Carona

85
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL RUMO À MOBILIDADE SUSTENTÁVEL NO CAMPUS DA UnB: CARONA SOLIDÁRIA ALLAN FRANKLIN DA SILVEIRA ORIENTADOR: PASTOR WILLY GONZALES TACO COORIENTADORA: LUCIANY OLIVEIRA SEABRA MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL EM TRANSPORTES BRASÍLIA / DF: NOVEMBRO / 2013

description

carona

Transcript of Carona

  • UNIVERSIDADE DE BRASLIA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

    RUMO

    MOBILIDADE SUSTENTVEL NO CAMPUS DA UnB:

    CARONA SOLIDRIA

    ALLAN FRANKLIN DA SILVEIRA

    ORIENTADOR: PASTOR WILLY GONZALES TACO

    COORIENTADORA: LUCIANY OLIVEIRA SEABRA

    MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL EM TRANSPORTES

    BRASLIA / DF: NOVEMBRO / 2013

  • ii

    UNIVERSIDADE DE BRASLIA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

    RUMO

    MOBILIDADE SUSTENTVEL NO CAMPUS DA UnB:

    CARONA SOLIDRIA

    ALLAN FRANKLIN DA SILVEIRA

    MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA

    CIVIL E AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE DE BRASLIA COMO PARTE DOS REQUISITOS

    NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL.

    APROVADA POR:

    _________________________________________

    PASTOR WILLY GONZALES TACO, Dr (ENC)

    (ORIENTADOR)

    _________________________________________

    LUCIANY SEABRA, Ms (ENC)

    (COORIENTADORA)

    _________________________________________

    MICHELLE ANDRADE, Dr (ENC)

    (EXAMINADORA INTERNA)

    _________________________________________

    MARIA ROSA ABREU, Dr (NAA)

    (EXAMINADORA EXTERNA)

    DATA: BRASLIA/DF, 19 de NOVEMBRO de 2013.

  • iii

    FICHA CATALOGRFICA

    SILVEIRA, ALLAN FRANKLIN DA

    Rumo Mobilidade Sustentvel no Campus da UnB: Carona Solidria [Distrito

    Federal] 2013.

    viii, 77 p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Bacharel, Engenharia Civil, 2013)

    Monografia de Projeto Final - Universidade de Braslia. Faculdade de Tecnologia.

    Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.

    1. Carona Solidria 2. Mobilidade Sustentvel

    3. Fatores Comportamentais 4. Universidade de Braslia

    I. ENC/FT/UnB II. Ttulo (srie)

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA

    SILVEIRA, A.F. (2013). Rumo Mobilidade Sustentvel no Campus da UnB: Carona

    Solidria. Monografia de Projeto Final, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental,

    Universidade de Braslia, Braslia, DF.

    CESSO DE DIREITOS

    NOME DO AUTOR: Allan Franklin da Silveira

    TTULO DA MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL: Rumo Mobilidade Sustentvel no

    Campus da UnB: Carona Solidria

    GRAU / ANO: Bacharel em Engenharia Civil / 2013

    concedida Universidade de Braslia a permisso para reproduzir cpias desta monografia

    de Projeto Final e para emprestar ou vender tais cpias somente para propsitos acadmicos e

    cientficos. O autor reserva outros direitos de publicao e nenhuma parte desta monografia de

    Projeto Final pode ser reproduzida sem a autorizao por escrito do autor.

    _____________________________

    Allan Franklin da Silveira

    [email protected]

    Braslia/DF - Brasil

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Afirmo minha gratido a todos que tiveram participao neste projeto. Agradeo:

    a Deus pela minha sade e por fazer da minha f uma fonte inexaurvel de esperana na

    parte boa de todas as coisas e em tudo o que fao;

    minha famlia, pelo apoio incondicional, pela pacincia e pela dedicao ao nosso

    sucesso;

    ao professor orientador Pastor W. G. Taco e coorientadora Luciany Seabra por me

    orientarem neste projeto e pela generosidade ao contribuir com meu aprendizado;

    aos professores componentes da banca avaliadora pela estima ao trabalho realizado e

    por contriburem para a minha capacitao;

    aos participantes da pesquisa aplicada neste projeto pela ateno e colaborao;

    a todos que no foram citados aqui, mas que participaram da realizao desse projeto.

  • v

    RESUMO

    Este projeto final objetiva identificar fatores comportamentais que influenciam o uso

    compartilhado do automvel pelos frequentadores dos campi da Universidade de Braslia.

    O uso compartilhado est sendo institudo na UnB como Carona Solidria, que

    tambm uma forma importante de contribuio mobilidade sustentvel em cidades que

    apresentam problemas de trnsito, como congestionamentos de vias nos horrios de pico,

    baixa taxa de ocupao de pessoas por veculo, interferncia da qualidade do ar local devido a

    emisses de poluentes e estacionamentos com vagas saturadas.

    Para isto, no presente projeto final se faz um levantamento bibliogrfico de

    comportamento em transportes e programas de carona. Seguidamente, se realiza uma pesquisa

    de opinies com formulrios aplicados em amostras representativas do pblico alvo da carona

    solidria na UnB.

    Foram obtidas 972 respostas, o que equivale a uma amostra de aproximadamente

    2,13% dos 45.586 principais frequentadores vinculados Universidade de Braslia em 2013

    32.120 graduandos, 8.558 ps-graduandos, 2.279 docentes e 2.629 servidores tcnico-

    administrativos (Fonte: portal UnB/Estude na UnB, 2013). Analisando os dados das respostas

    do formulrio de pesquisa puderam-se identificar fatores comportamentais que influenciam no

    uso compartilhado do automvel, confirmando suposies que caracterizam um contexto geral

    muito oportuno para o programa de caronas, como a tendncia dos universitrios se

    deslocarem exclusivamente entre suas casas e os campi sem encadear atividades no trajeto, e o

    interesse desse pblico em praticar caronas para se relacionarem socialmente com novos

    colegas.

    Identificados fatores comportamentais dos frequentadores da UnB, tornou-se possvel

    propor formas de evidenciar vantagens e de lidar com dificuldades da prtica da carona. Essas

    propostas podem provocar uma mudana de comportamento das pessoas, colaborando para o

    progresso da mobilidade sustentvel. E, desta forma, contribuir com desenvolvimento de aes

    para dar continuidade ao programa UnB Carona Solidria.

  • vi

    SUMRIO

    1. INTRODUO 1

    1.1 DEFINIO DO PROBLEMA 3

    1.2 HIPTESES 4

    1.3 OBJETIVOS 4

    1.4 JUSTIFICATIVA 4

    1.5 METODOLOGIA DO PROJETO FINAL 10

    1.6 TPICOS CONCLUSIVOS 13

    2. ESTUDOS SOBRE COMPORTAMENTO EM TRANSPORTES 14

    2.1 APRESENTAO 14

    2.2 REFERNCIAS DE LITERATURA SOBRE CARONA 14

    2.3 TRABALHOS ACADMICOS SOBRE COMPORTAMENTO EM TRANSPORT 17

    2.4 TPICOS CONCLUSIVOS 19

    3. CARONA SOLIDRIA 20

    3.1 APRESENTAO 20

    3.2 SISTEMAS EXISTENTES DE CARONA SOLIDRIA 20

    3.3 ESTUDOS SOBRE CARONA NA UnB 24

    3.4 TPICOS CONCLUSIVOS 30

    4. MTODO DE PESQUISA DE COMPORTAMENTO NOS CAMPI DA UnB 31

    4.1 APRESENTAO 31

    4.2 ELABORAO E TESTE DO FORMULRIO 31

    4.3 APLICAO DA PESQUISA 33

    4.4 TPICOS CONCLUSIVOS 34

    5. ANLISE DE RESULTADOS 35

    5.1 APRESENTAO 35

    5.2 ANLISE GERAL 35

    5.3 ANLISE ESPECFICA 47

    6. CONCLUSES E RECOMENDAES 52

    6.1 APRESENTAO 52

    6.2. CONCLUSES 52

    6.3 RECOMENDAES 53

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 56

    APNDICE A1 FORMULRIO DE PESQUISA 59

    APNDICE A2 INSTRUMENTOS DE DIVULGAO DA PESQUISA 71

  • vii

    LISTA DE TABELAS E QUADROS

    1.1 Crescimento de Automveis do ano 2000 a 2010 6

    1.2 Reduo do preo do combustvel com a prtica regular da carona 8

    LISTA DE FIGURAS

    1.1 Mobilidade Sustentvel e Diversidade de Meios de Transporte 1

    1.2 Correspondncia entre as etapas do projeto e os captulos da monografia 3

    1.3 Impactos ambientais na UnB devido pavimentao excessiva do solo com espaos

    para estacionamentos 6

    1.4 Benefcio do aumento da taxa de ocupao dos automveis 9

    1.5 Relao entre os procedimentos realizados na Etapa I 13

    3.1 Logomarca Caronetas 21

    3.2 Logomarca UniCaronas 21

    3.3 Logomarca Carona Brasil 22

    3.4 Logomarca Carona Solidria 22

    3.5 Logomarca PickupPal 23

    3.6 Logomarca da Universidade de Ottawa e Placa de vagas para carpool 24

    3.7 Logomarca da Universidade do Texas e Servio de transporte e estacionamento da

    universidade 25

    3.8 Logomarca UnB Carona Solidria 27

    3.9 Logomarca Facebook 28

    3.10 Estrutura do website do programa UnB Carona Solidria 29

    4.1 Relao entre os procedimentos realizados na Etapa II 31

    5.1 Relao entre os procedimentos realizados na Etapa III 35

    6.1 Trabalho em grupo na gesto do programa UnB Carona Solidria 55

  • viii

    LISTA DE GRFICOS

    3.1 Posse de carro e transporte utilizado para ir UnB (143 entrevistados)/2012 25

    3.2 Posse de carro e transporte utilizado para ir UnB (70 entrevistados)/2012 26

    3.3 Transporte utilizado para ir UnB (322 pesquisados)/2011 27

    5.1 Varivel gnero 36

    5.2 Varivel idade 36

    5.3 Varivel vnculo com a UnB 36

    5.4 Varivel renda familiar 37

    5.5 Varivel posse de carro prprio 37

    5.6 Varivel localizao da moradia 38

    5.7 Varivel meio de transporte utilizado para ir UnB 38

    5.8 Varivel tempo de viagem 39

    5.9 Varivel perodo do dia em que frequenta a UnB 39

    5.10 Varivel perodo do dia em que frequenta a UnB 40

    5.11 Varivel realizao de atividades no trajeto 40

    5.12 Varivel fatores influentes na escolha do meio de transporte 41

    5.13 Varivel frequncia com que j se praticou carona 42

    5.14 Varivel posio quanto participao no programa UnB Carona Solidria 42

    5.15 Varivel fatores importantes para o sucesso do programa 42

    5.16 Varivel identificao dos carros com adesivos do programa 43

    5.17a Varivel sensao de segurana ao praticar carona com desconhecido 44

    5.17b Varivel sensao de segurana ao praticar carona com usurio do programa 44

    5.18 Varivel fatores influentes para que se pratique carona 44

    5.19 Varivel frequncia com que j se praticou carona 45

    5.20 Varivel localizao de Pontos de Carona em uma rota tpica 46

    5.21 Varivel meios de comunicao para divulgao do programa 46

    5.22 Varivel benefcios exclusivos aos usurios do programa 47

    5.23 Varivel disposio para contribuio com divulgao do programa 47

    5.24 Pblico-alvo devido posse de carro e ao meio de transporte utilizado 48

    5.25 Pblico-alvo devido ao tempo de viagem e ao meio de transporte utilizado 48

    5.26 Pblico-alvo devido ao meio de transporte e a variveis socioeconmicas 49

    5.27 Pblico-alvo devido ao meio de transporte e realizao de atividades no trajeto 49

    5.28 Pblico-alvo devido experincia na prtica de carona e ao meio de transporte 50

    5.29 Pblico de potenciais solicitadores de carona (passageiros) 50

    5.30 Anlise do uso de adesivos nos automveis dos participantes 51

  • 1

    1. INTRODUO

    O trnsito de veculos nas vias de Braslia, como em outros grandes centros urbanos,

    uma importante questo funcional diria da cidade. Nos horrios de pico, estudantes e

    trabalhadores realizam seus trajetos entre casa e trabalho ou centros educacionais. De 2000 a

    2010, o total de veculos em Braslia cresceu mais de 100% (DENATRAN, 2010), isso tem

    agravado o congestionamento das vias e demandado cada vez mais espaos para

    estacionamentos. Alguns impactos ambientais so decorrentes dessa situao como a poluio

    atmosfrica pelo consumo de combustveis, a impermeabilizao do solo e o aquecimento do

    clima local. Diante desse cenrio, uma mudana de comportamento surge como uma

    importante alternativa vivel: a maioria dos veculos da cidade transporta apenas uma pessoa

    o condutor enquanto que, se o espao interno do veculo fosse compartilhado por meio de

    caronas, os impactos citados acima seriam amenizados proporcionando benefcios coletivos e

    individuais.

    Braslia possui mais de 2,5 milhes de habitantes (IBGE, 2010) e mais de 1,2 milho de

    veculos (DENATRAN, 2010). Essa priorizao excessiva do uso de um tipo de meio de

    transporte agrava a dificuldade de satisfazer a demanda do sistema de transporte.

    Uma importante contribuio para atender a essa demanda e para alcanar uma

    mobilidade sustentvel a disponibilizao da diversidade de meios de transporte com suas

    respectivas infraestruturas e recursos de acessibilidade aos usurios (Figura 1.1).

    Figura 1.1 Mobilidade Sustentvel e Diversidade de Meios de Transporte

  • 2

    As exigncias ao sistema de transporte urbano que caracterizam a sustentabilidade das

    cidades so inferidas das diretrizes da Lei Federal n 12.587/2012 que trata da Poltica

    Nacional de Mobilidade Urbana. Por exemplo, dentre as diretrizes, destacam-se: a prioridade

    dos modos de transportes no motorizados sobre os motorizados e dos servios de transporte

    pblico coletivo sobre o transporte individual motorizado; integrao entre os modos de

    servios de transporte urbano; incentivo ao desenvolvimento cientfico-tecnolgico e ao uso de

    energias renovveis e menos poluentes.

    Os desafios do trnsito de Braslia podem ser constatados e exemplificados no campus

    Darcy Ribeiro da Universidade de Braslia. Existem horrios de intensa movimentao de

    veculos no perodo de troca de aulas, a maioria dos automveis transporta apenas o condutor

    do veculo e seus grandes estacionamentos tem disponibilidade de vagas esgotada.

    Acredita-se que uma enchente ocorrida no subsolo do Instituto Central de Cincias

    ICC da UnB, em 2011, foi agravada devido impermeabilizao do solo na regio. Se no

    houver uma mudana de comportamento da populao com a inteno de reduzir o uso de

    carros, toda obra de pavimentao para construo de estacionamentos e vias dever ser

    ampliada periodicamente porque logo estaro saturados de carros novamente.

    A carona solidria uma alternativa para a reduo e uso compartilhado de automveis

    no trnsito das cidades. Rotas de estudantes universitrios so muito propcias a essa prtica,

    pois renem muitas pessoas que tem interesse pela mesma trajetria. J existem experincias

    bem sucedidas de projetos de carona em universidades de outros pases carpool como

    University of Ottawa (Canad) e University of Texas at Austin (EUA), e em sites brasileiros

    como os empreendimentos UniCaronas (http://www.unicaronas.com.br/) e Caronetas

    (http://www.caronetas.com.br/).

    A aceitao e a prtica do programa UnB Carona Solidria exige uma mudana de

    comportamento das pessoas para auxiliar na soluo dos problemas de mobilidade urbana.

    Essa mudana gera benefcios coletivos, como reduo de congestionamentos do trnsito e

    amenizao de impactos ambientais; e benefcios individuais, como reduo de custos de

    transporte, vantagens exclusivas para praticantes da carona como vagas reservadas, e a

    integrao social entre os estudantes.

    Quanto o programa UnB Carona Solidria contribuiria para melhorar o trnsito local?

    Quanto ele colaboraria para a preservao do meio ambiente? Quanto seria a reduo dos

    custos individuais de transporte? Os praticantes de carona poderiam usufruir de quais

    benefcios exclusivos?

  • 3

    A Figura 1.2, a seguir, ilustra a correspondncia entre as etapas deste projeto final e os

    captulos da monografia (trabalho escrito):

    Figura 1.2 Correspondncia entre as etapas do projeto e os captulos da monografia

    1.1 PROBLEMA

    Para que a carona se torne um hbito entre as pessoas, preciso explorar seus

    benefcios e solucionar empecilhos que afetam a escolha por essa opo de locomoo.

    Quais so e como lidar com os fatores que afetam a escolha dos usurios do sistema de

    transporte pela carona como opo de locomoo?

    PROCEDIMENTOS ETAPAS CAPTULOS

    6. CONCLUSES E

    RECOMENDAES

    5. ANLISE DE

    RESULTADOS

    4. MTODO DE PESQUISA

    DE COMPORTAMENTO

    NOS CAMPI DA UnB

    3. CARONA SOLIDRIA

    2. ESTUDOS SOBRE

    COMPORTAMENTO EM

    TRANSPORTES

    1. INTRODUO

    CONTEXTUALIZAO

    E

    REVISO

    BIBLIOGRFICA

    PESQUISA

    DE

    COMPORTAMENTO

    ANLISE DE

    RESULTADOS

    E

    CONSIDERAES

    FINAIS

    - Definio do Problema

    - Hiptese

    - Objetivos

    - Justificativas

    - Metodologia do Projeto

    - Referncias de Literatura

    sobre Carona

    - Trabalhos acadmicos sobre

    comportamento em Transporte

    - Sistemas existentes de

    Carona Solidria

    - Estudos sobre Carona na

    UnB

    - Anlise Geral

    - Anlise Especfica

    - Elaborao e Teste do

    Formulrio

    - Concluses e Recomendaes

    - Aplicao da Pesquisa

  • 4

    1.2 HIPTESE

    Ao se conhecerem os fatores que afetam a escolha pela carona solidria como opo de

    locomoo, torna-se possvel propor formas de evidenciar as vantagens e de lidar com as

    dificuldades da prtica da carona. Essas propostas podem provocar uma mudana de

    comportamento das pessoas, contribuindo para o progresso da mobilidade sustentvel.

    1.3 OBJETIVOS

    i) GERAL

    Identificar fatores comportamentais dos usurios dos campi da UnB que influenciam no

    uso compartilhado do automvel.

    ii) ESPECFICOS

    Para se alcanar o objetivo geral, estabeleceram-se os seguintes objetivos especficos:

    - identificar variveis associadas a fatores importantes que influenciam os critrios de escolha

    pela prtica de carona solidria pelos frequentadores dos campi da UnB;

    - pesquisar e analisar comparativamente, dados de opinies de amostras representativas do

    pblico alvo da carona solidria na UnB;

    - desenvolver propostas de aes para dar continuidade ao programa UnB Carona Solidria.

    1.4 JUSTIFICATIVA

    A justificativa para a produo deste projeto final feita baseada em trs aspectos

    principais: o tema, ou seja, quais os problemas envolvidos e por que o assunto escolhido

    importante; a abordagem comportamental, ou seja, por quais motivos a aplicao de

    formulrios foi escolhida como forma de pesquisa de opinio para identificao de fatores

    comportamentais; e a contribuio, isto , os benefcios de forma mais ampla e como o projeto

    pode colaborar para o progresso na rea de transportes.

  • 5

    i) TEMA

    Por volta da dcada de 1970, com o crescimento da fabricao e do consumo de

    automveis e a disponibilidade de espao para uso deste meio, principalmente no Brasil e mais

    especificamente em Braslia, a prioridade dos estudos de mobilidade urbana estavam voltados

    para solues no fluxo de transporte.

    Na dcada de 1980, com os efeitos do esgotamento de espao ocupado pelos

    automveis tanto nos destinos como no percurso das pessoas, a prioridade passou a ser o

    gerenciamento de demanda, para se distribuir o fluxo e o destino das viagens mais efetivamente

    com adaptaes de planejamento urbano. Neste contexto, a prtica da carona tambm j era

    objeto de estudo.

    A partir da dcada de 1990, com o incremento da tecnologia, softwares, automatizao

    de tarefas, a prioridade passou a ser a aplicao de sistemas inteligentes de transporte (ITS, em

    ingls), para resoluo rpida e precisa de problemas, integrao de diferentes modalidades de

    transporte, inclusive a carona.

    Atualmente, cada vez mais aumenta a necessidade de estudo do comportamento

    humano caracterizando outra prioridade de soluo de mobilidade, o processo de escolha dos

    usurios em relao ao sistema de transporte. Apesar da subjetividade associada ao

    comportamento das pessoas, existem fatores que influenciam esse processo de escolha e que

    esto relacionados a variveis reais, que devem ser pesquisadas, analisadas para que se tomem

    decises bem sucedidas voltadas construo, ao melhoramento das alternativas do sistema de

    transporte. Dentre as alternativas com necessidade de estudo dos fatores influentes no

    processo de sua escolha est a carona solidria, isso refora a importncia da pesquisa com

    potenciais participantes do programa UnB Carona Solidria.

    Durante a primeira dcada do sculo XXI, a populao de Braslia passou de 2,05

    milhes de habitantes para 2,50 milhes (IBGE, 2010), caracterizando um crescimento de,

    aproximadamente, 22%. A quantidade de veculos passou de 600 mil para 1,20 milho,

    crescimento de 100%, e a quantidade de automveis (carros de passeio e SUVs, excluindo-se

    outros tipos como nibus, motocicletas, caminhonetes, etc) passou de 485 mil para 903 mil,

    crescimento de 86% (DENATRAN, 2010). A taxa de ocupao de pessoas por automvel

    diminuiu de 4,2 para 2,7. A Tabela 1.1 ilustra esse cenrio.

  • 6

    Tabela 1.1 Crescimento de Automveis do ano 2000 a 2010

    Ano Populao

    (milho)

    Veculos

    (milho)

    Automveis

    (milho) Pessoas/Automvel

    2000 2,050 0,600 0,485 4,227

    2010 2,500 1,201 0,903 2,769

    Crescimento (%) 22 100 86 -35 Fonte: IBGE, 2010. DENATRAN, 2010.

    Esse decrscimo na taxa de ocupao de pessoas por automvel testemunhado

    diariamente no trnsito quando um motorista muito comumente solitrio olha para o lado e

    observa o companheiro de congestionamento, tambm solitrio, na conduo de seu

    automvel, podendo chegar a questionar mentalmente se estivessem compartilhando um

    veculo o trnsito no estaria fluindo melhor. Quais fatores influenciam na escolha de se

    compartilhar ou no um automvel para locomoo rotineira entre casa e universidade?

    Certamente um fator que est influenciando cada vez mais os critrios de escolha das

    pessoas em vrios aspectos de suas vidas, e provavelmente tambm na escolha de meios de

    locomoo, a preocupao com a reduo dos impactos ambientais devido ao

    desenvolvimento das cidades.

    O uso de espaos para pavimentao de estacionamentos, devido priorizao

    excessiva do uso de automveis como meio de transporte no campus Darcy Ribeiro da UnB,

    provoca impactos ambientais, como o aquecimento do clima local e alagamentos devido

    impermeabilizao do solo. Em abril de 2011, o prdio do Instituto Central de Cincias ICC

    teve as salas do subsolo alagadas por uma chuva de grande intensidade. A dificuldade de

    drenagem foi agravada pela impermeabilizao do solo pavimentado na regio. Consequncias

    desse evento podem ser observadas na Figura 1.3.

    Fonte: Saulo Tom/UnB Agncia/2011 Fonte: UnB Agncia/2011

    Figura 1.3 Impactos ambientais na UnB agravados pela impermeabilizao do solo com

    espaos para estacionamentos

  • 7

    ii) ABORDAGEM COMPORTAMENTAL

    A identificao de fatores comportamentais exige um entendimento das aes dos

    atores dos comportamentos estudados. Alguns procedimentos contribuem para esse

    entendimento, como a observao externa das aes, verificao das circunstncias influentes,

    conhecimento de situaes semelhantes ou anlogas de outras populaes, conhecimento de

    dados de opinies dos indivduos estudados.

    Para se alcanar o objetivo especfico de pesquisar dados de opinies do pblico alvo

    do programa UnB Carona Solidria, escolheu-se obter dados por meio de aplicao de

    formulrios. Esse um instrumento de coleta de informao com abordagem quantitativa por

    preenchimento de respostas, em geral, objetivas e, quando no, com poucas variaes de

    subjetividade.

    Outros instrumentos de coleta de informao possuem caractersticas inapropriadas ao

    objetivo da pesquisa. Por exemplo, o instrumento de observao demandaria muito tempo e

    deslocamento do observador e tem abordagem quantitativa relativamente restrita. A

    entrevista tem pouca abordagem quantitativa e representatividade muito pessoal com

    possibilidade de influncia do entrevistador; no caso do programa UnB Carona Solidria, a

    entrevista seria indicada para coletar informaes de profissionais relacionados rea de

    transportes e mobilidade urbana, mas no da populao de usurios do programa.

    A aplicao de formulrios apropriada pesquisa deste projeto devido s seguintes

    vantagens: tem grande abordagem quantitativa podendo ser efetuada com vrios indivduos ao

    mesmo tempo; no interessa a identificao pessoal dos pesquisados; pode ser divulgada e

    difundida em diversos locais de interesse e por meio fsico ou virtual com utilizao da

    internet; no tem influncia do pesquisador sobre a resposta do pesquisado; tem objetividade

    adequada para estabelecimento de comparaes, relaes, levantamento de indicadores,

    preenchimento de tabelas e representao e anlise de grficos.

    As desvantagens so restritas, superveis e pouco inconvenientes. Os pesquisados

    precisam ser alfabetizados para poderem preencher os formulrios, essa caracterstica prpria

    do pblico da pesquisa (universitrios e habilitados para dirigir automveis). As questes

    devem ser facilmente inteligveis, simples e claras dispensando a necessidade de explicaes

    complementares. A formatao, o tamanho, a sequncia do formulrio devem ser convidativas

    e estimulantes para que se obtenha receptividade do pesquisado e que todas as questes sejam

    preenchidas francamente.

  • 8

    iii) CONTRIBUIO

    A mobilidade sustentvel no um estado de equilbrio que se alcana com uma

    mudana de comportamento com a qual, logo e consequentemente, os indivduos de uma

    comunidade passam a usufruir dos recursos de transporte de maneira plenamente eficiente e

    renovvel. Mas esse estado pode ser compreendido como um horizonte a ser buscado

    indefinidamente, e a mobilidade sustentvel seria as aes que fazem a sociedade caminhar na

    direo desse horizonte. Essas aes podem provocar benefcios em vrias reas da sociedade.

    No caso da prtica da carona solidria, alguns benefcios individuais e exclusivos aos

    usurios do programa podem funcionar como incentivo adeso do comportamento

    sustentvel, como vagas e faixas de circulao exclusivas para veculos com mais de um

    ocupante, descontos em eventos culturais, preos promocionais em postos de combustveis.

    Outro benefcio individual a reduo dos custos individuais de transporte. No caso

    em que o motorista passa a dividir igualmente os custos do combustvel com um grupo de

    pessoas para o qual fornece carona, ou se essas pessoas revezarem igualmente suas funes de

    motorista e carona, os custos com transporte para cada um deles diminuiriam razoavelmente. E

    quanto mais pessoas participarem do mesmo grupo de caronas maior seria a diminuio dos

    custos para cada indivduo. Utilizando o preo aproximado de R$ 3,00 por litro de gasolina

    para o primeiro semestre de 2013, pode-se construir, de forma simples, a Tabela 1.2 para

    exemplificar essas vantagens:

    Tabela 1.2 Reduo do preo do combustvel com a prtica regular da carona

    Ocupantes

    no carro 1 2 3 4 5

    Reduo

    Percentual 0% 50% 67% 75% 80%

    Reduo do preo

    por litro de combustvel R$ 3,00* R$ 1,50 R$ 1,00 R$ 0,75 R$ 0,60

    * Preo aproximado de R$ 3,00 por litro de gasolina para o primeiro semestre de 2013

    A demonstrao das vantagens econmicas importante porque este um aspecto

    muito incentivador em relao adeso das pessoas ao programa de carona, aps despertar

    interesse no pblico torna-se mais fcil a apresentao e o entendimento dos benefcios da

    carona nas outras reas da sociedade alm da econmica.

  • 9

    Um benefcio coletivo da mobilidade sustentvel atravs da carona solidria a

    diminuio do espao demandado pelos veculos quando estes tem a taxa de ocupao interna

    melhor aproveitada. Utilizando uma situao para exemplificar, pode-se comparar o espao

    demandado por 45 pessoas sentadas quando utilizam o transporte plenamente individual com

    cada pessoa no seu automvel, quando utilizam a carona solidria com no mnimo 4 pessoas

    por automvel, ou quando utilizam um transporte pblico de qualidade com todas as 45

    pessoas em um nico nibus. Essa situao pode ser bem visualizada tanto para o espao

    demandado para estacionamentos quanto no caso de congestionamentos de trnsito. A Figura

    1.3 representa esse exemplo de comparao:

    Figura 1.4 Benefcio do aumento da taxa de ocupao dos automveis

    muito razovel prever uma melhora significativa na ocupao dos estacionamentos

    da UnB e no trnsito de veculos em horrios de pico com o aumento da taxa de ocupao

    interna dos automveis devido adeso ao programa UnB Carona Solidria.

    Outro benefcio importante a contribuio para a preservao do meio ambiente. No

    Captulo 3 desta monografia, so apresentados exemplos de programas existentes de carona

    solidria, em alguns deles existem sites que fornecem dados de compensao da quantidade de

    gs carbnico que o usurio do programa deixa de emitir para a atmosfera diminuindo o

    impacto de agravamento do efeito estufa e, mais perceptivelmente, da qualidade do ar local.

    Alm disso, fornecem tambm a quantidade de rvores equivalentes que captariam essa

    quantidade de gs carbnico durante um ano de atividade. No programa UnB Carona

    Solidria, podem-se utilizar ideias como essas como forma de divulgao e incentivo

    participao das pessoas no programa.

  • 10

    1.5 METODOLOGIA DO PROJETO FINAL

    So apresentadas e explicadas as trs etapas empregadas para se alcanarem os

    objetivos deste projeto, descritos anteriormente. As etapas so: Reviso Bibliogrfica,

    Pesquisa de Comportamento no Campus da UnB, Anlise de Resultados.

    1.5.1 REVISO BIBLIOGRFICA

    i) REFERNCIAS DE LITERATURA SOBRE CARONA

    So citadas contribuies literrias sobre assuntos relacionados ao tema Carona

    Solidria ou uso compartilhado de automveis. Neste item, as obras consultadas so

    publicaes em livros.

    ii) TRABALHOS ACADMICOS SOBRE COMPORTAMENTO EM TRANSPORTES

    Reflete-se sobre estudos que abordam o comportamento de usurios de sistemas de

    transporte urbano, descrevendo fatores comportamentais. Neste item, as obras consultadas so

    publicaes em dissertaes de mestrado.

    iii) SISTEMAS EXISTENTES DE CARONA SOLIDRIA

    Discorre-se sobre a origem e a atual situao de alguns projetos de carona solidria que

    existem no Brasil e em outros pases, que podem contribuir com ideias para o programa UnB

    Carona Solidria. Neste item, so consultados websites de programas de carona.

    iv) ESTUDOS SOBRE CARONA NA UnB

    So colocados resultados de projetos que j foram ou esto sendo realizados sobre a

    prtica da carona na UnB. So esclarecidas as circunstncias da proposta e a situao atual do

    desenvolvimento da pgina na web para combinao de caronas pelo programa UnB Carona

    Solidria.

  • 11

    1.5.2 PESQUISA DE COMPORTAMENTO NO CAMPUS DA UnB

    A criao do formulrio para pesquisa dos dados de opinies do pblico alvo da carona

    solidria na UnB passa pelas etapas de elaborao e teste do formulrio. Posteriormente a essa

    etapa, ocorre a aplicao da pesquisa.

    i) ELABORAO DO FORMULRIO

    - Identificao de variveis

    Com auxlio de pesquisas anteriores, referncias bibliogrficas e anlise do cenrio atual

    do transporte na UnB, so assimiladas as variveis que se associam aos fatores que influenciam

    os critrios de escolha da carona solidria pelos frequentadores dos campi da UnB.

    Por exemplo, se a segurana for um fator importante que provavelmente influencia os

    critrios de escolha do usurio, ento variveis como o cadastro seguro e a identificao dos

    praticantes da carona devem ser agregadas ao formulrio para serem examinadas pela opinio

    dos entrevistados.

    - Catalogao do formulrio

    A elaborao das questes, a forma como elas so distribudas e ordenadas no

    formulrio, os recursos e meios disponveis para reproduo e difuso do formulrio,

    determinam como o formulrio deve ser catalogado.

    ii) TESTE DO FORMULRIO

    O teste do formulrio foi feito em um pblico experimental para perceber e ajustar

    circunstncias da aplicao do formulrio para o pblico alvo de maior proporo. Foram

    verificados aspectos como o tempo de preenchimento, o entendimento das perguntas, a reao

    dos entrevistados atravs de suas respostas, a possibilidade de reformulao de questes e de

    incluso de outras novas.

    iii) APLICAO DA PESQUISA

    A aplicao do formulrio foi feita em dois tipos de amostras.

  • 12

    - Aplicao nos campi

    Com o propsito de questionar amostras de frequentadores de todos os atuais quatro

    campi da UnB: Campus Darcy Ribeiro (Plano Piloto), Campus Faculdade UnB Planaltina

    (FUP), Campus Faculdade UnB Gama (FGA) e Campus Faculdade UnB Ceilndia (FCE).

    Algumas questes do formulrio devem caracterizar demandas peculiares de cada campus.

    - Aplicao por reas de concentrao

    Existem reas de concentrao de pessoas com atividades em comum, principalmente

    no campus Darcy Ribeiro, como os edifcios que sediam aulas preferencialmente de cursos da

    sade, das engenharias, da biologia, da educao, ou ainda de cursos diversos como o Instituto

    Central de Cincias ICC. Algumas questes do formulrio devem caracterizar demandas

    peculiares de cada rea.

    Contudo, um requisito para que as aplicaes nos campi e por rea de concentrao

    tenha efeito na anlise especfica de resultados a participao de uma quantidade suficiente

    de indivduos de cada campus e de cada rea de concentrao que caracterize um

    comportamento amostral do pblico pesquisado. No Captulo 4, so explicadas as

    consideraes adotadas sobre esse requisito de acordo com os resultados apresentados sobre a

    aplicao da pesquisa.

    1.5.3 ANLISE DE RESULTADOS

    i) ANLISE GERAL

    Com os dados obtidos da pesquisa tabulados, devem ser analisadas, com auxllio da

    construo de grficos, as opinies das amostras do pblico alvo da carona solidria na UnB

    de forma genrica. So identificados e descritos fatores comportamentais que influenciam no

    uso compartilhado do automvel.

    ii) ANLISE ESPECFICA

    Aps a identificao e descrio dos fatores comportamentais mencionados na anlise

    geral, estabelecem-se percepes e associaes das ocorrncias de cada fator comportamental

  • 13

    nas principais reas de concentrao. Deve ser demonstrada, atravs dos dados pesquisados, a

    intensidade da influncia dos fatores nos critrios de escolha dos usurios dependendo do

    curso, da rea da UnB que frequentam, da regio na qual residem, das caractersticas sociais,

    dos hbitos na utilizao do sistema de transporte.

    1.6 TPICOS CONCLUSIVOS

    At este momento do projeto, foram expostos os tpicos iniciais que contextualizam o

    tema desta monografia por meio do texto introdutrio, definio do problema, formulao da

    hiptese, apresentao dos objetivos, justificativas para realizao do projeto e estruturao da

    sua metodologia.

    Os prximos captulos do continuidade Etapa I da metodologia do projeto, isto , a

    reviso bibliogrfica utilizada como base para a Aplicao da Pesquisa e a Anlise de

    Resultados. A Figura 1.5 ilustra a relao entre os procedimentos realizados na Etapa I:

    Figura 1.5 Relao entre os procedimentos realizados na Etapa I

    PROCEDIMENTOS ETAPA I

    CONTEXTUALIZAO

    E

    REVISO

    BIBLIOGRFICA

    - Definio do Problema

    - Formulao da Hiptese

    - Objetivos

    - Justificativas

    - Metodologia do Projeto

    - Referncias de

    Literatura sobre Carona

    - Trabalhos acadmicos

    sobre comportamento em

    Transportes

    - Sistemas existentes de

    Carona Solidria

    - Estudos sobre Carona na

    UnB

    Demanda por

    conhecimento

    sobre o tema

  • 14

    2. ESTUDOS SOBRE COMPORTAMENTO EM TRANSPORTES

    2.1 APRESENTAO

    Para atender a demanda por conhecimento sobre o tema, renem-se, neste captulo,

    contribuies literrias e reflexes sobre o uso compartilhado de automveis e fatores

    comportamentais em transportes.

    No item 2.2 Referncias de Literatura sobre Carona as fontes consultadas so

    publicaes em livros, e no item 2.3 Trabalhos Acadmicos sobre Comportamento em

    Transportes as fontes consultadas so publicaes em dissertaes.

    2.2 REFERNCIAS DE LITERATURA SOBRE CARONA

    Nos tpicos expostos seguintes, GRAVA (2003) relaciona condies para bom

    funcionamento de caronas:

    Para que as caronas funcionem bem, algumas condies devem ser razoavelmente

    satisfeitas:

    - Os destinos de trabalho devem estar agrupados preferencialmente em um nico

    edifcio de uma mesma empresa. Grandes firmas ou agncias do governo so locais

    promissores. Da mesma forma, as moradias devem ser da mesma vizinhana, o que

    acontece provavelmente se o local de trabalho for grande e se muitos colegas

    residirem no mesmo bairro.

    - Os horrios de trabalho devem ser regulares, nos quais horas extras e deslocamentos

    para locais diferentes ocorrem raramente.

    - A viagem deve ser razoavelmente longa, porque, caso contrrio, o tempo necessrio

    para o condutor recolher e distribuir se torna uma proporo excessiva de toda a

    operao duas vezes por dia.

    - Caronas devem ter direito a tratamento preferencial no sistema virio, como o uso

    de faixas exclusivas para veculos com mais de um ocupante (HOV- high-occupancy

    vehicle) e vagas em locais convenientemente designados.

    - Se os passageiros de carona no puderem ser recolhidos pelo condutor ao longo de

    sua rota, necessrio planejar um local de encontro, onde os carros particulares dos

    passageiros possam ficar estacionados durante todo o dia, onde existam pontos de

    parada de nibus e onde h espao disponvel para locomoo a p. Se esta for uma

    ao improvisada a cada carona, podem acontecer problemas de se estacionar em

    locais equivocados, disputa de espao entre carros e pedestres. Grandes

    estacionamentos de shoppings, por exemplo, fornecem tais oportunidades, uma vez

    que tendem a no serem ocupados por consumidores durante dias teis.

    - necessrio um confivel sistema de viagens de volta para suprir emergncias

    pessoais a qualquer hora. Isso pode ser atendido por companhias de taxi, mas outras

  • 15

    possibilidades so possveis. H casos em que a empresa ou organizao assegura

    servios sem custos excessivos para o usurio (guaranteed ride home).

    - J que caronas s podem ser bem sucedidas em situaes regulares e repetitivas, as

    nicas outras situaes adequadas possveis, alm de deslocamento para o trabalho,

    podem ser conexes com grandes instituies com frequentadores regulares (como

    universidades e centros mdicos). (GRAVA, 2003).

    No trecho a seguir, VASCONCELLOS (2000) relata sobre as limitaes da prtica da

    carona programada nos pases em desenvolvimento:

    A carona programada outra medida extensamente mencionada na literatura e

    perseguida intensamente por muitos engenheiros de transporte. Ela utilizada

    comumente em muitos pases desenvolvidos (principalmente nos EUA), como uma

    forma de aliviar o congestionamento das vias expressas. Nos pases em

    desenvolvimento, ela tem alcance limitado, por vrias razes. Primeiramente, ela tem

    a desvantagem de propor uma atitude limitante para as pessoas que dispem de uso

    exclusivo de um automvel: este uso permite o encadeamento eficiente de vrias

    atividades, que se torna impossvel caso a pessoa entre na carona programada.

    Segundo, a organizao de programas de carona programada requer uma certa escala

    de origens e destinos e capacidade de comportamento, que pode ser encontrada

    apenas em grandes empresas. Terceiro, ela depende de jornadas de trabalho com

    durao fixa, que so inconsistentes com os deveres e necessidades da alta classe

    mdia (p. ex, gerentes e pessoal especializado). Finalmente, ela tem um impacto

    reduzido, uma vez que a maioria das pessoas nos pases em desenvolvimento no tem

    acesso ao automvel. Portanto, os recursos alocados ao planejamento e operao

    dessa alternativa devem ser compatveis com as expectativas reais de seus resultados.

    (VASCONCELLOS, 2000).

    Existem diferenas entre as conjunturas sociais dos pases em desenvolvimento ou

    emergentes e dos pases desenvolvidos, que influenciam no comportamento das pessoas. Mas

    observa-se que, no caso do pblico-alvo do projeto e da cidade de Braslia, as conjunturas

    sociais no so uma amostra tpica do cenrio de todo o pas, isso pode descaracterizar parte

    das limitaes relatadas sobre a carona programada.

    Primeiro, a impossibilidade de encadeamento de atividades atravs do uso do

    automvel devido ao ingresso da pessoa na carona programada uma limitao que pode

    ocorrer e devem-se propor orientaes sobre esse entrave. Mas, em um pblico de estudantes,

    existe a possibilidade de a maioria das pessoas priorizarem o hbito de percorrerem o trajeto

    exclusivo de ida e volta entre casa e universidade com frequncia muito maior que o

    encadeamento de atividades com uso do automvel.

    Segundo, a escala de origens e destinos e a capacidade de comportamentos, que so

    requeridas pela organizao de programas de caronas, e que podem ser encontradas em

  • 16

    grandes empresas, tm origens em fatores que tem a possibilidade de serem semelhantes aos

    encontrados em grandes universidades, como no caso da UnB.

    Terceiro, a dependncia de jornadas de trabalho com durao fixa so anlogas

    conexo de horrios de aula ou estudo entre estudantes. Essa dependncia tambm um

    entrave que requer orientaes, mas pode ser compensada com certa organizao de

    compatibilizao de horrios, e quanto maior o nmero de participantes maior a possibilidade

    de se estabelecerem horrios compatveis.

    Finalmente, no se aplica a justificativa de um impacto reduzido devido maioria das

    pessoas dos pases em desenvolvimento no terem acesso ao automvel, pois j foi

    apresentada nesse trabalho a situao de crescimento da taxa de pessoas por automvel na

    ltima dcada em Braslia, e os impactos relevantes no campus Darcy Ribeiro da UnB.

    Portanto, os recursos alocados ao planejamento e operao do programa UnB Carona

    Solidria, como alternativa de mobilidade sustentvel, tem provvel compatibilidade com as

    expectativas reais de seus resultados. Mais uma vez, essa possibilidade refora a importncia

    da pesquisa com potenciais participantes do programa UnB Carona Solidria.

    Ao articular sobre efeitos que a mdia social e as ferramentas de comunicao podem

    causar por terem seu produto produzido e consumido pelas mesmas pessoas, SHIRKY (2010)

    discorre sobre condies demandadas pela prtica da carona solidria e exemplifica citando o

    caso do site PickupPal.com:

    Esse problema (o grande esforo dirio requerido pelo transporte urbano) no parece,

    primeira vista, ter relao com a mdia, mas uma das principais solues para o

    transporte dirio a carona solidria, e a chave para a carona solidria no so carros,

    e sim a coordenao. A carona solidria no requer novos carros, mas informaes

    quanto aos que j existem, apenas.

    PickupPal.com tambm enfrenta o problema da escala abaixo de um determinado

    nmero de potenciais motoristas e caronas, o sistema dificilmente dar certo,

    enquanto, acima desse nmero, quanto mais, melhor. Algum que usa o sistema e

    consegue fazer uma combinao a cada trs tentativas ter uma relao com ele muito

    diferente de algum que consegue uma combinao nove vezes a cada dez. (...)

    Tambm integrado a ferramentas sociais j existentes, como o Facebook, a fim de

    tornar o mais simples possvel encontrar outras pessoas.

    A Trentway-Wagar (empresa de nibus localizada em Ontrio) encaminhou uma

    petio ao Comit de Transportes em Estradas de Rodagem de Ontrio (OHTB, na

    sigla em ingls) para que fechasse o PickupPal, baseando-se na premissa de que, ao

    ajudar a coordenar motoristas e passageiros, o site funcionava muito bem para ser um

    sistema de carona solidria.

    Curiosamente, uma organizao que se compromete a ajudar a sociedade na soluo

    de um problema tambm se compromete com a preservao desse mesmo problema,

  • 17

    uma vez que sua existncia institucional depende da necessidade permanente dessa

    soluo por parte da sociedade.

    O OHTB aceitou a queixa da Trentway-Wagar e ordenou que o PickupPal parasse de

    operar em Ontrio. O site decidiu apelar e perdeu. Mas a ateno pblica se voltou

    para o caso e, numa poca de altos preos dos combustveis, de uma crescente

    preocupao ambiental e da queda do poder aquisitivo, quase ningum tomou o

    partido da Trentway-Wagar. A reao pblica, canalizada de todas as maneiras, desde

    uma petio on-line at vendas de camisetas, tinha uma s mensagem: salvem o

    PickupPal. A ideia de que as pessoas no poderiam usar aquele servio era poderosa

    demais para que os polticos de Ontrio a ignorassem. Semanas depois da vitria da

    Trentway-Wagar, a legislao de Ontrio emendou o Ato de Veculos Pblicos para

    tornar o PickupPal novamente legal.

    O uso da mdia publicamente disponvel como um recurso de coordenao para

    milhares de cidados comuns marca o afastamento do panorama da mdia ao qual

    estvamos acostumados. A mdia pblica com a qual estamos mais familiarizados,

    claro, o modelo do sculo XX, com produtores profissionais e consumidores

    amadores. Sua economia e sua lgica institucional comearam no no sculo XX, mas

    no XV. (SHIRKY, 2010).

    Verifica-se que a hiptese de um programa de carona solidria ser concorrente do

    sistema pblico de transporte equivocada. No caso de Braslia, alm da grande maioria dos

    usurios de transporte pblico no ser de potenciais participantes do programa de carona

    devido compensao econmica no se aplicar para eles, o problema do excesso de carros no

    trnsito muito grande para ser resolvido apenas pelo sistema pblico. Assim as alternativas

    de mobilidade sustentvel, como a carona solidria, devem existir simultaneamente ao sistema

    pblico.

    O caso do PickupPal citado por SHIRKY (2010) demonstra a importncia da

    participao das pessoas. Tanto a quantidade de usurios quanto a frequncia do uso do

    sistema por cada participante aumenta a credibilidade do programa e acaba por ganhar

    representao entre as autoridades responsveis pelo servio de transporte que, no fim, serve

    sociedade.

    2.3 TRABALHOS ACADMICOS SOBRE COMPORTAMENTO EM TRANSPORTE

    Ao discorrer sobre influncias que o fator tempo de viagem tem sobre o

    comportamento de viagens urbanas, TAKANO (2010) em sua dissertao de mestrado em

    Transportes com o tema Anlise da Influncia da Forma Urbana no Comportamento de

    Viagens Encadeadas com Base em Padres de Atividades pelo Departamento de Engenharia

    Civil e Ambiental da Universidade de Braslia diz que Janelle (2004) mostrou que alguns

  • 18

    indivduos esto dispostos a sacrificar seu tempo de viagem, em prol de uma mudana de

    rotina, simplesmente para mudar o cenrio..

    Um pblico alvo com grande maioria de estudantes jovens universitrios pode

    apresentar indivduos com interesses em comum e com grande disposio para se relacionarem

    socialmente por interaes interpessoais. Sua disposio para trocar economia de tempo de

    viagem pela mudana de rotina tem possibilidade de ser maior. Essa possibilidade refora a

    importncia da pesquisa com potenciais participantes do programa UnB Carona Solidria.

    A autora tambm cita o estudo de Paiva Jr (2006) sobre a identificao comparativa da

    relevncia de aspectos atitudinais (escolhas baseada em preferncias pessoais e hbitos) e

    socioeconmicos no comportamento de usurios de transporte pblico em dez cidades

    brasileiras. Ela diz que o estudo apresenta como resultado uma tendncia de predomnio da

    condio socioeconmica dos usurios de transporte pblico sobre a atitude como varivel

    explicativa do comportamento de viagem. (TAKANO, 2010).

    Para um pblico alvo com maior renda, como o caso de estudantes jovens

    proprietrios de automveis, os fatores atitudinais tem possibilidade de terem maior

    importncia no comportamento de viagem do que fatores socioeconmicos. Essa possibilidade

    refora a importncia da pesquisa com potenciais participantes do programa de caronas.

    Em uma entrevista publicada em abril de 2013 no site da Perkons (www.perkons.com),

    empresa de desenvolvimento e aplicao de tecnologias para segurana no trnsito, a

    pesquisadora Sandra Costa de Oliveira exps concluses de sua dissertao de Ps-Graduao

    em Sade Pblica apresentada em 2013, com o tema: Educao Ambiental para Promoo da

    Sade com Trnsito Solidrio pela Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So

    Paulo. Para desenvolver sua dissertao, Sandra aplicou 256 questionrios a funcionrios de

    uma instituio hospitalar. Na entrevista, Sandra discorreu sobre a falta de compartilhamento

    de caronas pelas pessoas:

    Todos os participantes da pesquisa demonstraram ter preocupao com a qualidade

    do meio ambiente, pensando nas futuras geraes. No entanto, nas questes prticas,

    como compartilhar o automvel para participar da carona solidria, verificou-se certo

    desinteresse. E isso exige uma mudana de hbito que eu acredito que eles no esto

    dispostos a fazer por questes culturais e de valores. Alguns disseram nos

    questionrios que aceitariam a carona de conhecidos, colegas de trabalho ou da

    escola. Isso j mostra que algumas pessoas procuram mudar suas atitudes em favor do

    meio ambiente e de sua sade, mas querem fazer isso com segurana.

    A divulgao em massa e o interesse das empresas em implantar programas de carona

    iro contribuir muito para essa melhoria.

  • 19

    A carona solidria deveria fazer parte de uma poltica pblica atrelada ao transporte

    coletivo. Ou seja, fazer conexes, por exemplo: para aqueles que moram longe das

    estaes de metr deveria haver estacionamentos. Chegando l, deixariam seus

    veculos e seguiriam viagem no transporte pblico. Deveriam existir faixas exclusivas

    para os caronistas a fim de melhorar o trnsito, o que tambm gera economia no bolso

    daqueles que adotam a carona dividindo os gastos com os demais passageiros. As

    empresas poderiam dar benefcios para aqueles funcionrios que aderissem carona.

    (Perkons, 2013).

    A diferena de pblicos alvo, entre funcionrios de uma instituio hospitalar e

    universitrios, pode alterar a influncia que questes culturais e de valores fazem sobre a

    mudana de comportamento mencionada na entrevista. Com uma pesquisa na UnB, verificar-

    se-o as possibilidades de recursos e benefcios demandados e sugeridos pelo pblico para

    incentivar a prtica da carona.

    2.4 TPICOS CONCLUSIVOS

    Alguns trechos do texto deste captulo representam suposies de fatores

    comportamentais que podem ser encontrados no pblico alvo da pesquisa do programa UnB

    Carona Solidria, como a possibilidade de, em um pblico de estudantes, a maioria das pessoas

    priorizar o hbito de percorrerem o trajeto exclusivo de ida e volta entre casa e universidade

    com frequncia muito maior que o encadeamento de atividades com uso do automvel. Esse

    pblico tambm pode apresentar disposio para se relacionar socialmente durante os trajetos

    trocando economia de tempo de viagem pela mudana de rotina. E ainda, os fatores atitudinais

    (escolhas baseadas em preferncias sociais e hbitos) podem prevalecer no comportamento de

    viagem sobre os fatores soocioeconmicos. Essas hipteses sero conferidas na Anlise de

    Resultados.

    O prximo captulo finaliza a primeira etapa da metodologia do projeto, findando a

    reviso bibliogrfica com assuntos mais focados no programa UnB Carona Solidria.

  • 20

    3. CARONA SOLIDRIA

    3.1 APRESENTAO

    Renem-se, neste captulo, ideias executadas por outros programas de caronas que

    podem ser utilizadas na UnB e resultados de pesquisas anteriores realizadas sobre carona no

    campus.

    No item 3.2 Sistemas Existentes de Carona Solidria so consultados projetos de

    carona solidria que existem no Brasil e em outros pases, e em 3.3 Estudos sobre Carona na

    UnB so relacionados trabalhos de estudantes de graduao e esclarecimentos sobre a

    situao atual do desenvolvimento do website para combinao de caronas pelo programa UnB

    Carona Solidria.

    3.2 SISTEMAS EXISTENTES DE CARONA SOLIDRIA

    Existem experincias bem sucedidas de projetos de carona carpool em

    universidades de outros pases e em sites brasileiros. A seguir esto descritas caractersticas

    interessantes da origem e da atual situao de alguns projetos de carona com grande nmero

    de usurios.

    Caronetas Caronas Inteligentes (2013) um site de caronas que integra

    colaboradores de empresas e centros comerciais gratuitamente, com sede em So Paulo e

    atuao em todo o pas. O projeto foi idealizado pelo atual diretor executivo Marcio Nigro, em

    2008. Aps desenvolvimento do site e aproximao de empresas, o site caronetas.com.br foi

    lanado em 2011. O empreendimento foi premiado entre as 15 melhores iniciativas mundiais de

    mobilidade sustentvel no Smart Mobility EnterPrize 2012.

    O site denomina como caronistas os motoristas e como caroneteiros os passageiros

    da carona. O contato entre usurios parte sempre da iniciativa dos motoristas, que recebem

    nome e e-mail de possveis passageiros e a indicao de quais tambm tem carro. Caronetas

    tem como diferencial a organizao dos participantes em fases. A fase I para empresas

    recm-cadastradas, que utilizam apenas e-mail e caronas internas apenas para potencializar a

    adeso e o hbito s caronas. A fase II, para empresas com maior adeso de colaboradores,

    apresenta recursos como alternativas de trajetos, relatrios de sustentabilidade.

  • 21

    Grandes empresas que participam do Caronetas: Cenesp Centro Empresarial de So

    Paulo, BB & Mapfre Seguros, Aon.

    Figura 3.1 Logomarca Caronetas

    UniCaronas (2013) uma iniciativa para facilitar a comunicao entre estudantes que

    esto procurando caronas com aqueles que esto oferecendo. O site foi fundado pelos ex-

    estudantes de Engenharia de Computao da Unicamp Guilherme Souza e Matheus Marosti,

    em 2007, inicialmente com o nome de Caronas Unicamp. Aps ultrapassar a marca de 5 mil

    usurios, em 2009, o site foi reformulado e mudou de nome, unicaronas.com.br, e passou a

    cadastrar outras universidades. Atualmente, o site possui mais de 22 mil usurios cadastrados

    (junho de 2013).

    UniCaronas (2013) apresenta no seu site informaes curiosas como estatsticas da

    distncia total percorrida pelas caronas anunciadas, a quantidade de gs carbnico que deixou

    de ser emitida e a equivalncia do nmero de rvores para absoro do gs em um ano.

    Figura 3.2 Logomarca UniCaronas

    Carona Brasil (2013) tem como misso aumentar a taxa de ocupao dos veculos,

    proporcionado economia aos usurios por meio de solues sustentveis de transporte e, com

    isso, reduzir os congestionamentos e as emisses de poluentes no meio ambiente. Os caronistas

    do Carona Brasil podem adicionar seu destino online e pesquisar por caronas oferecidas e

    compartilhar viagens com outros membros. O projeto foi fundado em 2008 por dois

    empresrios das reas de construo civil e da indstria.

    O site apresenta informaes sobre a economia e a compensao de gs carbnico

    proporcionadas pelo projeto e dicas de etiqueta relacionadas s caronas. Alm disso, foram

    formuladas solues feitas sob medida para diferentes tipos de organizao cadastradas:

    Carona Brasil Corporate para organizaes privadas e governamentais; Carona Brasil

    Campus para campi universitrios; Carona Brasil School Run para pais de estudantes na idade

    escolar; Carona Brasil TxiIdeal para passageiros que queiram compartilhar viagens de txi

  • 22

    em rotas tpicas como aeroportos e eventos; Carona Brasil Vip para interessados em

    compartilhamento de viagens de helicpteros.

    Figura 3.3 Logomarca Carona Brasil

    Carona Solidria (2013) um portal online que visa auxiliar na reduo do trnsito de

    veculos e melhorar a qualidade do ar das grandes cidades. Os usurios podem visualizar as

    rotas das caronas oferecidas atravs da integrao do portal com a ferramenta Google Maps. O

    projeto nasceu como trabalho de concluso do curso de especializao Lato Sensu em

    Sistemas para Internet, no Centro Universitrio Eurpedes de Marlia UNIVEM. Atualmente

    todos os envolvidos no projeto so alunos ou ex-alunos dos cursos de graduao ou ps-

    graduao do UNIVEM.

    Figura 3.4 Logomarca Carona Solidria

    PickupPal um site que fornece uma forma de conectar, pela internet, os motoristas e

    passageiros em todo o mundo, formando um novo mercado de transporte.

    PickupPal integra-se com ferramentas de redes sociais populares, tornando mais fcil

    para as pessoas compartilharem passeios com outras que tm interesses semelhantes ou com

    quem eles j esto ligados atravs de colegas ou amigos.

    PickupPal um servio gratuito para qualquer indivduo, grupo, organizao, equipe

    de esportes, empresa ou evento. De acordo com o site pickuppal.com, o servio usado por

    organizaes como EUA Triathlon, limpo Fundao Air, Home Depot, Nike, Virgin,

    ReverbRock, Live Nation e AEG Live.

    Figura 3.5 Logomarca PickupPal

  • 23

    O uOttawaCarpool um programa de carona solidria da Universidade de Ottawa, no

    Canad. Os carros participantes do programa so registrados e possuem um selo identificador,

    vagas reservadas com localizao privilegiada nos estacionamentos indicadas com placas de

    vagas exclusivas. Alm disso, para participar do programa a pessoa deve apresentar a

    identidade estudantil da universidade, minimizando problemas de segurana.

    O programa possui o recurso Emergency Ride Home Program, que garante, para o

    participante do projeto de caronas, veculos para fazerem o transporte imediato no caso de

    uma eventual necessidade de voltar para casa antes do previsto por algum motivo

    excepcionalmente emergencial. O site disponibiliza uma calculadora de custos financeiros

    economizados e da quantidade gases que agravam o efeito estufa que deixaram de ser

    emitidos, baseados em dados inseridos pelo usurio sobre as viagens que pretende

    compartilhar com seus parceiros de carona.

    O programa amplamente divulgado e incentivado dentro da universidade. So

    espalhados cartazes com frases sobre benefcios da prtica da carona, como: Voc sabia que

    dar ou pegar caronas um bom meio de se fazer novas amizades; Estudos cientficos

    provam que pessoas aptas a entrar num projeto de caronas so menos estressadas, mais

    autoconfiantes, e tem nveis menores de problemas de presso arterial; Voc sabia que a

    estatstica diz que pessoas que do carona ficam menos doentes. O povo canadense, em geral,

    valoriza hbitos saudveis e no tem tantos problemas de segurana, ento esses tipos de

    divulgao atingem o pblico alvo, composto intensamente por estudantes, e contribuem para

    o sucesso do programa.

    Figura 3.6 Logomarca da Universidade de Ottawa e Placa de vagas para carpool

    O programa de caronas da Universidade do Texas, nos EUA, apoia firmemente os

    esforos para reduzir o congestionamento do trfego e reduzir a poluio de veculos na rea

  • 24

    de Austin. So fornecidos inmeros incentivos para os membros do programa compartilharem

    o trajeto com um colega de trabalho ou de estudo.

    Assim como na Universidade de Ottawa, na Universidade do Texas, tambm se

    encontram vagas reservadas com localizao privilegiada, recurso de volta emergencial

    (Guaranteed Ride Home GRH), e vrios recursos de divulgao, incentivo e informao das

    vantagens de se praticar a carona solidria.

    Figura 3.7 Logomarca Universidade do Texas e Servio de transporte da Universidade

    3.3 ESTUDOS SOBRE CARONA NA UnB

    No segundo semestre de 2012, os alunos Camila C. da Silva, Juliana F. Gomes, Clara

    Perptuo, Guilherme B. Magalhes, Rayssa G. Sabino e Ribamar B. Lemos produziram o

    trabalho Medidas de Educao e Conscientizao para Gerenciamento da Mobilidade dentro

    da disciplina Planejamento de Transportes da grade curricular do curso de graduao em

    engenharia civil da UnB. Esse trabalho objetivou compreender o estado atual da conscincia

    dos estudantes do campus Darcy Ribeiro quanto mobilidade sustentvel e criar uma

    campanha educativa a fim de incentiv-la. Para alcanar os objetivos, o grupo de alunos

    promoveu uma pesquisa com difuso de um questionrio pela internet obtendo informaes de

    caractersticas sociais, relao dos alunos com os meios de transporte utilizados e interesse

    pela campanha educativa proposta pelo grupo. A campanha educativa proposta pelo trabalho

    foi Um dia sem carro no campus.

    Neste trabalho, foram entrevistados 143 estudantes do campus Darcy Ribeiro, 62% dos

    pesquisados responderam possuir renda familiar maior que dez salrios mnimos, equivalente a

    R$ 6220,00 na poca da entrevista (2012) e R$ 6780,00 atualmente (junho de 2013)

    (Ministrio do Trabalho e Emprego, 2013). 66% declararam possuir carro prprio, e, ento,

    34% disseram no possu-lo.

    No Grfico 3.1, a seguir, observam-se as respostas dos entrevistados, deste trabalho,

    em relao posse de automvel e o modo de transporte que utilizam para ir UnB:

  • 25

    Grfico 3.1 Posse de carro e transporte utilizado para ir UnB (143 pesquisados)/2012

    O projeto UnB Carona Solidria pretende aumentar principalmente esse pblico que

    possui carro prprio mas chega UnB de carona, o qual, na pesquisa acima, composto por

    3% dos entrevistados, e diminuir a quantidade representada pelos 43% dos entrevistados que

    declararam possuir carro prprio e utilizam-no para ir UnB.

    Uma lista de alternativas foi disponibilizada para os entrevistados indicarem as trs que

    eles julgassem mais influentes na escolha do meio de transporte para ir universidade. As

    alternativas mais votadas foram tempo de viagem, conforto e economia.

    Verifica-se a importncia de se destacar, divulgar, informar para o pblico o quanto a

    prtica da carona solidria faria evoluir as vantagens em tempo de viagem e economia

    financeira, e ainda como pode melhorar o conforto de transitar em horrios de pico.

    Mais um aspecto interessante para se destacar sobre o trabalho dos alunos: outra lista

    de alternativas foi disponibilizada para os entrevistados indicarem as trs que eles julgassem

    mais importantes para o sucesso da campanha Um dia sem carro no campus proposta pelo

    grupo. As alternativas mais votadas foram melhoria do transporte pblico, divulgao da

    campanha e medidas de incentivo e apoio externo campanha.

    No mesmo perodo de realizao do trabalho citado acima (segundo semestre de 2012),

    outro trabalho foi realizado nessa turma de graduao. Os alunos Evandro F. S. L. de Souza,

    Vincius Okubo, Suellen Souza e Mrio Souza produziram o trabalho com o ttulo: Projeto

    Carona Solidria. Esse trabalho objetivou a criao de um sistema via web que viabilize o

    compartilhamento de caronas entre os diversos usurios do Campus da UnB (...) disseminando

    seu uso pela comunidade e da UnB e funcionando como uma rede social. Assim como no

    projeto do outro grupo de alunos mencionado anteriormente, esse grupo tambm promoveu

    uma pesquisa com divulgao de questionrio obtendo informaes de identificao, relao

    dos alunos com os meios de transporte utilizados e interesse pelo projeto desenvolvido pelo

    grupo.

  • 26

    O projeto obteve 70 questionrios respondidos no campus Darcy Ribeiro, 51% dos

    pesquisados responderam possuir renda familiar maior que dez salrios mnimos, como

    mencionado anteriormente, equivalente a R$ 6220,00 na poca da entrevista (2012) e R$

    6780,00 atualmente (junho de 2013) (Ministrio do Trabalho e Emprego, 2013). 62%

    declararam possuir carro prprio, e, ento, 38% disseram no possu-lo.

    No Grfico 3.2, a seguir, observam-se as respostas dos entrevistados, deste outro

    trabalho, em relao posse de automvel e o modo de transporte que utilizam para ir UnB:

    Grfico 3.2 Posse de carro e transporte utilizado para ir UnB (70 pesquisados)/2012

    O projeto UnB Carona Solidria pretende atuar principalmente sobre esse pblico que

    possui carro prprio e chega UnB de carro, o qual, na pesquisa acima, est contido nos 54%

    dos entrevistados, a maioria da amostra, diminuindo a quantidade total de automveis com o

    aumento da taxa de ocupao dos veculos por passageiros.

    Uma lista de alternativas foi disponibilizada para os entrevistados indicarem aquela que

    eles julgassem mais motivadora para se oferecer carona. As alternativas mais votadas foram,

    em ordem decrescente de quantidade de votos, economia, solidariedade, contribuio com o

    meio ambiente, socializao com outros estudantes.

    Novamente, verifica-se a importncia de se destacar, divulgar, informar para o pblico

    o quanto a prtica da carona solidria faria evoluir as vantagens em economia financeira e em

    contribuio para o meio ambiente.

    Outros dados interessantes que se destacaram na pesquisa foram: 71% dos pesquisados

    no ofereceriam ou receberiam carona de desconhecidos, mas 65% estariam dispostos a

    participar de um programa de carona caso fosse apresentado; 80% estariam dispostos a

    participarem do projeto caso ganhassem algum benefcio (como descontos em eventos

    culturais, postos de gasolina, vagas exclusivas).

  • 27

    Constata-se nos dados apresentados no pargrafo anterior, que os entrevistados

    consideram importante para o sucesso do Projeto Carona Solidria, fatores como segurana,

    medidas de incentivo e apoio externo ao projeto, e divulgao.

    Em janeiro de 2013, um grupo da UnB formado por: Ana Carolina Loyola, Natlia

    Pinheiro, Leandro Modesto alunos de graduao em engenharia civil; Julia Benfica Senra

    aluna de engenharia florestal; Ilton Garcia Silveira Jnior aluno de engenharia (FGA

    Faculdade UnB Gama); Luciany Oliveira Seabra aluna de ps-graduao em transportes;

    Pastor Willy Gonzales Taco, Fabiana Serra de Arruda professores integrantes do programa

    de ps-graduao em transportes; Lindomar Bomfim de Carvalho - professor da FGA

    Faculdade UnB Gama; apresentou um documento de proposta do projeto UnB Carona

    Solidria.

    Figura 3.8 Logomarca UnB Carona Solidria

    Essa proposta mais uma ao rumo mobilidade sustentvel na UnB e teve o mesmo

    objetivo do trabalho de graduao citado anteriormente: a criao de um sistema via web que

    viabilize o compartilhamento de caronas entre os diversos usurios do Campus da UnB (...)

    disseminando seu uso pela comunidade e da UnB e funcionando como uma rede social.

    Assim como nos trabalhos mencionados anteriormente, esse grupo tambm promoveu

    uma pesquisa por amostragem, em junho de 2011, com 322 alunos frequentadores do campus

    Darcy Ribeiro. O seguinte grfico representa o modo de transporte utilizado para irem UnB.

    Grfico 3.3 Transporte utilizado para ir UnB (322 pesquisados)/2011

  • 28

    Outra vez, o projeto UnB Carona Solidria pretende atuar principalmente sobre esse

    pblico que utilizam carro para irem UnB, o qual, nessa pesquisa, representa 45% da

    amostra, e pretende aumentar o pblico que chega UnB de carona, representado por 4%.

    Alm disso, 70% das pessoas declararam que no ofereceriam ou receberiam carona de

    desconhecidos, e ento 30% o fariam. Porm, 89% estariam dispostos a participar de um

    programa de carona caso fosse apresentado, e apenas 11% no se interessariam.

    Verificam-se nos dados apresentados, que os entrevistados consideram importante para

    o projeto UnB Carona Solidria, novamente, o fator segurana e a necessidade de criao e

    aplicao do programa de carona da universidade.

    Existe um grupo da rede social na internet Facebook Carona UnB/L2 norte ou

    Rod formado por mais de 700 membros (Junho de 2013) interessados em fornecer ou

    receber caronas da UnB para a avenida L2 norte ou Rodoviria do Plano Piloto e vice-versa.

    As pessoas interagem introduzindo comentrios na pgina do grupo no Facebook, porm

    como essa pgina da internet no foi criada especificamente para esse fim, no existem

    ferramentas de segurana e organizao das informaes.

    Existem tambm grupos nessa rede para pessoas que transitam entre as cidades de

    Braslia e Goinia, que funcionam de forma semelhante.

    Figura 3.9 Logomarca Facebook

    O programa UnB Carona Solidria possui atualmente um perfil na rede social

    Facebook, atravs do qual, pessoas interessadas no programa interagem e tambm combinam

    caronas entre si. Mas, novamente, essa pgina conveniente para troca e divulgao de

    informaes, porm o programa demanda uma pgina na web prpria para a combinao de

    caronas.

    As iniciativas dos grupos e perfis nas redes sociais da internet com um nmero

    expressivo de participantes demonstram a importncia da pesquisa em grande escala com

    potenciais participantes do programa UnB Carona Solidria, que contribuir com a criao da

    pgina na internet adequada para a combinao de caronas.

    De acordo com a proposta do projeto, a construo da pgina na web est sendo

    realizada por alunos integrantes da Empresa Junior de Cincias da Computao CJR, e da

    Empresa Junior de Engenharia de Redes de Comunicao EngNet Consultoria S/C, ambas de

  • 29

    cursos da UnB. Com apoio do Decanato de Assuntos Comunitrios DAC e do Centro de

    Informtica CPD, o site est em desenvolvimento.

    Na Figura 3.10, o esquema da estrutura do website em desenvolvimento apresentado

    e percebe-se a quantidade de variveis associadas promoo da segurana do projeto:

    Figura 3.10 Estrutura do website do programa UnB Carona Solidria

    Alm da criao do website, a proposta do projeto tambm atenta para a importncia

    de aes para diferenciao entre a carona solidria e prtica ilegal de transporte pblico. O

    funcionamento do programa no prope a explorao econmica de transporte de pessoas,

    mas o compartilhamento opcional dos gastos com combustvel.

    Para estabelecer essa diferenciao, prope-se a utilizao de adesivos identificadores

    de automveis participantes do programa e carteiras de usurios. Constata-se a necessidade de

    gesto informativa diante dos rgos relacionados com o transporte pblico e segurana no

    Distrito Federal, como DETRAN/DF, Polcia Civil.

    Outra ao necessria o estabelecimento de pontos de carona na UnB, com

    identificao por meio de placas, e que estejam em harmonia com a localizao dos pontos de

    parada de nibus. Esses dois tipos de ponto de embarque e desembarque de pessoas devem

    estar a uma distncia razovel para no afetarem a circulao dos nibus.

  • 30

    A proposta do projeto ainda refora que, alm da criao e manuteno de perfis em

    pginas de redes sociais na internet, outra ao importante para promover a divulgao do

    programa a parceria com organizaes de outros cursos da UnB que estejam relacionados

    com artes e publicidade, como Desenho Industrial, Comunicao Social.

    Alm dos trs trabalhos mencionados nesse item (3.3), a presente monografia de

    projeto final tambm se apresenta como um estudo sobre carona na UnB. Esse projeto foi

    selecionado para integrar o Programa de Iniciao Cientfica da Universidade de Braslia

    (ProIC/UnB) com vigncia no perodo de agosto de 2013 a julho de 2014.

    A participao do projeto no ProIC proporciona a contemplao de bolsa pelo

    Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico CNPq. O projeto

    concludo tem previso de apresentao em Congresso de Iniciao Cientfica, no perodo de

    semana universitria em novembro de 2014, avaliado por Comit Avaliador Externo e

    apreciado com emisso de certificado.

    3.4 TPICOS CONCLUSIVOS

    Este captulo apresentou algumas demandas de praticantes de carona, como a influncia

    exercida pelo tempo de viagem, conforto e economia de custos nas escolhas relacionadas ao

    sistema de transporte; a importncia dada divulgao e o incentivo para campanhas sobre o

    trnsito; e a relevncia da segurana para se praticar carona. Essas demandas e as ideias

    praticadas por outros programas de carona solidria, citados neste captulo, sero consideradas

    na elaborao do formulrio de pesquisa e avaliadas na Anlise de Resultados das opinies dos

    frequentadores da UnB.

    O prximo captulo apresenta a Etapa II da metodologia do projeto, isto , a pesquisa

    de comportamento nos campi da UnB.

  • 31

    4. MTODO DE PESQUISA DE COMPORTAMENTO NOS CAMPI DA UnB

    4.1 APRESENTAO

    importante descrever o mtodo de pesquisa utilizado para que se tornem conhecidas

    as consideraes e requisitos da aplicao do mtodo, e para que seja possvel a compreenso

    e comparao com pesquisas feitas ou que ainda podero ser feitas em outros perodos ou

    locais. A Figura 4.1, abaixo, ilustra a relao entre os procedimentos realizados na Etapa II:

    Figura 4.1 Relao entre os procedimentos realizados na Etapa II

    Neste captulo, explicam-se os procedimentos de elaborao e teste do formulrio e

    aplicao da pesquisa no pblico-alvo do programa UnB Carona Solidria.

    4.2 ELABORAO E TESTE DO FORMULRIO

    Reuniram-se os temas a serem consultados pelos usurios da UnB e identificaram-se as

    variveis que os relacionam com a escolha pela prtica de carona solidria, utilizando como

    base: as possibilidades e suposies deduzidas no Captulo 2 Estudos sobre Comportamento

    PROCEDIMENTOS ETAPA II

    PESQUISA

    DE

    COMPORTAMETO

    - Elaborao e Teste do

    Formulrio

    - Aplicao da Pesquisa

    Variveis a serem avaliadas pelos

    frequentadores dos campi

    (professores, alunos ou funcionrios)

    Suposies, ideias e

    demandas obtidas na Etapa I

    Opinies da amostra do pblico-alvo,

    que caracterizam comportamentos

    descritos na Anlise de Resultados

  • 32

    em Transportes; as caractersticas e recursos dos sistemas existentes de carona e os resultados

    dos estudos anteriores sobre carona na UnB, apresentados no Captulo 3 Carona Solidria.

    Testes foram feitos com um pblico reduzido de aproximadamente 20 pessoas,

    composto por um grupo de pesquisadores do Programa de Ps-Graduao em Transportes da

    UnB PPGT/UnB e por outros estudantes de graduao. Com as dvidas e sugestes geradas

    por esse pblico, as questes puderam ser aprimoradas. O formulrio da pesquisa passou por

    duas verses at chegar a terceira e definitiva verso para ser aplicada ao pblico alvo da

    pesquisa. Elaborou-se uma questo para cada varivel identificada, totalizando 26 questes,

    predominantemente objetivas, do tipo mltipla escolha. Elas foram distribudas no formulrio

    em quatro partes, na ordem em que as variveis esto descritas abaixo.

    Um modelo do formulrio de pesquisa est disponvel no Apndice A1.

    i) VARIVEIS SOCIOECONMICAS

    Consultaram-se sete variveis do pblico alvo: gnero, idade, vnculo com a UnB,

    curso de graduao relacionado ao seu vnculo com a UnB, renda familiar, posse de automvel

    prprio e localizao de moradia.

    ii) VARIVEIS RELACIONADAS S VIAGENS

    Consultaram-se seis variveis do pblico alvo: meio de transporte utilizado para ir

    UnB, tempo de viagem, perodo do dia que frequenta a UnB, disposio para alterao na

    rotina de viagem, realizao de atividades no percurso entre casa e UnB e fatores influentes na

    escolha do meio de transporte utilizado.

    iii) VARIVEIS RELACIONADAS S CARONAS

    Consultaram-se, inicialmente, trs variveis do pblico alvo: frequncia com que j se

    praticou carona, posio quanto possibilidade de participao do programa UnB Carona

    Solidria e fatores importantes para o sucesso do programa.

    Ento, os indivduos que se posicionaram negativamente quanto participao do

    programa foram encaminhados para a consulta das variveis de servio. Os indivduos que se

    posicionaram positivamente ou de forma indecisa quanto participao do programa, antes de

  • 33

    serem encaminhados para as questes sobre as variveis de servio, preencheram mais seis

    variveis relacionadas s caronas, cujos assuntos tratados demandariam opinies de pessoas

    interessadas no desenvolvimento do programa de caronas. As seis variveis so: a identificao

    dos carros participantes com adesivos do programa, sensao de segurana ao praticar carona

    com um desconhecido, sensao de segurana ao praticar carona com um cadastrado no site

    do programa UnB Carona Solidria, fatores influentes para que se pratique carona, posio

    quanto s opes de diviso de custos, localizao de Pontos de Carona em um exemplo de

    rota tpica de praticantes de carona.

    iv) VARIVEIS DE SERVIO

    Consultaram-se quatro variveis do pblico alvo: meios de comunicao para

    divulgao e informao do programa de caronas, benefcios exclusivos aos usurios do

    programa, disposio para contribuir com a divulgao do programa, contribuio optativa de

    comentrios ou solicitao de informaes.

    4.3 APLICAO DA PESQUISA

    O meio utilizado para a difuso do formulrio foi a internet, empregando a ferramenta

    Formulrio do Google drive, cujo link relacionado ao formulrio da pesquisa foi

    disponibilizado no grupo UnB Carona Solidria na rede social facebook, foi enviado por

    email a professores e alunos, e a outros grupos de relacionamento criados na internet por

    estudantes da UnB, inclusive grupos organizados por Centros Acadmicos dos cursos de

    graduao de todos os quatro campi da UnB e pelo Diretrio Central dos Estudantes (DCE).

    Outras formas de divulgao da pesquisa foram consultadas no Guia Prtico de

    Relacionamento com a Mdia (abril de 2012) emitido pela Secretaria de Comunicao da UnB

    (SECOM UnB). Dentre os produtos relacionados no Guia e solicitados para a divulgao,

    foram obtidas publicaes sobre a pesquisa do programa UnB Carona Solidria no boletim

    informativo dirio UnB HOJE, digital (acessvel no portal UnB.br) e impresso (exposto em

    murais), dos dias 09 e 16 de outubro e 07 de novembro de 2013.

    Foi obtida uma publicao em forma de notcia sobre a pesquisa do programa UnB

    Carona Solidria no site da Faculdade UnB Planaltina FUP, em 04 de novembro de 2013,

    com o link de encaminhamento ao formulrio da pesquisa.

  • 34

    At o perodo de concluso dessa monografia, no se tinha determinado o perodo de

    encerramento da pesquisa, pois esta poder ser utilizada para aquisio de opinies de um

    pblico mais numeroso. Assim, outra iniciativa para divulgar a pesquisa e o programa de

    caronas, para anlises posteriores monografia, ser a distribuio de folhetos pelos campi.

    Modelos dos produtos de divulgao da pesquisa boletim UnB HOJE, esboo do

    folheto esto disponveis no Apndice A2.

    Para a anlise feita nesta monografia, foi considerado um perodo de aplicao do

    formulrio de pesquisa de 45 dias, entre 26 de setembro de 2013 e 10 de novembro de 2013.

    Foi obtida uma amostra de 972 respostas ao formulrio de pesquisa, o que corresponde

    a uma amostra de 2,13% dos 45.586 principais frequentadores vinculados Universidade de

    Braslia em 2013 32.120 graduandos, 8.558 ps-graduandos, 2.279 docentes e 2.629

    servidores tcnico-administrativos (Fonte: portal UnB/Estude na UnB, 2013).

    Inicialmente, foi apresentada a inteno de caracterizar comportamentos peculiares de

    indivduos de cada campus e de cada rea de concentrao. Porm, foi considerado que a

    quantidade de respostas ao formulrio, obtida de cada um desses locais, no foi suficiente para

    caracterizar um comportamento amostral prprio de cada local. Contudo, as respostas foram

    consideradas satisfatrias para realizar os outros desgnios das anlises geral e especfica.

    As questes do formulrio referem-se ao comportamento dos indivduos ao

    transportarem-se entre suas moradias e a universidade, independente do campus. Assim, so

    abrangidas as possibilidades de respostas de estudantes que frequentem simplesmente um

    campus, ou estudantes que costumam estudar em um campus, mas passam a frequentar, por

    algum perodo, outro campus por outros motivos acadmicos.

    4.4 TPICOS CONCLUSIVOS

    Os esforos dedicados divulgao da pesquisa no campus alcanaram a proporo de

    2,13% de participantes em relao ao total de frequentadores vinculados universidade. Essa

    amostra vlida para se analisar as opinies dos frequentadores da UnB, mas pretende-se

    obter mais respostas, por isso a pesquisa continuar ativa aps a concluso desta monografia

    para posteriores anlises que so de interesse do programa UnB Carona Solidria.

    Finalmente, com os dados de opinies da amostra da pesquisa, possvel iniciar a

    Etapa III, caracterizando comportamentos dos usurios dos campi em relao ao

    compartilhamento de automveis.

  • 35

    5. ANLISE DE RESULTADOS

    5.1 APRESENTAO

    Na anlise geral, so analisadas as opinies da amostra do pblico alvo da carona

    solidria na UnB, de forma genrica, sobre cada varivel identificada, descrevendo fatores

    comportamentais que influenciam no uso compartilhado do automvel.

    Na anlise especfica, so estabelecidas associaes de fatores comportamentais,

    demonstrando, atravs da proporo dos dados pesquisados, a intensidade da influncia dos

    fatores nos critrios de escolha dos usurios dependendo da regio na qual residem, das

    caractersticas sociais, dos hbitos na utilizao do sistema de transporte.

    A Figura 5.1, abaixo, ilustra a relao entre os procedimentos realizados na Etapa III:

    Figura 5.1 Relao entre os procedimentos realizados na Etapa III

    5.2 ANLISE GERAL

    Pde-se analisar brevemente cada varivel associada sua respectiva questo do

    formulrio de pesquisa e elaboraram-se os seguintes grficos correspondentes aos dados das

    respostas de cada questo:

    PROCEDIMENTOS ETAPA III

    ANLISE

    DE

    RESULTADOS

    - Anlise Geral

    - Anlise Especfica

    - Concluses e

    Recomendaes

    Fatores comportamentais dos

    usurios dos campi da UnB que

    influenciam no uso compartilhado do

    automvel

    Propostas de aes para dar

    continuidade ao programa UnB

    Carona Solidria

    Opinies da amostra do pblico

    alvo, obtidas na Etapa II

  • 36

    Obteve-se uma proporo muito equilibrada da varivel gnero dos indivduos

    (Grfico 5.1), neutralizando opinies tendenciosas, que poderiam ser causadas por predomnio

    acentuado de um dos gneros, na anlise geral dos dados.

    Grfico 5.1 Varivel gnero

    Os intervalos para indicao da varivel idade, nas alternativas de respostas, foram

    estabelecidos com a expectativa de predomnio do pblico de faixa etria jovem, e os dados

    obtidos (Grfico 5.2) confirmam a adequao dos intervalos estabelecidos.

    Grfico 5.2 Varivel idade

    O predomnio de uma das alternativas na varivel vnculo com a UnB (Grfico 5.3)

    caracteriza a amostra como majoritariamente composta de alunos de graduao.

    Grfico 5.3 Varivel vnculo com a UnB

    Dentre todos os cursos presenciais de graduao listados nas alternativas de resposta

    da Questo 1.4, menos de 3% no foi representado na pesquisa, ou por alunos do curso ou por

    indivduos relacionados ao departamento correspondente ao curso. Essa abrangncia de

    representatividade caracteriza a amostra com um carter pluridisciplinar, fidelizando-a

  • 37

    populao da universidade. As respostas no so representadas graficamente aqui, pois, devido

    grande repartio da amostra entre os cursos, o valor percentual mximo da quantidade de

    pessoas de um mesmo curso, em relao ao total de cursos, foi de 6%, alcanado pela

    Comunicao Social, Engenharia Civil e Administrao.

    A quantidade percentual de pessoas que indicaram valores da varivel renda familiar

    (Grfico 5.4) abaixo de R$ 5000,00 (aproximadamente nove salrios mnimos R$ 6102,00)

    muito prxima da quantidade que declarou possuir renda familiar acima disso. Essa situao

    evidencia um maior potencial do pblico alvo da pesquisa para adquirir automveis, em

    comparao com a maioria das outras regies de Braslia ou do pas, e, ento, refora a

    demanda pelo objetivo de reduo de automveis na UnB por meio do programa de caronas.

    Grfico 5.4 Varivel renda familiar

    A proporo percentual de proprietrios de automveis (Grfico 5.5) indica uma taxa

    de ocupao interna de 1,79 pessoas/automvel, em relao a todos os indivduos da amostra

    da pesquisa. um valor mais crtico que a taxa de Braslia em 2010, citada na Tabela 1.1, que

    era 2,77 pessoas/automvel.

    Grfico 5.5 Varivel posse de carro prprio

    Dentre todas as localizaes no Distrito Federal listadas nas alternativas de resposta da

    Questo 1.7, apenas uma regio no apresentou moradores que a representasse na pesquisa. E,

    mesmo com essa abrangncia de representatividade, a regio da Asa Norte Plano Piloto

    apresentou uma quantidade de representantes 100% maior que a segunda regio mais

  • 38

    representada (Grfico 5.6). V-se a influncia da proximidade do campus Darcy Ribeiro na

    concentrao das moradias dos frequentadores da universidade.

    Grfico 5.6 Varivel localizao da moradia

    A mobilidade sustentvel est relacionada com a diversidade de meios de transporte e

    suas respectivas infraestruturas e recursos de acessibilidade aos usurios. A enorme parcela

    percentual de indivduos, 87%, que se deslocam por apenas dois meios de transporte (dirigindo

    seus automveis ou por transporte pblico) descaracteriza um cenrio sustentvel de

    transporte (Grfico 5.7). Objetiva-se, com o programa UnB Carona Solidria, diminuir a

    parcela de pessoas que chegam UnB dirigindo, 42%, e aumentar o percentual de transporte

    por caronas, que de apenas 8%.

    Grfico 5.7 Varivel meio de transporte utilizado para ir UnB

  • 39

    Quanto maior o tempo de deslocamento na viagem entre casa e UnB, a prtica da

    carona tende a se t