CAPORUSSO, D; MATIAS, L.F. Áreas Verdes Urbanas-Avaliação e Proposta Conceitual. Simpósio de...

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CAPORUSSO, D. & MATIAS, L.F. Áreas verdes urbanas: avaliação e proposta conceitual 1° SIMPGEO/SP, Rio Claro, 2008 ISBN: 978-85-88454-15-6 71 ÁREAS VERDES URBANAS: AVALIAÇÃO E PROPOSTA CONCEITUAL Danúbia Caporusso 1 Lindon Fonseca Matias 2 RESUMO O interesse pelo desenvolvimento de novas práticas e reflexões dos diferentes campos do saber relacionados ao planejamento urbano e ambiental têm sido evidenciado pelo elevado número de pesquisas e estudos científicos realizados na atualidade. Muitos destes estudos têm considerado a vegetação como importante indicador da qualidade ambiental urbana. O presente artigo pretende contribuir para os estudos geográficos relacionados ao planejamento urbano com a proposição da adequação do termo áreas verde urbanas. Acredita-se que a padronização deste conceito pode contribuir diretamente para o entendimento de sua importância e função no espaço urbano. ABSTRACT The interest in developing news practices and reflections of the different fields of the knowledge related to environmental and urban planning have been evidenced by the large number of researches and scientific studies nowadays. Many of these studies consider the vegetation as an important indicator of urban environmental quality. This article aims to contribute to the studies related urban planning with proposition of appropriateness of the term urban green areas. It is believed that the standardization of this concept can contribute directly to the understanding of its importance and function in urban space. INTRODUÇÃO A partir da década de 70 as cidades brasileiras sofreram intensas transformações. O rápido crescimento e a carência de políticas eficazes de ordenação do desenvolvimento das cidades estão relacionados, na maioria das vezes, às inúmeras conseqüências da urbanização. A busca pela compreensão da diversidade dos aspectos do espaço urbano, relacionados às suas dimensões físico-territoriais e seus habitantes tornou-se uma preocupação para o planejamento e gestão urbana. Neste sentido, as discussões relacionadas à qualidade ambiental urbana têm sido 1 Mestranda em Geografia - UNICAMP 2 Professor Doutor - Departamento de Geografia / Instituto de Geociências - UNICAMP

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    1 SIMPGEO/SP, Rio Claro, 2008 ISBN: 978-85-88454-15-6

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    REAS VERDES URBANAS: AVALIAO E PROPOSTA CONCEITUAL

    Danbia Caporusso1 Lindon Fonseca Matias2

    RESUMO O interesse pelo desenvolvimento de novas prticas e reflexes dos diferentes campos do saber relacionados ao planejamento urbano e ambiental tm sido evidenciado pelo elevado nmero de pesquisas e estudos cientficos realizados na atualidade. Muitos destes estudos tm considerado a vegetao como importante indicador da qualidade ambiental urbana. O presente artigo pretende contribuir para os estudos geogrficos relacionados ao planejamento urbano com a proposio da adequao do termo reas verde urbanas. Acredita-se que a padronizao deste conceito pode contribuir diretamente para o entendimento de sua importncia e funo no espao urbano.

    ABSTRACT The interest in developing news practices and reflections of the different fields of the knowledge related to environmental and urban planning have been evidenced by the large number of researches and scientific studies nowadays. Many of these studies consider the vegetation as an important indicator of urban environmental quality. This article aims to contribute to the studies related urban planning with proposition of appropriateness of the term urban green areas. It is believed that the standardization of this concept can contribute directly to the understanding of its importance and function in urban space.

    INTRODUO

    A partir da dcada de 70 as cidades brasileiras sofreram intensas transformaes. O rpido crescimento e a carncia de polticas eficazes de ordenao do

    desenvolvimento das cidades esto relacionados, na maioria das vezes, s inmeras conseqncias da urbanizao. A busca pela compreenso da diversidade dos aspectos do espao urbano, relacionados s suas dimenses fsico-territoriais e seus habitantes tornou-se uma preocupao para o planejamento e gesto urbana. Neste sentido, as discusses relacionadas qualidade ambiental urbana tm sido

    1 Mestranda em Geografia - UNICAMP 2 Professor Doutor - Departamento de Geografia / Instituto de Geocincias - UNICAMP

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    constantes no Brasil e em todo o mundo. Os trabalhos desenvolvidos, desde as ltimas dcadas do sculo passado at os dias atuais, buscam contribuir com os avanos relacionados temtica tanto na dimenso terica como emprica. Dentre estes, muitos consideram a vegetao como importante indicador de qualidade ambiental urbana, no

    entanto h divergncias conceituais entre os pesquisadores, pois nota-se que termos como reas verdes, espaos livre, reas de lazer, por exemplo, so utilizados

    indistintamente como sinnimos para referncia presena de reas verdes. Embora no haja uma definio consensual, o termo mais utilizado para designar a vegetao urbana reas verdes. O problema da falta do consenso sobre esta terminologia se reflete, entre outras coisas, nas tentativas de comparaes entre os

    diferentes ndices de reas verdes (IAV), obtidos por meio do emprego de diferentes metodologias para diferentes cidades.

    A necessidade de reflexo sobre o conceito e o significado das reas verdes urbanas surgiu no desenvolvimento de uma pesquisa de ps-graduao que se remete anlise espacial das reas verdes como indicador para mapeamento da qualidade ambiental urbana em Paulnia-SP. Neste estudo considera-se que uma anlise

    relacionada aos aspectos quantitativos e qualitativos das reas verdes e de suas situaes no ambiente urbano de fundamental importncia para que se possa realizar um

    planejamento urbano e ambiental condizente com a realidade e a necessidade da populao paulinense.

    O presente artigo procura contribuir para as reflexes terico-metodolgicas relacionadas ao planejamento urbano com uma organizao conceitual e com a proposio da adequao do termo reas verde urbanas.

    A URBANIZAO E AS REAS VERDES

    Atualmente, com a artificializao da vida humana o homem vem se

    distanciando cada vez mais da natureza (SANTOS, 1996). Embora ele tenha se beneficiado das oportunidades culturais e sociais h um constante conflito no

    desenvolvimento das cidades, pois a qualidade do ambiente urbanizado tem se deteriorado devido poluio atmosfrica, e das guas, produo de lixo, aos congestionamentos, aos rudos, s alteraes do microclima, destruio do solo, s inundaes, falta de espaos livres pblicos e de vegetao, dentre uma gama de

    danos que possuem escalas que vo do local ao regional. A partir da urbanizao, o

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    meio natural substitudo por centros de concentrao humana, onde o espao est organizado para permitir a sobrevivncia do homem. Conforme Santos (1981), as cidades formam uma rugosidade prpria no espao, interferindo na qualidade do ambiente local e at mesmo no regional.

    No Brasil a falta de polticas de ordenao para o crescimento das cidades tem contribudo para a degradao da qualidade ambiental e de vida da populao,

    principalmente naquelas onde a aglomerao humana e de atividades j assumiu certo porte. Segundo Morero et al (2007):

    [...] apesar do conhecimento acadmico da importncia das reas verdes urbanas, h uma tendncia de se economizar espaos para o lazer, principalmente nas zonas urbanas mais pobres e, como conseqncia, pode-se causar a deteriorao da qualidade de vida dos habitantes. (p. 19)

    Embora se acredite na importncia da existncia e manuteno das reas verdes

    urbanas, o que se constata com grande freqncia que essas reas no tm apresentado crescimento proporcional e com a mesma intensidade em que se d o crescimento

    populacional nas cidades. Na histria das cidades brasileiras as reas verdes sempre se apresentaram como uma expresso do desenho paisagstico e das caractersticas locais como, por exemplo, os jardins botnicos do Rio de Janeiro, de Porto Alegre, Braslia, So Paulo, entre outras cidades (VIEIRA, 2004).

    Mendona (1994) salienta que, a falta de planejamento na orientao do desenvolvimento das cidades no Brasil gerou ambientes urbanos com elevados nveis de

    degradao, no somente porque o planejamento urbano no consegue alcanar o rpido processo de urbanizao, mas tambm porque se observa um desinteresse poltico para a criao e implementao de mecanismos de combate ao declnio da qualidade de vida no ambiente urbano.

    A cidade de Paulnia se insere no contexto de degradao ambiental das cidades brasileiras. Por conta da instalao de um amplo parque industrial e plo petroqumico a

    cidade experimentou uma fase de crescimento tanto econmico quanto populacional, alavancado pela modernizao e conseqente crescimento dos setores industrial, agroindustrial e de servios. Stacciarini (2002) constatou que nos ltimos 30 anos as reas agrcolas em Paulnia sofreram uma intensa diminuio, dando lugar ao desenvolvimento industrial e urbano. Conforme Matias et al. (2008), a rea urbana de Paulnia passou de 0,26 km2, em 1964, para 49 km2 em 2007. Tal mudana implica num intenso processo de transformaes de uso da terra. Para os autores, essas

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    transformaes esto ocorrendo sem uma poltica pblica de planejamento e gesto eficiente para a ocupao do territrio, o que tem gerado uma srie de problemas de ordem scio-ambiental decorrentes do processo de apropriao desigual do espao geogrfico por meio das formas atuais de uso da terra. (s/p.)

    REAS VERDES URBANAS: AVALIAO CONCEITUAL Conforme Nucci (2001), um atributo muito importante, porm negligenciado no

    desenvolvimento das cidades, o da cobertura vegetal, pois alm de todas as necessidades que o ser humano tem em relao vegetao importante lembrar que as cidades esto cada vez mais poludas; e esta poluio, principalmente no ar e nos rios,

    pode ser reduzida substancialmente preservando-se a vegetao local. Os termos reas verdes, espaos/reas livres, arborizao urbana, verde urbano,

    tm sido freqentemente utilizados no meio cientfico com o mesmo significado para designar a vegetao intra-urbana. No entanto, pode-se considerar que a maioria destes termos no so sinnimos, e no se referem aos mesmos elementos.

    Considerando a complexidade e a falta de consenso relacionado s definies, s

    diferentes classificaes e tcnicas empregadas para o mapeamento e para a elaborao de ndices de reas verdes, foi realizado um levantamento bibliogrfico com o objetivo de estabelecer uma definio adequada para o termo reas verdes e promover uma reflexo sobre a influncia dessas reas no ambiente urbano.

    Cavalheiro & Del Picchia (1992) consideram que, do ponto de vista conceitual, uma rea verde sempre um espao livre e que o termo espao livre deveria ser preferido ao invs de reas verdes, pois segundo os autores um termo mais abrangente que inclui ainda as guas superficiais. Para eles,

    Os espaos livres desempenham basicamente papel ecolgico, no amplo sentido, de integrador de espaos diferentes, baseando-se, tanto no enfoque esttico, como ecolgico e de oferta de reas para o desempenho de lazer ao ar livre. (CAVALHEIRO & DEL PICCHIA, 1992, p. 31).

    Para Geiser et al. (1975) apud Cavalheiro & Del Picchia (1992), as reas verdes so [...] reas com vegetao fazendo parte dos equipamentos urbanos, parques, jardins, cemitrios existentes, reas de pequenos jardins, alamedas, bosques, praas de esportes, play-grounds, play-lots, balnerios, camping e margens de rios e lagos (p. 30). Estas duas definies j seriam necessrias para explicitar a complexidade da

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    temtica. Os primeiros autores no deixam claro se as reas verdes devem ou no ser constitudas por vegetao, enquanto os ltimos no mencionam o porte de vegetao que deveria ser predominante nestas reas (arbrea, arbustiva, rasteira). Questionamentos parecidos podem ser levantados para Toledo & Santos (2008), que consideram que as reas verdes tm papel fundamental na qualidade de vida da populao e so espaos destinados preservao ou implantao de vegetao ou ao

    lazer pblico; e para Hardt (1994) apud Hulsmeyer & Souza (2007), que considera que as reas verdes devem ser reas livres na cidade e que apresentam caractersticas predominantemente naturais, independentemente do porte da vegetao. Os primeiros autores no esclarecem se as reas verdes, quando destinadas ao lazer pblico, devem

    ser constitudas predominantemente por vegetao. J os segundos consideram como tal quaisquer reas que apresente vegetao, sendo independente o porte.

    Contrrios a esta idia, Moreiro et al. (2007) entendem que:

    [...] as reas verdes englobam locais onde predominam a vegetao arbrea, praas, jardins e parques, e sua distribuio deve servir a toda populao, sem privilegiar qualquer classe social e atingir as necessidades reais e os anseios para o lazer, devendo ainda estar de acordo com sua estrutura e formao (como idade, educao, nvel scio-econmico). (p. 20) [sem itlico no original]

    Outra questo relacionada s concepes anteriores com relao propriedade destas reas. Elas devem ser de propriedade pblica ou privada? Dematt (1997) apud Toledo & Santos (2007) emprega a expresso reas verdes a diversos tipos de espaos urbanos que podem ser pblicos ou particulares e so abertos, acessveis e relacionados com sade e recreao. Lima et al. (1994) consideram que necessrio um esforo para que os termos utilizados para classificao da vegetao urbana sejam discutidos de forma convergente. Para eles, espao livre um termo mais abrangente que reas verdes, e admitem que entre os espaos livres tem-se:

    rea verde: onde h o predomnio de vegetao arbrea. Devem ser consideradas as praas, os jardins pblicos e os parques urbanos, alm dos canteiros centrais e trevos de vias pblicas, que tem apenas funes estticas e ecolgicas. Porm, as rvores que acompanham o leito das vias pblicas no se incluem nesta categoria. Os autores apontam que as reas verdes, assim como todo espao livre, devem tambm ser hierarquizadas, segundo

    sua tipologia (privadas, potencialmente coletivas e pblicas) e categorias.

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    Parque Urbano: so reas verdes, maiores que as praas e jardins, com funo ecolgica, esttica e de lazer.

    Praa: pode no ser considerada uma rea verde caso no tenha vegetao e seja impermeabilizada. Quando apresentar vegetao considerada jardim, e como rea verde sua funo principal de lazer.

    Arborizao Urbana: so os elementos vegetais de porte arbreo tais como rvores e outros no ambiente urbano.

    Neste sentido, o sistema de reas verdes entendido como integrante do sistema de espaos livres. Esta idia sustentada tambm por Nucci (2001) que denomina estas reas como um subsistema do sistema de espaos livres e que devem fornecer possibilidade de lazer populao.

    De acordo com este entendimento e considerando as reas verdes como uma categoria dos espaos livres de construo, Mazzei et al. (2007) ressaltam que estes termos no so sinnimos e que o planejamento das reas verdes visa atender a demanda da comunidade urbana por espaos abertos que possibilitem a recreao, o

    lazer e a conservao da natureza (p.35). Em suas concepes,

    [...] as reas verdes no so necessariamente voltadas para recreao e lazer objetivos bsicos dos espaos livres, porm devem ser dotadas de infra-estrutura e equipamentos para oferecer opes de lazer e recreao s diferentes faixas etrias, a pequenas distncias da moradia (que possam ser percorridas a p). (MAZZEI et al., 2007, p. 39)

    Um aspecto importante, porm negligenciado nas definies expostas anteriormente, est relacionado permeabilidade das reas verdes. Hardt (1994), citado por Huksmeyer & Souza (2007), considera que a permeabilidade do solo em reas urbanas est normalmente relacionada aos espaos naturais, demonstrando, na maioria

    das vezes, melhoria na qualidade ambiental. Muitas das reas permeveis tambm so espaos livres pblicos.

    Em 2006, Guzzo ressaltou, em uma publicao da Sociedade Brasileira de Arborizao, a importncia das reas verdes serem compostas predominantemente por vegetao arbrea e solo permevel. Segundo ele uma rea verde deve ser constituda por pelo menos 70% do seu espao por reas vegetadas com solo permevel

    (GUZZO, 2006, p. 21). Anteriormente, Henk-Oliveira j havia considerado a questo da permeabilidade do solo nas reas verdes. Para ele o conceito de reas verdes, para ser

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    completo, necessita descrever suas estruturas e enfatizar, sobretudo, a importncia que elas tm em termos de suas funes (ecolgicas, estticas, econmicas e sociais). Em seu trabalho o autor definiu essas reas como:

    [...] reas permeveis (sinnimos de reas livres [de construo]), pblicas ou no, com cobertura vegetal predominantemente arbrea ou arbustiva (excluindo-se as rvores no leito das vias pblicas) que apresentem funes potenciais capazes de proporcionar um microclima distinto no meio urbano em relao luminosidade, temperatura e outros parmetros associados ao bem-estar humano (funes de lazer); com significado ecolgico em termos de estabilidade geomorfolgica e amenizao da poluio e que suporte uma fauna urbana, principalmente aves, insetos e fauna do solo (funes ecolgicas); representando tambm elementos esteticamente marcantes na paisagem (funo esttica), independentemente da acessibilidade a grupos humanos ou da existncia de estruturas culturais como edificaes, trilhas, iluminao eltrica, arruamento ou equipamentos afins; as funes ecolgicas, sociais e estticas podero redundar entre si ou em benefcios financeiros ( HENK-OLIVEIRA ,1996, p. 17)

    Funes das reas verdes A manuteno das reas verdes urbanas sempre foi justificada pelo seu potencial em propiciar qualidade ambiental populao. Ela interfere diretamente na qualidade de vida dos seres por meio das funes sociais, ecolgicas, estticas e educativas, que elas exercem para amenizao das conseqncias negativas da urbanizao.

    Diversos autores, dentre eles Cavalheiro & Del Picchia (1992), Lima et al. (1994), Henk-Oliveira (1996), Nucci (2001), Vieira (2004), Toledo & Santos (2008), citam vrios benefcios que as reas verdes podem trazer ao homem nas cidades, como: controle da poluio do ar e acstica, aumento do conforto ambiental, estabilizao de superfcies por meio da fixao do solo pelas razes das plantas, abrigo fauna, equilbrio do ndice de umidade no ar, proteo das nascentes e dos mananciais,

    organizao e composio de espaos no desenvolvimento das atividades humanas, valorizao visual e ornamental do ambiente, recreao, diversificao da paisagem

    construda. A vegetao tem efeitos diretos sobre a sade mental e fsica da populao. Henk-Oliveira (1996) salienta ainda que estes elementos contribuem para valorizao de reas para convvio social, valorizao econmica das propriedades e para a formao de uma memria e do patrimnio cultural. Para Milano (1990) apud Vieira (2004) a principal funo do sistema de reas verdes urbanas no deve ser apenas a criao de refgios para que as pessoas possam

    escapar da cidade. Alm disso, estas reas devem possibilitar populao momentos de lazer e recreao em contato com a natureza, respeitando sua vivncia urbana e

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    contato com outras pessoas. Neste sentido, Henk-Oliveira (1996) argumenta que o estilo de vida urbano e a estrutura cultural das cidades so elementos associados tendncia ao sedentarismo, aumentando a demanda por reas verdes e espaos para recreao. (p. 11) Vieira (2004) admite que as reas verdes tendem a assumir diferentes papis na sociedade e suas funes devem estar inter-relacionadas no ambiente urbano, de acordo

    com o tipo de uso a que se destinam (Figura 01).

    Figura 01. Funes das reas Verdes Fonte: Vieira (2004)

    Sendo assim, para ele, as funes destas reas estariam relacionadas : Funo Social: possibilidade de lazer que essas reas oferecem populao.

    Com relao a este aspecto, deve-se considerar a necessidade de

    hierarquizao.

    Funo Esttica: diversificao da paisagem construda e embelezamento da

    cidade. Relacionada a este aspecto deve ser ressaltada a importncia da vegetao.

    Funo ecolgica: provimento de melhorias no clima da cidade e na qualidade do ar, gua e solo, resultando no bem estar dos habitantes, devido presena da vegetao, do solo no impermeabilizado e de uma fauna mais diversificada nessas reas.

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    Funo Educativa: possibilidade oferecida por tais espaos como ambiente para o desenvolvimento de atividades educativas, extra-classe e de programas de educao ambiental.

    Funo Psicolgica: possibilidade de realizao de exerccios, de lazer e de recreao que funcionam como atividades anti-estresse e relaxamento, uma vez que as pessoas entram em contato com os elementos naturais dessas

    reas.

    importante salientar que a manuteno das reas verdes extremamente importante para que estas possam cumprir plenamente suas funes, sendo preciso considerar que elas devem estar devidamente conservadas.

    ndices de reas verdes

    Os elementos naturais intra-urbanos, especialmente a vegetao, so considerados, por diversos pesquisadores, como importantes indicadores para qualidade de vida e sade da populao. Na maioria dos trabalhos cientficos a tcnica utilizada

    para quantificao e avaliao da vegetao urbana tem sido a elaborao de ndices. O clculo desses ndices feito conforme os interesses das pesquisas e estudos

    aos quais estes so elaborados, o que representa, de certa forma, um problema ligado diretamente falta de consenso quanto s terminologias e classificaes da vegetao no ambiente urbano. Assim, ndices como: ndice de reas Verdes (IAV), de Arborizao Urbana (IAUrb), de Espaos Livres de Uso Pblico (IELUP), de Cobertura Vegetal em rea Urbana (ICVAU), de Verde por Habitante (IVH), podem ser entendidos, equivocadamente, por outros pesquisadores como sinnimos. O que gera medidas aparentemente iguais, mas utilizando elementos diferentes. Um dos indicadores mais utilizados o ndice de reas Verdes (IAV). Toledo & Santos (2008) consideram que em termos gerais, o ndice de reas verdes aquele que denota a quantidade de espaos livres de uso pblico, (em Km2) (quilmetro quadrado) ou m2 (metro quadrado) dividido pela quantidade de habitantes de uma cidade (p. 84).

    A falta de clareza e consenso para a definio das terminologias e as diferentes metodologias utilizadas para obteno do IAV pode induzir a falsas interpretaes e a um uso poltico incorreto dessas reas no ambiente urbano. Como conseqncia, esses ndices, desenvolvidos para auxiliar no monitoramento da vegetao, so expostos de

    diferentes formas por vrios pesquisadores, para diferentes localidades. As comparaes

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    entre os ndices so feitas tanto entre cidades brasileiras como entre estas e outras estrangeiras, as quais se desacompanhadas das devidas definies, podem ser um equvoco e permitir que os resultados de IAV de determinadas cidades sejam elevados devido contabilizao inadvertida de todos os espaos no construdos da cidade como

    reas verdes. Buscando melhor quantificar os espaos livres urbanos em Ribeiro Preto-SP,

    Guzzo (1999) utilizou trs diferentes ndices: ndice de Espaos Livres de uso pblicos (IELUP): expressa a rea de

    espaos livres urbanos de uso pblico, ou seja, as reas de praas, parques, sistemas de lazer e cemitrios (m2);

    ndice de Cobertura Vegetal em rea Urbana (ICVAU): representa a proporo (%) de rea coberta por vegetao em funo da rea total estudada. Abrange as reas pblicas e particulares;

    ndice de Verde por Habitante (IVH): expressa a quantidade de cobertura vegetal dividido pelo nmero de habitantes da localidade (m2/hab.).

    Nota-se que o autor no fez referncia ao termo reas verdes, portanto os

    ndices por ele calculados dizem respeito apenas aos espaos livres de uso pblico e cobertura vegetal urbana geral.

    importante lembrar, como fizeram Cavalheiro & Del Picchia (1992), que os ndices urbansticos para espaos livres no devem ser receitas a serem seguidas, mas devem servir como apoio cientfico para o planejamento. Os autores comentam ainda que em contato por escrito junto Organizao das Naes Unidas (ONU), Organizao Mundial da Sade (OMS) e Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao (FAO), no obtiveram confirmao do ndice de 12 m2 rea verde por habitante, difundido por vrios pesquisadores e arraigado no Brasil como recomendado por estas organizaes. Para Cavalheiro & Del Picchia (1992), este ndice refere-se to somente s necessidades de parque de bairro e distritais/setoriais, j que so os que, dentro da malha urbana, devem ser sempre pblicos e oferecerem possibilidade de lazer ao ar livre. (p. 33) O que se conhece para o Brasil, em termos de IAV, a recomendao do estabelecimento de metodologias que permitam obter o ndice mnimo 15m2/hab. de reas

    verdes destinadas recreao, elaborada em 1996 pela Sociedade Brasileira de Arborizao Urbana (SBAU) durante a assemblia de encerramento do VI Encontro Nacional sobre Arborizao Urbana (SBAU, 1996 apud GUZZO, 2006).

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    De forma geral, para o clculo do IAV a metodologia mais utilizada considera,

    onde:

    IAV= ndice de reas Verdes; AV = reas Verdes; H = N de habitantes. Este um tipo de clculo considerado simplificado, pois to somente o produto

    da diviso entre o somatrio das reas verdes e o nmero de habitantes, significando que esse ndice sempre dependente de fatores demogrficos. Nesta perspectiva, o IAV

    pode ser elevado em certas localidades no pela quantidade de reas verdes, mas pela menor quantidade populacional no local. Segundo Rosset (2005), em geral esses ndices expressam apenas uma informao quantitativa e no necessariamente o estado em que as reas verdes se

    encontram ou como esto sendo utilizadas, ou a distribuio das mesmas na rea urbana.

    Neste sentido, Nucci (2001) argumenta que:

    [...] s vezes a rea verde no apresenta condies de uso, portanto, aps a qualificao das reas verdes dever-se-ia recalcular o ndice e, assim, trabalhar com dois ndices: um indicando a quantidade total de reas verdes e outro indicando a quantidade de reas verdes utilizveis pela comunidade de acordo com as suas qualificaes. Sendo assim, na anlise de uma rea verde deve-se considerar no s a sua rea, mas tambm o ordenamento da vegetao que propiciam um isolamento da rea em relao aos transtornos da rua, o entorno, a acessibilidade, a porcentagem de rea permevel, as espcies vegetais naturais e as exticas, a densidade de vegetao, a altura da vegetao, a funo social, os equipamentos de recreao, telefonia, estacionamentos, bancos, sombras, trfego, manuteno, valor esttico, ecolgico, servios, iluminao, isolamento visual, sanitrios, avifauna, etc. (p. 80)

    Complementando a idia deste autor, Alvarez (2004) considera que usar um ndice de rea verde (IAV) como indicador de qualidade de vida, fundamentando-o apenas em quantidades, um primeiro passo para avaliao da questo ambiental. Limitar-se a isso, porm, implica em reducionismo. Rosset (2005) pontua que embora a metodologia mais utilizada para clculo do IAV seja o somatrio das reas verdes (m2) dividido pela populao da rea estudada,

    IAV = AV H

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    [...] um outro grupo de metodologia tem considerado o raio de influncia dos servios proporcionados pelas reas verdes no espao urbano, nas adjacncias das mesmas, possibilitando distribuir tais benefcios, adicionalmente, s reas vizinhas, sejam bairros, setores, distritos, etc. Este grupo de metodologia identifica uma figura geomtrica para cada rea verde na qual o seu benefcio quantificado em termos de Densidade de reas Verdes (DAV), como resultado direto da razo entre a superfcie da rea verde (m2) e a superfcie da rea de distribuio dos benefcios (km2). Numa etapa subseqente, o valor do DAV (m2/km2) dividido pela densidade populacional (hab/km2) resultando no valor de IAV (m2 rea verde/habitante). (ROSSET, 2005, p. 09).

    Normalmente para a anlise e seleo das reas verdes e para o clculo de IAV tem-se utilizado tcnicas de Geoprocessamento. Morero (1996) admite que os Sistemas de Informao Geogrfica (SIG) so teis na medida em que permitem o trabalho com grandes bancos de dados, e com a formulao de prognsticos, alm de permitir que os

    indicadores ambientais sejam revistos, interpretados e comunicados de forma prtica, clara e eficiente.

    De acordo com Liu (2006), os cientistas desenvolveram ndices de vegetao com aplicaes de Sensoriamento Remoto para monitorar e quantificar as condies da distribuio espacial da vegetao usando os dados digitais de refletncias em vrias faixas espectrais. O autor explica que geralmente a superfcie da vegetao absorve a

    radiao na faixa do visvel (Visible VIS de 0,4 a 0,7 m) e reflete na faixa do infravermelho prximo (Near Infrared NIR de 0,725 a 1,10 m). Nesse caso, o ndice de vegetao pode ser uma razo, diferena ou vrias combinaes entre os valores de refletncia de VIS e NIR. Um ndice de vegetao ideal deve ser sensvel vegetao, insensvel ao fundo do solo e no ter interferncias atmosfricas.

    Desde a dcada de 1970 vrios ndices de vegetao foram desenvolvidos com base na utilizao de dados captados por satlites. Naquela poca a maioria deles era baseado em dados obtidos pelo satlite Landsat. Posteriormente, nas dcadas seguintes,

    outros ndices foram elaborados com bases em dados de outros satlites e dados das faixas do infravermelho termal e microondas, deixando de serem restritos s refletncias das faixas VIS e NIR.

    Atualmente existem vrios ndices elaborados para auxiliar no monitoramento da

    vegetao. Alguns so comumente estudados como, por exemplo, o ndice de Vegetao da Diferena Normalizada (Normalized Difference Vegetation Index - NDVI).

    O NDVI calculado pela diferena de refletncia entre a faixa de NIR e a de VIS. Essa diferena normalizada pela diviso da soma das faixas de NIR e VIS (LIU,

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    2006). A equao geral do NDVI representada por,

    onde:

    NDVI = ndice de Vegetao da Diferena Normalizada; NIR = refletncia da faixa de infravermelho prximo; VIS = refletncia da faixa de visvel.

    No Brasil este ndice vem sendo utilizado em estudos acadmicos e cientficos

    desde a dcada de 90, em trabalhos como os de Escada (1992), Foresti & Hamburger (1997), Souza (2004). Recentemente outras tcnicas vm sendo desenvolvidas para a elaborao de ndices de vegetao a partir de dados digitais. Ghler et al. (2007) fizeram uso de uma tcnica padronizada de anlise de imagens para monitorar os tipos de vegetao a partir de dados obtidos com sensor de mxima resoluo HRSC-A (High Resolution Stereo Camera-Airborne). Os ndices de vegetao desenvolvidos permitiram a separao exata de vegetao e no vegetao, e a eliminao de reas sombreadas. Por meio de

    um limiar de altitude, utilizando um Modelo Digital de Superfcie (MDS), foi possvel diferenciar a vegetao alta e baixa. As informaes obtidas foram posteriormente trabalhadas com algoritmos de classificao. Os autores concluram que a classificao de dados digitais do scanner HRSC-A pode servir como uma base de dados confiveis e exatos, para um monitoramento duradouro (p. 257).

    CONSIDERAES FINAIS

    No presente artigo procurou-se evidenciar a complexidade da discusso sobre as

    reas verdes urbanas. Uma reviso conceitual deste tema foi vista como essencial para qualquer trabalho que venha discutir a presena e a importncia dessas reas no

    ambiente urbano. A necessidade de padronizao e adequao do conceito de reas verdes urbanas latente nos dias atuais, visto que o planejamento urbano precisa atender as necessidades da sociedade, que vive em ambientes cada vez mais artificiais, e evitar o

    declnio da qualidade de vida nas cidades.

    NDVI = (NIR-VIS) / (NIR+ VIS)

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    Diante do exposto, entende-se que um conceito adequado para reas verdes urbanas deve considerar que estas sejam uma categoria de espao livre urbano composta, predominantemente, por solo permevel e vegetao arbrea e arbustiva (inclusive pelas rvores no leito das vias pblicas, desde que estas atinjam um raio de influncia que as capacite a exercer as funes de uma rea verde), de acesso pblico ou no, e que exeram minimamente as funes ecolgicas, estticas e de lazer. Assim,

    alm de quantificadas, essas reas precisam ser qualificadas como tal. A dificuldade desta qualificao se encontra na valorao dos benefcios por elas trazidos, sejam valores ambientais, estticos, sociais ou financeiros.

    A elaborao dos ndices de reas verdes deve seguir esta mesma lgica. Alm

    de quantificados, esses espaos devem possuir um significado no ambiente urbano, ou seja, os ndices devem representar a quantidade de reas verdes reais que exercem funes significativas para a populao e no somente a dimenso da cobertura vegetal nas cidades.

    Como indicador de qualidade ambiental as reas verdes precisam ser consideradas ainda conforme sua distribuio e dimenso espacial para que o

    planejamento urbano e ambiental supra as necessidades das pessoas que habitam nas cidades atualmente e no apenas seja conduzido valorizao e preservao da vegetao no meio urbano como uma espcie de compromisso com as futuras geraes.

    A qualidade ambiental urbana dependente de processos socioambientais e est ligada ao conforto, em termos ecolgicos, biolgicos, econmicos, tipolgicos, tecnolgicos e estticos, no ambiente urbano. Seu estudo pressupe uma anlise cuidadosa de carter quanti-qualitativo. Acredita-se que um trabalho que aborde a questo da qualidade ambiental urbana deve apresentar especial ateno com a qualidade e a distribuio espacial das reas verdes.

    O mapeamento sistemtico, realizado com o aporte das geotecnologias, um importante instrumento para o entendimento da espacialidade dos elementos intra-

    urbanos. A espacializao dos tipos de uso da terra e dos valores de densidade demogrfica permite o entendimento das formas de ocupao da terra urbana, e dos

    locais que carecem de infra-estrutura e investimentos. A localizao das reas verdes indica quais lugares esto sendo beneficiados por suas funes. A integrao dessas variveis pode revelar os lugares onde a populao beneficiada em termos de qualidade ambiental e de vida. Para esta integrao, faz-se necessrio a utilizao de

    metodologias que permitam a atribuio de pesos s variveis conforme sua influncia

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    favorvel, ou no, para a qualidade ambiental urbana. A anlise espacial neste trabalho entendida como uma importante tcnica para

    a compreenso do espao geogrfico. Seu uso permite uma melhor representao e anlise das reas verdes e pode contribuir na elaborao de polticas voltadas ao

    atendimento das necessidades da populao e no planejamento e ordenamento do territrio.

    Nesta perspectiva, o desenvolvimento do estudo que aborda a anlise espacial das reas verdes como indicador de qualidade ambiental urbana em Paulnia-SP pretende dar sua contribuio terico-metodolgica, alm de colaborar para os estudos que buscam uma viso integrada do espao urbano, levando em considerao os efeitos

    da ao da sociedade sobre a natureza.

    AGRADECIMENTOS

    Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES) pelo financiamento.

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