Capítulo 5ldinis/cap5placas.pdf · Placas Circulares 5.2 Figura 5.1: Placas Diversas. a posição...
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Placas Circulares 5.1
Capítulo 5
Placas Circulares
5.1 Introdução
O cálculo analítico das placas circulares é possível, no caso de existir simetria das
condições de contorno e das condições de solicitação em relação ao eixo normal à
superfície média passando pelo centro da placa, eixo de simetria. Nestas condições a
integração analítica da equação de equilíbrio é simples e será objecto de estudo neste
capítulo.
No caso de não existir simetria geométrica e/ou simetria axial das condições de
contorno e/ou simetria de solicitação a integração analítica da equação de equilíbrio das
placas circulares deixa de ser possível e tem de recorrer-se a métodos aproximados. É o
caso, por exemplo, das placas perfuradas utilizadas nos permutadores de calor, das placas
apoiadas num número discreto de pontos ao longo da fronteira, de placas reforçadas
diametralmente, de placas sujeitas a carregamentos não simétricos, etc., como se representa
na figura 5.1.
Para o estudo das placas circulares é conveniente utilizar-se um sistema de referência em
coordenadas cilíndricas, sendo a origem das coordenadas coincidente com o centro da placa
antes da deformação. O sistema de eixos coordenados que vamos considerar é tal que
Placas Circulares 5.2
Figura 5.1: Placas Diversas.
a posição de um ponto P da placa circular fica inteiramente definido, como se representa na
figura 5.2, pelas coordenadas seguintes:
z - distância do ponto P ao plano médio
r - distância do ponto P ao eixo de simetria
θ - ângulo formado pela direcção definida pelo ponto correspondente ao centro da placa
com a projecção do ponto P no plano médio e uma direcção previamente definida no
plano médio.
Podem obter-se as equações relevantes para a análise de placas circulares através de
uma mudança de coordenadas do sistema de eixos Ox1, x2, x3 para o sistema de eixos Orθz
das equações obtidas no Capítulo 2, é no entanto mais interessante deduzi-las directamente
no sistema de eixos Orθz. As componentes independentes do tensor das tensões em coordenadas cilíndricas, de
acordo com a figura 3.3, são:
zr ,, σσσ θ - tensões normais; θθ τττ zrzr ,, - tensões tangenciais
No caso de existir simetria geométrica, simetria de solicitação e simetria das
condições de contorno, algumas das componentes do tensor das tensões referidas são nulas.
Nas secções planas rz as tensões tangenciais τθr e τθz são nulas pela simetria existente e as tensões σθ estão igualmente distribuídas. Nas secções formadas por superfícies
Placas Circulares 5.3
P x3
x1
x3
r
Px1θ
=z
r
Pdθ
= z
Figura 5.2: Sistema de Eixos Coordenados.
r
dθ dr
σr
σz
σθ
τrz
τrθ τrθ
τrz τθz
Figura 5.3: Tensor das Tensões em Coordenadas Cilíndricas.
Cilíndricas cujo eixo de revolução seja o eixo das zz, as tensões tangenciais τrθ são nulas e
as tensões tangenciais τrz e normais σr estão igualmente distribuídas em toda a secção.
Admitindo que são válidas as hipóteses de Kirchhoff para placas finas referidas no
capítulo anterior a tensão normal σz, para placas circulares de espessura suficientemente
pequena, é desprezável quando comparada com os valores dos outros elementos do tensor
das tensões, {σr σθ τrz}. Nestas condições o tensor das tensões toma a forma seguinte:
Placas Circulares 5.4
τσ
τσ
θ0000
0
zr
rzr 5.2
As tensões actuando num elemento de volume dv de dimensão dr, rdθ e dz, estão
representadas na figura 5.4. Atendendo à simetria existente, as tensões são independentes
do ângulo θ e dependem apenas da distância r ao centro da placa.
As equações de equilíbrio estabelecem-se mais facilmente em termos dos esforços unitários
Mr, Mθ e T que são respectivamente os momentos radial e circunferencial por unidade de
comprimento e esforço transverso por unidade de comprimento, figura 5.4. Estes esforços
unitários definem-se a partir das tensões, do seguinte modo:
dzTedzzM,dzzM rz2
e
2e
2e
2er
2e
2er τ=σ=σ= ∫∫∫ −θ−θ−
5.3
As dimensões dos esforços unitários Mr e Mθ são as dimensões de um momento por
unidade de comprimento, N.m/m e as do esforço cortante T são as dimensões de uma força
por unidade de comprimento, N/m. Nas expressões 5.3 a integração processa-se ao longo
espessura da placa que é designada por e.
r
dθ dr
σr σθτrz
r
dθ dr
T
T
Mr Mθ
Figura 5.4: Tensor das tensões.
Placas Circulares 5.5
5.2 Equação de Equilíbrio. Placas Circulares Submetidas a Solicitações normais ao
Plano Médio
5.2.1 Definição das Deformações
A origem do sistema de eixos coordenados é considerada no centro da placa antes da
deformação. Os pontos igualmente distantes do centro da placa sofrem deslocamentos
iguais sendo portanto suficiente estudar o comportamento de um ponto P a um distância r,
variável entre o e R, do centro da placa, sendo R o raio da placa.
Designa-se por {u} o vector deslocamentos que é constituído por três
deslocamentos, um deslocamento radial ur, um deslocamento circunferencial uθe
deslocamento transversal ω, ou seja:
{ }
=
ωθu
uu
r
5.4
Pela simetria radial existente no caso das placas circulares a componente uθ do
deslocamento é nula e portanto só tem de considerar-se os deslocamentos radial ur e
transversal ω, sendo portanto o vector {u} definido por:
{ }
=ω
ruu 5.5
Atendendo às hipóteses de Kirchhoff válidas para placas finas os pontos normais à
superfície média antes da deformação permanecem normais ao folheto médio deformado
após a deformação, figura 5.5. o deslocamento radial ur, sofrido por um ponto P a uma
distância z do ponto médio, é portanto proporcional à distância z, ou seja:
φtangzu r −= 5.6
Placas Circulares 5.6
φ
dr
ω
φ
φ
P
P
u r
zx3 =
Figura 5.5: Deslocamento Radial.
Atendendo a que os deslocamento transversais, ω, admissíveis são pequenos quando
comparados com a espessura, e, da placa, é legítimo afirmar que:
drdtang ω
φφ =≅ 5.7
Substituído a expressão (5.7) em (5.6) o deslocamento radial é definido por:
drdzu rω
−= 5.8
Note-se que se pode considerar a derivada total uma vez que ω só depende de r.
As extensões εr e εθ podem definir-se em termos dos deslocamentos ur e uθ do
seguinte modo:
Placas Circulares 5.7
ruu
r1e
ru rr
r +∂
∂=
∂∂
=θ
εε θθ 5.9
Atendendo a que o deslocamento uθ é nulo e o deslocamento ur é definido pela
equação 5.8, as expressões 5.9, transformam-se em:
drd
rze
rddz 2
2
rω
εω
ε θ −=−= 5.10
O estado de deformação num ponto P fica perfeitamente determinado se for
conhecida a equação da deformada ω = ω (r), a distância do ponto ao eixo de revolução, r, e
a distância do ponto à superfície média, z.
5.2.2 Relações entre Tensões e Deformações
As tensões σr e σθ estão relacionadas com as extensões εr e εθ através da lei de
Hooke do seguinte modo:
( ) ( )r2r2r 1Ee
1E
ενεν
σενεν
σ θθθ +−
=+−
= 5.11
onde E é módulo de Young e ν o coeficiente de Poisson
Substituindo εr e εθ pelos respectivos valores em função dos deslocamentos que são
definidos pelas equações 5.10, as equações 5.11 transformam-se em:
+
−−=
drd
rrddz
1E
2
2
2rωνω
νσ
+
−−= 2
2
2 rdd
drd
r1z
1E ωω
νσθ 5.12
Placas Circulares 5.8
As tensões variam linearmente ao longo do eixo dos zz, sendo nulas no plano médio e
atingindo o valor absoluto máximo nas superfícies inferiores e superiores que
correspondem a z = ± e/2.
Atendendo às leis de equivalências Estática, 5.3 e à lei Hooke 5.12, podem relacionar-
se os esforços unitários Mr e Mθ com o deslocamento transversal ω, do seguinte modo:
dzzdrd
rrdd
1EM 22/e
2/e2
2
2r ∫
+
−−= −
ωνων
dzzrd
ddrd
r1
1EM 22/e
2/e2
2
2 ∫
+
−−= −
ων
ωνθ 5.13
ou seja:
+−=
+−=
2
2
2
2
r
rdd
drd
r1DM
drd
rrddDM
ων
ω
ωνω
θ
5.14
onde ( )2
3
112eED
ν−= é usualmente designado por Módulo de rigidez à flexão de placas
como já foi referido anteriormente.
O momento radial por unidade de comprimento, Mr, actua ao longo das secções
cónicas da placa deformada e o momento circunferencial por unidade de comprimento,
Mθ actua ao longo de secções diametrais da placa. Estes esforços unitários ocorrem para
uma distância r ao centro da placa. As equações (5.14) para os esforços unitários não têm
em conta o efeito de forças corte e de pressão lateral, sendo portanto aproximadas na
maioria dos casos e exactas no caso particular da superfície flectida ser esférica. O erro
introduzido não é significativo para o caso de placas finas submetidas a cargas não
concentradas.
Placas Circulares 5.9
5.2.3 Equação de Equilíbrio
Considere-se um elemento infinitesimal de volume de dimensões rdθ, dr e dz como se
representa na figura 5.7, os esforços unitários que devem considerar-se neste elemento de
volume são na secção cilíndrica de raio r, Mr e T e na secção cilíndrica de raio r + dr são
drdr/dTTedrdr/MdM rr ++ . Nas secções planas que contêm o centro da placa e são
normais ao plano médio, os esforços actuantes são Mθ.
As equações de equilíbrio a serem consideradas são:
- Equilíbrio de momentos no plano r z;
- Equilíbrio de forças segundo o eixo dos zz.
dθ
Mrr dθ
dθ/2
dθ/2
dr
dr
Trd θ
dr
prdrd θ
Mθdr
Mθdr
Figura 5.7: Esforços Unitários num Elemento Infinitesimal.
Os momentos resultantes no plano r z são:
- Mr r dθ - momento resultante do esforço unitário Mr
( ) θddrrdrrd
MdM rr +
++ -momento resultante do esforço unitário dr
drMM r
r∂
+
( ) θ+
∂
∂+ ddrr
rMM r
r
( ) θ+
∂∂
+ ddrrdrrTT
Placas Circulares 5.10
- Mθ dr dθ - momento resultante dos momentos Mθ
Tr dθ dr - momento resultante das forças devidas ao esforço cortante
Trdθ e ( ) θ+
+ ddrrdr
drdTT .
A equação de equilíbrio de momentos é:
( ) 0drdTrddrMdrMddrrdrrd
MdM rr
r =+−−+
+ θθθθ θ 5.15
a qual desprezando os infinitésimos de ordem superior à primeira se transforma em:
0TrMrrd
MdM r
r =+−+ θ 5.16
Atendendo às equações (5.14), que relacionam os esforços com os deslocamentos
transversais ω, a equação de equilíbrio de momentos (5.16), pode reescrever-se do
seguinte modo:
DT
drdr
drd
r1
drd
=
ω
5.17
Para a determinação do esforço transverso, T, é necessário considerar o equilíbrio de
forças segundo o eixo dos zz.
As forças existentes segundo o eixo dos zz são:
- p (r) r dr dθ - resultante da força exterior distribuindo por unidade de superfície.
- Tr dθ − resultante do esforço unitário T.
- ( ) θ+
+ ddrrdr
drdTT
resultante dos esforços unitários
drdTT + na secção. A
equação de equilíbrio de forças segundo o eixo dos z z é:
( ) ( ) 0ddrrrpdTrddrrdrdrdTT =−−+
+ θθθ 5.18
Placas Circulares 5.11
Desprezando os infinitésimos de ordem superior à primeira a equação de equilíbrio
de forças escreve-se do seguinte modo:
( ) ( )rpTrdrd
r1
= 5.19
A integração da equação (5.17) não oferece dificuldades desde que conheçamos o
esforço transverso T em função do raio r. A obtenção de T faz-se por integração da equação
de equilíbrio de forças (5.19). O valor de T em função do raio r e da carga exterior vai
depender da função p(r) considerada.
As equações de equilíbrio foram obtidas considerando o equilíbrio de forças no
sistema de eixos Orθz mas podiam ter sido obtidas considerando as equações de equilíbrio
no sistema de eixos Oxyz e considerando a mudança de coordenadas de Oxyz em Orθz.
5.3 Placas Submetidas a uma Carga Uniformemente Distribuída
O esforço transverso T como se representa na figura 5.8, determina-se por integração
da equação (5.19), atendendo a que p(r) é constante e igual à intensidade da carga
uniformemente distribuída p e que no centro da placa o esforço transverso é nulo, ou por
equilíbrio directo de forças no interior da secção cilíndrica de raio r, isto é:
prTr2 2π=π
ou seja 2rpT = 5.20
substituindo este valor de T na equação (3.17) obtém-se:
D2rp
drdr
drd
r1
drd
=
ω 5.21
Por integração desta equação obtém-se as equações seguintes:
rC
2rC
D16rp
drd 21
3
++=ω 5.22
Placas Circulares 5.12
32
21
4
CnrC4rC
D64rp
+++=ω
TT
r
p p
R
a)
b)
Figura 5.8: Placas submetidas a uma carga uniformemente distribuída.
As constantes de integração C1, C2 e C3 são calculadas a partir das condições de
contorno e das condições no centro da placa que são conhecidas por condições de fronteira.
5.3.1 Placa Encastrada no Bordo Exterior
Neste caso as condições de fronteira são:
para r = 0 é dω / dr = 0 e para r = R é
==
00dr/d
ωω
5.23
onde R é o raio do contorno exterior da placa.
Substituindo as condições (5.23) nas equações (5.22), obtém-se:
0r
C2
rCD16rp
0r
213
=
++
=
02
rCD16rp
Rr
13
=
+
=
Placas Circulares 5.13
0CD32
rpD64
rp
Rr3
44
=
+−
=
5.24
Por resolução das equações anteriores, obtém-se as seguintes constantes:
D64RpCe
D8RpC,0C
4
3
2
12 =−== 5.25
Tendo em conta os valores das constantes, (5.25), a equação da superfície flectida,
(5.22), transforma-se em:
D64Rp
D32rRp
D64rp 4224
+−=ω ou seja ( )222 rRD64
p−=ω 5.26
O deslocamento transversal máximo ocorre no centro da placa e é:
D64Rp 4
max =ω 5.27
A inclinação é:
( )22 RrrD16
pdrd
−=ω 5.28
As curvaturas principais da superfície flectida, são:
( ) D16/r3Rpdr/d 2222r −=−= ωχ ; ( ) D16/rRp
drd
r1 22 −=−=
ωχθ 5.29
Os momento flectores Mr e Mθ obtém-se a partir das expressões (5.14) e (5.29), e são:
( ) ( )[ ] 16/3r1RpM 22r νν +−+=
( ) ( )[ ] 16/31r1RpM 22 ννθ +−+= 5.30
Placas Circulares 5.14
Os momentos no centro da placa são:
( ) ( ) ( ) 16/Rp1MMM 20r0rrc νθ +=== == 5.31
Os momentos no encastramento são:
( ) ( ) 8/RpMe8/RpM 2Rr
2Rrr νθ −=−= == 5.32
O momento máximo é o momento Radial no encastramento (5.32), ao qual
corresponde a tensão máxima:
2
2r
e4Rp3
±=σ 5.33
p
R
σr , σθ
r=Rr=0
σc=3 (1+ν) pR2
8e2
σc
σθ = −3
4ν pR2
e2
σr= - 34
pR2
e2
σr
σθ
Figura 5.9: Deformada e tensões para uma Placa Encastrada nos Extremos.
O sinal a considerar na expressão (5.33) depende da face em que pretendemos
determinar a tensão, por exemplo, a face inferior, estar em tracção ou compressão. Assim
se a carga aplicada tiver o sentido correspondente ao sentido positivo do eixo dos zz, de
acordo com a figura 5.8, a face superior está em compressão pelo que o sinal a usar na
expressão (5.33) é o sinal (-) e a face inferior está em tracção e o sinal a usar é o sinal (+).
Placas Circulares 5.15
A forma aproximada da deformada e a variação das tensões τr e τθ na direcção radial
estão representadas na figura 5.9.
5.3.2 Placa Simplesmente Apoiada no Bordo Exterior
As constantes C1, C2 e C3 da equação (5.22) determinam-se atendendo às condições de
contorno que são:
Para r = 0 dω / dr = 0 e para r = R
==0
0M r
ω 5.34
R
p
Figura 5.10: Placa simplesmente apoiada.
Donde:
( ) 0Cou0r/C2/rCD16/prdrd
20r213
0r
==++=
==
ω
( ) ( ) 02/CD16/Rp2/CD16/Rp3M 12
12
Rrr =+++== ν
ou seja: ( )( )
21 Rp
1D83C
+
+−=
νν
Placas Circulares 5.16
( ) ( ) ( ) 0C1D32/Rp3D64/Rp 344
Rr =+++−== ννω
ou seja:
++
=νν
15
D64RpC
4
3
5.35
Substituindo as constantes C1, C2 e C3 acabadas de determinar, (5.35), na equação
(5.22) obtém-se a equação da superfície flectida que é:
( ) ( )( )
−
++−
= r1R5
D64rRp 2
222
νν
ω 5.36
A inclinação num ponto qualquer é:
( ) ( )( ) D16/pr1/R3rdr/d 22 ννω ++−= 5.37
O deslocamento transversal máximo ocorre no centro da placa e é:
( ) ( ) D641/Rp5 4max ννω ++= 5.39
Comparando este valor para o deslocamento máximo da placa simplesmente apoiada
com o deslocamento máximo para a placa encastrada verificamos que este valor é
significativamente maior para as mesmas condições geométricas e de carregamento. Para
valores de ν entre 0 e 0.5 este deslocamento (5.39), é de 5 a 3,5 vezes maior que o
deslocamento máximo (5.27) correspondente à placa encastrada ao longo do contorno
exterior.
Os momentos flectores Mr e Mθ são:
( ) ( ) 16/rRp3M 22r −+= ν
( ) ( )[ ] 16/r31R3pM 22 ννθ +−+= 5.40
Placas Circulares 5.17
O momento máximo ocorre no centro da placa e é dado por:
( ) ( ) 16/Rp3MMM 20rrc νθ +=== = 5.41
A tensão máxima ocorre no centro da placa e é:
( ) ( ) e8/Rp33e/M6 222cmaxr νσ +== 5.42
p
R
σr , σθ
σc
σc=3 (3+ν)
8pR2
e2
σθ =3 (1−ν)
4
pR2
e2
σr =3 (3+ν)
8p(R2 - r2)
e2
Figura 5.11: Deformada e Tensões.
Os momentos no contorno são:
( ) ( ) ( ) 22Rr
2r e4/Rp13ou8/Rp1Me0M νσν θθ −=−== = 5.43
O andamento da deformada conjuntamente com a variação de tensões na direcção
radial está representado na figura 5.11.
Placas Circulares 5.18
5.4 Placas Circulares Submetidas a uma carga Pontual no Centro da Placa
As hipóteses de Kirchhoff referidas no parágrafo 2.1 são válidas neste caso, porém
próximo do ponto de aplicação da carga não podemos dizer que τxz = 0 e estas hipóteses só
são válidas para pontos afastados do centro da placa. A uma distância, r, do centro da placa
o esforço transverso total é do 2π rT e deve equilibrar a carga aplicada P, pelo que o
esforço unitário T é:
P
Figura 5.12: Placa Encastrada Sujeita a uma Solicitação Pontual
T = P / 2 π r 5.44
A equação diferencial de equilíbrio é:
Dr2P
drdr
drd
r1
drd
πω
=
5.45
integrando 5.45 obtém-se:
Placas Circulares 5.19
( ) r/C2/rCD8/1nr2Prdr/d 21 −−−= πω
5.46
( ) 322
12 CnrC4/rCD8/1nrPr +−−−= πω
As constantes C1, C2 e C3 determinam-se atendendo às condições no contorno e no
centro da placa.
5.4.1 Placa Encastrada
As condições de contorno de uma placa encastrada ao longo do contorno exterior são:
para r = 0 dω / dr = 0 e para r = R
==
00dr/d
ωω
5.47
donde se obtém:
0C2 =
( ) D4/1nR2PC1 π−= 5.48
D16/PRC 23 π=
A equação da superfície flectida é:
−−=
rRnr2rR
D16P 222
πω 5.49
e a inclinação é:
=
Rrnr
D4P
drd
πω 5.50
Placas Circulares 5.20
e os momentos flectores correspondentes são:
( )
−+= 1
rRn1
4PM r νπ
( )
−+= υν
πθ rRn1
4PM 5.51
No encastramento os momentos são:
πν
π θ 4PMe
4PM r −== 5.52
O deslocamento transversal máximo ocorre no centro e é:
D16Rp 2
máx πω = 5.53
As expressões (5.51) para os momentos flectores são válidas para pontos da placa não
muito próximos do ponto de aplicação da carga. Para pontos muito próximos do ponto de
aplicação da carga as tensões τxz já não podem desprezar - se quando comparadas coma as
tensões de flexão e neste caso temos de considerar a placa como um sólido tridimensional
perto do ponto de aplicação da carga, com um eixo de simetria. O estado de tensão próximo
do ponto de aplicação da carga foi determinado por Nadai2 e por Woinowski-Krieger1 . O
valor da tensão no centro da placa, obtido por Woinowski-Knieger, devido à flexão é
aproximadamente:
( )
++= 52,0
eRn485,01
eP
2máx νσ 5.54
1 Woinowsky-Krieger, Ingr.-Arch.,Vol 4, pag. 305 2Nádai , Elastische Platten, pag. 308
Placas Circulares 5.21
As expressões obtidas para o deslocamento transversal, (5.49) e (5.53), recorrendo à
teoria elementar das placas circulares podem ser consideradas mesmo para pontos próximos
do ponto de aplicação da carga, embora o erro cometido seja elevado.
Para a determinação das dimensões de uma placa circular carregada por uma carga
pontual no centro da placa pode-se utilizar a expressão (5.54), embora para as espessuras
relativamente elevadas a tensão σz possa tornar-se predominante e nesse caso a tensão
máxima não é de flexão.
5.4.2 Placa Simplesmente Apoiada
As condições de fronteira no caso da placa estar simplesmente apoiada ao longo do
contorno exterior, figura 5.13, são:
R
P
Figura 5.13: Placa Simplesmente Apoiada.
Para r = 0 dω/dr = 0 e para r = R
==0
0M r
ω 5.55
Portanto:
0C2 =
( ) ( ) ( )[ ] ( )νπνν +++−+= 1D8/31Rn22P2C1 5.56
( ) ( ) D116/PR3C 23 πνν ++=
Consequentemente a inclinação e a deformada são respectivamente:
Placas Circulares 5.22
( )
+
+−=νπ
ω1
1r/RnD4
Prdr/d 5.57
( )( ) ( )
+−
++
= R/rnr2rR13
D16P 222
νν
πω 5.58
O deslocamento transversal máximo, a flecha no centro da placa, é:
( )( )ν
νπ
ω++
=13
D16RP 2
max 5.59
e a inclinação no contorno é:
( )νπω
+−
=1D4
PRdr/d 5.60
Os momentos flectores são:
( )rRn1
4PM r νπ
+=
( ) ( )
−++= νν
πθ 1rRn1
4PM 5.61
No centro da placa é Mr = Mθ = ∞ e portanto as expressões (3.60), deixam de ser
válidas no centro da placa.
A tensão máxima ocorre no centro da placa e de acordo com Woinowski-Krieger1 é
dada por:
1 Woinowski-Krieger, Ingr.-Arch.,Vol 4, pag. 305
Placas Circulares 5.23
( )
+
++= 48.052.0
eRn485.01
eP
2max ντ 5.62
Esta tensão refere-se à face inferior da placa que se encontra à tracção e é uma tensão
devida à flexão da placa.
No caso de se tratar de placas espessas a tensão τxz pode ter um valor superior às
tensões σr.
4.5 Placas de Forma Anular Simplesmente Apoiadas no Contorno Exterior
4.5.1 Placa Submetida a Momentos Flectores nos Bordos Interior e Exterior
Para a placa de forma anular representado na figura 5.14, de raios interior Ri e
exterior Re, submetida a momentos flectores Mi e Me nos bordos interior e exterior
respectivamente, o esforço cortante T é nulo, em qualquer ponto da placa e a equação de
equilíbrio é:
0drdr
drd
r1
drd
=
ω 5.63
Ri
Re
MeMeMi Mi
Figura 5.14: Placa Submetida a Momentos Flectores nos Bordos Interior e Exterior.
Integrando a equação de equilíbrio 5.61 obtém-se para a inclinação:
r/C2/rCdr/d 21 −−=ω 5.64
Placas Circulares 5.24
e para a deformada:
3e22
1 CR/rnC4/rC +−−=ω 5.65
As constantes de integração determinam-se a partir das condições de fronteira que
são as seguintes:
para r = Ri Mr = Mi
para r = Re Mr = Me
para r = Re ω = 0 5.66
no caso da placa simplesmente apoiada ao longo do contorno exterior.
O sistema de equações obtido por imposição destas condições de fronteira é:
( ) ( )i2
i21 M
R1C
21CD =
−−
+ νν
( ) ( )e2
e21 M
R1C
21CD =
−−
+ νν 5.67
0C4
RC 3
2
1 =+−
donde se obtém as constantes de integração seguintes:
( ) ( ) ( )2i
2ei
2ie
2e1 RR1D/MRMR2C −+−= ν
( ) ( ) ( )2i
2eie
2i
2e2 RR1D/MMRRC −−−= ν 5.68
( ) ( ) ( )2i
2ei
2ie
2e
2e3 RRD12/MRMRRC −+−= ν
A deformada e a inclinação, são respectivamente
( ) ( )( ) ( )( ) ( ) e
2i
2e
ei2i
2e2
e2
2i
2e
e2ei
2i
Rrn
RR1DMMRR
RrRR1D2
MRMR−−
−+−
−+−
=νν
ω
Placas Circulares 5.25
( ) ( )( )
( ) ( ) r1
RR1DMMRR
rRR1D
MRMRdrd
2i
2e
ie2i
2e
2i
2e
e2ei
2i
−−−
−−+
−=
ννω 5.69
As inclinações nos contornos exterior e interior são respectivamente:
( ) ( ) ( )[ ]( ) ( )2
i2e
2
2iei
2i
2eee
Rr RR1DRRM2R1R1RM
dr/de −−
−++−−== ν
ννω 5.70
( ) ( ) ( )[ ]( ) ( )2
i2e
2
2e
2iiii
2ee
Rr RR1DR1R1RMRRM2
dr/di −−
+++−== ν
ννω 5.71
No caso particular de ser Me = 0, a inclinação e a deformada são:
( ) ( )
+−
+−−
= 2e
2i
2e
i2i
2e
Rr
11
r1.
RR1DMRR
dr/dνν
νω a)
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) e2i
2e
i2i
2e22
e2i
2e
i2i
Rrn
RRD1MRR
rRRRD12
MR−−
+−−+
−=
ννω
No caso de o apoio simples existir no bordo interior e não no bordo exterior, as constantes
de integração C1 e C2, teriam de ser determinadas, atendendo a que para r = Ri seria ω = 0.
5.5.2 Placa Submetida a Uma Carga Uniformemente Distribuída no Bordo Interior
A placa representada na figura 5.15 está submetida a uma carga uniformemente
repartida segundo o contorno interior de intensidade To. Os raios interior e exterior são
respectivamente Ri e Re. O esforço cortante T numa secção cilíndrica de raio r, é:
T = 2π Ri To / 2π r 5.72
Placas Circulares 5.26
Ri
Re
To To
Figura 5.15: Placa com orifício.
Designando por P a resultante da carga distribuída ao longo do contorno
interior, TR2P oiπ= , o esforço cortante T é:
T = P / 2π r 5.73
A equação do equilíbrio toma a forma seguinte:
Dr2/Pdrdr
drd
r1
drd
πω
=
5.74
Integrando obtém-se:
rC
2rC1
Rrn2
D8Prdr/d 2
1e
−−
−=
πω
3e
2
2
1e
2
CRrnC
4rC1
Rrn
D8Prw +−−
−=
π 5.75
As condições de fronteira são:
para r = Ri Mr = 0
para r = Re Mr = 0 5.76
Placas Circulares 5.27
para r = Re ω = 0
Estas condições dão origem ao sistema de equações:
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) πνπννν 8/P14/R/RnP1RC1D2/C1D ei2i21 −++=−−+
( ) ( ) ( ) πννν 8/P1RC1D2/C1D 2e21 −=−−+
0C4/RCD8/RP 32e1
2e =+−− π 5.77
As constantes C1, C2, e C3 obtidas, por resolução do sistema de equações anterior,
são:
D4/RR
nRR
R211PC
e
i2i
2e
2i
1 πνν
−
−+−
=
( )( ) e
i2i
2e
2i
2e
2 RR
nRR
RR.
D41P1C
−−+
−=πν
ν 5.78
−
−+−
+=e
i2i
2e
2i
2e
3 RRn
RRR
11
211
D8RP
Cνν
π
As equações da deformada ω e do momento flector Mr são respectivamente:
+
−
−+−
−
−=
e
i2i
2e
2i
2
e
2
RRn
RRR2
11
D16Pr1
Rrn
D8Pr
νν
ππω
( )( ) +
−−
++
ee
i2i
2e
2i
2e
Rrn.
RR
n.RR
RRD41
P1πν
ν
( )( )
−
−+−
++e
i2i
2e
2i
2e
RRn
RRR
11
211
D8RP
νν
π 5.79
Placas Circulares 5.28
( )( )
−+
−+
=i
e2
2i
2e
i
2i
e2e2
i2e
r RR
nr
RRRrnR
rR
nRRR4P1M
πν
O deslocamento transversal ω no contorno interior é dado por:
( )
−−
++
−++
= 2i
2e
ie22
e2i
2i
2e
2i
i RRR/RnR
11
21
RRR
13
81
D2RP
νν
νν
πω 5.80
e a inclinação no contorno interior é:
−+
+−
++−
−−=
= νν
νν
πω
11
RR
1RR
nRR
R2
111
RR
n2D8
RPdrd
2i
2e
e
i2i
2e
2i
e
ii
Rr i
5.81
A inclinação para r = Re determina-se a partir da equação da deformada 5.79 derivando em
ordem a r e fazendo r = Re.
3.5.3 Placa Anular Uniformemente Carregada
A placa anular representada na figura 3.16 está submetida a uma carga
uniformemente distribuída e está simplesmente apoiada ao longo do contorno exterior, as
condições de fronteira são:
para r = Re ω = 0
para r = Re Mr = 0
para r = Ri Mr = 0
O esforço transverso T é:
T = pr/2 + P/2π r 5.82
Placas Circulares 5.29
p
Ri
Re
Figura 5.16: Placa Anular Uniformemente Carregada.
onde P = -p π 2iR
A equação de equilíbrio toma portanto a forma seguinte:
+=
r2P
2pr
D1
drdr
drd
r1
drd
πω 5.83
Integrando obtêm-se:
−−−+=
rC
2rC
8Prrn
4Pr
16pr
D1
drd 2
1
3
ππω 5.84
ω = 1D
pr4
64 + Pr2
8πln r - 1 - C1
r2
4 - C2 ln r + C3
O momento flector Mr é:
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 221
2
r rC1D
2C1D
8P1rn
4P1
16pr3M νν
πν
πνν −−++−−+−+−= 5.85
As constantes C1, C2 e C3, determinam-se a partir do sistema de equações seguinte:
Placas Circulares 5.30
( ) ( ) ( ) ( ) ( )π
πν
ππ
νννν8
Rp1Rn4
Rp116Rp
3RC1D
2C1D
2i
e
2i
2e
2e
21 −−+−+=−−+
( ) ( ) ( ) ( ) ( )π
πν
ππ
νννν8
Rp1Rn4
Rp116Rp3
RC1D
2C1D
2i
i
2i
2i
2i
21 −−+−+=−−+
( ) 0CRnC4
RC1Rn
8Rp
64Rp
D1
3e2
2e
1e
4e
4e =+−−
−+
π 5.86
As constantes C1 e C2, são:
( )D
R4p
11
RR
RnRRnRD2Rp
RRD8p
13C
2i
2i
2e
i2ie
2e
2i2
i2e1 υ+
υ−−
−
−−+
υ+υ+
=
2i
2e
ie2i
2e
2i
2i
2e
2RR
R/RnRRD4Rp
11
D16RRp
13C
−υ−υ+
−υ+υ+
= 5.87
e a constante C3, é:
( )
−+−+= 1Rn
8Rp
64Rp
D1RnC
4R
CC e
2e
2e
e2
2e
13 π 5.88
Substituindo as constantes C1, C2 e C3 nas expressões 5.84 e 5.85, obtém-se as
equações da deformada, inclinação e momento flector Mr.
5.5.4 Placa Encastrada no Bordo Interior
A placa representada na figura 5.17 está submetida a uma carga P sob a acção da qual
se geram os momentos de reacção Mi ao longo do contorno interior da placa.
O problema reduz-se à consideração de uma placa anular simplesmente apoiada ao
longo do contorno exterior e submetida a uma distribuição do momento Mi ao longo do
contorno interior, caso 5.5.1 com Me = 0, e a uma carga uniformemente distribuída ao
longo do contorno interior de resultante P. Os momentos de reacção Mi que são
Placas Circulares 5.31
desconhecidas, determinam-se tendo em conta que na secção de encastramento a inclinação
dω/dr é nula.
P
Re
Ri
Mi
Figura 5.17: Placa Encastrada no Bordo Interior.
A inclinação devida à existência da carga P uniformemente distribuída ao longo do
contorno interior é:
−+
+−
++−
−−=νν
νν
πω
11.
RR
1RR
nRR
R2111
RR
n2D8
Rpdrd
2i
2e
e
i2i
2e
2i
e
ii 5.89
e a inclinação produzida pelo momento Mi é:
( ) ( )2i
2e2
e
i
ii
2e
2i RR1D/
RR
11
R1MRR
drd
−−
+−
+= νννω 5.90
Somando as duas inclinações e igualando a zero, obtém-se:
( )( ) ( )
++
−−
−++
=i
e2i
2e
2i
2e
2i
2e
i RR
nRR
121RR
1.1
RR
14
PM νν
ννπ
5.91
Placas Circulares 5.32
Conhecido o momento de reacção Mi, a deformada obtém-se por aplicação do
Princípio da Sobreposição de efeitos, sobrepondo os efeitos do caso 3.5.2 (carga P) e do
caso 5.5.1. (carga Mi).
5.6 Placa Carregada ao Longo de uma Circunferência Concêntrica Com a Placa
5.6.1 Placa Simplesmente Apoiada
A placa representada na figura 5.18 está submetida a uma carga uniformemente
repartida, ao longo da secção cilíndrica do raio r = Ri, To. A placa em questão pode ser
estudada por sobreposição de efeitos, considerando os dois casos seguintes:
1 - Placa circular de raio Ri submetida a uma distribuição uniforme de momento M, caso
5.5.1 com Mi = 0 e Re = Ri.
2 - Placa anular de raio exterior Re e interior Ri submetida a uma carga uniformemente
distribuída, To ao longo do contorno interior e a uma distribuição uniforme de
momento M, sobreposição dos casos 5.5.1 e 5.5.2.
O esforço cortante numa secção cilíndrica tal que r > Ri é:
T = P / 2 π r
onde P = 2 π Ri To. Numa secção tal que r < Ri é:
T = 0
O momento Mi, determina-se atendendo a que a placa é contínua, portanto a inclinação
devida à existência dos momentos Mi no caso 1, para r = Ri deve ser igual à inclinação
devida a To e Mi, no caso 2, para R = Ri.
A inclinação no caso 1) é dada pela expressão 3.68 sendo Ri = 0, Re = Ri, Me = Mi e Mi =0,
ou seja:
Placas Circulares 5.33
T0T0
Ri
Re
Figura 5.18: Placa Simplesmente Apoiada.
( )( ) ( )νω +−== 1D/RMdr/d ii1
Rr i 5.94
A inclinação no caso 2) é dada pela expressão
( )( )
( ) ( ) +
+−
+−−
== 2e
i
i2i
2e
i2i
2e2
Rr RR
11
R1
RR1DMRR
dr/d1 ν
νν
ω
−+
+−
++−
−−+νν
νν
π 11
RR
1RR
nRR
R2111
RR
n2D8
RP2i
2e
e
i2i
2e
2i
e
ii 5.95
Igualando as inclinações 5.94 e 5.95 e resolvendo em ordem a Mi:
( ) ( ) ( ) ( )π
νπ
ν4
R/Rn1PR8
RR1PM ei
2e
2i
2e
i+
−−−
= 5.96
O deslocamento transversal em secções cujo raio seja r > Ri, é:
( ) ( )
++
−+−
+−=e
22i2
e
2i
2e22
e RrnrR
RRR
11
211rR
D8P
νν
πω 5.97
Placas Circulares 5.34
O deslocamento transversal em secções cujo raio seja r < Ri, é:
( ) ( ) ( ) ( )( )
+
−−−−++= 2
e
22e2
i2e
e
i22i R12
r1R3RR
RR
nrRD8
Pν
ννπ
ω 5.98
Os momentos Mr são agora facilmente determinados recorrendo às expressões 5.97,
5.98 e 5.14.
5.6.2 Placa Encastrada
A placa representada na figura 5.19 a) está submetida a uma carga uniformemente
distribuída ao longo de uma secção cilíndrica de raio r = Ri , a equação da deformada pode
obter-se por sobreposição de efeitos considerando os dois casos seguintes:
1 - Placa simplesmente apoiada ao longo do contorno exterior e submetida a uma carga
uniformemente distribuída T0 ao longo da secção r = Ri. Caso 5.61 que corresponde à
figura 5.14 b).
2 - Placa simplesmente apoiada submetida a uma distribuição uniforme de momentos Me,
como se representa na figura 5.14 c), ao longo do contorno exterior, caso 5.5.1 com o
momento Mi = 0 e com o raio interior Ri = 0.
A distribuição uniforme de momentos, Me, ao longo do contorno exterior determina-
se atendendo a que a inclinação no bordo exterior deve ser nula pelo facto da placa ser
encastrada.
A inclinação no caso 1) é:
( )
e
2i
2e
1
Rr RRR
11
D4P
drd
e
−+
−=
= νπω 5.99
Placas Circulares 5.35
=
= +
T0T0
T0 T0
Ri
Ri
Re
Re
Me
Me
Figura 5.19: Placa Encastrada.
A inclinação no caso 2) é:
( )
( )νω
+=
= 1DRM
drd ee
2
Rr e
5.100
somando e igualando a zero, obtém-se:
2e
2i
2e
e RRR
4PM
−=
π 5.101
onde P = 2 π Ri T0
O deslocamento transversal para r < Ri, é:
( ) ( ) ( )
−+++= 2
e
2i
2e
22e
e
i22i R2
RRrRRR
nrRD8
Pπ
ω 5.102
Placas Circulares 5.36
e para r > Ri é:
( ) ( )
++
+−=
e
22i2
e
2i
2e22
e RrnrR
R2RR
rRD8
Pπ
ω 5.103
A inclinação e o momento-flector são facilmente obtidos a partir das expressões
5.102 e 5.103 e 5.14
5.7 Placas submetidas a uma carga uniformemente distribuída num circulo
concêntrico com o contorno exterior da placa
5.7.1 Placa simplesmente apoiada
A placa representada na figura 5.20 está submetida a uma carga uniformemente
distribuída num círculo de raio Ri. Esta solicitação pode considerar-se como uma infinidade
de cargas distribuídas ao longo de secções cilíndricas de raio x, variável entre 0 e Ri,
secções essas concêntricas com o contorno exterior da placa.
O deslocamento transversal ω (r), no interior de uma secção cilíndrica de raio Ri = x,
provocado por uma carga uniformemente distribuída ao longo de uma secção cilíndrica de
raio x, é:
( ) ( ) ( ) ( )( )
+
−−+−++= 2
e
22e22
ee
22
R12r1R3
xRRxnrx
D8P
ννν
πω 5.104
No caso de P ser as resultante das cargas distribuídas ao longo de um elemento
infinitesimal dx a expressão anterior transforma-se em:
( ) ( ) ( ) ( )( )
+
−−+−++= 2
e
22e22
ee
22
R12r1R3
xRRxnrx
D8dxpx2
υυυ
ππ
ω 5.105
Placas Circulares 5.37
xdx
Ri
Re
Figura 5.20: Placa com carga concêntrica e simplesmente apoiada.
O deslocamento transversal total obtém-se por integração do deslocamento
transversal para a placa sujeita a uma carga na secção cilíndrica de raio r = x, isto é, para ω
definido pela expressão 5.105, considerando x a variar entre 0 e Ri admitindo que r é
constante, ou seja:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) dx
R12r1R3
xRRxnrxx
D4pr 2
e
22e22
ee
22iR0
+
−−+−++∫=
υυυ
ω 5.106
integrando obtém-se:
( ) ( ) ( ) ( ) ( )( )
−−
+
−−+−++= r4
RR12
r1R3rR2
Rrnr2R
D16Rp
r 22i
2e
22e22
ee
22i
2i
ν
ννω 5.107
Para r = 0, obtém-se o deslocamento transversal máximo que é:
Placas Circulares 5.38
( )
+
+−+
++
= 2i
e
i2i
2e
2i
máx R14
37RRnRR
13
D16Rp
νν
νν
ω 5.108
A deformada para pontos exteriores à secção cilíndrica de raio Ri, isto é, para r > Ri,
obtém-se de modo análogo recorrendo à expressão 5.97, substituindo Ri, por x e P pela
resultante das cargas actuando num elemento infinitesimal dx e integrando, considerando x
a variar entre 0 e Ri sendo r constante. Este deslocamento transversal é:
( ) ( )
−+
−−++−
++
= 2e
22e
i
2i
i
222e
2i
RrR
121
RrnR
Rrnr2rR
13
D16Rp
νν
νν
ω 5.109
O deslocamento máximo ocorre no centro da placa e é:
( ) ( )
−−++= 2
e
2i
i
e2i
máx R4R11
RR
n14Rp υ
υω 5.110
Os momentos, Mr para r > Ri são:
( ) ( )
−
−+
+= 2
e2
4ie
2i
r R1
r1
16Rp1
rR
n4
Rp1M
νν 5.111
As expressões acabadas de obter são válidas para valores Ri superiores a n vezes a
espessura da placa e. Um valor aceitável para n é o valor 5. No caso de Ri < n e a carga
deve considerar-se como sendo uma carga concentrada.
5.7.2 Placa Encastrada
A determinação da deformada pode ser feita do mesmo modo que no caso anterior
recorrendo às expressões definidas em 5.6.2, tendo em conta as notações na figura 5.2.1.
Placas Circulares 5.39
p
Ri
Re
Figura 5.21: Placa Encastrada.
O deslocamento transversal para pontos no interior da secção cilíndrica de raio r =
Ri, é:
( ) ( ) ( )dxx
R2xRrR
Rxnrx
D4p
2e
22e
22e
e
22R0
i
−+++∫=ω 5.112
ou seja:
( ) ( ) ( )
−++−−+= 2
e
2i
2e
22e2
2i
e
i22i
2i
R2RR2rR
r4
RRR
nr2RD16
Rpω 5.113
O deslocamento transversal máximo ocorre para r = 0 e vem dado por:
+−= 2
e
2i
e
i2i
2i
máx R4R3
RR
nRD16
Rpω 5.114
Para pontos da placa exteriores à secção cilíndrica de raio r = Ri, a deformada obtém-
se do seguinte modo:
( ) ( ) dxxRrnrx
R2xR
rRD4p
e
222e
22e22
eR0
i
++
+−∫=ω 5.115
Placas Circulares 5.40
ou seja:
( ) ( ) ( )
++
+−=
e
22i2
e
2i
2e
22e
2i
Rrnr2R
R2RR2rR
D16Rp
ω 5.116
A determinação dos momentos flectores Mr e Mθ faz-se recorrendo às expressões
5.14 e 5.113 para pontos no interior da secção cilíndrica r = Ri e às expressões 5.14 e 5.116
para pontos exteriores a essa secção.
Para pontos exteriores à secção cilíndrica de raio r = Ri, os momentos flectores Mr e
Mθ são:
( ) ( ) ( )
−−+−−+
++= υννν 26
Rrn44
rR
1R
RR21
16Rp
Me
2
2i
2e
2i
2e
2i
r
( ) ( ) ( )
−−−−
+−+
++= 26
Rrn44
rr2R
1R
RR21
16Rp
Me
2
22i
2e
2i
2e
2i ννννθ
As expressões acabadas de obter só são válidas no caso de o raio Ri ser
suficientemente elevado para não se poder considerar a carga como concentrada.
Placas Circulares 5.41
Problemas
1 - Considere a placa representada na figura seguinte e determine uma expressão para o
momento-flector Mr, no ponto A da placa circular.
br
a
p
A
2 - Considere a placa circular representada na figura de raio exterior b e simplesmente
apoiada ao longo da secção de raio a. Determine:
a) A expressão ou expressões da deformada.
b) O momento radial no centro da placa.
p
a
b
3. Considere a placa simplesmente apoiada ao longo do contorno exterior sujeita a uma
distribuição de carga ar
pp 0= , como se representa na figura, e determine:
a)A expressão da Deformada
b)Os momentos flectores MeMr θ .
Placas Circulares 5.42
R
p
4. Considere a placa encastrada ao longo do contorno exterior sujeita a uma distribuição de
carga
=
ar
pp2
0 , como se representa na figura, e determine:
a)A expressão da Deformada
b)Os momentos flectores MeMr θ .
R
5. Considere a placa circular anular simplesmente apoiada ao longo do contorno exterior
sujeita a uma distribuição de carga RR
rp
RRRpp
ie0
ie
e0 −
−−
= , como se representa na
figura, e determine:
a)A expressão da Deformada