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IFET – GEOGRAFIA Formações Vegetais Biomas são espaços geográficos que compartilham as mesmas características físicas, biológicas e climáticas. Segundo o IBGE os biomas são definidos de acordo com sua formação vegetal, ou seja, o tipo predominante de plantas existentes em uma determina área. Biomas Brasileiros: floresta amazônia; mata atlântica; cerrado; caatinga; pantanal e pampa Características Gerais dos Biomas Brasileiros: Floreta Amazônica: maior floresta tropical do mundo sendo o maio bioma do Brasil em relação a sua abrangência territorial, dessa forma, estando presente em nove países da América Latina. Sua vegetação é caracterizada por apresentar matas densas constituídas, em sua maioria, por árvores de grande porte possuindo troncos longos e copas fartas. O solo deste bioma é caracterizado por ser pobre em nutrientes e arenoso, contudo, este fator não irá afetar sua biodiversidade. No bioma amazônico está localizada a maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica que juntamente co seus afluentes constituem um sistema hídrico particular deste bioma, interferindo diretamente na dinâmica da floresta, principalmente, na fauna que apresenta três formações vegetais distintas: a matas de várzea e as de igapó. As dinâmicas destas formações vegetais é regida pela ocorrência ou não de alagamentos que podem ser periódicos e/ou permanentes. Ainda sobre a questão hídrica e sua importância biológica e turística para a região é neste bioma que acontece o Encontro das Águas, que acontece no estado de Manaus e é considerado, e proporcionando o encontro de dois grandes rios, os rios Negro e Solimões. Este fenômeno, além de, marcar um ponto turístico dentro do bioma amazônico é considerado um patrimônio cultural brasileiro. Cerrado: segundo maior bioma brasileiro, sendo considerado a savana mais rica em biodiversidade do mundo. Caracterizado por sua vegetação peculiar juntamente com seu potencial hídrico de absorção das águas da

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IFET – GEOGRAFIA

Formações Vegetais

Biomas são espaços geográficos que

compartilham as mesmas

características físicas, biológicas e

climáticas.

Segundo o IBGE os biomas são

definidos de acordo com sua formação

vegetal, ou seja, o tipo predominante

de plantas existentes em uma

determina área.

Biomas Brasileiros: floresta amazônia;

mata atlântica; cerrado; caatinga;

pantanal e pampa

Características Gerais dos Biomas Brasileiros:

Floreta Amazônica: maior floresta

tropical do mundo sendo o maio bioma

do Brasil em relação a sua

abrangência territorial, dessa forma,

estando presente em nove países da

América Latina.

Sua vegetação é caracterizada por

apresentar matas densas constituídas,

em sua maioria, por árvores de grande

porte possuindo troncos longos e

copas fartas. O solo deste bioma é

caracterizado por ser pobre em

nutrientes e arenoso, contudo, este

fator não irá afetar sua biodiversidade.

No bioma amazônico está localizada a

maior bacia hidrográfica do mundo, a

Bacia Amazônica que juntamente co

seus afluentes constituem um sistema

hídrico particular deste bioma,

interferindo diretamente na dinâmica

da floresta, principalmente, na fauna

que apresenta três formações vegetais

distintas: a matas de várzea e as de

igapó. As dinâmicas destas formações

vegetais é regida pela ocorrência ou

não de alagamentos que podem ser

periódicos e/ou permanentes.

Ainda sobre a questão hídrica e sua

importância biológica e turística para a

região é neste bioma que acontece o

Encontro das Águas, que acontece no

estado de Manaus e é considerado, e

proporcionando o encontro de dois

grandes rios, os rios Negro e

Solimões. Este fenômeno, além de,

marcar um ponto turístico dentro do

bioma amazônico é considerado um

patrimônio cultural brasileiro.

Cerrado: segundo maior bioma

brasileiro, sendo considerado a savana

mais rica em biodiversidade do mundo.

Caracterizado por sua vegetação

peculiar juntamente com seu potencial

hídrico de absorção das águas da

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chuva conferindo é reconhecido como

a “caixa d’água do Brasil”. Árvores

baixas de tronco retorcido possuindo

folhas grossas associadas às

gramíneas e arbustos caracterizam a

paisagem do cerrado que conta com

uma fauna composta por muitas

espécies endêmicas as quais

apresentam adaptações para

sobrevirem neste ambiente seco de

elevadas temperaturas. As queimadas

também possuem papel indispensável

para a caracterização destas

adaptações, visto que a ocorrência das

mesmas neste ambiente é comum.

Seu solo de cor avermelhada possui

altos índices de acidez e falta de

nutrientes, outro aspecto que interfere

nas adaptações das plantas do local,

que possuindo raízes longas

conseguem aproveitar do grande

potencial hídrico deste bioma que não

está, necessariamente, nas águas

presentes na sua superfície, mas sim,

nos diversos lençóis freáticos da

região.

Caatinga: “mata branca” significado de

seu nome caracteriza a formação

vegetal deste bioma, que em épocas

de seca perde todas as suas folhas

permanecendo somente o tronco das

árvores, os mesmo de cor branca,

além destas características, a

vegetação da caatinga conta com a

presença de muitos cactos e arbustos,

principalmente.

Com sua hidrografia dependendo,

basicamente, do rio São Francisco,

somado ao seu clima, onde é normal

acontecerem períodos de seca que

variam de 8 a 9 meses, árido e solo

raso e pedregoso a flora da caatinga

apresenta grande quantidade de

plantas xerófilas, ou seja, são

adaptadas para ao clima seco e a

pouca quantidade de água da região,

estas características associadas

garante as espécies folhas miúdas

cascas grossas e hastes espinhentas

que são adaptadas também a

evapotranspiração intensa.

Asa Branca e o mandacaru são as

espécies símbolos da caatinga.

Mata Atlântica: está entre as florestas

tropicais mais ameaças em nível

global, com vegetação de médio a

grande porte a mata atlântica

inicialmente abrangia toda a área

costeira do Brasil, e em algumas

regiões adentrava o território,

principalmente, na região sudeste.

Com altos índices de umidade, seu

solo pobre, raso, com elevados índices

de acidez e pouca oxigenação conta

com a ação da serrapileira para

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garantir a biodiversidade vegetal.

Devido sua localização seu potencial

hídrico beneficia as maiores cidade do

país, entre elas, Rio de Janeiro e São

Paulo. A biodiversidade contida neste

bioma caracterizado pela forte

presença de espécies endêmicas

consegue superar o total de espécies

presentes em alguns continentes, por

este fator, principalmente, a mata

atlântica é prioritária em conservação

de espécies em nível mundial.

Contando com inúmeras cadeias de

montanha este bioma tem grande

potencial para a instalação de usinas

hidroelétricas, outro fator que contribui

para seus elevados índices de

desmatamento. As chuvas de encosta

contribuem para seu elevado índice

pluviométrico, que no mérito

hidrológico, é indispensável citar as

Cataratas do Iguaçu presente nos

limites deste bioma.

Pantanal: menos bioma brasileiro que

abriga a maior planície inundável do

mundo, está localizado,

principalmente, na região centro-oeste

do país, seu relevo marcado por estas

regiões que sofrem com alagamentos

conta com um solo arenoso e argiloso,

como também, possui sua vegetação

sofrendo interferência de outros

biomas, formando um mosaico de

plantas advindas dos biomas mata

atlântica, floresta amazônica e

caatinga. As características do solo, já

mencionadas, conferem ao bioma sua

característica mais marcando no

quesito hidrográfico, seus

alagamentos, que ocorrem porque

seus solos se saturam com facilidade,

absorvendo pouca quantidade das

águas provenientes da chuva. Devido

as suas características de revelo e

hidrografia a pesa predatória e a

pecuárias são as atividades que neste

bioma tem grande potencial

degradante.

Pampa: seu nome tem o significado de

“região plana” o mesmo ocupa a

região sul do país. Com predominância

de espécies herbáceas associadas as

gramíneas, arbustos e plantas

rasteiras o cenário homogêneo do

pampa está formado. Apesar da

presença dos campos ser marcante as

matas ciliares também são muito

observadas neste bioma e, também,

possuem papel muito importante na

dinâmica do mesmo. Seu relevo

levemente ondulado associado as

gramíneas faz com que seu uso para

práticas agropecuárias seja feito de

forma intensa e seja este o fator que

mais causa o desmatamento na

região. Sobre a sua hidrografia vale

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destacar que este domínio

morfoclimatático abriga a maior laguna

do Brasil: A Lagoa dos Patos que

juntamente com seus outros lagos

carrega grande potencial para a

navegação e, também, para a

instalação de hidroelétricas.

Água do Planeta

Hidrosfera

A hidrosfera corresponde a toda

parte líquida contida no planeta. Os

oceanos são responsáveis por 97,2%

de toda a água, isso significa que

cerca de 2/3 da superfície do planeta

são cobertos por oceanos.

Já as águas continentais

possuem um percentual bem inferior,

sendo encontradas nos rios, lagos

(estado líquido), nas geleiras (estado

sólido, que por sinal é a maior reserva

de água doce), os aquíferos e lençóis

freáticos. Por fim, as águas contidas

na atmosfera, que se apresentam em

forma de vapor, dão origem às

precipitações.

Ciclo da água

1. O calor irradiado pelo sol

aquece a água dos rios, lagos, mares

e oceanos ocorrendo o fenômeno

da Evaporação. Nesse momento,

ocorre a transformação do estado

líquido da água para o seu estado

gasoso, à medida que se desloca da

superfície da Terra para a atmosfera.

2. O vapor da água esfria,

se acumula na atmosfera e se

condensa na forma de gotículas, que

formarão as nuvens ou nevoeiros.

Neste momento, ocorre o processo

de Condensação, ou seja, a

transformação do estado gasoso da

água para seu estado líquido, sendo

as nuvens, as gotículas de água

líquida suspensas no ar.

3. Com muita água

condensada na atmosfera, se inicia o

processo de Precipitação, onde as

gotículas suspensas no ar se tornam

pesadas e caem no solo na forma de

chuva. Em regiões muito frias a água

condensada passa do estado gasoso

para o líquido e rapidamente para o

estado sólido, formando a neve ou o

granizo.

4. Quando o vapor de água

condensado cai sobre a superfície

terrestre, ocorre a Infiltração de uma

parte dessa água que vai alimentar os

lençóis subterrâneos.

5. Parte da água que se

infiltrou no solo pode ser absorvida

pelas plantas que, depois de utilizá-la

a devolvem à atmosfera por meio do

processo de Transpiração.

6.

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Distribuição de água na hidrosfera

Calotas de gelo e geleira 2,15%

Água na atmosfera 0,001%

Água no subsolo 0,62%

Águas superficiais (rios, lagos e

biomassa) 0,029%

Oceanos 97,2%

A água

A água surgiu a partir do

resfriamento da Terra, decorrente dos

vulcões que expeliam vários gases e

do vapor de água que se evaporou,

favorecendo a ocorrência de chuvas.

A água é fundamental à vida,

independentemente do ser, até mesmo

porque a vida surgiu na água, como as

bactérias, os primeiros seres vivos

(trilobitas) e os seres aquáticos, que

saíram das águas e se transformaram

em anfíbios depois em répteis e assim

por diante.

A água é encontrada em

estados físicos. Os estados físicos da

água se apresentam em estado

líquido, sólido e gasoso.

Os rios e os lagos são águas

continentais por estarem presentes em

áreas emersas. A formação deles se

dá em decorrência do afloramento dos

lençóis freáticos. Entretanto, essa não

é a única maneira de formação de um

rio, uma vez que ele pode se originar

de derretimento de geleiras, como o

Rio Amazonas.

Os rios sofrem variações quanto

a sua velocidade e seu

direcionamento, que é determinado

por elementos do relevo. Diante disso,

percebe-se que o relevo é o divisor de

águas em nível geral e particular.

Os lagos podem ser naturais.

Sua origem é decorrente de nascentes

de águas subterrâneas, ou mesmo

artificiais (quando o homem, através

de seus conhecimentos e suas

técnicas, consegue materializar a

produção de um lago).

Os rios variam quanto à

quantidade de água, ou seja, sua

vazante. Isso é pertinente às

modificações climáticas transcorridas

durante o ano que vão determinar as

cheias (período chuvoso) e vazantes

(período de estiagem). Além disso, os

rios também podem ter seu regime

reconhecido distintamente como sendo

rios perenes, intenso e constante fluxo

de água sem que ocorra seca (rio que

não seca), ao contrário dos rios

temporários que são caracterizados

por sua presença sazonal, isso

significa que se trata de rios que

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secam no período de seca ou

estiagem.

As águas continentais são de

suma importância para a sociedade,

tendo em vista que essas são

propícias ao consumo humano e de

todos os seres vivos. No caso do

consumo humano, as águas são

utilizadas em múltiplas atividades que

podem ser enumeradas em uso rural,

urbano, turístico e etc. No campo, ela

é utilizada na irrigação, para a criação

de animais, entre outros; nas cidades

seu uso é destinado às residências,

indústrias, comércios, instituições,

escolas; e no turismo é fonte de renda,

explorando as belezas de rios e lagos.

Atualmente, uma importante

reserva de água doce está

armazenada nas geleiras em estado

sólido, sua localização geográfica faz

com que as temperaturas

permaneçam sempre baixas,

conservando-as intactas, salvo as

alterações pertinentes às atividades

humanas que modificam as condições

naturais.

Geopolítica das águas

A água doce, própria para consumo, é,

ao lado do petróleo, o mais estratégico

dos recursos naturais da atualidade.

Com o crescimento do impacto das

atividades humanas sobre a natureza,

sua disponibilidade encontra-se cada

vez mais escassa, sem falar em

algumas áreas que já apresentam uma

tendência natural para esse problema.

Por isso, é quase que um consenso no

âmbito das ciências políticas que o

século XXI será marcado como o

século das disputas internacionais

pelos recursos hídricos, o que nos faz

pensar, então, na questão

da Geopolítica da água.

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Em vários conflitos do passado, a

água, se não era o propósito principal

das ações militares, foi por diversas

vezes disputada, haja vista que quem

controla os recursos hídricos e sua

disponibilidade possui uma ampla

vantagem estratégica sobre qualquer

adversário.

O conflito entre o Sudão e o Sudão do

Sul – que dura várias décadas e

culminou na criação do último em

2011, mas sem uma trégua definitiva –

é um exemplo desse tipo de

ocorrência. Os recursos naturais da

região, incluindo aí alguns poços de

petróleo, oleodutos e reservas de

água, estão entre os elementos de

maior entrave entre as frentes de

batalha.

Agricultura

A irrigação é vital para a

agricultura na maior parte do planeta e

em certas regiões do Brasil. Cerca de

18% das áreas cultivadas globalmente

são irrigadas. Contudo, como elas

costumam produzir mais de uma

colheita por ano, sua participação na

produção mundial de alimentos é

proporcionalmente maior - até 40%.

No Brasil, há 3 milhões de

hectares irrigados - é relativamente

pouco dada a área plantada no país,

em parte pelos custos envolvidos, em

parte porque esta prática só se definiu

aqui a partir de 1970. Dependendo da

região onde é praticada, a irrigação

pode adotar modelos bastante

diferentes. Nas regiões sul, Sudeste e

Centro-Oeste, ela é mais comum em

arrozais e plantações de grãos: tem

crescido particularmente na cultura de

soja do Centro-Oeste. No Nordeste, é

praticada com pesado investimento

governamental, visando ao

desenvolvimento regional, e está

concentrado na fruticultura.

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Para enfrentar o desperdício é

necessário ampliar a eficiência da

irrigação. Em geral, os agricultores

promovem a inundação de seus

campos ou constroem canais de água

paralelos aos canteiros. No Brasil, são

comuns os sistemas de aspersão.

Dentre eles, está o de pivô central,

com uma haste aspersora que gira em

torno de um eixo, molhando uma

grande área circular. Em todos esses

casos, as plantas só recebem uma

parte pequena da água. O resto

evapora ou e corre para corpos d'água

próximos. Muitas vezes, isso acaba

promovendo erosão, salinização da

água ou sua contaminação com

agroquímicos.

Técnicas mais eficientes

podem reduzir em até 50% a água

necessária. Uma das principais é o

sistema de gotejamento - um duto

passa ao longo das raízes das plantas,

pingando apenas a água necessária.

Produzir tomates com os sistemas de

irrigação tradicionais exige 40% mais

água que nos sistemas de

gotejamento.

Indústrias

As indústrias utilizam a água

de diversas maneiras no resfriamento

e na lavagem de seus equipamentos,

como solvente ou ainda na diluição de

emissões poluentes. Em termos

globais, a indústria é responsável por

22% de toda a água doce consumida.

Essa porcentagem é muito maior em

países ricos - 59% - e bem menor nos

países pobres - apenas 8%.

Alguns setores são

especialmente perdulários nesse

quesito. Um bom exemplo é o aço.

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Antes da Segunda Guerra Mundial,

eram necessárias entre 60 e 100

toneladas de água para produzir uma

tonelada do metal. Hoje, com as novas

tecnologias, é possível reduzir esse

volume a menos de 6 toneladas de

água. Entretanto, o consumo ainda é

alto quando o comparamos com o de

outros setores: a produção de uma

tonelada de alumínio gasta apenas 1,5

toneladas de água.

Por outro lado, indústrias de

muitos países estão conseguindo usar

a água com mais eficiência. O Japão é

exemplo. Em 1965, o país utilizava

cerca de 49 milhões de litros para

produzir 1 milhão de dólares em

mercadorias. Em 1989, o volume

necessário para o mesmo

desempenho caiu para 13 milhões de

litros.

No Brasil, a maior parte das

grandes indústrias tem programas de

reaproveitamento de água, uma vez

que ela se torna cada vez mais rara e

cara. É o caso da indústria de bebidas

Ambev, que conseguiu reduzir o

volume captado por suas fábricas em

9 milhões de metros cúbicos anuais.

Conflitos

A água doce, própria para

consumo, é, ao lado do petróleo, o

mais estratégico dos recursos naturais

da atualidade. Com o crescimento do

impacto das atividades humanas sobre

a natureza, sua disponibilidade

encontra-se cada vez mais escassa,

sem falar em algumas áreas que já

apresentam uma tendência natural

para esse problema. Por isso, é quase

que um consenso no âmbito das

ciências políticas que o século XXI

será marcado como o século das

disputas internacionais pelos recursos

hídricos, o que nos faz pensar, então,

na questão da Geopolítica da água.

É errôneo, porém, pensar que

as tensões diplomáticas e os conflitos

internacionais pela água sejam uma

novidade no mundo. Desde as

primeiras civilizações, a disputa por

territórios com áreas de rios e reservas

hídricas foi algo recorrente. No século

XX, vários casos assinalaram também

essa questão, que tende a intensificar-

se ao longo das próximas décadas em

várias regiões do planeta.

Em vários conflitos do

passado, a água, se não era o

propósito principal das ações militares,

foi por diversas vezes disputada, haja

vista que quem controla os recursos

hídricos e sua disponibilidade possui

uma ampla vantagem estratégica

sobre qualquer adversário.

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O conflito entre o Sudão e o

Sudão do Sul – que dura várias

décadas e culminou na criação do

último em 2011, mas sem uma trégua

definitiva – é um exemplo desse tipo

de ocorrência. Os recursos naturais da

região, incluindo aí alguns poços de

petróleo, oleodutos e reservas de

água, estão entre os elementos de

maior entrave entre as frentes de

batalha.

Durante a Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel conseguiu

ampliar em grande parte suas

fronteiras recém-criadas no Oriente

Médio, um dos alvos conquistados

foram as Colinas de Golã, que abrigam

as nascentes do Rio Jordão,

responsável por alimentar o Mar Morto

e que é amplamente necessário para o

país atualmente e também para

palestinos e jordanianos. Atualmente,

aliás, o acesso às águas subterrâneas por parte da população

palestina na região é controlado pelo

Estado israelense, o que gera uma

elevada discórdia e motiva muitos dos

atentados terroristas ocorridos na

região em questão.

O Oriente Médio, aliás, é um

dos pontos de maior risco da elevação

do número de disputas internacionais

pela água. Em primeiro lugar, é

preciso ressaltar que, dos

quinze países que mais sofrem com a escassez de água, dez estão nessa

região. Em segundo lugar, a própria

instabilidade político-diplomática

existente entre os países locais já

eleva qualquer risco existente.

O caso dos rios Tigre e

Eufrates é um exemplo dessa tensão

existente. As nascentes desses dois

rios encontram-se no território da

Turquia, mas o leito é de importante

utilização econômica também para

Síria e Iraque. Em 1998, houve uma

elevada tensão entre os países citados

em virtude da construção de uma

barragem por parte dos turcos na

montante desses rios, o que diminuiria

suas vazões para as áreas de jusante

para sírios e iraquianos.

Em 2003, a tensão novamente

se instalou, incluindo até os Estados

Unidos, que haviam acabado de

invadir o território do Iraque. Na

ocasião, houve fortes disputas no

âmbito político interno que quase

culminaram em um conflito

generalizado. Mais tarde, em 2007,

sírios e iraquianos, diante de uma forte

seca que ocorreu na região, passaram

a questionar mais veementemente a

vazão dos rios em seus territórios por

causa de suas utilizações em território

turco.

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Atualmente, o controle dos rios

Tigre e Eufrates é alvo, inclusive, de

grupos terroristas, mais precisamente

do Estado Islâmico, que buscam o

controle não só da vazão dos rios, mas

de inúmeras obras hidráulicas

existentes ao longo de seus leitos.

Nesse caso, o caráter estratégico de

uma ocupação sobre cursos d'água

torna-se uma arma de guerra capaz de

ampliar sobremaneira os níveis das

disputas geopolíticas na região.

Um processo semelhante a

esse ocorre na bacia do Rio Nilo, no

continente africano, envolvendo Egito,

Etiópia, Tanzânia, Uganda e Sudão.

Os acordos internacionais sobre a

vazão do rio e o controle de suas

atividades parecem, até hoje, não

diminuir a tensão política que existe

entre esses países em torno da

utilização das águas desse importante

rio. Mais ao sul do continente, na bacia

de Okavango, a disputa acontece por

parte de Etiópia, Botsuana, Angola e

Namíbia.

Diante desses e também de

outros cenários existentes em

praticamente todos os continentes do

planeta, ressalta-se então que o

controle da água, sobretudo das

nascentes de grandes rios e também

de áreas de grande disponibilidade

subterrânea desse recurso, é um item

altamente estratégico. Por isso, teme-

se que o mundo possa conhecer ainda

mais conflitos e até mesmo guerras

generalizadas pela posse da água

potável, que se encontra cada vez

menos disponível em várias partes do

mundo.

Questão energética

As fontes de energia são recursos da

natureza ou artificiais utilizados pela

sociedade para a produção de algum

tipo de energia. Esta, por sua vez, é

utilizada com o objetivo de propiciar o

deslocamento de veículos, gerar calor

ou produzir eletricidade para os mais

diversos fins.

Trata-se de um assunto extremamente

estratégico no contexto geopolítico

global, pois o desenvolvimento dos

países depende de uma infraestrutura

energética capaz de suprir as

demandas de sua população e de

suas atividades econômicas. As fontes

de energia constituem-se também

como uma questão ambiental, pois, a

depender das formas de utilização dos

diferentes recursos energéticos,

graves impactos sobre a natureza

podem ser ocasionados.

Os meios de transporte e

comunicação, além das residências,

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indústrias, comércio, agricultura e

vários campos da sociedade,

dependem totalmente da

disponibilidade de energia, tanto a

eletricidade quanto os combustíveis.

Por isso, com o crescimento

socioeconômico de diversos países, a

cada ano a procura por recursos para

a geração de energia cresce, elevando

também o caráter estratégico e até

disputas internacionais em busca de

muitos desses recursos.

As fontes de energia podem ser

classificadas conforme a capacidade

natural de reposição de seus recursos.

Existem, assim, as chamadas fontes renováveis e as fontes não renováveis.

Fontes renováveis de energia

As fontes renováveis de energia, como

o próprio nome indica, são aquelas

que possuem a capacidade de serem

repostas naturalmente, o que não

significa que todas elas sejam

inesgotáveis. Algumas delas, como o

vento e a luz solar, são permanentes,

mas outras, como a água, podem

acabar, a depender da forma como o

ser humano faz o seu uso. Vale

lembrar que nem toda fonte renovável

de energia é limpa, ou seja, está livre

da emissão de poluentes ou de

impactos ambientais em larga escala.

Tipos de energia produzidos com fontes renováveis: Energia eólica

Como já adiantamos, o vento é um

recurso energético inesgotável e,

portanto, renovável. Em algumas

regiões do planeta, a sua frequência e

intensidade são suficientes para a

geração de eletricidade por meio de

equipamentos específicos para essa

função. Basicamente, os ventos fazem

os chamados aerogeradores, que

ativam turbinas e geradores que

convertem a energia mecânica

produzida em energia elétrica.

Atualmente, a energia eólica não é tão

difundida no mundo em razão do alto

custo de seus equipamentos. Todavia,

alguns países já vêm adotando

substancialmente esse recurso, com

destaque para os Estados Unidos,

China e Alemanha. A principal

vantagem é a não emissão de

poluentes na atmosfera e os baixos

impactos ambientais.

Energia solar A energia solar é o aproveitamento da

luz do sol para a geração de

eletricidade e também para o

aquecimento da água para uso. Trata-

se também de uma fonte inesgotável

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de energia, haja vista que o sol – ao

menos na sua configuração atual –

manter-se-á por bilhões de anos.

Existem duas formas de

aproveitamento da energia solar: a

fotovoltaica e a térmica. No primeiro

caso, são utilizadas células específicas

que lançam mão do chamado “efeito

fotoelétrico” para a produção de

eletricidade. No segundo caso, utiliza-

se o aquecimento da água tanto para

uso direto quanto para a geração de

vapor, que atuará em processos de

ativação de geradores de energia,

lembrando que podem ser utilizados

também outros tipos de líquidos.

No mundo, em razão dos elevados

custos, a energia solar ainda não é

muito utilizada. Todavia,

gradativamente, seu aproveitamento

vem crescendo tanto com a instalação

de placas em residências, indústrias e

grandes empreendimentos quanto com

a construção de usinas solares

especificamente voltadas para a

geração de energia elétrica.

Energia hidrelétrica

A energia hidrelétrica corresponde ao

aproveitamento da água dos rios para

a movimentação das turbinas de

eletricidade. No Brasil, essa é a

principal fonte de energia elétrica do

país, ao lado das termoelétricas, haja

vista o grande potencial que o país

possui em termos de disponibilidade

de rios propícios para a geração de

hidroeletricidade.

Nas usinas hidroelétricas, constroem-

se barragens no leito do rio para o

represamento da água que será

utilizada no processo de geração de

eletricidade. Nesse caso, o mais

aconselhável é a construção de

barragens em rios que apresentem

desníveis em seus terrenos, com o

objetivo de diminuir a superfície

inundada. Por isso, é mais

recomendável a instalação dessas

usinas em rios de planalto, embora

também seja possível em rios de

planícies, porém com impactos

ambientais maiores.

Biomassa

A utilização da biomassa consiste na

queima de substâncias de origem

orgânica para a produção de energia,

ocorrendo por meio da combustão de

materiais como a lenha, o bagaço de

cana e outros resíduos agrícolas,

restos florestais e até excrementos de

animais. É considerada uma fonte de

energia renovável porque o dióxido de

carbono produzido durante a queima é

utilizado pela própria vegetação na

realização da fotossíntese, o que

significa que, desde que haja controle,

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o seu uso é sustentável por não alterar

a macrocomposição da atmosfera

terrestre.

Os biocombustíveis, de certa forma,

são considerados como um tipo de

biomassa, pois também são

produzidos a partir de vegetais de

origem orgânica para a geração de

combustível, que é empregado

principalmente nos meios de

transporte em geral. O exemplo mais

conhecido é o etanol produzido da

cana-de-açúcar, mas podem existir

outros compostos advindos de

vegetais distintos, como a mamona, o

milho e muitos outros.

Energia das marés (maremotriz) A energia das marés – ou maremotriz

– é o aproveitamento da subida e

descida das marés para a produção de

energia elétrica, funcionando de forma

relativamente semelhante a uma

barragem comum. Além das

barragens, são construídas eclusas e

diques, que permitem a entrada e a

saída da água durante as cheias e as

baixas das marés, o que propicia a

movimentação das turbinas.

Fontes não renováveis de energia

As fontes não renováveis de energia

são aquelas que poderão esgotar-se

em um futuro relativamente próximo.

Alguns recursos energéticos, como o

petróleo, possuem o seu esgotamento

estimado para algumas poucas

décadas, o que eleva o caráter

estratégico que esses elementos

possuem.

Os principais tipos de recursos energéticos não renováveis: Combustíveis fósseis

A queima de combustíveis fósseis pode ser empregada tanto

para o deslocamento de veículos de

pequeno, médio e grande porte quanto

para a produção de eletricidade em

estações termoelétricas. Os três tipos

principais são: o petróleo, o carvão mineral e o gás natural, mas existem

muitos outros, como o nafta e o xisto

betuminoso.

Trata-se das fontes de energia mais

importantes e mais disputadas pela

humanidade no momento. Segundo a

Agência Internacional de Energia,

cerca de 81,63% de toda a matriz

energética global advém dos três

principais combustíveis fósseis acima

citados, valor que se reduz para 56,8%

quando analisamos somente o

território brasileiro. Por esse motivo,

muitos países dependem da

exportação desses produtos, enquanto

outros tomam várias medidas

geopolíticas para consegui-los.

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Outra questão bastante discutida a

respeito dos combustíveis fósseis

refere-se aos altos índices de poluição

gerados pela sua queima. Muitos

estudiosos apontam que eles são os

principais responsáveis pela

intensificação do efeito estufa e pelo

agravamento dos problemas

vinculados ao aquecimento global.

Energia nuclear (atômica) Na energia nuclear – também

chamada de energia atômica –, a

produção de eletricidade ocorre por

intermédio do aquecimento da água,

que se transforma em vapor e ativa os

geradores. Nas usinas nucleares, o

calor é gerado em reatores onde

ocorre uma reação chamada de fissão nuclear a partir, principalmente, do

urânio-235, um material altamente

radioativo.

Embora as usinas nucleares gerem

menos poluentes do que outras

estações de operação semelhante

(como as termoelétricas), elas são alvo

de muitas polêmicas, pois o

vazamento do lixo nuclear produzido

ou a ocorrência de acidentes podem

gerar graves impactos e muitas

mortes. No entanto, com a emergência

da questão sobre o aquecimento

global, o seu uso vem sendo

reconsiderado por muitos países.

Cada tipo de energia apresenta suas

vantagens e desvantagens, de forma

que não há nenhuma fonte que se

apresente, no momento, como

absoluta sobre as demais em termos

de viabilidade. Algumas são baratas e

abundantes, mas geram graves

impactos ambientais; outras são

limpas e sustentáveis, mas inviáveis

financeiramente. O mais aconselhável

é que, nos diferentes territórios, exista

uma grande diversidade nas matrizes

energéticas para atenuar os seus

respectivos problemas, o que não

acontece no Brasil e em boa parte dos

demais países.

Uso de energia no Brasil e no Mundo

Apesar dos avanços tecnológicos das

últimas quatro décadas, proporcionados

pela Revolução Técnico-Científico

Informacional, o principal recurso da

matriz energética é o mesmo desde a

Segunda Revolução Industrial (1850) – o

petróleo – tendo o carvão como segundo

maior demanda e o gás natural em

terceiro. Neste caso, apesar dos

investimentos em fontes alternativas –

solar, eólica, geotérmica, mantêm-se os

combustíveis fósseis como a principal

forma de obtenção de energia em nível

mundial.

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Esquema com matriz energética mundial

(Foto: Revista Escola)

Combustíveis fósseis são originados a

partir da decomposição de restos de

seres vivos, depositados em partes mais

baixas da crosta terrestre. Neste caso,

podemos perceber que cerca de 85% da

matriz energética mundial é baseada em

recursos finitos, emitindo cada vez mais

CO2 na atmosfera, alterando as

condições climáticas do planeta.

É importante frisar que há esforços em

investir e aumentar o consumo de

energia proveniente de fontes

renováveis como a solar e a eólica.

Países como Estados Unidos, China e

Alemanha investem cada vez mais em

pesquisas para tornar mais eficiente a

captação e a distribuição de energia

originada pelo vento e sol.

Já no Brasil, diferente da mundial,

observamos que a matriz energética

nacional é diversificada, tendo quase

metade dela proporcionada por fontes

renováveis, como a hidrelétrica e

biomassa (conhecida como biodiesel).

Gráfico com matriz energética brasileira (Foto:

Ministério de Minas e Energia)

A diversificação demonstra que o Brasil

está inserido neste novo cenário de

mudanças e discussões sobre o clima e

o desenvolvimento sustentável, já que

busca alternativas à importação,

extração e uso em larga escala de

energias não-renováveis, como o

petróleo, gás natural e carvão.

Investimentos em produção de

biocombustíveis a partir da cana-de-

açúcar e na construção de usinas

hidrelétricas, principalmente, na região

Norte, trazem o Brasil para um patamar

de um dos países com matriz energética

mais limpa do mundo.

Quase tudo que fazemos e usamos hoje

passa por algum gasto de energia. Ir à

escola ou ao trabalho, assistir à

televisão, cozinhar, tomar banho, em

tudo há gasto energético. Todavia,

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existem diferentes formas de sua

produção, distribuição e consumo, tanto

de combustíveis, como de energia

elétrica.

A maioria dos transportes são movidos a

partir de óleos refinados do petróleo

(gasolina, diesel e querosene) sendo,

então, o maior consumidor da indústria

petrolífera. É, por isso que, uma entre

diversas dificuldades em implementar

sistemas eficientes de transporte público

– como metrôs, trens, ciclovias etc –

além da introdução e barateamento de

carros híbridos, que também são

movidos à eletricidade, são originados

pelas indústrias petroquímicas, que

influenciam as ações governamentais na

área energética. Dessa maneira, das 25

maiores empresas do mundo em 2013,

mais da metade é vinculada ao setor de

energia.

Podemos adquirir de diversas maneiras

a energia elétrica que abastece nossas

residências, parques industriais e

prédios públicos. Pode-se obter pelas

hidrelétricas, com o represamento

d’água, gerando quedas para fluir entre

as turbinas. Também temos as

termoelétricas – usinas que geram

energia a partir do aquecimento de

grande quantidade de água pela queima

de gás natural, biomassa e Urânio

enriquecido. Além, obviamente, das

novas fontes limpas – solar, eólica,

geotérmica, maremotriz, etc.

Problemas socioambientais

Poluição Atmosférica

A poluição atmosférica está associada,

principalmente, à queima de carvão e

de combustíveis derivados de petróleo.

Esses dois insumos alimentam

grandes setores da economia atual,

como a própria geração de energia

(termoelétricas), a produção industrial

e o transporte, totalizando

aproximadamente 90% da energia

comercial utilizada no mundo. Estima-

se que, entre 1960 e 1996, com o

incremento das atividades industriais e

de transporte (rodoviário e aéreo), a

emissão de carbono (CO e CO2)

resultante da queima desses

combustíveis, mais que dobrou. O

transporte rodoviário, uma das maiores

fontes de poluentes, joga mais de 900

milhões de toneladas de CO2 por ano

na atmosfera. De 1950 até 1994, a

frota mundial de veículos (carros,

ônibus e caminhões) cresceu nove

vezes, passando de 70 milhões para

630 milhões. No Brasil, de acordo com

o capítulo Cidades Sustentáveis da

Agenda 21, a taxa de motorização

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passou de 72 habitantes por

automóvel em 1960 para pouco mais

de 5 em 1998, podendo chegar essa

relação a 4,3 em 2005, enquanto a

quantidade média diária de viagens

por habitante, segundo a projeção,

deve subir de 1,5 registradas em 1995

para 1,7 viagens.Os efeitos nocivos do

crescimento automotivo têm aparecido

continuamente em levantamentos de

saúde. Uma estatística, divulgada pela

Organização Mundial de Saúde (OMS)

em 1999, apontou a poluição como

responsável por um número maior de

mortes do que o trânsito, em

decorrência de problemas respiratórios

ou cardíacos desencadeados pela

exposição contínua ao ar poluído. Os

pesquisadores europeus, que

avaliaram os efeitos da poluição do ar

em três países (Áustria, Suíça e

França), estimam que essa seja a

causa de 40 mil mortes anuais,

metade das quais ligadas diretamente

à poluição produzida por veículos

automotores. A poluição gerada

(monóxido de carbono, óxidos de

enxofre e nitrogênio, material

particulado) pelo transporte também é

apontada como a responsável por 25

mil novos casos anuais de bronquite

crônica e mais de 500 mil ataques de

asma. Esses dados confirmaram

informações de pesquisas anteriores,

realizadas no Reino Unido, que

mostraram que a poluição abrevia a

vida de 12 a 24 mil pessoas por ano e

provoca outras 24 mil internações.Os

dados brasileiros também revelam

prejuízos significativos à saúde, em

particular de gestantes, crianças e

idosos. Um grupo da Faculdade de

Medicina da USP constatou, em 1997,

que a concentração de poluentes

atmosféricos em São Paulo,

principalmente nos meses de inverno,

pode aumentar até 12% o risco de

mortes por doenças respiratórias.Os

experimentos feitos com animais de

laboratório indicaram que, após 3

meses de exposição aos poluentes,

aparecem sintomas de rinite alérgica e

crises de asma, além da redução das

defesas imunológicas pulmonares, o

que dobra o risco de contrair câncer. O

ar de São Paulo recebe, anualmente,

cerca de 3 milhões de toneladas de

poluentes, 90% deles emitidos por

veículos automotores. Os efeitos

agudos da poluição se manifestam,

sobretudo, durante o inverno, quando

a procura por atendimento em pronto-

socorros infantis aumenta 25% e o

número de internações por problemas

respiratórios sobe 15% em relação às

outras estações, quando o egime mais

intenso de chuvas e ventos ajuda a

dispersar a poluição. Entre as crianças

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esse índice chega a 20% e a taxa de

mortalidade de idosos acima de 65

anos, nesse período do ano, aumenta

até 12%.

Chuva ácida

Os principais ácidos da chuva são o

sulfúrico (H2SO4) e o nítrico (HNO3),

formados pela associação da água

com dióxido de enxofre (SO2) e óxidos

de nitrogênio (NOx), produtos da

queima de combustível fóssil, que

podem ser carregados pelo vento por

distâncias superiores a 1.000

quilômetros do ponto de emissão,

ocasionando chuvas ácidas distantes

da fonte primária de poluição, o que

acaba se tornando um problema sem

fronteiras territoriais.O dióxido de

enxofre e os óxidos de nitrogênio

podem causar danos tanto pela

precipitação seca, que se depõe sobre

a vegetação e as estruturas

(monumentos, prédios, etc.), como

pela precipitação úmida, dissolvidos na

chuva ou em vapores d'água

atmosféricos. Para a saúde humana os

principais danos causados pela

ingestão de água ou alimentos

contaminados por metais pesados

presentes na chuva ácida são os

problemas neurológicos. Há,

normalmente, fluxos naturais de

enxofre e nitrogênio causados pelas

emissões vulcânicas, pela queima de

biomassa e pela iluminação solar. São

fluxos uniformemente espalhados, que

não causam grandes precipitações. O

fator significativo aqui também são as

ações humanas porque o fluxo

derivado destas é concentrado em

poucas regiões industriais, porém tem

a desvantagem adicional de poder se

espalhar e afetar a população de

outras regiões, dependendo do regime

dos ventos.Por dois anos consecutivos

(1999-200), pesquisadores norte-

americanos, europeus e indianos do

Projeto INDOEX (Indian Ocean

Experiment) constataram a existência

de uma mancha marrom de 10 milhões

de quilômetros quadrados de extensão

com 3 a 5 Km de espessura formada

por resíduos poluentes - fuligem,

sulfatos, nitratos, partículas orgânicas,

cinzas e poeira mineral - sobre a Índia

e o Oceano Índico, obstruindo a

passagem da luz solar e provocando

chuva ácida. Para os cientistas, a

mancha resulta da alta concentração

de poluentes emitidos em toda a Ásia

e acumulados sobre essa região em

decorrência dos padrões de circulação

climática. No decorrer da década de

1990, os países asiáticos lançaram na

atmosfera cerca de 34 milhões de

toneladas de dióxido de enxofre ao

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ano, quase 40% a mais do que os

Estados Unidos, até então o maior

responsável pela emissão desse gás

no mundo. Por causa do incremento

da industrialização e da frota de

veículos, além do consumo intenso de

carvão como gerador de energia,

esses números devem triplicar até

2010, sobretudo na China, Índia,

Tailândia e Coréia do Sul.

Vazamento de petróleo

No caso brasileiro, além do lixo, dos

esgotos lançados in natura e de

materiais contaminados oriundos das

dragagens portuárias, a ocorrência

crescente de vazamentos de petróleo

têm sido um fator crescente de

poluição dos ecossistemas costeiros.

Quando o vazamento ocorre em alto

mar, existe todo um processo que

pode o6correr com a mancha

provocada, fazendo com que ela se

disperse antes de chegar à costa.

Como o óleo é menos denso do que a

água, ele tende a flutuar, atingindo

uma grande superfície. Neste

processo, os compostos mais nocivos

evaporam, pois são muito voláteis, e

as partes mais pesadas dos

hidrocarbonetos, com o batimento das

ondas se agregam a pequenas

partículas em suspensão no oceano,

sedimentando lentamente. Antes do

afundamento da plataforma P-36, em

março de 2001, e do acidente com a

plataforma P-7, em abril, a Petrobrás

somava 18 desastres causados desde

março de 1975 por vazamento de óleo

e gasolina ou emissão de vapores de

soda caústica, nove deles somente

entre 1990 e 2000. Em quatro deles

(janeiro, março, junho e julho de 2000),

foram lançados mais de 5 milhões de

litros de petróleo na região costeira da

Baía de Guanabara (RJ), em Araucária

(PR) e em Tramandaí (RS).Para o

ecossistema marinho, o custo desses

vazamentos pode representar o

comprometimento no longo prazo da

diversidade biológica e genética,

composta por organismos e plantas

que formam a base da cadeia

alimentar e são responsáveis pela

dispersão intra e inter-oceânica das

espécies. Uma alteração significativa

do ambiente oceânico poderá agravar

a diminuição dos principais estoques

pesqueiros, já considerados sob risco

uma vez que 70% deles são

superexplorados ou estão em seu

limite biológico de reprodução. Outro

sinal visível da degradação dos

ambientes oceânicos é a descoloração

dos recifes de coral.

Desmatamento

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O desmatamento promovido para

obtenção de fontes energéticas

(madeira e carvão) e a transformação

de florestas em terrenos cultiváveis

reduziram em 70% o parque florestal

europeu e asiático entre os séculos

XIX e início do século XX. De um total

estimado em 62,2 milhões de

quilômetros quadrados, restam

somente 33,4 milhões de florestas.

Atualmente, 46% das matas nativas do

planeta estão sob o mesmo risco de

destruição pelo desmatamento que

consome, todo ano, 17 milhões de

hectares de florestas tropicais, de

acordo com o WWF e o Centro

Mundial de Monitoramento e

Conservação (WCMC). A Organização

das Nações Unidas para a Agricultura

e Alimentação (FAO) divulgou que,

entre 1980 e 1995, houve um aumento

de 4% na cobertura florestal da

Europa, mas as condições da mata

são precárias em virtude de incêndios,

secas, pragas e poluição atmosférica.

Nas áreas reflorestadas mais de 25%

das árvores apresentam processos de

desfoliação e número de matas

primárias saudáveis reduziu, no

mesmo período, de 69% para 39%. As

queimadas para prática de técnicas

agropecuárias são a principal forma de

desmatamento. A expansão de áreas

urbanas, a construção de malhas

viárias e a implantação de projetos

hidrelétricos ou para extração de

minérios, além do comércio de

madeira, incluindo o ilegal, que

movimenta aproximadamente U$ 6

bilhões por ano, também contribuem

para a desvastação. O manejo

inadequado da terra e uso excessivo

de fertilizantes, somados ao

desmatamento da cobertura vegetal,

também são responsáveis pela

desertificação de áreas extensas ao

redor do planeta, particularmente na

África, onde mais da metade do

território são de terrenos semi-áridos,

áridos ou desérticos. No Brasil, onde a

perda de terras cultiváveis chega a U$

4 bilhões ao ano, a desertificação já

compromete 980 mil quilômetros

quadrados.