Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

95
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA ANDRESSA SANTANA SANTOS Caracterização de espécies de Candida provenientes de infecção da mucosa vulvovaginal de mulheres atendidas no Hospital das Clínicas em Goiânia-GO Goiânia 2018

Transcript of Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

Page 1: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

E SAÚDE PÚBLICA

ANDRESSA SANTANA SANTOS

Caracterização de espécies de Candida provenientes de infecção da

mucosa vulvovaginal de mulheres atendidas no Hospital das

Clínicas em Goiânia-GO

Goiânia

2018

Page 2: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...
Page 3: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

ANDRESSA SANTANA SANTOS

Caracterização de espécies de Candida provenientes de infecção da

mucosa vulvovaginal de mulheres atendidas no Hospital das

Clínicas em Goiânia-GO

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Medicina

Tropical e Saúde Pública da Universidade

Federal de Goiás para obtenção do Título de

Mestre em Medicina Tropical e Saúde

Pública, área de concentração Microbiologia.

Orientadora: Prof.ª Dra. Maria do Rosário

Rodrigues Silva

Goiânia

2018

Page 4: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...
Page 5: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL E SAÚDE

PÚBLICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Aluna: Andressa Santana Santos

Orientadora: Prof.ª Dra. Maria do Rosário Rodrigues Silva

Membros:

1. Profa. Dra. Maria do Rosário Rodrigues Silva

2. Prof. Dr. Fábio Silvestre Ataídes

3. Profa. Dra. Rosália Santos Amorim Jesuíno

Data: 28/02/2018

Page 6: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...
Page 7: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

DEDICO...

A todas as pessoas que Deus colocou em meu caminho,

e que de alguma maneira contribuíram para o meu

crescimento profissional e pessoal. Em especial a

minha família, que sempre será a razão de todas as

minhas batalhas e conquistas.

Page 8: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

“Na vida não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que

somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e,

acima de tudo, importa o que fazemos de nós. Está à tua

disposição a potência, o poder de bem realizar, de vencer

adversidades, reduzir atritos, convencer nos negócios honestos,

melhorar de emprego, ampliar amizades, obter a paz no lar e

tudo mais. Quanto mais te convences de que podes ser feliz, de

que tens em ti os atributos da paz, ação, resistência e amor, mais

as facilidades chegam a ti. No entanto, se preferes viver em

lamentações, na recusa à prática do bem, ou no cultivo de vícios,

ergues desnecessariamente, barreiras a ti mesmo.Crê em ti

mesmo, age e verá os resultados. Quando te esforças a vida

também se esforça para te ajudar.”

Chico Xavier

Page 9: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida, pelos milagres diários e por cada pessoa que colocou no

meu caminho. Pois, como disse o grande piloto brasileiro Ayrton Sena: “Eu sou parte de

uma equipe. Então, quando venço, não sou eu apenas quem vence. De certa forma termino

o trabalho de um grupo enorme de pessoas!”. Este trabalho é fruto da colaboração direta e

indireta de muitas pessoas as quais serei eternamente grata.

Aos meus pais, Adelson e Ilma, responsáveis por todas as minhas vitórias. Com

eles aprendi que trabalho, honestidade, respeito e dedicação são a chave para qualquer

conquista.

Aos meus familiares, por me apoiarem e incentivarem constantemente. Agradeço

de maneira especial a minha avó Joaquina, por todo amor e carinho. À minha irmã

Alessandra e a minha tia Neiva, por todo amparo e incentivo em todos os momentos da

minha vida.

À minha orientadora professora Dra. Maria do Rosário Rodrigues Silva, serei

sempre grata por essa oportunidade enriquecedora de aprendizagem que contribuiu não só

para o meu crescimento profissional, mas também pessoal. O seu apoio, respeito,

paciência, carinho, incentivo e ensinamentos diários possibilitaram a realização desse

trabalho.

Aos professores do laboratório de micologia do IPTSP/UFG, Dra. Carolina

Rodrigues Costa, Dra. Lucia Kioko Hasimoto e Souza, Dra. Orionalda de Fátima Lisboa

Fernandes e Dr. Benedito Rodrigues da Silva Neto, pela disposição em ajudar e

compartilhar conhecimentos.

À Prof.ª Dra. Rosália Santos Jesuino Amorim e as demais participantes da banca de

qualificação que contribuíram para o enriquecimento desse trabalho, por meio de suas

preciosas considerações.

Ao Dr. Washington Luiz Ferreira Rios, por nos auxiliar na realização desse estudo,

e a toda equipe do Ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas que

colaboraram na coleta de dados deste trabalho. No período em que passei no ambulatório

tive a oportunidade de conhecer e conviver com pessoas incríveis as quais conservo uma

imensa gratidão.

Page 10: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

Aos generosos amigos, Ana Laura de Sene Amâncio Zara, Elisangela Gomes da

Silva e Fábio Silvestres Ataídes, pela paciência e disponibilidade em compartilhar tantos

conhecimentos fundamentais para o desenvolvimento desse estudo.

Aos amigos da micologia, Fabyola, Fernanda, Lucas, Thaísa, Vivianny, Maysa,

Nathany, Rayssa, Cícero, sou muito grata a cada um de vocês, por todo auxílio,

conhecimento e momentos felizes compartilhados. À Hildene, pelo coração de mãe que

acolhe cada um que faz parte dessa equipe e por todos os ensinamentos micológicos e de

vida.

À todos os servidores do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, que

cooperaram de alguma maneira para a concretização desse trabalho.

Ao Programa de Pós Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública do

IPTSP/UFG, pela excelente formação.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo

apoio financeiro.

Page 11: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO / REVISÃO DA LITERATURA ..................................................... 16

1.1. Introdução ............................................................................................................ 16

1.2. Revisão da literatura ............................................................................................ 17

1.2.1. Epidemiologia da CVV ............................................................................... 17

1.2.2. Leveduras envolvidas na candidíase vulvovaginal ...................................... 18

1.2.3. Fatores relacionados à instalação de candidíase .......................................... 20

1.2.3.1 Aderência ................................................................................................. 21

1.2.3.2 Biofilme ................................................................................................... 22

1.2.3.3 Dimorfismo .............................................................................................. 22

1.2.3.4 Proteinases ............................................................................................... 22

1.2.3.5 Fosfolipase ............................................................................................... 23

1.2.3.6 Hemolisina ............................................................................................... 24

1.2.4. Fatores predisponentes ao desenvolvimento da CVV ................................. 24

1.2.5. Diagnóstico clínico-laboratorial da CVV .................................................... 25

1.2.6. Identificação das espécies de Candida ........................................................ 26

1.2.7. Tratamento da CVV .................................................................................... 28

1.2.8. Resistência de Candida spp à agentes antifúngicos .................................... 31

1.2.9. Métodos para determinação da suscetibilidade de espécies de Candida aos

antifúngicos ................................................................................................................. 32

2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 33

3. OBJETIVOS ................................................................................................................ 34

3.1. Objetivo Geral ..................................................................................................... 34

3.2. Objetivos Específicos .......................................................................................... 34

4. MÉTODOS .................................................................................................................. 35

4.1. Deliniamento do estudo ....................................................................................... 35

4.2. Considerações éticas ............................................................................................ 35

4.3. Coleta e isolamento das amostras ........................................................................ 35

4.4. Identificação fenotípica ....................................................................................... 36

4.4.1. Crescimento em meio cromogênico ............................................................ 36

4.4.2. Produção de tubo germinativo ..................................................................... 36

4.4.3. Produção de clamidoconídio ....................................................................... 36

Page 12: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

4.4.4. Assimilação de carboidratos – auxanograma .............................................. 37

4.5. Idenficação genotípica ......................................................................................... 37

4.5.1. Extração do DNA ........................................................................................ 37

4.5.2. Reação em cadeia da polimerase – PCR ..................................................... 38

4.6. Teste de suscetibilidade in vitro .......................................................................... 38

4.6.1. Preparação do inóculo ................................................................................. 39

4.6.2. Procedimento do teste .................................................................................. 39

4.7. Aderência ............................................................................................................. 41

4.8. Atividade enzimática ........................................................................................... 41

4.8.1. Proteinase .................................................................................................... 41

4.8.2. Fosfolipase ................................................................................................... 42

4.8.3. Hemolisina ................................................................................................... 43

4.9. Análise dos dados ................................................................................................ 43

5. RESULTADOS ........................................................................................................... 44

5.1. Dados sociodemográficos e clínicos ................................................................... 44

5.2. Identificação ........................................................................................................ 46

5.2.1. Fenotípica .................................................................................................... 46

5.2.2. Genotípico ................................................................................................... 48

5.3. Teste de Suscetibilidade in vitro .......................................................................... 49

5.4. Aderência ............................................................................................................. 51

5.5. Produção de enzimas ........................................................................................... 51

6. DISCUSSÃO ............................................................................................................... 53

7. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 58

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 59

Page 13: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

QUADROS, TABELAS, FIGURAS, ANEXOS E APÊNDICES Figuras

Figura 1: Microscopia de esfregaço vaginal corado por Gram, onde é possível observar

leveduras, blastoconídios e pseudo-hifas (Aumento 400x). ............................... 19

Figura 2: Etapas do processo de patogenicidade de Candida sp. ........................................ 21

Figura 3: A-Membrana celular fúngica. B-Ligação dos agentes poliênicos ao ergosterol da

membrana formando poros que resulta no aumento da permeabilidade da

membrana com liberação de ions. ....................................................................... 29

Figura 4: Mecanismo de ação dos derivados azólicos sobre a enzima 14-α-demetilase,

impedindo a demetilação do lanosterol em ergosterol, formando esteróis tóxicos

para a membrana. ................................................................................................ 30

Figura 5: Mecanismo de ação das equinocandinas sobre a enzima de ß (1,3) D- glucano

sintase, provocando o rompimento da parede celular. ........................................ 31

Figura 6: Esquema do procedimento para a realização do teste de suscetibilidade in vitro

pelo método de microdiluição em caldo. ............................................................ 40

Figura 7: Determinação da zona de precipitação (Pz) que é a razão entre o diâmetro da

colônia (dc) pelo diâmetro da colônia mais o diâmetro da área translúcida (dcp),

ou seja, PZ = dc/dcp. ........................................................................................... 42

Figura 8: Calculo realizado para a determinação do valor preditivo positivo (VPP). ......... 43

Figura 9: Espécies de Candida cultivadas em CHROMagar. A - Colônias com coloração

azul-esverdeada característica de C. tropicalis. B- Colônias lilás e verdes

características de infecção mista por C.glabrata e C. albicans. C- Colônias

verdes características de C. albicans................................................................... 46

Figura 10: A-Produção de tubo germinativo por C albicans após crescimento em soro

animal (Aumento 400X). B- C. albicanscom produção de clamidoconídios em

meio de agar Cornmeal (Aumento 400X). .......................................................... 47

Figura 11: Auxanograma: Assimilação de glicose (GLI), sacarose (SAC), galactose (GAL),

xilose (XIL), trealose (TRE) e maltose (MAL) e não assimilação de lactose

(LAC), rafinose (RAF) e celobiose (CEL) por Candida albicans. ..................... 47

Figura 12: Frequência das espécies de Candida, segundo identificação genotípica, isoladas

de amostras vulvovaginais. ................................................................................. 48

Page 14: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

Figura 13: Eletroforese em gel de agarose (1,2%), mostrando a amplificação de DNA de

espécies de C.albicans (1 e 3), C. glabrata (17R e 46) e C. topicalis (7 e 12). M:

Marcador molecular 100pb (Invitrogen). ............................................................ 48

Figura 14: Microscopia óptica da aderência das espécies de Candida à células epiteliais

bucais (Aumento 1000X). ................................................................................... 51

Figura 15: Halo de precipitação mostrando a produção de enzimas por espécies de Candida

sp. (1, 3, 4, 5, 18, 20, 14, 15, 52 - C. albicans; 13, 17V – C. tropicalis; 17R – C.

glabrata). A-Proteinase em meio contendo soro albumina bovina. B- Hemolisina

em meio de ágar sangue. C- Fosfolipase em meio meio contendo gema de ovo.

............................................................................................................................. 52

Tabelas

Tabela 1: Prevalência de candidíase vulvovaginal (CVV) em estudos realizados em

diferentes regiões do Brasil entre o período de 2004 a 2015. ............................. 18

Tabela 2: Coloração apresentada pelas espécies de Candida quando cultivadas em meio de

CHROMagar Candida (Difco® Laboratories, EUA). ........................................ 36

Tabela 3- Oligonucleótideos específicos usados na PCR e seus respectivos amplicons..... 38

Tabela 4. Variação da concentração dos antifúngicos utilizados na metodologia de

microdiluição em caldo. ...................................................................................... 39

Tabela 5: Valores das CIMs estabelecidos para a interpretação do padrão de suscetibilidade

e de resistência para espécies de Candida. ......................................................... 41

Tabela 6. Distribuição da faixa etária, estado civil e especialidade de atendimento das

mulheres com suspeita clínica de candidíase vulvovaginal procedentes do

Hospital das Clínicas, em Goiânia-GO, 2016-2017. ........................................... 44

Tabela 7: Características clínicas das mulheres com suspeita de candidíase vulvovaginal

atendidas no Hospital das Clínicas em Goiânia-GO, 2016-2017. ....................... 45

Tabela 8: Tratamento clínico indicado para as mulheres com suspeita de candidíase

vulvovaginal atendidas no Hospital das Clinicas em Goiânia-GO, 2016-2017. . 46

Tabela 9: Variação da concentração inibitória mínima (µg/mL) dos diferentes antifúngicos

sobre os isolados de Candida obtidos de amostras vaginais de mulheres

atendidas no Hospital das Clínicas de Goiânia-GO. ........................................... 50

Tabela 10: Atividade enzimática para as espécies de Candida isoladas da mucosa vaginal

de mulheres atendidas no Hospital das Clínicas de Goiânia-GO. ....................... 52

Page 15: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

Anexos

Anexo 1: Parecer do Comitê de Ética .................................................................................. 76

Anexo 2: Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) .......................................... 78

Anexo 3: Ficha controle ...................................................................................................... 79

Anexo 4: Artigo á ser submetido ......................................................................................... 80

Page 16: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS

AIDS Acquired Immunodeficiency Syndrome

ASD Agar Sabouraud Dextrose

ATCC American Type Culture Collection

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CIM Concentração Inibitória Mínima

CIM50 Concentração inibitória mínima em 50% dos isolados

CIM90 Concentração inibitória mínima em 90% dos isolados

CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute

CVV Candidíase vulvovaginal

CVVR Candidíase vulvovaginal Recorrente

DMSO Dimetilsulfóxido

Dpc Diâmetro da colônia + diâmetro da área translúcida

EDTA Ácido etilenodiaminotetracético

ERG Ergostherol biosynthesis gene

HC Hospital das Clínicas

ITS Internal Transcribed Spacer

MOPS Ácido 2-(N-morfolino)-propanosulfônico

pb Pares de base

PBS Phosphate buffered saline

PCR Polymerase Chain Reaction

pH Potencial hidrogeniônico

PZ Zona de precipitação

RAPD Randomly Amplified Polymorphic

RFLP Restriction Fragment Length Polymorphism

RNase Ribonuclease

RPMI Roswell Park Memorial Institute

SAP Secretory Aspartyl Proteinase

SPSS Statistical Programme for Social Sciences

TEB Tris borato EDTA

UFG Universidade Federal de Goiás

VP Valor Preditivo

Page 17: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

VPP Valor Preditivo Positivo

YCB Yeast Carbon Base

YEPD Yeast Extract Peptone Dextrose

YNB Yeast Nitrogen Base

Page 18: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

RESUMO

Título: Caracterização de espécies de Candida provenientes de infecção da mucosa vulvovaginal de mulheres atendidas no Hospital das Clínicas em Goiânia-GO Introdução: a candidíase vulvovaginal (CVV) é caracterizada como a segunda infecção mais comum entre as infecções que acometem esta região. As leveduras do gênero Candida, como C. albicans, C. parapsilosis, C. topicalis, C. glabrata, C. krusei e C. guilliermondii são as principais causadoras desta patologia, podendo ser identificadas por métodos fenotípicos e moleculares. Objetivos: determinar o valor preditivo (VPP), do diagnóstico clínico de CVV em comparação à cultura, realiza a caracterização das espécies de Candida isoladas da mucosa vaginal através de métodos fenotípicos e moleculares, verifica a produção de enzimas hidrolíticas e o perfil de suscetibilidade in vitro aos antifúngicos usados na terapia da CVV. Metódos: Os métodos fenotípicos usados foram baseados em aspectos morfológicos e bioquímicos, enquanto os testes moleculares foram realizados usando–se a reação em cadeia da polimerase com oligonucleotídeos específicos para cada espécie. Para a verificação da atividade das enzimas proteinase, fosfolipase e hemolisina, foi realizado respectivamente, o crescimento das leveduras em meios contendo albumina bovina, gema de ovo e sangue, sendo a leitura determinada pela zona de precipitação (PZ). A aderência de Candida às células epiteliais foi determinada por microscopia óptica pela contagem do número de células aderidas a 100 células epiteliais. A suscetibilidade in vitro dos isolados de Candida para fluconazol, itraconazol, voriconazol, nistatina e anfotericina B foi realizada usando-se o teste de diluição em caldo visando á determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do antifúngico. Resultados: o VPP do diagnóstico clínico frente ao padrão-ouro de 61,8% (34/55). Dentre as 55 amostras coletadas foram obtidos 36 isolados identificados como C. albicans (27), C. glabrata (5) e C. tropicalis (4). Todos os isolados foram produtores de enzimas, a média de aderência à 100 células epiteliais bucais para as espécies de C. albicans, C. glabrata e C. tropicalis foi respectivamente de 402,5, 236,2 e 58. Alta resistência ao fluconazol (38,8%), elevada suscetibilidade a anfotericina B (94,4%) e baixos valores de MIC para nistatina (8 μg/mL a > 16 μg/mL) foram observados para os isolados.Conclusões: a cultura é fundamental para o diagnóstico de CVV e confirmam que C. albicans continua a espécie predominante como agente de CVV. Todas as espécies apresentam um alto poder patogênico visto a liberação de enzimas por todos os isolados. Este estudo permite sugerir ao clínico que a realização de testes de suscetibilidade in vitro anterior a prescrição do antifúngico traria maior êxito terapêutico.

Palavras-chaves: Candida, candidíase vulvovaginal, fatores de virulência, suscetibilidade

in vitro

Page 19: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

ABSTRACT

Title: Characterization of Candida species from vulvovaginal mucosa infection of women attended at the Hospital das Clínicas in Goiânia-GO Introduction:Vulvovaginal candidiasis (VVC) is characterized as the second most common infection among infections affecting this region. Candida yeasts, such as C. albicans, C. parapsilosis, C. topicalis, C. glabrata, C. krusei and C. guilliermondii, are the main causes of this pathology and can be identified by phenotypic and molecular methods. Objectives: this study determines the predictive value (PPV) of the clinical diagnosis of VVC in comparison to the culture, characterizes Candida species isolated from the vaginal mucosa through phenotypic and molecular methods, and verifies the production of hydrolytic enzymes and the susceptibility profile in vitro to antifungal agents used in VVC therapy. Methods: the phenotypic methods used were based on morphological and biochemical aspects, while molecular tests were performed using the polymerase chain reaction with primes specific for each species. In order to verify the activity of the enzymes protease, phospholipase and hemolysin, yeast growth was carried out in media containing bovine albumin, egg yolk and blood, and the reading was determined by the precipitation zone (PZ). Adherence of Candida to epithelial cells was determined by light microscopy by counting the number of cells adhered to 100 epithelial cells. In vitro susceptibility of Candida isolates to fluconazole, itraconazole, voriconazole, nystatin, and amphotericin B was performed using the broth dilution assay to determine the minimum inhibitory concentration (MIC) of the antifungal. Results: Results: the PPV of the clinical diagnosis in relation to the gold standard was 61.8% (34/55). Among the 55 samples collected, 36 isolates identified as C. albicans(27), C. glabrata (5) and C. topicalis (4) were obtained. All isolates were enzyme producers with average adherence to 100 oral epithelial cells for the C. albicans, C. glabrata and C. tropicalis species were respectively 402.5, 236.2 and 58. High resistance to fluconazole (38.8%), high susceptibility to amphotericin B (94.4%) and low MIC values for nystatin (8 μg / mL at > 16 μg/mL) were observed for the isolates. Conclusions: the culture is essential for the diagnosis of CVV and confirm that C. albicans continues the predominant species as CVV agent. All species presented a high pathogenic power. Hydrolytic enzymes were produced by all the isolates. This study allow suggest to the clinician that the in vitro susceptibility tests prior to antifungal prescription would bring higher therapeutic success.

Keywords: Candida, vulvovaginal candidiasis, virulence factors, in vitro susceptibility

Page 20: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

16

1.INTRODUÇÃO / REVISÃO DA LITERATURA

1.1. Introdução

As infecções fúngicas causadas por leveduras do gênero Candida aumentaram nos

últimos anos em razão de diferentes fatores, dentre eles o aumento de indivíduos

imunocomprometidos e a utilização indiscriminada de antibióticos de amplo espectro

(MAHMOUDI RAD et al., 2011; PANWAR; FAUJDAR, 2016). Essas leveduras são

normalmente encontradas em diversos sítios anatômicos incluindo o trato gastrointestinal

de 20 a 80% dos adultos saudáveis e a mucosa vaginal de 20 a 30% das mulheres

(OKUNGBOWA et al., 2003; SCHULZE; SONNENBORN, 2009). Embora seja grande o

número de espécies descritas, Candida albicans, Candida parapsilosis, Candida tropicalis,

Candida glabrata, Candida krusei e Candida guilliermondii são consideradas de maior

interesse clínico (COLOMBO et al., 2013).

As manifestações clínicas de candidíase variam desde infecções superficiais da pele

e mucosas até a penetração invasiva dos tecidos, podendo ocorrer disseminação por via

sanguínea para vários órgãos (PANWAR; FAUJDAR, 2016). A candidemia configura-se

como a mais comum candidiase invasiva, representando um problema de saúde pública

relevante. Investigações epidemiológicas realizadas nos Estados Unidos e na Europa

demonstraram que, desde a década de 1980, as leveduras do genêro Candida foram

responsavéis por 85% dos casos de fungemia, sendo a quarta causa mais comum

(QUINDÓS, 2014). No Brasil, segundo Doi et al.,(2016) Candida é a sétima causa mais

prevalente em casos de infecções sanguíneas.

A candidíase vulvovaginal (CVV) é um problema de saúde que afeta

aproximadamente três quartos da população feminina mundial. Segundo o Ministério da

Saúde, (2015) mesmo não sendo transmitida sexualmente, a CVV ocorre com maior

frequência em mulheres sexualmente ativas. O controle desta infecção vulvovaginal é

difícil, perturbando o bem-estar físico, mental e social com impacto negativo na qualidade

de vida destas mulheres (GE et al., 2012; JAEGER et al., 2013; SOBEL, 2016; ZHU et al.,

2016).

Por se tratar de uma micose cujo diagnóstico clínico correto implicará em uma

terapia mais adequada, os estudos dos métodos diagnósticos associados aos testes de

Page 21: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

17

suscetibilidade in vitro aos antifúngicos podem contribuir sobremaneira, para uma

melhoria na qualidade de vida das mulheres com CVV.

1.2. Revisão da literatura

1.2.1. Epidemiologia da CVV

A candidíase vulvovaginal (CVV), infecção genital feminina é frequente no mundo.

Entre as infecções da região vaginal, figura após a vaginose bacteriana como a mais

comum (PANWAR; FAUJDAR, 2016; BRANDOLT et al., 2017). Cerca de 75% das

mulheres em idade fértil apresentam um episódio da doença durante a vida, sendo que

destas, 40% a 50% manifestam um segundo episódio (ZENG et al., 2011; AL-AKEEL et

al., 2013; EMERIBE et al., 2015; BHESANIA; NARAYANKHEDKAR, 2017). A

ocorrência de quatro ou mais episódios da infecção no período de um ano caracteriza a

candidiase vulvovaginal recorrente (CVVR) que representa um grande problema de saúde,

sendo estimado que 6% a 9% das mulheres em idade reprodutiva apresentam esse quadro

(FOXMAN et al., 2013).

Os dados a respeito das taxas de prevalência da CVV são escassos, uma vez que esta

não é uma doença de notificação compulsória e na maioria das vezes é diagnósticada na

ausência de testes confirmatórios (ACHKAR; FRIES, 2010). Em alguns dos estudos

realizados no Brasil, a prevalência de CVV variam de 4,7% a 47,9% nas diferentes

populações estudadas (Tabela 1) (DIAS et al., 2011; PEREIRA et al., 2012; SÁ et al.,

2014; CAMARGO et al., 2015; GOULART et al., 2016; GLEHN, 2016; BRANDOLT et

al., 2017).

Page 22: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

18

Tabela 1: Prevalência de candidíase vulvovaginal (CVV) em estudos realizados em

diferentes regiões do Brasil entre o período de 2004 a 2015.

Referência Estado Período Número de

participantes

Prevalência

de CVV(%)

Ferrazza et al.,

(2005)

Santa Catarina 2004 130 19,2%

Ferrazza et al.,

(2005)

Paraná 2004 97 9,3%

Andrioli et al.,

(2009)

Bahia 2005-2007 286 47,9%

Dias et al., (2011) Mato Grosso 2005-2006 404 39.6%

Pereira et al.,

(2012)

Rio Grande do Sul 2005 - 2010 121.328 7,1%

Sá et al., (2014) Maranhão 2012 107 4,7%

Camargo et al.,

(2015)

Goiás 2012-2013 302 9,3%

Goulart et al.,

(2016)

Mato Grosso 2012-2013 166 35%

Brandolt et al.,

(2017)

Rio Grande do sul 2013-2014 263 13,3%

Glehn, (2016) Distrito Federal 2014-2015 201 20%

1.2.2. Leveduras envolvidas na candidíase vulvovaginal

Leveduras do gênero Candida pertencem ao filo Ascomycota, classe

Blastomycetes, ordem Cryptococcales, família Cryptococcaceae, caracterizando-se por

microrganismos unicelulares que se reproduzem por brotamento (Figura1). Cerca de 200

espécies compõem esse grupo, distribuídas em diferentes ambientes, como solo, alimentos,

água, homem e outros animais (OKUNGBOWA et al., 2003; COLOMBO et al., 2013;

CRISEO et al., 2015).

Page 23: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

19

Figura 1: Microscopia de esfregaço vaginal corado por Gram, onde é possível observar

leveduras, blastoconídios e pseudo-hifas (Aumento 400x). Fonte: Acervo do autora, 2017

Candida albicans, fungo diploide, polimórfico, continua sendo espécie mais

prevalente como agente de CVV. Entretanto as espécies não-albicans tem emergido como

importantes causadoras desta infecção (KHAN et al., 2004; KENNEDY; SOBEL, 2010;

CRISEO et al., 2015).

Candida glabrata levedura haploide que não forma pseudo-hifa em condições

ambientais ou mesmo em meios de cultura que estimulam o aparecimento desta estrutura

(FIDEL et al., 1999; CRISEO et al., 2015) é encontrada frequentemente em processos de

candidíase sistêmica e vaginal, se destacando pela resistência aos fármacos azólicos.

Candisa nivariensis e Candida bracarensis passaram a fazer parte do complexo C.

glabrata. As três espécies são fenotipicamente idênticas e sua diferenciação pode ser

realizada por técnicas moleculares como Polymerase Chain Reaction (PCR) (ALCOBA-

FLÓREZ et al., 2005; CORREIA et al., 2006; SILVA; NEGRI; HENRIQUES;

OLIVEIRA; WILLIAMS, DAVID W; et al., 2012; CRISEO et al., 2015).

Candida parapsilosis, responsável principalmente por infecções da corrente

sanguínea em recém-nascidos, infecções relacionadas ao uso de cateter e hiperalimentação

intravenosa, pode ser encontrada em casos de CVV (TAVANTI et al., 2005; GARZILLO

et al., 2017). As leveduras deste complexo estão divididas em três espécies Candida

orthopsilosis, Candida metapsilosis e Candida parapsilosis stricto sensu (BRANDT;

LOCKHART, 2012; ZHU et al., 2014).

Blastoconídios Leveduras

Page 24: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

20

Outras espécies associadas à CVV incluem Candida tropicalis e Candida krusei,

que são mais comuns em indivíduos com enfermidades hematológicas (COLOMBO et al.,

2013; JONES et al., 2014), além de Candida guilliermondii mais encontrada em pacientes

com neoplasias (SAVINI et al., 2011; BRANDT; LOCKHART, 2012; COLOMBO et al.,

2013).

Kumar et al., (2015) ,verificaram um caso de CVV por Candida auris, espécie que

se destaca pela resistência aos derivados azólicos e a anfotericina B (SATOH et al., 2009;

KATHURIA et al., 2015; SHERRY et al., 2017).

1.2.3. Fatores relacionados à instalação de candidíase

A integridade da pele e das mucosas é considerada de grande relevância na defesa

do hospedeiro. Circunstâncias que alteram a superfície da pele ou de mucosas favorecem a

aderência do fungo e sua invasão na mucosa propiciando, assim, a instalação da infecção

(MEER, VAN DER et al., 2010; CASSONE, 2015; HÖFS et al., 2016). O epitélio

representa a defesa inicial contra patógenos. As células epiteliais possuem ação

antimicrobiana sendo capazes de inibir a formação de hifas por C. albicans, impedir sua

proliferação e são responsáveis por ativação de células do sistema imune inato (NAGLIK

et al., 2014).

O sistema imunológico pode desempenhar um importante papel de defesa contra

infecções por fungos do gênero Candida (HAMAD, 2012). A defesa do hospedeiro,

realizada principalmente pelo sistema imune celular, ocorre pela ação microbicida de

neutrófilos e macrófagos. Merecem destaque as células T que apresentam grande

relevância na prevenção de candidíase mucocutânea crônica (MEER, VAN DER et al.,

2010; HAMAD, 2012; QUINTIN et al., 2014). Candidíase mucocutânea crônica é

frequente em crianças com problemas no timo, principal órgão formador de linfócitos T e

em pacientes com a síndrome da imunodeficiência humana adquirida (AIDS), em que se

observa uma acentuada diminuição dessas células (FIDEL, 2002a; QUINTIN et al., 2014).

Embora, a imunidade celular seja mais eficaz na defesa contra o microrganismo, a

imunidade humoral efetuada pela formação de anticorpos associados ao sistema

complemento atuam como opsonizante para as células fagocitárias, ou ainda podem

impedir a aderência do microrganismo às células IgA secretoras (FIDEL, 2002b; MEER,

VAN DER et al., 2010).

Page 25: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

21

A microbiota bacteriana regula o número de fungos por competição à utilização de

nutrientes e ainda por inibição de sua aderência à superfície celular por bloqueio de

receptores celulares. O uso de antibióticos pode, portanto, favorecer o crescimento de

fungos do gênero Candida, por redução de bactérias concorrentes de nutrientes (SOBEL,

2007; CASSONE, 2015; HÖFS et al., 2016).

Alguns fatores de virulência do microrganismo podem interferir na instalação de

candidíase. A aderência às células epiteliais, formação de biofilme, atividade de enzimas

extracelulares e dimorfismo (Figura 2) são características importantes para a instalação de

candidíase (ISHIDA et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2013; HÖFS et al., 2016).

Figura 2: Etapas do processo de patogenicidade de Candida sp. Fonte: Adaptado de HÖFS et al. (2016)

1.2.3.1 Aderência

A capacidade que o microrganismo tem de se aderir à superfície das células do

hospedeiro, representa o primeiro mecanismo de patogênese (MODRZEWSKA;

KURNATOWSKI, 2015). A parede das leveduras do gênero Candida não possui apenas a

propriedade de estabelecer a forma estrutural à célula, mas também é o local onde se inicia

a interação entre o microrganismo e a célula do hospedeiro. Isso ocorre porque estas

leveduras apresentam proteínas denominadas adesinas, que permitem a sua aderência a

receptores extracelulares como fibrinogênio, fibronectina e laminina presentes nos tecidos

humanos (SCHULZE; SONNENBORN, 2009; MODRZEWSKA; KURNATOWSKI,

2015).

Page 26: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

22

1.2.3.2 Biofilme

A interação da célula fúngica à célula do hospedeiro estimula a formação de

biofilmes por C. albicans e outras espécies de Candida, representando, provavelmente,

maior patogenicidade do microrganismo. Os biofilmes são constituídos por uma estrutura

tridimensional composta por uma comunidade de microrganismos envoltos em uma matriz

de substâncias poliméricas (PAIVA et al., 2012; SARDI et al., 2013; JONES et al., 2014).

A formação do biofilme se inicia a partir da aderência a um substrato, resultando em uma

camada de células que se dividem e produzem hifas ou pseudo-hifas, que se projetam para

a parte superior do biofilme produzindo uma matriz extracelular e a dispersão de leveduras

em torno do substrato (HARRIOTT et al., 2010; SARDI et al., 2013). O biofilme promove

uma barreira de proteção que defende as leveduras da ação do sistema imunológico e

confere maior resistência aos fármacos. A mortalidade por candidíase disseminada está

normalmente associada à produção de biofilmes (AHMADEY; MOHAMED, 2014;

MOREIRA et al., 2015).

1.2.3.3 Dimorfismo

Algumas espécies de leveduras do gênero Candida podem se apresentar sob a

forma ovalada com brotamentos e sob a forma filamentosa, o que é denominado de

dimorfismo (MAYER et al., 2013). Essa alteração de morfologia de levedura para hifa

pode ocorrer em resposta às condições ambientais, sendo que, em meio rico de nutrientes,

há a formação de blastoconídios, enquanto em locais mais pobres de nutrientes formam-se

os filamentos. Esse fenômeno permite a penetração e proliferação em uma grande

variedade de tecidos do hospedeiro (MAYER et al., 2013; HÖFS et al., 2016; CAUCHIE

et al., 2017). A formação de hifas além de promover a invasão celular também altera as

características de imunidade pela inibição da ação fagocítica por macrófagos e neutrófilos

(AHMADEY; MOHAMED, 2014; HÖFS et al., 2016; CAUCHIE et al., 2017).

1.2.3.4 Proteinases

As proteinases aspárticas secretadas (Saps) são exoenzimas com pesos moleculares

entre 35 e 50 kDa, produzidas pelos fungos do gênero Candida, que atuam no local da

Page 27: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

23

lesão degradando várias proteínas importantes como albumina, queratina, colágeno,

mucina, lactoferrina, lactoperoxidase e imunoglobulinas como as da classe IgA, inativando

os fatores de defesa do hospedeiro (YANG, 2003; HUBE; NAGLIK, 2005; SCHULZE;

SONNENBORN, 2009; EMAM et al., 2012; HÖFS et al., 2016). A correlação de

virulência e atividade de proteinase aspartil secretora (Sap) pode ser notada pela maior

aderência às células do epitélio bucal e às células endoteliais por isolados altamente

proteolíticos (SILVA; NEGRI; HENRIQUES; OLIVEIRA; WILLIAMS, DAVID W; et

al., 2012).

A atividade das Saps está associada com uma família que compreende dez genes

Sap1-10 (SAP – Secreted Aspartyl Proteinase) (NAGLIK et al., 2003; MAYER et al.,

2013). As Saps 1-3 estão associadas às células na forma de leveduras com atividade ótima

em pH 3-5. As Saps 4-6 estão associadas à formação de hifas, com atividade em pH 5-7.

Por estas características, pode ser determinado que as Saps com atividade em intervalos de

pH entre 3 e 7 são importantes para a sobrevivência e infecção de espécies de Candida no

hospedeiro (SCHALLER, 2006; MAYER et al., 2013). Segundo Naglik et al., (2003) a

expressão dos genes SAP1, SAP3 e SAP6-SAP8 está relacionada com a infecção vaginal.

1.2.3.5 Fosfolipase

As fosfolipases constituídas por fosfolipases A, B, C, D, lisofosfolipase e

lisofosfolipase-transacilase, são enzimas hidrolíticas, que atuam no rompimento da

membrana de células epiteliais, permitindo que o citoplasma da célula do hospedeiro seja

invadido pelas hifas (NIEWERTH; KORTING, 2001; MAYER et al., 2013). Os

fosfolípideos são os maiores componentes da membrana biológica, podendo ser

encontrados em todos os seres vivos. As fosfolipases A e B são as de maior relevância. A

fosfolipase A catalisa a hidrolise de um dos ácidos graxos do fosfolipídeo da membrana

liberando a lisolecitina (produto tóxico) que tem o potencial de destruir as membranas dos

eritrócitos (hemólise). A fosfolipase B, catalisa a hidrólise dos dois ácidos graxos

simultaneamente liberando na reação, glicerofosforilcolina e ácidos graxos livres

(NIEWERTH; KORTING, 2001). A fosfatidilcolina (lecitina), um fosfolipídio

abundantemente presente na membrana citoplasmática funciona como substrato natural

para as quatro fosfolipases (NIEWERTH; KORTING, 2001).

Page 28: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

24

A produção de fosfolipase está relacionada aos níveis de patogenicidade. Os

isolados que possuem altas quantidades de fosfolipase apresentam uma maior capacidade

de aderência e invasão aos tecidos do hospedeiro (NIEWERTH; KORTING, 2001; FULE

et al., 2015).

1.2.3.6 Hemolisina

A nanoproteina hemolisina, produzida pelas leveduras do gênero Candida, se liga à

membrana dos eritrócitos provocando sua lise e liberação da hemoglobina, proteína rica

em ferro e aminoácidos (PENDRAK; ROBERTS, 2007; ROSSONI et al., 2013). O ferro é

um elemento relevante para o metabolismo de muitos microrganismos sendo cofator de

diversas enzimas. Candida spp é capaz de assimilar o ferro presente na hemoglobina do

hospedeiro pela ação da heme-oxigenase codificada pelo gene CaHMX1 (SANTOS et al.,

2003; FRANÇA et al., 2017). A metabolização da hemoglobina por espécies de Candida

promove alteração na expressão gênica levando à adesão a matrizes de proteínas, estimula

a formação de hifas e disseminação do fungo no organismo (TANAKA et al., 1997;

PENDRAK; ROBERTS, 2007; ROSSONI et al., 2013).

1.2.4. Fatores predisponentes ao desenvolvimento da CVV

Na CVV, vários fatores podem influenciar na conversão de leveduras colonizadoras

em infectantes (SOBEL, 2007; BHESANIA; NARAYANKHEDKAR, 2017).

Os lactobacilos são bactérias predominantes na mucosa vaginal, sintetizando

substâncias com atividade antimicrobiana que inibem a adesão de microrganismos

patogênicos às células epiteliais (EHRSTRÖM et al., 2010; CAUCHIE et al., 2017;

BRADFORD; RAVEL, 2017). Tratamentos com antibióticos sistêmicos ou vaginais

estimulam o surgimento de infecções fúngicas, pois as bactérias são destruídas, permitindo

que os fungos cresçam melhor, uma vez que têm mais nutrientes disponíveis (AHMADEY;

MOHAMED, 2014; CAUCHIE et al., 2017; BRADFORD; RAVEL, 2017).

Alterações no pH vaginal constituem um importante fator de risco para instalação

da infecção. Candida sp é capaz de provocar infecção em um ambiente vaginal ácido com

pH entre 4,0 e 4,5, enquanto que as infecções vaginais provocadas por bactérias ocorrem

em um pH alcalino maior que 4,5 (SOBEL, 2007; BRADFORD; RAVEL, 2017).

Page 29: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

25

Outro fator importante relacionado à CVV é a produção de hormônios. Altos níveis

de estrogênios resultam no aumento do glicogênio na mucosa vaginal, o que propicia o

crescimento e germinação das leveduras, contribuindo para a sua adesão às células

epiteliais. Uma maior atividade dos estrogênios é observada em mulheres gestantes,

diabéticas ou que fazem uso de contraceptivos orais à base de estrógenos (MEER, VAN

DER et al., 2010; AHMADEY; MOHAMED, 2014; GUNTHER et al., 2014; PETERS et

al., 2014). O estradiol, hormônio sexual feminino, interfere na diferenciação da célula

linfocitária Th17 e produção de citocinas antifúngicas IL17. O período que antecede o

climatério é marcado pela elevação dos níveis de estradiol e consequentemente no aumento

de manifestações de CVV (MEER, VAN DER et al., 2010; CHEN et al., 2015;

BRADFORD; RAVEL, 2017).

Considera-se ainda, que práticas de higiene como uso de duchas vaginais podem

causar alergias locais e reações de hipersensibilidade, facilitando a instalação de Candida

sp na mucosa vaginal (PATEL et al., 2004). Além do uso de roupas íntimas, pouco

ventiladas que aumentam a umidade na região vaginal pode estimular o crescimento de

leveduras do gênero Candida (PATEL et al., 2004; SOBEL, 2014b).

1.2.5. Diagnóstico clínico-laboratorial da CVV

O diagnóstico da CVV é realizado a partir dos sinais e sintomas apresentados pela

mulher que incluem corrimento, prurido, ardor, inchaço, dor durante relações sexuais ou ao

urinar. Esses sinais, entretanto não são específicos, podem estar presentes em outras

infecções vaginais, o que dificulta o diagnóstico clínico. (EMAM et al., 2012; GUNTHER

et al., 2014; APALATA et al., 2014). O corrimento vaginal pode ser observado na

vaginose bacteriana e na tricomoníase. Segundo protocolo estabelecido pelo Ministério da

Saúde a diferenciação dessas infecções deve ser realizada levando-se em consideração a

sintomatologia, os critérios descritos por Amsel (corrimento vaginal homogêneo,

geralmente acinzentado, pH vaginal > 4,5, teste de amina positivo, e presença de clue cells

na bacterioscopia corada por Gram) nos casos de vaginoses bacterianas, e o exame a fresco

da secreção vaginal para confirmação de Trichomonas e de Candida sp (LIMA et al., 2013;

MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2015; CAMARGO et al., 2015).

Os testes sorológicos não são utilizados na rotina ginecológica para o diagnóstico

devido sua baixa sensibilidade. As espécies de Candida fazem parte da microbiota natural,

Page 30: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

26

sendo que na infecção vaginal não ocorre aumento dos níveis de anticorpos (MENDLING,

2015).

O exame da secreção vaginal, adicionando-se KOH a 10% ou esfregaços corados

por Gram ou Giemsa não oferecem resultados seguros, visto que 50% das mulheres com a

doença exibem resultados falso-negativos. O diagnóstico laboratorial realizado a partir da

cultura é considerado como padrão-ouro, sendo utilizado como comparativo na avaliação

da precisão do diagnóstico clínico. As leveduras do gênero Candida crescem bem em todos

os meios, apresentando colônias com morfologia característica (SOBEL, 2007; ESIM

BUYUKBAYRAK et al., 2010; MENDLING; BRASCH, 2012).

1.2.6. Identificação das espécies de Candida

A identificação presuntiva de algumas espécies de Candida pode ser realizada em

meio específico como o Chromagar Candida (Difco® Laboratories, EUA). As colônias

tornam-se de diferentes colorações, dependendo da espécie. Essa mudança de cor ocorre

pela reação de substratos cromogênicos com as enzimas sintetizadas pelas células fúngicas.

A diferenciação da levedura em meios cromogênicos fornece um resultado entre 24 e 48

horas, que é considerado rápido em comparação com outros métodos de identificação de

leveduras (PFALLER et al., 1996; JABRA-RIZK et al., 2001; SENDID et al., 2007;

PIRES et al., 2015).

Métodos convencionais como produção de clamidoconídios, tubo germinativo e os

testes de assimilação e fermentação de hidratos de carbono e de nitrogênio são utilizados

na identificação dos fungos (SENDID et al., 2007; RAD et al., 2011; NURAT et al., 2016).

O tubo germinativo é um filamento fino, que se origina na levedura sem apresentar

nenhuma constrição. A presença desta estrutura pode ocorrer por diferentes espécies de

Candida, mas C. albicansé a única capaz de produzir tubo germinativo em até 3 horas após

incubação em soro animal (KURTZMAN et al., 2011).

As características morfológicas apresentadas pelas espécies quando cultivadas em

ágar fubá acrescido de Tween 80, podem auxiliar na distinção de algumas espécies como

C. albicanse C. dubliniensis. Este meio estimula a produção de pseudo-hifas,

blastoconídios e clamidoconídios. Os clamidoconídios são células arredondadas, de

volume aumentado, com paredes duplas e espessas, ricas em lipídios, sendo considerados

estruturas de resistência. Clamidoconídios podem estar localizados na parte intercalar ou

Page 31: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

27

terminal do micélio, sendo que no caso de C. albicans, estas estruturas são terminais

(KURTZMAN et al., 2011).

Os métodos bioquímicos usados para a identificação de leveduras incluem o

auxanograma e o zimograma. O auxanograma é um teste que pode ser realizado em meio

sólido e avalia a capacidade da levedura de crescer aerobicamente tendo como única fonte

de energia um composto de carbono ou nitrogênio. O zimograma verifica a produção de

gás carbônico pelas leveduras a partir da fermentação de carboidratos, na ausência de

oxigênio (KURTZMAN et al., 2011).

A identificação das espécies de Candida pode ser realizada por sistemas diversos,

manuais e automatizados, baseados em provas de assimilação de carboidratos e nitrogênio,

que estão disponíveis para a comercialização. Dentre os sistemas manuais podem ser

citados o API (API 20C ou API/ATB ID 32C) e o Auxacolor® (Sanofi Diagnotics-Pasteur)

O VITEK® (BioMérieux), sistema automatizado, possui tiras ou cartelas contendo uma

série de galerias plásticas com carboidratos. O período de incubação varia de 2-3 dias.

Todos esses sistemas possuem banco de dados que permitem a identificação de várias

espécies de leveduras. Apesar de fornecerem um diagnóstico rápido e prático esse métodos

são pouco utilizados em laboratórios de rotina em razão de seu alto custo (RAMANI et al.,

1998; VERWEIJ et al., 1999; KURTZMAN et al., 2011; PIRES et al., 2015).

Devido à alta sensibilidade e especificidade, métodos de biologia molecular são

empregados na identificação de microrganismos, os quais analisam o genoma,

independente do estado fisiológico da célula e permitem a distinção de espécies

relacionadas (MAHMOUDI RAD et al., 2011; NURAT et al., 2016; DEVADAS, 2017).

As regiões ITS (International Transcribed Spacer) são consideradas o código

universal de DNA (deoxyribonucleic acid) fúngico. Essas regiões estão localizadas entre os

genes 18S, 5,8S e 28S do DNA ribossômico (rDNA) e divididas em ITS1 e ITS2. A região

ITS1, encontra-se entre os genes 18S e 5,8S, e a ITS2, separa entre 5,8S e 28S. Essa região

é altamente conservada intraespecificamente, mas variável entre diferentes espécies, o que

possibilita a distinção ao nível específico (KURTZMAN et al., 2011, 2015; SCHOCH et

al., 2012).

As técnicas moleculares baseadas na reação em cadeia da polimerase PCR

(polymerase chain reaction) são as mais utilizadas na identificação das espécies de

Candida. PCR é reconhecida como uma técnica muito empregada para detecção de todos

os tipos de microrganismos, sendo muito sensível e reprodutível (SOBEL; AKINS, 2015).

Page 32: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

28

Existem diferentes variações de PCR. O PCR multiplex é um ensaio rápido que

combina vários iniciadores específicos permitindo identificação de mais de uma espécie

(ROMEO et al., 2009; MAHMOUDI RAD et al., 2011; SAEID et al., 2013; MAKENE,

2014). A análise do RAPD (random amplified polymorphic DNA) é baseada na utilização

de oligonucleotídeos de sequência arbitrária, não exigindo que haja um conhecimento

prévio a respeito do organismo que se deseja identificar (HOLMBERG; FEROZE, 1996;

IMRAN; AL-SHUKRY, 2014). O RFLP (Restriction fragment length polymorphism)

utiliza enzimas de restrição que fragmentam o DNA em pontos específicos permitindo a

diferenciação das espécies de Candida (MARTÍNEZ et al., 2010; BAGHDADI et al.,

2016). A técnica de PCR em tempo real apresenta alta sensibilidade e otimização do tempo

na identificação das espécies de Candida (KLEIN, 2002; TARDIF; SCHLABERG, 2017).

Nessa reação há a combinação de PCR convencional com mecanismo de detecção e

quantificação por fluorescência. Neste método a detecção e quantificação de DNA são

realizadas, em uma única etapa, obtendo-se resultados mais rápidos e reduzindo o risco de

contaminação da espécime clínico.

A identificação das espécies de Candida é relevante não só para compor dados

epidemiológicos, mas também para a perspectiva terapêutica uma vez que alguns desses

fungos são resistentes aos fármacos utilizados na terapia de rotina (KENNEDY; SOBEL,

2010; BRANDT; LOCKHART, 2012; UDAYALAXMI, SHANI JACOB, 2014).

1.2.7. Tratamento da CVV

A escolha do tratamento da CVV e a duração do mesmo devem ser realizadas de

acordo com histórico individual de cada individuo. Numerosos antifúngicos estão

disponíveis no mercado, os quais são encontrados para administração oral na forma de

comprimidos, ou ainda para uso tópico na forma de cremes, loções, comprimidos vaginais,

supositórios e tampões revestidos (SOBEL, 2007, 2014b). Esses medicamentos são

divididos em diferentes grupos como os poliênicos e azólicos que atuam na membrana

celular e as equinocandinas que atuam na parede celular (MENDLING; BRASCH, 2012;

COLOMBO et al., 2013).

Os agentes poliênicos, que incluem nistatina e anfotericina B, se ligam diretamente

ao ergosterol formando canais transmembranares, aumentando de forma significativa à

permeabilidade da membrana e provocando a liberação de ions monovalentes (K+, Na+, H+

Page 33: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

29

e Cl−) e subsequente morte celular (Figura 3). Eles apresentam ação fungicida, baixa

resistência antifúngica mas, podem interagir com os colesterol, componentes da membrana

celular humana e provocar efeitos colaterais graves como a nefrotoxicidade (COLOMBO

et al., 2013; TUPE; DESHPANDE, 2013; SCHEIBLER et al., 2017).

Figura 3: A-Membrana celular fúngica. B-Ligação dos agentes poliênicos ao ergosterol da

membrana formando poros que resulta no aumento da permeabilidade da membrana com

liberação de ions. Fonte: Adaptado de Xie et al. (2014)

Os derivados azólicos, como fluconazol, itraconazol, cetoconazol, voriconazol,

feticonazol, isoconazol, posaconazol e ravuconazol, atuam na inibição da síntese do

ergosterol bloqueando a enzima 14-α-demetilase, presente no citocromo P-450 da célula

fúngica, impedindo a demetilação do precursor lanosterol em ergosterol (Figura 4). Os

azólicos são considerados bastantes efetivos para o tratamento de candidíase e são menos

tóxicos que a anfotericina B (COMO; DISMUKES, 1994; HEERES et al., 2010;

TOBUDIC et al., 2012; COLOMBO et al., 2013; TUPE; DESHPANDE, 2013; BOATTO

et al., 2016).

Page 34: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

30

Figura 4: Mecanismo de ação dos derivados azólicos sobre a enzima 14-α-demetilase,

impedindo a demetilação do lanosterol em ergosterol, formando esteróis tóxicos para a

membrana. Fonte: Adaptado de Xie et al. (2014)

As equinocandinas constituídas por caspofungina, micafungina, anidulafungina,

substâncias derivadas do metabolismo de fungos como Glarea lozoyensis, Coleophoma

empetri e Aspergillus nidulans respectivamente, agem inibindo a enzima beta-1,3-D-

glucano sintase, impedindo a síntese da parede celular, e simultaneamente aumentando o

teor de quitina e rompimento desta estrutura (Figura 5) (CARRILLO-MUÑOZ et al., 2006;

KATHIRAVAN et al., 2012). As equinocandinas representam um tratamento eficaz contra

as leveduras do gênero Candida, mas seu uso no tratamento de CVV é inviável devido sua

forma de administração ser intravenosa. A formulação de uma nova equinocandina, a

CD101 tem se apresentado promissora para o tratamento da CVV, possuindo estabilidade e

solubilidade para uso tópico (BOIKOV et al., 2017)

Page 35: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

31

Figura 5: Mecanismo de ação das equinocandinas sobre a enzima de ß (1,3) D- glucano

sintase, provocando o rompimento da parede celular. Fonte: Adaptado de Xie et al. (2014)

1.2.8. Resistência de Candida spp à agentes antifúngicos

Algumas espécies de Candida podem apresentar resistência ao tratamento para

candidíase, sendo que a resistência aos azólicos têm emergido em indivíduos com

infecções fúngicas oportunísticas como a candidíase (SANGUINETTI et al., 2015). As

leveduras podem ser resistentes aos derivados azólicos por diferentes mecanismos de ação.

Mutações ou superexpressão do gene ERG 11(Ergostherol biosynthesis gene 11) resultam

na alteração estrutural da enzima 14-α-demetilase, ou a sua síntese aumentada. Importante

forma de resistência aos azólicos ocorre também pela superexpressão das bombas de

efluxo ABC (ATP-binding cassette) e MFS (major facilitator superfamily), proteínas que

atuam na membrana celular expulsando o fármaco do meio intracelular. As bombas ABC

realizam o transporte de fármacos a partir da energia gerada na hidrólise do ATP e as MFS

utilizam a energia advinda do gradiente de prótons. As bombas ABC são codificadas pelos

genes CDR (Candida drug resistance), e as MSF são codificadas pelos genes MDR

(multidrug resistance) (SANGUINETTI et al., 2015).

A resistência aos agentes poliênicos como a anfotericina B não é vista como uma

dificuldade clínica, poucos casos de espécies resistentes a este antifúngico são relatados. A

resistência de Candida spp. à anfotericina B está relacionada com mutações nos genes da

família ERG (ERG2, ERG3 e ERG11), que são responsáveis pela codificação dos

A B

Page 36: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

32

constituintes da via de biossíntese do ergosterol (XIE et al., 2014; ALCAZAR-FUOLI;

MELLADO, 2014; SANGUINETTI et al., 2015).

A suscetibilidade reduzida de Candida spp a equinocandinas está associada a

respostas de estresse adaptativo e a mutações intrínsecas e adquiridas no gene FKS,

responsáveis pela síntese de β–(1,3)-D-glucano (ALCAZAR-FUOLI; MELLADO, 2014;

SANGUINETTI et al., 2015).

1.2.9. Métodos para determinação da suscetibilidade de espécies de Candida aos

antifúngicos

A avaliação da suscetibilidade in vitro é um recurso fundamental utilizado na

investigação de novas substâncias antimicrobianas, na detecção de resistência antifúngica,

e escolha do fármaco com maior especificidade e eficácia (PFALLER; DIEKEMA, 2012).

Diferentes metodologias podem ser aplicadas para a determinação da suscetibilidade

antifungica. Os testes de diluição em caldo e metódos comerciais como, Etest®

(bioMérieux,Brasil), Sensititre YeastOne™ (Thermo Fisher Scientific), Fungitest™ (Bio-

Rad) ou Vitek® 2 (bioMérieux, Brasil) são os mais comumente utilizados (CUENCA-

ESTRELLA et al., 2005; ALASTRUEY-IZQUIERDO et al., 2015).

A avaliação da suscetibilidade in vitro por meio do método de diluição em caldo é

padronizada pelas organizações internacionalmente reconhecidas como o CLSI (Clinical

and Laboratory Standards Institute) e o EUCAST (European Committee on Antimicrobial

Susceptibility Testing) (PFALLER; DIEKEMA, 2012).

O método de microdiluição em caldo referenciado pelo CLSI e EUCAST é um teste

rápido e seguro aceito mundialmente e que permite determinar dos valores de concentração

inibitória mínima (CIM).

Page 37: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

33

2. JUSTIFICATIVA

A CVV é uma temática abordada em pesquisas no mundo inteiro, atingindo um

enorme percentil de mulheres e interferindo no bem-estar físico e psicológico, causando

desconfortos o que irá refletir até mesmo em sua vida social. A infecção tem desafiado os

clínicos pelo seu alto índice de reincidência e de resistência às terapias.

O diagnóstico clínico da CVV é inespecífico com carência de testes laboratoriais

rápidos, simples e baratos resultando em um grande número de mulheres diagnosticadas e

tratadas erroneamente. A implantação do diagnóstico laboratorial é fundamental, sendo que

a cultura apesar de não muito utilizada nas rotinas ginecológicas, devido à demora do

resultado, é considerada padrão-ouro para o diagnóstico de CVV. Os métodos moleculares

que examinam os fragmentos de DNA tem sido uma ferramenta importante na

caracterização de leveduras associadas a processos infecciosos, pois possibilitam a

identificação das espécies, de forma específica, rápida e confiável. A implantação de testes

genotípicos nas rotinas laboratoriais poderia ser de grande valia no diagnóstico da CVV.

No Brasil, para a venda de antifúngicos como fluconazol não há necessidade de

prescrição médica, sendo que o uso indiscriminado desses fármacos pode resultar no

aumento dos índices de resistência. A constante emergência de Candida sp resistentes a

antifúngicos é um fato preocupante que exige a investigação dos padrões de suscetibilidade

das leveduras aos fármacos usados rotineiramente. O acompanhamento da eficácia da

terapia empregada por meio de observação da cura micológica, ou seja, da eliminação do

patógeno da mucosa vaginal é de extrema necessidade.

Page 38: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

34

3. OBJETIVOS

3.1.Objetivo Geral

Isolar e caracterizar espécies de Candida em mulheres com diagnóstico clínico de

candidiase vulvovaginal, atendidas no Hospital das Clínicas em Goiânia –GO, entre 2016 e

2017.

3.2. Objetivos Específicos

Descrever as características clínicas e de fatores predisponentes para o desenvolvimento

de candidíase vulvovaginal;

Analisar o valor preditivo positivo (VPP) do diagnóstico clínico em comparação com a

cultura considerada padrão-ouro;

Identificar as espécies de Candida por meio de características fenotípicas e moleculares;

Verificar a virulência dos isolados de espécies de Candida, considerando a produção de

enzimas hidrolíticas e a aderência à células epiteliais.

Determinar a suscetibilidade in vitro dos isolados de Candida sp aos antifúngicos

fluconazol, itraconazol, voriconazol, anfotericina B e nistatina.

Page 39: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

35

4.MÉTODOS

4.1. Delineamento do estudo

Este trabalho representa um estudo epidemiológico prospectivo, realizado a partir

de amostras de secreção vaginal provenientes de mulheres atendidas nos ambulatórios de

Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas em Goiânia durante o período entre

fevereiro de 2016 a fevereiro de 2017. Foram incluídas neste estudo as pacientes que

compareceram ao hospital para a realização de consultas e exames de rotinas

ginecológicas, apresentando sinais e sintomas de candidíase vulvovaginal.

4.2. Considerações éticas

Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa do Hospital das

Clínicas/UFG - CEP/HC/UFG, conforme o parecer: 1.374.728 (Anexo 1) sendo

observados os aspectos éticos do estudo envolvendo seres humanos (Resolução 466/12 do

Conselho Nacional de Saúde). Todas as voluntárias consentiram com estudo após

esclarecimento a respeito do mesmo e assinatura do termo de consentimento livre e

esclarecido (Anexo 2). Para cada mulher foi preenchida uma ficha controle (A) com dados

demográficos como nome, idade e estado civil, presença dos principais sinais e sintomas

da CVV, fatores predisponentes de candidíase e ainda o medicamento usado para a terapia

da doença. Todos os dados coletados das voluntárias estão mantidos em sigilo e

armazenados em local seguro.

4.3. Coleta e isolamento das amostras

Para cada uma das participantes indicadas pelo clínico com suspeita de CVV, foi

realizada a coleta da secreção vulvovaginal. Na coleta, swab estéril foi introduzido no

intróito vaginal, girando suavemente e friccionando nas paredes da vagina. Os swabs foram

imediatamente colocados em tubos de ensaio contendo solução fisiológica a 0,85%

previamente esterilizada.

Os tubos de ensaio contendo as amostras foram encaminhados ao laboratório de

micologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de

Goiás (IPTSP/UFG), e cultivadas em meio de ágar Sabouraud dextrose (ASD, Difco®

Laboratories, EUA) com acréscimo de cloranfenicol, incubadas por 48 horas à temperatura

Page 40: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

36

ambiente. Após o crescimento de colônias foram analisadas as suas características

macroscópicas e microscópicas.

4.4. Identificação fenotípica

4.4.1. Crescimento em meio cromogênico

As leveduras isoladas foram inoculadas em meio cromogênico de CHROMagar

(Difco® Laboratories, EUA), incubadas por 48 a 72 horas a 35°C. Após este período,

observou-se as colorações exibidas pelas leveduras, sendo que a caracterização das

espécies de Candida foi realizada conforme o manual proposto pelo fabricante (Tabela 2)

(KURTZMAN et al., 2011).

Tabela 2: Coloração apresentada pelas espécies de Candida quando cultivadas em meio de

CHROMagar Candida (Difco® Laboratories, EUA).

Espécie Cor

C. albicans Verde

C. dubliniensis Verde

C. topicalis Azul-esverdeada

C. krusei Rosa com borda esbranquiçada

4.4.2. Produção de tubo germinativo

Em um tubo de ensaio contendo 0,5 mL de soro animal foi adicionada uma alçada

de colônia previamente cultivada em ASD e incubada a 37ºC durante período de até no

máximo 3 horas. Após esse período, uma gota da suspensão foi colocada em uma lâmina, e

examinada ao microscópio óptico. Neste tempo de incubação apenas C. albicansconsegue

produzir esta estrutura. A cepa padrão C. albicans ATCC (American Type Culture

Collection) 90028 foi usada como controle positivo e C. parapsilosis ATCC 22019 como

controle negativo (KURTZMAN et al., 2011).

4.4.3. Produção de clamidoconídio

As leveduras de Candida sp foram primeiramente crescidas em ágar Sabouraud

dextrose e, em seguida, semeadas no meio ágar cornmeal (Sigma-Aldrich) suplementado

com 1% de tween 80, incubadas por 3 a 4 dias à temperatura ambiente. Após o período de

Page 41: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

37

incubação as colônias foram examinadas por microscopia óptica para observação de

clamidoconídios terminais ou intercalares(KURTZMAN et al., 2011).

4.4.4. Assimilação de carboidratos – auxanograma

Uma suspensão de fungo contendo aproximadamente 1 x 106 células foi preparada e

distribuída em placas de Petri. Em seguida foi vertido sobre a suspensão, 20 mL de meio

Yeast Nitrogen Base (YNB-BDTM Difco) em uma temperatura de aproximadamente 45ºC e

realizado um “pour plate”. Depois da solidificação, foram adicionados 0,5 mg de dos

seguintes carboidratos: glicose, sacarose, lactose, galactose, rafinose, xilose, celobiose,

trealose e maltose. As placas foram incubadas a 35ºC por 48 horas e a assimilação do

carboidrato foi observada a partir do aparecimento de halo de crescimento na área

correspondente à cada fonte de carbono (KURTZMAN et al., 2011).

4.5. Idenficação genotípica

4.5.1. Extração do DNA

A extração do DNA foi realizada de acordo com Del Poeta et al., (1999) adaptado

por Casali et al., (2003). As leveduras previamente cultivadas em meio YEPD (Yeast

extract-peptone dextrose) a 370C por 24 a 48 horas foram suspensas em 0,5 mL de TENTS

(Tris HCL 10 mM, pH 7,5, EDTA 1 mM pH 8,0, NaCl 200 mM, 2% de Triton, 1% de

SDS) contendo 0,2 mL de pérolas de vidro de 0,45 mm, 0,5 mL de fenol clorofórmio e

agitados em vórtex por 2 minutos. Após a centrifugação por 10 minutos a 13000 rpm, a

fase aquosa foi transferida para novo tubo e o mesmo volume de etanol absoluto foi

inserido e incubado a –200C por 1 hora para precipitação. O DNA precipitado foi

ressuspenso em 0,5 mL de TE (Tris HCl 10 mM pH 8,0, EDTA 1 mM pH 8,0), adicionado

de 50 µg/mL de RNase, e incubado a 370C por 30 minutos. Após a adição de volume igual

de fenol clorofórmio e centrifugação por 15 minutos a 13000 rpm o DNA foi repreciptado

com 20 µL de NaCl 5 M e um volume de etanol a 100%, lavado com etanol 70%,

ressuspenso em 0,5mL de TE e armazenado a -20°C até sua utilização.

Page 42: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

38

4.5.2. Reação em cadeia da polimerase – PCR

Os oligonucleotídeos para a realização da PCR específicos para a identificação de

C. albicans, C. parapsilosis, C. dubliniensis, C. glabrata e C. topicalis foram escolhidos de

acordo com Martínez et al.,(2010) (Tabela 3).

Tabela 3- Oligonucleótideos específicos usados na PCR e seus respectivos amplicons.

Espécies Tamanho do

amplicon (pb)

Oligonucleotídeos específicos

C. albicans 310 INT1 5’AAG TAT TTG GGA GAA GGG AAA GGG 3’

INT2 5’AAA ATG GGC ATT AAG GAA AAG AGC 3’

C. parapsilosis 113 CPf 5’AGG GAT TGC CAA TAT GCC CA 3’

CPr 5’GTG ACA TTG TGT AGA TCC TTG G 3’

C. dubliniensis 262 CDf 5’ GAT ATT GGG AGA GGG AAA GAC C 3’

CDr 5’ACA GGG AAG TCG ATT CTT GC 3’

C. glabrata 406 CGf 5’ ACA TAT GTT TGC TGA AAA GGC 3’

CGr 5’ ACT TTT TCT TAG TGT TCA GGA CTT CC 3’

C. topicalis 147 CTf 5’ TGA TAG TTA GGA AAG ATC AGG TG 3’

CTr 5’ AAC ATA TCC CAT GTG TGT GT 3’

A reação em cadeia da polimerase realizada segundo Noumi et al., (2015) consistiu

em um volume total de 25 µL, contendo 2,5 U de taq DNA polimerase (Invitrogen), 2,5

mmol de cada dNTP (Invitrogen), 4 µM de cada oligonucleotídeo (Invitrogen),

adicionados de 50 ng de DNA. A amplificação foi processada em uma máquina de

PCR/Thermal Cycler Bio-Rad PTC-100, da seguinte maneira: Um ciclo inicial de 95ºC por

30 segundos, em seguida 35 ciclos que incluem: 30 segundos de desnaturação a 95ºC, 30

segundos de anelamento a 56ºC e 90 segundos de extensão a 72ºC, com um passo final de

extensão a 72ºC por 10 minutos. Os produtos amplificados foram submetidos à eletroforese

em gel de agarose a 1,2%, fotografadas e as bandas resultantes foram analisadas segundo o

seu peso molecular.

4.6. Teste de suscetibilidade in vitro

A avaliação da suscetibilidade das espécies isoladas aos antifúngicos, fluconazol

(Pfizer®, Pfizer, Madrid, Spain), itraconazol (Janssen-Pharmaceuticals®, Estados Unidos),

voriconazol (Pfizer®, Madrid, Spain), anfotericina B (Sigma Aldrich® Química, Madrid,

Page 43: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

39

Spain) e nistatina (Sigma Aldrich® Química, Madrid, Spain) foi realizada pelo método de

microdiluição em caldo, segundo os documentos M27-A3 (2008) e M27-S4 (2012)

propostos pelo CLSI.

4.6.1. Preparação do inóculo

A suspensão do fungo foi preparada a partir de leveduras subcultivadas em ASD,

por 24-48 horas a 28ºC. A concentração do inóculo ajustada em espectrofotômetro a 85%

de transmitância no comprimento de onda de 530 nm e diluída, á 1:50 e em seguida 1:20,

em RPMI 1640 de tal modo que se obtivesse uma concentração final de 1 a 5 x 10³

UFC/mL.

4.6.2. Procedimento do teste

Os antifúngicos, fluconazol, anfotericina B e nistatina foram dissolvidos em

dimetilssulfóxido (DMSO) e em seguida diluídos em caldo RPMI obtendo-se concentração

inicial diferente para cada um dos antifúngicos (Tabela 4).

Tabela 4. Variação da concentração dos antifúngicos utilizados na metodologia de

microdiluição em caldo.

Antifúngicos Concentração inicial

(µg/mL)

Concentração final

(µg/mL)

Fluconazol 64 0,12

Itraconazol 16 0,03

Voriconazol 16 0,03

Anfotericina B 16 0,03

Nistatina 64 0,12

Em uma placa de microtitulação de 96 orifícios de fundo chato foram

distribuídos 100 µL do meio RPMI (Roswell Park Memorial Institute Medium), a partir

da segunda até à 10ª coluna. Em seguida foram distribuídos 200 µL do antifúngico nos

orifícios da primeira coluna da placa e realizada diluições seriadas. Em seguida 100 µL

do inóculo foi adicionado em cada orifício, de tal modo que as concentrações dos

antifúngicos foram diluídas ao dobro (Figura 6).

Page 44: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

40

Figura 6: Esquema do procedimento para a realização do teste de suscetibilidade in vitro

pelo método de microdiluição em caldo.

A leitura do teste de suscetibilidade foi realizada após 24 horas de incubação a

37ºC, sendo que para os derivados azólicos a CIM foi determinada como 50% de inibição

comparada ao controle do inóculo, enquanto que para os derivados poliênicos a

concentração foi correspondente a inibição total de crescimento. Os valores de

suscetibilidade e resistência (breakpoints) para fluconazol, itraconazol e voriconazol foram

analisados de acordo com os documentos M27-A3 (CLSI, 2008) e M27-S4 (CLSI, 2012).

Para anfotericina B esses valores foram determinados segundo Pfaller; Diekema, (2012)

(Tabela 5). Em todos os testes a cepa padrão C. parapsilosis ATCC 22019 foi utilizada

como controle, para assegurar a qualidade do teste.

Page 45: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

41

Tabela 5: Valores das CIMs estabelecidos para a interpretação do padrão de

suscetibilidade e de resistência para espécies de Candida.

Antifúnficos Espécie Suscetível Resistente Referência Fluconazol (μg/mL) C. albicans ≤ 2 ≥ 8 CLSI, 2012

C. glabrata - ≥ 64 CLSI, 2012 C. topicalis ≤ 2 ≥ 8 CLSI, 2012

Voriconazol (μg/mL) C. albicans ≤ 0,12 ≥ 8 CLSI, 2012)

C. glabrata ≤ 1 ≥ 4 (CLSI, 2008) C. topicalis ≤ 0,12 ≥ 1 (CLSI, 2012)

Itraconazol (μg/mL) Candida sp ≤ 0,12 ≥ 1 (CLSI, 2008) Anfotericina B (μg/mL) Candida sp - ≥ 1 Pfaller; Diekema,

(2012)

4.7. Aderência

A avaliação da aderência foi realizada segundo Kimura; Pearsall,(1978) com

adaptações. As células epiteliais foram colhidas de indivíduos saudáveis suspensas em 10

mL de PBS (pH 7,2) e lavadas duas vezes, a fim de se obter um pool de células com uma

concentração de aproximadamente 5 x 105 células/mL, contadas em câmara de Neubauer.

Em seguida, 0,5 mL dessa suspensão foram misturados a 0,5 mL de suspensão de

leveduras contendo 2,5 x 107 leveduras/mL e incubadas sob agitação constante por uma

hora a 37ºC. Após incubação a mistura foi filtrada em papel filtro Whatman® número 41 e

lavada 2 vezes com PBS a fim de eliminar as leveduras não aderidas. As leveduras

aderidas foram transferidas para uma lâmina de vidro fazendo-se pressão do papel filtro,

sendo fixadas pelo calor e coradas usando a técnica de coloração de Gram Nicolle. Com

auxílio de um microscópio óptico foi realizada a contagem do número de leveduras

aderidas a 100 células epiteliais.

4.8. Atividade enzimática

4.8.1. Proteinase

A avaliação da atividade de proteinase foi realizada segundo Ruchel et al., (1982).

O meio base composto de 18 g de ágar (Difco® Laboratories, EUA) foi dissolvido em 950

mL de água destilada e autoclavado a 120ºC por 15 minutos. Após o resfriamento do meio

Page 46: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

42

base a 50ºC adicionou-se 11,7 gramas de Yeast carbon base (YCB, Difco® Laboratories,

EUA), 2,0 gramas de albumina bovina fração V (Sigma Chemical), 2,5 mL de Protovit

(Roche), dissolvidos em 50 mL de H2O destilada e esterilizado em membrana millipore de

0,22µm. O meio foi distribuído em placas de Petri e inoculado em sua superfície de 10 μL

da suspensão de leveduras contendo 107 leveduras/mL, contadas por câmara de Neubauer.

As placas foram incubadas a 37ºC por quatro dias.

A leitura das placas foi realizada segundo Price et al., (1982) (Figura 7).

Figura 7: Determinação da zona de precipitação (Pz) que é a razão entre o diâmetro da

colônia (dc) pelo diâmetro da colônia mais o diâmetro da área translúcida (dcp), ou seja,

PZ = dc/dcp. Fonte: Adaptado de Price et al., (1982)

Segundo Ramos et al, (2015), Valor de Pz de 1 (-)= sem atividade enzimática, Pz

entre 0,99 e 0,7 (+) = baixa atividade enzimática, Pz entre 0,69 e 0,40 (++) = moderada

atividade e Pz entre 0,39 e 0,10 (+++) = alta atividade. Estes valores mostram que quanto

menor o Pz maior é a atividade enzimática.

4.8.2.Fosfolipase

O método de Price et al. (1982), foi utilizado para verificar a atividade da

fosfolipase. Em placas de Petri foi distribuído o meio de ágar Sabouraud dextrose a 1,2%

(ASD,Difco® Laboratories, EUA), contendo 0,11 g CaCl2, 11,7 g NaCl e água destilada

quantidade suficiente para 250mL o qual foi homogeneizado autoclavado e acrescido de

8% de emulsão de ovo. Uma fração de 10 μL do inóculo preparado de acordo com o item

4.8.1 foi inserido na superfície deste meio e incubados a 37°C durante quatro dias. A

leitura da atividade enzimática foi realizada de acordo com o descrito para proteinase.

Page 47: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

43

4.8.3.Hemolisina

A atividade da hemolisina foi determinada conforme Mans et al, (1994). O meio

contendo agar Sabouraud dextrose suplementado com 3% de glicose e 7% de sangue de

carneiro desfibrinado (Newprov, Brasil) foi preparado e distribuído em placas de Petri.

Posteriormente foram inoculadas neste meio 10 μL de uma suspensão de leveduras

ajustada em câmara de Neubauer para 108 leveduras/mL preparadas a partir de colônias

com um crescimento de 18 horas em agar Sabouraud dextrose. As placas foram incubadas

pelo período de 24 horas na ausência Da mesma forma como citada acima a atividade

enzimática foi determinada segundo Ramos et al. (2015) descrita em proteinase.

4.9. Análise dos dados

As informações sociodemográficas e clínicas das participantes foram inseridas em

um banco de dados e analisadas com auxílio do Software estatístico SPSS (versão 21.0).

As diferenças estatísticas foram consideradas significativas com o valor de p < 0,05. O

valor preditivo positivo (VPP) foi determinado considerando-se a razão entre o número de

casos confirmados pelo método de cultura, dividido pelo número total de casos com

diagnóstico clínico, multiplicado por 100 (Figura 8).

Figura 8: Calculo realizado para a determinação do valor preditivo positivo (VPP).

Page 48: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

44

5.RESULTADOS

5.1. Dados sociodemográficos e clínicos

A amostra foi constituída por 55 mulheres com suspeita clínica de CVV, com

idades entre 14 e 64 anos e média de 32 anos ± desvio-padrão 12,0, de maioria casadas

65,5% (n=36), atendidas por diferentes especialidades: ginecologia geral, planejamento

familiar, pré-natal, adolescente e dor pélvica (Tabela 6). Entre as 55 mulheres, 34 tiveram

confirmação diagnóstica por cultura, representando um valor preditivo positivo (VPP) de

61,8% (Tabela 6). Das mulheres com culturas positivas, verificou-se que 16,4% tiveram

mais de quatro (04) episódios da doença, caracterizadas como recorrentes.

Tabela 6. Distribuição da faixa etária, estado civil e especialidade de atendimento das

mulheres com suspeita clínica de candidíase vulvovaginal procedentes do Hospital das

Clínicas, em Goiânia-GO, 2016-2017.

População do estudo Total (n=55)

Cultura positiva (n=34)

negativa (n=21) p-valor

Idade (em anos) Média ± desvio-padrão 32,0 ±12,0 29,7 ±9,7 35,6 ±14,5 0,074* Mediana (IIQ 25-75) 32 (21-38) 29 (21-35) 36 (22-43)

Mínimo-máximo 14-64 14-60 15-64 Estado civil n (%) n (%) n (%) Casada 36 (65,5) 23 (67,3) 13 (61,9) 0,430** Solteira 18 (32,7) 11 (32,4) 7 (33,3)

Divorciada 1 (1,8) 1 (4,8) Especialidade n (%) n (%) n (%)

Ginecologia geral 22 (40,0) 11 (32,4) 11 (52,4) 0,514** Planejamento familiar 18 (32,7) 13 (38,2) 5 (23,8)

Pré-natal 10 (18,2) 7 (20,6) 3 (14,3) Adolescente 4 (7,3) 2 (5,9) 2 (9,5)

Dor pélvica 1 (1,8) 1 (2,9) - Valor Preditivo Positivo 34/55 (61,8) *Teste T (p<0,05). ** Teste Qui-Quadrado (p<0,05).

Em relação aos sinais e sintomas utilizados para o diagnóstico da CVV, as

integrantes da pesquisa queixaram-se de prurido (74,5%), ardor (52,7%), leucorréia

(98,2%), disúria (49,1%) e dispareunia (47,3%). Encontrou-se maior proporção de

Page 49: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

45

mulheres com prurido entre aquelas diagnosticadas com candidíase (p= 0,020) (Tabela 6).

Dentre os fatores predisponentes 18,2% das participantes eram gestantes, 3,6% eram

diabéticas, 16,4% faziam uso de contraceptivos oral e 9,1% haviam feito uso de

antibióticos de largo espectro por longo tempo (Tabela 7).

Tabela 7: Características clínicas das mulheres com suspeita de candidíase vulvovaginal

atendidas no Hospital das Clínicas em Goiânia-GO, 2016-2017.

Características clínicas Total Cultura (n=55)

positiva (n=34)

negativa (n=21) p-valor

Sinais e sintomas n (%) n (%) n (%)

Prurido 41 (74,5) 29 (70,7) 12 (29,3) 0,020*

Ardor 29 (52,7) 20 (69,0) 9 (31,0) 0,249*

Leucorreia 54 (98,2) 33 (61,1) 21 (38,9) 1,000**

Disúria 27 (49,1) 18 (66,7) 9 (33,3) 0,467*

Dispareunia 26 (47,3) 18 (69,2) 8 (30,8) 0,284*

Fatores predisponentes

Gestação 10 (18,2) 7 (70,0) 3 (30,0) 0,725**

Diabetes mellitus 2 (3,6) 2 (100,0) - 0,519**

Diabetes gestacional - - - -

Uso de contraceptivo oral 9 (16,4) 6 (66,7) 3 (33,3) 1,000**

Uso de antibióticos 5 (9,1) 4 (80,0) 1 (20,0) 0,639** * Teste Qui-Quadrado (p<0,05). **Teste Exato de Fisher (p<0,05).

Diferenças significativas em negrito.

O fluconazol foi o fármaco mais indicado para o tratamento, seguido de clotrimazol

miconazol, cetoconazol, secnidazol, nistatina. Para três participantes foi indicado o uso

combinado de medicamentos (Tabela8).

Page 50: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

46

Tabela 8: Tratamento clínico indicado para as mulheres com suspeita de candidíase

vulvovaginal atendidas no Hospital das Clinicas em Goiânia-GO, 2016-2017.

Tratamento Total (n=55) Cultura

positiva (%) negativa (%)

Fluconazol 41 (74,5) 23 (56,1) 18 (43,9)

Clotrimazol 5 (9,1) 3 (60) 2 (40)

Miconazol 2 (3,6) 2 (100) -

Cetoconazol 1 (1,8) 1 (100) -

Secnidazol 1 (1,8) 1 (100) -

Nistatina 1 (1,8) - 1 (100)

Fluconazol/Cetoconazol 1 (1,8) 1 (100) -

Fluconazol/Miconazol 1 (1,8) 1 (100) -

Fluconazol/Secnidazol 1 (1,8) 1 (100) -

Itraconazol 1 (1,8) 1(100) -

5.2. Identificação

5.2.1.Fenotípica

As 34 amostras com cultura positiva semeadas em meio cromogênico de

CHROMagar (Difco® Laboratories, EUA), mostraram diferentes colorações. A

identificação presuntiva destas colônias mostrou o aparecimento de 27 colônias de cor

verde, quatro azuis e cinco lilás (Figura 9). Em duas amostras comprovou-se infecção

mista.

Figura 9: Espécies de Candida cultivadas em CHROMagar. A - Colônias com coloração

azul-esverdeada característica de C. tropicalis. B- Colônias lilás e verdes características de

infecção mista por C.glabrata e C. albicans. C- Colônias verdes características de C.

albicans Fonte: Acervo da autora, 2017

Page 51: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

47

Quando submetidas a crescimento em soro fetal animal dentro do período de 3

horas, 16 isolados produziram tubo germinativo (Figura 10 A).

A microscopia das colônias em ágar cornmeal permitiu a visualização de pseudo-

hifas, e blastoconídios em 30 isolados, sendo que a produção de clamidoconídios foi

verificada para nove isolados de Candida (figura10 B), todos identificados como C.

albicans.

Figura 10: A-Produção de tubo germinativo por C albicans após crescimento em soro

animal (Aumento 400X). B- C. albicanscom produção de clamidoconídios em meio de

agar Cornmeal (Aumento 400X). Fonte: Acervo da autora, 2017

As leveduras isoladas submetidas ao teste de assimilação de carboidrato mostraram

que 31 espécies assimilaram glicose, sacarose, galactose, xilose, trealose e maltose (Figura

11) e 5 espécies assimilaram apenas glicose e trealose.

Figura 11: Auxanograma: Assimilação de glicose (GLI), sacarose (SAC), galactose

(GAL), xilose (XIL), trealose (TRE) e maltose (MAL) e não assimilação de lactose (LAC),

rafinose (RAF) e celobiose (CEL) por Candida albicans. Fonte: Acervo da autora, 2017

Page 52: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

48

Estes métodos fenotípicos não permitiram a confirmação da espécie em 07 isolados

de Candida.

5.2.2.Genotípico

A genotipagem mostrou que entre os 36 isolados vaginais, 27(75%) foram

identificados como C.albicans, 5 (14%) como C. glabrata, e 4 (11%) como C.tropicalis

(Figura 12). Os produtos gerados da amplificação por PCR do DNA de diferentes isolados

de Candida utilizando oligonucleotídeos específicos foram de 310 pb, 406 pb, 147 pb para

C. glabrata de e C. topicalis, respectivamente (Figura 13).

Figura 12: Frequência das espécies de Candida, segundo identificação genotípica, isoladas

de amostras vulvovaginais.

Figura 13: Eletroforese em gel de agarose (1,2%), mostrando a amplificação de DNA de

espécies de C.albicans (1 e 3), C. glabrata (17R e 46) e C. topicalis (7 e 12). M: Marcador

molecular 100pb (Invitrogen). Fonte: Acervo da autora, 2017

Page 53: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

49

5.3. Teste de Suscetibilidade in vitro

A suscetibilidade in vitro das espécies de Candida ao derivados azólicos mostrou-

se bastante variada, verificando-se alta resistência a estes antifúngicos (Tabela 9). O

percentual de suscetibilidade foi de 61,1% (n=22) para o fluconazol, 52,7% (n=19) para o

itraconazol e 55,5% (n=20) para o voriconazol. Para anfotericina B a CIM90 foi de 0,5

µg/mL para C.albicans e 1 µg/mL para C. glabrata e C. topicalis (Tabela 9). A CIM de

nistatina capaz de inibir 50% (CIM50) dos isolados foi de 4 µg/mL para C.albicans, 2

µg/mL para C. glabrata e 8 para C. topicalis.

Page 54: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

50

Tabela 9: Variação da concentração inibitória mínima (µg/mL) dos diferentes antifúngicos

sobre os isolados de Candida obtidos de amostras vaginais de mulheres atendidas no

Hospital das Clínicas de Goiânia-GO.

Antifúngicos Espécies (n)

C. albicans(27) C. glabrata (5) C. topicalis (4) Fluconazol Variação 0,12-64 0,5-4,0 1,0-32 CIM90 64 4 32 CIM50 4 2 2 Suscetível (n = 22) 14 5 3 Resistente (n=14) 13 - 1 Itraconazol Variação 0,12-16 1,0-4,0 0,5-1,0 CIM90 16 4 1 CIM50 1 1 0,5 Suscetível (n=19) 12 3 4 Resistente (n=17) 15 2

Voriconazol Variação 0,03-16 0,25-8,0 0,25-4,0 CIM90 16 8 4 CIM50 1 0,25 0,25 Suscetível (n=20) 12 4 4 Resistente (n=16) 15 1 - Anfotericina B Variação 0,25-1,0 0,5-2,0 1,0-2,0 CIM90 0,5 0,5 2 CIM50 0,5 1 1 Suscetível (n=34) 27 5 2 Resistente (n=2) - - 2 Nistatina* Variação 0,06-8 1,0-16 4,0-16 CIM90 8 16 16 CIM50 4 2 8 CIM: Concentração Inibitória Miníma; CIM50:Concentração capaz de inbir o crescimento de 50% dos isolados; CIM90 – Concentração capaz de inibir 90% dos isolados

*Não há dados concretos na literatura sobre suscetibilidade e resistência para nistatina

Page 55: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

51

5.4. Aderência

A contagem microscópica de 100 células epiteliais bucais (Figura 14) mostrou que a

média de leveduras aderidas por espécie foi de 402,5 ± 199,07 para C. albicans, 236,2 ±

180,2 para C. glabrata e de 58 ± 53,7 C. topicalis.

Figura 14: Microscopia óptica da aderência das espécies de Candida à células epiteliais

bucais (Aumento 1000X). Fonte: Acervo da autora, 2017.

5.5. Produção de enzimas

Com relação aos testes enzimáticos pode se verificar, que a proteinase e a

hemolisina foram produzidas por todos os isolados, enquanto a fosfolipase foi secretada

por 29 isolados (Tabela 10). Todos os isolados apresentaram formação de halos

correspondentes a produção de enzimas (Figura 15).

Page 56: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

52

Tabela 10: Atividade enzimática para as espécies de Candida isoladas da mucosa vaginal

de mulheres atendidas no Hospital das Clínicas de Goiânia-GO.

Atividade ezimática (PZ)

C. albicans C. glabrata C. topicalis Total (N=27) (N=5) (N=4) (N=36)

Proteinase (-) - - - - (+) - 1 - 1

(++) 21 - 3 24 (+++) 6 4 1 11

Fosfolipase (-) 1 2 4 7 (+) 19 1 - 20

(++) 7 2 - 9 (+++) - - - -

Hemolisina (-) - - - - (+) - - - -

(++) 26 4 4 34 (+++) 1 1 - 2

Pz: Zona de precipitação.Valor de Pz de 1= sem atividade enzimática (-), Pz entre 0,99 e 0,7= baixa atividade

enzimática (+) , Pz entre 0,69 e 0,40= moderada atividade (++) e Pz entre 0,39 e 0,10= alta atividade (+++)

Figura 15: Halo de precipitação mostrando a produção de enzimas por espécies de

Candida sp. (1, 3, 4, 5, 18, 20, 14, 15, 52 - C. albicans; 13, 17V – C. tropicalis; 17R – C.

glabrata). A- Proteinase em meio contendo soro albumina bovina. B- Hemolisina em meio

de ágar sangue. C- Fosfolipase em meio meio contendo gema de ovo. Fonte: Acervo do autora, 2017

Page 57: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

53

6. DISCUSSÃO

A candidíase é uma infecção vaginal de grande ocorrência, afetando 75% da

população feminina mundial, principalmente durante a idade fértil, onde cerca de 50%

apresentam mais de um episódio da doença (EMERIBE et al., 2015; ZHU et al., 2016).

Assim como confirmado pelo presente estudo, ocorre principalmente na segunda e terceira

década de vida, idade com maior atividade sexual.

A suspeita clinica de CVV foi baseada na presença dos sinais e sintomas

apresentados pelas participantes da pesquisa como prurido vaginal, leucorreia, disúria,

dispareunia e ardor que, mostraram em comparação com a cultura (padrão-ouro) um VPP

de 61,8%. A comparação entre a suspeita clínica e a cultura (padrão-ouro) foi realizada em

outras pesquisas. No Brasil, na cidade de Criciúma, Santa Catarina, Rosa e Rumel, (2004)

entre julho e setembro encontraram um VPP de 43%. Farhan et al.,(2017), encontraram um

VPP de 76,2% em mulheres com desordens vaginais, atendidas no Egito, enquanto

Vijayalakshmi et al., (2016) na cidade de Pune na Índia, verificaram um VPP de 88,9%.

A ocorrência de quatro ou mais episódios da doença no período de um ano

caracteriza candidíase vaginal recorrente (CVVR). Desta forma o presente trabalho mostra

que 16,4% foram caracterizados como CVVR. Os costumes e as condições ambientais ao

qual as mulheres estão expostas, possivelmente, influenciam nessa situação uma vez que

verifica-se variações nas porcentagens de CVVR em populações de diferentes regiões no

mundo. Kandeel e Elmitwalli, (2017) verificaram que 11% das participantes de um estudo

na Arábia Saudita apresentavam CVVR. Mahmoudi Rad et al., (2011), no Iran, relataram a

recorrência de CVV em 47% da população estudada, enquanto Foxman et al., (2013), na

Europa e Estados Unidos verificaram uma prevalência de 6 a 9%.

Alguns fatores importantes nas mulheres com suspeita de candidíase, como

gravidez, diabetes, o uso de contraceptivos orais e antibióticos de amplo espectro,

largamente relacionados com o desenvolvimento da CVV, não apresentaram associação no

presente estudo. O fator predisponente mais prevalente entre as participantes com CVV,

foram a gestação seguida de uso de contraceptivo oral. A candidíase vulvovaginal durante

a gestação é uma condição preocupante, pois exige um grande cuidado na escolha do

tratamento, principalmente no primeiro trimestre gestacional, pois alguns antifúngicos são

contra-indicados para gestantes estando associados à formação inadeguada do feto

(PAPPAS et al., 2015). O uso de contraceptivos orais, por mulheres em idade fértil é

Page 58: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

54

considerado um fator relevante, relacionado à colonização da levedura na região vaginal e,

consequentemente, à instalação da infecção, em decorrência de uma maior produção dos

esteróides, hormônios importantes que aumentam a colonização por leveduras do gênero

Candida (SOBEL, 2014).

A carência de sinais e sintomas específicos apresentados na doença mostram que é

necessário a realização de testes laboratoriais para a confirmação do diagnóstico. As

práticas de diagnóstico inconsistentes das infecções vaginais, resultam em gastos

desnecessários, e tratamento inadequado (principalmente no caso de infecções mistas ou

co-infecções), além de aumentarem as taxas de resistência microbiana (SOBEL et al.,

2013). A ausência de um teste de diagnóstico rápido e confiável para CVV, conduz o

clínico a prescrição de terapia empírica à mulheres que, apesar de sintomáticas, não

apresentam a doença (SOBEL, 2013). Essa problemática é verificada no presente estudo

onde 38,2% (n=21) das participantes consideradas sintomáticas e medicadas, apresentaram

cultura negativa para Candida sp. Outro fator preocupante é que, o autodiagnóstico de

CVV é uma prática comum entre as mulheres, e a compra de antifúngicos é livre, não

necessitando de prescrição médica (FERRIS et al., 2002).

Similar aos resultados encontrados neste trabalho, onde 75% dos isolados

causadores de CVV foram identificados como C. albicans, Brandolt et al., (2017)

verificaram o predomínio dessa espécie em 74,3% dos casos de CVV no Rio Grande do

Sul. Da mesma forma, Mahmoudi Rad et al (2011) demonstraram a presença dessa espécie

em 65,1% dos isolados vaginais no Iran e Gamarra et al., (2014) na cidade de Santa Fé na

Argentina, mostraram a prevalência de C. albicans em 85,9 % dos casos.

Outras espécies de Candida têm surgido como agentes de CVV, sendo que C.

glabrata é considerada como a segunda causa mais comum dessa doença. Neste trabalho,

C. glabrata foi verificada em 14% das amostras causadoras de CVV. Percentuais

semelhantes foram encontrados por Brandolt et al., (2017), e Rad et al., (2011) que

verificaram a identificação desta espécie em 14,3% e 13,1% respectivamente. Essa espécie

é considerada resistente ao fluconazol, mostrando que a identificação é de grande

importância. Nesse estudo, dois isolados de C. glabrata foram associados em infecção

mista, essa espécie é encontrada apenas na forma arredondada com blastoconídos não

sendo capaz de produzir hifas e invadir células epiteliais, causando poucos danos ao tecido.

Nos casos de infecções mistas, C. glabrata se liga as hifas produzidas por C. albicans, se

Page 59: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

55

aprofundando no epitélio, e provocando danos extensivos nas células epiteliais (SILVA et

al., 2011; SWIDERGALL; FILLER, 2017).

O métodos de diluição em caldo padronizados pelo CLSI e pelo EUCAST são

ferramentas importantes no acompanhamento epidemiológico da resistência de Candida sp

aos antifúngicos (ALASTRUEY-IZQUIERDO et al., 2015).

A resistência aos azólicos como observada em nossos resultados tem sido relatada

em diversos estudos. Brandolt e colaboradores, (2017) no Estado do Rio grande do Sul,

Brasil relataram que a resistência de C. albicansfoi de 56,8% para fluconazol e de 54,1%

para o itraconazol. Wang et al. (2016), na China, verificaram durante o período de oito

anos, que resistência dos isolados de CVV ao fluconazol variou anualmente entre 4,8% a

21,0%. Kandeel e Elmitwalli (2017), relataram a resistência ao fluconazol para 17,3% das

amostras na Arábia Saudita. Da mesma forma, Elfeky e colaboradores (2016), verificaram

em isolados de Candida provenientes da cidade do Cairo, uma resistência para fluconazol

de 11,1%. Entre os fármacos de primeira escolha para o tratamento da CVV, utiliza-se o

fluconazol na dosagem única de 150 mg por uso oral, (PAPPAS et al., 2015). Neste

trabalho, embora com cultura negativa a maioria das participantes recebeu tratamento com

fluconazol. Assim as elevadas taxas de resistência aos derivados azólicos demonstrada no

presente estudo são preocupantes.

Os valores de suscetibilidade e resistência (breakpoints) dos isolados de Candida

para anfotericina B e nistatina não estão disponíveis nos documentos do CLSI, sendo que

os breakpoints para anfotericina B foram baseados em diferentes trabalhos, que

consideram resistência à anfotericina B os isolados que, apresentam concentração inibitória

miníma ≥ 1 µg/mL (DIEKEMA et al., 2009; PFALLER; DIEKEMA, 2012; FORNARI et

al., 2016; LOVERO et al., 2017). Para nistatina não se observou concordância entre os

autores, sendo determinado apenas se a CIM se apresentou com baixos ou elevados

valores. Basendo-se nesse parâmetro, dois dos isolados (5,5%) de CVV avaliados nesse

estudo foram resistentes a anfotericina B. Na cidade do Cairo, Elfeky et al., (2016)

verificaram resistência de 1,6% dos isolados de Candida a anfotericina B. No entanto, na

Arábia Saudita todos os isolados vaginais avaliados por Kandeel; Elmitwalli, (2017),

foram suscetíveis a esse poliênico.

A nistatina segundo alguns pesquisadores é um fármaco fungicida eficiente no

tratamento de CVV (MARTINS et al., 2012; CHOUKRI et al., 2014; FAN et al., 2015).

No presente estudo, este fármaco apresentou CIM variando entre 0,06µg/mL a 8µg/mL

Page 60: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

56

para C. albicans. a espécie mais prevalente de CVV. Brandolt et al., (2017) mostraram

valores de CIM para diferentes espécies de Candida variando de 2 a >16 µg/mL.

Os agentes poliênicos, anfotericina B e nistatina estão disponíveis apenas para uso

tópico no tratamento da CVV (JOHAL et al., 2016). A nistatina seja medicamento baixo

custo disponível gratuitamente no Sistema Único de Sáude (SUS) (MARTINS et al.,

2012), além de ser uma opção segura para o tratamento de mulheres gestantes ou que estão

em processo de amamentação, pois é de menor toxicidade do que os derivados azólicos

(HALE; POMERANZ, 2002; MARTINS et al., 2012).Os fármacos tópicos requerem uma

administração prolongada de 7 a 14 dias, além de gerarem desconfortos na aplicação, dessa

forma as mulheres preferem antifúngicos de uso oral (MENDLING; BRASCH, 2012;

JOHAL et al., 2016)

As altas taxas de resistência aos derivados azólicos dos isolados associados aos

fatores de virulência detectados evidenciam o potencial patogênico das espécies de

Candida. A adesão às células do hospedeiro representa uma função importante na

instalação da infecção (MODRZEWSKA; KURNATOWSKI, 2015). C. albicans apresenta

grande aderência às células epiteliais, sendo considerada a mais patogênica entre as

espécies (CALDERONE; BRAUN, 1991; SWIDERGALL; FILLER, 2017). A capacidade

dos isolados de aderirem à superfície de células epiteliais variou de acordo com a espécie,

sendo que a capacidade de aderência de C.albicans às células epiteliais bucais foi

significativamente maior do que as demais espécies.

Da mesma forma que a aderência, a produção de proteinase por Candida sp

representa um fator de grande importância para que ocorra a infecção. Esta exoenzima

auxilia na invasão aos tecidos do hospedeiro, e na proteção da levedura contra a ação dos

antifúngicos e do sistema imunológico do hospedeiro (SILVA, 2014; RAPALA-KOZIK et

al., 2017).A elevada atividade enzimática verificada neste estudo apresenta similaridade a

encontrada por diferentes pesquisadores. Na cidade de Niterói no Rio de Janeiro, Ramos et

al., (2015), demonstraram que 60,3% dos isolados de Candida sp obtidos de pacientes com

candidíase cutânea eram produtores de proteinase. Alta produção dessa enzima também foi

verificada por Shirkhani et al., (2016) em isolados de secreção vaginal. Segundo Rapala-

Kozik et al., (2017), o maior conhecimento à respeito do papel das proteínases, torna-se

fundamental, uma vez que, essas enzimas representam um alvo promissor para o

tratamento de infecções fúngicas, principalmente, causadas por espécies de Candida

resistentes.

Page 61: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

57

A fosfolipase age em fosfolipídios da membrana do hospedeiro animal para

aquisição de nutrientes pelo fungo. Esta enzima também auxilia na aderência às células

epiteliais do hospedeiro e é capaz de iniciar o processo inflamatório, pois atinge as células

do sistema imune. As espécies agentes de CVV nas mulheres estudadas, mostraram uma

atividade enzimática variando de moderada a alta. Atualmente, descreve-se a produção

desta exoenzima em várias espécies de Candida (ROCHA OLIVEIRA et al., 2013;

SHIRKHANI et al., 2016). Ramos et al., (2015), Fatahinia et al., (2017) e Fule et al.,

(2015) observaram respectivamente, a produção desta enzima em 100%, 91,8 % e 81,1%

de isolados de C. albicans. Shirkhand et al., (2016) observaram a produção desta enzima

em 9,1% dos isolados de C. topicalis.

Embora a atividade hemolítica das espécies de Candida tenha sido pouco relatada,

a habilidade dessas leveduras de usarem o ferro derivado da hemoglobina a partir da

produção de lise de eritrócitos, representa um importante fator de virulência, na patogênese

(MANNS et al., 1994). Similar aos resultados apresentados neste trabalho, Fatahinia et al.,

(2017) em Khuzestan, sudoeste do Irã e Riceto et al., (2015), em Uberlândia, Minas Gerais

também verificaram esta enzima em todas as espécies de Candida isoladas. A importância

desta enzima tem sido associada a resistência das espécies de Candida ao fluconazol, uma

vez que a depleção do ferro facilita a fluidez e difusão do fármaco tornando as células

fúngicas suscetíveis. Novas estratégias para o tratamento de candidíase envolvendo a

depleção de ferro, encorajam o desenvolvimento de agentes antifúngicos baseados neste

fator (PRASAD et al., 2006; KIM et al., 2012; FIGUEIREDO-CARVALHO et al., 2017).

Page 62: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

58

7.CONCLUSÕES

O diagnóstico de CVV usando-se sinais e sintomas não caracterizaram a doença.

A melhor forma de diagnóstico, a cultura, confirmou o diagnóstico de CVV, o que mostra

a importância deste método. Tratamentos desnecessários como o uso indiscriminado de

antifúngicos e gastos indevidos com a terapia poderiam ser evitados, quando esta

metodologia fosse requisitada.

C. albicans, permanece sendo a espécie com maior prevalência, mas espécies

não-albicans também foram identificadas como agentes de CVV, mostrando a emergência

de C. topicalis e C. glabrata.

A resistência dos isolados ao fluconazol mostra a necessidade de testes de

suscetibilidade in vitro para as espécies de Candida. Este medicamento é o mais usado nos

casos de CVV podendo estimular o aumento de resistência de espécies de Candida.

A elevada suscetibilidade in vitro à anfotericina B, mostra-se de particular

importância, sendo esta uma boa opção terapêutica nos casos de espécies resistentes aos

azólicos.

De forma similar à anfotericina B, a nistatina apresentou CIM de baixos valores.

Este fármaco é de custo acessível e apresenta menor toxicidade do que os derivados

azólicos sendo uma boa opção no tratamento de gestantes.

A detecção de fatores de virulência como aderência e a produção de enzimas

hidrolíticas por todos os isolados mostra o poder patogênico de C. albicanse espécies não-

albicans, demonstrando que a compreensão desses fatores pode ser a chave para criação de

terapias mais eficazes de candidíase.

Page 63: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

59

REFERÊNCIAS

ACHKAR, J. M.; FRIES, B. C. Candida infections of the genitourinary tract. Clinical microbiology reviews, v. 23, n. 2, p. 253–73, 2010. Disponível em: <http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2863365&tool=pmcentrez&rendertype=abstract>. Acesso em: 2/3/2015.

AHMADEY, Z. Z. A.-; MOHAMED, S. A. Vulvovaginal candidiasis : agents and its virulence. Microbiology Research International, v. 2, n. September, p. 1–23, 2014.

ALASTRUEY-IZQUIERDO, A.; MELHEM, M. S. C.; BONFIETTI, L. X.; RODRIGUEZ-TUDELA, J. L. Susceptibility test for fungi: clinical and laboratorial correlations in medical mycology. Revista do Instituto de Medicina Tropical de Sao Paulo, v. 57 Suppl 1, n. suppl 19, p. 57–64, 2015. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26465371%5Cnhttp://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=PMC4711191>. .

ALCAZAR-FUOLI, L.; MELLADO, E. Current status of antifungal resistance and its impact on clinical practice. British Journal of Haematology, v. 166, n. 4, p. 471–484, 2014. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24749533>. .

ALCOBA-FLÓREZ, J.; PILAR ARÉVALO, M. DEL; GONZÁLEZ-PAREDES, F. J.; et al. PCR protocol for specific identification of Candida nivariensis, a recently described pathogenic yeast. Journal of Clinical Microbiology, v. 43, n. 5, p. 6194–6196, 2005.

ANDERSON, M. R.; KLINK, K.; COHRSSEN, A. Evaluation of vaginal complaints. JAMA, v. 291, n. 11, p. 1368–79, 2004. Disponível em: <www.jama.com>. .

ANDRIOLI, J. L.; OLIVEIRA, G. S. A.; BARRETO, C. S.; et al. Frequência de leveduras em fluido vaginal de mulheres com e sem suspeita clínica de candidíase vulvovaginal. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 31, n. 6, p. 300–304, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032009000600006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. .

APALATA, T.; LONGO-MBENZA, B.; STURM, A.; CARR, W.; MOODLEY, P. Factors associated with symptomatic vulvovaginal candidiasis: A study among women attending a primary healthcare clinic in Kwazulu-Natal, South Africa. Annals of Medical and Health Sciences Research, v. 4, n. 3, p. 410, 2014. Disponível em: <http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=4071743&tool=pmcentrez&rendertype=abstract>. .

BAGHDADI, E.; NOORBAKHSH, F.; MOGHADDAM, H. K.; KHODAVAISY, S. Use of PCR-RFLP for Molecular Identification of Candida species isolated from Vulvovaginal candidiasis. Advances in Bioresearch, v. 7, n. November, p. 40–43, 2016.

BHESANIA, A. H.; NARAYANKHEDKAR, A. Vulvovaginal Candidosis. International Journal of Current Microbyology and a Applied Sciences, v. 6, n. 1, p. 240–250, 2017.

BOATTO, H. F.; GIR?O, M. J. B. C.; FRANCISCO, E. C.; et al. Susceptibility to

Page 64: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

60

Fluconazole and Ketoconazole of Candida spp. Isolated from Primary and Episodic Vulvovaginites by E-Test (São Paulo, SP, Brazil). Open Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 6, n. 12, p. 689–697, 2016. Disponível em: <http://www.scirp.org/journal/PaperDownload.aspx?DOI=10.4236/ojog.2016.612086>. .

BOIKOV, D. A.; LOCKE, J. B.; JAMES, K. D.; BARTIZAL, K.; SOBEL, J. D. In vitro activity of the novel echinocandin CD101 at pH 7 and 4 against Candida spp. isolates from patients with vulvovaginal candidiasis. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, , n. February, p. 1355–1358, 2017. Disponível em: <https://academic.oup.com/jac/jac/article/2967510/%3Citalic%3EIn>. .

BONYADPOUR, B.; AKBARZADEH, M.; MOHAGHEGHZADEH, A. A Descriptive Study on the Prevalence of Vulvovaginal Infections and Species-specific Distribution of Vulvovaginal Candidiasis in Married Women of the South of Iran. Journal of Midwifery e Reproductive Health, , n. Md, p. 741–747, 2016.

BRADFORD, L. L.; RAVEL, J. The vaginal mycobiome: A contemporary perspective on fungi in women’s health and diseases. Virulence, v. 8, n. 3, p. 342–351, 2017. Taylor & Francis. Disponível em: <https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/21505594.2016.1237332>. .

BRANDOLT, T. M.; KLAFKE, G. B.; GONÇALVES, C. V.; et al. Prevalence of Candida spp. in cervical-vaginal samples and the in vitro susceptibility of isolates. Brazilian Journal of Microbiology, v. 48, n. 1, p. 145–150, 2017. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1517838216309030>. .

BRANDT, M. E.; LOCKHART, S. R. Recent taxonomic developments with Candida and other opportunistic yeasts. Current Fungal Infection Reports, v. 6, n. 2012, p. 170–177, 2012.

CALDERONE, R. A; BRAUN, P. C. Adherence and receptor relationships of Candida albicans. Microbiological reviews, v. 55, n. 1, p. 1–20, 1991. Disponível em: <http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=372798&tool=pmcentrez&rendertype=abstract>. .

CAMARGO, K. C. DE; ALVES, R. R. F.; BAYLÃO, L. A.; et al. Secreção vaginal anormal: Sensibilidade, especificidade e concordância entre o diagnóstico clínico e citológico. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 37, n. 5, p. 222–228, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032015000500222&lng=pt&nrm=iso&tlng=en>. .

CARRILLO-MUÑOZ, A. J.; GIUSIANO, G.; EZKURRA, P. A.; QUINDÓS, G. Antifungal agents: mode of action in yeast cells. Revista espanola de quimioterapia : publicacion oficial de la Sociedad Espanola de Quimioterapia, v. 19, n. 2, p. 130–9, 2006. Disponível em: <http://www.seq.es/seq/0214-3429/19/2/130.pdf>. .

CASALI, A. K.; GOULART, L.; ROSA E SILVA, L. K.; et al. Molecular typing of clinical and environmental Cryptococcus neoformans isolates in the Brazilian state Rio Grande do Sul. FEMS yeast research, v. 3, n. 4, p. 405–15, 2003. Disponível em: <https://academic.oup.com/femsyr/article-lookup/doi/10.1016/S1567-1356(03)00038-2>. .

Page 65: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

61

CASSONE, A. Vulvovaginal Candida albicans infections: pathogenesis, immunity and vaccine prospects. BJOG: An International Journal of Obstetrics & Gynaecology, v. 122, n. 6, p. 785–794, 2015. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25052208>. .

CAUCHIE, M.; DESMET, S.; LAGROU, K. Candida and its dual lifestyle as a commensal and a pathogen. Research in microbiology, , n. March, p. 1–9, 2017. Elsevier Masson SAS. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.resmic.2017.02.005>. .

CHEN, R.-Y.; FAN, Y.-M.; ZHANG, Q.; et al. Estradiol inhibits Th17 cell differentiation through inhibition of RORγT transcription by recruiting the ERα/REA complex to estrogen response elements of the RORγT promoter. Journal of immunology (Baltimore, Md. : 1950), v. 194, n. 8, p. 4019–28, 2015. Disponível em: <http://www.jimmunol.org/lookup/doi/10.4049/jimmunol.1400806>. .

CHOUKRI, F.; BENDERDOUCHE, M.; SEDNAOUI, P. In vitro susceptibility profile of 200 recent clinical isolates of Candida spp. to topical antifungal treatments of vulvovaginal candidiasis, the imidazoles and nystatin agents. Journal de Mycologie Medicale, v. 24, n. 4, p. 303–307, 2014. Elsevier Masson SAS. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.mycmed.2014.05.001>. .

CLEVELAND, A. A.; HARRISON, L. H.; FARLEY, M. M.; et al. Declining incidence of candidemia and the shifting epidemiology of Candida resistance in two US metropolitan areas, 2008-2013: results from population-based surveillance. (A. Chowdhary, Ed.)PloS one, v. 10, n. 3, p. e0120452, 2015. Disponível em: <http://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0120452>. .

CLSI. Reference method for broth dilution antifungal susceptibility testing of yeasts: approved standard - third edition. CLSI document M27-A3. 2008.

CLSI. M27-S4 Reference Method for Broth Dilution Antifungal Susceptibility Testing of Yeasts; 2012.

COLOMBO, A. L.; GUIMARÃES, T.; CAMARGO, L. F. A.; et al. Brazilian guidelines for the management of candidiasis - a joint meeting report of three medical societies: Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Paulista de Infectologia and Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 17, n. 3, p. 283–312, 2013. Elsevier Editora Ltda. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.bjid.2013.02.001>. .

COMO, J. A.; DISMUKES, W. E. Oral azole drugs as systemic antifungal therapy. The New England Journal of Medicine, v. 330, p. 263–272, 1994.

CONSOLARO, M.; MARTINS, H.; SILVA, M. DA; PAIVA, L.; SVIDZINSKI, T. Efficacy of Fluconazole and Nystatin in the Treatment of Vaginal Candida Species. Acta Dermato Venereologica, v. 92, n. 1, p. 78–82, 2012. Disponível em: <http://www.medicaljournals.se/acta/content/?doi=10.2340/00015555-1194>. .

CORREIA, A.; SAMPAIO, P.; JAMES, S.; PAIS, C. Candida bracarensis sp. nov., a novel anamorphic yeast species phenotypically similar to Candida glabrata. International

Page 66: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

62

Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, v. 56, p. 313–317, 2006.

CRISEO, G.; SCORDINO, F.; ROMEO, O. Current methods for identifying clinically important cryptic Candida species. Journal of Microbiological Methods, v. 111, p. 50–56, 2015. Elsevier B.V. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S016770121500055X>. .

CUENCA-ESTRELLA, M.; GOMEZ-LOPEZ, A.; MELLADO, E.; RODRIGUEZ-TUDELA, J. L. Correlation between the procedure for antifungal susceptibility testing for Candida spp. of the European Committee on Antibiotic Susceptibility Testing (EUCAST) and four commercial techniques. Clinical Microbiology and Infection, v. 11, n. 6, p. 486–492, 2005.

DEVADAS, S. M. Auxanographic Carbohydrate Assimilation Method for Large Scale Yeast Identification. JOURNAL OF CLINICAL AND DIAGNOSTIC RESEARCH, v. 11, p. 10–12, 2017. Disponível em: <http://jcdr.net/article_fulltext.asp?issn=0973-709x&year=2017&volume=11&issue=4&page=DC01&issn=0973-709x&id=9653>. .

DIAS, L. B.; MELHEM, M. DE S. C.; SZESZS, M. W.; FILHO, J. M.; HAHN, R. C. Vulvovaginal candidiasis in Mato Grosso, Brazil: Pregnancy status, causative species and drugs tests. Brazilian Journal of Microbiology, v. 42, n. 4, p. 1300–1307, 2011.

DIEKEMA, D. J.; MESSER, S. A.; BOYKEN, L. B.; et al. In vitro activity of seven systemically active antifungal agents against a large global collection of rare Candida species as determined by CLSI broth microdilution methods. Journal of clinical microbiology, v. 47, n. 10, p. 3170–7, 2009. Disponível em: <http://jcm.asm.org/cgi/doi/10.1128/JCM.00942-09>. .

DOI, A. M.; CARLOS, A.; PIGNATARI, C.; et al. Epidemiology and Microbiologic Characterization of Nosocomial Candidemia from a Brazilian National Surveillance Program. PLoS ONE, p. 1–9, 2016.

EHRSTRÖM, S.; DAROCZY, K.; RYLANDER, E.; et al. Lactic acid bacteria colonization and clinical outcome after probiotic supplementation in conventionally treated bacterial vaginosis and vulvovaginal candidiasis. Microbes and infection, v. 12, n. 10, p. 691–9, 2010. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20472091>. .

ELFEKY, D. S.; GOHAR, N. M.; EL-SEIDI, E. A.; EZZAT, M. M.; ABOELEW, S. H. Species identification and antifungal susceptibility pattern of Candida isolates in cases of vulvovaginal candidiasis. Alexandria Journal of Medicine, v. 52, n. 3, p. 269–277, 2016. Alexandria University Faculty of Medicine. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S2090506815000779>. .

EMAM, S. M.; ELAZM, A. A. A.; MORAD, A. W. A. Exoenzymes Production and Antifungal Susceptibility of Candida Species Isolated from Pregnant Women with Vulvovaginitis. Journal of American Science, v. 8, n. 12, p. 1392–1399, 2012.

EMERIBE, A. U.; NASSIR, I. A.; IFUNANYA, A. L. Prevalence of vulvovaginal candidiasis among nonpregnant women attending a tertiary health care facility in Abuja Prevalence of vulvovaginal candidiasis among nonpregnant women attending a tertiary

Page 67: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

63

health care facility in Abuja , Nigeria. Research and Reports in Tropical Medicine, , n. February 2016, p. 37–42, 2015.

ESIM BUYUKBAYRAK, E.; KARS, B.; KARSIDAG, A. Y. K.; et al. Diagnosis of vulvovaginitis: comparison of clinical and microbiological diagnosis. Archives of gynecology and obstetrics, v. 282, n. 5, p. 515–9, 2010. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s00404-010-1498-x>. .

ESPOSTO, M. C.; PRIGITANO, A.; ROMEO, O.; et al. Looking for Candida nivariensis and C. bracarensis among a large Italian collection of C. glabrata isolates: Results of the FIMUA working group. Mycoses, v. 56, p. 394–396, 2013.

FAN, S.; LIU, X.; WU, C.; XU, L.; LI, J. Vaginal Nystatin Versus Oral Fluconazole for the Treatment for Recurrent Vulvovaginal Candidiasis. Mycopathologia, v. 179, n. 1–2, p. 95–101, 2015.

FARHAN, A.; ELDESOUKY, E.; GABALLAH, E.; SOLTAN, M. Comparison of visual, clinical, and microbiological diagnosis of symptomatic vaginal discharge in the reproductive age group. Benha Medical Journal, v. 34, n. 1, p. 43, 2017. Disponível em: <http://www.bmfj.eg.net/text.asp?2017/34/1/43/206900>. .

FATAHINIA, M.; HALVAEEZADEH, M.; REZAEI-MATEHKOLAEI, A. Comparison of enzymatic activities in different Candida species isolated from women with vulvovaginitis. Journal de Mycologie Medicale, 2017. Elsevier Masson SAS. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.mycmed.2017.01.009>. .

FERRAZZA, M. H. S. H.; MALUF, M. L. F.; CONSOLARO, M. E. L.; et al. Caracterização de leveduras isoladas da vagina e sua associação com candidíase vulvovaginal em duas cidades do sul do Brasil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 27, n. 2, p. 58–63, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032005000200003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. .

FERRIS, D. G.; NYIRJESY, P.; SOBEL, J. D.; et al. Over-the-counter antifungal drug misuse associated with patient-diagnosed vulvovaginal candidiasis. Obstetrics and gynecology, v. 99, n. 3, p. 419–25, 2002. Disponível em: <www.ncbi.nlm.nih.gov>. .

FIDEL, P. L. Immunity to Candida. Oral diseases, v. 8 Suppl 2, p. 69–75, 2002a. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12164664>. .

FIDEL, P. L. Immunity to Candida. Oral diseases, v. 8 Suppl 2, p. 69–75, 2002b.

FIDEL, P. L.; VAZQUEZ, J. A.; SOBEL, J. D. Candida glabrata: review of epidemiology, pathogenesis, and clinical disease with comparison to C. albicans. Clinical microbiology reviews, v. 12, n. 1, p. 80–96, 1999. Disponível em: <http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=88907&tool=pmcentrez&rendertype=abstract>. .

FIGUEIREDO-CARVALHO, M. H. G.; RAMOS, L. D. S.; BARBEDO, L. S.; et al. Relationship between the Antifungal Susceptibility Profile and the Production of

Page 68: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

64

Virulence-Related Hydrolytic Enzymes in Brazilian Clinical Strains of Candida glabrata. Mediators of Inflammation, v. 2017, n. July, 2017.

FORNARI, G.; VICENTE, V. A.; GOMES, R. R.; et al. Susceptibility and molecular characterization of candida species from patients with vulvovaginitis. Brazilian Journal of Microbiology, v. 47, n. 2, p. 373–380, 2016. Sociedade Brasileira de Microbiologia. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.bjm.2016.01.005>. .

FOXMAN, B.; MURAGLIA, R. B.; DIETZ, J.-P.; SOBEL, J.; WAGNER, J. Prevalence of recurrent vulvovaginal candidiasis in 5 European countries and the United States: results from an internet panel survey. Journal of Lower Genital Tract Disease, v. 17, p. 340–345, 2013.

FRANÇA, E. J. G.; FURLANETO-MAIA, L.; FURLANETO, M. C. Hemolytic capability and expression of a putative haem oxygenase-encoding gene by blood isolates of Candida tropicalis are influenced by iron deprivation and the presence of hemoglobin and erythrocytes. Microbial Pathogenesis, v. 105, p. 235–239, 2017. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S088240101630674X>. .

FULE, S. R.; DAS, D.; FULE, R. P. Detection of phospholipase activity of Candida albicans and non albicans isolated from women of reproductive age with vulvovaginal candidiasis in rural area. Indian journal of medical microbiology, v. 33, n. 1, p. 92–5, 2015. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25560009>. Acesso em: 9/3/2015.

GAMARRA, S.; MORANO, S.; GARCIA-EFFRON, G. Epidemiology and Antifungal Susceptibilities of Yeasts Causing Vulvovaginitis in a Teaching Hospital. , p. 251–258, 2014.

GARZILLO, C.; BAGATTINI, M.; BOGDANOVIĆ, L.; et al. Risk factors for Candida parapsilosis bloodstream infection in a neonatal intensive care unit: a case-control study. Italian journal of pediatrics, v. 43, n. 1, p. 10, 2017. Disponível em: <http://ijponline.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13052-017-0332-5>. .

GE, S. H.; XIE, J.; XU, J.; et al. Prevalence of specific and phylogenetically closely related genotypes in the population of Candida albicans associated with genital candidiasis in China. Fungal Genetics and Biology, v. 49, n. 1, p. 86–93, 2012. Elsevier Inc.

GLEHN, M. D. P. Prevalence of Trichomonas vaginalis and Candida albicans among Brazilian Women of Reproductive Age. JOURNAL OF CLINICAL AND DIAGNOSTIC RESEARCH, v. 10, n. 11, p. LC24-LC27, 2016. Disponível em: <http://jcdr.net/article_fulltext.asp?issn=0973-709x&year=2016&volume=10&issue=11&page=LC24&issn=0973-709x&id=8939>. .

GOULART, L. S.; SANTIAGO, E. F.; RAMON, J. L.; et al. Species distribution and antifungal susceptibility to vulvovaginal Candida spp . in southern Mato Grosso State , Brazil. J Bras Patol Med Lab, v. 52, n. 4, p. 233–237, 2016.

GUNTHER, L. S. A.; MARTINS, H. P. R.; GIMENES, F.; et al. Prevalence of Candida albicans and non-albicans isolates from vaginal secretions: comparative evaluation of

Page 69: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

65

colonization, vaginal candidiasis and recurrent vaginal candidiasis in diabetic and non-diabetic women. Sao Paulo Medical Journal, v. 132, n. 2, p. 116–120, 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-31802014000200116&lng=en&nrm=iso&tlng=en>. .

HALE, E. K.; POMERANZ, M. K. Dermatologic agents during pregnancy and lactation: An update and clinical review. International Journal of Dermatology, v. 41, n. 4, p. 197–203, 2002.

HAMAD, M. Innate and adaptive antifungal immune responses: partners on an equal footing. Mycoses, v. 55, n. 3, p. 205–17, 2012. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1111/j.1439-0507.2011.02078.x>. .

HARRIOTT, M. M.; LILLY, E. A.; RODRIGUEZ, T. E.; FIDEL, P. L.; NOVERR, M. C. Candida albicans forms biofilms on the vaginal mucosa. Microbiology, v. 156, p. 3635–3644, 2010.

HEERES, J.; MEERPOEL, L.; LEWI, P. Conazoles. Molecules, v. 15, n. 6, p. 4129–4188, 2010. Disponível em: <http://www.mdpi.com/1420-3049/15/6/4129/>. .

HÖFS, S.; MOGAVERO, S.; HUBE, B. Interaction of Candida albicans with host cells : virulence factors , host defense , escape strategies , and the microbiota. , v. 54, n. 3, p. 149–169, 2016.

HOLMBERG, K.; FEROZE, F. Evaluation of an Optimized System for Random Amplified Polymorphic DNA ( RAPD ) -analysis for Genotypic Mapping of Candida albicans Strains. Journal of Cinical Laboratory Analysis, v. 69, p. 12–19, 1996.

HUBE, B.; NAGLIK, J. Review Article. The Indian Economic & Social History Review, v. 42, n. 2, p. 249–256, 2005. Disponível em: <http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/001946460504200204>. .

IMRAN, K. Z.; AL-SHUKRY, H. N. Molecular diagnosis of vaginal candidiasis by polymerase chain reaction (PCR) and random amplification polymorphism DNA (RAPD-PCR) in Babylon Province, Iraq. African Journal of Microbiology Research, v. 8, n. 6, p. 496–502, 2014. Disponível em: <http://academicjournals.org/journal/AJMR/article-abstract/EBBB34A42943>. .

ISHIDA, K.; UEDA-YAMAGUCHI, M.; YAMADA-OGATTA, S. F.; et al. Characterization of Candida spp. isolated from vaginal fluid: identification, antifungal susceptibility, and virulence profile. Acta Scientiarum. Health Science, v. 35, p. 1–8, 2013.

JABRA-RIZK, M. A.; BRENNER, T. M.; ROMAGNOLI, M.; et al. Evaluation of a Reformulated CHROMagar Candida. Journal of Clinical Microbiology, v. 39, n. 5, p. 2015–2016, 2001. Disponível em: <http://jcm.asm.org/cgi/doi/10.1128/JCM.39.5.2015-2016.2001>. .

JAEGER, M.; PLANTINGA, T. S.; JOOSTEN, L. A B.; KULLBERG, B. J.; NETEA, M. G. Genetic basis for recurrent vulvo-vaginal candidiasis. Current Infectious Disease

Page 70: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

66

Reports, v. 15, n. 2, p. 136–142, 2013.

JOHAL, H. S.; GARG, T.; RATH, G.; GOYAL, A. K. Advanced topical drug delivery system for the management of vaginal candidiasis. Drug Delivery, v. 23, n. 2, p. 550–563, 2016.

JONES, S. K.; HIRAKAWA, M. P.; BENNETT, R. J. Sexual biofilm formation in Candida tropicalis opaque cells. Molecular Microbiology, v. 92, n. 2, p. 383–398, 2014.

KANDEEL, A.; ELMITWALLI, A. Prevalence , Risk Factors and Antifungal Susceptibility of Vulvovaginal Candadiasis among Saudi Females. Egyptian Jornal de Medical Microbiology, v. 26, n. 2, p. 47–52, 2017.

KATHIRAVAN, M. K.; SALAKE, A. B.; CHOTHE, A. S.; et al. The biology and chemistry of antifungal agents: A review. Bioorganic & Medicinal Chemistry, v. 20, n. 19, p. 5678–5698, 2012. Elsevier Ltd. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.bmc.2012.04.045>. .

KATHURIA, S.; SINGH, P. K.; SHARMA, C.; et al. Multidrug-Resistant Candida auris Misidentified as Candida haemulonii: Characterization by Matrix-Assisted Laser Desorption Ionization?Time of Flight Mass Spectrometry and DNA Sequencing and Its Antifungal Susceptibility Profile Variability by Vitek 2, CL. (D. W. Warnock, Ed.)Journal of Clinical Microbiology, v. 53, n. 6, p. 1823–1830, 2015. Disponível em: <http://jcm.asm.org/lookup/doi/10.1128/JCM.00367-15>. .

KENNEDY, M. A.; SOBEL, J. D. Vulvovaginal Candidiasis Caused by Non-albicans Candida Species: New Insights. Current Infectious Disease Reports, v. 12, n. 6, p. 465–470, 2010. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s11908-010-0137-9>. .

KHAN, Z. U.; AHMAD, S.; MOKADDAS, E.; CHANDY, R. Tobacco Agar , a New Medium for Differentiating Candida dubliniensis from Candida albicans. Journal of Clinical Microbiology, v. 42, n. 10, p. 4796–4798, 2004.

KIM, J.; CHO, Y.-J.; DO, E.; et al. A defect in iron uptake enhances the susceptibility of Cryptococcus neoformans to azole antifungal drugs. Fungal genetics and biology : FG & B, v. 49, n. 11, p. 955–66, 2012. Elsevier Inc. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.fgb.2012.08.006>. .

KIMURA, L. H.; PEARSALL, N. N. Adherence of Candida albicans to Human Buccal Epithelial Cells. Infection and Immunity, v. 21, n. 1, p. 64–68, 1978.

KLEIN, D. Quantification using real-time PCR technology: applications and limitations. Trends in molecular medicine, v. 8, n. 6, p. 257–60, 2002. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12067606>. .

KUMAR, D.; BANERJEE, T.; PRATAP, C. B.; TILAK, R. Itraconazole-resistant Candida auris with phospholipase, proteinase and hemolysin activity from a case of vulvovaginitis. Journal of infection in developing countries, v. 9, n. 4, p. 435–7, 2015. Disponível em: <http://www.jidc.org/index.php/journal/article/view/4582>. .

Page 71: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

67

KURTZMAN, C. P.; FELL, J. W.; BOEKHOUT, T.; ROBERT, V. Methods for Isolation, Phenotypic Characterization and Maintenance of Yeasts. The Yeasts. v. 1, p.87–110, 2011. Elsevier. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/B978-0-444-52149-1.00007-0>. .

KURTZMAN, C. P.; MATEO, R. Q.; KOLECKA, A.; et al. Advances in yeast systematics and phylogeny and their use as predictors of biotechnologically important metabolic pathways. (J. Nielsen, Ed.)FEMS yeast research, v. 15, n. 6, p. fov050, 2015. Disponível em: <https://academic.oup.com/femsyr/article-lookup/doi/10.1093/femsyr/fov050>. .

LIMA, T. M.; TELES, L. M. R.; OLIVEIRA, A. S. DE; et al. Corrimentos vaginais em gestantes: comparacao da abordagem sindromica com exames da pratica clinica da enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 47, n. 6, p. 1265–1271, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342013000601265&lng=pt&tlng=pt>. .

LOVERO, G.; GIGLIO, O. DE; RUTIGLIANO, S.; et al. In vitro antifungal susceptibilities of Candida species to liposomal amphotericin B, determined using CLSI broth microdilution, and amphotericin B deoxycholate, measured using the Etest. Journal of Medical Microbiology, v. 66, n. 2, p. 213–216, 2017.

MAHMOUDI RAD, M.; ZAFARGHANDI, A. S.; AMEL ZABIHI, M.; TAVALLAEE, M.; MIRDAMADI, Y. Identification of Candida species associated with vulvovaginal candidiasis by multiplex PCR. Infectious Diseases in Obstetrics and Gynecology, v. 2012, 2012.

MAHMOUDI RAD, M.; ZAFARGHANDI, S.; ABBASABADI, B.; TAVALLAEE, M. The epidemiology of Candida species associated with vulvovaginal candidiasis in an Iranian patient population. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, v. 155, n. 2, p. 199–203, 2011. Elsevier Ireland Ltd. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.ejogrb.2010.11.022>. .

MAKENE, V. A. Identification of Non-albicans Candida Yeasts Associated with Vulvovaginal Candidiasis in Tanzania Using a Combination of Multiplex PCR and DNA Sequence Divergence of the 26S LSU rDNA. , v. 2, n. 2, p. 124–131, 2014.

MANNS, J. M.; MOSSER, D. M.; BUCKLEY, H. R. Production of a hemolytic factor by Candida albicans. Infection and immunity, v. 62, n. 11, p. 5154–6, 1994. Disponível em: <http://www.jjmicrobiol.com/?page=article&article_id=20893>. .

MARTÍNEZ, J. M. G.; GÓMEZ, E. V.; PEMÁN, J.; et al. Identification of pathogenic yeast species by polymerase chain reaction amplification of the RPS0 gene intron fragment. Journal of Applied Microbiology, v. 108, n. 6, p. 1917–1927, 2010.

MARTINS, H. P. R.; SILVA, M. C. DA; PAIVA, L. C. F.; SVIDZINSKI, T. I. E.; CONSOLARO, M. E. L. Efficacy of fluconazole and nystatin in the treatment of vaginal Candida species. Acta dermato-venereologica, v. 92, n. 1, p. 78–82, 2012. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21918792>. .

MAYER, F. L.; WILSON, D.; HUBE, B. Candida albicans pathogenicity mechanisms.

Page 72: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

68

Virulence, v. 4, n. 2, p. 119–28, 2013. Disponível em: <http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.4161/viru.22913>. .

MEER, J. W. M. VAN DER; VEERDONK, F. L. VAN DE; JOOSTEN, L. A. B.; KULLBERG, B.-J.; NETEA, M. G. Severe Candida spp. infections: new insights into natural immunity. International Journal of Antimicrobial Agents, v. 36, n. SUPPL. 2, p. S58–S62, 2010. Elsevier B.V. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.ijantimicag.2010.11.013>. .

MENDLING, W. Guideline: Vulvovaginal Candidosis (AWMF 015/072), S2k (excluding chronic mucocutaneous candidosis). Mycoses, v. 58, p. 1–15, 2015. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1111/myc.12292>. .

MENDLING, W.; BRASCH, J. Guideline vulvovaginal candidosis (2010) of the german society for gynecology and obstetrics, the working group for infections and infectimmunology in gynecology and obstetrics, the german society of dermatology, the board of german dermatologists and the. Mycoses, v. 55, n. SUPPL. 3, p. 1–13, 2012. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1111/j.1439-0507.2012.02185.x>. .

MINISTÉRIO DA SÁUDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. 2015.

MODRZEWSKA, B.; KURNATOWSKI, P. Adherence of Candida sp . to host tissues and cells as one of its pathogenicity features. Annals of parasitology, v. 61, n. 502, p. 3–9, 2015.

MOREIRA, A.; SILVA, S.; BOTELHO, C.; et al. Candida bracarensis : Evaluation of Virulence Factors and its Tolerance to Amphotericin B and Fluconazole. Mycopathologia, p. 305–315, 2015.

NAGLIK, J. R.; RICHARDSON, J. P.; MOYES, D. L. Candida albicans Pathogenicity and Epithelial Immunity. PLoS Pathogens, v. 10, n. 8, p. 8–11, 2014.

NAGLIK, J. R.; RODGERS, C. A.; SHIRLAW, P. J.; et al. Differential expression of Candida albicans secreted aspartyl proteinase and phospholipase B genes in humans correlates with active oral and vaginal infections. The Journal of infectious diseases, v. 188, n. 3, p. 469–79, 2003. Disponível em: <https://academic.oup.com/jid/article-lookup/doi/10.1086/376536>. .

NIEWERTH, M.; KORTING, H. C. Phospholipases of Candida albicans Phospholipasen von Candida albicans. Mycoses, v. 367, p. 361–367, 2001.

NOUMI, E.; SNOUSSI, M.; NOUMI, I.; et al. Phenotypic characterization and adhesive properties of vaginal Candida spp. strains provided by the CHU Farhat Hached (Sousse, Tunisia). Revista Iberoamericana de Micología, v. 32, n. 3, p. 170–179, 2015. Revista Iberoamericana de Micología. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.riam.2014.06.006>. .

NURAT, A. A.; OLA, B. G.; OLUSHOLA, S. M.; MIKHAIL, T. A.; AYODEJI, A. S. Molecular and phenotypic identification of Candida isolates from pregnant women in

Page 73: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

69

Ogbomoso , Southwestern Nigeria. International Journal of Reproduction, Contraception, Obstetrics and Gynecology, v. 5, n. 2, p. 317–322, 2016.

NWANKWO, T. O.; ANIEBUE, U. U.; UMEH, U. A. Syndromic Diagnosis in Evaluation of Women with Symptoms of Vaginitis. Current Infectious Disease Reports, v. 19, n. 1, p. 3, 2017. Current Infectious Disease Reports. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s11908-017-0558-9>. .

OKUNGBOWA, F. I.; ISIKHUEMHEN, O. S.; DEDE, A. P. O. The distribution frequency of Candida species in the genitourinary tract among symptomatic individuals in Nigerian cities. Revista iberoamericana de micologia : organo de la Asociacion Espanola de Especialistas en Micologia, v. 20, p. 60–63, 2003.

OLIVEIRA, SUZANE K. R.; ANJOS, D. C. DOS; GONCALVES, L. H.; et al. Prevalence and production of enzymes by Candida isolates from vaginal secretion samples. Revista de Patologia Tropical, v. 42, n. 2, p. 161–176, 2013.

PAIVA, L. C. F.; VIDIGAL, P. G.; DONATTI, L.; SVIDZINSKI, T. I. E.; CONSOLARO, M. E. L. Assessment of in vitro biofilm formation by Candida species isolates from vulvovaginal candidiasis and ultrastructural characteristics. Micron (Oxford, England : 1993), v. 43, n. 2–3, p. 497–502, 2012. Elsevier Ltd. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22001373>. Acesso em: 1/3/2015.

PANWAR, S.; FAUJDAR, S. S. Prevalence , Distribution , Risk factors and Antifungal Susceptibility Profiles of Candida species in a Tertiary Care Hospital. International Journal of Current Microbyology and a Applied Sciences, v. 5, n. 4, p. 329–337, 2016.

PAPPAS, P. G.; KAUFFMAN, C. A.; ANDES, D. R.; et al. Clinical Practice Guideline for the Management of Candidiasis: 2016 Update by the Infectious Diseases Society of America. Clinical Infectious Diseases, v. 62, n. 4, p. e1–e50, 2015.

PATEL, D. A.; GILLESPIE, B.; SOBEL, J. D.; et al. Risk factors for recurrent vulvovaginal candidiasis in women receiving maintenance antifungal therapy: Results of a prospective cohort study. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 190, p. 644–653, 2004.

PENDRAK, M. L.; ROBERTS, D. D. Hemoglobin is an effective inducer of hyphal differentiation in Candida albicans. Medical mycology, v. 45, n. 1, p. 61–71, 2007. Disponível em: <https://academic.oup.com/mmy/article-lookup/doi/10.1080/13693780601028691>. .

PEREIRA, D. C.; BACKES, L. T. H.; CALIL, L. N.; FUENTEFRIA, A. M. A six-year epidemiological survey of vulvovaginal candidiasis in cytopathology reports in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. Revista de Patologia Tropical, v. 41, n. 2, 2012. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/iptsp/article/view/19324>. .

PETERS, B. M.; YANO, J.; NOVERR, M. C.; FIDEL, P. L. Candida Vaginitis: When Opportunism Knocks, the Host Responds. (K. Haldar, Ed.)PLoS Pathogens, v. 10, n. 4, p. e1003965, 2014. Disponível em: <http://dx.plos.org/10.1371/journal.ppat.1003965>. .

Page 74: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

70

PFALLER, M. A.; DIEKEMA, D. J. Progress in antifungal susceptibility testing of Candida spp. by use of Clinical and Laboratory Standards Institute broth microdilution methods, 2010 to 2012. Journal of Clinical Microbiology, v. 50, n. 9, p. 2846–2856, 2012.

PFALLER, M. A.; HOUSTON, A.; COFFMANN, S. Application of CHROMagar candida for rapid screening of clinical specimens for Candida albicans, Candida tropicalis, Candida krusei, and Candida (Torulopsis) glabrata. Journal of Clinical Microbiology, v. 34, n. 1, p. 58–61, 1996.

PIRES, E. G.; FREITAS, E. M. DE; BONAN, P. R. F.; NOBRE, S. A. M. Agreement between RAPD, API20C AUX, CHROMagar Candida and microculture on oral Candida identification. Brazilian Journal of Oral Sciences, v. 14, n. 2, p. 149–153, 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-32252015000200149&lng=en&nrm=iso&tlng=en>. .

POETA, M. DEL; TOFFALETTI, D. L.; RUDE, T. H.; et al. Topoisomerase I is essential in Cryptococcus neoformans: role In pathobiology and as an antifungal target. Genetics, v. 152, n. 1, p. 167–78, 1999. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10224251>. .

PRASAD, T.; CHANDRA, A.; MUKHOPADHYAY, C. K.; PRASAD, R. Unexpected link between iron and drug resistance of Candida spp.: Iron depletion enhances membrane fluidity and drug diffusion, leading to drug-susceptible cells. Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 50, n. 11, p. 3597–3606, 2006.

PRICE, M. F.; WILKINSON, A. N. D.; GENTRY, L. O. Plate method for detection of phospholipase activity in Candida albicans. , , n. April 1981, p. 7–14, 1982.

QUINDÓS, G. Epidemiology of candidaemia and invasive candidiasis . A changing face. Revista Iberoamericana de Micología, v. 31, n. 1, p. 42–48, 2014. Revista Iberoamericana de Micología. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.riam.2013.10.001>. .

QUINTIN, J.; VOIGT, J.; VOORT, R. VAN DER; et al. Differential role of NK cells against Candida albicans infection in immunocompetent or immunocompromised mice. European journal of immunology, v. 44, n. 8, p. 2405–14, 2014. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1002/eji.201343828>. .

RAMANI, R.; GROMADZKI, S.; PINCUS, D. H.; SALKIN, I. F.; CHATURVEDI, V. Efficacy of API 20C and ID 32C systems for identification of common and rare clinical yeast isolates. Journal of clinical microbiology, v. 36, n. 11, p. 3396–8, 1998. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9774605>. .

RAMOS, L. DE S.; BARBEDO, L. S.; BRAGA-SILVA, L. A.; et al. Protease and phospholipase activities of Candida spp. isolated from cutaneous candidiasis. Revista Iberoamericana de Micología, v. 32, n. 2, p. 122–125, 2015. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1130140614000412>. .

RAPALA-KOZIK, M.; BOCHENSKA, O.; ZAJAC, D.; et al. Extracellular proteinases of

Page 75: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

71

Candida species pathogenic yeasts. Molecular oral microbiology, , n. November 2017, p. 1–12, 2017. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1111/omi.12206>. .

RICETO, É. B. DE M.; MENEZES, R. DE P.; PENATTI, M. P. A.; PEDROSO, R. DOS S. Enzymatic and hemolytic activity in different Candida species. Revista Iberoamericana de Micología, v. 32, n. 2, p. 79–82, 2015. Revista Iberoamericana de Micología. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.riam.2013.11.003>. .

RICHTER, S. S.; GALASK, R. P.; MESSER, S. A.; et al. Antifungal susceptibilities of Candida species causing vulvovaginitis and epidemiology of recurrent cases. Journal of Clinical Microbiology, v. 43, n. 5, p. 2155–2162, 2005.

ROCHA OLIVEIRA, S. K.; VAZ DOS ANJOS, D. C.; BASTOS GONÇALVES, L. H.; et al. Prevalence and production of enzymes by Candida isolates FROM vaginal secretion samples. Revista de Patologia Tropical, v. 42, n. 2, p. 161–176, 2013.

ROMEO, O.; SCORDINO, F.; PERNICE, I.; PASSO, C. LO; CRISEO, G. A multiplex PCR protocol for rapid identification of Candida glabrata and its phylogenetically related species Candida nivariensis and Candida bracarensis. Journal of microbiological methods, v. 79, n. 1, p. 117–20, 2009. Elsevier B.V. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.mimet.2009.07.016>. .

ROSA, M. I. DA; RUMEL, D. Fatores associados à candidíase vulvovaginal: estudo exploratório. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 26, n. 1, p. 65–70, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032004000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. .

ROSSONI, R. D.; BARBOSA, J. O.; VILELA, S. F. G.; JORGE, A. O. C.; JUNQUEIRA, J. C. Comparison of the hemolytic activity between C. albicans and non- albicans Candida species. , v. 27, n. 6, p. 484–489, 2013.

RUCHEL, R.; TEGELER, R.; TROST, M. A Comparison of secretory proteinases from different strains of Candida albicans. International Society for Human and Animal Mycology, , n. February, p. 233–244, 1982.

SÁ, M. C. N.; SOUSA, H. R. DE; AMARO, C. S. O.; et al. Isolamento de Candida no esfregaço cérvico-vaginal de mulheres não gestantes residentes em área ribeirinha do Estado do Maranhão, Brasil, 2012. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 5, n. 1, p. 25–34, 2014. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232014000100003&lng=en&nrm=iso&tlng=en>. .

SAEID, M. O.; ESMAEILZADEH, S.; GHASEMPOUR, M.; et al. Molecular Identification of Candida Species in Clinical Isolates. Internetional Journal of Molecular and Clinical Microbiology, v. 2, p. 303–309, 2013.

SAMAL, R.; VAITHY, A.; KOTASTHANE, D. S.; GHOSE, S. Prevalence and clinico-mycological profile of vulvovaginal candidiasis in a tertiary care hospital. , v. 4, n. August, p. 1142–1147, 2015.

Page 76: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

72

SANGUINETTI, M.; POSTERARO, B.; LASS-FL?RL, C. Antifungal drug resistance among Candida species: mechanisms and clinical impact. Mycoses, v. 58, p. 2–13, 2015. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1111/myc.12330>. .

SANTOS, R.; BUISSON, N.; KNIGHT, S.; et al. Haemin uptake and use as an iron source by Candida albicans: role of CaHMX1-encoded haem oxygenase. Microbiology (Reading, England), v. 149, n. Pt 3, p. 579–88, 2003. Disponível em: <http://mic.microbiologyresearch.org/content/journal/micro/10.1099/mic.0.26108-0>. .

SARDI, J. C. O.; SCORZONI, L.; BERNARDI, T.; FUSCO-ALMEIDA, A. M.; MENDES GIANNINI, M. J. S. Candida species: Current epidemiology, pathogenicity, biofilm formation, natural antifungal products and new therapeutic options. Journal of Medical Microbiology, v. 62, n. PART1, p. 10–24, 2013.

SATOH, K.; MAKIMURA, K.; HASUMI, Y.; et al. Candida auris sp. nov., a novel ascomycetous yeast isolated from the external ear canal of an inpatient in a Japanese hospital. Microbiology and Immunology, v. 53, n. 1, p. 41–44, 2009. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19161556>. .

SAVINI, V.; CATAVITELLO, C.; ONOFRILLO, D.; et al. What do we know about Candida guilliermondii? A voyage throughout past and current literature about this emerging yeast. Mycoses, v. 54, n. 5, p. 434–441, 2011.

SCHALLER, M. Candida albicans--interactions with the mucosa and the immune system. Journal der Deutschen Dermatologischen Gesellschaft = Journal of the German Society of Dermatology : JDDG, v. 4, n. 4, p. 328-36–8, 2006. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16638063>. .

SCHEIBLER, E.; GARCIA, M. C. R.; MEDINA DA SILVA, R.; et al. Use of nystatin and chlorhexidine in oral medicine: Properties, indications and pitfalls with focus on geriatric patients. Gerodontology, , n. April, p. 1–8, 2017. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1111/ger.12278>. .

SCHOCH, C. L.; SEIFERT, K. A.; HUHNDORF, S.; et al. Nuclear ribosomal internal transcribed spacer (ITS) region as a universal DNA barcode marker for Fungi. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 109, n. 16, p. 6241–6, 2012. Disponível em: <http://www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1117018109>. .

SCHULZE, J.; SONNENBORN, U. Yeasts in the gut: from commensals to infectious agents. Deutsches Arzteblatt international, v. 106, n. 51–52, p. 837–42, 2009. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20062581>. .

SENDID, B.; FRANCOIS, N.; STANDAERT, A.; et al. Prospective evaluation of the new chromogenic medium CandiSelect 4 for differentiation and presumptive identification of the major pathogenic Candida species. Journal of Medical Microbiology, v. 56, n. 4, p. 495–499, 2007. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17374890>. .

SHERRY, L.; RAMAGE, G.; KEAN, R.; et al. Biofilm-Forming Capability of Highly Virulent, Multidrug-Resistant Candida auris. Emerging Infectious Diseases, v. 23, n. 2, p.

Page 77: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

73

328–331, 2017. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28098553>. .

SHIRKHANI, S.; SEPAHVAND, A.; MIRZAEE, M.; ANBARI, K. Phospholipase and proteinase activities of Candida spp . isolates from vulvovaginitis in Iran. Journal de Mycologie Medicale, v. 26, n. 3, p. 255–260, 2016. Elsevier Masson SAS. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.mycmed.2016.05.001>. .

SILVA, N. C. Aspartic proteinases of Candida spp.: role in pathogenicity and antifungal resistance. , p. 1–11, 2014.

SILVA, S.; HENRIQUES, M.; HAYES, A.; et al. Candida glabrata and Candida albicans co-infection of an in vitro oral epithelium. Journal of Oral Pathology & Medicine, v. 40, n. 5, p. 421–427, 2011. Blackwell Publishing Ltd. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1111/j.1600-0714.2010.00981.x>. Acesso em: 18/1/2018.

SILVA, S.; NEGRI, M.; HENRIQUES, M.; OLIVEIRA, R.; WILLIAMS, D. W.; et al. Candida glabrata, Candida parapsilosis and Candida tropicalis : biology, epidemiology, pathogenicity and antifungal resistance. FEMS Microbiology Reviews, v. 36, n. 2, p. 288–305, 2012. Disponível em: <https://academic.oup.com/femsre/article-lookup/doi/10.1111/j.1574-6976.2011.00278.x>. .

SOBEL, J. D. Vulvovaginal candidosis. Lancet, v. 369, p. 1961–1971, 2007.

SOBEL, J. D. Factors involved in patient choice of oral or vaginal treatment for vulvovaginal candidiasis. Patient preference and adherence, v. 8, p. 31–4, 2013. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24368881>. .

SOBEL, J. D. Genital candidiasis. Medicine (United Kingdom), v. 42, n. 7, p. 364–368, 2014a. Elsevier Ltd. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.mpmed.2014.04.006>. .

SOBEL, J. D. Genital candidiasis. Medicine, v. 42, n. 7, p. 364–368, 2014b. Elsevier Ltd. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1357303914001078>. .

SOBEL, J. D. Recurrent vulvovaginal candidiasis. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v. 214, n. 1, p. 15–21, 2016. Elsevier Inc. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.ajog.2015.06.067>. .

SOBEL, J. D.; AKINS, R. A. The Role of PCR in the Diagnosis of Candida Vulvovaginitis — a New Gold Standard ? , p. 1–5, 2015.

SOBEL, J. D.; SUBRAMANIAN, C.; FOXMAN, B.; FAIRFAX, M.; GYGAX, S. E. Mixed vaginitis - More than coinfection and with therapeutic implications. Current Infectious Disease Reports, v. 15, n. 2, p. 104–108, 2013.

SWIDERGALL, M.; FILLER, S. G. Oropharyngeal Candidiasis: Fungal Invasion and Epithelial Cell Responses. (D. A. Hogan, Ed.)PLOS Pathogens, v. 13, n. 1, p. e1006056, 2017. Disponível em: <http://dx.plos.org/10.1371/journal.ppat.1006056>. .

TANAKA, W. T. H.; NAKAO, N.; MIKAMI, T.; MATSUMOTO, T. Hemoglobin Is Utilized by Candida albicans in the Hyphal Form but Not Yeast Form. Biochemical and

Page 78: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

74

Biophysical Research Communications, v. 232, n. 2, p. 350–353, 1997. Disponível em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0006291X97962471>. .

TARDIF, K. D.; SCHLABERG, R. Development of a real-time PCR assay for the direct detection of Candida species causing Vulvovaginal candidiasis. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v. 88, n. 1, p. 39–40, 2017. Elsevier Inc. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.diagmicrobio.2017.01.012>. .

TAVANTI, A.; DAVIDSON, A. D.; GOW, N. A R.; MAIDEN, M. C. J.; ODDS, F. C. Candida parapsilosis Groups II and III. Society, v. 43, p. 284–292, 2005.

TOBUDIC, S.; KRATZER, C.; PRESTERL, E. Azole-resistant Candida spp. - Emerging pathogens? Mycoses, v. 55, n. SUPPL.1, p. 24–32, 2012.

TUPE, S. G.; DESHPANDE, M. V. Current status and new directions in antifungal drug development. CSIR-National Chemical Laboratory, p. 241–252, 2013.

UDAYALAXMI, SHANI JACOB, D. D. S. Comparison Between Virulence Factors of Candida albicans and Non-albicans Species of Candida Isolated from Genitourinary Tract. Journal of Clinical and Diagnostic Research, v. 8, n. 11, p. 15–17, 2014. Disponível em: <http://jcdr.net/article_fulltext.asp?issn=0973-709x&year=2014&volume=8&issue=11&page=DC15&issn=0973-709x&id=5137>. .

VERWEIJ, P. E.; BREUKER, I. M.; RIJS, A. J.; MEIS, J. F. Comparative study of seven commercial yeast identification systems. Journal of Clinical Pathology, v. 52, n. 4, p. 271–273, 1999. Disponível em: <http://jcp.bmj.com/content/52/4/271.abstract%5Cnhttp://jcp.bmj.com/content/52/4/271.full.pdf>. .

VIJAYALAKSHMI, D.; S, P. S.; W, S. P. Clinical And Microscopic Correlation of Vaginal Discharge. , v. 3, n. 5, p. 1328–1331, 2016.

WANG, F.-J.; ZHANG, D.; LIU, Z.-H.; et al. Species Distribution and In Vitro Antifungal Susceptibility of Vulvovaginal Candida Isolates in China. Chinese Medical Journal, v. 129, n. 10, p. 1161, 2016. Disponível em: <http://www.cmj.org/text.asp?2016/129/10/1161/181964>. .

WEISSENBACHER, T.; WITKIN, S. S.; LEDGER, W. J.; et al. Relationship between clinical diagnosis of recurrent vulvovaginal candidiasis and detection of Candida species by culture and polymerase chain reaction. Archives of Gynecology and Obstetrics, v. 279, n. 2, p. 125–129, 2009.

XIE, J. L.; POLVI, E. J.; SHEKHAR-GUTURJA, T.; COWEN, L. E. Elucidating drug resistance in human fungal pathogens. Future Microbiology, v. 9, n. 4, p. 523–42, 2014. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24810351>. .

YANG, Y.-L. Virulence factors of Candida species. Journal of microbiology, immunology, and infect, v. 36, p. 223–228, 2003.

ZHU, Y.-X.; LI, T.; FAN, S.-R.; et al. Health-related quality of life as measured with the

Page 79: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

75

Short-Form 36 (SF-36) questionnaire in patients with recurrent vulvovaginal candidiasis. Health and Quality of Life Outcomes, v. 14, n. 1, p. 65, 2016. Health and Quality of Life Outcomes. Disponível em: <http://hqlo.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12955-016-0470-2>. .

ZHU, Y.; SHAN, Y.; FAN, S.; LI, J.; LIU, X. Candida parapsilosis Sensu Stricto and the Closely Related Species Candida orthopsilosis and Candida metapsilosis in Vulvovaginal Candidiasis. mycopathologia, v. 179, p. 111–118, 2014. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s11046-014-9821-x>. .

Page 80: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

76

ANEXOS

Anexo 1: Parecer do Comitê de Ética

Page 81: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

77

Page 82: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

78

Anexo 2: Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Page 83: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

79

Anexo 3: Ficha controle

Page 84: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

80

Anexo 4: Artigo á ser submetido

Original Article

Vulvovaginal candidiasis and susceptibility profile

Vulvovaginal candidiasis: evaluation of clinical diagnosis and in vitro susceptibility

profile

Andressa Santana Santosa; Ana Laura Sene Amâncio Zaraa; Fábio Silvestre Ataídesd,

Elisangela Gomes da Silvab; Vivianny A. Queiroz Freitasa, Carolina Rodrigues Costaa,

Thaísa Cristina Silvaa, Washington Luiz Ferreira Riosc, Maria do Rosário Rodrigues Silva1

aInstituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás, Goiânia,

Goiás, Brazil bInstituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brazil cHospital das Clínicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brazil dPontifícia Universidade Católica- PUC, Goiânia, Goiás, Brazil

Correspondence: AS Santos, Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública,

Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brazil. E-mail:

[email protected]. Phone 55-62-32096127.

Page 85: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

81

Abstract

Objectives: To determine the predictive value (PPV) of the clinical diagnosis of VVC in

comparison to culture, and t verify in vitro susceptibility profile to antifungal agents used

in VVC therapy for Candida species isolated from the vaginal mucosa

Design: Prospective epidemiological study

Setting: Ambulatory of gynecology and obstetrics of Clinical Hospital, in Goiânia, Goiás.

Population: Samples of vaginal secretion from 55 women with clinical suspicion of

vulvovaginal candidiasis.

Methods: Eligible participants were asked standardized questions regarding demographic

data. Presence or absence of major CVV signs and symptoms, predisposing factors as well

as the drug used for disease were informed by each participant. Candida species were

identified by morphological and physiological methods. In vitro susceptibility of Candida

isolates to different antifungal agents was performed using the broth dilution assay to

determine the minimum inhibitory concentration (MIC) of the antifungal agent.

Main outcome measures: evaluation of clinical diagnosis and susceptibility of Candida

species

Results: Among the 55 women, 34 had diagnostic confirmation by culture, representing a

positive predictive value (PPV) of 61.8%. The isolates were identified mainly as C.

albicans, followed by C. glabrata and C. tropicalis. High resistance to fluconazole, and

low MIC values for nystatin were observed for the isolates.

Conclusions: C. albicans was identified as the most common species as cause of CVV.

Laboratory confirmation by culture of Candida isolates is important for reliable diagnosis

of CVV. The high resistance observed to antifungal agents, allowed to conclude that

antifungal susceptibility testing should be performed before prescribing treatment.

Key words: Candida, Vulvovaginal candidiasis, In vitro susceptibility

Page 86: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

82

Introduction

Vulvovaginal candidiasis (VVC) is a common fungal infection among women of

childbearing age. VVC represents a problem of global importance in public health because

it is estimated that two-thirds of adult women experience at least one episode of

vulvovaginal candidiasis during their lifetime and 50% of them experience VVC more than

once 1. Recurrent infections (RVVC), which is characterized by four or more infections

during one year affect about 9% of females 2. The infection is associated with vaginal

redness, soreness, burning, dyspaurenia, dysuria, vulvar dryness, itching, but these

symptoms are not sufficient for the clinician to reliably determine the cause of vaginitis.

Although itching is present in approximately 90% of patients, is not the most reliable

symptom, because only 35 to 40% of women with this symptom have CVV3–5.

Uncontrolled diabetes, use of oral contraceptives, genetic predisposition, deficiencies in

the immune system, hormone replacement therapy and microbiota alterations are known

predisposing factors for VVC 6.

The lack of a test, fast, reliable and inexpensive to confirm the diagnosis of VVC, can

make the clinicians adopt an empiric treatment, where unfortunately women with

symptoms and who do not present the disease are treated. Although the antifungal agents

as nystatin and azole derivatives as fluconazole and itraconazole are available for CVV has

been observed various degree of susceptibility of Candida species to frequently used

antifungal drugs 7. This characteristic emphasizes the importance of identification of

Candida in clinical specimens.

The present study uses the culture as a gold standard to evaluate the positive predictive

value (PPV) of the clinical diagnostic of VVC, and also verifies the in vitro susceptibility

to fluconazole, itraconazole, voriconazole, nystatin and amphotericin B of Candida yeasts

isolated from the vaginal mucosa of women suspected candidiasis

Materials and Methods

Study design

A prospective epidemiological study was conducted during the period from February 2016

to February 2017 at the Gynecology and Obstetrics outpatient clinic of the Clinical

Hospital in Goiânia/GO, Brazil. The study included samples of vaginal secretion from 55

women with clinical suspicion of vulvovaginal candidiasis. Demographic data and

presence or absence of major CVV signs and symptoms (burning, itching, dysuria,

Page 87: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

83

dyspareunia and curd like discharge), predisposing factors as well as the drug used for

disease were informed by each participant.

Ethical considerations

The study was reviewed and approved by the Ethics Committee of Hospital das Clínicas of

Universidade Federal de Goiás. The women approved their participation in the study by

signing the informed consent form.

Collection, culture and identification

The collection of cervical-vaginal secretions was performed during the clinical

examination with the aid of sterile swabs, packed in a tube containing 0.85% physiological

solution previously sterilized. Vaginal swab specimens were then inoculated for culture on

sabouraud dextrose agar plus chloramphenicol, incubated at 37° C for 24-72 hours. The

isolates were identified using carbohydrate assimilation (glucose, sucrose, lactose,

galactose, maltose, xylose, raffinose, cellobiosis and trehalose) growth in CHROMagar

Candida (Difco® Laboratories, EUA), germ tube test production and presence de

chlamydospore on corn meal test.

Antifungal susceptibility testing

Susceptibility testing of the isolated species for antifungal agents, fluconazole (Pfizer®),

itraconazole (Janssen-Pharmaceuticals®), nystatin (Medley ™), amphotericin B (National

Chemical Pharmaceutical Union®), voriconazole (Pfizer®) were performed using broth

microdilution, proposed by CLSI, documents M27-A3 (2008) and M27-S4 (2012)

Each isolate was tested in duplicate and the visual readings were obtained after 48 hours

of incubation by turbidity, compared with the growth control. The minimal inhibitory

concentration (MIC) of azole derivatives was defined as one that inhibited 50% of yeast

growth and for the polyene derivatives as the lowest concentration that inhibited growth of

the microorganisms.

According to the MIC results for fluconazole, itraconazole, voriconazole and

amphotericin B, the isolates were classified as S for sensitive and R for resistant CLSI

2008, 2012 , Pfaller; Diekema8–10. The MIC50 and the MIC90 that inhibits 50% and 90%,

respectively, of the isolates tested were calculated. Quality control was performed using

standard strain, C. parapsilosis ATCC 22019.

Page 88: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

84

Statistical analysis

The sociodemographic and clinical information of the participants were inserted in a

database and analyzed using the statistical program SPSS (version 21.0). To assess the

signs, symptoms and predisposing factors of the women, chi-square or Fisher's exact tests

were used. Statistical differences were considered significant with p <0.05. The positive

predictive value (PPV) of diagnosis was calculated taking into consideration the culture

analysis, which is considered the gold standard as a diagnosis of the disease.

Results

The sample consisted of 55 women with clinical suspicion of CVV, with ages between 14

and 64 years and mean±SD: 32,0 ±12,0 years (Table 1). Among the 55 women, 34 had

diagnostic confirmation by culture, representing a positive predictive value (PPV) of

61.8% (Table 1). Of the women with positive cultures, it was found that 16.4% had more

than four (4) episodes of the disease, characterized as recurrent. The distribution of

Candida species showed that C. albicans was the predominant species (75%) followed by

C. glabrata (14%) and C. tropicalis (11%).

Regarding the signs and symptoms used to diagnose CVV, the participants complained

of pruritus (74.5%), burning (52.7%), leukorrhea (98.2%), dysuria (49, 1%) and

dyspareunia (47.3%). A higher proportion of women with pruritus was found among those

diagnosed with candidiasis (p = 0.020) (Tabela 2). Among the predisposing factors, 18.2%

of the participants were pregnant, 3.6% were diabetic, 16.4% used oral contraceptives and

9.1% had used broad-spectrum antibiotics for a long time (Table 1). There is no significant

relation between the predisposing factors and CVV.

All patient received treatment. Fluconazole was the most indicated drug (80%) for

treatment, followed by clotrimazole (9.1), and miconazole ketoconazole, secnidazole,

nystatin and itraconazole (3.6%). The combined use of drugs was indicated for three (3)

participants. The results showed that only 26 (59.1%) of women that used fluconazole and

eight (30.9%) that used other antifungal were culture positive for Candida.

In vitro activity of antifungals showed that Candida species had high resistance to azole

derivatives. The rates of resistance to fluconazole and itraconazole were of 38.8% and

47.2% respectively. The results revealed that amphotericin B exhibited excellent in vitro

Page 89: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

85

activity with only two isolates resistant to this drug. MICs with low values were verified to

nystatin against Candida albicans (Table 2).

Discussion

Candidiasis is a major vaginal infection, affecting mainly women during their reproductive

age at least once in their life span 11. The present study revealed high prevalence rate

among the appropriate symptomatic patients in the age group of second and third decade.

Samal et al, 12 showed that the age group 24-34 years, had a frequency of 49.5% of vaginal

candidiasis, indicating women of childbearing age groups are more vulnerable to this

infection.

The comparison between clinical suspicion and culture, gold standard of diagnostic of

VVC was performed in some studies. In Brazil, Rosa and Rumel, 13 found a PPV of 43%,

in Egypt Farhan et al., 14 of 76.2% and Vijayalakshmi et al., 15 in the city of Pune in India,

found a PPV of 88.9% when compared symptoms and microbiologic diagnostic of VVC.

The results of our research, showed a PPV of 61.8% when compared the signals and

symptoms as vaginal pruritus, leukorrhea, dysuria, dyspareunia and burning, to the gold

standard. World health organization recommends that all women with abnormal vaginal

discharge could be treated empirically 16. Microbiologic diagnosis is the best method and

thus many women would receive antifungal therapy unnecessarily. Antifungal therapy is

associated with renal and hepatic complications and hypersensivity reactions, in addition to

increasing rates of microbial resistance 17. Besides in this present study, 38.2% (n=21) of

participants were treated with antifungal agents, but presented negative culture for Candida

sp.

The occurrence of 16.4% of RVVC, characterized by four or more episodes of the

disease in the period of one year was found in our study. RVVC could occur in

consequence of the widespread availability of over the counter (OTC) antifungal agents 18.

According to Sobel, 2016, the physician diagnostic inaccuracies also could be cause of

RVVC. The probability that VVC will progress to RVVC is high. The analyses from 6000

women, performed by Foxman et al.,2 showed that more than one fifth of women reporting

CVV also reported RVVC (overall 9%)

C. albicans, the species most common in our work, is considered as the most pathogenic

of the gender, related to CVV. Mahmoudi Rad et al 19 demonstrated the presence of this

species in 65.1% of the vaginal isolates in Iran. Gamarra et al., 20 in the city of Santa Fe in

Page 90: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

86

Argentina, showed the prevalence of C. albicans in 85.9% of VVC cases. Other species of

Candida have appeared as CVV agents 21. It should also be highlighted that, C. glabrata is

known as the second most common cause of this disease, and have greater resistance to

antifungals 22. In this work, C. glabrata was verified in 14% of CVV, highlighting the

importance of correct identification of the etiologic agent. Similar percentages were found

by Brandolt et al., 21, e Mahmoudi Rad et al., 23 which verified the identification of this

species in 14.3% and 13.1%, respectively. Interestingly, two isolates of C. glabrata

obtained in our work were associated in co-infection, being one with C. albicans and the

other with C. tropicalis. C. glabrata is found only as yeast in vivo not being able to

produce hyphae. However, in cases of mixed infections, C. glabrata binds the hyphae of C.

albicans, causing extensive damage to epithelial cells 24,25.

Although azole derivatives have been used in the treatment and prophylaxis of VVC,

studies in vitro have shown resistance of Candida spp to these drugs. In our work, high

resistance to azole derivatives were found. Brandolt et al., 21 in the State of Rio Grande do

Sul, Brazil in 2013 reported resistance of 42% of the isolates to fluconazole, and of 48% to

itraconazole. Kandeel e Elmitwalli, 26, reported resistance to fluconazole for 17.3% of

Candida isolates in Saudi Arabia. Due to inter individual variation, drug characteristics and

the variable behavior of each individual, the results in vitro tests of susceptibility do not

always reflect what occurs in vivo. Even so the in vitro susceptibility of an infecting

organism to the antifungal agent constitutes an important role in tracking for successful

therapy, because high values of minimum inhibitory concentration may be associated with

resistance, indicating that a different treatment is necessary 27. In this study, although with

negative culture, most participants received fluconazole treatment. Unfortunately we did

not follow the patients. Thus the high rates of resistance to the azole derivatives

demonstrated in the present study are worrisome.

Based on our findings, and considering resistance to amphotericin B, values of

minimum inhibitory concentration ≥ 1 μg / mL as resistant, only two isolates were resistant

to this drug. Amphotericin is the most effective drug against Candida isolates 26,28. The

susceptibility parameters of Candida species associated with VVC to nystatin, are not

established being determined only if the MIC have low or high values. Low MICs values

were found to Candida albicans, while to non albicans species we found MICs value of 16

µg/mL. According to Consolaro et al., 29, nystatin has excellent in vivo activity against C.

albicans, but with low cure rates against non-albicans species. This drug has been used as

Page 91: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

87

one of the principal topical treatments of VVC in Brazil, it is freely available in the Unified

Health System (SUS) in this country and besides relatively safe option for the treatment of

pregnant women or who are in the process of lactation 21,29,30.

Conclusion

In conclusion, the results of this study showed C. albicans as the most common species as

cause of CVV. The clinical diagnosis of CVV has high sensitivity and low specificity, thus

laboratory confirmation by culture of Candida isolates is important for reliable diagnosis

of CVV. The high resistance observed to antifungal agents, allowed to conclude that

antifungal susceptibility testing should be performed before prescribing treatment.

Conflict of interest

None of the authors have declared any conflict of interest.

Reference

1 Sobel JD. Vulvovaginal candidosis. Lancet 2007; 369: 1961–1971.

2 Foxman B, Muraglia RB, Dietz J-P, Sobel J, Wagner J. Prevalence of recurrent

vulvovaginal candidiasis in 5 European countries and the United States: results from

an internet panel survey. J Low Genit Tract Dis 2013; 17: 340–345.

3 Weissenbacher T, Witkin SS, Ledger WJ, Tolbert V, Gingelmaier A, Scholz C et al.

Relationship between clinical diagnosis of recurrent vulvovaginal candidiasis and

detection of Candida species by culture and polymerase chain reaction. Arch

Gynecol Obstet 2009; 279: 125–129.

4 Anderson MR, Klink K, Cohrssen A. Evaluation of vaginal complaints. JAMA 2004;

291: 1368–79.

5 Mendling W. Guideline: Vulvovaginal Candidosis (AWMF 015/072), S2k

(excluding chronic mucocutaneous candidosis). Mycoses 2015; 58: 1–15.

6 Cauchie M, Desmet S, Lagrou K. Candida and its dual lifestyle as a commensal and

a pathogen. Res Microbiol 2017; : 1–9.

7 Sobel JD, Subramanian C, Foxman B, Fairfax M, Gygax SE. Mixed vaginitis - More

than coinfection and with therapeutic implications. Curr Infect Dis Rep 2013; 15:

104–108.

8 CLSI. Reference method for broth dilution antifungal susceptibility testing of yeasts:

approved standard - third edition. CLSI document M27-A3. 2008

Page 92: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

88

doi:10.1007/SpringerReference_5244.

9 CLSI. M27-S4 Reference Method for Broth Dilution Antifungal Susceptibility

Testing of Yeasts; 2012.

10 Diekema DJ, Messer SA, Boyken LB, Hollis RJ, Kroeger J, Tendolkar S et al. In

vitro activity of seven systemically active antifungal agents against a large global

collection of rare Candida species as determined by CLSI broth microdilution

methods. J Clin Microbiol 2009; 47: 3170–7.

11 Sobel JD. Genital candidiasis. Med (United Kingdom) 2014; 42: 364–368.

12 Samal R, Vaithy A, Kotasthane DS, Ghose S. Prevalence and clinico-mycological

profile of vulvovaginal candidiasis in a tertiary care hospital. 2015; 4: 1142–1147.

13 Rosa MI Da, Rumel D. Fatores associados à candidíase vulvovaginal: estudo

exploratório. Rev Bras Ginecol e Obs 2004; 26: 65–70.

14 Farhan A, Eldesouky E, Gaballah E, Soltan M. Comparison of visual, clinical, and

microbiological diagnosis of symptomatic vaginal discharge in the reproductive age

group. Benha Med J 2017; 34: 43.

15 Vijayalakshmi D, S PS, W SP. Clinical And Microscopic Correlation of Vaginal

Discharge. 2016; 3: 1328–1331.

16 Nwankwo TO, Aniebue UU, Umeh UA. Syndromic Diagnosis in Evaluation of

Women with Symptoms of Vaginitis. Curr Infect Dis Rep 2017; 19: 3.

17 Sobel JD. Factors involved in patient choice of oral or vaginal treatment for

vulvovaginal candidiasis. Patient Prefer Adherence 2013; 8: 31–4.

18 Sobel JD. Recurrent vulvovaginal candidiasis. Am J Obstet Gynecol 2016; 214: 15–

21.

19 Mahmoudi Rad M, Zafarghandi AS, Amel Zabihi M, Tavallaee M, Mirdamadi Y.

Identification of candida species associated with vulvovaginal candidiasis by

multiplex PCR. Infect Dis Obstet Gynecol 2012; 2012. doi:10.1155/2012/872169.

20 Gamarra S, Morano S, Garcia-effron G. Epidemiology and Antifungal

Susceptibilities of Yeasts Causing Vulvovaginitis in a Teaching Hospital. 2014; :

251–258.

21 Brandolt TM, Klafke GB, Gonçalves CV, Bitencourt LR, Martinez AMB de,

Mendes JF et al. Prevalence of Candida spp. in cervical-vaginal samples and the in

vitro susceptibility of isolates. Brazilian J Microbiol 2017; 48: 145–150.

22 Richter SS, Galask RP, Messer SA, Hollis RJ, Diekema DJ, Pfaller MA. Antifungal

Page 93: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

89

susceptibilities of Candida species causing vulvovaginitis and epidemiology of

recurrent cases. J Clin Microbiol 2005; 43: 2155–2162.

23 Mahmoudi Rad M, Zafarghandi S, Abbasabadi B, Tavallaee M. The epidemiology

of Candida species associated with vulvovaginal candidiasis in an Iranian patient

population. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 2011; 155: 199–203.

24 Silva S, Negri M, Henriques M, Oliveira R, Williams DW, Azeredo J. Candida

glabrata, Candida parapsilosis and Candida tropicalis: biology, epidemiology,

pathogenicity and antifungal resistance. FEMS Microbiol Rev 2012; 36: 288–305.

25 Swidergall M, Filler SG. Oropharyngeal Candidiasis: Fungal Invasion and Epithelial

Cell Responses. PLOS Pathog 2017; 13: e1006056.

26 Kandeel A, Elmitwalli A. Prevalence , Risk Factors and Antifungal Susceptibility of

Vulvovaginal Candadiasis among Saudi Females. Egypt J Med Microbiol 2017; 26:

47–52.

27 Pfaller MA, Diekema DJ. Progress in antifungal susceptibility testing of Candida

spp. by use of Clinical and Laboratory Standards Institute broth microdilution

methods, 2010 to 2012. J Clin Microbiol 2012; 50: 2846–2856.

28 ElFeky DS, Gohar NM, El-Seidi EA, Ezzat MM, AboElew SH. Species

identification and antifungal susceptibility pattern of Candida isolates in cases of

vulvovaginal candidiasis. Alexandria J Med 2016; 52: 269–277.

29 Consolaro M, Martins H, da Silva M, Paiva L, Svidzinski T. Efficacy of

Fluconazole and Nystatin in the Treatment of Vaginal Candida Species. Acta Derm

Venereol 2012; 92: 78–82.

30 Fan S, Liu X, Wu C, Xu L, Li J. Vaginal Nystatin Versus Oral Fluconazole for the

Treatment for Recurrent Vulvovaginal Candidiasis. Mycopathologia 2015; 179: 95–

101.

Page 94: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

90

Tables

Table 1: Characteristics of women with suspicion of vulvovaginal candidiasis at the

Hospital das Clínicas in Goiânia-GO, 2016-2017.

Total Culture (n=55)

positive (n=34)

negative (n=21) p-value

Signals and symptoms n (%) n (%) n (%) Itching 41 (74.5) 29 (70.7) 12 (29.3) 0.020* Burning 29 (52.7) 20 (69.0) 9 (31.0) 0.249* Like-curd discharge 54 (98.2) 33 (61.1) 21 (38.9) 1.000** Dysuria 27 (49.1) 18 (66.7) 9 (33.3) 0.467* Dyspareunia 26 (47.3) 18 (69.2) 80 (30.8) 0.284* Predisposing factors Gestation 10 (18.2) 7 (70.0) 3 (30.0) 0.725** Diabetes mellitus 2 (3.6) 2 (100.0) - 0.519** Use of oral contraceptives 9 (16.4) 6 (66.7) 3 (33.3) 1.000** Use of antibiotics 5 (9.1) 4 (80.0) 1 (20.0) 0.639** * Chi-Square Test (p<0,05). ** Fisher's Exact Test (p<0,05). Significant differences in bold

Page 95: Caracterização de espécies de Candida provenientes de ...

91

Table 2: Variation of the minimum inhibitory concentration (μg / mL) of the different

antifungals on Candida isolates obtained from vaginal samples of women attended at

Hospital das Clínicas, Goiânia, 2016-2017.

Antifungals Species (n)

C. albicans(27) C. glabrata (5) C. topicalis (4) Fluconazole (µg/mL) Variation 0.12-64 0.5-4.0 1.0-32 MIC 90 64 4 32 MIC 50 4 2 2 Susceptible(n = 22) 14 5 3 Resistant (n=14) 13

1

Itraconazole (µg/mL) Variation 0.12-16 1.0-4.0 0.5-1.0 MIC 90 16 4 1 MIC 50 1 1 0,5 Susceptible (n=19) 12 3 4 Resistant (n=17) 15 2

Amphotericin B (µg/mL) Variation 0.25-1.0 0.5-2.0 1.0-2.0 MIC 90 1 2 2 MIC 50 0.5 1 1 Susceptible (n=32) 26 4 2 Resistant (n=4) 1 1 2 Nystatin (µg/mL) Variation 0.06-8 1.0-16 4.0-16 MIC 90 8 16 16 MIC 50 4 2 8 Susceptible (n=26) 21 4 1 Resistant (n=10) 6 1 3