Carta aberta aos_jovens

3
[Copyright © 2009] – Todos os direitos reservados. Kéryx Estudos Bíblicos e Teológicos Acesse: http://www.keryxestudosbiblicos.com.br CARTA ABERTA AOS JOVENS (Últimas palavras de uma jovem portadora do vírus da AIDS) Originalmente esta carta foi publicada na Revista Impacto, número 28, numa edição para jovens. Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e nesse momento encontro-me quase sem forças. Pedi à enfermeira Dani, minha amiga, para escrever esta carta, que será endereçada aos jovens (...) antes que seja tarde demais. Eu era uma jovem “sarada”, criada em uma excelente família de classe média alta de Florianópolis. Meu pai é engenheiro eletrônico de uma grande estatal e procurou sempre dar tudo do bom e do melhor para mim e para meus dois irmãos, inclusive a liberdade, que eu nunca soube aproveitar. Aos 13 anos venci um concurso para modelo e manequim, na Agência Kasting, que selecionou as novas Paquitas do programa da Xuxa. Fui também selecionada para fazer um book na Agência Elite, em São Paulo. Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a atenção por onde passava. Estudava no melhor colégio de Floripa e tinha todos os garotos do colégio aos meus pés. Nos finais de semana, freqüentava shoppings, praias e cinemas; curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de melhor para oferecer. Porém, como a vida nos prega algumas peças, meu destino começou a mudar em outubro de 1994, quando fui com uma turma de amigos para a Oktoberfest, em Blumenau. Na quinta-feira, primeiro dia da festa, tomei meu primeiro porre de chope. Eu já tinha experimentado algumas bebidas, tomava escondido da mamãe o licor Amarula, mas nunca tinha ficado bêbada. Que sensação legal! Curti a noite inteira e beijei uns 10 carinhas. Minhas amigas até colocavam o chope numa mamadeira misturado com guaraná para enganar os “meganhas”, porque menor não podia beber; assim, bebemos a noite inteira, e os “otários” nem perceberam. Lá pelas quatro da manhã fui levada ao Posto Médico, quase em coma alcoólico, numa maca dos Bombeiros. Deram-me umas injeções de glicose para melhorar. Quando voltei ao apartamento, quase “vomitei as tripas”, mas meu grito de liberdade já tinha sido dado. No sábado conhecemos uma galera de São Paulo, que estava alugando um “apê” no mesmo prédio. Nem imaginava que naquele dia eu estaria sendo apresentada ao meu futuro assassino. Bebi um pouco no sábado em uma festa, que não estava legal, e lá pelas 5h30 fomos ao “apê” dos garotos para curtir o restante da madrugada. Lá rolou de tudo, e fui apresentada ao famoso “baseado”. No começo resisti, mas chamaram a gente de “Catarina careta”, mexeram com nossos brios e acabamos experimentando.

Transcript of Carta aberta aos_jovens

Page 1: Carta aberta aos_jovens

[Copyright © 2009] – Todos os direitos reservados. Kéryx Estudos Bíblicos e Teológicos � Acesse: http://www.keryxestudosbiblicos.com.br

CARTA ABERTA AOS JOVENS (Últimas palavras de uma jovem portadora do vírus da AIDS)

Originalmente esta carta foi publicada na Revista Impacto, número 28, numa edição para jovens.

Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e nesse momento encontro-me quase sem forças. Pedi à

enfermeira Dani, minha amiga, para escrever esta carta, que será endereçada aos jovens (...) antes que

seja tarde demais.

Eu era uma jovem “sarada”, criada em uma excelente família de classe média alta de Florianópolis.

Meu pai é engenheiro eletrônico de uma grande estatal e procurou sempre dar tudo do bom e do

melhor para mim e para meus dois irmãos, inclusive a liberdade, que eu nunca soube aproveitar.

Aos 13 anos venci um concurso para modelo e manequim, na Agência Kasting, que selecionou as

novas Paquitas do programa da Xuxa. Fui também selecionada para fazer um book na Agência Elite,

em São Paulo. Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a atenção por onde passava.

Estudava no melhor colégio de Floripa e tinha todos os garotos do colégio aos meus pés. Nos finais de

semana, freqüentava shoppings, praias e cinemas; curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de

melhor para oferecer. Porém, como a vida nos prega algumas peças, meu destino começou a mudar em

outubro de 1994, quando fui com uma turma de amigos para a Oktoberfest, em Blumenau.

Na quinta-feira, primeiro dia da festa, tomei meu primeiro porre de chope. Eu já tinha experimentado

algumas bebidas, tomava escondido da mamãe o licor Amarula, mas nunca tinha ficado bêbada. Que

sensação legal! Curti a noite inteira e beijei uns 10 carinhas. Minhas amigas até colocavam o chope

numa mamadeira misturado com guaraná para enganar os “meganhas”, porque menor não podia beber;

assim, bebemos a noite inteira, e os “otários” nem perceberam.

Lá pelas quatro da manhã fui levada ao Posto Médico, quase em coma alcoólico, numa maca dos

Bombeiros. Deram-me umas injeções de glicose para melhorar. Quando voltei ao apartamento, quase

“vomitei as tripas”, mas meu grito de liberdade já tinha sido dado.

No sábado conhecemos uma galera de São Paulo, que estava alugando um “apê” no mesmo prédio.

Nem imaginava que naquele dia eu estaria sendo apresentada ao meu futuro assassino.

Bebi um pouco no sábado em uma festa, que não estava legal, e lá pelas 5h30 fomos ao “apê” dos

garotos para curtir o restante da madrugada. Lá rolou de tudo, e fui apresentada ao famoso “baseado”.

No começo resisti, mas chamaram a gente de “Catarina careta”, mexeram com nossos brios e

acabamos experimentando.

Page 2: Carta aberta aos_jovens

P á g i n a | 2

[Copyright © 2009] – Todos os direitos reservados. Kéryx Estudos Bíblicos e Teológicos � Acesse: http://www.keryxestudosbiblicos.com.br

Fiquei com uma sensação esquisita, de baixo astral, mas antes de ir embora experimentei novamente.

O garoto mais velho da turma, o “Marcos”, fazia carreirinha e cheirava um pó branco, que descobri ser

cocaína. Ofereceram-me, mas não tive coragem aquele dia. Retornamos a Floripa, mas percebi que

alguma coisa tinha mudado. Eu sentia a necessidade de buscar novas experiências e não demorou

muito para eu novamente deparar-me com meu assassino, “Drues”.

Aos poucos, meus melhores amigos foram se afastando quando comecei a me envolver com uma

galera da pesada. Sem perceber, eu já era uma dependente química, a partir do momento que a droga

começou a fazer parte do meu cotidiano. Fiz viagens alucinantes, fumei maconha misturada com

esterco de cavalo, experimentei cocaína misturada com um monte de porcaria. Eu e a galera

descobrimos que misturando cocaína com sangue o efeito ficava mais forte; aos poucos não

compartilhávamos a seringa, e sim o sangue que cada um cedia para diluir o pó. No início, a minha

mesada cobria os meus custos, porque a galera repartia e o preço era acessível. Comecei a comprar a

“branca” a R$ 7,00 o grama, mas não demorou muito para conseguir somente a R$ 15,00 e eu

precisava, no mínimo, de cinco doses diárias.

Saía na sexta-feira e retornava aos domingos com meus “novos amigos”. Às vezes a gente conseguia o

“ecstasy”, dançávamos nos “points” a noite inteira e depois farra. Meu comportamento tinha mudado

em casa; meus pais perceberam, mas no início eu disfarçava e dizia que eles não tinham nada a ver

com a minha vida. Comecei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou trocar por drogas. Aos

poucos o dinheiro foi faltando e, para conseguir grana, fazia programas com uns velhos que pagavam

bem. Sentia nojo de vender meu corpo, mas era necessário para conseguir dinheiro. Aos poucos, toda a

minha família foi se desestruturando. Fui internada diversas vezes em Clínicas de Recuperação. Meus

pais, sempre com muito amor, gastavam fortunas para tentar mudar o quadro. Quando eu saía da

clínica, agüentava alguns dias, mas logo estava me picando novamente.

Abandonei tudo: escola, bons amigos e família. Em dezembro de 1997, minha sentença de morte foi

decretada: descobri que havia contraído o vírus da AIDS, não sei se me picando ou através de relações

sexuais, muitas vezes sem camisinha. Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os

homens pagavam mais para transar sem camisinha. Aos poucos, meus valores, que só agora

reconheço, foram acabando: família, amigos, pais, religião, Deus – até Deus, tudo me parecia ridículo.

Papai e mamãe fizeram tudo, por isso nunca vou deixar de amá-los. Eles me deram o bem mais

precioso, que é a vida, e eu o joguei pelo ralo.

Estou internada, com 24 kg, horrível; não quero receber visitas, porque não podem me ver assim. Não

sei até quando sobrevivo, mas, do fundo do coração, peço aos jovens que não entrem nessa viagem

maluca... Você, com certeza, vai se arrepender, assim como eu – mas percebo que para mim é tarde

demais.

Page 3: Carta aberta aos_jovens

P á g i n a | 3

[Copyright © 2009] – Todos os direitos reservados. Kéryx Estudos Bíblicos e Teológicos � Acesse: http://www.keryxestudosbiblicos.com.br

Patrícia encontrava-se internada no Hospital Universitário de Florianópolis e relatou sua história à

enfermeira Danelise. Patrícia veio a falecer 14 horas mais tarde, de parada cardiorrespiratória, em

conseqüência da AIDS.

TODOS SOMOS RESPONSÁVEIS

Esse triste testemunho nos leva a refletir a realidade do mundo em que vivemos. O que faltou na vida

de Patrícia? Não é suficiente aos pais apenas dar dinheiro e nutrir o consumismo dos filhos. Há um

abismo na alma humana. Patrícia, como todos nós, buscava satisfação interior. Entretanto, ainda que

não queiramos reconhecer, há uma força maligna que nos arrasta para o pecado e para longe Dele.

Quantos não estão em desespero? Será que reconhecemos que também somos culpados por milhares

de jovens estarem sendo destruídos pelas drogas, prostituição e violência?

Patrícia, no final, reconheceu que jogou sua vida fora. E você, o que está fazendo com sua vida? Pode

ser que você tenha uma vida moralmente correta, no entanto há algo pior que os pecados sexuais e o

vírus da AIDS: o orgulho, que é mais terrível e devastador. O portador do vírus da AIDS tem a

oportunidade de, em seus momentos de crises, refletir sobre o verdadeiro sentido da vida e descobrir

que o Doador da vida é a “coisa que faltava”, o maior prazer que este mundo cruel nunca apresentou.

Muitas “pessoas boas” estão indo para o abismo eterno pela dureza de seus corações, por não

reconhecerem que são portadores do vírus do orgulho, que nos leva à independência de Deus.

Este folheto, com certeza, é um alerta de Deus para sua vida. A Bíblia é a Palavra de Deus e ela nos

diz que o mundo está no maligno (1 João 5.19). Ela nos alerta que o Diabo veio para roubar, matar e

destruir, enquanto o Filho de Deus, Jesus Cristo, veio para nos dar vida com abundância (João 10.10).

Não se trata de religião, mas sim de uma entrega real ao Todo-Poderoso e de ser livre dos poderes das

trevas. Trata-se de receber uma nova vida, de paz interior por encontrar a verdade que faltava.

Se você é alguém que foi vítima do vírus da AIDS ou está vivendo uma vida "livre", sem Deus, volte-

se agora mesmo para Ele. Ele o ama. Ele respeitou sua decisão por uma “vida livre” que O deixou do

lado de fora. Agora, Ele o chama. Seja livre. Volte-se para Deus e escolha ser um mensageiro da paz,

resgatando vidas dos poderes das trevas, conduzindo-as para a nova vida em Jesus. Não tenha medo.

Nada poderá impedir você de abandonar a vida velha e lançar-se nos braços abertos Daquele que foi

cravado na cruz por você. Foi para isso mesmo que Ele morreu, para comprar sua vida para Deus.

Patrícia foi mais uma vítima do poder destruidor de Satanás. Ele ilude os homens, especialmente os

jovens, através deste mundo afastado de Deus. Não seja você a próxima vítima. Abrace a nova vida

que o Pai celestial lhe oferece hoje. Desfrute de um relacionamento pessoal e verdadeiro com Ele. Seja

você também alguém que encontrou o sentido da vida e estenda suas mãos para livrar a muitos que

estão cegamente caminhando para o abismo eterno. Você também é responsável por esta missão.