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CaraCterização de Clientela em Comunidade terapêutiCa infanto-Juvenil
ISSN 2318-0404I
RBPsicoterapiaRevista Brasileira de PsicoterapiaVolume 21, número 3, dezembro de 2019
ARtigo oRiginAl
Caracterização de Clientela em Comunidade Terapêutica infanto-Juvenil
Characterization of Clientele in a Child-Therapeutic Community
Caracterización de la Clientela en una Comunidad Terapéutica Infantil
Luiza Tolardo Dal Contea,b
Sílvia Cristina Marceliano Hallberga,b
a PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUCRS),Psicologia–PortoAlegre–RioGrandedo
Sul–Brasil.
b CentrodeEstudos,AtendimentoePesquisadaInfânciaedaAdolescência(CEAPIA),Psicologia–PortoAlegre
–RioGrandedoSul–Brasil.
DOI10.5935/2318-0404.20190024
Instituições:PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUCRS)eCentrodeEstudos,Atendimento
ePesquisadaInfânciaedaAdolescência(CEAPIA)
Resumo
ComunidadeTerapêutica(CT)éumatécnicapsicoterápicaqueenfatizaasinfluênciasambientaiseinterpessoais
naressocializaçãoereabilitaçãodopaciente.HápoucaliteraturasobreperfildepacientesemCTInfanto-
Juvenil.Objetivou-secaracterizaraclientelaatendidaemCTnumaclínica-escoladePortoAlegre/RS,entre
osanosde2008a2017.Trata-sedeumaanálisedocumental,descritiva,quantitativaedecortetransversal.
Consultou-se49prontuáriosdepacientes,entre2a12anosdeidade(M=7,04;DP=2,3),sendoamaioriado
sexomasculino(87,8%).Asvariáveispesquisadasforam:sexo;idade;escolaridade;tipodeensino;tratamentos
prévios àCT; fontes encaminhamento; sintomatologia; diagnóstico; tempode tratamento; terapêuticas
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complementaresàCTetipodeencerramentodoatendimento.Osdadoscoletadosreceberamtratamento
estatístico.Osresultadosmaisexpressivosindicaramumperfilpredominantedemeninos,comhistóriade
múltiplasterapêuticas(psicoterapia,acompanhamentopsiquiátricoeneurológico)eusodepsicofármacos.O
TranstornodoEspectroAutistafoiodiagnósticomaisprevalenteeagressividadefoiosintomamaisfrequente.
Palavras-chave: ComunidadeTerapêutica;Criança;Clínica-escola
Abstract
TherapeuticCommunity(TC)isapsychotherapeutictechniquethatemphasizesenvironmentalandinterpersonal
influencesonpatientresocializationandrehabilitation.Thereislittleliteratureonpatientprofileinchildren
andadolescents.TheobjectiveofthisstudywastocharacterizetheclienteleattendedatTCinaschoolclinicin
PortoAlegre/RS,from2008to2017.Thisisadocumentary,descriptive,quantitativeandcross-sectionalanalysis.
Weconsulted49medicalrecordsofpatients,between2and12yearsold(M=7.04;SD=2.3),mostofthem
male(87.8%).Theresearchedvariablesweregender;age;schooling;typeofeducation;pre-CTtreatments;
referralsources;symptomatology;diagnosis;treatmenttime;complementarytherapiestotheTCandtype
ofcaretermination.Thecollecteddatareceivedstatisticaltreatment.Themostexpressiveresultsindicateda
predominantprofileofboys,withahistoryofmultipletherapies(psychotherapy,psychiatricandneurological
follow-up)anduseofpsychotropicdrugs.AutisticSpectrumDisorderwasthemostprevalentdiagnosisand
aggressivenesswasthemostcommonsymptom.
Keywords: TherapeuticCommunity;Child;School-clinics
Resumen
Lacomunidad terapéutica (TC)esuna técnicapsicoterapéuticaqueenfatiza las influenciasambientalese
interpersonalesen laresocializaciónyrehabilitacióndelpaciente.Existepoca literaturasobreelperfildel
pacienteenniñosyadolescentes.ElobjetivodeesteestudiofuecaracterizaralaclientelaatendidaenTCen
unaclínicaescolarenPortoAlegre/RS,de2008a2017.Esteesunanálisisdocumental,descriptivo,cuantitativo
ytransversal.Consultamos49registrosmédicosdepacientes,entre2y12años(M=7.04;SD=2.3),lamayoría
deelloshombres (87.8%). Lasvariables investigadas fueron:género;edadescolaridadtipodeeducación;
tratamientospre-CT; fuentesde referencia; sintomatologíadiagnóstico;tiempode tratamiento; terapias
complementariasalaCTytipodeterminacióndelaatención.Losdatosrecogidosrecibierontratamiento
estadístico. Los resultadosmásexpresivos indicaronunperfilpredominantedeniños, conantecedentes
demúltiplesterapias(psicoterapia,monitoreopsiquiátricoyneurológico)yusodedrogaspsicotrópicas.El
trastornodelespectroautistafueeldiagnósticomásfrecuenteylaagresividadfueelsíntomamáscomún.
Palabras clave:ComunidadTerapéutica;Niño;EscuelaClinica
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introdução
ComunidadeTerapêutica(CT)édefinidacomotécnicapsicoterápicaqueenfatizaasinfluênciasambientais
einterpessoaisnaressocializaçãoereabilitaçãodopaciente1.AexpressãoCTfoiutilizadapelaprimeiravezem
1929,nosEstadosUnidos,pelopsiquiatraHarryStackSullivan.Otermofoipopularizadosomentenadécada
de50,devidoàpublicaçãodo livroSocial Psychiatry deMaxwell Jones,na Inglaterra2,3,4.ApósaSegunda
GuerraMundial,naEuropa,observou-seosurgimentodediversasCTscomoumatentativadehumanizaro
tratocomodoentemental,alémdeamenizare/ouimpedirosefeitosnegativosdaestruturaçãocorrentedo
tratamentopsiquiátrico2,4,5.OatendimentonamodalidadedeCTpodeserestruturadoemváriosespaços,como
emhospitaispsiquiátricos,emprisões,emescolas,emresidenciais,entreoutros3,6,7.Apesardasdiferentes
formasqueumaCTpodeconstituir-se,hácomoelementocomumoprincípiodequeoambienteéofator
terapêutico.Osprofissionaisdediferentesáreasquecompõemaequipe,bemcomoarelaçãodestescomo
paciente,astécnicasescolhidaseaestruturafísicaondeocorreotratamentoinstituemumconjuntoparaa
idealizaçãodeumaCT3,6.
Inicialmente,aCTeraumamodalidadedeatendimentoparaadultos.Conformeasoutras técnicas
depsicoterapia foramseampliandoeagregando recursos lúdicosparaoacolhimentode criançasede
adolescentes,asCTstambémforamfazendoessemovimento8.AnomenclaturaAmbientoterapiaécomumente
empregada,nosuldoBrasileemoutraslocalidades,comoequivalenteaCTinfanto-juvenil9.Nessesentido,
Osório10sugeriuqueaAmbientoterapiaparacriançaseadolescentespossuíaumcaráterde“lar-clube-escola”.
Navisãodoautor,aexpressão“lar”referia-seàestruturadaCT,queprecisasersemelhanteadogrupofamiliar,
vistoqueointuitodoacompanhamentoéoferecermodelosdeidentificaçãomaissaudáveisparaopaciente.
“Clube”remetiaàsatividadeslúdicaserecreativasquesãoproporcionadasnaAmbientoterapiae“escola”
aludiaaoespaçosocialcaracterísticodacriança10.Asatividadesoferecidasaospacientes,namodalidadede
Ambientoterapia,sãoplanejadasvisandoàautonomia,àorganizaçãodoambienteexternoeàsemelhança
comarealidadecotidiana.Apartirdessalógica,arotinaterapêuticaincluiatividadesartísticas,domésticas,
recreativas,psicopedagógicas,entreoutras5,9,10.AAmbientoterapiapossuiefetividadeterapêuticaparacrianças
comdistúrbiosevolutivos,psicóticoseneuróticosemcrises10.Tambéméindicadaemcasosdeproblemas
desocialização,agressividade, impulsividade,atrasosglobaisdodesenvolvimento,entreoutrascondições
quenecessitamdeumacompanhamentodiferenciadodaqueleoferecidonaclínica individual8,10.Aindaé
aconselhadaparapacientesqueapresentamcaracterísticasregressivas,queremetemaumafragilidadeegóica,
frutoderelaçõesobjetaisprimáriasfalhase,porconsequência,requeremtratamentosespeciais2,3,10,11,12.
PesquisassobreoperfildeclientelaemCTsestãopredominantementerelacionadosaotratamentode
adultosnocontextodousoabusivodedrogas13,14,15,16,17,18,19.Hápoucaliteraturadedicadaaolevantamento
dedadosterapêuticosenvolvendocriançasemambientoterapia9.Opresenteestudoobjetivoucaracterizar
aclientelaatendidanamodalidadedeCTinfanto-juvenildeumaclínica-escoladePortoAlegre/RS,entreos
anosde2008a2017.
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Método
Trata-sedeumestudoquantitativo,descritivoedecortetransversal,realizadoapartirdeumapesquisa
documental20,21.Foramconsultados49prontuáriosdecriançasqueestiveramematendimento,namodalidade
deCTinfanto-juvenil,entreosanosde2008a2017,numaclínica-escolalocalizadaemPortoAlegre/RS.As
informaçõescoletadasforamtranscritasparaosoftwareStatisticalPackagefortheSocialSciences(SPSS–17º
Edição)ereceberamtratamentoestatístico(frequência).
Aconsultaaosprontuáriosparafinsdopresenteestudo,seguiuaResoluçãon.510,de7deabrilde
2016,doConselhoNacionaldeSaúde,quediscorresobreaéticaempesquisanaáreadeCiênciasHumanase
Sociais22.Alémdisso,osresponsáveispelascriançaspesquisadasconcordaramqueosdadoscoletadosfossem
utilizadosparafinsdepesquisa,assinandoumtermodeconsentimentolivreeesclarecido.
Asvariáveiscoletadas incluíram:sexo; idade;escolaridade;tipodeensinofrequentadopelacriança
(ensinopúblicoouprivado);buscaportratamentosanterioresàCT;fontesencaminhamentoparaatendimento;
sintomatologiaehipótesediagnóstica.Tambémforamcoletadosdadosreferentesaotempodepermanência
emCT,tratamentoscomplementaresaessamodalidadeetipodeencerramentodadoaoatendimento.Essas
informaçõesforamretiradastantodafichadetriagemdospacientesquantodasevoluçõespreenchidaspelas
equipesdeterapeutas.
OtrabalhodeCTdaclínica-escolapesquisadabaseava-senoreferencialpsicanalítico,combinadocom
manejos comportamentais.Aequipeera compostaporpsicólogos, estagiáriosdepsicologia,psiquiatra,
assistente social,psicopedagogae fonoaudióloga.Oobjetivodo tratamentoeraproporcionarumespaço
terapêuticoemgrupoparacriançasquedemandavammaioratençãoetempodoquepoderiaseroferecido
emumapsicoterapiaindividual.Eramacolhidospacientesdequatroadozeanosdeidade,quedemonstravam
dificuldadesdesocializaçãoeparaseguirregrase limites.Essespacientestambémapresentavamhistória
deimpulsividadeeagressividade,problemasdecondutaeatrasosglobaisdodesenvolvimento.Ascrianças
atendidaseramagrupadasconformefaixaetáriaeníveldefuncionamentomental,sendoaindaconsiderados
outroscritériosclínicosedesenvolvimentais.Ospacientesrecebiamatendimentoporduashorase45minutos,
duasvezesporsemana.Nesseperíodo,eramrealizadasatividadesdiversas.Ospaisdessespacientestambém
recebiamcuidadoterapêuticoatravésdegruposdeapoiosemanaisouacompanhamentoindividual.
Resultados
Dos49prontuários consultados,amaioriaeradepacientesdo sexomasculino (87,8%), com idade
variandoentre2a12anos(M= 7,04; DP= 2,3).ConformedadosdaTabela1,essascriançasestavammatriculadas
entreapré-escolaeosextoanodoEnsinoFundamental,sendoqueamaiorpartefrequentavaapré-escola
(26,5%).Oensinoprivadoerafrequentadopor65,3%dessespacientespesquisados.
Com relação aos tratamentos anteriores a CT, os dados indicaramque amaioria das crianças
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(69,4%) jáhaviarealizadoatendimentopsicoterápico individual. Igualmente,amaioriapossuíahistóriade
acompanhamentopsiquiátricoouneurológico(67,3%)e73,5%faziausodepsicofármacos.Ainda,40,8%dos
pacientesfoisubmetidoàavaliaçãopsicológica(testagem);28,6%realizaramacompanhamentofonoaudiólogo
e26,5%acompanhamentopsicopedagógico.Quantoàsfontesdeencaminhamento,amaioriadospacientes
buscouatendimentoporindicaçãodepsicólogos(42,9%),seguidodeescolas(18,4%),depsiquiatras(14,3%)
edeneurologistas(10,2%).
Paraapresentepesquisa,foramcoletadosostrêsprimeirossintomasregistradosnomomentodaprocura
portratamento.Osdadosmostraramvariabilidadedesintomatologias,sendoosmaisprevalentesaqueles
relacionadosàagressividade,àagitação/hiperatividadeebaixatolerânciaàfrustração(Tabela2).
Foramlevantadasashipótesesdiagnósticasregistradasaofinaldaavaliaçãodospacientes,ouseja,na
faseinicialdotratamento.Essesdadosforamcoletadosjuntoaoregistrodasevoluçõesdospacientes,eforam
agrupadosemcategoriasdeacordocomoManualDiagnósticoeEstatísticodeTranstornosMentais(DSM-5)23.
OsTranstornosdoNeurodesenvolvimentofoiacategoriadiagnósticamaisprevalente(29%).Nessacategoria,
foramencontradas13criançascomdiagnósticodeTranstornodoEspectroAutista(TEA)eumacomTranstorno
doDéficit deAtençãoeHiperatividade (TDAH).Alémdisso, 16,3%das crianças receberamdiagnósticos
classificadosnacategoriadosTranstornosDepressivose14,3%nacategoriadosTranstornosDisruptivos,do
ControledeImpulsosedaConduta(Tabela3).
Quantoaotempodepermanênciaematendimento,amaioriadospacientespermaneceudeumadois
anosemacompanhamento(26,3%).Ainda,23,7%dascriançaspesquisadasficaramdesetemesesaumano
ematendimentoe21,1%permaneceramsomenteummêsemtratamento(Gráfico1).
ApesquisatambémapontouqueamaioriadosatendimentosemCTeramcomplementadoscomoutro
tipodeterapêutica(96%).Nessecontexto,encontrou-seque63,3%dessascriançasrealizaramatendimento
psiquiátrico;14,3%psicoterapia individual;12,2%acompanhamentopsicopedagógicoe5,9%atendimento
neurológico.
Para levantarotipode términodeatendimento foi adotadaa categorização sugeridaporGastaud
eNunes24,25.Asautoraspropõemtrêsclassificaçõesdeencerramentoparafinsclínicosedepesquisa:não
aderência,abandonoealta.Anãoaderênciaéregistradaquandooatendimentoéinterrompidoaindana
fasedeavaliação,ouseja,antesqueosobjetivosestabelecidosparaotratamentoestejamclarosparaambos
osparticipantesouemsituaçõesemquenãoháindicaçãodetratamento.Asautorasentendemque,como
regrageral,asavaliaçõestenham,emmédia,ummêsdeduração.Oabandonoocorrequandooatendimento
éencerradoantesqueosobjetivosestabelecidosnocontratotenhamsidoatingidos,independentementedos
motivosquelevaramopacienteouoterapeutaainterrompê-loeindependentementedeadecisãotersido
unioubilateral.Paraasautoras,oatendimentodevetertidoduraçãomínimadeummêsparaopacienteser
consideradoabandonante.Porúltimo,aaltaéclassificadaquandoosobjetivosestabelecidosnocontrato
foramatingidos24,25.Naamostrapesquisa,foiregistradoumexpressivoíndicedeencerramentosporabandono
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(80%).Receberamaltasomente11,4%daamostraeem8,6%dosprontuáriosnãofoiregistradootipode
término.Ainda,nenhumencerramentoocorreupornãoaderência.
Discussão
OperfilmaisprevalentedospacientesatendidosemCTinfanto-juvenil,naclínica-escolapesquisada,
entreosanosde2008e2017,éodeummenino,comaidademédiadeseteanosequecursaapré-escolaem
umainstituiçãoprivada.Estudosdecaracterizaçãodepacientesinfantisquebuscamatendimentopsicológico
emclínicas-escolaapontamqueasmaioresdemandassãodepacientesdosexomasculino,nafaixaetáriados
seisaosdezanosdeidade26,27,28,29.
AntesdachegadaaCT,namaioriadasvezes,ospacientesjáhaviambuscadoatendimentopsicoterápico
individualeoencaminhamentoparaaclínica-escoladeu-seatravés,principalmente,deseupsicólogo.Esses
achadospodemcorroborar a literaturanaárea,queapontaquepacientesque recebem indicaçãopara
tratamentoemCTssãoconsideradoscasosmaisgraves,quedemandamumacompanhamentodiferenciado
daclínicaindividual2,3,8,10,11,12.
AhipótesediagnósticamaisfrequentenaamostraeradeTEA,inseridanoagrupamentodosTranstornos
doNeurodesenvolvimento.Osintomamaisexpressivoeraagressividade.Ainda,agrandemaioriadospacientes
jáhaviafeitousodepsicofármacos.
OsTranstornosdoNeurodesenvolvimentosemanifestamnoiníciodoperíodododesenvolvimentoe
caracterizam-sepelapresençadedéficitsnodesenvolvimentoqueproduzemprejuízosnasáreaspessoal,social,
acadêmicaouprofissional23.OTEAtemcomoprincipaiscaracterísticasdificuldadesnasáreasdeinteraçãosocial,
dacomunicaçãoedocomportamento23.Osdéficitsnacomunicaçãoenainteraçãosociaisestãopresentesem
diversoscontextosepodemserdecorrentesdepadrõesdeinteraçõesprecárias,osquaisnãoofereceramao
sujeitoumanoçãoclaradadiferenciaçãoentreselfeobjeto23.Nessesentido,ospacientesqueseencontram
noespectroautistaapresentamdificuldadesnareciprocidadesociale,assim,oestabelecimentodecontatoe
devínculoscomoutraspessoasmostra-seprejudicado23.Alémdessesaspectos,paraquesejadiagnosticado
oTranstornodoEspectroAutista,devemestarpresentespadrõesrepetitivosdecomportamento,interesses
ouatividades–característicasquerepresentamumalimitaçãonavidaemocionaldessespacientes11,23,30.O
TEAédiagnosticadoquatrovezesmaisfrequentementenospacientesdosexomasculinodoquenofeminino,
oqueestáemconformidadecomosresultadosencontradosnopresenteestudo23.Estudosmostramque
aagressividadeéumsintomacomumdoTranstornodoEspectroAutista31,32.DeacordocomBadaracco2,
ospacientesemCTstemapossibilidadedeelaboraraagressividade,vistoqueoambienteproporcionaa
contençãodesses impulsosatravésda colocaçãode limites.Bouraset al.31associamaagressividadecom
expulsãoescolar,exclusãodeserviços,institucionalizaçãoeusodepsicofármacos.Ainda,osmesmosautores
evidenciaramnoseuestudoqueindivíduoscomoTEArecebemmedicaçãopsiquiátricaemmaiorproporção
quandocomparadosasujeitoscomausênciadetranstornospsiquiátricos31.Carpenteretal.33 indicamque
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múltiplospsicofármacos sãoprescritosparacriançasdiagnosticadascomTranstornodoEspectroAutista.
Conformeosresultadosencontradosnopresenteestudo,amaiorpartedospacientesdaAmbientoterapia
daclínica-escolajáhaviafeitousodepsicofármacosantesdeiniciaremoacompanhamentonainstituiçãoea
maioriarecebeuatendimentocomplementarpsiquiátrico.
EmrelaçãoàpermanênciadospacientesematendimentonaCTencontrou-seumavariabilidadeentre
umedoisanoseoencerramentomaisfrequentefoiinterrupção.DeacordocomInciardi,Mello,Pechanskye
Surrat34,ospacientesemCTspassammaistemponoambienteterapêuticodoqueemoutrasmodalidadesde
terapia.Auriacombe,Denis,Fatséas,LangloiseMalivert35emumarevisãosistemáticasobreaefetividadedas
CTssugeremqueamédiadepermanênciadospacientesemtratamentoéde38a180dias.Algunsestudos
apontamqueaefetividadedosatendimentosemCTsestárelacionadaalongosperíodosdetempoeaconclusão
dotratamento35,36.JáoestudodeAslan37comusuáriosdedrogasemCTsmostrouque,apesardoabandono
dotratamento,ospacientessebeneficiaramcomasexperiênciasobtidas.
Onúmerodeabandonosdetratamento,encontradonaamostrapesquisada,foimaisexpressivodo
queolocalizadoemoutrosestudosdecaracterizaçãodeclientelainfantilemclínica-escola.BernsteineSilva
localizaramuma taxade41,85%38eMantovani,MarturanoeSilvaresencontraram49%deabandonos39.
CunhaeBenettiidentificaramabandonoem64,15%deprontuários40eGastaudeNunesencontraram37,7%
deabandonodeatendimentoporcriançasemclínica-escola25.
Conclusões
Opresenteestudoobjetivouapresentaroperfildepacientesinfantisqueestiveramematendimento
naCTinfanto-juvenildeumaclínica-escolaentreosanosde2008a2017.Estudosdessanaturezaauxiliam
processosreflexivosarespeitodasdemandasdetratamentomaisrecorrentesnocontextoatual.Ademais,
pode-seentenderapresentepesquisacomoumaformadeinstrumentalizaçãodaequipedaclínica-escolae
deoutrasCTs,namedidaemquepodemserrealizadostreinamentoseaperfeiçoamentosdeacordocomas
característicasdospacientesquerequeremessamodalidadedeatendimento.
Alimitaçãodopresenteestudoéaexistênciadedadosincompletos,ausenteseanãopadronizaçãoda
linguagemnosregistrosnosprontuários.Apartirdopreenchimentoadequadodasinformações,osresultados
seriammaisespecíficosepoderiamserrealizadaspesquisasemmaiorquantidade,ampliandoostemaspossíveis
deseremestudadosediminuindootempodelevantamentodedados.Porfim,sugerem-seestudosfuturos
acercadasdemandasdesseperfildepacientes,paraqueasatualizaçõesteóricaspossamiraoencontroda
realidadequeseapresentae,assim,paraqueospacientessejamatendidosdamelhorformapossível.
*Todososautoresparticiparamativamentedaelaboraçãodopresenteartigo.
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tabela 1. Escolaridade
Escolaridade n %Pré-escola 13 26,5%1ºAnodoEnsinoFundamental 11 22,4%2ºAnodoEnsinoFundamental 5 10,2%3ºAnodoEnsinoFundamental 7 14,3%4ºAnodoEnsinoFundamental 3 6,2%5ºAnodoEnsinoFundamental 4 8,2%6ºAnodoEnsinoFundamental 1 2%Nãofrequentaaescola 4 8,2%Dadonãoconstanoprontuário 1 2%Total 49 100%
tabela 2. Sintomas
Sintomas 1º sintoma referido
2º sintoma referido
3º sintoma referido
n % n % n %
Agressividade 18 37% 5 10,2% 4 8,1%
Agitação/hiperatividade 10 21% 15 31% 11 22,4%
Baixa tolerância à frustração 3 6% 6 12,4% 3 6%
Ansiedade 4 8% 2 4% 2 4%
Comportamentoestereotipado 2 4% 3 6% 5 10,2%
Dificuldadesparalidarcomlimites/comportamentoopositor
0 0% 11 22,4% 8 17%
Dificuldadenamotricidade 0 0% 0 0% 1 2
Baixaautoestima 1 2% 0 0% 0 0%
Irritabilidade/alteraçãodehumor 2 4% 0 0% 0 0%
Dificuldadesdeaprendizagem 0 0% 3 6% 1 2%
Atrasodefalaoudelinguagem 3 6% 0 0% 4 8,1%
Problemasalimentares 0 0% 1 2% 1 2%
Atrasonodesenvolvimento 1 2% 0 0% 0 0%
Coleito 0 0% 1 2% 0 0%
Tiques 1 2% 0 0% 0 0%
Autoagressão 0 0% 0 0% 1 2%
Enurese 1 2% 1 2% 0 0%
Encoprese 1 2% 0 0% 0 0%
Dificuldadesdesocialização 0 0% 0 0% 4 8,1%
Problemasdeatenção/concentração 1 2% 1 2% 4 8,1%
Medos 1 2% 0 0% 0 0%
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tabela 3. Hipótesesdiagnósticas
Hipóteses diagnósticas n %transtornos do neurodesenvolvimento 14 29%transtornos depressivos 8 16,3%Transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta 7 14,3%Transtornosdeansiedade 3 6%Transtornosrelacionadosatraumaeaestressores 0 0%Transtornosdepersonalidade 2 4%Espectrodaesquizofreniaououtrostranstornospsicóticos 0 0%Transtornosalimentares 0 0%Transtornobipolaretranstornosrelacionados 3 6%Transtornosrelacionadosasubstânciasetranstornosaditivos 0 0%Transtornodesintomassomáticosetranstornosrelacionados 0 0%Não consta diagnóstico no prontuário 12 24,4%
Gráfico 1. Tempodepermanênciaematendimento
Referências
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Contribuições:LuizaTolardoDalConte–Análiseestatística,ColetadeDados,Conceitualização,Investigação,
Metodologia,Redação–Preparaçãodooriginal,Redação–RevisãoeEdição,Visualização;
SílviaCristinaMarcelianoHallberg–Análiseestatística,ColetadeDados,Conceitualização, Investigação,
Metodologia,Redação–Preparaçãodooriginal,Redação–RevisãoeEdição,Visualização.
Correspondência
Luiza Tolardo Dal Conte
e-mail:[email protected]
Sílvia Cristina Marceliano Hallberg
e-mail:[email protected]
Submetidoem:08/08/2019
Aceitoem:18/11/2019