Carr- vinte anos de crise3-125Inicio da cincia da poltica internacional. Antes era campo apenas dos profissionais da chancelaria. No havia estudo sobre as questes internacionais correntes. Desinteresse generalizado at 1914. Porm a guerra mostrou que todos eram afetados pela poltica internacional, e as pessoas primeiramente se agitam contra os tratados secretos, primeiro sintoma da demanda pela popularizao da poltica internacional, anuncia o nascimento das RI. A cincia movida por seus objetivos, pela necessidade de explicaes e usos, pelo interesse humano. O objetivo condio para o pensamento. O objetivo e a analise na cincia poltica no pode ser separado, o comportamento humano no to cientifico como o objeto das cincias exatas. O objetivo no irrelevante, um dos fatos, que precede e condiciona o pensamento. A opinio da populao sobre poltica um fator no curso dos eventos polticos. Importncia do pensamento poltico como uma forma de ao. A cincia poltica tambm do dever ser.Estgio utpico (inicial) das cincias polticas: pouca ateno aos fatos ou a analise de causa e efeito. Elaborao de projetos visionrios para atingir fins, generalizaes perfeitas. Quando isso falha, quando se parte para a anlise e estudo, e se tornar de fato cincia. Porm, essa aspirao inicial, esse desejo utpico, fundamental para a elaborao da cincia em si. A teleologia precede a analise. A cincia poltica internacional tambm surge teleolgica, com o objetivo de evitar a guerra. A sua utopia visvel, e surge do desejo e no do estudo. Concentrao no fim. Porm, o curso dos acontecimentos ps 1931 demonstrou que essa aspirao pura como base de tal cincia era inadequada, e abriu espao para o raciocnio critico e analista. As cincias polticas nunca pode se emancipar totalmente da utopia, e o cientista poltico est mais inclinado a permanecer por mais tempo no estgio inicial. Porem ele acaba por perceber que a utopia no alcanar sucesso, e a analisar a realidade, percebendo que o fim estril por si, e que a analise importante. O impacto do raciocnio sobre o desejo normalmente chamado de realismo. Porm um realismo absoluto tende a negar a ao, portanto o pensamento maduro uma juno de utopia e realidade, que so as duas facetas da cincia poltica.Capitulo II- Utopia e Realidade.A anttese utopia-realidade fundamental. So atitudes opostas com relao a todo problema poltico. Anttese livre arbtrio e determinismo. O vicio do utpico a ingenuidade, do realista a esterilidade. Essa anttese tambm coincide com a anttese teoria-prtica. Utpico: a teoria uma norma que a pratica poltica tem que seguir. Realista: A teoria poltica a codificao, a explicao da pratica poltica. *os estados so rivais*. O utpico apresenta aspiraes, proposies que so optativas, como fatos, que no podem ser comprovados. Os realistas desmacaram o carter sonhador dos utpicos, porm ao buscar apenas explicaes de uma realidade j dada, tendem a cair no determinismo e inrcia. A teoria tem carter transformador.Teoria X prtica: intelectual X burocrata. Apriorismo X empirismo. A utopia, com sua insistncia em princpios gerais, representa a abordagem intelectual caracterstica da poltica. A abordagem burocrtica altamente emprica. No existem casos gerais. Experincia ao invs do raciocnio. Prtica e no teoria. A poltica como um fim em si mesmo. A esquerda tende a ser mais teoria e pecar na prtica, na experincia, na sabedoria. Poltica X tica. Realista: moralidade relativa.

PARTE II- A Crise Internacional.Capitulo 3- O pano de fundo utpicoUtpicos defendiam uma tica medieval universal, de autoridade divina -> Realistas do renascimento, Estado com arbitro, tica como instrumento da poltica. ->Lei da natureza, secular, fonte na razo individual humana. Lei natural que induz ao moralmente correto. (iluminismo) a razo como guia da moral. Bentham moral: A maior felicidade para o maior nmero, infalibilidade da opinio pblica. (defesa da democracia). Ampliando para o mbito internacional: Abb de Saint Pierre, Rousseau, Kant: crena na racionalidade dos homens, na opinio publica e no republicanismo. Opinio publica preveniria a guerra. (Sc.XIX). A difuso da educao levaria a paz internacional.Contestaes do racionalismo de Bentham. Quando essa historia de opinio publica, comea a migrar dos intelectuais para as massas, comea a preocupar. tirania da maioria. Aps 1900, difcil sua aceitabilidade sem restries. Porm no sec. XX essas teorias voltam, depois de 194, pelos que buscavam paz, e pela influencia dos EUA, que transplantou o pensamento liberal para esse sec. Aps a 1 guerra, domina-se o pensamento de que o liberalismo, que deu certo em alguns pases, poderia ser aplicado a qualquer realidade, o que foi essencialmente utpico. Cada uma estava em estgios diferentes, e tinha necessidades diferentes.Liga das naes: Foi afetada por esse intelectualismo. Era uma perfeita abstrao democrtica. A padronizao de indivduos diferente de Estados que diferem em tamanho, poder..., dificuldade em padronizar problemas polticos internacionais racionalmente. Divorcio entre teoria e pratica com a crescente racionalizao que deixava descontentes muitos pases. Quando se acha que a teoria explicaria tudo e era o suficiente v-se o fracasso iminente da liga.A crena que a opinio publica est fadada a prevalecer e est sempre certa (Bentham) foram reproduzidas acriticamente no campo da poltica internacional. Poder da coero da razo, expressa pela voz do povo. Por isso se menciona pouco a coero. Pois a opinio publica era suficiente para trazer a razo aos estados. A punio da utopia foi sbita. Depois da invaso japonesa a Manchria uma rpida sucesso de eventos, que provou que a condenao da opinio publica no era confivel. Em pases mais afetados pela crise internacional essa opinio era cada vez mais escassa, e houve crescente condenao da ingenuidade da liga e da falta de sanes militares e da fora material. O ceticismo atacou tambm a concepo de que a opinio publica sempre est correta. Estadistas pareciam mais moderados que o povo representado. Declnio do prestigio da opinio publica. Em assuntos internacionais, a opinio publica estava quase sempre errada e impotente. A utopia distanciava cada vez mais teoria de realidade. Os utpicos veem a causa da crise na incapacidade de raciocnio humana, ou na mesquinhez. Captulo IV- A harmonia de interesses.Para que uma sociedade poltica exista o povo deve se submeter a ela. Mas, por qu? 1- os que defendem a primazia da tica sobre a poltica: dever do individuo submeter seus interesses pelo bem comum. Tipo de intuio acerca do que est certo. 2-primazia da poltica sobre a tica: Governante governa, pois forte, sditos se submetem, pois so fracos. Realista: responde racionalmente. O individuo submete-se, pois do contrrio ser obrigado, o que pior. Utpico: harmonia de interesses. Leis morais atravs do raciocnio; honestidade a melhor poltica.Popularizao da harmonia de interesses- escola de Adam Smith, laissez-faire. A harmonia de interesses deu base solida a moralidade. Ford: No pode haver conflito entre boa economia e boa moral. Durante a fase de expanso, de abertura de novos mercados de a iluso de que a utopia liberal era possvel, onde repousou a harmonia de interesses. H harmonia quando no h conflito de interesses. Ideia liberal de que o interesse da nao no pode ser oposto ao interesse do povo.Colapso iminente da riqueza das naes- 1876. Protecionismo das naes menores, filosofia de Marx e Hegel, luta de classes e desarmonia, darwinismo.Darwin- competio na esfera econmica. Laissez-faire como explorao e botim ao mais forte. O bem comum era o bem dos que importavam para o mercado. Os vitoriosos so os melhores. Sobrevivncia do mais forte para o progressso. Eliminao das naes inaptas. Imperialismo. O postulado tico no mais atraia.Doutrinas obsoletas recuperadas no ps- guerra como o laissez-faire. Aps 1919, a economia planejada entra em cena. No mbito internacional no havia um poder capaz de harmonizar esses interesses. Porm fazer dela objetivo da ao poltica no o mesmo que acreditar que essa harmonia natural exista.INTERESSE COMUM NA PAZ- Ideia de que a paz era benfica e a guerra era irracional, principalmente para os ingleses. No convencia aos que se beneficiaram com a guerra. Pareceu obvio que todos aceitariam essa ideia, o contrario os surpreendeu. A declarao de que de interesse mundial manter o status-quo irreal. Existem divergncias fundamentais entre aquelas naes que querem manter o status quo e aqueles que querem mud-lo.HARMONIA ECO. INTERN.- pressuposto da harmonia geral. Laissez-faire. Principio internacional do sacrifcio da minoria em prol da maioria. Basta descobrir o bem comum. O utpico arrogou-se essa sabedoria. Os Estadistas eram cegos. Pressuposto de uqe havia uma soluo para todos.