Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013

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Nota da Editora A quinta edição de Cartas para Madame Austen já chegou! Espero que gostem! Madame Austen Colunista desta edição: Fanny Price! ABRIL/2013 EDIÇÃO 05 Cartas Para Madame Austen Cartas Para Madame Austen Cartas Para Madame Austen Cartas Para Madame Austen www.janeaustenbrasil.com.br Há sempre algo a dizer para consolar uma donzela desesperada ou uma senhora de respeito!

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Page 1: Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013

Nota da Editora

A quinta edição de Cartas para

Madame Austen já chegou!

Espero que gostem!

Madame Austen

Colunista desta edição: Fanny Price!

ABRIL/2013 EDIÇÃO 05

Cartas Para Madame AustenCartas Para Madame AustenCartas Para Madame AustenCartas Para Madame Austen www.janeaustenbrasil.com.br

Há sempre algo a dizer para consolar uma donzela desesperada

ou uma senhora de respeito!

Page 2: Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013

A quinta edição traz um volume com respos-

tas únicas da nossa querida Fanny Price!

Levando em consideração o tempo e a

escolha de palavras que nossa heroina

usou, decidimos publicar apenas duas

cartinhas nessa edição e fazermos uma es-

pecíe de homenagem a Fanny Price!

Muitos leitores não se ideintificam com a

heroina de Mansfield Park por ela ser muito

diferente das outras, principalmente de

Elizabeth Bennet!

As duas têm seu charme e encantos! E por

isso, decidimos colocar Fanny em destaque!

Viva a personagem que também sabe ser

uma mulher muito à frente de seu tempo!

Viva Fanny Price!

Até a próxima!

Madame Austen

Mansfield Park mostra uma heroina muito diferente

das demais!

EDITORIAL

Page 3: Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013

Querida Jane, Preciso de um auxílio. Peço que me mostre maneiras de viver bravamente. Sei que tuas heroínas são exemplo, mas é tão difícil colocar em prática... ajude-me a adotar aquela audácia e confiança no dia-a-dia, e a não fechar portas que poderiam me levar a um lugar melhor. Ajude-me a não virar as costas a qualquer homem que me olhe docemente por pensar que seria ele a me virar as costas mais cedo ou mais tarde. Dê-me um conselho para esquecer as dores do passado e a força para abrir-me às novas oportunidades da vida. Ensina-me a erguer e cabeça e me achar a mulher linda que somos todas nós. A ter ânimo para estudar, trabalhar, vencer e amar. Sempre amar. Conceda-me sua coragem, querida Jane. Sua, Anne

Querida Anne, É certo que a tentação de jamais arriscar é enorme. Ela inclusive nos provê com uma excelente justificativa perante nossa sociedade: a de que somos cuidadosas e precavidas, meninas de família respeitável o que significa que sabem dominar seus impulsos e seus desejos, se é que eles existem. Em parte essas são atribuições deveras desejadas e significam que aprendemos que é importante nos protegermos.

Por outro lado há sempre o sonho, a ilustração em nossas mentes sobre ter uma vida amorosa e familiar que responda aos nossos anseios. Sei que muitas vezes esse sonho parece não ser facilmente acessível a nós. Mas é um desejo que me parece ser o seu, e que consiste em queremos ter algo mais do que aquilo que é óbvio, do que parece pronto e seguro. Pois bem, querida Anne, há que se fazer algumas pequenas escolhas em todo nosso percurso, queira a senhorita ou não. Falo aqui de muitos tipos de escolhas e sim, entre elas, para qual cavalheiro devemos orientar nossos olhares, e nossa conversação. Em qual cavalheiro nos permitimos depositar a esperança de que brote algo mais do que amizade. Cada escolha, minha querida, tem suas consequências e é de grande auxílio contemplar a possibilidade destas - ao menos tanto quanto é possível fazê-lo do lugar onde estamos, ou seja: antes de escolher. Mas aqui preciso ser enfática com a senhorita: é de pouca ajuda se manter submissa diante da imperiosidade de escolher.

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ESQUECER AS DORES DO PASSADO

Page 4: Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013

Aqui vai a semente de meu acima requisitado conselho: se a senhorita não escolhe, outros escolherão pela senhorita. Pois se a senhorita não toma as rédeas de suas ações, estará de qualquer forma escolhendo deixar que outros – ou que o destino - de alguma forma o faça. Acredite, eu mesma já provei essa opção por um longo tempo, e deixei que outros escolhessem por mim. Parecia mais seguro e, a bem da verdade, eu não tinha muita consciência de minhas forças para lidar com os resultados. Até que me dei conta de que se tivesse que cometer erros, era melhor que cometesse os meus próprios, e não os erros de outras pessoas. Afinal, a vida pertence a mim, assim como pertencem todos os meus sucessos e os meus equívocos. Percebo que muitas de nós mulheres evitamos escolher por nós próprias para nos iludirmos de que assim estaremos protegidas, estaremos fugindo do sofrimento. Aqui segue mais uma marcação um pouco assertiva, mas necessária, minha querida Anne: muitas de nós deixamos de escolher porque não queremos assumir a responsabilidade de um possível erro, e por conseguinte, do sofrimento que disso decorre. O sofrimento é a tradução em sentidos de que somos falíveis e de que não estamos serenas diante das perguntas e dos confrontamentos que a vida nos traz. Parece mais prático deixar o outro nos escolher. Ou deixar o destino escolher por nós. Porque assim, a falibilidade pode ser atribuída a eles – e não a nós mesmas. Qual a repercussão disso em sua história, minha querida? Simples: quando a senhorita escolhe não dar uma chance a um cavalheiro com bons precedentes e boa apresentação, pode até estar se livrando de algum sofrimento, mas também estará deixando de lado a chance de realizar aquele sonho acima mencionado. A senhorita pode inclusive atribuir a ele uma falta de convencimento necessário de suas

intenções, porém poderá também estar escolhendo amargar por um bom tempo a grande dúvida sobre o que teria acontecido se não tivesse arriscado. Afinal de contas: isso também não é sofrimento? Deixe-me lhe esclarecer uma coisa. Sofrimento também é parte da vida... erros também dão a esta sua substância. E pode parecer paradoxal, mas na verdade tanto um quanto o outro nos fazem mais sábias, mais sensíveis, mais empáticas. Mais capazes de fazer novas – e melhores – escolhas. escolhido para nós. Podemos até perder algumas coisas quando escolhemos, pois essa é a essência da escolha. Porém uma coisa ganhamos por certeza: a experiência de que PODEMOS atuar sobre nossa infelicidade – a certeza de que essa infelicidade não nos é jamais imposta.

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Page 5: Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013

Não há solução: não temos como acertar sempre. Não temos como saber de antemão se um encontro vai florescer ou não. Em algum momento teremos que enfrentar nosso equívocos, e o sofrimento que advém deles. Entrementes, se somos capazes disso, somos também capazes de aprender... e quando o cavalheiro que mais se aproxima do cerne do que busca o vosso coração finalmente se aproximar, graças a essa empatia e a essa sabedoria, a senhorita saberá reconhecê-lo. Segurança e risco, minha cara Anne, apenas em suas aparências são antagônicas. Pois ao escolhermos a segurança, estamos irremediavelmente correndo um risco de maiores proporções: o de não nos tornarmos gratificados com as consequências do que foi escolhido para nós. Podemos até perder algumas coisas quando escolhemos, pois essa é a essência da escolha. Porém uma coisa ganhamos por certeza: a experiência de que PODEMOS atuar sobre nossa infelicidade – a certeza de que essa infelicidade não nos é jamais imposta. Compreendo que frequentemente é mais fácil falar sobre essa necessidade do que realmente levar a cabo sua execução. E me parece que é exatamente nesse ponto em que a senhorita se encontra presa. Todavia, a senhorita não precisa saltar de imediato dessa condição amedrontada para um estado de disponibilidade para o risco. Vá fazendo primeiro pequenas escolhas e avançando com elas conforme for percebendo o quanto aprende através delas. Um sorriso, um

flerte casual... mas vá provando, vá conhecendo o seu próprio jeito de ser, vá conhecendo como seu coração bate mais rápido no momento em que se arrisca – e depois como ele aprende e se habitua com esses pequenos riscos. Até que a senhorita se veja capaz de ver como é forte o suficiente para arcar com as consequências não desejadas, não esperadas e não prazerosas de suas escolhas... e se veja capaz de, em seguida, sacudir a poeira da estrada e seguir adiante. Não espere nada fácil nem automático – autoconfiança não se adquire com livros ou cartas de velhas senhoras... se adquire com tempo, com experiência, com coragem de viver... mas... acredite, minha querida Anne... vale a pena o empenho!!

Assinado, Fanny Price (também conhecida como uma moça de grande caráter)

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Page 6: Cartas para madame austen edição 05 abril de 2013

Olá querida Madame Austen! Muito obrigada por responder a minha dúvida anterior, a qual sua resposta me agradou imensamente. Creio que aquela não será a única vez que lhe mandarei uma carta, pois me agrada ver suas respostas. Desta vez queria dizer que estou com tanta dúvida para escolher o que quero seguir...gosto tanto de Astronomia, mas odeio certas partes de Física e temo não me dar bem na universidade por não gostar inteiramente de Física e vou precisar muito para seguir minha carreira. O que acha sobre isso? Florence Hubermann

*** Prezada Florence, escolher uma profissão não deve ser nada fácil, mesmo para moças do século XXI! Aqui pelas bandas de Mansfield Park, jamais ouvimos falar em cursos avançados, quiçá, faculdades para moças! Eu acredito que a especialização que você escolheu é muito favorável pois o homem tem observado as estrelas há vários séculos! Creio que é e será sempre um mistério para a humanidade o que temos acima de nossas cabeças! Acredito que tenho o conselho certo para você! Você menciona que tem uma certa dificuldade em certas partes da Física e que podem

comprometer seus estudos em astronomia, não é mesmo? Eu mesma aprendi muito sobre astrofísica com meu primo e agora marido Edmund Bertram! Acho que você poderia unir o útil ao agradável se encontrar um bom rapaz disposto a lhe ajudar com suas dúvidas e de quebra, quem sabe não conquista um amigo para vida toda? Ou até quem sabe, um amor? Assinado, Fanny Price (quem estuda sempre alcança)

LONGA HISTÓRIA

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Cartas Para Madame Austen

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A coluna semanal “Cartas para Madame Austen” tem o prazer de ler suas

dúvidas e responder com o maior carinho possível! Sejam todos bem vindos!

Por trás de toda essa brincadeira estão: Lady Eliza, Lady Sophie e Lady Emily.

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