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___________________________________________ Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática Cálculo I – Profª Maria Julieta Ventura Carvalho de Araujo Capítulo 5: Aplicações da Derivada 5.1- Acréscimos e Diferenciais 1- Acréscimos Seja ) ( x f y = uma função. Se x varia de 2 1 a x x , definimos o acréscimo de x, denotado por 1 2 como , x x x x - = . A variação de x origina uma correspondente variação de y, denotada por y , dada por: ) ( ) ( ) ( ) ( 1 1 1 2 x f x x f x f x f y - + = - = . 2- Diferenciais Sejam ) ( x f y = uma função derivável e x um acréscimo de x. Definimos: a) A diferencial da variável independente x, denotada por dx, como x dx = . b) A diferencial da variável dependente y, denotada por dy, como dx x f x x f dy ). ( ' ). ( ' = = . Observação: De acordo com a definição anterior, podemos escrever ) ( ' x f dx dy = . A notação dx dy , já usada para ) ( ' x f , pode agora ser considerada um quociente entre duas diferenciais. 3- Interpretação Geométrica Consideremos a figura ao lado, que representa o gráfico de uma função ) ( x f y = derivável. O acréscimo x que define a diferencial dx está geometricamente representado pela medida do segmento PM. O acréscimo y está representado pela medida do segmento MQ. A reta t é tangente à curva no ponto P. Esta reta corta a reta 2 x x = no ponto R, formando o triângulo retângulo PMR. A inclinação desta reta t é dada por PM MR tg x f = = α ) ( ' 1 . Usando o fato de que dx dy x f = ) ( ' 1 , concluímos que MR dy = , já que dx PM = . Observamos que, quando x torna-se muito pequeno, o mesmo ocorre com a diferença dy y - . Usamos esse fato em exemplos práticos, considerando dy y 2245 , desde que o x considerado seja um valor pequeno. 83

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Capítulo 5: Aplicações da Derivada

5.1- Acréscimos e Diferenciais

1- Acréscimos

Seja )(xfy = uma função. Se x varia de 21 a xx , definimos o acréscimo de x, denotado por

12 como , xxxx −=∆∆ . A variação de x origina uma correspondente variação de y, denotada por

y∆ , dada por:)()()()( 1112 xfxxfxfxfy −∆+=−=∆ .

2- Diferenciais

Sejam )(xfy = uma função derivável e x∆ um acréscimo de x. Definimos:

a) A diferencial da variável independente x, denotada por dx, como xdx ∆= .b) A diferencial da variável dependente y, denotada por dy, como dxxfxxfdy ).(' ).(' =∆= .

Observação: De acordo com a definição anterior, podemos escrever )(' xfdxdy = . A notação

dxdy

, já

usada para )(' xf , pode agora ser considerada um quociente entre duas diferenciais.

3- Interpretação Geométrica

Consideremos a figura ao lado, que representa o gráfico de uma função)(xfy = derivável.

O acréscimo x∆ que define a diferencial dx está geometricamenterepresentado pela medida do segmento PM. O acréscimo y∆ está representado pela medida do segmento MQ. A reta t é tangente à curva no ponto P. Esta reta corta a reta 2xx =no ponto R, formando o triângulo retângulo PMR.

A inclinação desta reta t é dada por PMMRtgxf == α)(' 1 . Usando o fato de que

dxdyxf =)(' 1 , concluímos

que MRdy = , já que dxPM = . Observamos que, quando x∆ torna-se muito pequeno, o mesmo ocorre com a diferença dyy −∆ . Usamos esse fato em exemplos práticos, considerando dyy ≅∆ , desde que o x∆ considerado seja um valor pequeno.

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4- Exemplos

1. Se 562 2 +−= xxy , calcule o acréscimo y∆ para x = 3 e 01,0=∆ x .

2. Se 46 2 −= xy , calcule 001,0 e 2 para e =∆=∆ xxdyy .

3. Calcule um valor aproximado para 3 5,65 usando diferenciais.

4- Obtenha o volume de uma fina coroa cilíndrica de altura 12 m, raio interior 7 m e espessura 0,05 m. Qual o erro decorrente se resolvermos usando diferenciais?

5.2- Exercícios

Página 178 do livro texto (números 26 ao 36).

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5.3- Taxa de Variação – Taxas Relacionadas

1- Definições

Dada uma função )(xfy = , quando a variável independente varia de xxx ∆+ a , a correspondente variação de y será )()( xfxxfy −∆+=∆ .

O quociente x

xfxxfxy

∆−∆+=

∆∆ )()(

representa a taxa (razão) média de variação de y em relação a x.

A derivada x

xfxxfxfx ∆

−∆+=→∆

)()(lim)(' 0

é a taxa instantânea de variação de y em relação a x ou,

simplesmente, taxa de variação de y em relação a x.

2- Exemplos

1. Quando um corpo se move em uma trajetória qualquer com a equação do movimento )(tss = , a sua velocidade é dada por )(' tsv = , que é a taxa de variação da função )(ts por unidade de variação do tempo t. A aceleração é dada por )(' )( tvta = ; assim )(ta é a taxa de variação da função )(tv por unidade de variação do tempo t.

2. Sejam A a área de um quadrado e l seu lado. Determine:

a) a taxa de variação média da área de um quadrado em relação ao lado quando este varia de 2,5 a 3 m;

b) a taxa de variação da área em relação ao lado quando este mede 4m.

3. Uma cidade X é atingida por uma moléstia epidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia da

epidemia) é, aproximadamente, dado por 3

64)(3tttf −= .

a) Qual a razão (taxa) da expansão da epidemia no tempo t = 4?

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b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 8?

c) Quantas pessoas serão atingidas pela epidemia no 5º dia?

4. Analistas de produção verificaram que em uma montadora, o número de peças produzidas nas

primeiras t horas diárias de trabalho é dado por

≤≤+≤≤+

=84 para ),1(20040 para ),(50

)(2

ttttt

tf .

a) Qual a razão de produção (em unidades por hora) após 3 horas de trabalho? E após 7 horas?

b) Quantas peças são produzidas na 8ª hora de trabalho?

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5. Um reservatório de água está sendo esvaziado para limpeza. A quantidade de água no reservatório, em litros, t horas após o escoamento ter começado é dada por 2)80(50 tV −= . Determine:

a) a taxa de variação média do volume de água no reservatório durante as 10 primeiras horas de escoamento;

b) a taxa de variação do volume de água no reservatório após 8 horas de escoamento;

c) a quantidade de água que sai do reservatório nas 5 primeiras horas de escoamento.

Taxas Relacionadas: Em muitas situações, a quantidade em estudo é dada por uma função composta. Nestes casos, para determinar a taxa de variação devemos usar a regra da cadeia.6. Um quadrado de lado l está se expandindo segundo a equação 22 tl += , onde a variável t representa o tempo. Determinar a taxa de variação da área desse quadrado no tempo t = 2.

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7. O raio de uma circunferência cresce à razão de 21 cm/s. Qual a taxa de crescimento do comprimento da circunferência em relação ao tempo?

8. Um ponto ( )yxP , se move ao longo do gráfico da função x

y 1= . Se a abscissa varia à razão de 4

unidades por segundo, qual é a taxa de variação da ordenada quando a abscissa é 101=x ?

9. Acumula-se areia em um monte com a forma de um cone onde a altura é igual ao raio da base. Se o volume de areia cresce a uma taxa de 10 m3/h, a que razão aumenta a área da base quando a altura do monte é de 4 m?

10. Uma escada de 5m está apoiada a uma parede vertical. Num dado instante, o pé da escada está a 3m da base da parede da qual se afasta à razão de 1m/s. Com que velocidade se move o topo da escada ao longo da parede neste instante?

5.4- Exercícios

Páginas 191 e 192 do livro texto (números 1 ao 16).

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5.5- Análise do Comportamento de uma Função

Dada uma curva )(xfy = , usaremos a derivada para obter alguns dados acerca da curva. Por exemplo, discutiremos os pontos de máximos e mínimos, os intervalos onde a curva é crescente ou decrescente, etc. Esses dados nos levam a um método geral para construir esboços de gráficos de funções.

5.5.1- Máximos e Mínimos

Definições:

Uma função f tem um máximo relativo (local) em c, se existir um intervalo aberto I, contendo c, tal que )( todopara ,)()( fDIxxfcf ∩∈≥ .

Uma função f tem um mínimo relativo (local) em c, se existir um intervalo aberto I, contendo c, tal que )( todopara ,)()( fDIxxfcf ∩∈≤ .

Se f tem um máximo relativo (ou mínimo relativo) em c, então o ponto ( ))(, cfc é chamado ponto extremo da função e )(cf é chamado máximo relativo (ou mínimo relativo).

Exemplos:

Teorema Seja f uma função definida no intervalo aberto ( )ba, . Se f tem um extremo relativo em c, onde bca <<, e se )(' cf existe, então 0)(' =cf .

Demonstração:Suponhamos que f tenha um ponto de máximo relativo em c e que )(' cf existe. Então,

cxcfxf

cxcfxf

cxcfxfcf

cxcxcx −−=

−−=

−−=

−+ →→→

)()(lim)()(lim)()(lim)(' .

Como f tem um ponto de máximo relativo em c, se x estiver suficientemente próximo de c, temos )()( xfcf ≥ , ou seja, 0)()( ≤− cfxf .

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Os pontos de abscissa 4321 e , , xxxx são pontos extremos da função f representada pelo gráfico ao lado.

)( e )( 31 xfxf são máximos relativos.

)( e )( 42 xfxf são mínimos relativos.

A função 24 123)( xxxf −= tem um máximo relativo em 01 =c , pois existe o intervalo ( )2,2− tal que ,)()0( xff ≥ para todo

( )2,2−∈x .

Em 2 e 2 32 =−= cc , a função tem mínimos relativos, pois

)()2( xff ≤− , para todo ( )0,2−∈x , e )()2( xff ≤ , para todo ( )2,0∈x .

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Se +→ cx , temos 0)()( assim, e, 0 ≤−−>−

cxcfxfcx . Logo, 0)()(lim)(' ≤

−−=

+→ cxcfxfcf

cx. (I)

Se −→ cx , temos 0)()( assim, e, 0 ≥−−<−

cxcfxfcx . Logo, 0)()(lim)(' ≥

−−=

−→ cxcfxfcf

cx. (II)

De (I) e (II) concluímos que 0)(' =cf .Se f tem um ponto de mínimo relativo em c, a demonstração é análoga.

Observações: 1- Geometricamente, se f tem um extremo relativo em c ∈ (a, b) e se )(' cf existe, então o gráfico de

)(xfy = tem uma reta tangente horizontal no ponto onde cx = .

2- Se 0)(' =cf , a função pode ter ou não um extremo relativo em c. Por exemplo, se 3)( xxf = temos 0)0(' =f e f não tem um extremo relativo em 0; se 2)( xxg = temos 0)0(' =g e g tem um extremo

relativo em 0.

3- Se )(' cf não existe, a função pode ter ou não um extremo relativo em c.

)(' cf não existe e f tem extremo relativo em c )(' cf não existe e f não tem extremo relativo em c 4- O ponto )( fDc ∈ tal que 0)(' =cf ou )(' cf não existe é chamado ponto crítico de f.

5- Dizemos que )(cf é o máximo absoluto da função f se )()( xfcf ≥ para todo x no domínio de f. Dizemos que )(cf é o mínimo absoluto da função f se )()( xfcf ≤ para todo x no domínio de f. Exemplos: A função xxf 3)( = definida em [ )3,1 tem um mínimo absoluto igual a 3 e não admite máximo absoluto nesse intervalo. A função 2)( 2 +−= xxf possui máximo absoluto igual a 2 e mínimo absoluto igual a –7 quando definida em [ ]2,3− . A função 36)( 2 −+= xxxf tem mínimo absoluto igual a – 12 em c = – 3, pois )(12)3( xff ≤−=− , para todo Rx ∈ . A função 36)( 2 −+−= xxxf tem máximo absoluto igual a 6 em c = 3, pois )(6)3( xff ≥= , para todo Rx ∈ .

Teorema (Weierstrass)Seja [ ] Rbaf →,: uma função contínua definida em um intervalo fechado [ ]ba, . Então f assume máximo absoluto e mínimo absoluto em [ ]ba, .

Observação: Note que os candidatos a cM (abscissa do ponto de máximo absoluto) e cm (abscissa do ponto de mínimo absoluto) são os pontos críticos de f em ( )ba, juntamente com os extremos a e b do intervalo [ ]ba, .

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5.5.2- Teoremas sobre Derivadas

Teorema de RolleSeja f uma função contínua em [ ]ba, e derivável em ( )ba, .Se )()( bfaf = , então existe ( )bac ,∈ tal que 0)(' =cf .

Demonstração:Se f é constante em [ ]ba, então 0)(' =cf , para todo ( )bac ,∈ .Seja f não constante. Como f é contínua em [ ]ba, , pelo teorema de Weierstrass, f atinge seu máximo M e seu mínimo m em [ ]ba, . Se ambos fossem atingidos nas extremidades e sendo )()( bfaf = teríamos M = m e, assim, f seria constante. Logo, f atingirá seu máximo M ou seu mínimo m em ( )bac ,∈ . Como f é derivável em ( )ba, , concluímos que 0)(' =cf .

Teorema do Valor MédioSeja f uma função contínua em [ ]ba, e derivável em ( )ba, .

Então existe ( )bac ,∈ tal que ab

afbfcf−−= )()()(' .

Demonstração:Sejam ( ) ( ))(, e )(, bfbQafaP .

A equação da reta que passa pelos pontos P e Q é dada por: )()()()( axab

afbfafy −−−=− .

Fazendo )()()()()( : temos)( afaxab

afbfxhxhy +−−−== .

Como )(xh é uma função polinomial, )(xh é contínua e derivável em todos os pontos.Consideremos a função )()()( xhxfxg −= . Esta função determina a distância vertical entre um ponto ( ))(, xfx do gráfico de f e o ponto correspondente na reta secante PQ.

Temos: )()()()()()( afaxab

afbfxfxg −−−−−= .

A função )(xg satisfaz as hipóteses do Teorema de Rolle em [ ]ba, , pois:• )(xg é contínua em [ ]ba, já que )( e )( xhxf são contínuas em [ ]ba, ;• )(xg é derivável em ( )ba, já que )( e )( xhxf são deriváveis em ( )ba, ;• )(0)( bgag == .

Portanto, existe um ponto ( )bac ,∈ tal que 0)(' =cg . Como ab

afbfxfxg−−−= )()()(' )(' , temos

0)()()(' )(' =−−−=

abafbfcfcg . Segue que

abafbfcf

−−= )()()(' .

Observação: Geometricamente, o teorema do valor médio estabelece que se a função )(xfy = é contínua em [ ]ba, e derivável em ( )ba, , então existe pelo menos um ponto ( )bac ,∈ onde a tangente à curva é paralela à reta que passa pelos pontos ( ) ( ))(, e )(, bfbQafaP .

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5.5.3- Funções Crescentes e Decrescentes

Definições:

Dizemos que uma função f, definida em um intervalo I, é crescente neste intervalo se para quaisquer )()( temos, , , 212121 xfxfxxIxx <<∈ .

Dizemos que uma função f, definida em um intervalo I, é decrescente neste intervalo se para quaisquer )()( temos, , , 212121 xfxfxxIxx ><∈ .

Se uma função é crescente ou decrescente num intervalo, dizemos que é monótona neste intervalo.

f crescente f decrescente

ProposiçãoSeja f uma função contínua no intervalo [ ]ba, e derivável no intervalo ( )ba, .

a) Se 0)(' >xf para todo ( )bax ,∈ , então f é crescente em [ ]ba, .b) Se 0)(' <xf para todo ( )bax ,∈ , então f é decrescente em [ ]ba, .

Demonstração:Sejam [ ] . que tais, , 2121 xxbaxx <∈ Então f é contínua em [ ]21, xx e derivável em ( )21, xx . Pelo teorema

do valor médio, segue que existe ( )12

1221

)()()(' que tal,xx

xfxfcfxxc−−=∈ .

a) Por hipótese, 0)(' >xf para todo ( )bax ,∈ . Assim 0)(' >cf e, como 21 xx < , temos 0 12 >− xx . Concluímos que )()( seja,ou ,0)()( 1212 xfxfxfxf >>− . Logo, f é crescente em [ ]ba, .

b) Por hipótese, 0)(' <xf para todo ( )bax ,∈ . Então 0)(' <cf e, como 21 xx < , temos 0 12 >− xx . Concluímos que )()( é, isto ,0)()( 1212 xfxfxfxf <<− . Logo, f é decrescente em [ ]ba, .

Observação: A hipótese da continuidade de f no intervalo fechado [ ]ba, é muito importante.

Por exemplo, seja [ ] Rf →1,0: definida por

=<≤+

=1 para ,1

10 para ,1)(

xxx

xf . Temos que 01)(' >=xf

para ( )1,0∈x e, no entanto, f não é crescente em [ ]1,0 .A proposição não pode ser aplicada, pois f não é contínua em 1.

Exemplos:Determinar os intervalos nos quais as seguintes funções são crescentes ou decrescentes.a) 1)( 3 += xxf

b) 5)( 2 +−= xxxf

c)

≥−−≤−

=1 se ,11 se ,42

)(2

xxxx

xf

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5.5.4- Critérios para determinar os extremos de uma função

Teorema 1 (Critério da derivada primeira para determinação de extremos de uma função)Seja f uma função contínua em [ ]ba, e derivável em ( )ba, , exceto possivelmente num ponto c.

a) Se 0)(' >xf para todo cx < e 0)(' <xf para todo cx > , então f tem um máximo relativo em c.b) Se 0)(' <xf para todo cx < e 0)(' >xf para todo cx > , então f tem um mínimo relativo em c.

Demonstração:a) Podemos concluir que f é crescente em [ ]ca, e decrescente em [ ]bc, . Portanto, )()( cfxf < para todo

( )bacx , em ≠ e, assim, f tem um máximo relativo em c.

b) Concluímos que f é decrescente em [ ]ca, e crescente em [ ]bc, . Logo, )()( cfxf > para todo ( )bacx , em ≠ e, portanto, f tem um mínimo relativo em c.

Teorema 2 (Critério da derivada segunda para determinação de extremos de uma função)Sejam f uma função derivável num intervalo ( )ba, e c um ponto crítico de f neste intervalo, isto é,

bcacf <<= com ,0)(' .Se f admite derivada segunda em ( )ba, , temos:

a) Se 0)('' <cf , f tem um máximo relativo em c.b) Se 0)('' >cf , f tem um mínimo relativo em c.

Demonstração:

a) Temos que 0)(' )(' lim)('' <−−=

→ cxcfxfcf

cx. Logo, existe um intervalo aberto ( )feI ,= , contendo c, tal

que 0)(' )(' <−−

cxcfxf

para todo ( )fex ,∈ , x ≠ c, isto é, 0)(' <− cx

xf para todo ( )fex ,∈ , x ≠ c, já que

0)(' =cf .Sejam ( ) ( )fcBceA , e , == .Se 0 temos <−∈ cxAx e resulta que 0)(' >xf . Se 0 temos >−∈ cxBx e resulta que 0)(' <xf .Pelo critério da derivada primeira, f tem máximo relativo em c.

b) A prova é análoga.

Exemplos: 1. Encontre os intervalos de crescimento, decrescimento e os máximos e mínimos relativos de f aplicando o critério da derivada primeira.a) 67)( 3 +−= xxxf

b) ( )

( )

>+

≤−−=

5 se ,721

5 se ,32)(

2

xx

xxxf

2. Encontre os máximos e os mínimos relativos de f aplicando o critério da derivada segunda.a) ( ) 21)( −= xxxf

b) 32

2136)( xxxxf +−=

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5.5.5- Concavidade e Pontos de Inflexão

Definições:

Uma função f é dita côncava para cima no intervalo ( )ba, , se )(' xf é crescente neste intervalo. Geometricamente, o gráfico de f está acima da reta tangente à curva nos pontos de abscissa no intervalo ( )ba, e a reta tangente à curva gira no sentido anti-horário à medida que avançamos sobre a curva da esquerda para a direita.

Uma função f é dita côncava para baixo no intervalo ( )ba, , se )(' xf é decrescente neste intervalo. Geometricamente, o gráfico de f está abaixo da reta tangente à curva nos pontos de abscissa no intervalo ( )ba, e a reta tangente à curva gira no sentido horário à medida que avançamos sobre a curva da esquerda para a direita.

Um ponto ( ))(, cfcP do gráfico de uma função contínua f é chamado ponto de inflexão, se existir um intervalo ( )ba, contendo c tal que uma das seguintes situações ocorra:

a) f é côncava para cima em ( )ca, e côncava para baixo em ( )bc, ;b) f é côncava para baixo em ( )ca, e côncava para cima em ( )bc, .

Os pontos de abscissa 4321 e , , cccc são pontos de inflexão. Observe que 32 e cc são abscissas de pontos extremos de f e que f não é derivável nestes pontos. Nos pontos 41 e cc existem as derivadas

)(' e )(' 41 cfcf . Nos pontos ( ) ( ))(, e )(, 4411 cfccfc a reta tangente corta o gráfico de f.

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ProposiçãoSeja f uma função contínua no intervalo [ ]ba, e derivável até 2ª ordem no intervalo ( )ba, .

a) Se 0)('' >xf para todo ( )bax ,∈ , então f é côncava para cima em ( )ba, .b) Se 0)('' <xf para todo ( )bax ,∈ , então f é côncava para baixo em ( )ba, .

Demonstração:a) Como [ ] ' )(' )('' xfxf = , se 0)('' >xf para todo ( )bax ,∈ temos que )(' xf é crescente no intervalo ( )ba, . Logo, f é côncava para cima em ( )ba, .

b) Se 0)('' <xf para todo ( )bax ,∈ temos que )(' xf é decrescente em ( )ba, . Assim, f é côncava para baixo em ( )ba, .

Exemplos:Determinar os pontos de inflexão e reconhecer os intervalos onde as funções têm concavidade voltada para cima ou para baixo.a) ( ) 31)( −= xxf

b) 24)( xxxf −=

c) ( )

>−−

≤=

1 se ,11

1 se ,)(

2

2

xx

xxxf

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5.5.6- Esboço de Gráficos

Utilizando todos os itens citados na análise do comportamento de uma função f, bem como, a existência ou não de assíntotas horizontais e verticais, podemos fazer um resumo de atividades que nos levarão ao esboço de gráficos.

ETAPAS PROCEDIMENTO DEFINIÇÕES E TEOREMAS UTILIZADOS1ª Encontrar D(f).2ª Calcular os pontos de interseção

com os eixos, quando não requer muito trabalho.

3ª Encontrar os pontos críticos de f. O ponto c ∈ D(f) tal que f ’(c) = 0 ou f ’(c) não existe é chamado ponto crítico de f.

4ª Determinar os intervalos de crescimento e decrescimento de f.

Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] e derivável no intervalo (a, b).a) Se f ’(x) > 0 para todo x ∈ (a, b), então f é crescente em [a, b].b) Se f ’(x) < 0 para todo x ∈ (a, b), então f é decrescente em [a, b].

5ª Encontrar os máximos e mínimos relativos.

Critério da derivada primeira para determinação de extremos:Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] e derivável no intervalo (a, b), exceto possivelmente num ponto c.a) Se f ’(x) > 0 para todo x < c e f ’(x) < 0 para todo x > c, então f tem um máximo relativo em c.b) Se f ’(x) < 0 para todo x < c e f ’(x) > 0 para todo x > c, então f tem um mínimo relativo em c.ouCritério da derivada segunda para determinação de extremos:Sejam f uma função derivável no intervalo (a, b) e c um ponto crítico de f neste intervalo, isto é, f ’(c) = 0, com a < c < b.Se f admite a derivada f ’’ em (a, b), temos:a) Se f ’’(c) < 0, f tem máximo relativo em c.b) Se f ’’(c) > 0, f tem mínimo relativo em c.

6ª Determinar a concavidade e os pontos de inflexão de f.

O ponto do gráfico de f no qual a concavidade muda de sentido é chamado ponto de inflexão. Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] e derivável até 2ª ordem no intervalo (a, b).a) Se f ’’(x) > 0 para todo x ∈ (a, b), então f é côncava para cima em (a, b).b) Se f ’’(x) < 0 para todo x ∈ (a, b), então f é côncava para baixo em (a, b).

7ª Encontrar as assíntotas horizontais e verticais, se existirem.

A reta x = a é uma assíntota vertical do gráfico de f se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira:

a) + ∞=+→

)(lim xfax

b) + ∞=−→

)(lim xfax

c) − ∞=+→

)(lim xfax

d) − ∞=−→

)(lim xfax

A reta y = b é uma assíntota horizontal do gráfico de f se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira:

a) bxfx

=+ ∞→

)(lim b) bxfx

=− ∞→

)(lim

8ª Esboçar o gráfico

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Exemplos:

Esboçar o gráfico das seguintes funções:

a) 2683)( 234 ++−= xxxxf

97

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b) 3

)(2

−=

xxxf

98

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c) ( ) 31

1)( += xxf

5.6- Exercícios

Páginas 215, 216, 217 e 218 do livro texto (números 1 ao 15).99

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5.7- Problemas de Maximização e Minimização

O primeiro passo para solucionar estes problemas é escrever precisamente qual a função que deverá ser analisada. Esta função poderá ser escrita em função de uma ou mais variáveis. Quando a função é de mais de uma variável devemos procurar expressar uma das variáveis em função da outra. Com a função bem definida, devemos identificar um intervalo apropriado e proceder a rotina matemática aplicando definições e teoremas.

Exemplos:

1. Um galpão deve ser construído tendo uma área retangular de 12100 m2. A prefeitura exige que exista um espaço livre de 25 m na frente, 20 m atrás e 12 m em cada lado. Encontre as dimensões do lote que tenha área mínima na qual possa ser construído este galpão.

2. Uma rede de água potável ligará uma central de abastecimento situada à margem de um rio de 500 m de largura a um conjunto habitacional situado na outra margem do rio, 2000 m abaixo da central. O custo da obra através do rio é de R$640,00 por metro, enquanto, em terra, custa R$312,00por metro. Qual é a forma mais econômica de se instalar a rede de água potável?

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3. Um fio de comprimento l é cortado em dois pedaços. Com um deles se fará um círculo e com o outro um quadrado.a) Como devemos cortar o fio a fim de que a soma das duas áreas compreendidas pelas figuras seja mínima?b) Como devemos cortar o fio a fim de que a soma das áreas compreendidas seja máxima?

4. Uma caixa sem tampa, de base quadrada, deve ser construída de forma que o seu volume seja 2500 m3. O material da base vai custar R$1200,00 por m2 e o material dos lados R$980,00 por m2. Encontre as dimensões da caixa de modo que o custo do material seja mínimo.

5.8- Exercícios

Páginas 224, 225 e 226 do livro texto.101

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5.9- Regras de L’Hospital

As Regras de L’Hospital apresentam um método geral para levantar indeterminações do tipo ∞∞ou

00

.

Teorema (Regras de L’Hospital)Sejam f e g funções deriváveis num intervalo aberto I, exceto possivelmente em um ponto Ia ∈ .Suponhamos que 0)(' ≠xg para todo ax ≠ em I.

a) Se Lxgxfxgxf

axaxax===

→→→ )(' )(' lim e 0)(lim)(lim então L

xgxf

xgxf

axax==

→→ )(' )(' lim

)()(lim .

b) Se Lxgxfxgxf

axaxax=∞==

→→→ )(' )(' lim e )(lim)(lim então L

xgxf

xgxf

axax==

→→ )(' )(' lim

)()(lim .

Observações:

1- Se 0)(lim)(lim ==→→

xgxfaxax ou ∞=∞==

→→→ )(' )(' lim e )(lim)(lim

xgxfxgxf

axaxax, a Regra de L’Hospital

continua valendo, isto é, ∞==→→ )('

)(' lim )()(lim

xgxf

xgxf

axax.

2- A Regra de L’Hospital também é válida para os limites laterais e para limites no infinito ( )± ∞→x .

Exemplos:

Determinar os seguintes limites usando a Regra de L’Hospital.

a) 1

2lim0 −→ xx e

x

b) 236lim 2

2

2 +−−+

→ xxxx

x

c) 2

lim0 −+

−−→ xxx ee

xsenx

d) xx

ex

x 41lim 3 +

−+ ∞→

102

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e) ( ) xx

x1

93lim ++ ∞→

f) x

senxx

1.lim+ ∞→

g)

−−

+→ 1cos11lim 20 xxxx

h) ( ) x

xxx +

+→

2

02lim

i) x

x x

+

+ ∞→ 211lim

5.10- Exercícios

Páginas 232 e 233 do livro texto.

103

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5.11- Fórmula de Taylor

A Fórmula de Taylor consiste num método de aproximação de uma função por um polinômio, com erro possível de ser estimado.

Definição

Seja RIf →: uma função que admite derivadas até ordem n num ponto c do intervalo I.O polinômio de Taylor de ordem n de f no ponto c, que denotamos por )(xPn , é dado por:

nn

n cxn

cfcxcfcxcfcfxP ).(!

)(...).(!2

)('' )).((' )()()(

2 −++−+−+= .

Dado o polinômio de Taylor de grau n de uma função )(xf , denotamos por )(xRn a diferença entre )()()( é, isto ),( e )( xPxfxRxPxf nnn −= .

Assim, )().(!

)(...).(!2

)('' )).((' )()()()()(

2 xRcxn

cfcxcfcxcfcfxRxPxf nn

n

nn +−++−+−+=+= .

Para os valores de x nos quais )(xRn é “pequeno”, o polinômio )(xPn dá uma boa aproximação de )(xf . Por isso )(xRn chama-se resto.

Teorema (Fórmula de Taylor)Seja [ ] Rbaf →,: uma função definida no intervalo [ ]ba, .Suponhamos que as derivadas )( , ... ,'' ,' nfff existam e sejam contínuas em [ ]ba, e que )1( +nf exista em ( )ba, .Seja c um ponto qualquer fixado em [ ]ba, . Então para cada [ ] cxbax ≠∈ , , , existe um ponto z entre

c e x tal que 1)1()(

2 )()!1(

)().(!

)(...).(!2

)('' )).((' )()( ++

−+

+−++−+−+= nn

nn

cxn

zfcxn

cfcxcfcxcfcfxf .

Observação: Quando 0=c , a Fórmula de Taylor recebe o nome de Fórmula de Mac-Laurin e se expressa como

1)1()(

2

)!1()(.

!)0(....

!2)0('' ).0(' )0()( +

+

++++++= n

nn

n

xn

zfxn

fxfxffxf .

Demonstração: Faremos a demonstração supondo cx > . Para cx < , o procedimento é análogo.Sejam )(tPn o polinômio de Taylor de grau n de f no ponto c e )(tRn o resto correspondente. Então,

)()()( tRtPtf nn += , para qualquer [ ]bat ,∈ .No ponto x temos:

)().(!

)(...).(!2

)('' )).((' )()()(

2 xRcxn

cfcxcfcxcfcfxf nn

n

+−++−+−+= .

Devemos mostrar que 1)1(

)()!1(

)()( ++

−+

= nn

n cxn

zfxR , onde z é um número entre c e x.

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Seja [ ] Rxcg →,: a função definida por

1

1)(2

)()()().(

!)(...).(

!2)('' )).((' )()()( +

+

−−−−−−−−−−−= n

n

nn

n

cxtxxRtx

ntftxtftxtftfxftg .

Temos que g é contínua em [ ]xc, e derivável em ( )xc, . Além disso, temos que )(0)( xgcg == . Pelo Teorema de Rolle em [ ]xc, existe ( ) 0)(' que tal, =∈ zgxcz .

Derivando a função g obtemos 1)1(

)()!1(

)()( ++

−+

= nn

n cxn

zfxR .

Observação:

Na Fórmula de Taylor apresentada, o resto 1)1(

)()!1(

)()( ++

−+

= nn

n cxn

zfxR . Essa forma para o resto é

chamada Forma de Lagrange do Resto e a Fórmula de Taylor é chamada Fórmula de Taylor com Resto de Lagrange.

Exemplos:

1. Determinar os polinômios de Taylor de grau 2 e de grau 4 da função xxf cos)( = no ponto c = 0. Esboçar o gráfico de f e dos polinômios encontrados.

Usando o polinômio )(4 xP para determinar um valor aproximado para 6

cos π, o que se pode afirmar

sobre o erro cometido?

105

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2. Determinar o polinômio de Taylor de grau 6 da função 4

ponto no 2)( π== cxsenxf . Usar este

polinômio para determinar um valor aproximado para 3πsen . Fazer uma estimativa para o erro.

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Usando a Fórmula de Taylor, pode-se demonstrar a seguinte proposição que nos dá mais um critério para determinação de máximos e mínimos de uma função.

ProposiçãoSeja ( ) Rbaf →,: uma função derivável n vezes e cujas derivadas )( , ... ,'' ,' nfff são contínuas em ( )ba, . Seja ( )bac ,∈ um ponto crítico de f tal que 0)( e 0)( ... )('' )(' )()1( ≠==== − cfcfcfcf nn .Então,

a) se n é par e 0)( )( <cf n , f tem máximo relativo em c;b) se n é par e 0)( )( >cf n , f tem mínimo relativo em c;c) se n é ímpar, ( ))(, cfc é ponto de inflexão.

Exemplos:

1. Determinar os extremos da função 6)2()( −= xxf .

2. Pesquisar máximos e mínimos da função 35)( xxxf −= .

5.12- Exercícios

Página 239 do livro texto.

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