificada, considerou-se que a maioria das

características foi identificada com sucesso, quando esse número é inferior a quatro,

consideramos que a maioria das características não foi identificada com sucesso.

Identificação da ordem, do género ou a espécie e do nome comum da Gaivota-de-

-patas-amarelas

As sub-categorias definidas foram: “identifica correctamente o nome comum”,

“identifica correctamente a ordem” e “identifica correctamente o género ou a espécie”.

Identificação da ordem, do género ou a espécie e do nome comum do Pombo-

-doméstico

As sub-categorias definidas foram: “identifica correctamente o nome comum”,

“identifica correctamente a ordem” e “identifica correctamente o género ou a espécie”.

Relação entre a densidade populacional e o estado de conservação de uma espécie

As sub-categorias definidas foram: ”aumenta”, “mantém-se constante” e “pode

oscilar”.

Localização do local onde se encontram

As sub-categorias definidas foram: ”assinala correctamente” e “assinala

incorrectamente”.

Conhecimento da vegetação envolvente

As sub-categorias definidas foram: “conhece a planta” e “não conhece a planta”

Identificação da vegetação envolvente

A sub-categoria definida foi: “resposta aceitável”

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Importância do caniço para a avifauna

As sub-categorias definidas foram: “protecção contra outros seres

vivos/camuflagem”, “fonte de alimento”, “protecção contra más condições

climatéricas” e “local de nidificação”.

Conhecimento de aves que dependam do caniço

As sub-categorias definidas foram: ”não conheço” e “patos”.

Identificação das aves migratórias

A sub-categoria definida foi: “aves migratórias”

Considera o local apropriado para as aves migratórias

As sub-categorias definidas foram: “sim” e “não”

Justificação do motivo porque consideram o local apropriado para as aves

migratórias

As sub-categorias definidas foram: ”fonte de alimento”, “local que oferece

protecção”, “locais que permitem às aves repousarem”, “boas condições climáticas” e

“local calmo”.

Justificação do motivo porque não consideram o local apropriado para as aves

migratórias

As sub-categorias definidas foram: “falta de alimento”, “pouca diversidade de

alimento” e “local poluído”.

Factores de ameaça para a avifauna

As sub-categorias definidas foram: ”poluição”, “caça”, “destruição dos habitats”,

“mudanças climáticas”, “desflorestação”, “catástrofes naturais” e “urbanização”.

Conhecimento da técnica da anilhagem

As sub-categorias definidas foram: ”sim” e “não”.

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De que forma conheceram a anilhagem

Esta pergunta possuía uma resposta fechada de escolha múltipla, assim sendo, as

sub-categorias já se encontravam definidas nos questionários.

Definir em que consiste a anilhagem

As sub-categorias definidas foram: “consiste em colocar uma anilha numa ave”,

“consiste em colocar uma anilha numa ave para a identificar”, “consiste em marcar

uma ave para estudos futuros” e “consiste em identificar aves para mais tarde ver a sua

evolução”.

Justificação do horário de trabalho dos anilhadores

As sub-categorias definidas foram: ”porque as aves estão mais activas”, “porque as

aves procuram alimento” e “resposta tautológica”.

Parte do corpo agarrada durante a retirada da ave das redes de captura

As sub-categorias definidas foram: ”patas”, “pernas” e “asas”.

Procedimento realizado após a retirada das aves da rede de captura

As sub-categorias definidas foram: ”colocá-la num saco de algodão”, “colocá-la

num saco” e “resposta não aceitável”.

Informações gravadas nas anilhas

As sub-categorias definidas foram: ”um número e o local onde a ave foi anilhada” e

“apenas um número”.

Procedimento a tomar quando uma ave que está a ser anilha tenta fugir

A sub-categoria definida foi: ”devemos deixá-la fugir”.

Justificação do procedimento tomado quando uma ave anilhada tenta fugir

A sub-categoria definida foi: ”para evitar magoar a ave”.

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Características registadas pelos anilhadores

As sub-categorias definidas foram: ”comprimento do bico”, “peso”, “comprimento

da asa”, “idade”, “comprimento do tarso”, “nome científico”, “sexo”, ”número da

anilha” e “gordura”.

Importância da anilhagem na criação de áreas protegidas

Para a análise desta questão não foram criadas categorias e sub-categorias uma vez

que a pergunta consistia na formulação de perguntas aos anilhadores que permitissem

aos alunos recolher informações para que, posteriormente, nas aulas pós-visita, fossem

capazes de explicar em que consiste a anilhagem e qual poderá ser a importância desta

técnica para as políticas de conservação da natureza. Assim sendo, as questões

colocadas aos anilhadores e as respostas apresentadas por cada um dos grupos nas aulas

pós-visita foram analisadas e discutidas comparativamente, sem a definição de

categorias que consideramos que, nesta questão, limitariam a análise dos resultados.

2.5- Desenho, validação e testagem dos questionários pré e pós-teste

Foram elaborados os questionários pré e pós-teste, seguindo a informação recolhida

através da revisão de literatura sobre as temáticas da identificação de aves e da

conservação da avifauna.

Pré-teste

O questionário (anexo III) é constituído por três partes distintas (figura 3.6), sendo

que cada uma dessas partes corresponde a diferentes temáticas. Existe um número

elevado de perguntas devido à especificidade dos assuntos abordados.

O quadro 3.1 apresenta os aspectos abordados em cada uma das questões deste

questionário.

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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Quadro 3.1 – Aspectos abordados em cada uma das questões do pré-teste.

Figura 3.6 – Organização do pré-teste.

Realizaram-se várias versões destes questionários até se obter uma versão que se

considerou ser a que correspondia mais satisfatoriamente aos objectivos pretendidos.

Segundo Tuckman (2002), para que um teste apresente validade é necessário que este

Questões Aspectos abordados

1.1; 1.1.1 Actividades a realizar no futuro parque urbano

2; 2.1 Período do dia mais indicado para observar aves

2.2 Existência de aves com diferentes hábitos

3.1 Características/aspectos utilizados na identificação de aves

3.2 Informações recolhidas durante as APC

4; 4.1 Fenologia das aves

5.1 Aves como símbolos em projectos de conservação da natureza e da biodiversidade

6.1 Factores de ameaça para a avifauna

7.1; 7.2 Elaboração de um plano para a conservação da avifauna de uma dada região

8; 8.1 Desenvolvimento sustentável

9.1; 9.2;9.3 Anilhagem de aves

Pré-teste

Parte II – Período do dia mais indicado

para observar aves/Actividade diária das aves/Identificação

das aves/ Informações

recolhidas durante a APC e Fenologia das

aves

Parte I – Actividades no futuro parque

urbano

Parte III – Conservação da

avifauna

Perguntas:

1.1, 1.1.1

Perguntas:

2, 2.1, 2.2,3.1, 3.2, 4,

4.1

Perguntas:

5.1, 6.1, 7.1, 7.2, 8, 8.1,

9.1, 9.2, 9.3

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Capítulo III – Metodologia da investigação

52

avalie aquilo para que foi elaborado avaliar, sendo assim, esta foi a principal

preocupação.

O pré-teste foi validado com uma turma da mesma escola a que pertencia a turma

com a qual se realizou o estudo principal. Após a análise das respostas dadas e das

dificuldades sentidas por cada aluno, registadas numa grelha anexa ao questionário,

reformularam-se as questões, retiraram-se e introduziram-se novas questões. Posto isto,

o pré-teste foi submetido a uma apreciação por parte de um especialista na área da

Didáctica e dois especialistas na área da Biologia. As sugestões dadas pelos

especialistas foram tidas em consideração e o questionário foi reformulado, para se

obter uma maior precisão, clareza e validade do mesmo.

Estes questionários foram aplicados em diferentes momentos que se encontraram

espaçados três meses. O pré-teste realizou-se no final de Janeiro e o pós-teste no final de

Abril.

Consideramos que os questionários realizados apresentam validade de conteúdo

porque de acordo com Tuckman (2002) os itens delineados constituem uma amostra

representativa do conjunto onde se extraiu a amostra.

Como já referimos deu-se preferência a questões de resposta aberta, sendo que num

total de 18 questões, 15 são de resposta aberta e somente 3 de resposta fechada.

Pós-teste

Este questionário (anexo IV) é constituído por três partes (figura 3.7) subordinadas

às mesmas temáticas existentes no pré-teste.

A primeira parte do questionário é constituída pelas mesmas perguntas (1 e 1.1)

existentes no pré-teste, apenas se alterou o texto introdutório, para que este se adaptasse

ao momento presente, antes e após a realização da visita ao parque.

A segunda parte é constituída pelas mesmas questões (2, 2.1, 2.2, 3.1, 3.2, 4 e 4.1)

existentes no pré-teste, todas elas relacionadas com a temática da identificação de aves

contudo, o enunciado da pergunta 2 e 3 foi modificado. Na questão 2 que no pré-teste

era enunciada da seguinte forma: “Imagina que um dia querias observar aves. Qual os

quais o(s) período(s) do dia que escolherias?”, passou no pós-teste a ser enunciada

assim: “Imagina que num dia ameno (Primavera/Verão ou Outono) querias observar

aves. Qual ou quais o(s) período(s) do dia que escolherias?”. Decidiu-se introduzir esta

alteração porque no início da visita a temperatura era muito baixa e os alunos

verificaram que as aves começaram a surgir quando a temperatura começou a aumentar.

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Capítulo III – Metodologia da investigação

53

Assim sendo, para evitar que a experiência vivida durante a visita pudesse influenciar,

negativamente, as respostas assinaladas pelos alunos, decidiu-se alterar a questão.

Relativamente às alterações efectuadas na questão 3, como já foi referido para a questão

1, estas foram introduzidas para que a questão se adequasse ao momento vivido pelos

intervenientes, no pré-teste ao momento antes da realização da visita e, no pós ao

momento pós realização da visita.

A terceira parte, relacionada com a temática da conservação da avifauna, é

constituída pelas mesmas perguntas existentes no pré-teste contudo, foi alterado o

enunciado da questão 7.1 e às perguntas relacionadas com a técnica da anilhagem foi

acrescentada a questão nº 9.4.1.

Na pergunta 7.1, onde os alunos eram solicitados a elaborar um plano para proteger

as aves do Alto Minho, introduziu-se uma ligeira alteração na formulação da pergunta,

pois considerou-se, após a análise dos resultados obtidos no pré-teste, que a questão

talvez não estivesse clara para os alunos. Esta alteração foi tida em consideração

aquando a análise e discussão dos resultados obtidos.

Considerou-se que a questão nº 9.4.1 acrescentada no pós-teste, relacionada com à

importância da anilhagem na criação das áreas protegidas, devido à sua especificidade e

grau de complexidade, só fazia sentido existir neste questionário.

Figura 3.7 – Organização do pós-teste.

Pós-teste

Parte II – Período do dia mais indicado para

observar aves/Actividade diária das

aves/Identificação de aves/Informações

recolhidas durante a APC e Fenologia das aves

Parte III –

Conservação da avifauna

Parte I – Actividades no futuro parque

urbano

Perguntas:

1, 1.1

Perguntas:

5.1, 6.1, 7.1,7.2, 8,

8.1, 9.1,9.2, 9.3, 9.4.1

Perguntas:

2, 2.1, 2.2, 3.1, 3.2, 4,

4.1

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Capítulo III – Metodologia da investigação

54

2.5.1- Categorização das respostas do pré e do pós-teste

Seguidamente, procede-se à descrição das categorizações realizadas para a análise

das respostas às perguntas no pré e no pós-teste.

Para as questões de resposta aberta, definiram-se categorias emergentes, a partir das

respostas dadas pelos alunos e em confronto com as informações recolhidas através da

revisão de literatura. O processo aplicado na definição destas categorias não seguiu um

método similar em todas as questões uma vez que, intentou-se que os métodos

utilizados permitissem explorar os resultados obtidos, por forma à obtenção de um

maior número de informações. Na definição de algumas sub-categorias definiu-se um

padrão de resposta pretendido e, após a análise das respostas dadas pelos alunos,

criaram-se padrões de resposta que se aproximam mais ou menos, do padrão de resposta

definido.

Para todas questões definiram-se duas categorias: “Responde” e “Não responde”e,

posteriormente, para a categoria “Responde” criaram-se sub-categorias que

apresentamos seguidamente.

“Dá exemplos de actividades que gostarias de realizar no futuro Parque Urbano

de Viana do Castelo” (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “desporto, lazer e cultura” e “educação

ambiental”.

“Justifica os exemplos que sugeriste” (pré e pós-teste).

Para esta questão não foram criadas sub-categorias uma vez que, as justificações

apresentadas pelos alunos foram muito diferenciadas, o que tornava bastante difícil o

estabelecimento de categorias que permitissem determinar, de forma rigorosa e

coerente, uma relação entre as respostas dadas e as respectivas categorias. Assim sendo,

realizou-se uma análise pormenorizada das respostas assinaladas pelos alunos tentando

apurar-se tipos de justificações para cada uma das categorias escolhidas na questão

anterior.

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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“Imagina que um dia querias ir observar aves. Qual ou quais o(s) período(s) do

dia que escolherias?” (pré-teste) e “Imagina que num dia ameno (Primavera/Verão

ou Outono) querias ir observar aves. Qual ou quais o(s) período(s) do dia que

escolherias?” (pós-teste).

Esta pergunta possuía uma resposta fechada de escolha múltipla, assim sendo, as

sub-categorias já se encontravam definidas nos questionários.

“Justifica a tua resposta (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “hábitos alimentares”, “outros hábitos”,

“variação da temperatura ao longo do dia”, “referência ao número de aves sem

justificação suplementar”, “período mais calmo e seguro do dia”, “respostas

antropomórficas” e “respostas tautológicas e baseadas em afirmações gerais sem

justificação suplementar”

“Achas que, nesse período, existem aves que não ias conseguir observar? Justifica

a tua resposta” (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “aves nocturnas/hábitos diferentes” e “fenologia

migratória”.

“Completa apenas a primeira coluna da grelha (letras de A a E) com as

características utilizadas para a identificação de aves (ave 1, ave 2, ave 3, ave 4)” (pré

e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “características/aspectos aceitáveis” e

“características/aspectos não aceitáveis”. Na categoria “características/aspectos

aceitáveis” incluem-se todas as características/aspectos que se considera susceptíveis de

serem utilizados quando se pretende identificar uma ave, sendo que a selecção destas

características foi feita com base na informação recolhida em guias de aves e em

informações recolhidas junto de observadores experientes. Na categoria

“características/aspectos não aceitáveis” incluem-se as respostas em que os alunos

mencionaram aspectos que, não são utilizados, ou não são os mais vulgarmente

utilizados, na identificação de uma ave, tais como: nome das aves, reprodução, gordura,

tamanho do tarso, possuir ou não anilha, etc.

Para a mesma pergunta, decidiu-se ainda definir para as respostas incluídas na sub-

- categoria das respostas aceitáveis as seguintes sub-categorias: “silhueta”; “tamanho”;

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Capítulo III – Metodologia da investigação

56

“plumagem”; “forma, coloração e tamanho do bico”; “forma, coloração e tamanho das

asas”; “forma, coloração e tamanho das patas”; “habitat onde foi observada”;

“comportamento manifestado” e “canto e chamamento”.

“Refere outros dados/informações que julgues que seriam importantes registar no

teu bloco de notas” (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “hora da visita” e “aspectos gerais relacionados

com as aves”.

“Imagina que vais identificar aves numa determinada zona, durante a Primavera,

e que depois voltas lá no Inverno para identificar mais aves. Julgas que vais

encontrar as mesmas aves que tinhas identificado na primeira semana?” (pré e pós-

teste).

Esta pergunta possuía uma resposta fechada de escolha múltipla, assim sendo, as

sub-categorias já se encontravam definidas nos questionários.

“Justifica a tua resposta” (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “fenologia migratória (resposta incompleta)”,

“fenologia migratória (resposta completa)”, “variações na temperatura”, “variação no

efectivo populacional” e “resposta tautológicas”.

“A aves são um dos símbolos mais utilizados em projectos de Conservação da

Natureza e Biodiversidade. Porque julgas que isso acontece?” (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “respostas aceitáveis completas”, “respostas

aceitáveis incompletas” e “respostas não aceitáveis”.

“Uma em cada oito espécies de aves existentes no mundo encontra-se em perigo

de extinção. Em Portugal também existem espécies de aves que se encontram

ameaçadas, isto é, que estão “em perigo”. Refere vários factores que possam colocar

“em perigo as aves” (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “caça”, “desflorestação”, “choque contra

carros”, “destruição do habitat”, “mudanças climáticas”, “falta de alimento”,

“poluição” e “catástrofes naturais”.

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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“Supõe que és um biólogo e que te foi pedido um plano com medidas para

proteger as Aves do Alto Minho. Indica como procederias para elaborar esse plano de

actuação?” (pré-teste), “Supõe que és um biólogo e que te foi pedido um plano com

medidas para proteger as Aves do Alto Minho. Indica os diferentes passos que terias

de realizar para elaborares esse plano de actuação” (pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “consegue elaborar um plano” e “não consegue

elaborar um plano”.

Os passos metodológicos mencionados pelos alunos foram considerados aceitáveis,

sempre que se consideram exequíveis a incluir num plano que visa a protecção de aves

numa determinada região.

Quando o aluno mencionou dois ou mais passos metodológicos aceitáveis, isto

porque se considerar que um plano pressupõe a apresentação de um conjunto de vários

passos, admitiu-se que o aluno conseguiu elaborar um plano.

Quando um aluno apresenta medidas de actuação tais como: ”Construía áreas de

protecção”, ou “Criava um parque com todas as condições necessárias para viverem”,

considerou-se que o aluno não consegue elaborar um plano, uma vez que, indica

medidas de actuação e não passos metodológicos que levam à criação de medidas de

actuação.

”Indica agora algumas medidas que incluirias nesse plano” (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “proibir a caça”, “criar áreas protegidas”,

“proteger os habitats”, “combater a poluição”, “reproduzir aves em cativeiro”,

“manifestações da população”, “proibir o abate de árvores”, “pedir auxílio à câmara”,

“plantar árvores”, “criar centros de tratamento para as aves feridas” e “resposta não

aceitável”.

“Supõe que vives numa pequena cidade do interior, relativamente afastada dos

grandes centros urbanos. Supõe ainda que está a ser projectada a construção de uma

via rápida que irá melhorar muito a acessibilidade à cidade, e como tal proporcionar

novas oportunidades de desenvolvimento. A estrada, contudo, vai passar numa zona

húmida onde habitam muitas aves, algumas das quais com grande valor de

conservação. Se fosse feita uma consulta pública em que tivesses que expressar a tua

opinião qual seria ela?” (pré e pós-teste).

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Capítulo III – Metodologia da investigação

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Esta pergunta possuía uma resposta fechada de escolha múltipla, assim sendo, as

sub-categorias desta pergunta já se encontram definidas nos questionários.

“Justifica a tua resposta” (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “elabora uma justificação aceitável”, “não

elabora uma justificação aceitável”e “respostas tautológicas”.

“A figura x representa uma técnica muito utilizada em trabalhos relacionados

com o estudo de aves. Observa-a com atenção. Como se designa esta técnica?” (pré e

pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “anilhagem”, “anilhamento”, “pombo-correio”,

“colocação da anilha”, “marcação”e “alelagem” .

“Em que consiste?” (pré e pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “define correctamente em que consiste a

técnica”e “não define correctamente em que consiste a técnica”.

“Qual poderá ser a importância desta técnica para o estudo das aves?” (pré e pós-

teste).

As sub-categorias definidas foram: “estudo das rotas migratórias”, “identificação

de aves”, “estudar a evolução das aves”, “estudar variações no efectivo populacional”,

“estudar a abundância populacional”, “estudar o estatuto das aves”, “estudar o habitat

utilizado pelas aves”, “aumentar o conhecimento sobre as aves”, “estudar

características morfológicas”e “resposta sem sentido”.

“Uma das informações que pode ser registada através desta técnica quando uma

ave migradora é capturada é a quantidade de gordura que a ave possui acumulada no

seu corpo. Como poderá esta informação contribuir para a criação de áreas

protegidas?” (pós-teste).

As sub-categorias definidas foram: “local importante para as aves migratórias”,

“local que fornece alimento para as aves migratórias”e “resposta sem sentido”.

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Capítulo III – Metodologia da investigação

59

2.6- Desenho e testagem do questionário de apreciação da APC

O questionário de apreciação (anexo V) da visita tinha como principal objectivo

analisar a opinião dos alunos relativamente à visita de campo realizada. Pretendia-se

averiguar a apreciação dos alunos em relação, aos conteúdos aprendidos, incluindo

aspectos do foro cognitivo e aspectos relacionados com o foro sócio-afectivo. O quadro

3.2 apresenta os tópicos referentes a cada uma das questões.

Quadro 3.2 – Tópicos analisados e respectivas questões do questionário de apreciação.

2.7- Fases do estudo realizado com os alunos

No quadro 3.3 expõem-se, esquematicamente, em síntese, as diferentes fases em que

se dividiu o projecto de investigação.

Nas fases I e II realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre as temáticas da

identificação e conservação da avifauna e sobre as APC. A informação recolhida foi

organizada em fichas de leitura para permitir uma mais rápida e eficaz consulta.

A pesquisa sobre a temática da conservação da avifauna foi complementada com a

realização de uma entrevista a cinco especialistas na área da Biologia, mais

concretamente na área da Ornitologia. As entrevistas (anexo VI) possibilitaram o

esclarecimento de algumas dúvidas e forneceram sugestões que contribuíram para o

enriquecimento do trabalho.

Tópicos analisados Questões

Avaliação do grau de apreciação da visita realizada. 1

Avaliação da quantidade de novos conhecimentos adquiridos durante a actividade. 2

Referência a novos conhecimentos adquiridos. 3

Referência a dúvidas/problemas que ficaram por resolver. 4

Referência a aspectos/problemas que gostariam de aprofundar. 5

Referência a aspectos que mais agradaram durante a realização da visita. 6.1

Referência a aspectos que menos agradaram durante a realização da visita. 6.2

Referência a propostas de alterações a realizar numa próxima visita ao mesmo local. 7

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Capítulo III – Metodologia da investigação

60

Realizaram-se sessões de trabalho de campo que consistiram na observação da

execução da técnica da anilhagem por dois anilhadores credenciados. A participação

nestas sessões foi essencial para a familiarização com a técnica e para a elaboração das

actividades do guião relacionadas com esta temática.

Na fase III planificou-se a visita ao parque com a colaboração de um biólogo, de

dois anilhadores e de um técnico responsável pela implementação do projecto do parque

urbano.

Na IV fase elaborou-se o guião com um conjunto de actividades a explorar em cada

uma das paragens da visita.

A V e última fase consistiu na realização da visita ao parque e na testagem do

respectivo guião. Principiou-se pela elaboração do pré-teste procedendo-se em seguida à

sua validação. Posteriormente o pré-teste foi aplicado à turma com a qual se realizou o

estudo principal (n=17). Esta foi a primeira intervenção com os alunos e teve a duração

de um tempo lectivo (45 minutos). Procedeu-se depois ao tratamento dos resultados do

pré-teste. Concluída esta etapa seguiram-se as aulas de preparação da visita que tiveram

a duração de quatro tempo lectivos e decorreram na sala de aula. Com o intuito de se

reduzir o “espaço novidade” e tornar as aprendizagens mais significativas, os alunos

tiveram a oportunidade de visualizar diapositivos com a localização do local da visita e

com fotografias dos habitats existentes na zona. Depois, foram informados sobre os

objectivos da visita, as paragens que iriam ser realizadas e o que iria ser explorado em

cada uma dessas paragens. Foram ensinados a manusear os binóculos e os guias de

campo, pois a grande maioria dos alunos nunca tinha manuseado estes materiais.

Discutiram-se as principais características utilizadas na identificação de aves e

comparou-se o tamanho de diferentes aves, através de silhuetas elaboradas para esse

fim. Desta forma, tentou-se que os alunos encarassem a visita como um acontecimento

que lhes iria proporcionar verdadeiras aprendizagens efectivas e não como uma mera

actividade de lazer e convívio, atitude frequentemente manifestada pelos alunos neste

tipo de actividades. No final procedeu-se à formação de grupos de trabalho.

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Capítulo III – Metodologia da investigação

61

Quadro 3.3 – Descrição das diferentes fases do estudo realizado com os alunos.

Fases I e II – Investigação e recolha bibliográfica sobre a identificação e conservação da avifauna e sobre as APC

� Recolha e pesquisa bibliográfica; � Entrevista com biólogos especialistas em conservação da avifauna; � Observação da execução da técnica da anilhagem.

Fase III – Planificação de uma APC à zona onde irá ser construído o futuro Parque Urbano de Viana do Castelo

• Reconhecimento da área de estudo; • Identificação da avifauna característica da zona; • Registos escritos e imagens fotográficas; • Enumeração dos habitats privilegiados para as aves; • Selecção dos aspectos relacionados com a conservação da avifauna com maiores potencialidades didácticas, tendo em conta os conteúdos programáticos abordados no oitavo ano de escolaridade; • Selecção das paragens a realizar durante a visita tendo em conta a sua adequação e interesse

didáctico relativamente aos conteúdos a abordar.

Fase IV – Elaboração de um guião de apoio na realização da visita • Recolha e pesquisa bibliográfica; • Elaboração das actividades para cada uma das paragens; • Validação do guião por dois especialistas da área da Biologia e por um especialista da área da

Didáctica.

Fase V – Realização da visita e testagem do guião com uma turma • Elaboração de um questionário (pré-teste) a aplicar aos alunos antes da realização da visita de

estudo; • Validação do pré-teste por dois especialistas na área da Didáctica, dois na área da Biologia e por

uma turma da mesma escola; • Aplicação do questionário à amostra (n = 17); • Tratamento dos resultados do pré-teste;

Actividade Prática de Campo

• Elaboração e aplicação de um questionário de apreciação da visita; • Elaboração de um questionário (pós-teste); • Aplicação do pós-teste aos alunos, após a realização da visita de estudo; • Tratamento dos resultados do pós-teste.

“Pré-visita”

“Visita de campo”

“Pós-visita”

• Planificação de um conjunto de actividades de preparação da visita

• Leccionação de aulas para preparação da visita

• Realização da visita de campo com uma turma do oitavo ano de escolaridade

• Leccionação de aulas depois da realização da visita

• Elaboração de um conjunto de actividades a realizar após a visita

• Contratos burocráticos inerentes à realização da visita

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Capítulo III – Metodologia da investigação

62

Depois de leccionadas as aulas pré-visita, realizou-se a APC ao futuro parque

urbano. Os alunos foram acompanhados pela investigadora da tese e pela sua directora

de turma. Durante a visita privilegiou-se a interacção dos alunos com o meio natural e o

desenvolvimento de um trabalho em equipa, onde os alunos foram incentivados ao

constante questionamento intragrupal. Os alunos desenvolveram as actividades

propostas no guião da visita e recolheram dados que registaram em notas de campo e

fotograficamente.

As aulas pós-visita tiveram a duração de quatro tempos lectivos. Realizou-se uma

reflexão conjunta sobre os diferentes aspectos abordados na visita, partilharam-se e

discutiram-se as temáticas exploradas através da reconstrução e reformulação dos

conhecimentos prévios dos alunos. Os alunos desenvolveram actividades em grupo,

utilizando a informação recolhida durante a visita: procedeu-se ao somatório do número

de aves observadas por cada aluno na questão 2.2 do guião da visita, discutindo-se a

importância da realização de censos de aves; elaboraram-se textos sobre a importância

da anilhagem para a conservação da avifauna; realizou-se uma exposição na escola com

o intuito de dar a conhecer à comunidade escolar o futuro parque urbano e alguns dos

aspectos mais relevantes da visita e, elaborou-se uma carta dirigida ao Presidente da

Câmara Municipal de Viana do Castelo (anexo VII) propondo-se algumas medidas para

a conservação da avifauna da zona e sugerindo possíveis actividades a realizar no

parque.

Posteriormente, os alunos realizaram o questionário de apreciação da APC,

elaborado com o intuito de avaliar a opinião dos alunos sobre diferentes aspectos da

mesma.

Finalizando esta fase, foi aplicado à turma o pós-teste e, posteriormente, foram

tratados e analisados os resultados deste questionário sendo que esta foi a última

intervenção realizada com a turma.

2.8- Desenho e testagem do questionário realizado à população de Viana do

Castelo

O estudo realizado com uma amostra de 25 cidadãos pertencentes à população de

Viana do Castelo efectuou-se paralelamente ao estudo principal realizado com os

alunos, assumindo um carácter secundário. O principal objectivo deste estudo era o de

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Capítulo III – Metodologia da investigação

63

investigar as concepções da amostra inquirida sobre a importância dos parques urbanos

e sobre possíveis actividades a realizar nestes espaços verdes das cidades.

O referido estudo realizou-se em três fases (quadro 3.4). Em cada uma das fases

foram utilizados diferentes procedimentos metodológicos que a seguir se descrevem.

Quadro 3.4 – Diferentes fases do estudo realizado com a população de Viana do Castelo.

O questionário (anexo VIII) foi previamente realizado por três pessoas com o

objectivo de se recolher informações sobre a pertinência e a redacção das respostas.

Na segunda fase os questionários foram distribuídos por diferentes sectores da

população de Viana do Castelo, tentando-se assegurar uma heterogeneidade da amostra,

no que concerne; ao sexo; ao nível etário e à qualificação académica dos inquiridos.

Na terceira e última fase os questionários foram recolhidos, tratados e

posteriormente procedeu-se à sua análise e discussão.

As questões incluídas no questionário pretendiam analisar diferentes temáticas. As

duas primeiras questões (1 e 2) pretendiam averiguar se os sujeitos estavam ou não

informados sobre a intenção de construção do Parque Urbano e em caso de resposta

afirmativa pretendia-se saber de que forma foi obtida essa informação. As questões

seguintes (3 e 3.1) solicitavam a opinião dos inquiridos relativamente à importância da

construção de um parque urbano na cidade. As questões n 4 e 4.1 pretendiam saber a

opinião dos inquiridos sobre o local escolhido para a construção do parque urbano e as

duas últimas (5 e 5.1) questões tinham com objectivo analisar sugestões de possíveis

actividades a realizar no parque.

Fases Descrição de cada fase

I Elaboração do questionário a aplicar à população de Viana do Castelo.

II Aplicação do questionário à população.

III Tratamento e discussão dos resultados obtidos.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

64

CAPÍTULO IV

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

1- Introdução

Este capítulo é constituído pela apresentação e discussão dos resultados do: guião

explorado durante a visita ao local onde irá ser construído o futuro Parque Urbano de

Viana do Castelo (2), do desenho do grupo único com pré e pós-teste (3), do

questionário de apreciação da visita (4) e do questionário aplicado à população de Viana

do Castelo (5).

A análise quantitativa, apresentada através de tabelas e gráficos, será acompanhada

de uma descrição sumária qualitativa que incluirá, sempre que se considere conveniente,

a transcrição de algumas respostas dadas pelos alunos.

O valor de n, apresentado nas tabelas e nos gráficos, corresponde ao número total de

registos dos alunos para as sub-categorias incluídas na categoria “responde”.

No final da apresentação dos resultados, proceder-se-á à sua discussão, em

comparação com a informação recolhida na revisão de literatura para que se obtenha

uma análise mais coerente dos mesmos.

2- Validação do guião da visita

O guião é constituído por três partes: a primeira parte aborda questões relacionadas

com a temática da identificação/conservação e contagem de aves; a segunda parte

encontra-se relacionada com o habitat, a migração e factores de ameaça para as aves e a

terceira parte aborda a temática da conservação da avifauna, nomeadamente, da

anilhagem.

Seguidamente, serão apresentados os resultados obtidos para cada uma das questões

do guião e, posteriormente, realizadas algumas considerações sobre estes mesmos

resultados.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

65

2.1- Primeira parte do guião da visita

Registo dos animais observados no local da visita

A pergunta nº 1.1 do guião solicitava aos alunos que, observassem, ouvissem e

posteriormente registassem nomes de animais que conseguissem observar no local. A

pergunta nº 1.2 pedia aos alunos para designar o grupo de seres vivos a que pertenciam

os seres vivos identificados na questão1.1.

A tabela 4.1 representa os resultados obtidos na resposta à pergunta 1.1 do guião da

visita.

Tabela 4.1 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

deveriam referir o nome dos animais observados no local (n=37).

Através da análise da tabela 4.1 constata-se que apenas dois, dos 17 alunos, não

respondem a esta questão. Relativamente à distribuição das respostas por categorias

concluir-se que: um elevado número de alunos (11) inclui na sua resposta aspectos

considerados não aceitáveis, em maior número (10) os alunos identificam gaivotas, o

mesmo número de alunos identifica pardais e um número menor número (6) de alunos

identifica os pombos.

A tabela 4.2 apresenta os resultados obtidos na resposta à pergunta 1.2 do guião da

visita.

Pergunta 1.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Respostas não aceitáveis

15 11

88,2 64,7

Pardais 10 58,8 Gaivotas 10 58,8 Pombos 6 35,3 Não responde 2 11,8

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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Tabela 4.2 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir o grupo a que pertencem os animais identificados na questão anterior (n=15).

Através da análise da tabela supracitada constata-se que 15, dos 17 alunos,

respondem a esta questão. Verifica-se que as aves são o grupo de seres vivos referidos

em maior número (12), um reduzido número (2) de alunos designa as gaivotas e um

aluno designa os pombos e os pardais.

O objectivo destas duas primeiras questões era o de levar os alunos a constatar que

as aves, devido à sua grande conspicuidade, são facilmente observáveis e existem em

diversos locais. Era importante levar os alunos a reflectir sobre este assunto uma vez

que se pretendia discutir a importância das aves em projectos de conservação da

natureza e o facto de estas serem muitas vezes utilizadas como “bandeiras” neste tipo de

projectos.

Na questão em que os alunos dispunham de alguns minutos para observar e registar

o nome dos animais identificados no local, onze alunos assinalam uma resposta que não

se considerou aceitável, uma vez que estes alunos não escrevem o nome do ser vivo

observado, mas o grupo a que o ser vivo pertence: “Aves”. Este erro talvez se explique

pelo facto de os alunos ainda não possuíram conhecimentos relacionados com a

classificação taxonómica dos seres vivos, o que os levou a confundir conceitos que,

apesar de próximos, são distintos, referimo-nos ao grupo a que o ser vivo pertence e ao

nome do ser vivo.

Os resultados expressos na tabela 4.1 indicam-nos que dez alunos observam

gaivotas, outros dez observam pardais, seis alunos observam pombos e dois alunos não

assinalam qualquer tipo de resposta nesta questão. Assim sendo, constata-se que os

alunos mencionam nomes de aves que lhes são bastante comuns e conhecidas e, por

isso, mais facilmente identificáveis.

A tabela 4.2 revela-nos que a maioria dos alunos (12) assinala aves, dois alunos

assinalam as gaivotas, um aluno assinala os pombos e os pardais e dois alunos não

Pergunta 1.2 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Aves

15 12

88,2 70,6

Gaivotas 2 11,8 Pardais e pombos 1 5,9 Não responde 2 11,8

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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respondem à questão. Os alunos que assinalam como resposta a esta questão as

gaivotas, os pombos e os pardais, não estão a designar correctamente o grupo de seres

vivos a que pertencem os animais observados, apresentando a mesma resposta nestas

duas primeiras questões.

Identificação e contagem de aves

A segunda actividade do guião consistia na observação de aves para a sua

identificação e contagem. Os alunos começavam por preencher um rectângulo (pergunta

nº 2.1) onde identificavam o seu nome, o local, a data, a hora da visita e ainda outras

observações que achassem necessárias. Posteriormente, deveriam contabilizar o número

de aves identificadas e assinalar os resultados num quadro que ilustrava os tipos de aves

mais comuns (pergunta nº 2.2) e, se observassem uma ave diferente das apresentadas no

quadro, dispunham de uma espaço para a desenhar (pergunta nº 2.3). Seguidamente,

sugeriu-se aos alunos que concentrassem a sua atenção na observação de uma ave e

completassem um conjunto de rectângulos com diferentes características/aspectos mais

utilizados para a sua identificação (pergunta nº 2.4) e, recorrendo aos guias de campo,

identificassem a ordem, o género ou a espécie e o nome comum da ave (pergunta nº

2.5).

A tabela 4.3 representa os resultados obtidos no preenchimento do primeiro

rectângulo (pergunta nº 2.1) onde os alunos deveriam indicar o seu nome, local, data e

hora da visita e ainda algumas observações.

Tabela 4.3 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam indicar o seu nome, o local, a hora da visita e algum tipo de observações (n=15).

Pergunta 2.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Coloca nome, local, data e hora

15 10

88,2 58,8

Coloca nome e local 2 11,8 Coloca nome, data e local 1 5,9 Coloca nome, data e hora 1 5,9 Coloca data e hora 1 5,9 Não responde 2 11,8

Constata-se mais uma vez que, 15 alunos, dos 17, respondem a esta questão. A

tabela 4.3 permite-nos ainda concluir, no que concerne à distribuição das respostas por

sub-categorias, que: a grande maioria dos alunos (10) preenche o espaço correspondente

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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ao nome do observador, ao local, à data e à hora da visita; dois alunos colocam apenas o

nome e o local; um reduzido número de alunos (1) apenas coloca o nome, a data o local

ou hora, ou somente a data e a hora. Nenhum dos alunos preencheu o espaço

correspondente às observações.

A tabela 4.4 apresenta os resultados obtidos no preenchimento do quadro, onde os

alunos deveriam contabilizar o número de aves observadas e assinalar o resultado no

espaço correspondente ao tipo de ave observado (pergunta nº 2.2).

Tabela 4.4 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam contabilizar o número de aves observadas (n=17).

Como se constata pela análise da tabela 4.4 todos os alunos respondem a esta

questão. Verificou-se, em relação à distribuição das respostas por sub-categorias que: a

grande maioria dos alunos (16) observou e contabilizou aves do tipo das gaivotas,

pombos e dos pardais, e que apenas um aluno observou unicamente gaivotas e pombos.

A tabela 4.5 apresenta os resultados obtidos na pergunta 2.3, onde os alunos

dispunham de um espaço para desenhar um tipo de aves observado, que não se

encontrasse representado no guião.

Tabela 4.5 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos dispunham de um espaço para desenhar outro tipo de aves que tenham observado para além das

representadas no guião (n=1).

Após a análise da tabela 4.5 verificamos que a maioria dos alunos (16) não elabora

qualquer tipo de desenho e que apenas um aluno o faz.

Pergunta 2.2 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Gaivotas pombos e pardais

17 16

100 94,1

Gaivotas e pombos 1 5,9 Não responde 0 0,0

Pergunta 2.3 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde 1 5,9 Elabora um desenho 1 5,9 Não responde 16 94,1

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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Relativamente à pergunta 2.4, onde os alunos deveriam preencher um conjunto de

diferentes características/aspectos utilizados na identificação de uma ave decidiu-se

analisar os resultados com base nas respostas assinaladas na pergunta 2.5, onde com o

recurso a guias de identificação de aves, os alunos eram solicitados a identificar a

ordem, género ou a espécie e o nome comum da ave observada.

De seguida são apresentados os resultados relativos à identificação das

características da ave observada por cada um dos alunos (pergunta nº 2.4).

A tabela 4.6 ilustra os resultados obtidos nesta questão.

Tabela 4.6 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam identificar diferentes características/aspectos da ave observada (n=17).

Pergunta 2.4 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Maioria das características foi identificada com sucesso

17 14

100 82,4

Maioria das características não foi identificada com sucesso 3 17,6 Não responde 0 0,0

Conclui-se, da análise da tabela 4.6, que todos os alunos respondem a esta questão.

A grande maioria dos alunos (14) identifica quatro ou mais características com sucesso

e um número (3) reduzido de alunos não identifica com sucesso a maioria das

características.

Analisando as respostas assinaladas pelos alunos na pergunta nº 2.5, onde estes

deveriam enunciar a ordem, o género ou a espécie e o nome comum da ave identificada,

verifica-se que as aves identificadas pelos alunos foram: a) a Gaivota-de-patas-

amarelas, Larus cachinnans, e b) o Pombo-doméstico, Columba livia (raça domest.),

pertencente à ordem (Mullarney et. al, 2003).

A tabela 4.7 representa os resultados obtidos na pergunta 2.5 para os alunos que

identificaram as características correspondentes à Gaivota-de-patas-amarelas.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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Tabela 4.7 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam identificar a ordem, o género ou a espécie e o nome comum da Gaivota-de-patas-amarelas

(n=25).

A tabela supracitada permite-nos concluir que dez alunos responderam a esta

questão, o que significa que todos os alunos responderam, uma vez que foram dez os

alunos a identificar características da Gaivota-de-patas-amarelas. Constatou-se ainda

que: todos os alunos identificam correctamente o nome comum da ave, oito alunos

identificam correctamente a ordem e sete identificam correctamente o género ou a

espécie.

A tabela 4.8 representa os resultados obtidos na pergunta nº 2.5 para os alunos que

identificaram as características do pombo-doméstico.

Tabela 4.8 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam identificar a ordem, o género ou a espécie e o nome comum do Pombo-doméstico (n=4).

Após a análise da tabela 4.8 verifica-se que todos os alunos identificam

correctamente o nome comum das aves, mas nenhum identifica correctamente a ordem,

o género ou o nome científico da espécie.

A pergunta nº 3 pedia aos alunos para reunirem os resultados da contagem realizada

na pergunta nº 2.2 e para os assinalarem num quadro disponível para esse efeito.

Durante a visita deliberou-se pelo não preenchimento deste quadro uma vez que, a soma

do número de cada tipo de aves identificadas por cada um dos alunos seria um processo

moroso. Posto isto decidimos fazê-lo durante as aulas pós-visita, aquando da discussão

do processo da realização de censos.

Pergunta 2.5 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Identifica correctamente o nome comum

10 10

100 58,8

Identifica correctamente a ordem 8 47,1 Identifica correctamente o género ou a espécie 7 41,2 Não responde 0 0,0

Pergunta 2.5 Categorias fi fri (%)

Responde Identifica correctamente o nome comum

4 4

100 100

Identifica correctamente a ordem 0 0,0 Identifica correctamente o género ou a espécie 0 0,0 Não responde 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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Esta segunda actividade do guião centrou-se na temática da identificação da

avifauna, mais concretamente no conjunto de características/aspectos que comummente

são utilizados quando se pretende identificar uma ave.

Os alunos deveriam preencher um conjunto de características relacionados com a

identificação do observador, o local, a data e a hora da visita e ainda outras observações

que os alunos considerassem importantes registar. Os resultados expressos na tabela 4.3

revelam-nos que a maioria dos alunos (10) assinala todas as características com a

excepção do item que diz respeito às observações.

Durante as aulas de preparação da visita e com o intuito de reduzir a componente

cognitiva do “espaço-novidade” (Orion, 1989) os alunos foram informados de que

aspectos relacionados com o tipo de condições climatéricas existentes no local da visita,

o tipo de vegetação, a poluição existente no local, etc., poderão ser fundamentais para

estudos posteriores e, por este motivo devem ser registados durante a APC. Contudo,

nenhum aluno preencheu este item, talvez por ser esta a primeira vez que participam

numa APC, o que faz com que estivessem pouco sensibilizados para a importância de

registar estas informações.

Um total de cinco alunos, para além de não efectuar qualquer tipo de registo no item

referente às observações, também não o faz para mais um ou dois itens sendo que, dois

alunos não assinalam nenhum tipo de registo em qualquer um dos itens apresentados.

Provavelmente isso aconteceu porque estes alunos estavam distraídos, o que é usual

quando se realizam actividades fora da sala de aula e a atenção dos alunos é desviada

por diferentes motivos.

Na questão nº 2.2 em que os alunos deveriam contabilizar o número de aves

observadas dentro de cada um dos diferentes tipos ilustrados no guião, a grande maioria

dos alunos (16) contabiliza aves do tipo das gaivotas, dos pombos e dos pardais, sendo

que um aluno contabiliza apenas gaivotas e pombos. Constatou-se que os alunos não

demonstram dificuldades em responder a esta questão, contabilizando indivíduos

pertencentes aos tipos de aves mais comuns, portanto mais facilmente identificáveis

pelos observadores, mesmo que pouco experientes.

Na questão seguinte os alunos dispunham de um espaço que poderia ser utilizado

para desenhar um tipo de ave que eles observassem e que não se encontrassem

representado no guião. Apenas um aluno utilizou esse espaço para desenhar uma ave

muito semelhante a um dos desenhos existentes no guião. Conclui-se que no guião

estavam representados a quase totalidade dos tipos de aves mais comuns e que poderiam

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

72

ser identificados no local da visita, assim sendo os alunos não necessitaram de utilizar

esse espaço.

Seguidamente, na questão nº 2.4 pretendia-se que os alunos adquirissem

conhecimentos sobre os principais aspectos/características que permitem identificar uma

ave.

Catorze alunos assinalam correctamente quatro ou mais características da ave

identificada e apenas três não o conseguem fazer. Estes resultados são bastante

satisfatórios já que, a grande maioria dos alunos não revela dificuldade na análise das

características apresentadas.

Verifica-se que a maioria (10) das características assinaladas com sucesso,

corresponde aos alunos que identificam características da Gaivota-de-patas-amarelas,

provavelmente por se tratar de uma ave bastante comum, de porte elevado, com a

particularidade de possuir no seu nome uma característica que a distingue das outras

gaivotas.

Apesar de ser reduzido o número de alunos que assinala correctamente todas as

características, isso não os impede de identificar acertadamente a ave observada,

verificando-se que uma característica ou até mesmo um comportamento particular de

uma ave pode ser o suficiente para a sua identificação.

A última questão desta actividade pretendia que os alunos, para a ave identificada,

assinalassem a sua ordem, o género ou a espécie e o seu nome comum. Relativamente, à

Gaivota-de-patas-amarelas, a tabela 4.7 permite-nos constatar que dez alunos

identificam correctamente o nome comum, oito identificam correctamente a ordem e

sete identificam correctamente o género ou a espécie. A análise das respostas

assinaladas pelos alunos permite-nos concluir que, apenas seis dos alunos que

identificam esta ave assinalam correctamente todos estes itens.

No que concerne à identificação das aspectos/características do Pombo-doméstico,

os resultados ilustrados na tabela 4.8 são pouco satisfatórios, pois os alunos apenas

conseguem identificar correctamente o nome comum da ave, errando todos os restantes

itens.

Presumivelmente, estes resultados devem-se ao facto de os alunos estarem pouco

familiarizados com a utilização de guias de identificação de aves e de ainda não terem

adquirido, no seu percurso escolar, conhecimentos relacionados com a classificação

taxonómica dos seres vivos.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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Relação entre a densidade populacional e o estado de conservação de uma espécie

Na questão 4.1 propunha-se aos alunos que manifestassem a sua opinião sobre o que

deverá acontecer à densidade populacional das espécies que se encontram em bom

estado conservação.

A tabela nº 4.9 representa os resultados obtidos na resposta a esta questão.

Tabela 4.9 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir o que consideram que deve acontecer à densidade populacional de uma espécie que se

encontra em bom estado de conservação (n=17).

Como se constata da análise da tabela 4.9 todos os alunos respondem à questão. Em

relação à distribuição das respostas por categorias verifica-se que: a grande maioria dos

alunos (15) considera que a densidade populacional das espécies deve aumentar; apenas

um aluno considera que a densidade populacional deve manter-se constante e um aluno

considera que a densidade pode oscilar.

Através da análise dos resultados verificou-se que teria sido importante solicitar aos

alunos que justificassem a sua resposta a esta questão contudo, devido a um lapso na

elaboração do guião isso não foi feito e, apesar de alguns alunos, mesmo sem lhes ter

sido pedido apresentarem uma justificação, a grande maioria não o fez.

Com o intuito de enriquecer esta discussão decidimos analisar as justificações

apresentadas pelos alunos, mesmo quando estas não foram solicitadas.

O enunciado da questão apenas refere que as espécies se encontram em bom estado

de conservação, não fazendo qualquer tipo de referencia ao período de tempo em que a

análise da evolução deveria ser efectuada, se a curto ou a longo prazo. A curto prazo é

possível que a densidade populacional aumente contudo, a longo prazo existe um

conjunto de factores que provocam oscilações, mais ou menos constantes, na densidade

populacional. Foi com base neste pressuposto que foram analisadas as respostas dos

alunos.

Pergunta 4.1 Categorias fi fri (%)

Responde Aumenta

17 15

100 88,2

Mantém-se constante 1 5,9 Pode oscilar 1 5,9 Não responde 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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Dos 15 alunos que referem que a densidade populacional deve aumentar, somente

quatro apresentam uma justificação, referindo que o aumento se deve, à natalidade e ao

facto das aves se encontram em bom estado de conservação. O aluno que menciona que

a densidade deve manter-se constante apresenta a seguinte justificação: “Mantém-se

constante porque estão em pleno equilíbrio pois as aves nascem e morrem por isso

acho que se mantém constante”. O aluno que refere que deve oscilar, acrescenta que a

densidade pode aumentar e diminuir ao longo do tempo.

Pretendia-se, uma vez que a dinâmica das populações pertence aos conteúdos

programáticos da disciplina de Ciências Naturais do oitavo ano de escolaridade, que os

alunos referissem que, apesar das aves se encontrarem em bom estado de conservação,

ao longo do tempo, verificam-se pequenas variações, mais ou menos constantes, no seu

efectivo populacional, quando não ocorrerem alterações que destabilizam o equilíbrio

dinâmico da espécie com o meio envolvente. Apenas dois alunos se aproximam da

resposta pretendida, transmitindo a ideia da existência destas pequenas oscilações.

Considerando uma situação que se mantém ao longo do tempo e uma vez que, a

quase totalidade dos alunos responde que a densidade populacional deve aumentar,

constatou-se que os alunos nada mencionam acerca das oscilações que podem advir da

natalidade/mortalidade, das interrelações com o meio ambiente, da existência ou não de

alimento, das alterações ambientais, das interrelações com outras espécies, etc.

Os resultados obtidos não foram ao encontro do pretendido contudo, não nos

podemos esquecer de que o enunciado da questão nada mencionava acerca da

durabilidade da situação e de que não foi solicitado aos alunos que justificassem a sua

resposta. Conclui-se que o enunciado desta questão deverá ser reformulado para que

possa satisfazer os objectivos pretendidos.

2.2- Segunda parte do guião da visita (paragem 1)

Reconhecimento do local da visita

Na pergunta 1.1 da segunda parte do guião da visita os alunos deveriam assinalar

uma cruz para identificar o local onde se encontravam.

A tabela nº 4.10 apresenta os resultados obtidos na pergunta 1.1 da segunda parte do

guião da visita.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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Tabela 4.10 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam assinalar numa figura o local onde se encontravam (n=16).

Através da análise da tabela supracitada pode concluir-se que dos 17 alunos, apenas

um não responde a esta questão. A grande maioria dos alunos (15) assinala

correctamente o local onde se encontra e apenas um aluno não o faz.

Pretendia-se com esta pergunta que os alunos adquirissem um conhecimento preciso

do local onde o futuro parque urbano irá ser construído.

Verificou-se que a maioria dos alunos não demonstra dificuldades em identificar o

local onde se encontra.

Conhecimento/Identificação da vegetação envolvente

Na pergunta nº 2.1 pedia-se aos alunos para observarem a vegetação envolvente e,

com o auxílio da imagem representada no guião, referissem se conheciam a planta

(caniço) observada devendo, em caso afirmativo, indicar o seu nome.

As tabelas nº 4.11 e 4.12 representam os resultados obtidos nas respostas à pergunta

2.1 da segunda parte do guião da visita.

Tabela 4.11 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir se conheciam a planta representada na figura (n=17).

Como se verifica através da análise da tabela 4.11 todos os alunos respondem a esta

questão. A grande maioria dos alunos (16) refere conhecer a planta e apenas um aluno

refere não conhecer a planta.

Pergunta 1.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Assinala correctamente

16 15

94,1 88,2

Assinala incorrectamente 1 5,9 Não responde 1 5,9

Pergunta 2.1 Categorias e sub-categorias

fi fri (%)

Responde Conhece a planta

17 16

100 94,1

Não conhece a planta 1 5,9 Não responde 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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Tabela 4.12 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir o nome da planta representada na figura (n=10).

A análise da tabela supracitada revela-nos que, dos 17 alunos, sete não respondem a

esta questão e que todos os alunos que responderam assinalam uma resposta aceitável.

Do local onde os alunos se encontravam era possível observar as características

particulares do caniço. Os alunos deveriam começar por referir se conheciam a planta

observada, indicando, em caso da resposta ser afirmativa, o seu nome.

Apenas um aluno refere não conhecer a planta e, relativamente ao nome da planta

sete alunos não respondem a esta questão e os restantes dez alunos mencionam uma

resposta que consideramos aceitável.

A planta observada pelos alunos foi o Caniço (Phragmites australis). Os alunos que

mencionam o nome da planta colocam caniçal e, apesar da resposta correcta ser caniço,

consideramos a resposta aceitável, dado que o caniçal é o habitat no qual a planta

predominante é o caniço.

Importância do caniço para a avifauna

Na pergunta 2.2.1 intentou-se investigar os conhecimentos dos alunos sobre a

importância da referida planta para as aves.

A tabela nº 4.13 apresenta os resultados obtidos nesta questão.

Tabela 4.13 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir a importância da planta observada para as aves (n=31).

Pergunta 2.1 Categorias e sub-categorias

fi fri (%)

Responde Resposta aceitável

10 10

58,8 58,8

Não responde 7 41.2

Pergunta 2.2.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Protecção contra outros seres vivos/camuflagem

17 16

100 94,1

Fonte de alimento 9 52,9 Protecção contra más condições climatéricas 3 17,6 Local de nidificação 3 17,6 Não responde 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

77

Como se constata da análise da tabela supracitada todos os alunos respondem a esta

questão. Um elevado número de alunos (16) considera que a planta pode servir para

proteger as aves de outros seres vivos, nove alunos consideram que a planta pode

fornecer alimento para as aves, três alunos consideram que a planta pode proteger as

aves das más condições climatéricas e outros três consideram que a planta pode ser

utilizada para a nidificação das aves.

O caniçal é muito importante para diversas espécies animais, principalmente para as

aves. Fornece-lhes alimento, protecção e refúgio contra a predação, sendo também um

local privilegiado para a construção de ninhos. Nestes locais as aves encontram-se

menos sujeitas às variações do nível da água com as marés, beneficiando de um

microclima que as protege contra o vento e as oscilações de temperatura (Pinho, et al.

2003). Assim sendo, os resultados foram bastante satisfatórios, uma vez que, através da

observação do caniço, todos os alunos conseguem assinalar uma ou mais utilidades

desta planta para as aves.

Aves que dependem do caniço

A pergunta 2.2.2 pretendia averiguar se os alunos conheciam alguma ave que

dependa do caniço e, em caso afirmativo, solicitava-se que estes referissem o seu nome.

A tabela 4.14 representa os resultados obtidos na resposta à pergunta 2.2.2.

Tabela 4.14 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir se conhecem alguma ave que dependa do caniço, mencionado o seu nome (n=13).

A tabela 4.14 revela-nos que dos 17 alunos, quatro não respondem a esta questão.

Conclui-se ainda que mais de metade dos alunos (11) refere não conhecer nenhuma ave

que dependa do caniço e dois alunos referem que conhecem uma ave que depende desta

planta, indicando os patos.

Pergunta 2.2.2 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Não conheço

13 11

76,5 64,7

Patos 2 11,8 Não responde 4 23,5

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

78

Existem espécies com uma maior ou menor dependência em relação aos caniçais.

No topo da lista encontra-se espécies como a Garça-vermelha, a Águia-sapeira e o

Rouxinol-dos-caniços (Pinho et al., 2003). Como estas aves não são muito comuns, é

natural que os alunos não as conheçam. Dois alunos referem patos, que são aves mais

conhecidas e a sua resposta está correcta, uma vez que, algumas espécies de patos

nidificam em caniçais como é o caso da Frisada (Anas strepera), que nidifica em lagos

eutróficos ou baías com caniçais e ilhéus com vegetação (Mullarney et al. 2003).

Importância do local da visita para as aves migratórias

Seguidamente, os alunos foram incitados a reflectir sobre a importância do local da

visita, para um tipo particular de aves, as aves migratórias. Começaram por ler um texto

que descrevia as viagens das aves migratórias devendo, seguidamente mencionar o

nome dessas aves.

A tabela nº 4.15 representa os resultados obtidos na resposta à pergunta 3.1.

Tabela 4.15 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

deveriam indicar o nome das aves que são conhecidas pelas suas longas viagens (n=16).

A tabela 4.15 revela-nos que dos 17 alunos apenas um não responde a esta questão e

os restantes (16) alunos referem que as aves descritas no texto são as aves migratórias.

Na pergunta 3.2 pretendia-se investigar se os alunos consideram que o local da

visita podia ser utilizado como local de paragem para as aves migratórias.

Pergunta 3.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Aves migratórias

16 16

94,1 94,1

Não responde 1 5,9

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

79

O gráfico 4.1 representa os resultados obtidos nesta pergunta.

Gráfico 1 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

referem se consideram o local onde se encontram, apropriado para ser utilizado pelas aves migratórias (n=17).

Após a análise do gráfico 1 verificamos que a maioria dos alunos (12) considera que

o local é apropriado para a paragem das aves migratórias e um número menor de alunos

(5) considera que o local não é apropriado para a paragem das aves migratórias durante

as suas viagens.

Na pergunta 3.3 solicitava-se uma justificação para a resposta assinalada

anteriormente.

A tabela nº 4.16 representa os resultados obtidos na pergunta 3.3, para os alunos que

consideraram o local apropriado para a paragem das referidas aves.

Tabela 4.16 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

deveriam justificar porque motivos consideram o local visitado apropriado para as aves migratórias (n=20).

Como se verifica pela análise da tabela 4.16 todos os alunos respondem a esta

questão. Conclui-se ainda, relativamente à distribuição das repostas nas sub-categorias,

que: um elevado número de alunos (10) refere que as aves podem encontrar alimento

neste local; cinco alunos referem que as aves podem encontrar refúgio no local; três

alunos referem que o local permite às aves repousarem; um aluno refere que o local

Pergunta 3.3 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Fonte de alimento

12 10

100 83,3

Local que oferece protecção 5 41,7 Locais que permite às aves repousarem 3 25,0 Boas condições climáticas 1 8,3 Local calmo 1 8,3 Não responde 0 0,0

5; 29,4%

12; 70,6%

Sim Não

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

80

apresenta boas condições climáticas para as aves e que um aluno refere que o local é

calmo para essas aves.

A tabela 4.17 representa os resultados obtidos na pergunta 3.3, para os alunos que

consideraram o local inapropriado para a paragem das aves migratórias.

Tabela 4.17- Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

deveriam justificar porque motivos não consideram o local visitado apropriado para as aves migratórias (n=5).

A tabela supracitada permite-nos concluir que apenas um aluno não assinala

qualquer tipo de resposta a esta questão. Constata-se que: dois alunos apontam a falta de

alimento como um motivo que justifica a inapropriação do local como ponto de

paragem para as aves migratórias; outros dois apontam a falta de diversidade de

alimento e um aluno assinala a poluição existente no local.

No programa de Ciências Naturais do oitavo ano de escolaridade a migração é

estudada no conteúdo programático sobre a “ Influência dos factores abióticos nos seres

vivos”. Provavelmente assim se justifica o facto de, a quase totalidade (16) dos alunos

ter assinalado que as aves descritas no texto são as aves migratórias, uma vez que, no

momento de realização desta visita esta unidade já tinha sido explorada com os alunos.

Esta análise reforça a importância das actividades realizadas possuírem uma constante

articulação com o currículo dos alunos. Ferry (1995), citado por Athman & Monroe

(2002), refere que os investigadores consideram que as aprendizagens são menores

quando as visitas não se encontram relacionadas com o que é aprendido na sala de aula.

Na pergunta 3.2 tentou averiguar-se a opinião dos alunos sobre uma possível

utilização, por parte das aves migratórias, durante as migrações, do local onde o parque

vai ser construído. Os resultados revelam-nos que 12 alunos consideram o local

apropriado para a paragem das aves migratórias e cinco não consideram o local

apropriado para a paragem deste tipo de aves.

Pergunta 3.3 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Falta de alimento

4 2

80,0 40,0

Pouca diversidade de alimento 2 40,0 Local poluído 1 20,0 Não responde 1 20,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

81

Posteriormente, os alunos deveriam justificar a sua resposta com base nas

observações realizadas no local.

Os locais de paragem das aves migratórias durante as suas viagens devem possuir

boas condições ambientais, permitir às aves descansar em sossego e satisfazer as suas

necessidades alimentares. Os alunos que consideraram o local da visita apropriado para

a paragem das aves migratórias justificam-no referindo estes aspectos, por isso,

consideramos as suas respostas correctas. Relativamente aos alunos que não consideram

o local apropriado para a paragem das aves migratórias, as justificações apresentadas

mencionam aspectos que, a longo prazo, podem contribuir para tornar o local

inapropriado para a paragem destas aves, daí as justificações também serem correctas.

Factores de ameaça para a avifauna

A última questão (pergunta nº 4.1), da segunda parte do guião da visita, solicitava

aos alunos que mencionassem os factores de ameaça que mais podem afectar a

população de aves.

A tabela nº 4.18 apresenta-nos os resultados obtidos nas respostas a esta pergunta.

Tabela 4.18 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

deveriam indicar os principais factores de ameaça para as aves (n=27).

Constata-se, após a análise da tabela supracitada, que todos os alunos respondem a

esta questão. Verifica-se que: um elevado número de alunos (14) assinala a poluição

como o principal factor de ameaça para as aves; sete alunos assinalam a caça; dois

alunos assinalam a destruição de habitats, um aluno assinala as mudanças climáticas,

um a desflorestação, um as catástrofes naturais e um a urbanização.

Pergunta 4.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Poluição

17 14

100 82,4

Caça 7 41,2 Destruição dos habitats 2 11,8 Mudanças climáticas 1 5,9 Desflorestação 1 5,9 Catástrofes naturais 1 5,9 Urbanização 1 5,9

Não responde 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

82

A análise das respostas assinaladas pelos alunos nesta questão revela-nos que,

embora a questão solicitasse aos alunos que referissem factores globais de ameaça para

as aves, a maioria dos alunos baseia-se naquilo que está a observar para responder à

questão. Estes resultados reforçam a importância das APC se basearem em aspectos

concretos e observáveis no local onde esta decorre.

2.3- Terceira parte do guião da visita (paragem 2 e 3)

A Técnica da anilhagem

Na última parte da visita os alunos assistiram à excussão da técnica da anilhagem e

tiveram a oportunidade de colocar questões aos anilhadores, que lhes permitiram

recolher informações que, posteriormente, foram utilizadas nas aulas pós-visita.

Na primeira questão perguntava-se aos alunos se já conheciam a técnica da

anilhagem.

O gráfico nº 2 representa os resultados obtidos na pergunta nº 1 da terceira parte do

guião da visita.

Gráfico 2 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da questão em que os alunos

deveriam mencionar se conheciam ou não a técnica da anilhagem (n=17).

A análise do gráfico nº 2 permitiu constatar que a quase totalidade dos alunos (15)

refere já conhecer a técnica da anilhagem.

Seguidamente, solicitava-se aos alunos que tivessem respondido afirmativamente à

questão anterior que referissem de que forma é que tomaram conhecimento da técnica.

Estes deveriam assinalar uma ou mais das seguintes opções: através da televisão,

através de um livro, através de uma revista, através de uma conversa com outras pessoas

ou de outro meio que deveriam indicar.

15; 88,2%

2; 11,8%

Sim Não

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

83

A tabela 4.19 representa os resultados obtidos na pergunta 1.1 da terceira parte do

guião da visita.

Tabela 4.19- Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas(fri) da pergunta em que os alunos deveriam indicar como conheceram a técnica da anilhagem (n=19).

Como se verifica pela análise da tabela 4.19 todos os alunos respondem a esta

questão. Constata-se, em relação à distribuição das respostas por sub-categorias, que:

oito alunos assinalam ter conhecido a técnica através da televisão; cinco alunos referem

tê-la conhecido através de uma conversa com outras pessoas; três alunos através de um

livro, dois através de uma revista e um aluno refere tê-la conhecido de outra forma, mais

precisamente através do seu pássaro.

Na pergunta 1.2 pedia-se aos alunos que indicassem em que consiste a anilhagem.

A tabela nº 4.20 representa os resultados obtidos na pergunta 1.2.

Tabela 4.20 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam mencionar em que consiste a anilhagem (n=16).

Após a análise da tabela 4.20 verificou-se que apenas um aluno não assinala

qualquer tipo de registo nesta questão. Verifica-se ainda, no que concerne à distribuição

das respostas por sub-categorias que: um elevado número de alunos (7) refere que a

anilhagem consiste na colocação de uma anilha numa ave; cinco alunos referem que a

anilhagem consiste na colocação de uma anilha numa ave com o objectivo de a

Pergunta 1.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Através da televisão

17 8

100 47,1

Através de uma conversa com outra pessoas 5 29,4 Através de um livro 3 17,6 Através de uma revista 2 11,8 Outras 1 5,9 Não responde 0 0,0

Pergunta 1.2 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Consiste em colocar uma anilha numa ave

16 7

94,2 41,2

Consiste em colocar uma anilha numa ave para a identificar 5 29,4 Consiste em marcar uma ave para estudos futuros 3 17,6 Consiste em identificar aves para mais tarde ver a sua evolução 1 5,9 Não responde 1 5,9

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

84

identificar; três alunos referem que a anilhagem consiste na marcação de uma ave para

estudos futuros; um aluno refere que a anilhagem consiste em identificar aves para mais

tarde se estudar a sua evolução.

Através da análise das duas primeiras questões desta terceira parte do guião da visita

conclui-se que, para a grande maioria dos alunos, a anilhagem não era desconhecida.

Contudo, verificou-se ao longo da visita que os alunos apesar de já conhecerem a

técnica, desconheciam a forma como esta é executada e os seus reais objectivos.

Na questão 1.2 onde se solicitava aos alunos, que definissem em que consiste a

anilhagem, os resultados obtidos foram bastante satisfatórias, porque apenas um aluno

não respondeu à questão sendo que, os restantes dezasseis apresentam respostas

correctas.

Justificação do horário de trabalho dos anilhadores

Seguidamente, na pergunta 2.1, e após a leitura de um pequeno enunciado,

solicitava-se aos alunos que sugerissem uma explicação para o horário de trabalho dos

anilhadores.

A tabela 4.21 representa os resultados obtidos na pergunta 2.1.

Tabela 4.21 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos sugerem uma explicação para o horário de trabalho dos anilhadores (n=13).

Após a análise da tabela 4.21 conclui-se que 13 dos 17 alunos respondem a esta

questão. Um elevado número de alunos (9) refere que os anilhadores realizam o seu

trabalho no período em que as aves estas mais activas; três alunos referem que é no

período em que as aves procuram alimento e um aluno apresenta uma resposta

tautológica.

Pergunta 2.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Porque as aves estão mais activas

13 9

76,5 52,9

Porque as aves procuram alimento 3 17,6 Resposta tautológica 1 5,9 Não responde 4 23,5

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

85

Nesta questão os alunos foram levados a reflectir sobre o horário de trabalho dos

anilhadores, devendo tentar explicar porque é que a anilhagem é executada,

preferencialmente, nas primeiras horas da manhã e no final da tarde. A grande maioria

(12) dos alunos estabelece uma relação entre os períodos do dia em que as aves são

anilhadas e a existência nesses mesmos períodos, de uma maior actividade das aves,

assim sendo, consideramos estas respostas muito satisfatórias.

Retirada da ave das redes de captura

Na pergunta 3.1.1 solicitava-se aos alunos que referissem a parte do corpo da ave

que é agarrada quando esta é retirada das redes de captura.

A tabela nº 4.22 representa os resultados obtidos na pergunta 3.1.1 da terceira parte

do guião da visita.

Tabela 4.22 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos referem qual a parte do corpo da ave que é agarrada enquanto a ave é desembaraçada das redes de captura

(n=17).

Conclui-se, pela análise da tabela supracitada, que todos os alunos respondem a esta

questão. Relativamente à distribuição das respostas por categorias verificou-se que: um

elevado número de alunos (14) refere serem as patas a parte do corpo das aves que é

agarrada quando esta é retirada das redes de captura; dois alunos referem que são as

pernas e um aluno refere que são as asas.

Os alunos tiveram a oportunidade de observar o meticuloso processo de retirada das

aves das redes de captura. Posteriormente, questionou-se os alunos sobre qual a parte do

corpo da ave que é agarrada, enquanto que uma mão tenta desembaraçar,

cuidadosamente, a ave das redes de captura.

Os anilhadores colocam as patas das aves por entre os seus dedos, enquanto que a

outra mão tenta desembaraçar a ave, assim sendo, as respostas assinaladas pelos alunos

foram bastante satisfatórias.

Pergunta 3.1.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Patas

17 14

100 82,4

Pernas 2 11,8 Asas 1 5,9 Não responde 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

86

Procedimento realizado após a retirada das aves da rede de captura

Seguidamente os alunos eram questionados sobre qual é a primeira coisa que o

anilhador faz, após retirar a ave das redes de captura.

O gráfico nº 4.23 representa os resultados obtidos nesta pergunta.

Tabela 4.23 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir qual o primeiro passo do anilhador após retirar as aves das redes de captura (n=17).

Como se verifica da análise da tabela 4.23 todos os alunos respondem a esta

questão. Constata-se ainda que: a maioria dos alunos (12) assinala que o passo que se

segue à retirada da ave das redes de captura é a sua colocação da ave num saco de

algodão; quatro alunos assinalam que a ave é colocada num saco e apenas um aluno

assinala uma resposta que não consideramos aceitável.

A ave, depois de retirada das redes de captura, é colocada num saco de algodão

escuro, que lhe permite continuar a respirar, proporcionando-lhe ao mesmo tempo

algum sossego até que seja anilhada e, posteriormente, libertada.

Assim sendo, os resultados desta questão foram bastante satisfatórios, porque a

quase totalidade dos alunos respondem correctamente a esta questão, sendo que apenas

um aluno apresenta uma resposta que consideramos não aceitável ao responder:

“Tentam retirá-la com cuidado da rede para não aleijá-la”. Supõem-se que este aluno,

por distracção, não leu correctamente a pergunta.

Informações gravadas nas anilhas

Posteriormente, os alunos foram questionados acerca do tipo de informações que se

encontram gravadas nas anilhas que são colocadas nas aves.

A tabela 4.24 representa os resultados obtidos na pergunta 3.3.1.

Pergunta 3.2 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Colocá-la num saco de algodão

17 12

100 70,6

Colocá-la num saco 4 23,5 Resposta não aceitável 1 5,9 Não responde 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

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Tabela 4.24 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam mencionar as informações que se encontram gravadas nas anilhas (n=17).

Após a análise da tabela 4.24 pode verificar-se que 14 alunos referem que nas

anilhas se encontra gravado um número e uma referência ao local onde a ave foi

anilhada e 3 alunos referem que nas anilhas apenas se encontra gravado um número.

Todas as anilhas contêm um número de série, assim como uma referência à central

responsável por coordenar todo o processo de anilhagem. No caso das anilhas

portuguesas encontra-se gravada a sigla CEMPA-Lisboa, (Centro de Estudos de

Migração e Protecção de Aves) centro que se encontra integrado no Instituto da

conservação da Natureza, desde 1993. Catorze dos alunos apresentam uma resposta que

refere uma das informações que se encontra gravada nas anilhas: um número. Para além

desta informação estes 14 alunos referem que a anilha contêm ainda informações acerca

do local onde a ave é anilhada, o que não está correcto, uma vez que esta informação

não se refere ao local onde a ave é anilhada, mas ao organismo responsável pela

emissão das anilhas. Três alunos referem que nas anilhas apenas se encontra gravado

um número. Esta resposta está incompleta, uma vez que estes alunos não fazem

referência à existência nas anilhas de uma identificação acerca do organismo

responsável pela sua emissão.

Procedimento a tomar quando uma ave que está a ser anilha tenta fugir

A pergunta nº 3.5 questionava os alunos sobre o que deve ser feito quando uma ave

que está a ser anilhada tenta fugir.

Pergunta 3.3.1 Categorias e sub-categorias

fi fri (%)

Responde Um número e o local onde a ave foi anilhada

17 14

100 82,4

Apenas um número 3 17,7 Não responde 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

88

17; 100%

Devemos deixá-la fugir

O gráfico nº 3 representa os resultados obtidos nesta pergunta.

Gráfico 3 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

deveriam referir qual o procedimento a seguir quando uma ave que está a ser anilhada tenta fugir (n=17).

Após a análise do gráfico 3 concluímos que a totalidade dos alunos (17) refere que o

correcto será deixar a ave fugir.

A tabela 4.25 representa os resultados obtidos na pergunta 3.5, onde os alunos

deveriam justificar a resposta dada anteriormente.

Tabela 4.25 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam justificar o procedimento a seguir quando uma ave que está a ser anilhada tenta fugir (n=10).

Após a análise da tabela 4.25 verificou-se que dez dos 17 alunos respondem a esta

questão, referindo que se deve deixar fugir a ave para evitar magoá-la

A ave que tenta fugir nunca deve ser impedida de o fazer, para que não lhe seja

causado algum tipo de dano. Assim sendo, dez alunos assinalam uma resposta correcta e

desconhece-se os motivos que levaram os restantes alunos a não justificar a sua

resposta. Supõe-se que isso talvez tenha acontecido por distracção ou por esquecimento.

Características registadas pelos anilhadores

Posteriormente, na pergunta 4.1 os alunos são solicitados a referir quatro

características registadas pelos anilhadores no seu caderno de campo, sobre as aves

anilhadas.

Pergunta 3.5 Categorias e sub-categorias

fi fri (%)

Responde Para evitar magoar a ave

10 10

58,8 58,8

Não responde 7 41,2

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

89

A tabela nº 4.26 representa os resultados obtidos na pergunta 4.1.

Tabela 4.26 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam mencionar quatro características que os anilhadores registam no seu caderno de campo (n=73).

A tabela 4.26 revela-nos que todos os alunos respondem a esta questão. Constata-se

ainda que: quinze alunos assinalam que os anilhadores registam no seu caderno de

campo o comprimento do bico das aves anilhadas; onze alunos assinalam que os

anilhadores registam o peso da ave anilhada; onze alunos assinalam que os anilhadores

registam o comprimento das asas da ave anilhada; oito alunos assinalam que os

anilhadores registam o comprimento do tarso da ave anilhada; oito alunos assinalam que

os anilhadores registam a idade da ave anilhada; sete alunos assinalam que os

anilhadores registam o nome científico da ave anilhada; seis alunos assinalam que os

anilhadores registam o sexo da ave; cinco alunos assinalam que os anilhadores registam

o número da anilha da ave anilhada; e dois alunos assinalam que os anilhadores

registam a existência ou não de gordura na ave.

As informações registadas pelos anilhadores acerca das aves anilhadas são as

seguintes: número da anilha colocada na ave; nome científico da ave; comprimento do

bico, tarso e asa; peso; idade; sexo e gordura. Relativamente à idade e ao sexo, nem

sempre é possível determinar estas características. No caso da gordura esta só é

registada quando a ave anilhada é uma ave migratória e pretende-se saber se o local de

captura poderá estar a ser utilizado para a ave se alimentar.

Verificamos que todos os alunos registam quatro características, sendo que alguns

chegam a registar mais do que quatro características.

Pergunta 4.1 Categorias e sub-categorias fi fri (%)

Responde Comprimento do bico

17 15

100 88,2

Peso 11 64,7 Comprimento da asa 11 64,7 Idade 8 47,1 Comprimento do tarso 8 47,1 Nome científico 7 41,2 Sexo 6 35,3 Número da anilha 5 29,4 Gordura 2 11,8 Não responde 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

90

Importância da anilhagem na criação de áreas protegidas

A última actividade do guião da visita (pergunta nº 5) solicitava aos alunos que

reflectissem sobre o que tinham observado e sobre as informações recolhidas, de forma

a identificarem possíveis dúvidas que pudessem existir. Posteriormente, dispunham de

alguns minutos para elaborar questões aos anilhadores, afim de recolherem informações

que lhes permitissem ser capazes de explicar, correctamente, em que consiste a

anilhagem e qual poderá ser a importância desta técnica para as políticas de conservação

da natureza.

Seguidamente, apresentam-se as perguntas elaboradas por cada um dos cinco

grupos.

� O grupo 1, constituído por quatro elementos, colocou as seguintes questões: i) é

possível anilhar durante todo o ano?, ii) as aves conseguem encontrar alimento

durante todo o ano?; iii) corre-se risco de contrair alguma doença ao anilhar-se

aves?; iv) as condições climatéricas afectam a anilhagem?; v) consegue-se

anilhar todo o tipo de aves?; vi) as aves são magoadas durante a anilhagem?

� O grupo 2, constituído por três elementos, colocou as seguintes questões: i) as

condições climatéricas afectam a anilhagem?; ii) consegue-se anilhar todo o

tipo de aves?; iii) as aves são magoadas durante a anilhagem?

� O grupo 3, constituído por três elementos, colocou as seguintes questões: i) têm

consciência da importância da vossa acção para a conservação do ambiente?;

ii) existe algum tipo de perigo para os anilhadores?; iii) como nos podemos

tornar anilhadores?; iv) já alguma vez capturaram alguma espécie de aves

desconhecida?; V) já alguma vez vos morreu alguma ave durante a anilhagem?

� O grupo 4, constituído por três elementos colocou as seguintes questões: i) é

possível anilhar todo o tipo de aves?; ii) é fácil identificar uma ave a voar?

� O grupo 5, constituído por quatro elementos, colocou as seguintes questões: i)

em média quantas aves conseguem capturar por mês?; ii) é importante a

anilhagem de aves que estão em cativeiro?; iii) os anilhadores recebem algum

tipo de salário?; iv) para além das redes de captura, existem outra formas de

capturar as aves?; v) as condições climatéricas afectam a captura das aves?;

vi) capturam em maior quantidade aves de pequeno ou de grande porte?

As informações recolhidas através desta actividade foram utilizadas nas aulas que se

seguiram à visita, onde os alunos tentaram responder à seguinte questão:

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

91

De que forma a anilhagem pode contribuir para a conservação da natureza, mais

especificamente, para a conservação da avifauna?

Seguidamente apresentam-se as repostas elaboradas por cada um dos grupos.

� Grupo 1: “Através da anilhagem pode ficar a saber-se as rotas e o habitat de

certas aves. O objectivo final da anilhagem consiste em registar a evolução da

espécie e efectuar planos para a conservação da espécie.”

� Grupo 2: “Através da anilhagem podemos saber a evolução de uma espécie, e,

caso existam poucos exemplares, podemos aplicar medidas de conservação

dessas mesmas espécies.”

� Grupo 3: Todos os dados de uma ave recapturada são importantes para a

conservação da natureza pois permitem-nos saber como a ave se está a adaptar

ao habitat, como é a quantidade de alimento no local, a água, a sua evolução e

indícios de reprodução através da coloração das penas.”

� Grupo 4: “Contribui pois ao anilhar aves podemos saber o número de aves

dessa espécie e se o valor for baixo poderemos tomar medidas de conservação

dessa espécie. Se uma ave for anilhada em Portugal e for apanhada em

Inglaterra podemos saber a rota dessa ave, os locais por onde pára para se

alimentar e descansar. Podemos também saber se a ave evolui ao nível do

número de espécies e ao nível de nasceram mais ou morrerem, se estão em vias

de extinção. Podemos também saber a localização geográfica dessa espécie, o

clima favorável, o tipo de alimento, os locais com maior abundância para

nesses locais tomarmos medidas de conservação das aves. A anilhagem

contribui bastante para a conservação das espécies (avifauna).”

� Grupo 5: “Através da anilhagem pode-se estudar o comportamento de uma

espécie e saber que tipo de habitat é que ela prefere e a alimentação. Quando o

habitat for destruído tem que se ter o cuidado de pôr as aves num habitat igual

ou quase igual, ou seja, que tenha as mesmas características daquele habitat.”

Os grupos 1 e 2 referem que a anilhagem permite estudar a evolução de uma ave,

proporcionando a possibilidade de se efectuarem planos para a sua conservação. O

grupo 2, ao referir-se ao estudo da evolução das aves, menciona o conhecimento do seu

efectivo populacional, referindo que a partir desta informação decide-se pela aplicação

de medidas de conservação.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

92

O grupo 3 estabelece uma relação entre a recaptura das aves e a sua conservação,

mencionando que a recaptura permite a obtenção de informações sobre a adaptação da

ave ao seu habitat, sobre a sua evolução, aspectos relacionados com a sua reprodução,

etc.

O grupo 4 indica exemplos de diferentes tipos de informações obtidas através da

anilhagem, tais como: a evolução do efectivo populacional, as rotas migratórias, os

habitats onde as aves existem em maior abundância, etc., referindo que estes dados

podem ser utilizados para a tomada de medidas que visem a conservação da avifauna.

O grupo 5 refere que a anilhagem ajuda a estudar o comportamento de uma espécie,

permitindo saber qual o seu habitat de eleição e o seu tipo de alimentação. Este grupo

menciona ainda que se um habitat for destruído deverão tomar-se medidas para

conservar as espécies que lá existam.

A análise desta última actividade revela que os alunos compreenderam o tipo de

informações que a anilhagem pode fornecer e, a maioria dos grupos, demonstra ter

compreendido a importância deste tipo de informações para a elaboração de medidas de

conservação para este grupo de seres vivos.

Os resultados obtidos nas respostas a este guião, especialmente os resultados

relativos à terceira parte do guião da visita, foram bastante satisfatórios o que nos leva a

concluir que as aprendizagens foram significativas.

Considera-se que a visita realizada ajudou a complementar as aprendizagens

realizadas nas salas de aula. Numa disciplina como as Ciências Naturais é essencial

realizarem-se actividades, que permitam explorar a dinâmica do mundo natural. De

acordo com Bonito (2001) nesta disciplina as APC são imprescindíveis para interpretar

a natureza, apreciá-la, amá-la, respeitá-la e desfrutar as suas riquezas e maravilhas, de

modo consciente, ordenado e saudável.

3- Apresentação e discussão dos resultados do pré e pós-teste

Os resultados do desenho do grupo único com pré e pós-teste serão analisados

comparativamente, seguindo-se a ordem das temáticas abordadas nestes dois

questionários.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

93

Na apresentação dos resultados relativos ao pré e pós-teste, são apresentados nas

tabelas e nos gráficos um valor para n1 e outro para n2, correspondendo respectivamente,

ao número total de registos dos alunos para as sub-categorias da categoria “responde”

no pré-teste e no pós-teste. Isso deve-se ao facto de, frequentemente, o número total de

respostas dadas nas diferentes categorias não corresponder a 17 uma vez que,

dependendo do tipo de questão, é usual o mesmo aluno registar uma resposta que inclui

aspectos pertencentes a mais do que uma categoria.

Em algumas situações considerou-se que, para uma mais completa e rica análise dos

resultados, seria importante colocar nas tabelas apresentadas uma coluna que ilustra a

variação das frequências absolutas (fi) entre os dois questionários.

3.1- Parte I do pré e pós-teste

Actividades a desenvolver no futuro parque urbano de Viana do Castelo

A primeira pergunta (1.1 do pré-teste e 1 do pós-teste) pretendia recolher

informações sobre o tipo de actividades que os alunos gostariam de realizar no parque

urbano.

A tabela 4.27 ilustra os resultados obtidos nas respostas a esta primeira pergunta.

Tabela 4.27 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) das respostas referentes ao tipo de actividades que os alunos gostariam de realizar no futuro parque urbano (n1 = 13 e n2=14).

Como se constata da análise da tabela 4.27 há mais um aluno a responder a esta

questão no pós-teste. Relativamente à distribuição das respostas por sub-categorias pode

concluir-se que, do pré para o pós-teste, há uma aumento de frequência na sub-categoria

“Desporto lazer e cultura” (6 para 7), uma diminuição de frequência na categoria “Não

responde” (5 para 4) e que se mantém a frequência na sub-categoria “Educação

Ambiental” (7).

A segunda pergunta (1.1.1 do pré-teste e 1.1 do pós-teste) solicitava aos alunos que

justificassem a resposta assinalada na questão anterior.

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da fi

Responde 12 70,6 13 76,5 +1 Desporto, lazer e cultura 6 35,3 7 41,2 +1 Educação ambiental 7 41,2 7 41,2 0 Não responde 5 29,4 4 23,5 -1

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

94

Dado que as justificações apresentadas pelos alunos foram muito diversificadas,

tornou-se difícil o estabelecimento de sub-categorias que permitissem de forma rigorosa

e coerente, estabelecer uma relação clara com as respostas obtidas. Assim sendo, para

análise desta questão criaram-se apenas as categorias “Responde” e “Não responde” e

procedeu-se a uma análise global das diferentes respostas assinaladas pelos alunos.

A tabela 4.28 ilustra as variações ocorridas nas categorias: “Responde” e “Não

responde”.

Tabela 4.28 – Variações das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) das categorias relativas à segunda

pergunta do pré e pós-teste.

A análise da tabela 4.28 permite constatar que há mais um aluno a responder a esta

pergunta no pós-teste.

A análise da tabela 4.27 revela-nos que um elevado número de alunos sugerem

exemplos de actividades que vem ao encontro dos objectivos mais comummente

projectados para os parques urbanos: “Gostaria de ver implementado neste parque

locais de descanso, vias de passeio e para bicicletas”, “Conviver com os amigos, ler

jogar voleibol, etc.”, “Pois acho que o desporto faz muito bem saúde e num local perto

da natureza acho que ainda é mais saudável”, Penso que é muito importante praticar

desporto ao ar livre, e não na infinita poluição”, “Poderiam fazer-se espectáculos”.

Estas respostas foram incluídas na categoria “Desporto, lazer e cultura”.

Contudo, o número de respostas no pós-teste, obtidas na categoria “Desporto, lazer e

cultura” é igual ao número de respostas obtidas na categoria “Educação ambiental”.

Verifica-se que os alunos estabelecem uma associação entre o espaço parque urbano e o

desenvolvimento de actividades relacionadas com a protecção do ambiente: “ Gostaria

de dar passeios onde observa-se a fauna e flora típica do parque”, “Acolhimento de

aves magoadas e outros animais”, “Visitas guiadas para conhecer a fauna e a flora do

Parque” demonstrando sensibilidade no que concerne a questões ambientais.

Estes resultados talvez sejam uma consequência do acréscimo do número de

actividades relacionadas com a preservação do meio ambiente que se realizam nas

escolas e que fazem parte dos currículos de algumas disciplinas. Estas actividades

Pré-teste Pós-teste Categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da fi

Responde 10 58,8 11 64,7 +1 Não responde 7 41,2 6 35,3 -1

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

95

contribuem para consciencializar os jovens dos problemas ambientais e da crescente

necessidade de contribuirmos para a preservação do ambiente. Na opinião de Manzanal,

Barreiro & Jiménez (1999) a justificação para o crescente interesse pela EA encontra-se

relacionada com a acelerada degradação dos ecossistemas que o planeta Terra enfrenta,

resultante, na sua maioria, dos avanços científicos e tecnológicos implementados pelo

homem. Nas cidades esta problemática é sentida intensamente, porque nestes locais

concentra-se um elevado número de pessoas e desenvolvem-se actividades que

interferem directamente com a qualidade ambiental. Assim sendo, aos objectivos

delineados primordialmente para os parques urbanos, associaram-se outros objectivos

relacionados com a importância que estes locais podem assumir na protecção do meio

natural.

Uma leitura do Estudo prévio do Parque Urbano de Viana do Castelo (2002) deixa

clara a intenção de se aproveitar, durante toda a vida útil do parque, as características

ecológicas do local para o desenvolvimento de actividades de Educação Ambiental.

Mantém-se constante, o número de alunos que refere actividades incluídas na

categoria “Educação Ambiental”, as diferenças relacionam-se com o tipo de

justificações apresentadas para as actividades escolhidas. No pré-teste apenas dois

alunos referem aspectos relacionados com a avifauna, enquanto que no pós-teste esse

número aumenta para seis. Os alunos passam também a referir uma maior variedade de

actividades relacionadas com aves. No pré-teste apenas fazem referência a actividades

relacionadas com a conservação de aves, enquanto que no pós-teste as justificações

referem-se a aspectos relacionados com a observação, conservação e com o papel

educativo das aves, como são exemplo as seguintes respostas: “Pois acho um local

agradável e a visitas podem ser educativas”, “Gostaria de anilhar pois acho

interessante mexer em aves e ajudar as aves a serem protegidas”; “Observar aves é

uma actividade muito interessante que eu gostei de fazer, por isso, quando existir o

parque urbano de Viana do Castelo gostaria de as observar”.

Ao contrário do esperado, após a experiência vivida durante a APC, os alunos não

passaram a referir um maior número de actividades pertencentes à categoria “Educação

Ambiental” em detrimento das respostas incluídas na categoria “Desporto, lazer e

cultura”. Uma das possíveis justificações para o sucedido é o facto da APC se ter

realizado num local que ainda não apresenta as características de um parque urbano e

também as limitações impostas pela falta de tempo, que fizeram com que se aborda-se

pouco esta temática.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

96

3.2- Parte II do pré e pós-teste

Período do dia mais indicado para observar aves

A pergunta nº 2 do pré e pós-teste pretendia recolher informações sobre o(s)

período(s) do dia mais indicados para observar aves.

A tabela 4.29 pretende ilustrar os resultados obtidos nesta questão.

Tabela 4.29 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) das respostas referentes à pergunta sobre a escolha do período do dia para observar aves (n1 = 22 e n2=23).

A análise da tabela 4.29 permite-nos concluir que todos os alunos respondem a esta

questão em ambos os questionários. Verifica-se, no que concerne à distribuição das

respostas por sub-categorias, que há um aumento de frequência nas sub-categorias: “Ao

amanhecer” (7 para 9) e “A meio da manhã” (8 para 11). Ocorre uma diminuição de

frequência nas sub-categorias: “Ao meio-dia” (3 para 2); “A meio da tarde” (2 para 1);

“Ao entardecer” (1 para 0) e “À noite” (1 para 0).

Na pergunta nº 2.1 solicitava-se aos alunos que justificassem a resposta dada na

questão anterior.

A tabela 4.30 ilustra os resultados obtidos para a pergunta 2.1 do pré e pós-teste.

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da fi

Responde 17 100 17 100 0 Ao amanhecer 7 41,2 9 52,9 +2 A meio da manhã 8 47,1 11 64,7 +3 Ao meio-dia 3 17,6 2 11,8 -1 A meio da tarde 2 11,8 1 5,9 -1 Ao entardecer 1 5,9 0 0,0 -1 À noite 1 5,9 0 0,0 -1 Não responde 0 0,0 0 0,0 0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

97

Tabela 4.30 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) das respostas referentes às justificações para a escolha do período do dia para observar aves (n1= 15 e n2=16).

Como se constata da análise da tabela 4.30 há mais um aluno a responder a esta

questão no pós-teste. Em relação à distribuição das respostas por sub-categorias

constata-se que, há um aumento da frequência nas sub-categorias: “Hábitos

Alimentares” (3 para 12); “Referência ao número de aves sem justificação suplementar”

(1 para 2) e “Período mais calmo e seguro do dia” (1 para 2). Verifica-se,

simultaneamente, que há uma diminuição da frequência nas sub-categorias: “Outros

Hábitos” (3 para 1); “Variação da temperatura ao longo do dia” (2 para 0); “Respostas

Antropomórficas” (4 para 0); “Respostas Tautológicas e baseadas em afirmações gerais

sem justificação suplementar” (1 para 0) e na categoria “Não responde” (2 para 1).

Para a análise destas duas questões foi criado um padrão de resposta pretendido,

baseado na revisão de literatura realizada e nas informações recolhidas junto de

especialistas na área da Ornitologia. As respostas foram analisadas com base no grau de

maior ou menor proximidade ao padrão de resposta definido.

A resposta a esta questão deveria ter em consideração o seguinte:

� a escolha do período do dia deveria basear-se na existência, nesse mesmo

período, de um maior número de aves - período do dia em que a conspicuidade

das aves é, genericamente, mais elevada.

Partindo deste pressuposto os períodos do dia e as justificações para a

fundamentação desses mesmos períodos, são as seguintes:

-amanhecer (nas primeiras horas da manhã), porque neste período podem observar-se

mais aves – “maior número de aves” uma vez que estas permaneceram um longo

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da fi

Responde 15 88,2 16 5,9 +1 Hábitos Alimentares 3 17,6 12 70,6 +9 Outros Hábitos 3 17,6 1 5,9 -2 Variação da temperatura ao longo do dia 2 11,8 0 0,0 -2 Referência ao número de aves sem justificação suplementar

1 5,9 2 11,8 +1

Período mais calmo e seguro do dia 1 5,9 2 11,8 +1 Respostas Antropomórficas 4 23,5 0 0,0 -4 Respostas Tautológicas e baseadas em afirmações gerais sem justificação suplementar

1 5,9 0 0,0 -1

Não responde 2 11,8 1 5,9 -1

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

98

período sem se alimentarem e aproveitam o facto da temperatura ser amena – “variação

da temperatura ao longo do dia” e de este ser um período do mais sossegado – “período

mais calmo e seguro do dia”, para procurarem alimento – “hábitos alimentares”.

-entardecer, neste período podem observar-se muitas aves – “maior número de aves”

porque a temperatura volta a diminuir – “variação da temperatura ao longo do dia”, é

um período sossegado – “período mais calmo e seguro do dia” e as aves voltam a

procurar alimento – “Hábitos alimentares”.

Assim sendo os períodos escolhidos deveriam ser “Amanhecer” e “Entardecer” e na

justificação para os períodos escolhidos os alunos deveriam mencionar os seguintes

aspectos: i) existência de um maior número de aves ii) hábitos alimentares, iii) período

mais calmo e seguro do dia e iv) variação da temperatura ao longo do dia.

A análise da tabela 4.29 revela-nos que, antes da participação na APC, um elevado

número de alunos (15) considerava os períodos mais cedo do dia (Amanhecer” e “A

meio da manhã”) os mais indicados para observar aves. Contudo, há um aumento do

número de respostas pertencentes às categorias que correspondem a períodos mais cedo

do dia e uma diminuição do número de respostas nas categorias correspondentes aos

restantes períodos. A frequência de respostas no período “Entardecer”, período que

também se encontrava incluído no padrão de resposta pretendido, diminui pois, o aluno

que no pré-teste assinala este período, no pós-teste assinala o período “A meio da

manhã”.

Durante a APC os alunos participam numa actividade de observação e identificação

de aves que decorreu nas primeiras horas da manhã. A temperatura ambiente quando a

APC se iniciou (por volta das 9h15m) era muito baixa e os alunos tiveram a

oportunidade de observar que, à medida que a temperatura subia, o número de aves

também aumentava. Supomos, que o aumento da frequência de respostas que

correspondem a períodos mais cedo do dia “Amanhecer” e “A meio da manhã” e a não

existência de alunos a assinalar o período “Entardecer” terá sido resultado da

experiência vivida durante a APC. Assim sendo, apesar de nas aulas pós-visita, o

“Entardecer” ter sido referido como um período favorável à observação de aves, os

alunos não o referem no pós-teste. Estes resultados reforçam a ideia de que os alunos

recordam-se muito mais facilmente aquilo que é vivido do que aquilo que é lido, falado

ou ouvido. Os psicólogos educacionais referem que guardamos 80% daquilo que

fazemos e apenas 10 a 20% daquilo que lemos ou ouvimos. Por isso, as aprendizagens

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

99

devem incluir experiências activas na resolução de verdadeiros problemas (Cortese,

1999).

Relativamente, às respostas apresentadas pelos alunos para justificar o período do

dia escolhido, constatou-se que no pré-teste, sete alunos referem uma justificação que

menciona um dos aspectos incluídos no padrão de resposta pretendido, aumentando este

número para 16 no pós-teste. A justificação que mais se aproxima do padrão de resposta

pretendido é a de um aluno que no pós-teste menciona dois dos aspectos incluídos na

resposta padrão: hábitos alimentares e período mais calmo e seguro do dia.

Há uma diminuição do número de respostas incluídas nas sub-categorias que não

faziam parte do padrão de resposta definido. Dos quatro alunos que no pré-teste

assinalam uma justificação incluída na sub-categoria “Respostas Antropomórficas”,

categoria que se refere às respostas dadas pelos alunos que se centram no observador e

não nas espécies observadas, dois alunos passam a registar uma resposta incluída na

sub-categoria “Referência ao número de aves sem justificação suplementar”, um regista

uma resposta incluída na sub-categoria “Hábitos Alimentares” e outro não efectua

qualquer tipo de resposta no pós-teste. No que se refere à sub-categoria “Outros

Hábitos”, onde os alunos justificam a escolha realizada com base em hábitos das aves

que não hábitos alimentares, verifica-se que dois dos três alunos que registam esta

justificação no pré-teste, deixam de o fazer no pós-teste, passando a registar a sua

resposta na sub-categoria “ Hábitos Alimentares” e “ Período mais calmo e seguro do

dia”. O terceiro aluno mantém o mesmo tipo de justificação nos dois questionários. O

aluno que no pré-teste regista uma justificação incluída na sub-categoria “Respostas

tautológicas e baseadas em afirmações gerais sem justificação suplementar”, isto é,

respostas apresentadas pelos alunos que ou são uma reprodução da própria pergunta, ou

não justificam aquilo que é pedido, no pós-teste regista uma resposta que se incluí na

sub-categoria “Hábitos alimentares”.

Apesar de nenhum dos alunos assinalar uma justificação que satisfaça na totalidade

o padrão de resposta pretendido, há um aumento do número de respostas que

correspondem a períodos mais cedo do dia e do número de respostas que incluem

justificações que fazem parte do padrão de resposta pretendido.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

100

Actividade diária da avifauna

Na pergunta nº 2.2 os alunos deveriam referir se consideravam que no período

escolhido, iam existir aves que não iriam conseguir observar, devendo justificar a sua

reposta.

A tabela 4.31 apresenta os resultados obtidos na pergunta 2.2 do pré e pós-teste.

Tabela 4.31 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) das respostas referentes à pergunta em que os alunos deveriam dizer se achavam que no(s) período(s) referido(s) na questão anterior

iriam existir aves que não iam conseguir observar, justificando a sua resposta (n1= 11 e n2=17).

Constata-se, através da análise da tabela 4.31, que no pós-teste todos os alunos

respondem a esta questão. Relativamente à distribuição das respostas por sub-categorias

há um aumento de frequência nas sub-categorias: “ Aves nocturnas/Hábitos diferentes”

(11 para 14), ”Fenologia migratória” (0 para 3) e uma diminuição de frequência na

categoria “Não responde” (6 para 0).

A existência de aves com hábitos diurnos e nocturnos é abordada na disciplina de

Ciências Naturais no oitavo ano de escolaridade, aquando do estudo da influência dos

factores abióticos nos seres vivos. Esta é uma possível justificação para o facto de no

pré-teste um grande número de alunos (11) demonstrar possuir conhecimentos acerca da

existência de aves com diferentes hábitos. Contudo, há um aumento da frequência na

sub-categoria ”Aves nocturnas/Outros hábitos”, sendo que os quatro alunos que no pré-

-teste não apresentaram nenhuma resposta na questão, no pós-teste assinalam uma

resposta pertencente a esta categoria.

No pós-teste surge a sub-categoria “Fenologia migratória” uma vez que, que três

alunos justificam a sua resposta recorrendo a aspectos relacionados com a migração das

aves. Estes alunos confundem a variação de aves ao longo do dia, relacionada com a

existência de aves com diferentes hábitos, com as variações sazonais das aves,

relacionadas com a migração.

Verificamos que, apesar das respostas terem evoluído positivamente, na medida em

que, há um aumento do número de respostas pertencentes à sub-categoria “Aves

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da fi

Responde 11 64,7 17 100 +4 Aves nocturnas/Hábitos diferentes 11 64,7 14 82,4 +3 Fenologia migratória 0 0,0 3 17,6 +3 Não responde 6 35,3 0 0,0 -6

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

101

nocturnas e/ou Outros hábitos” e uma diminuição das categorias “Não responde”, o

surgimento da sub-categoria “Fenologia migratória” alerta para a necessidade de uma

analise cuidadosa e atenta dos diferentes conteúdos abordados durante a APC, depois de

detectadas as dificuldades manifestadas pelos alunos.

Identificação de aves

A pergunta no 3.1 pretendia analisar os conhecimentos dos alunos no que concerne a

características/aspectos relacionados com a identificação de aves.

Para a análise desta pergunta criaram-se, incluídas na categoria “Responde”, as sub-

-categorias: “características/aspectos aceitáveis” e “características/aspectos não

aceitáveis”.

Para um estudo mais completo das respostas obtidas realizamos as seguintes

análises dos resultados obtidos:

� o somatório das respostas dadas nas categorias e sub-categorias definidas;

� a variação no que concerne às características/aspectos mencionados na sub-

-categoria “características/aspectos aceitáveis”;

� a variação do número de respostas aceitáveis dadas, por cada um dos alunos do

pré para o pós-teste (uma vez que os alunos poderiam indicar um número

variável de características).

A tabela 4.32 ilustra os resultados respeitantes à análise do somatório das três

categorias.

Tabela 4.32 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) do somatório das respostas nas categorias e sub-categorias referentes à pergunta em que os alunos deveriam completar um bloco

de notas com características/aspectos utilizados para a identificação de aves (n1= 46 e n2=76).

A análise da tabela 4.32 permite constatar que mais seis alunos respondem a esta

questão no pós-teste. Constata-se ainda que ocorreu um aumento de frequência nas sub-

-categorias “Características/aspectos aceitáveis” (33 para 44) e “Características/aspectos

não aceitáveis” (13 para 32).

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da fi

Responde 10 58,9 16 94,1 +6 Características/aspectos aceitáveis 33 71,7 44 57,9 +11 Características/aspectos não aceitáveis 13 28,3 32 42,1 +19 Não responde 7 41,2 1 5,9 -6

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

102

Seguidamente, a tabela 4.33 apresenta os resultados obtidos no que concerne à

variação na sub-categoria “características/aspectos aceitáveis”.

Tabela 4.33 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da variação no que concerne às

características/aspectos aceitáveis (n1= 33 e n2=44).

A análise da tabela 4.33 permite verificar que há um aumento de frequência nas sub-

-categorias: “Plumagem” (8 para 11), “Forma, coloração e tamanho do bico” (1 para

11), “Forma, coloração e tamanho das asas” (1 para 3), “Forma, coloração e tamanho

das patas” (1 para 8), “Canto e chamamento” (2 para 3). Verifica-se ainda uma

diminuição de frequência nas sub-categorias: “Silhueta” (3 para 2)”, “Tamanho” (7 para

3), “Habitat onde foi observada” (3 para 2) e Comportamento manifestado” (7 para 1).

A tabela 4.34 ilustra a análise realizada para a variação número de respostas

aceitáveis dadas por cada um dos alunos do pré para o pós-teste.

Tabela 4.34 – Distribuição das frequências absolutas (fi) referentes à variação do número de respostas aceitáveis dadas por cada um dos alunos do pré para o pós-teste.

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da

fri

Silhueta 3 17,6 2 11,8 -1 Tamanho 7 41,2 3 17,6 -4 Plumagem 8 47,1 11 64,7 +3 Forma, coloração e tamanho do bico 1 5,9 11 64,7 +10 Forma, coloração e tamanho das asas 1 5,9 3 17,6 +2 Forma, coloração e tamanho das patas 1 5,9 8 47,1 +7 Habitat onde foi observada 3 17,6 2 11,8 -1 Comportamento manifestado 7 41,2 1 5,9 -6 Canto e chamamento 2 11,8 3 17,6 -1

Alunos Pré-teste Pós-teste Variação

1 2 2 0 2 0 5 +5 3 0 3 +3 4 3 3 0 5 5 5 0 6 3 1 -2 7 0 2 +2 8 5 4 -1 9 4 5 +1

10 2 0 -2 11 0 1 +1 12 3 3 0 13 0 3 +3 14 0 0 0 15 0 3 +3 16 3 2 -1 17 3 2 -1

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

103

A análise da tabela 4.34 revela que: dois alunos diminuírem o número de

características aceitáveis em duas unidades e três em uma unidade; cinco alunos

mantiveram o número de características aceitáveis referidas no pré-teste; dois alunos

aumentaram o número de características aceitáveis em uma unidade, um aluno em duas

unidades, três alunos em três unidades e um aluno em cinco unidades.

Verificamos que há um aumento significativo do número de alunos que refere

características/aspectos aceitáveis (33 para 44) e não aceitáveis (13 para 32) e uma

diminuição dos alunos que não respondem a esta questão (7 para 1). Esta análise

permite-nos concluir que, por um lado, a APC contribuiu para uma evolução positiva

nas respostas apresentadas pelos alunos, uma vez que aumenta o número de

características aceitáveis assinaladas no pós-teste e diminui o número de alunos que não

apresenta qualquer tipo de resposta e, por outro lado, para uma evolução menos

relevante porque aumenta o número de características não aceitáveis apresentadas pelos

alunos no pós-teste.

Durante a visita ao parque os alunos treinaram a identificação de aves com auxílio

da informação fornecida pelo guião da visita onde se encontravam assinaladas as

principais características necessárias à identificação de uma ave. Assim sendo,

consideramos que o aumento de características aceitáveis, assim como a diminuição do

número de alunos que não responde a esta questão, deverá ser o resultado das

aprendizagens dos alunos realizadas durante a visita e das actividades de consolidação

de conhecimentos das aulas pós-visita.

A grande maioria das respostas incluídas na sub-categoria das características não

aceitáveis encontra-se relacionada com aspectos abordados durante a anilhagem das

aves: a medida do tarso, o tamanho do dorso, o peso da ave, a presença ou não de

anilha, etc. Estas características só são possíveis de analisar quando uma ave é

capturada, não sendo utilizadas na sua identificação, mas para outro tipo de estudos.

Assim sendo, presume-se que o aumento da frequência na sub-categoria

“características/aspectos não aceitáveis” foi influenciado pela APC, nomeadamente

pelas actividades realizadas durante a anilhagem das aves.

Mais uma vez realçamos a necessidade de, nas aulas posteriores à visita, se

discutirem e analisarem, com base nas dificuldades manifestadas pelos alunos, os

diferentes conteúdos explorados durante a APC, para que ocorra uma consolidação das

aprendizagens efectuadas.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

104

Relativamente à análise da variação nas respostas incluídas na sub-categoria

“características /aspectos aceitáveis”, verifica-se um maior número de alunos, no pós-

-teste, a assinalar características, onde também se verifica um aumento mais

significativo e que são: “Forma, coloração e tamanho do bico” (1 para 11); “Forma,

coloração e tamanho das patas” (1 para 8) e “Plumagem” (8 para 11). Durante a visita

ao parque, estas foram as características mais utilizadas pelos alunos, presumivelmente

devido à sua fácil observação e identificação. Por outro lado as características,

“Comportamento manifestado”, “Habitat onde a ave foi observada”; “Silhueta” e

“Tamanho”, para a grande maioria dos alunos, não foram características decisivas para a

correcta identificação da ave e, talvez por este motivo a sua frequência tenha diminuído.

Na análise individual da variação do número de características aceitáveis assinaladas

por cada um dos alunos, constatou-se que as diminuições assinaladas no número de

características aceitáveis não são muito significativas, sendo que no máximo estes

alunos passam a referir entre menos uma a duas características. Por outro lado, o

aumento do número de características aceitáveis é mais significativo, uma vez que esse

aumento se situa entre mais uma a mais cinco respostas, incluídas na sub-categoria

“características/aspectos aceitáveis”. Esta análise permite verificar que o aumento

global do número de características aceitáveis assinaladas no pós-teste também se

verifica a nível individual, já que no pós-teste mais sete alunos registam em maior

número características/aspectos aceitáveis.

Informações a registar no caderno de campo

Na pergunta nº 3.2 solicitava-se aos alunos que referissem que outros

dados/informações, para além dos relativos ao objecto de estudo da visita, consideram

importante registar no bloco de notas.

A tabela 4.35 apresenta os resultados obtidos na pergunta 3.2 do pré e pós-teste.

Tabela 4.35 – Distribuição das frequências absolutas (fi) da pergunta referente a outros dados/informações que os alunos consideram importantes registar no bloco de notas (n1= 7 e n2=12).

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fi Variação da fi

Responde 6 7 +1 Hora da visita 1 2 +1 Aspectos relacionados com as aves 6 10 +4 Não responde 11 10 -1

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

105

Como se constata da análise da tabela 4.35 há mais um aluno a responder a esta

questão no pós-teste. Verifica-se, em relação à distribuição das respostas por sub-

-categorias que há um aumento de frequência nas sub-categorias “Hora da visita” (1

para 2) e “Aspectos relacionados com as aves” (6 para 10).

Não se colocou nesta tabela o valor das frequências relativas (fri) uma vez que, na

sub-categoria “Hora da visita” os alunos apenas podiam contribuir no máximo uma vez

na frequência desta sub-categoria enquanto que, na sub-categoria “Aspectos

relacionados com as aves” os alunos poderiam contribuir mais do que uma vez para a

frequência dessa sub-categoria.

Pretendia-se nesta questão que os alunos assinalassem dados que, para além dos

relativos ao objecto de estudo da visita, são de registo relevante durante uma APC, na

medida em que fornecem informações que poderão ser úteis na interpretação dos

resultados obtidos durante a visita, como por exemplo: o nome do observador, a hora da

visita, o local da visita, a data da visita, as condições climatéricas, etc.

A análise dos resultados obtidos revela-nos que mais de metade dos alunos não

assinala qualquer tipo de resposta a esta pergunta. Para além disso a grande maioria dos

alunos que responde a esta pergunta assinala aspectos relacionados com o objecto de

estudo da visita e apenas um reduzido número de alunos referem um aspecto que vem

ao encontro do tipo de resposta pretendido nesta questão: “Hora da visita”.

O elevado número de respostas incluídas na sub-categoria “Aspectos relacionados

com as aves”, assim como o elevado número de alunos que não responde a esta questão,

em ambos os questionários, leva a supor que os alunos talvez não tenham compreendido

o objectivo desta pergunta.

Durante a visita ao parque, aquando da realização da actividades de identificação de

uma ave, solicitou-se aos alunos que preenchessem um rectângulo onde deveriam

assinalar o nome do observador, o local da visita, a hora da visita, assim como outras

observações que considerassem importantes registar. Posteriormente, foi discutida a

importância do registo este tipo de informações contudo, este tema não voltou a ser

analisado, mais uma vez devido à falta de tempo, que obrigou a uma selecção dos

conteúdos a privilegiar nessas aulas. Julga-se que este motivo, aliado ao facto de a

pergunta não ter sido correctamente interpretada pelos alunos, justificam os resultados

considerados insatisfatórios.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

106

Fenologia das aves

Na pergunta nº 4 os alunos deveriam imaginar que iam observar aves num

determinado local durante a Primavera e que lá voltam no Inverno. Depois deveriam

escolher, das quatro opções apresentadas, aquela que mais se adequava à nova situação,

isto é, as variações no tipo de aves que seriam de esperar.

A tabela 4.36 ilustra os resultados obtidos para a questão 4 do pré e pós-teste.

Tabela 4.36 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam supor que iam identificar aves para um local na Primavera e que voltavam ao mesmo local no

Inverno referindo se, esperavam ou não, encontrar o mesmo tipo de aves (n1= 17 e n2=17). 3

Analisando a tabela 4.36 verificamos que todos os alunos respondem a esta questão

em ambos os questionários. Constata-se ainda: um aumento de frequência nas

categorias “As mesmas mais outras diferentes” (0 para 1) e “Algumas das mesmas e

algumas diferentes” (13 para 16); uma diminuição da frequência na categoria “ Outras

diferentes” (4 para 0) e que se mantém a frequência na categoria “As mesmas” (0).

Na pergunta nº 4.1 os alunos deveriam justificar as respostas dadas na questão

anterior.

Seguidamente apresenta-se a tabela 4.37 que ilustra os resultados obtidos na

pergunta 4.1 do pré e pós-teste.

Tabela 4.37 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam justificar a resposta dada na pergunta 4 (n1= 16 e n2= 17).

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação

da fri

Responde 17 100 17 100 0 As mesmas 0 0,0 0 0,0 0 Outras diferentes 4 23,5 0 0,0 -4 As mesmas mais outras diferentes 0 0,0 1 5,9 +1 Algumas das mesmas e algumas diferentes 13 76,5 16 94,1 +3 Não responde 0 0,0 0 0,0 0

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação

da fri

Responde 16 94,1 17 100 +1 Fenologia migratória (resposta incompleta) 9 53,0 9 53,0 0 Fenologia migratória (resposta completa) 0 0,0 3 17,7 +3 Variações na temperatura 3 17,7 3 17,7 0 Variação no efectivo populacional 1 5,9 1 5,9 0 Respostas tautológicas 3 17,7 1 5,9 -2 Não responde 1 5,9 0 0,0 -1

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

107

A análise da tabela 4.37 revela que mais um aluno responde a esta questão no pós-

-teste, assim sendo todos os alunos passam a responder a esta questão neste

questionário. Conclui-se que há um aumento de frequência nas sub-categorias

“Fenologia migratória (resposta completa)” (0 para 3), uma diminuição da frequência na

sub-categoria “ Respostas tautológicas” (3 para 1) e na categoria “Não responde” (1

para 0) e que se mantém constante a frequência na sub-categoria “Variações na

temperatura” (3); “Variação no efectivo populacional” (1) e “Fenologia migratória

(resposta incompleta)” (9).

Para além da apresentação global do tipo de justificações apresentadas, é

fundamental, para uma mais completa discussão dos resultados, analisar a relação entre

as justificações apresentadas e a categoria escolhida na resposta à questão anterior.

Assim sendo, as tabelas 4.38, 4.39 e 4.40 ilustram esta análise.

A tabela 4.38 ilustra os resultados obtidos para os alunos que assinalaram na questão

4 “ Algumas das mesmas e algumas diferentes”.

Tabela 4.38 – Distribuição das frequências absolutas (fi) das respostas dos alunos que assinalaram na questão anterior a resposta “Algumas das mesmas e algumas diferentes” (n1= 12 e n2= 16).

Através da análise da tabela 4.38 conclui-se que há mais quatro alunos a responder a

esta questão no pós-teste. Relativamente à distribuição das respostas por sub-categorias

pode concluir-se que: há um aumento da frequência das justificações incluídas na sub-

-categoria “Fenologia migratória (resposta incompleta)” (8-9) e “Fenologia migratória

(resposta completa)” (0-3), uma diminuição da frequência na categoria “Não responde”

(1-0) e que se mantém a frequência nas sub-categoria “Variação do efectivo

populacional” (1-1) e Variações na temperatura (3-3).

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fi Variação da fri

Responde 12 16 +4 Fenologia migratória (resposta incompleta) 8 9 +1 Fenologia migratória (resposta completa) 0 3 +3 Variações na temperatura 3 3 0 Variação no efectivo populacional 1 1 0 Não responde 1 0 -1

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

108

A tabela 4.39 apresenta os resultados obtidos para os alunos que assinalaram na

questão 4 a resposta “As mesmas mais outras diferentes”.

Tabela 4.39 – Distribuição das frequências absolutas (fi) das respostas dos alunos que assinalaram na questão anterior a resposta “As mesmas mais outras diferentes” (n1= 0 e n2= 1).

Através da análise da tabela 4.39 verifica-se que o aluno que assinalou na questão

anterior a resposta “As mesmas mais outras diferentes” e que no pré-teste não apresenta

nenhum justificação para a resposta no pós-teste passa a fazê-lo, incluindo-se a sua

resposta na sub-categoria “Respostas tautológicas” (0 para 1).

A tabela 4.40 apresenta os resultados obtidos para os alunos que assinalaram na

questão 4 a resposta “Outras diferentes”.

Tabela 4.40 - Distribuição das frequências absolutas (fi) das respostas dos alunos que assinalaram na questão anterior a resposta “Outras diferentes”. (n1= 4 e n2=0).

Constata-se, através da análise da tabela 4.40, que os quatro alunos que respondem a

esta questão no pré-teste deixam de fazê-lo no pós-teste. Assim sendo, há uma

diminuição nas justificações incluídas nas sub-categorias “Fenologia migratória

(resposta incompleta)” (1-0) e “Respostas tautológicas” (3-0).

Nesta questão pretendia-se analisar os conhecimentos dos alunos no que concerne à

fenologia migratória das aves. A resposta mais aceitável para esta pergunta era a

corresponde à categoria ” Algumas das mesmas e algumas diferentes”. Considera-se ser

esta a resposta mais completa porque por um lado, tem em conta que as aves residentes

permanecem no mesmo local, mas as estivais já se encontrarão ausentes no período de

Inverno, daí mencionar “algumas das mesmas”. Por outro lado, leva em consideração as

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fi Variação da fri

Responde 0 1 +1 Resposta tautológica 0 1 +1 Não responde 1 0 -1

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fi Variação da fri

Responde 4 0 -4 Fenologia migratória (resposta incompleta) 1 0 -1 Respostas tautológicas 3 0 -3 Não responde 0 4 +4

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

109

aves que, por serem invernantes, se encontrarão no local exclusivamente neste período -

daí mencionar “algumas diferentes”. A categoria “As mesmas mais outras diferentes”,

exclui, ao mencionar “As mesmas”, as aves exclusivamente estivais que não sendo

residentes no local, não podem ser observadas no Inverno. Finalmente as respostas: “As

mesmas” e “Outras diferentes” são as que mais se afastam da categoria mais aceitável

sendo que a categoria ”As mesmas” só se refere às aves residentes e a categoria “Outras

diferentes” exclui as aves que por serem residentes deveriam permanecer no local

durante todo o ano.

A análise dos resultados obtidos no pré-teste revela-nos que, um elevado número de

alunos demonstra possuir conhecimentos sobre a fenologia migratória das aves. É

provável que estes conhecimentos tenham sido adquiridos durante as aulas de Ciências

Naturais, onde a temática da Migração é abordada aquando do estudo da influência dos

factores abióticos nos seres vivos.

Verifica-se, que há um aumento do número de respostas nas duas categorias

consideradas as mais aceitáveis, e uma diminuição do número de respostas numa das

categorias que mais se afasta da resposta pretendida.

A análise a esta pergunta só se completa depois de realizado o estudo das

justificações apresentadas pelos alunos.

Dos alunos (13 no pré-teste e 16 no pós-teste) que assinalaram a resposta “Algumas

das mesmas e algumas diferentes”, apenas três, no pós-teste, apresentam uma

justificação completa e por isso incluída na sub-categoria “Fenologia migratória

(resposta completa)”. A análise das restantes respostas dos alunos que assinalaram esta

categoria revela-nos que há um predomínio, tanto no pré, como no pós-teste, de

justificações que se incluem na sub-categoria “Fenologia migratória (resposta

incompleta)” (8 no pré e 9 pós-teste). Assim sendo, os alunos escolheram a categoria

correcta na questão anterior, apresentando contudo, uma justificação incompleta, pois

apenas justificam o facto de aparecerem algumas aves diferentes, não mencionando

nada acerca das às aves residentes. Ainda em relação a esta categoria, três alunos, em

ambos os questionários, apresentam uma justificação que incluímos na sub-categoria

“Variações na temperatura” respondendo: “Pois, há aves que preferem o Verão, ou seja,

o calor, ou então o Inverno, o frio, mas ainda há outras que gostam dos dois climas,

mas também depende da adaptação da ave” e “Pois há aves que suportam variados

tipos de temperatura”. Estas justificações aproximam-se das justificações que incluímos

na categoria “Fenologia migratória (resposta incompleta)” contudo, os alunos não

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

110

mencionam o facto das diferentes necessidades das aves ao longo do ano serem

responsáveis pelas migrações.

Constata-se ainda que o mesmo aluno no pré e pós-teste assinala duas justificações

incluídas na sub-categoria “Variação no efectivo populacional”. Nestas justificações o

aluno refere-se à variação no efectivo populacional para justificar a variação no tipo de

aves observadas: “Porque algumas das “antigas” podiam ter morrido mas por sua vez

podiam ter nascido outras” e “Porque enquanto algumas morrem outras nascem e

como não morrem todas ficam lá algumas e as diferentes são as que nascem”. Estas

justificações fariam sentido se estivéssemos a pensar em termos individuais contudo,

pretendia-se saber a variação das espécies durante um determinado período do ano.

Relativamente à análise da justificação apresentada pelo aluno que assinala na

questão 4 a categoria “As mesmas mais outras diferentes”, este aluno assinala uma

justificação que incluímos na sub-categoria das “respostas tautológicas”, assim sendo,

apesar de na questão anterior este aluno ter assinalado, uma opção que se aproxima da

correcta, a justificação para a sua escolha não é satisfatória.

Permanece por analisar as justificações apresentadas pelos alunos que escolheram a

categoria “Outras diferentes”. Relembramos que esta categoria só foi escolhida por 4

alunos no pré-teste. Três destes quatro alunos apresentam justificações incluídas na sub-

-categoria “Respostas tautológicas” e outro na sub-categoria “Fenologia migratória

(resposta incompleta)”. Estes alunos apresentam justificações insatisfatórias, para além

de que a categoria “Outras diferentes” se inclui nas categorias que mais se afastam da

resposta pretendida.

Na generalidade, verificamos que há uma melhoria no tipo de justificações

apresentadas entre os dois questionários, aumentando o número de alunos que apresenta

a justificação considerada a mais aceitável “Fenologia migratória (resposta completa)”,

diminuindo o número de alunos que apresenta uma justificação incluída na categoria

“Respostas tautológicas” e o número de alunos que não responde a esta pergunta.

Durante a intervenção realizada, particularmente durante a visita ao parque, quando

os alunos assistiam à técnica da anilhagem, a temática da migração foi discutida com os

anilhadores. Contudo, a pergunta exigia que os alunos realizassem uma síntese dos

conhecimentos adquiridos e os aplicassem numa situação concreta, verificando-se,

vulgarmente que os alunos apresentam grandes dificuldades em aplicar os

conhecimentos adquiridos a situações práticas, da sua vida quotidiana. Considera-se que

um dos meios mais eficazes para reduzir as dificuldades manifestadas pelos alunos é

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

111

tornando-os participativos no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Athman &

Monroe (2002) os alunos devem ser activos construtores do conhecimento através de

interacções concretas com o ambiente.

3.3- Parte III do pré e do pós-teste

Aves como símbolos em projectos de conservação da natureza e biodiversidade

As perguntas seguintes relacionam-se com a temática da conservação da Avifauna.

A pergunta nº 5.1 questionava os alunos sobre o(s) motivos(s) que levam à utilização

das aves como “símbolos” em projectos de conservação da natureza e biodiversidade.

A tabela 4.41 apresenta os resultados obtidos para a pergunta 5.1 do pré e pós-teste.

Tabela 4.41 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir porque é que as aves são um dos "símbolos" mais utilizados em projectos de conservação

da natureza e biodiversidade (n1= 12 e n2= 15).

A tabela 4.41 permite-nos constatar que há mais três alunos a responder a esta

questão no pós-teste. Constata-se ainda que há um aumento de frequência nas sub-

-categorias “Respostas aceitáveis incompletas” (5 para 11) uma diminuição da

frequência na sub-categorias “Respostas não aceitáveis” (7 para 4) e na categoria “Não

responde” (5 para 2) e que se mantém a frequência na sub-categoria “Respostas

aceitáveis completas” (0).

Para facilitar a análise das respostas a esta questão decidiu-se, com base na revisão

de literatura realizada, criar um padrão de resposta aceitável. As respostas apresentadas

pelos alunos foram analisadas com base na sua maior ou menor proximidade ao padrão

de resposta pretendido.

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da fri

Responde 12 70,6 15 88,2 +3 Respostas não aceitáveis 7 41,2 4 23,5 -3 Respostas aceitáveis incompletas 5 29,4 11 64,7 +6 Respostas aceitáveis completas 0 0,0 0 0,0 0 Não responde 5 29,4 2 11,8 -3

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

112

O padrão de resposta inclui os seguintes aspectos:

� as aves são fáceis de observar porque, na sua grande maioria, são grandes,

atractivas e bastante activas, distribuindo-se por variadíssimos locais;

� são muito populares, muitas pessoas interessam-se por elas recolhendo

informações bastante úteis para o seu estudo, por este motivo são o grupo de

seres vivos do qual existe um maior número de publicações (BirdLife

International, 2004a);

� a sua grande mobilidade permite-lhes ausentarem-se quando as alterações

ambientais não são favoráveis, o que nós fornece informações bastante úteis;

� a conservação das aves também permite conservar outros grupos de seres

vivos que, no mesmo local, se encontram ameaçados.

Assim sendo, as respostas que referissem todos os aspectos do padrão de resposta,

pretendido seriam incluídas na sub-categoria “Respostas aceitáveis e completas”, as

respostas que, embora não referissem todos os aspectos, referissem pelo menos um

seriam incluídas na sub-categoria “Respostas aceitáveis e incompletas” e todas as

respostas que não se enquadrassem no padrão de resposta pretendido seriam incluídas

na sub-categoria “Respostas não aceitáveis”.

Na generalidade, no pós-teste, as respostas apresentadas pelos alunos aproximam-se

mais do padrão de resposta pretendido, já que há um aumento significativo do número

de respostas que, apesar de incompletas são aceitáveis, diminui o número de respostas

consideradas inaceitáveis, assim como o número de alunos que não responde a esta

pergunta. Verifica-se que três alunos que no pré-teste não efectuam qualquer tipo de

resposta, no pós-teste passam a registar: “Porque as aves são seres vivos muito

estudados”; “Porque as aves são bastante visíveis” e “ São seres vivos muito populares

porque existem em todo o lado”. Dois alunos que apresentam no pré-teste respostas

incluídas na sub-categoria das respostas não aceitáveis, passam a responder no pós-

-teste: “Pois as aves são muito diversificadas e existem em todo o lado” e “São um

grupo de seres vivos muito conhecido e estudado porque toda a gente gosta delas”.

Esta pergunta abordava aspectos que foram estudados/analisados ao longo de toda a

APC. Assim sendo a pergunta exigia que os alunos reunissem os conhecimentos

adquiridos em diferentes espaços temporais e efectuassem um raciocínio de um grau de

complexidade elevado. Verificamos que nenhum dos alunos o conseguiu fazer

completamente contudo, é evidente a progressão das respostas assinaladas pelos alunos

após a APC.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

113

Factores de ameaça para as aves

Na pergunta nº 6.1 os alunos foram interrogados sobre os factores que colocam “em

perigo” as aves.

A Tabela 4.42 ilustra os resultados das respostas assinaladas pelos alunos na questão

6.1 do pré e pós-teste

Tabela 4.42 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os

alunos deveriam referir factores que colocam "em perigo" as aves (n1= 33 e n2=52).

Após a análise da tabela 4.42 conclui-se que todos os alunos respondem a esta

questão em ambos os questionários. A análise da tabela supracitada revela ainda que: há

um aumento de frequência nas sub-categorias “Caça” (12 para 15); ”Desflorestação” (4

para 8) “Destruição do habitat” (7 para 12); “Falta de alimento” (1 para 4) e “Poluição”

(5 para 12). Verifica-se uma diminuição da frequência nas sub-categorias ”Mudanças

climáticas” (2 para 0) e “Catástrofes naturais” (1 para 0). Mantém-se a frequência na

categoria “Choque contra carros” (1).

Algumas das categorias existentes nesta questão poderiam ter sido incluídas noutras,

como é o caso das sub-categorias “Desflorestação” e “Poluição” que poderiam pertencer

à sub-categoria” Destruição do habitat” ou poder-se-ia ter criado uma sub-categoria

denominada “ Acções humanas” onde incluiríamos todas as ameaças resultantes directa,

ou indirectamente de acções humanas. Contudo, consideramos que tal procedimento

limitaria e empobreceria a interpretação das respostas assinaladas pelos alunos.

Verificou-se que há um aumento do número de factores de ameaça assinalados pelos

alunos (33-52).

Na sub-categoria “Poluição” é onde se verifica um aumento mais significativo do

número de respostas, segue-se a sub-categoria “Destruição do habitat”, depois a sub-

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da

fri

Responde 17 100 17 100 0 Caça 12 70,6 15 88,2 +3 Desflorestação 4 23,5 8 47,1 +4 Choque contra carros 1 5,9 1 5,9 0 Destruição do habitat 7 41,2 12 70,6 +5 Mudanças climáticas 2 11,8 0 0,0 -2 Falta de alimento 1 5,9 4 23,5 +3 Poluição 5 29,4 12 70,6 +7 Catástrofes naturais 1 5,9 0 0,0 -1 Não responde 0 0,0 0 0,0 0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

114

-categoria “ Desflorestação” e finalmente as sub-categorias “ Caça” e “ Falta de

alimento”.

A poluição, a destruição dos habitats, a desflorestação e a falta de alimento foram

temáticas discutidas durante a visita quando os alunos reflectiram sobre a importância

do caniçal para as aves e durante os esclarecimentos dos anilhadores acerca da

conservação da avifauna. Posteriormente, nas aulas pós-visita, os alunos voltaram a

reflectir sobre esta temática.

Verifica-se uma evolução satisfatória nas respostas apresentadas pelos alunos, pois

estes assinalam um maior número de factores de ameaça para as aves e factores de

ameaça relacionados com a destruição dos habitats, ameaça actualmente considerada a

maior para a população de aves (BirdLife International, 2002), aplicando os

conhecimentos adquiridos durante a APC.

Elaboração de um plano para a conservação da avifauna

Na pergunta nº 7.1 os alunos deveriam indicar diferentes passos a incluir num plano

que tinha como objectivo a conservação das aves do Alto Minho.

Os gráficos 4 e 5 ilustram os resultados obtidos para esta questão.

A análise dos gráficos 4 e 5 indica que: há um aumento de frequência na sub-

-categoria “Consegue elaborar um plano” (4 para 7), uma diminuição da frequência na

sub-categoria ”Não consegue elaborar um plano” (8 para 5) e que se mantêm a

frequência na categoria “Não responde” (5).

Gráfico 4 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) para a pergunta 7.1

no pré-teste (n1= 12).

Gráfico 5 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) para a pergunta 7.1

no pós-teste (n2=12).

Pré-teste

Consegue elaborar

um plano; 4; 23,5%

Não responde; 5; 29,4%

Não consegue elaborar

um plano; 8; 47,1%

Pós-teste

Não responde;5; 29,4%

Não consegue elaborar

um plano; 5; 29,4%

Consegue elaborar

um plano; 7; 41,2%

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

115

A elaboração de um plano pressupõe a apresentação de um conjunto de passos

metodológicos que permitam definir um conjunto de medidas/acções a implementar,

com vista à consecução do objectivo para os quais o plano foi elaborado.

A título de exemplo citam-se os seguintes passos metodológicos de um plano que

vise proteger a avifauna: i) realização de uma listagem com as espécies de aves que

existem na área e a sua distribuição sazonal; ii) realização de censos; iii) elaboração de

uma lista das espécies com estatuto de conservação; iv) estudo da distribuição das aves

no local para se conhecer os habitats mais utilizados; v) detecção de factores de ameaça,

vi) planificação de medidas a implementar para conservar a avifauna do local, etc. Os

exemplos referidos podem adequar-se a um determinado plano, mas não a outro, sendo

importante a adaptação das medidas aos objectivos específicos do suposto plano e ao

local em estudo.

As respostas apresentadas pelos alunos revelam que estes possuem dificuldades em

distinguir um plano composto por diversos passos metodológicos das medidas que

resultam desse mesmo plano. Assim sendo, deve salvaguardar-se o facto de os alunos

poderem não ter apresentado as respostas desejadas por não compreenderem a questão.

Os resultados obtidos demonstram que há um aumento do número de alunos que

consegue elaborar um plano e uma diminuição do número de alunos que não consegue

elaborar um plano. Contudo, o número de alunos que não responde a esta questão

mantêm-se nos dois questionários.

Relativamente às respostas incluídas na sub-categoria “Não consegue elaborar um

plano”, verifica-se que três dos alunos que não conseguem elaborar um plano passam a

conseguir fazê-lo, apresentando as seguintes respostas: “Identificava as aves existentes

no local e as ameaças e depois partia para as medidas”, “1-Conhecer o local, 2-

Conhecer as aves, 3-Conhecer os problemas que afectam as aves e resolvê-los, 4-

Criar um local de protecção (reserva natural)” e “1- Saber mais características do

local, 2- analisava as espécies existentes, 3- tomava medidas”.

A única variação entre os dois questionários que não corresponde a uma evolução

positiva é a de um aluno que no pré-teste consegue elaborar um plano e no pós-teste não

responde a esta questão.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

116

Medidas a incluir num plano que visa a conservação da avifauna

A pergunta nº 7.2 solicitava aos alunos que indicassem medidas a incluir no plano

elaborado na questão anterior.

Na tabela 4.43 encontramos os resultados das respostas obtidos para esta questão em

ambos os questionários.

Tabela 4.43 - Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir medidas a incluir no plano elaborado para a protecção das aves do Alto Minho (n1= 16 e

n2= 17).

Como se conclui da análise da tabela supracitada há mais dois alunos a responderem

a esta questão no pós-teste. Constata-se, simultaneamente, que: há um aumento de

frequência nas sub-categorias “Proibir a caça” (4 para 5); “Proteger os habitats” (0 para

4); “Combater a poluição” (0 para 3) e “Pedir auxílio à Câmara” (0 para 1) e uma

diminuição da frequência na categoria ”Não responde” (7 para 5) e nas sub-categorias

“Criar áreas protegidas” (5 para 4); “Reproduzir aves em cativeiro” (2 para 0);

“Manifestações da população” (1 para 0); “Resposta não aceitável” (1 para 0); “Proibir

o abate de árvores” (1 para 0); “Plantar árvores” (1 para 0) e “Criar centros de

tratamento para as aves feridas” (1 para 0).

Criou-se, no pré-teste, a sub-categoria “Resposta não aceitável” para incluir a

seguinte resposta de um aluno: “(…) e teria que realizar um estudo pois todas as aves

são diferentes e tinha de ter certeza que há algumas que não gostam deste clima e

outras que gostam (…)”. Considerou-se que o aluno não está a responder ao pretendido,

pois a sua resposta não inclui uma medida de actuação, mas sim um passo metodológico

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação

da fri

Responde 10 58,8 12 70,6 +2 Proibir a caça 4 23,5 5 29,4 +1 Criar áreas protegidas 5 29,4 4 23,5 -1 Proteger os habitats 0 0,0 4 23,5 +4 Combater a poluição 0 0,0 3 17,6 +3 Reproduzir aves em cativeiro 2 11,8 0 0,0 -2 Manifestações da população 1 5,9 0 0,0 -1 Proibir o abate de árvores 1 5,9 0 0,0 -1 Pedir auxílio à Câmara 0 0,0 1 5,9 +1 Plantar árvores 1 5,9 0 0,0 -1 Criar centros de tratamento para as aves feridas 1 5,9 0 0,0 -1 Resposta não aceitável 1 5,9 0 0,0 -1 Não responde 7 41,2 5 29,4 -2

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

117

a incluir no plano de protecção para as aves do Alto Minho. Todas as restantes respostas

foram analisadas e convertidas em sub-categorias aceitáveis.

Verifica-se que diminui o número de alunos que não responde a esta questão, uma

vez que dois alunos que não efectuam qualquer tipo de registo no pré-teste passam a

fazê-lo no pós-teste assinalando as seguintes respostas: “Incluía nesse plano a proibição

da caça às aves” e “Para proteger as espécies em vias de extinção podia mandar os

esgotos para as etares, proibir a caça em quantidade e não poluir”.

Durante a visita ao parque os alunos discutiram a importância do caniçal para as

aves e as consequências que a sua perturbação pode trazer para a avifauna, registando

alguns indícios de poluição no local. Esta temática foi novamente discutida a propósito

de algumas das questões colocadas no guião da visita e aquando da observação da

execução da técnica da anilhagem e do diálogo estabelecido com os anilhadores.

Julgamos que estes factores, assim como a discussão realizada nas aulas pós-visita

justificam o surgimento das sub-categorias “Proteger os habitats” e “Combater a

poluição”.

Segundo um estudo realizado pela BirdLife Internacional (2002) o principal factor

de ameaça para as aves é a destruição e a fragmentação dos habitats, sucedendo-se uma

lista de variadíssimos factores como a exploração, as espécies evasivas, as catástrofes

naturais, a poluição, etc. Este estudo, revela ainda que a destruição dos habitats, para

além de se encontrar no topo da lista, distancia-se bastante dos restantes factores.

Dependendo do contexto em que são praticadas, estas medidas podem assumir uma

maior ou menor importância. Contudo, medidas como a protecção dos habitats, o

combate à poluição, a criação de áreas protegidas, são medidas aplicáveis na grande

maioria das situações, assumindo uma importância superior a medidas pontuais, só

aplicáveis em situações específicas.

Construção de uma via rápida para melhorar a acessibilidade de uma cidade

numa zona importante para as aves

Na pergunta nº 8 pretendíamos obter informações sobre a opinião dos alunos face à

construção de uma via rápida, para melhorar a acessibilidade a uma cidade, numa zona

húmida onde habitam aves com grande valor de conservação. Os alunos dispunham de

três opções, das quais deveriam assinalar uma das seguintes: a) a via rápida não deve ser

construída de forma a preservar a zona húmida e as aves, b) deve construir-se a via

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

118

rápida para melhorar a acessibilidade e permitir o desenvolvimento da cidade e c) não

sei, tenho dúvida.

A categoria “Resposta anulada” foi adicionada porque um dos alunos assinalou as

três opções possíveis.

A tabela 4.44 ilustra os resultados das respostas para a pergunta 8 do pré e pós-teste.

Tabela 4.44 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

deveriam expressar a sua opinião sobre a construção de uma estrada numa zona importante para aves com grande valor de conservação (n1= 17 e n2=17).

A análise da tabela 4.44 permite-nos concluir que todos os alunos respondem a esta

questão em ambos os questionários. Verifica-se ainda que há um aumento de frequência

na categoria “Não sei tenho dúvida” (5 para 6), uma diminuição da frequência na

categoria “Resposta anulada” (1 para 0) e que se mantém a frequência na categoria “A

via rápida não deve ser construída de forma a conservar a zona húmida e as aves” (11) e

“Deve construir-se a via rápida para melhorar a acessibilidade e permitir o

desenvolvimento da cidade” (0).

Na pergunta nº 8.1 os alunos deveriam justificar a opção assinalada na questão

anterior.

A tabela 4.45 ilustra os resultados das respostas para a pergunta 8.1 do pré e pós-

-teste.

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação

da fri

Responde 17 100 17 100 0 Não sei tenho dúvida 5 29,4 6 35,3 +1 A via rápida não deve ser construída de forma a conservar a zona húmida e as aves

11 64,7 11 64,7 0

Deve construir-se a via rápida para melhorar a acessibilidade e permitir o desenvolvimento da cidade

0 0,0 0 0,0 0

Resposta anulada 1 5,9 0 0,0 -1 Não responde 0 0,0 0 0,0 0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

119

Tabela 4. 45 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam justificar a sua decisão relativamente à construção de uma via rápida numa zona importante

para as aves (n1= 15 e n2=15).

A tabela 4.45 leva-nos a concluir que, em ambos os questionários, 15 alunos

respondem a esta questão. Constata-se ainda que aumenta a frequência na sub-categoria

“Elabora uma justificação aceitável” (10 para 13), há uma diminuição da frequência na

sub-categoria” Não elabora uma justificação aceitável” (4 para 1) e que se mantém a

frequência na categoria “Não responde” (2) e na sub-categoria “Respostas tautológicas”

(1).

A análise das respostas a esta questão revela que, em ambos os questionários, a

grande maioria dos alunos é contra a construção da via rápida, alguns alunos tem dúvida

na decisão que deveriam tomar e nenhum aluno refere que a estrada deveria ser

construída para melhorar a acessibilidade e permitir o desenvolvimento da cidade.

Quatro dos dezassete alunos alteram a resposta assinalada nesta pergunta, dois

desses quatro alunos que assinalaram no pré-teste a categoria “A via rápida não deve ser

construída de forma a conservar a zona húmida e as aves”, no pós-teste passaram a

assinalar “Não sei, tenho dúvida”, o aluno que assinalou “ Não sei, tenho dúvida”,

passou a assinalar “A via rápida não deve ser construída de forma a conservar a zona

húmida e as aves”, e o aluno que assinalou as três opções, passou a assinalar a “A via

rápida não deve ser construída de forma a conservar a zona húmida e as aves”.

Os alunos assinalam em maior número a resposta que valoriza a preservação das

aves e do seu habitat, em detrimento da resposta que valoriza a construção da via rápida,

o que, muito provavelmente, se explica pelo facto de os alunos se encontrarem a

participar numa APC onde a temática central é a conservação da avifauna estando, por

este motivo, mais sensibilizados para este assunto.

Como resposta à diversidade de justificações apresentadas pelos alunos decidiu-se

criar as sub-categorias “Elabora uma justificação aceitável” e “Não elabora uma

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da

fri

Responde 15 88,2 15 88,2 0 Elabora uma justificação aceitável 10 58,8 13 76,5 +3 Não elabora uma justificação aceitável 4 23,5 1 5,9 -3 Respostas Tautológicas 1 5,9 1 5,9 0 Não responde 2 11,8 2 11,8 0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

120

justificação aceitável”, de forma a facilitar a análise e a interpretação das respostas

assinaladas.

Das cinco respostas incluídas na sub-categoria das justificações não aceitáveis

quatro correspondem a justificações para a opção “A via rápida não deve ser construída

de forma a preservar a zona húmida e as aves” e uma a um aluno que teve a resposta

anulada por assinalar as três opções. Estas justificações não foram consideradas

aceitáveis porque os alunos não respondem ao que lhes foi solicitado, como

demonstram os exemplos que se seguem: “Escolhi as três porque é tudo necessário e

tenho dúvida” e “Pois vão destruir os habitats das aves, ficando as mesmas sem casa”.

Seguidamente transcrevem-se exemplos de respostas que justificam a opção pela

não construção da estrada, incluídas na sub-categoria das justificações aceitáveis: “Pois

as aves são mais importantes que a facilidade de acessos”, “Pois as aves são seres

vivos muito importantes”, “Porque existem mais sítios onde se pode construir uma via

rápida” e “Pois deve-se respeitar a zona húmida que é o abrigo de algumas aves e

podia-se construir a via rápida noutro local” e, dois exemplos de justificações

aceitáveis para a opção em que os alunos tinham dúvida relativamente à construção ou

não da estrada: “Embora as aves sejam muito importantes a via rápida iria facilitar, em

muito, a vida da população” e “Pois o desenvolvimento da cidade é muito importante

para o nível de vida das pessoas, mas as aves também são importantes para a

sociedade, daí a dúvida”.

Verifica-se um ligeiro aumento no número de alunos que assinala uma justificação

incluída na sub-categoria das justificações aceitáveis.

Relativamente, aos restantes alunos, nove assinalam, nos dois questionários, uma

justificação aceitável, um não apresenta qualquer tipo de justificação em ambos os

questionários, outro apresenta no pré-teste uma justificação não aceitável e no pós-teste

não assinala qualquer tipo de resposta e, um aluno que apresenta no pré-teste uma

resposta incluída na sub-categoria das respostas tautológicas, passa no pós-teste a

assinalar uma resposta incluída na sub-categoria das justificações não aceitáveis.

Esta pergunta pretendia estudar a sensibilidade dos alunos no que concerne à

temática do DS, pela sua elevada importância e actualidade e por ser este o tema

convergente do programa de Ciências Naturais do oitavo ano de escolaridade.

A opção “Não sei, tenho dúvida” permitia aos alunos mencionar que, tanto a via

rápida, a zona húmida e as aves são importantes e necessárias para a população e que o

melhor seria encontrar uma solução alternativa que favorecesse todos os factores em

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

121

causa, contemplando o equilíbrio entre a qualidade de vida humana e a preservação do

meio ambiente. Os alunos que assinalam esta opção mencionam uma justificação que

vai ao encontro do que acaba de ser referido.

Contudo, a maioria dos alunos selecciona a opção que valoriza a preservação das

aves e da zona húmida em detrimento da construção da via rápida. Este resultado foi,

muito provavelmente, influenciado pelo facto dos alunos estarem a participar numa

actividade que os sensibilizou para a importância da conservação da avifauna. A par

disso, a EDS exige uma análise integradora de um conjunto de temáticas e de estratégias

de ensino-aprendizagem que se começam a trabalhar com os alunos, mas que são ainda

muito recentes.

Identificação da técnica da Anilhagem

As últimas perguntas do pré e pós-teste abordavam a temática da técnica de

anilhagem. Na pergunta nº 9.1 os alunos deveriam observar uma figura que ilustrava

uma ave a ser anilhada e referir o nome da técnica ilustrada nessa mesma figura.

Seguidamente, a tabela 4.46 apresenta-nos os resultados obtidos na pergunta 9.1 do

pré e pós-teste.

Tabela 4.46 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os

alunos deveriam indicar o nome da técnica observada numa figura (n1= 10 e n2= 16).

Constata-se, pela análise da tabela 4.46, que há mais seis alunos a responder a esta

questão no pós-teste. Em relação à distribuição das respostas por sub-categorias pode

concluir-se que: há um aumento de frequência na sub-categoria “Anilhagem” (5 para

16) e uma diminuição da frequência nas sub-categorias “Anilhamento” (1 para 0),

“Pombo-correio” (1 para 0), “Colocação da anilha” (1 para 0), “Marcação” (1 para 0),

“Alelagem” (1 para 0) e na categoria “Não responde” (7 para 1).

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da fri

Responde 10 58,8 16 94,1 +6 Anilhagem 5 29,4 16 94,1 +11 Anilhamento 1 5,9 0 0,0 -1 Pombo-correio 1 5,9 0 0,0 -1 Colocação da anilha 1 5,9 0 0,0 -1 Marcação 1 5,9 0 0,0 -1 Alelagem 1 5,9 0 0,0 -1 Não responde 7 41,2 1 5,9 -6

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

122

As respostas assinaladas pelos alunos no pós-teste pertencem todas à categoria

“anilhagem”, verificando-se um aumento muito significativo nesta categoria (5 para 16).

Os resultados obtidos no pré-teste revelam que, para alguns alunos, a técnica da

anilhagem não era desconhecida já que cinco alunos indicam o nome correcto da técnica

e quatro alunos colocam designações aproximadas ou relacionados. O conhecimento da

técnica por parte de alguns alunos talvez se deva ao facto da turma ser constituída por

alunos curiosos e interessados e que, por viverem numa cidade, tem maiores facilidades

em aceder aos meios de informação. Todavia, como não se realizou este estudo com

uma turma do meio rural, desconhece-se se estes resultados seriam mais satisfatórios

com alunos provenientes deste meio, que não tendo tanta facilidade de acesso aos meios

de informação, poderiam conhecer a técnica, através de experiências vividas no seu

quotidiano.

Estes resultados permitem concluir que a experiência vivida pelos alunos durante a

APC contribuiu claramente para a melhoria das respostas a esta questão.

Em que consiste a técnica da anilhagem

Na pergunta nº 9.2 os alunos deveriam referir em que consiste a técnica que

identificaram na pergunta anterior.

A tabela 4.47 apresenta os resultados obtidos nas respostas a esta pergunta.

Tabela 4.47 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam referir em que consiste a técnica da anilhagem (n1= 12 e n2=16).

Através da análise da tabela supracitada verifica-se que há mais quatro alunos a

responder a esta questão no pós-teste. No que concerne à distribuição das respostas por

sub-categorias conclui-se que: há um aumento de frequência na sub-categoria “Define

correctamente em que consiste a técnica” (8 para 15) e uma diminuição da frequência

nas sub-categorias ”Não define correctamente em que consiste a técnica” (4 para 1) e na

categoria “Não responde” (5 para 1).

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação

da fri

Responde 12 70,6 16 94,2 +4 Define correctamente em que consiste a técnica 8 47,1 15 88,2 +7 Não define correctamente em que consiste a técnica 4 23,5 1 5,9 -3 Não responde 5 29,4 1 5,9 - 4

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

123

A anilhagem consiste na marcação de uma ave através de uma anilha (Bairlein, et al.

1995).

Com a excepção de dois alunos, um que não apresenta qualquer tipo de registo no

pré e no pós-teste e outro que não responde correctamente à pergunta nos dois

questionários, os restantes 15 alunos apresentam, no pós-teste, uma resposta correcta

para esta pergunta. Oito alunos mantêm uma resposta correcta nos dois questionários e

sete alunos alteram a sua resposta passando a responder correctamente no pós-teste.

No pré-teste já existe um número razoável (8) de alunos a referir correctamente em

que consiste a técnica, provavelmente influenciados pela imagem que lhe foi fornecida

no questionário. Contudo, há uma evolução, claramente positiva, nas respostas

apresentadas pelos alunos.

Importância da anilhagem

Posteriormente, na pergunta nº 9.3 solicitava-se aos alunos que referissem a

importância da anilhagem para o estudo das aves.

Na tabela 4.48 encontram-se representados os resultados obtidos nas respostas à

pergunta 9.3 do pré e do pós-teste.

Tabela 4.48 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

deveriam referir qual a importância da anilhagem para o estudo das aves (n1= 13 e n2=23).

Como se verifica da análise da tabela supracitada mais cinco alunos respondem a

esta questão no pós-teste. Relativamente à distribuição nas respostas por sub-categorias

verifica-se que: há um aumento de frequência nas sub-categorias: “Identificação de

aves” (2 para 3), “Estudar a evolução das aves” (1 para 8), “Estudar a abundância

Pré-teste Pós-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%) fi fri (%) Variação da fri

Responde 11 64,7 16 94,2 +5 Estudo das rotas migratórias 4 23,5 2 11,8 -2 Identificação de aves 2 11,8 3 17,6 +1 Estudar a evolução das aves 1 5,9 8 47,1 +7 Estudar variações no efectivo populacional 1 5,9 1 5,9 0 Estudar a abundância populacional 1 5,9 2 11,8 +1 Estudar o estatuto das aves 1 5,9 2 11,8 +1 Estudar o habitat utilizado pelas aves 0 0,0 2 11,8 +2 Aumentar o conhecimento sobre as aves 2 11,8 1 5,9 -1 Estudar as características morfológicas 0 0,0 1 5,9 +1 Resposta sem sentido 1 5,9 1 5,9 0 Não responde 6 35,3 1 5,9 -5

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

124

populacional” (1 para 2), “Estudar o estatuto das aves” (1 para 2), “Estudar o habitat

utilizado pelas aves” (0 para 2) e “Estudar as características morfológicas” (0 para 1).

Verifica-se ainda que: há uma diminuição de frequência nas sub-categorias:” Estudo das

rotas migratórias” (4 para 2), “ Aumentar o conhecimento sobre as aves” (2 para 1) e na

categoria “Não responde” (6 para 1). Mantém-se a frequência nas sub-categorias: “

Estudar as variações no efectivo populacional” (1) e “Resposta sem sentido” (1).

Uma vez contabilizado o número de respostas assinaladas pelos alunos nos dois

questionários, constatou-se que no pré-teste os alunos mencionam 12 aspectos que se

relacionam com a importância da anilhagem para o estudo das aves e que no pós-teste

esse número aumenta para 22. A evidenciar este aumento está a diminuição da categoria

“Não responde” uma vez que, dos seis alunos que não respondem a esta pergunta no

pré-teste, cinco passam a fazê-lo no pós-teste. Um desses alunos passa a responder:

“Saber mais sobre a ave”, resposta incluída na sub-categoria “ Aumentar o

conhecimento sobre as aves”, outro aluno responde “É importante pois podemos ver a

progressão das aves, se elas engordam, etc.” resposta incluída na sub-categoria

“Estudar a evolução das aves”, outro aluno responde “Pois com esta técnica podem-se

identificar as aves e se apanharem novamente pode ver-se a evolução das aves”,

resposta incluída nas sub-categorias “Estudar a evolução das aves” e “ Identificação das

aves” e outros dois respondem: “Estudar o desenvolvimento das aves” e “É muito

importante porque se por exemplo for encontrada uma ave noutro país diferente do país

onde for anilhada podem pedir ao país onde se fez a anilhagem da ave os seus dados e

comparar a evolução da ave”, respostas incluídas na sub-categoria “Estudar a evolução

das aves”.

Um dos alunos que não responde a esta questão assinala no pós-teste uma resposta

incluída na sub-categoria “Resposta sem sentido” contudo, um dos alunos que no pré-

-teste assinala uma resposta incluída na sub-categoria “Resposta sem sentido” passa a

assinalar uma resposta incluída nas categorias: “Identificação das aves” e “Estudar as

características morfológicas”.

No pré-teste, os alunos já demonstram possuir conhecimentos sobre as informações

que a técnica permite recolher. Contudo, as respostas apresentadas no pós-teste

demonstram um nível superior de conhecimentos, já que os alunos passam a referir

aspectos mais específicos, relacionados com o papel da anilhagem como por exemplo:

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

125

as informações que a técnica nós pode dar acerca da importância de determinado habitat

quando as aves anilhadas são recapturadas.

Importância da anilhagem na criação de Áreas Protegidas (pós-teste)

Na pergunta nº 9.4.1 pretendia-se que os alunos explicassem de que forma o

conhecimento da quantidade de gordura existente numa ave migradora pode contribuir

para a criação de Áreas Protegidas.

A tabela 4.49 representa os resultados obtidos na questão 9.4.1 do pós-teste.

Tabela 4.49 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os

alunos deveriam referir qual a importância da anilhagem para a criação de Áreas Protegidas (n=17).

A tabela 4.49 permite concluir que dez dos 17 alunos respondem a esta questão. A

mesma tabela revela ainda que a frequência absoluta na sub-categoria “Local importante

para as aves migratórias” é dois, a frequência absoluta na sub-categoria “ Local que

fornece alimento para as aves migratórias” e “Resposta sem sentido”é quatro.

Esta pergunta apenas foi colocada no pós-teste por se tratar de uma pergunta que

exigia conhecimentos muito específicos relativos à técnica da anilhagem, resultante da

associação de diferentes informações que os alunos só deveriam possuir após o contacto

com a técnica e do diálogo com os anilhadores.

Verifica-se que, um elevado número de alunos não assinala qualquer tipo de registo

nesta pergunta e dos dez alunos que respondem à pergunta, quatro assinalam respostas

sem sentido.

Apenas seis alunos assinalam uma resposta satisfatória; quatro alunos, sem

especificarem que é por causa do alimento, referem que a quantidade de gordura

existente nas aves migratórias permite concluir que o local é importante para elas e os

restantes dois alunos referem que ao saber-se que as aves migratórias obtêm alimento

Pré-teste Categorias e sub-categorias

fi fri (%)

Responde 10 58,9 Local importante para as aves migratórias 2 11,8 Local que fornece alimento para as aves migratórias 4 23,5 Resposta sem sentido 4 23,5 Não responde 7 41,2

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

126

nesse local fica a conhecer-se a importância deste local e, daí a importância de o

considerar uma Área Protegida.

Este assunto foi discutido quando os anilhadores explicaram aos alunos porque é

que, no caso das aves migratórias; o registo da quantidade de gordura que a ave possui é

uma informação muito importante. Contudo, os resultados não foram satisfatórios e,

mais uma vez consideramos que isso talvez se deve ao facto da pergunta exigir um

raciocínio complexo, em que os alunos deveriam reunir os conhecimentos adquiridos,

relacionando-os, e a maioria não se demonstra capaz de o fazer.

4- Questionário de apreciação da visita efectuado pelos alunos

Este questionário foi realizado por todos os alunos que participaram na APC. Tinha

como objectivos: avaliar o grau de apreciação, o tipo de conhecimentos que os alunos

consideram ter adquirido e os aspectos positivos e negativos da visita.

O valor de n, apresentado nas tabelas e nos gráficos, corresponde ao número total de

registos dos alunos nas respostas obtidas.

Grau de apreciação da visita realizada

A primeira pergunta pretendia recolher informações sobre o grau de apreciação da

visita.

A tabela nº 4.50 demonstra os resultados obtidos à pergunta nº 1 do questionário de

apreciação da visita.

Tabela 4.50 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam indicar o seu grau de satisfação relativamente à visita realizada (n=17).

A análise da tabela supracitada permite concluir que: a maioria dos alunos assinalam

ter gostado muito da visita (11), cinco alunos referem ter gostado mais ou menos, um

Pergunta 1 Categorias fi fri (%)

Muito 11 64,7 Mais ou menos 5 29,4 Pouco 1 5,9 Nada 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

127

aluno afirma ter gostado pouco da visita e nenhum aluno refere não ter gostado nada da

visita.

Quantidade de novos conhecimentos adquiridos durante a visita

A pergunta 2 pretendia recolher informações sobre os conhecimentos adquiridos

durante a visita.

A tabela 4.51 ilustra os resultados obtidos na pergunta nº 2 do questionário de

apreciação da visita.

Tabela 4.51 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam quantificar os conhecimentos adquiridos durante a visita (n=17).

A análise da tabela 4.51 permite verificar que: oito alunos consideram que

adquiriram muitos conhecimentos durante a visita, sete alunos consideram que

adquiriram alguns conhecimentos, dois alunos assinalam que adquiriram poucos

conhecimentos e nenhum aluno refere que não adquiriu nenhum conhecimento.

Referência a novos conhecimentos adquiridos

A pergunta nº 3 tinha como objectivo verificar o tipo de conhecimentos adquiridos

pelos alunos durante a visita.

A tabela 4.52 ilustra os resultados obtidos na pergunta nº 3 do questionário de

apreciação da visita.

Tabela 4.52 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam indicar conhecimentos adquiridos durante a visita (n=27).

Pergunta 3 Categorias

fi fri (%)

Anilhagem 13 76,5 Aspectos gerais das aves 6 35,3 Identificação das aves 4 23,5 Futuro parque urbano 4 23,5 Não responde 1 5,9

Pergunta 2 Categorias fi fri (%)

Muitos 8 47,1 Alguns 7 41,2 Poucos 2 11,8 Nenhuns 0 0,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

128

A análise da tabela 4.52 permite-nos concluir que: um elevado número de alunos

(13) refere ter adquirido conhecimentos sobre a anilhagem; seis alunos mencionam ter

adquirido conhecimentos sobre diferentes aspectos relacionados com as aves; o mesmo

número de alunos (4) indica que obteve conhecimentos sobre a identificação de aves e

sobre o futuro parque urbano e apenas um aluno não responde a esta pergunta.

Referência a dúvidas/problemas que ficaram por resolver

A pergunta nº 4 pretendia recolher informações acerca do tipo de dúvidas/problemas

que ficaram por resolver após a visita realizada.

A tabela nº 4.53 apresenta os resultados obtidos para a pergunta nº 4 do questionário

de apreciação da visita.

Tabela 4.53 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

deveriam indicar que tipo de dúvidas/problemas ficaram por resolver (n=15).

A análise da tabela 4.53 leva-nos a concluir que: a grande maioria dos alunos (13)

indica não ter ficado com nenhuma dúvida/problema por resolver, dois alunos não

respondem a esta questão, um aluno refere ter ficado com muitas dúvidas/problemas,

sem contudo os mencionar e apenas um aluno refere que ficou com dúvidas acerca de

aspectos gerais sobre as aves.

Referência a aspectos/problemas que gostariam de aprofundar

Na pergunta número 5 pretendia-se averiguar aspectos/problemas sobre a visita

realizada, que os alunos gostariam de aprofundar.

Na tabela 4.54 ilustramos os resultados obtidos para esta questão.

Pergunta 4 Categorias fi fri (%)

Nenhumas 13 76,5 Aspectos gerais das aves 1 5,9 Muitas 1 5,9 Não responde 2 11,8

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

129

Tabela 4.54 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos deveriam indicar aspectos/problemas relacionados com a visita que gostariam de aprofundar (n=16).

A análise da tabela supracitada permite concluir que: sete alunos referem que não

gostariam de aprofundar nenhum aspecto/problema relacionado com a visita realizada;

seis alunos referem que gostavam de aprofundar aspectos/problemas relacionados com a

técnica da anilhagem; dois alunos mencionam que gostariam de aprofundar

aspectos/problemas relacionados com as aves (morfologia, alimentação, hábitos, etc.);

um aluno refere que gostaria de aprofundar os seus conhecimentos sobre todos os

assuntos que foram tratados durante a visita e apenas um aluno não responde a esta

questão.

Referência a aspectos que mais e menos agradaram os alunos durante a visita

As duas perguntas seguintes (pergunta 6.1 e 6.2) pretendiam recolher informações

sobre os aspectos que mais e menos agradaram os alunos durante a visita à zona onde

irá ser construído o futuro parque urbano.

As tabelas no 4.55 e 4.56 apresentam os resultados obtidos nas perguntas no 6.1 e 6.2

do questionário de apreciação da visita.

Tabela 4.55 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos

referem os aspectos que mais lhe agradaram na actividade realizada (n=20).

Pergunta 5 Categorias fi fri (%)

Nenhuns 7 41,2 Anilhagem 6 35,3 Aspectos gerais das aves 2 11,8 Sobre os diferentes assuntos abordados 1 5,9 Não responde 1 5,9

Pergunta 6.1 Categorias fi fri (%)

Anilhagem 11 64,7 Conhecer o local onde irá ser construído o futuro parque urbano 3 17,6 Identificar aves 2 11,8 Estudar as aves 2 11,8 De toda a visita 2 11,8

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

130

Tabela 4.56 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os alunos referem os aspectos que menos lhe agradaram na actividade realizada (n=17).

A análise destas duas tabelas permite verificar que: a anilhagem foi o aspecto

explorado na visita que agradou um maior número (11) de alunos; três alunos gostaram

de conhecer o local onde irá ser construído o futuro parque urbano; dois alunos referem

que gostaram da actividade onde identificaram aves; dois alunos referem ter gostado de

aumentar os seus conhecimentos sobre as aves; dois alunos referem ter gostado de toda

a visita. Quanto aos aspectos que desagradaram os alunos, seis alunos não apontam

nenhum aspecto que lhes tenha desagradado durante a visita; cinco alunos mencionam

às baixas temperaturas, como o único aspecto que os desagradou durante a visita; três

alunos referem não terem gostado da poluição que encontraram no local; dois alunos

referem não ter gostado da visita na sua generalidade; um aluno referiu ter ficado

desagradado por ter sabido que os proprietários dos terrenos onde o parque vai ser

construído vão ter de abandonar o local e um aluno não responde a esta questão.

Referência a propostas de alterações a realizar numa próxima visita

A última pergunta (pergunta nº 7) deste questionário tinha como objectivo recolher

sugestões sobre possíveis alterações na visita realizada.

A tabela 4.57 apresenta os resultados obtidos nas respostas à pergunta 7 do

questionário de apreciação da visita.

Tabela 4.57 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que foi pedido aos alunos para sugerirem aspectos a alterar numa próxima visita (n=17).

Pergunta 6.2 Categorias fi fri (%)

Nenhum 6 35,3 Baixas temperaturas do dia da visita 5 29,4 Poluição do local 3 17,6 A visita na sua generalidade 2 11,8 Saber que alguns proprietários terão de abandonar o local onde o parque vai se construído

1 5,9

Não responde 1 5,9

Pergunta 7 Categorias fi fri (%)

Referem aspectos a alterar numa futura visita 7 41,2 Não referem aspectos a alterar numa futura visita 10 58,8

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

131

A análise da tabela 4.57 permite concluir que somente sete alunos referem aspectos

a alterar numa futura visita ao parque. Desses sete alunos, quatro referem que a hora da

visita deveria ser alterada porque estava muito frio, um aluno chega mesmo a sugerir a

visita num outro período do dia e três alunos referem que a anilhagem não deveria ser

repetida, uma vez que eles já a conheciam. Os restantes alunos (10) referem que não

alteravam nenhum aspecto na visita realizada.

Constatou-se que a maioria dos alunos gostou muito de realizar a visita e referem ter

adquirido conhecimentos, nomeadamente no que concerne a aspectos relacionados com

a anilhagem de aves, sendo que esta foi a temática que mais agradou os alunos durante a

APC. Consideramos que a anilhagem, ao possibilitar um contacto próximo e directo

com as aves, torna-se bastante cativante e ao mesmo tempo educativa, para além de ser

uma novidade para a grande maioria dos alunos.

A visita realizou-se nas primeiras horas da manhã de forma a aproveitar-se um dos

períodos do dia em que a grande maioria das aves se encontra mais activa, o que facilita

a sua observação. Contudo, a visita decorreu no Inverno, a temperatura era baixa e os

alunos sentiram alguma dificuldade em começar a trabalhar com frio. Por este motivo

alguns alunos apontam este aspecto como algo que os desagradou durante a visita e na

última questão onde se pretendia obter sugestões que melhorassem a visita, quatro

alunos referem que a hora da visita deveria ser alterada para se evitarem as baixas

temperaturas. Nesta última pergunta, três alunos sugerem que a observação da técnica

da anilhagem não deveria ser repetida, o que nos leva a supor que a pergunta talvez não

tenha sido correctamente formulada, já que este alunos se referem à repetição da visita

com o mesmo grupo de alunos, e o que se pretendia eram sugestões para a realização da

visita, com outro grupo de alunos.

Os alunos não foram questionados acerca de aspectos relacionados com a

elaboração do guião da visita, mas a análise das respostas apresentadas permite concluir

que, em algumas das perguntas são necessárias alterações para que estas expressem, de

uma forma mais clara e precisa, o seu objectivo.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

132

3; 12%

22; 88%

Sim Não

5- Questionário aplicado à população de Viana do Castelo

Este questionário pretendia recolher informações de alguns elementos da população

de Viana do Castelo acerca da importância da construção do parque urbano e sobre

possíveis actividades a realizar no parque.

Foi realizado a uma amostra de 25 pessoas residentes na cidade de Viana do

Castelo.

O valor de n, apresentado nas tabelas e nos gráficos, corresponde ao número total de

registos dos inquiridos nas respostas obtidas.

Conhecimento sobre a intenção de construção de um parque urbano

As duas primeiras questões (perguntas nº 1 e 2) pretendiam verificar se os inquiridos

tinham conhecimento da intenção de se construir o parque e, em caso afirmativo, de que

forma isso aconteceu.

Os resultados apurados para estas duas perguntas estão representados no gráfico 6 e

na tabela 4.57.

Gráfico 6 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os inquiridos deveriam referir se tinham conhecimento da intenção de se construir o parque urbano (n=25).

Tabela 4.58 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os inquiridos

deveriam assinalar o processo pelo qual tomaram conhecimento da construção do parque (n=24).

Pergunta 2 Categorias fi fri (%)

Em conversa com outras pessoas 15 60,0 Boletim municipal 4 16,0 Outros 3 12,0 Órgãos de informação 2 8,0 Não reponde 2 8,0

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

133

25; 100%

Sim

A análise destes resultados permite constatar que é maior a percentagem (88,0%) de

inquiridos que tinha conhecimento da construção do parque do que a percentagem

(12,0%) que não tinha conhecimento da intenção de se construir o parque. A grande

maioria dos inquiridos (15) assinala que tomou conhecimento através de uma conversa

com outras pessoas, um número bastante inferior de inquiridos (4) refere que foi através

do Boletim Municipal, três inquiridos assinalam que tomaram conhecimento através de

outros meios, sendo que um inquirido refere que foi através da “Apresentação pública

do estudo do impacto sonoro na zona envolvente ao parque”, outro refere que foi numa

“Sessão de esclarecimento na escola secundária que frequentei” e outro ainda que foi

“No plano estratégico de Viana Polis”. Dois inquiridos assinalam que tomaram

conhecimento através dos órgãos de informação e outros dois não respondem à questão.

Importância da construção do parque

As perguntas no 3 e 3.1 tinham como objectivo obter informações sobre a opinião

dos inquiridos acerca da importância da construção do parque.

Os resultados obtidos para a pergunta 3 encontram-se ilustrados no gráfico nº 7.

Gráfico 7 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os inquiridos deveriam indicar se consideram importante a construção do parque (n=25).

A análise do gráfico 4.7 permite-nos verificar que todos os inquiridos consideram

importante a construção do parque urbano na cidade de Viana do Castelo.

A tabela 4.59 apresenta as justificações apresentadas pelos inquiridos para a

importância da construção do parque urbano.

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

134

Tabela 4.59 – Distribuição das frequências absolutas (fi) da pergunta onde os inquiridos deveriam justificar os motivos que os levam a considerar importante a construção do parque urbano (n=40).

Categorias fi Exemplos de respostas

Importância da existência de espaços de lazer 9

“Viana precisa de uma zona de lazer,

para os Vianenses poderem descontrair com uma certa qualidade e com prazer de

estar num espaço agradável”.

Existência de poucos espaços verdes na cidade

7

“ Porque as zonas verdes são realmente o que mais falta faz, hoje só se constrói

zonas sem espaços verdes “; “ As zonas verdes estão a acabar em Viana do

Castelo: mata do Cabedelo; Quintas da Abelheira; encosta de Santa Luzia; ocupadas pela construção (…)”.

Dinamizar a cidade 3

“Porque acho que haverá mais movimento na cidade”; “Penso que irá valorizar a cidade dando novo dinamismo do qual

necessita bastante.”

Criação de empregos 2 “ (…) cria eventualmente mais postos de

trabalho (…)”;

Preservação/requalificação/valorização do local onde o parque irá ser construído

4

“ (…) necessidade de preservar a zona húmida como ecossistema

essencial(…)preservação de locais de nidificação e preservar o moinho de marés

como património.”; “Por achar fundamentalmente que contribui para a

requalificação da área (…)”

Atracção de pessoas 1

“Para serem aproveitados os espaços públicos da cidade conferindo-lhes perfil mais adequado de forma a serem pólos de

atracção.”

Aumentar a qualidade de vida da população 2 Essencial para aumentar a qualidade de

vida dos vianenses”

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

135

25; 100%

Sim

Tabela 4.59 (continuação) Distribuição das frequências absolutas (fi) da pergunta onde os inquiridos deveriam justificar os motivos que os levam a considerar importante a construção do parque urbano

(n=40).

Local escolhido para a construção do parque

Nas duas questões seguintes (pergunta nº 4 e 4.1) pretendia-se obter informações

sobre a opinião dos inquiridos acerca do local onde o parque vai ser construído.

O gráfico nº 8 ilustra os resultados obtidos na pergunta nº 4 onde os inquiridos eram

solicitados a referir se consideram, ou não, o local escolhido adequado para a

construção do parque.

Gráfico 8 – Distribuição das frequências absolutas (fi) e relativas (fri) da pergunta em que os inquiridos deveriam indicar se consideram o local adequado para a construção do parque. (n=25).

Categorias

fi Exemplos de respostas

Educação de jovens e outros visitantes 2 “(…) educação endógena dos jovens e dos

visitantes(…)”; “(…) informação e formação ambiental”

Convívio e animação da população 3

“Importante por potenciar um espaço valioso de convívio e animação”; “ (…) não se pode olvidar a parte lúdica que

poderá ser também implementada”

Realização de actividades desportivas 1 “(…)estimular o desporto”

Realização de diferentes actividades 2 “(…) a população terá um local onde

poderá desfrutar de várias actividades(…)”

Purificar a cidade 3

“Numa cidade com algum crescimento demográfico é salutar haver pulmões na

cidade e condições para purificar os nossos pulmões”; “Primeiro é mais um

pulmão que beneficia a cidade (…)”

Proporcionar o contacto com a natureza 1 “(…) fruição e contacto com a natureza.”

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

136

Mais uma vez constatou-se que a totalidade dos inquiridos considera adequado o

local escolhido para a construção do parque urbano.

A tabela nº 4.60 apresenta os resultados da pergunta 4.1, onde os inquiridos

fundamentam a resposta assinalada na questão 4.

Tabela 4.60 – Distribuição das frequências absolutas (fi) da pergunta onde os inquiridos deveriam mencionar as razões que os levam a consideram apropriado o local escolhido para a construção do parque

(n=41).

Actividades que os inquiridos gostariam de realizar no parque

Nas duas últimas questões (perguntas 5.1 e 5.2) solicitava-se aos inquiridos que

mencionassem actividades que gostariam de realizar no parque e que fundamentassem

as suas respostas.

A tabela 4.61 ilustra os resultados obtidos na questão 5.1 do questionário.

Categorias fi Exemplos de respostas

Diversas características do local onde o parque irá ser construído

13

“É um espaço amplo”; “(…) acresce o facto de se tratar de uma área com

interesse ecológico e paisagístico”; “(…) é uma zona com água”

Localização do parque 12

“Porque fica relativamente perto da cidade (…)”; “ (…) é uma das entradas da cidade, funcionando como atractivo

(…)”; “A localização é adequada porque se situa junto a uma das entradas da cidade e perto do seu centro histórico

(…)”

Valorização de uma zona abandonada e esquecida da cidade

6

“ (…) espaço que está abandonado e poderá ser aproveitado para alguma

finalidade (…)”; “Vai dar-se aproveitamento a uma parte degradada e abandonada da cidade (…)”; “O local

neste momento está voltado ao abandono (…)”

Preservação/recuperação de uma zona com valor ecológico/ patrimonial

5

“A preservação do sapal fundamenta a escolha do local para o parque da cidade (…)”A razão principal é esta zona já ser um parque natural que deve ser mantido

e protegido”, “Será recuperado património (moinhos)”

Local que possibilita a realização de diferentes actividades

3

“(…) dá para realizar passeios

pedagógicos(…)”; “permite ocupar os

espaços com actividades (…)”

Único local disponível 2 “É o mais viável”; “Não se vêem em

Viana outros espaços disponíveis.”

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

137

Tabela 4.61– Distribuição das frequências absolutas (fi) da pergunta onde os inquiridos deveriam mencionar actividades que gostariam de realizar no futuro parque (n=47).

A tabela nº 4.62 apresenta os resultados obtidos na pergunta 5.2 do questionário

aplicado à população de Viana.

Tabela 4.62 - Distribuição das frequências absolutas (fi) da pergunta onde os inquiridos deveriam

fundamentar as escolhas feitas relativamente as actividades que gostariam de vir a realizar no parque (n=23).

Os resultados obtidos com este questionário indicam que quase todos os inquiridos

se encontravam informados sobre a construção do parque urbano e a maioria fê-lo

através de uma conversa com outras pessoas.

A totalidade dos inquiridos considera importante a construção do parque urbano,

mas as razões apontadas são muito diversificadas, contudo um maior número dos

Categorias fi Exemplos

Actividades desportivas 16 Bicicleta; ginástica; circuitos de manutenção; atletismo; pista velocípede; etc.

Iniciativas que promovam o lazer e o convívio

15 Recintos para as crianças brincarem; parque de merendas; actividades que promovam o convívio intergeracional; etc.

Actividades lúdicas e culturais 8 Recinto para concertos; cinema; espectáculos culturais; espectáculos musicais; etc.

Actividades educativas 8 Percursos pedestres (trilhos); hortas pedagógicas; agricultura

biológica; cursos ligados à natureza e à ciência para os jovens nas férias; etc.

Categorias fi Exemplos de respostas

Respostas não aceitáveis (não respondem à pergunta)

11 ------------------------------------------------------------------------

As actividades devem cativar um conjunto diversificado de utentes

5

“ O parque deve dar resposta a um conjunto diversificado de utentes, desde os que procuram o convívio com a

natureza podendo ser enquadrados em actividades de educação ambiental, até aos que pretendem praticar

jogging, utilizar espaços de informação e leitura; trabalhar nas hortas pedagógicas; etc.”

Não existem locais para educar os mais jovens

1 “ (…) preenchem uma lacuna do concelho: onde levar os jovens para aprender? a Gaia? a Serralves? Porque não

existirem esses locais em Viana? (…)” As actividades devem sensibilizar para

a protecção e preservação do parque/ambiente

4 “ (…) cativar o público para a protecção do parque (…)”;

“ (…) facilitando nas actividades a sensibilização dos jovens para a defesa do ambiente (…)”

Não existem locais para praticar desporto ao ar livre

1 “Os Vianenses são pessoas que gostam de praticar desporto, mas não têm um sítio ao ar livre adequado (…)”

Devem aproveitar-se as infra-estruturas existentes no parque

1 “Devem possibilitar o aproveitamento das estruturas existentes e com vários pólos de interesse (…)”

Não responde 2 ------------------------------------------------------------------------

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

138

inquiridos mencionam aspectos relacionados com a capacidade que estes locais têm de

proporcionar momentos de lazer, descontracção e relaxamento aos seus visitantes.

Todos os inquiridos consideram o local apropriado para a construção do parque.

Treze inquiridos fundamentam a sua resposta referindo-se a diversas características do

local, como a presença de água, o tamanho do local, as suas características ecológicas,

etc. Doze inquiridos consideram que o parque irá possuir uma boa localização, seis

apontam o facto da criação do parque contribuir para a recuperação de um local que

neste momento se encontra abandonado, cinco referem-se à riqueza ecológica e

patrimonial que justifica a sua preservação, três mencionam que o local permite a

realização de diferentes actividades, e dois indicam que o local escolhido é o único

disponível na cidade.

Relativamente à questão em que os inquiridos eram solicitados a indicar actividades

que gostariam de realizar no futuro parque urbano, verificou-se que um elevado número

de inquiridos (16) refere que gostaria de realizar diferentes tipos de actividades

desportivas, um número semelhante de inquiridos (15) gostaria de realizar actividades

que lhe proporcionassem lazer e convívio, oito inquiridos referem a realização de

actividades lúdicas e culturais e novamente oito inquiridos referem que desejariam

realizar actividades pedagógicas.

No que concerne às justificações apresentadas pelos inquiridos para as suas

preferências, 11 inquiridos apresentam uma resposta que não consideramos aceitável,

uma vez que estes inquiridos em vez de fundamentarem os exemplos sugeridos referem

mais exemplos de actividades que gostariam de realizar no parque. Cinco inquiridos

justificam o facto de terem sugerido um conjunto variado de actividades defendendo

que o parque deverá preocupar-se em cativar um conjunto diversificado de utentes,

quatro inquiridos referem que as actividades escolhidas deverão sensibilizar os

visitantes para a preservação do ambiente, um dos inquiridos refere que a cidade não

possui locais para a educação dos mais jovens e outro refere que escasseiam na cidade

locais para a prática desportiva ao ar livre. Um inquirido menciona que considera

importante aproveitar as infra-estruturas existentes no parque e dois dos inquiridos não

respondem a esta questão.

Pretendia-se através deste questionário investigar a importância dos parques urbanos

para alguns elementos da população de Viana do Castelo, sobre o tipo de actividades

que os inquiridos gostariam de realizar no parque urbano, sobre o que motivaria a

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Capítulo IV – Apresentação e discussão dos resultados

139

população a visitar um parque urbano. Mais concretamente pretendia saber-se o que a

população deseja que um parque urbano lhe proporcione.

Verificou-se que a maioria dos inquiridos ambiciona que o parque urbano lhe

proporcione momentos de lazer e descontracção, o que é compreensível uma vez que, os

espaços verdes, quando bem conservados, são locais agradáveis que permitirem o

contacto com a natureza, servindo de refúgio à vida agitada que habitualmente se vive

nas cidades. Segundo Álamo; Pérez & Gómez (1999) para os cidadãos dos centros

urbanos, os parques urbanos converteram-se em instrumentos de terapia imprescindíveis

à vida.

Quando questionados sobre a importância de um parque urbano dois inquiridos

referem que o parque urbano poderá contribuir para a educação dos jovens e dos seus

visitantes. Na questão onde se solicitava que os inquiridos referissem actividades que

gostariam de realizar no parque urbano oito inquiridos mencionam que gostariam de

realizar actividades com uma componente educativa, referindo exemplos de actividades

relacionadas com o conhecimento e a preservação da natureza e, nas justificações das

actividades sugeridas quatro inquiridos referem que as actividades a desenvolver no

parque devem contribuir para sensibilizar a população para a preservação do ambiente.

Estas respostas reforçam a nossa convicção de que o parque urbano já não é unicamente

visto com um local que permite o descanso, o lazer e a diversão, mas que também já lhe

é associada uma componente educativa.

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Capítulo V – Considerações finais

140

CAPÍTULO V

CONSIDERAÇÕES FINAIS

1 - Introdução

Neste capítulo apresentar-se-ão as conclusões resultantes deste trabalho de

investigação e algumas sugestões relacionadas com a realização de actividades práticas

de campo (APC) (2). Serão ainda apresentadas as implicações dos resultados da

investigação (3) e algumas sugestões para futuras investigações (4).

2 -Conclusões da investigação

As conclusões serão apresentadas pela mesma ordem que foram apresentados e

discutidos os resultados no capítulo anterior. Assim sendo, começar-se-á por apresentar

as conclusões resultantes da análise do guião explorado durante a visita ao futuro parque

urbano (2.1) do desenho do grupo único com pré e pós-teste (2.2); do questionário de

apreciação da visita (2.3) e do questionário aplicado à população de Viana do Castelo

(2.4).

2.1- Conclusões do guião da visita

Actividades incluídas na primeira parte do guião da visita:

a) na actividade em que os alunos deveriam registar o nome dos animais

observados no local verificou-se que, 11 dos 17 alunos não referem o nome do

animal observado, mas o grupo de seres vivos a que o animal pertence, dois

alunos não respondem à questão e os restantes respondem acertadamente,

registando nomes de aves bastante comuns. Por sua vez, na actividade em que os

alunos deveriam indicar o grupo a que pertenciam os seres vivos observados na

questão anterior, a maioria (12) assinala as aves contudo, alguns alunos

assinalam as gaivotas, os pardais e os pombos. Os alunos que assinalam as

gaivotas, os pardais e os pombos não estão a designar o grupo de seres vivos a

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Capítulo V – Considerações finais

141

que pertencem os animais observados, mas o nome do ser viso observado.

Supõem-se que estes resultados se devem ao facto de os alunos ainda não

possuírem conhecimentos acerca da classificação taxonómica dos seres vivos; o

que os leva a confundir conceitos que, apesar de próximos, são distintos;

b) relativamente à actividade onde os alunos deveriam completar um conjunto de

informações relativas ao nome do observador, local, data, hora da visita e

observações, a maioria dos alunos completa todos os itens com excepção do

item das observações. Conclui-se que, provavelmente, isto aconteceu por ser

esta a primeira vez que estes alunos participam numa APC, o que explica a falta

de sensibilização para a importância do registo deste tipo de informações;

c) os alunos não demonstram dificuldades em contabilizar o número de aves

observadas. Verifica-se que as aves contabilizadas são aves muito comuns, logo

mais facilmente identificáveis pelos observadores, mesmo que pouco

experientes;

d) apenas um aluno preenche o espaço disponibilizado para o esboço de algum tipo

de ave observada que não se encontrasse ilustrada no guião. Conclui-se que a

selecção dos diferentes tipos de aves incluída no guião está bastante completa e

perceptível para os alunos;

e) a maioria dos alunos (14) não manifesta dificuldades na identificação das

características/aspectos relacionados com a identificação de uma ave. A maioria

das características identificadas com sucesso correspondem à Gaivota-de-patas-

amarelas e, apesar da grande parte dos alunos não identificar correctamente

todas as características existentes no guião, isso não os impede de identificar a

ave observada;

f) os alunos manifestam grandes dificuldades no que concerne à identificação da

ordem, nome comum, género ou espécie da ave através dos guias de campo. Seis

alunos identificam correctamente todos os itens relativos à Gaivota-das-patas-

amarelas e nenhum o faz para o Pombo-doméstico;

g) a actividade realizada apenas nas aulas pós-visita aquando da discussão do

processo da realização de censos, em que os alunos deveriam efectuar a soma de

cada tipo de aves identificados por cada aluno no guião, facilitou a compreensão

do processo utilizado pelos biólogos durante a realização de censos;

h) a quase totalidade (15) dos alunos refere que a densidade populacional das

espécies que se encontram em bom estado de conservação deve aumentar.

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Capítulo V – Considerações finais

142

Verifica-se que os alunos associam, instantaneamente, o bom estado de

conservação de uma espécie ao aumento da densidade populacional. Concluímos

que teria sido importante solicitar aos alunos que justificassem a sua resposta e

referir no enunciado da questão se a situação descrita se verificava a curto, ou a

longo prazo.

Actividades incluídas na segunda parte do guião da visita:

a) confirma-se a importância das actividades de redução do “espaço-novidade” já

que a maioria (15) dos alunos não manifesta dificuldades em identificar o local

onde se encontra;

b) apenas um aluno refere não conhecer o caniço e relativamente ao seu nome, sete

alunos referem que não o conhecem e os restantes dez mencionam uma resposta

aceitável;

c) através da observação das características particulares do caniço todos os alunos

são capazes de apontar uma ou mais utilidades desta planta para as aves que

dependem dela. A maioria (11) dos alunos não conhecem nenhuma ave que

dependa do caniço e apenas dois indicam conhecer uma ave que utiliza o caniço,

referindo os patos. Estes resultados não nos surpreendem porque esta é uma

temática nova para os alunos e a maioria das aves que dependem do caniço não

são aves muito conhecidas;

d) a quase totalidade (16) dos alunos identifica correctamente as aves migratórias

através da leitura de um pequeno texto. Os alunos já haviam estudado esta

temática nas aulas de Ciências Naturais, o que justifica o sucesso das respostas a

esta pergunta;

e) doze dos 17 alunos consideram o local onde o parque vai ser construído

adequado para a paragem das aves migratórias. Estes alunos justificam-no

referindo que o local possui alimento para as aves (10), que as aves podem

encontrar refúgio no local (5), que podem descansar no local (3), que as

condições climatéricas do local são apropriadas (1) e que o local é calmo (1). Os

alunos que não consideram o local apropriado para estas aves justificam-no

referindo que o local não possui alimento (2) ou não possui diversidade de

alimento (2), um aluno considera o local desapropriado devido à poluição e um

aluno não apresenta qualquer tipo de justificação. As justificações apresentadas,

em ambas as situações, são aceitáveis e preponderantes;

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Capítulo V – Considerações finais

143

f) na questão onde os alunos deveriam mencionar factores de ameaça para as aves,

a maioria (14) assinala a poluição.

Actividades incluídas na terceira parte do guião da visita:

a) apenas dois alunos não conheciam a técnica da anilhagem e, relativamente à

forma como a conheceram, oito alunos indicam que foi através da televisão,

cinco através de uma conversa com outras pessoas, três através de um livro, dois

através de uma revista e um aluno refere que foi através do seu pássaro. Ao

longo da visita constatou-se que os conhecimentos dos alunos acerca da

anilhagem eram muito superficiais;

b) após a observação da excussão da técnica da anilhagem quase todos (16) os

alunos definem correctamente em que consiste esta técnica;

c) nove alunos mencionam que as aves são anilhadas nos períodos em que estas se

encontram em maior actividade, três alunos referem que as aves são anilhadas

nos períodos em que andam à procura de alimento, um aluno apresenta uma

resposta tautológica e quatro não respondem à questão. Os resultados foram

bastante satisfatórios pois, a maioria dos alunos responde acertadamente a esta

questão;

d) dezasseis alunos respondem acertadamente à questão em que se perguntava qual

a parte do corpo que é agarrada quando se tenta desembaraçar uma ave das redes

de captura e à questão acerca do procedimento efectuado pelos anilhadores, após

retirarem as aves das redes de captura;

e) os resultados são razoavelmente satisfatórios quando os alunos são questionados

acerca do tipo de informações que se encontram gravadas nas anilhas. Catorze

alunos referem uma das informações que se encontra gravada nas anilhas (um

número) e ainda que a anilha contêm gravado o nome do local onde a ave é

anilhada, o que não está correcto, uma vez que a informação não se refere ao

local onde a ave é anilhada, mas ao organismo responsável pela emissão das

anilhas. Três alunos apresentam uma resposta incompleta referindo que nas

anilhas se encontra gravado apenas um número;

f) todos os alunos afirmam que se deve libertar uma ave que ao ser anilhada tenta

fugir. Sete alunos justificam a sua resposta referindo que desta forma se evita

magoar a ave, os restantes dez alunos não apresentam qualquer tipo de

justificação;

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Capítulo V – Considerações finais

144

g) no que concerne às informações assinaladas pelos anilhadores sobre as aves

anilhadas, os resultados foram bastante satisfatórios. Todos os alunos respondem

acertadamente e assinalam um número de características superior ao que lhes era

solicitado;

h) na última actividade do guião, onde os alunos eram solicitados a recolher

informações junto dos anilhadores que lhes permitissem definir correctamente

em que consiste a anilhagem e qual a sua importância em matéria de

conservação da natureza, constatou-se que, a maioria das perguntas elaborados

pelos alunos não se enquadram no objectivo pretendido com a actividade.

Contudo, na actividade realizada nas aulas que se sucederam à visita, onde os

alunos, com base nas informações recolhidas na entrevista realizada aos

anilhadores, deveriam explicar de que forma a anilhagem pode contribuir para a

elaboração de medidas que visem a conservação da avifauna, os resultados

foram satisfatórios. Conclui-se que a informação recolhida pelos alunos

enquanto assistiam à excussão da técnica da anilhagem e ao diálogo que foram

estabelecendo com os anilhadores permitiu-lhes compreender a importância da

anilhagem na conservação da avifauna.

Salienta-se a importância das APC se integrarem no currículo, estabelecendo com

ele uma interligação constante que possibilite aprendizagens mais significativas e

efectivas. A temática explorada neste trabalho de investigação mantêm algumas

conexões com o actual currículo de Ciências Naturais do oitavo ano de escolaridade,

embora não se enquadre na sua totalidade. Nas perguntas que focavam aspectos já

abordados com os alunos, as respostas apresentadas foram bastante satisfatórias, o que

reitera o que se acaba de referir. Contudo, foi necessário algum afastamento

relativamente ao currículo da disciplina, para que se aproveitassem as potencialidades

existentes no local da visita, o que terá provocado, em algumas situações, resultados

menos satisfatórios.

As aulas de preparação da visita devem ser utilizadas para reduzir as componentes

do “espaço-novidade”(Orion, 1993). As actividades que envolvem a utilização de

materiais com os quais os alunos não estão familiarizados exigem uma adequada e

cautelosa preparação. Em actividades semelhantes é fundamental ensinar os alunos a

utilizar correctamente os guias de campo e os binóculos. As dificuldades manifestadas

pelos alunos, na actividade onde necessitaram de utilizar os guias de campo, revelam

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Capítulo V – Considerações finais

145

que teria sido necessário despender mais tempo nas aulas de preparação da visita, a

explorar este assunto.

As aulas pós-visita devem ser aproveitadas para colmatar as dificuldades detectadas

durante a visita ou após a análise das respostas assinaladas no guião. Assim sendo,

devem realizar-se actividades que permitam aos alunos ultrapassar as suas dificuldades

e que possibilitem a aquisição e consolidação dos conhecimentos.

Constata-se que as perguntas onde existe um confronto entre os conhecimentos dos

alunos e aquilo que estes observam in situ, permitem alcançar resultados bastantes

satisfatórios. Nas perguntas relacionadas com a técnica da anilhagem os resultados

foram bons, o que reforça a nossa convicção de que a anilhagem, ao permitir um

contacto directo do aluno com as aves pode tornar-se bastante cativante e educativa.

O local do futuro Parque Urbano de Viana do Castelo possui um elevado potencial

para o desenvolvimento de actividades relacionadas com a conservação da natureza,

mais concretamente da avifauna, permitindo a realização de actividades que não

implicam grandes deslocações, o que reduz significativamente os seus custos.

Conclui-se que o guião elaborado, após a introdução de algumas pequenas

correcções, já mencionadas, contém um conjunto de diversificadas actividades que

poderão servir de base a posteriores visitas ao parque.

Considera-se benéfica uma maior articulação com os currículos leccionados, um

reajustamento às potencialidades do parque quando a sua construção estiver concluída e

ao grupo de alunos a que se destinam as actividades. As actividades deverão ser

planeadas numa perspectiva problematizadora, levando os alunos a sentirem-se

elementos activos no processo de ensino-aprendizagem.

Sugere-se que as actividades exploradas no futuro mantenham uma articulação com

o centro de interpretação que irá existir no parque.

2.2- Conclusões dos questionários pré e pós-teste

a) os alunos sugerem exemplos de actividades que vem ao encontro dos propósitos

habitualmente projectados para os parques urbanos, mas também referem que

gostariam de realizar actividades que se enquadram na temática da Educação

Ambiental, demonstrando possuir sensibilidade e consciencialização no que

concerne a este tipo questões. Mantém-se constante o número de alunos que

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Capítulo V – Considerações finais

146

assinala actividades pertencentes à categoria “Educação Ambiental”,

possivelmente porque a visita se realizou num local que ainda não apresenta as

características de um parque urbano e, pelas limitações impostas pela falta de

tempo que fizeram com que esta temática fosse pouco explorada durante esta

intervenção;

b) antes da realização da APC um elevado número (15) de alunos considerava os

períodos mais cedo do dia os mais indicados para observar aves. Contudo, há um

aumento do número de respostas pertencentes às categorias que correspondem a

períodos mais cedo do dia e uma diminuição do número de respostas nas

categorias correspondentes aos restantes períodos;

c) antes da realização da APC 11 alunos demonstram possuir conhecimentos sobre

a existência de aves com hábitos nocturnos e diurnos. Contudo, verifica-se um

aumento da frequência nesta sub-categoria. No pós-teste surge a sub-categoria

“Fenologia migratória” uma vez que, três alunos justificam a sua resposta

recorrendo a aspectos relacionados com a migração das aves. Estes alunos

confundem a variação de aves ao longo do dia com as variações sazonais das

aves;

d) houve um aumento do número de alunos que refere características/aspectos

utilizados na identificação de uma ave aceitáveis e não aceitáveis e uma

diminuição do número de alunos que não responde à questão. Considera-se que

a evolução positiva, resulta das actividades de identificação de aves realizadas

durante a APC e, por seu lado, a evolução negativa resulta, provavelmente, da

experiência vivida durante a observação da anilhagem de aves já que, a grande

maioria das respostas incluídas na categoria das “Características não aceitáveis”

encontra-se relacionada com aspectos abordados durante a observação desta

técnica;

e) a maioria dos alunos, em ambos os questionários, não refere que outros dados,

para além dos relativos ao objecto de estudo da visita, devem ser anotados no

caderno de campo. Dos alunos que respondem a esta questão apenas um

reduzido número refere aspectos aceitáveis. Isto talvez tenha acontecido por uma

má interpretação da pergunta e porque foi dispendido pouco tempo a abordar

esta temática;

f) na pergunta em que os alunos deveriam referir o que pensam que acontece ao

tipo de aves existentes num local entre a Primavera e o Inverno, verifica-se um

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Capítulo V – Considerações finais

147

ligeiro aumento (13-16) da frequência na categoria que correspondem à opção

mais aceitável “Algumas das mesmas e algumas diferentes” e da categoria que

mais se aproxima da resposta mais aceitável “As mesmas mais outras diferentes”

(0-1). Simultaneamente ocorre uma diminuição (4-0) da frequência numa das

categorias que mais se afasta da resposta mais aceitável “Outras diferentes”. Dos

alunos que assinalaram a categoria mais aceitável, apenas três, no pós-teste,

apresentam uma justificação completa. Verifica-se uma melhoria no tipo de

justificações apresentadas, aumentando o número de alunos (0-3) que apresenta

a justificação mais aceitável “Fenologia migratória (resposta completa)”,

diminuindo o número de alunos (0-3) que apresenta uma justificação incluída na

categoria “Respostas tautológicas” (3-1) e o número de alunos que não justifica

a sua pergunta (1-0);

g) após a intervenção, aumenta o número de alunos capazes de explicar porque é

que as aves são utilizadas como símbolos em projectos de conservação da

natureza. Assim sendo, aumenta o número de respostas que, apesar de

incompletas são aceitáveis (5-11), diminui o número de respostas consideradas

inaceitáveis (7-4) e o número de alunos que não responde à pergunta (5-2);

h) verifica-se um aumento do número de factores de ameaça para as aves

assinalados (33-52). Os alunos passam a mencionar em maior número factores

de ameaça mais significativos, em detrimento de factores de ameaça com menor

significância;

i) constatou-se que os alunos manifestam grandes dificuldades em distinguir um

plano composto por diversos passos metodológicos das medidas que resultam

desse mesmo plano. Contudo, após a intervenção, aumenta o número (4-7) de

alunos que consegue elaborar um plano, diminui o número (8-5) de alunos que

não consegue elaborar um plano e mantêm-se o número (5-5) de alunos que não

responde a esta questão. Ocorre uma diminuição (7-5) do número de alunos que

não aponta medidas a incluir no plano e do número (7-5) de medidas assinaladas

pelos alunos. Apesar de se verificar uma diminuição do número de medidas

assinaladas, os alunos passam a mencionar em maior número medidas com uma

elevada importância para a protecção da avifauna, em detrimento de medidas

menos significativas;

j) a maioria dos alunos (11) é contra a construção da via rápida numa zona

importante para as aves, um menor número (5 no pré-teste e 6 no pós-teste) de

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Capítulo V – Considerações finais

148

alunos tem dúvida na decisão que deveriam tomar e nenhum aluno refere que a

via rápida devia ser construída. Os alunos privilegiam a resposta que valoriza a

preservação das aves e do seu habitat, em detrimento da resposta que valoriza a

construção da via rápida. Isto acontece, provavelmente, porque os alunos se

encontram a participar numa APC onde a temática central são as aves. Para além

disso a temática do DS está a dar os seus primeiros passos e exige uma

metodologia de ensino-aprendizagem inovadora, pouco familiar aos alunos e aos

professores;

k) no pós-teste a quase totalidade (16) dos alunos consegue identificar a anilhagem

através da observação de uma imagem, enquanto que no pré-teste apenas cinco

alunos conseguiram fazê-lo. Aumenta o número (8-15) de alunos que refere

correctamente em que consiste a anilhagem e o número de aspectos que

evidenciam a importância da anilhagem;

l) um elevado número (7) de alunos não responde à pergunta que foi colocada no

pós-teste, onde os alunos deveriam justificar de que forma a informação

fornecida pela quantidade de gordura que as aves migratórias possuem pode

contribuir para a criação de Áreas Protegidas. Dos dez alunos que respondem à

questão, quatro assinalam respostas sem sentido e apenas seis alunos assinalam

uma resposta que consideramos satisfatória.

Os resultados obtidos com a aplicação destes questionários, permitem concluir que

há uma evolução nas respostas apresentadas pelos alunos, particularmente nas perguntas

relacionadas directamente com as actividades que foram mais exploradas durante a

APC, como é o caso da actividade de identificação de aves e da anilhagem. Contudo,

não se pode deixar de assinalar que relativamente a algumas questões, a experiência

vivida pelos alunos durante a APC não se demonstrou muito relevante.

Uma vez que a APC serve de ponte para aprendizagens posteriores, estes resultados

reforçam a importância de nas aulas pós-visita se consolidarem as aprendizagens

efectuadas para que os alunos progridam para um nível de conhecimentos superior.

Como dispusemos de muito pouco tempo para abordar uma diversidade tão grande de

temáticas, tivemos que seleccionar as temáticas a privilegiar e algumas temáticas não

foram analisadas com o cuidado e atenção que exigem, o que influenciou os resultados

obtidos. Também não nos podemos esquecer que, para que as APC produzam efeitos

duradoiros e aprendizagens significativas devem ser realizadas com maior frequência,

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Capítulo V – Considerações finais

149

sendo que apenas uma intervenção é insuficiente para que se produzam evoluções

significativas nos conhecimentos dos alunos.

Constatamos que os alunos possuem bastantes dificuldades em aplicar os

conhecimentos adquiridos a situações práticas da sua vida quotidiana. Os resultados

foram, na generalidade, menos satisfatórios quando a pergunta exigia a elaboração de

um raciocínio mais complexo, onde os alunos necessitavam de reunir os conhecimentos

adquiridos ao longo da APC para a resolução de um problema real, aplicável ao seu

quotidiano. Consideramos imprescindível os professores realizarem em maior número

actividades que exijam este tipo de raciocínio para que estas dificuldades possam ser

superadas.

2.3- Conclusões do questionário de apreciação da visita

a) a maioria dos alunos (11) refere ter gostado muito da visita, cinco alunos

referem ter gostado mais ou menos e um aluno refere que gostou pouco da

visita;

b) relativamente aos conhecimentos adquiridos, oito alunos referem ter adquirido

muitos conhecimentos, sete referem ter adquirido alguns e dois alunos referem

ter adquirido poucos. Informações sobre a técnica da anilhagem foi o

conhecimento que os alunos referem ter adquirido em maior número (13),

seguem-se as informações sobre aspectos gerais das aves (6), sobre a

identificação de aves (4), sobre o futuro parque urbano (4) e um aluno não

assinalada nenhum tipo de conhecimento que tenha adquirido;

c) a grande maioria (13) dos alunos refere não ter ficado com dúvidas/problemas

por resolver, dois alunos não respondem a esta questão e outros dois referem ter

ficado com dúvidas por resolver;

d) sete alunos referem que não gostariam de aprofundar nenhum dos aspectos

abordados durante a APC, seis alunos referem que gostariam de aprofundar

aspectos relacionados com a anilhagem de aves, dois gostariam de aprofundar

aspectos gerais das aves, um refere que gostaria de aprofundar aspectos sobre os

diferentes assuntos abordados e um aluno não responde a esta questão;

e) a temática que mais agradou os alunos durante a APC foi a anilhagem de aves

(11). Relativamente aos aspectos que menos agradaram os alunos durante a

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visita: seis alunos respondem que não lhes desagradou nenhum aspecto da visita,

cinco ficaram desagradados com as baixas temperaturas no dia da visita, três

com a poluição encontrada no local, dois referem não ter gostado da visita na

sua generalidade, um aluno refere que não gostou de saber que algumas

proprietários iam ter de deixar os terrenos que possuíam no local onde o parque

irá ser construído e um aluno não assinala qualquer tipo de resposta à pergunta;

f) apenas sete alunos referem sugestões para uma próxima visita ao parque. Desses

sete alunos, quatro referem que a hora da visita deveria ser alterada porque

estava muito frio e três alunos referem que a anilhagem não deveria ser repetida,

uma vez que eles já a conheciam. Pretendiam-se sugestões para uma futura visita

ao parque com outro grupo de alunos, assim sendo as respostas destes três

alunos não vão ao encontro daquilo que se solicitava. Num questionário

semelhante esta pergunta deverá ser reformulada.

Consideramos que teria sido importante questionar os alunos acerca de aspectos

relacionados com a elaboração do guião da visita contudo, como já foi referido, a

análise das respostas apresentadas pelos alunos permite concluir que, em algumas

perguntas, são necessárias alterações para que estas revelem de uma forma mais clara e

precisa o seu objectivo. Todavia, o guião revelou-se exequível, adequado aos objectivos

pretendidos com a visita, ao nível etário dos alunos e às potencialidades do parque.

Os resultados deste questionário de apreciação da visita confirmam que a técnica da

anilhagem é uma temática bastante atraente e instrutiva para os alunos.

2.4- Conclusões do questionário aplicado à população de Viana do Castelo

a) somente três dos 25 inquiridos refere não saber que estava prevista a construção

do parque;

b) todos os inquiridos consideram importante a construção do parque e apresentam

motivos muito diversificados para o justificar tais como: a cidade necessita de

espaços de lazer e de espaços verdes, o local onde o parque vai ser construído

necessita de ser preservado, o parque vai promover o convívio da população, a

construção do parque vai permitir a criação de postos de trabalho, vai

possibilitar a educação dos jovens e dos seus visitantes, vai atrair pessoas à

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cidade, vai permitir a realização de actividades desportivas, vai permitir um

maior contacto da população com a natureza, etc.;

c) a totalidade dos inquiridos considera o local apropriado para a construção do

parque, justificando-o de diversas formas como por exemplo: referindo-se a

diversas características do local, referindo-se à localização do parque, à

possibilidade de se preservar e recuperar uma zona com elevado valor ecológico

e patrimonial, à possibilidade de se realizarem diversas actividades, etc.;

d) relativamente às actividades a realizar no futuro parque urbano os inquiridos

referem que gostariam de realizar actividades desportivas, actividades que

promovam o convívio e o lazer da população, actividades lúdicas, culturais e

educativas. As justificações para as actividades indicadas foram o facto destas

permitirem: cativar um grupo muito diversificado de visitantes, sensibilizar a

população para a protecção do ambiente, educar os jovens, a prática desportiva

ao ar livre e tirar partido das infra-estruturas existentes no parque.

Como principais conclusões a extrair dos resultados da aplicação deste questionário

destaca-se o facto dos inquiridos consideram importante a construção do parque na

cidade de Viana do Castelo e apropriado o local escolhido para a sua construção.

Os resultados obtidos com este questionário permitem corroborar as nossas

convicções de que um parque já não é unicamente visto com um local que permite o

descanso, o lazer e o convívio, mas que também lhe é associado uma componente

educativa.

3- Implicações dos resultados da investigação

As conclusões deste trabalho sugerem algumas implicações que se relacionam

fundamentalmente com a formação e as práticas dos professores, com a organização

escolar, com a educação para a conservação da avifauna e com a gestão do futuro

parque urbano de Viana do Castelo.

Relativamente à formação inicial e contínua dos professores dever-se-á:

a) preparar os professores para o desenvolvimento com sucesso de APC levando-os

a reflectir sobre quais poderão ser os factores responsáveis pela reduzida realização

deste tipo de actividades e sobre formas para superar esses factores;

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b) levar os professores a reflectir sobre as suas práticas educativas para que estas

melhorem significativamente e passem a envolver activamente os alunos no processo de

ensino-aprendizagem.

No que concerne à organização escolar esta deverá:

a) incentivar a realização de APC e de materiais didácticos que possam ser

utilizados como apoio à realização deste tipo de actividades.

Em relação à educação para a conservação da avifauna esta deverá privilegiar

actividades que:

a) permitam o contacto dos alunos com as aves no seu ambiente natural;

b) permitam a reflexão sobre a influência que as actividades humanas podem ter

nas populações de aves;

c) sensibilizem os alunos para a importância da preservação dos habitat´s.

No que se refere à gestão do parque urbano de Viana do Castelo sugere-se que esta:

a) preserve os biótopos existentes no local, nomeadamente o caniçal, a zona

húmida e as zonas arborizadas;

b) mantenha uma colaboração com as escolas facilitando o desenvolvimento de

actividades educativas no parque;

c) estabeleça uma relação entre as actividades desenvolvidas no parque e o centro

de interpretação ambiental que será construído.

4- Sugestões para futuras investigações

Apresentam-se seguidamente algumas sugestões para trabalhos futuros que se

desenvolvam no âmbito desta temática:

a) estudos que envolvem actividades realizadas no futuro Parque Urbano de Viana

do Castelo, mas que se centram noutras temáticas, para além da conservação da

avifauna;

b) estudos que envolvam outros níveis de escolaridade e que envolvam actividades

vocacionadas para outros visitantes do parque;

c) estudos que acompanhem e avaliem as práticas dos professores em actividades

realizadas no futuro parque.

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