CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

33
CARTI LHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS Andréa Alechandre Foster Brown Carlos Alberto Campos Kelceane Azevedo Tadeu Melo UM GUIA SIMPLIFICADO PARA A SISTEMATIZAÇÃO EM PLANILHA ELETRÔNICA DE MAPAS DE CAMPO DE ESPÉCIES FLORESTAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

Transcript of CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Page 1: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

   

REALIZAÇÃO

APOIO FINANCEIRO

THE FORD FOUNDATION Escritório do Brasil

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE Parque Zoobotânico Departamento de Ciências Agrárias

Coordenação Institucional Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós–Graduação

Fundo Brasileiro para a Biodiversidade

Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (FUNDAPE)

Secretaria de Extensão e Produção Familiar do Estado do Acre (SEAPROF)

APOIO INSTITUCIONAL

The Woods Hole Research Center (WHRC)

Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre (PESACRE)

CARTI LHA DE MAPEAMENTO DE

ESPÉCIES FLORESTAIS

Andréa Alechandre Foster Brown

Carlos Alberto Campos Kelceane Azevedo

Tadeu Melo

UM GUIA SIMPLIFICADO PARA A SISTEMATIZAÇÃO EM PLANILHA ELETRÔNICA DE

MAPAS DE CAMPO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

Page 2: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

3

CARTI LHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Andréa Alechandre Foster Brown

Carlos Alberto Campos Kelceane Azevedo

Tadeu Melo

UM GUIA SIMPLIFICADO PARA A SISTEMATIZAÇÃO EM PLANILHA ELETRÔNICA

DE MAPAS DE CAMPO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

Rio Branco- AC 2007

Page 3: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

 

Autores

Andréa Alechandre Foster Brown

Carlos Alberto Campos Kelceane Azevedo

Tadeu Melo

Diagramação Andréa Alechandre

Instituições envolvidas Universidade Federal do Acre (UFAC)

Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (FUNDAPE)

Fundação Ford (FF) Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO)

Governo do Estado do Acre/Secretaria de Extensão e Produção Familiar do Estado do Acre (SEAPROF)

Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (FUNDAPE)

Woods Hole Research Center (WHRC)

A369c ALECHANDRE, Andréa; BROWN, Foster; CAMPOS, Carlos Alberto; AZEVEDO, Kelceane; MELO, Tadeu. Cart ilha de mapeam ento de espécies florestais: um guia simplificado para a sistematização em planilha eletrônica de mapas de campo de espécies florestais. Rio Branco, AC: UFAC/PROPEG/Fundação Ford/FUNBIO, 2007. 35p.

1. Manejo sustentável - Acre, 2. Produtos florestais não madeireiros, 3. Mapeamento, I. Título.

CDU 504.03 (811.2)

Este trabalho é um dos produtos do projeto “Uso Racional dos Produtos Agroflorestais para o Bem Estar de Comunidades no Vale do Acre” coordenado pela Universidade Federal do Acre e apoiado pelo Fundo de Parcerias FUNBIO/Fundação Ford. O trabalho foi executado em parceria com o Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre – PESACRE, Secretaria de Produção do Estado do Acre (SEAPROF), e em parceria com a Associação de Certificação Socioparticipativa (ACS), Grupo de Agricultores Ecológicos do Humaitá (GAEH), Associação dos Produtores e Produtoras do Seringal Floresta e Adjacências (ASPAFA) e Associação Boa Esperança.

© ALECHANDRE, A.; BROWN, F.; CAMPOS, C. A.; AZEVEDO, K.; MELO, T. 2007. Ficha catalográfica preparada pela Biblioteca Central da Universidade Federal do Acre

37

A versão digital desta cartilha bem como arquivos de planilha eletrônica com exemplos de mapas sistematizados podem ser acessados no site: http://www.map-amazonia.net no link do Fórum no Comitê Científico do MAP

Sugestões e comentários podem ser enviados para: Andréa Alechandre e-mail: [email protected] e/ou Foster Brown e-mail: [email protected]

Correspondências para: Universidade Federal do Acre Parque Zoobotânico Campus Reitor Áulio Gélio, BR 364, Km 04 Distrito Industrial Rio Branco-AC CEP: 69.915-900

Page 4: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

O terceiro passo seria converter de graus para radianos.

Neste caso, temos que usar um fator de conversão de graus para radian0s que é PI/180 graus. Combinando este fator com a conversão acima temos a seguinte equação:

ângulo B = (90-azimute) * PI/180. (Eq. 1)

Com esta conversão estamos prontos para usar a Trigometria para calcular as mudanças em x e em y, ou x e

y. Como pode ser visto na Figura 2 e lembrando um pouco de Trigometria, ângulo B e distância R podem ser usados para calcular x e y, ou seja

x = R * cosseno (ângulo B) e (Eq. 2) y = R * seno (ângulo B). (Eq. 3)

Substituindo o valor do ângulo B nas equações (Eq. 2) e (Eq. 3), temos

x = R*cosseno ((90-azimute)* PI/180) e (Eq. 4) y = R*seno ((90-azimute)* PI/180). (Eq. 5)

Se tivermos sorte e uma leitura do GPS no primeiro ponto, podemos georreferenciar todas as coordenadas, somando os x e y em metros a leitura do GPS em x e y.

Figura 2. Triângulo retângulo

5

Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão

Governo do Estado do Acre/Secretaria de Extensão e Produção

Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa

Um requisito essencial para a comercialização de produtos não madeireiros, tais como óleo de copaíba, óleo de andiroba, frutos de açaí, frutos de patauá, sementes de jarina oriundos de florestas nativas no Brasil é a autorização do órgão ambiental competente que é dada mediante a apresentação de um documento denominado plano de manejo. Nesse documento é apresentado o que é manejado, de que forma, quanto, por quem e para que finalidade. Uma parte fundamental do plano de manejo é o mapa de localização das espécies que serão manejadas, que geralmente é muito trabalhoso e tem um alto custo. Além disso, não há ainda um método de mapeamento concessual que possa ser utilizado nas florestas tropicais amazônicas manejadas por populações tradicionais.

Nesta cartilha pretendemos contribuir com esta questão apresentando abordagens para que pessoas que trabalham em áreas de florestas tropicais possam fazer mapeamento de espécies florestais usando equipamentos sofisticados como aparelhos de GPS e até mesmo ferramentas mais simples como bússola e passos calibrados. Apresentamos também um guia prático de como fazer a documentação dos mapas de campo utilizando planilha eletrônica.

Rio Branco-AC, setembro de 2007.

APRESENTAÇÃO

Page 5: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

       

ANEXO 5. Base teórica das equações t r igonom étr icas ut ilizadas na planilha eletrônica

Quando usamos bússola e passos calibrados para fazer mapas, estamos gerando o que se chama de coordenadas que permitem a localização de coisas que são de interesse que poderiam ser colocados num mapa. Estas coordenadas de azimute e distancia são do sistema de coordenadas polares. Com um transferidor e régua é possível fazer um mapa em papel milimetrado.

Quando usamos coordenadas UTM ou de valores x e y onde valores de x aumentam para leste e y aumentam para norte, podemos plotar os objetos que queremos em papel milimetrado ou num gráfico x-y numa planilha do Excel do Microsoft Office ou de Calc do OpenOffice. UTM ou coordenadas x-y pertencem ao sistema de coordenadas cartesianas.

Para usar a planilha Excel para plotar as coordenadas geradas via bússola e passos, precisamos fazer conversão de azimute e distância para valores de x e y. Para fazer isto precisamos usar as funções de matemática seno e cosseno. Além disto precisamos converter de graus para radianos. Se isto não foi suficiente, as direções de medidas de ângulos em Excel e numa bússola são opostos e começam em lugares diferentes.

Quando o problema é complexo, as vezes é mais fácil dividir o problema em partes. Vamos reso lver como transformar o valor de azimute em graus para algo que o programa Excel possa usar em radianos. O primeiro passo vai ser ajustar o azimute com a declinação magnética.

7

1. INTRODUÇÃO .......................................................... 7

2. POR QUE MAPEAR ÁRVORES NA FLORESTA? ..................9

3. TIPOS DE MAPEAMENTO ...........................................10 3.1. RECOMENDAÇÕES PARA MAPEAR ESPÉCIES

VEGETAIS DE BAIXA DENSIDADE ..........................12 3.2. RECOMENDAÇÕES PARA MAPEAR ESPÉCIES

VEGETAIS DE ALTA DENSIDADE ...........................18

4. GUIA PRÁTICO PARA SISTEMATIZAR MAPAS DE CAMPO EM PLANILHA ELETRÔNICA — PARA ESPÉCIES DE BAIXA DENSIDADE ............................................................20

5. CONCLUSÃO ...........................................................27

6. FONTES DE PESQUISA ..............................................28

ANEXOS .....................................................................29

CONTEÚDO

Page 6: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

     

 

ANEXO 2. Mapa de ocorrência de andiroba em uma comunidade extrativista em Porto Acre, Acre. Elaboração: Christie Klimas e Julielmo Correa.

ANEXO 3. Modelos de transectos para inventário florestal. Adaptado de Alechandre (2001).

9

1. INTRODUÇÃO

Um comprador deseja adquirir 500 litros de óleo de copaíba e procura uma comunidade extrativista na Amazônia. Como as pessoas da comunidade devem proceder para responder se podem ou não atender o pedido? Para que a comunidade possa realizar a venda do produto precisa receber autorização do órgão ambiental competente, federal ou estadual, dependendo da área do manejo. Para tanto, é exigido um documento denominado plano de manejo sustentável comunitário. A comunidade precisa de apoio técnico e financeiro para a elaboração do plano. Geralmente o apoio vem de instituições governamentais ou não governamentais. A Universidade Federal do Acre, através do Parque Zoobotânico e Departamento de Ciências Agrárias apóia comunidades extrativistas no Acre na elaboração do plano de manejo bem como na capacitação de extrativistas para o mapeamento e manejo de produtos florestais não madeireiros.

Nesta cartilha apresentamos a abordagem que adotamos para o mapeamento em campo e a sistematização de espécies florestais. Desenvolvemos uma abordagem que pudesse ser aplicada na realidade amazônica que geralmente envolve extensas áreas de florestas, populações tradicionais com limitado acesso à educação formal, poucos recursos financeiros e pouco apoio técnico.

Page 7: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

6. FONTES DE PESQUISA

ALECHANDRE, Andréa; BROWN, Foster; CAMPOS, Carlos Alberto; RIGAMONTE-AZEVEDO, Cleuza; GOMES-SILVA, Daisy; OLIVEIRA, Átila. Método Rápido e de Baixo Custo para Avaliar Produtos Florestais Não Madeireiros. Rio Branco: UFAC/FUNDAÇÃO FORD/FUNBIO, 2007.

ALECHANDRE da Rocha, Andréa. Análise do Transecto- trilha: Um a Abordagem Rápida e de Baixo Custo para Avaliar Espécies Vegetais em Florestas Tropicais. UFAC/PROPEG, 2001. 77p. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais) – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Federal do Acre. Disponível em <http://www.ufac.br/e n s i n o / m e s t r a d o / m e s t _ e c o l o g i a / d i s s e r t a c o e s /AndreaSilvaAlanche.pdf>

CORRÊA, Julielmo de A.; SERRANO, Rodrigo O.P.; WADT, LÚCIA H. de O.; GOMES-SILVA, Daisy A. P. Mapeam ento de espécies florestais e cálculo de área com uso de bússola e passos calibrados ( um guia passo- a-passo). Rio Branco: Embrapa Acre, 2005. 26 p. il. (Embrapa Acre. Documentos, 93).

KAGEYAMA, P. Y.; LEPSCH-CUNHA, N.M. Singularidade da biodiversidade nos trópicos. In: Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais: avanços conceituais e revisão de novas metodologias de avaliação e monitoramento. Petrópolis: Vozes, p. 199-214, 2001.

ROHLF, F.J. & SOKAL, R.R. Stat ist ical tables. New York: W. H. Freeman and Company, 3d ed., 1995. p.88.

SERRANO, Rodrigo O. P.; BROWN, Irving Foster. Aprenda se localizar , produzir m apas e calcular área usando dados do GPS: tecnologia sim plificada dest inada a m elhoria da ut ilização dos recursos naturais em com unidades extrat ivistas e rurais na Am azônia. Rio Branco: UFAC/PZ/SETEM, 2001. 36p. i l.

11

2. POR QUE MAPEAR ÁRVORES NA FLORESTA?

O mapeamento de árvores (ou de palmeiras) na floresta é uma atividade recomendada quando se quer:

a) obter uma estimativa mais confiável de produção, que pode ser óleo, casca, sementes, frutos, resinas;

b) ter o rastreamento da origem dos produtos a fim de dar maior transparência do tipo de manejo realizado;

c) facilitar as atividades de vistoria de técnicos de órgãos ambientais e/ou de instituições certificadoras.

No Quadro 1 podemos ver uma série de questões que precisam ser respondidas quando extrativistas pretendem comercializar produtos florestais não madeireiros de forma comunitária.

Quadro 1 . Questões básicas para viabilizar a comercialização de produtos florestais não madeireiros (PFNM).

Para com ercializar um produto da floresta é preciso responder as perguntas abaixo: 1. O que tem? 2. Quanto tem? 3. Onde está? 4. Quem vai vender? 5. Para quem vender? 6. Como manejar? 7. Época de coleta? 8. Como beneficiar? 9. Como armazenar? 10. Como conseguir autorização para a venda 11. Como transportar? 12. Como se comporta o mercado (se há flutuações na

demanda do produto)?

Page 8: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

3. TIPOS DE MAPEAMENTO

Mapear as árvores ou palmeiras na floresta implica em dar sua localização para que possa ser encontrada. Isso pode ser feito utilizando diversos equipamentos ou materiais diferentes, de alto e de baixo custo, mais ou menos sofisticados. Nos nossos trabalhos de campo procuramos utilizar o que está disponível e é mais apropriado para o trabalho que se pretende fazer.

No caso de mapeamento de campo pode-se usar aparelho de GPS (Sistema de Posicionamento Global) que fornece as coordenadas geográficas de cada árvore. Os dados podem ser colocados em uma imagem de satélite georeferenciada como de Landsat ou do Google Earth. As coordenadas também podem ser plotadas em uma planilha eletrônica (veja exemplo nos Anexos 1 e 2). Os mapas assim produzidos poderão subsidiar planos de manejo, projetos de pesquisa e outros documentos.

Para subsidiar os planos de manejo de produtos florestais não madeireiros em comunidades extrativistas no estado do Acre, que abrangem milhares de famílias e milhões de hectares de florestas tropicais nativas, procuramos uma abordagem para mapeamento que pudesse ser multiplicada a um baixo custo. Para tanto utilizamos bússola (para medir a direção) e passos calibrados (para medir distância) para localizar as árvores na floresta. O GPS é utilizado apenas para localizar a sede da propriedade. Os dados de campo são coletados por pessoas treinadas da comunidade. Posteriormente os dados são sistematizados em planilha eletrônica para a produção dos mapas. No item 4 desta cartilha mostramos como lançar os dados de campo na planilha. No Quadro 2 apresentamos vantagens e limitações do uso de GPS e do uso de bússola e passos calibrados no

29

5. CONCLUSÃO

Nesta cartilha procuramos compartilhar a abordagem que utilizamos para fazer o mapeamento de árvores e palmeiras de interesse econômico em florestas tropicais nativas na Amazônia Sul-Ocidental brasileira manejadas por populações tradicionais.

Com este material pretendemos auxiliar técnico(a)s, pesquisadore(a)s, estudantes que têm, assim como nós, grandes desafios para atuarem com populações tradicionais na viabilização da produção e comercialização de produtos florestais não madeireiros: limitado conhecimento técnico-científico sobre as espécies florestais de interesse econômico; poucos recursos humanos capacitados para atuar na nossa realidade; comunidades locais com limitado acesso à educação formal de boa qualidade, poucos conseguem ler, escrever, e realizar operações matemáticas básicas; legislação ambiental inapropriada à nossa realidade. Queremos, também, incentivar nossos colegas a desenvolverem também ferramentas que sejam mais apropriadas às suas realidades.

Page 9: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

PASSO 7: Como Georeferenciar seus dados.

Para o georeferenciamento é necessário que se tenha uma coordenada obtida através de GPS, coordenada plana (UTM).

Esta coordenada deve ser conseguida de um ponto (um local da propriedade), que possa lhe fornecer o máximo de precisão: local aberto, sem vegetação, geralmente tiramos próxima a casa do produtor do lado em que foi iniciado o mapeamento com uso de bússola e passos calibrados.

Exemplo: coordenada UTM (Fuso 19 L; 532867 e 8869971). O menor valor numérico da coordenada UTM, que cresce de leste para oeste deve ser inserido no valor (0,0) de X e o maior valor numérico que cresce de norte para sul deve ser inserido no valor (0,0) de Y.

13

mapeamento de árvores em florestas tropicais nativas. Não podemos dizer que este ou aquele método é melhor ou pior. Podemos dizer sim o que é mais apropriado dependendo dos objetivos do trabalho e dos recursos disponíveis.

Quadro 2 . Vantagens e limitações de dois métodos de mapeamento de espécies florestais.

Tipo de Mapeamento Vantagens Limitações

GPS

Rapidez na coleta de dados quando há boa recepção de sinal. Rapidez na sistematização dos dados. Apresentação dos mapas atraente. Plotagem fácil com uso de um software de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Maior credibilidade associada ao alto nível de tecnologia.

Custo mais alto (GPS, computador, softwares de SIG, pessoal qualificado). Pessoal qualificado. Problemas de perda de sinal na floresta e incertezas freqüentes de localização de 10 a 40 metros.

Bússola + passos

calibrados

Pode ser feito por pessoas da comunidade. Baixo custo das atividades de campo. Fácil aprendizado.

Mapas produzidos em planilha eletrônica sem escala métrica. Credibilidade reduzida (ou desconfiança) devido ao baixo nível de tecnologia.

Page 10: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

3.1. RECOMENDAÇÕES PARA MAPEAR ESPÉCIES RARAS (BAIXA DENSIDADE)

Comentários Gerais A maior parte das espécies florestais de interesse

econômico é rara, pois possui baixa densidade com menos de um indivíduo por hectare. No Quadro 3 apresentamos uma classificação baseada na densidade de espécies arbóreas em florestas tropicais nativas.

Quadro 3 . Classificação das espécies vegetais arbóreas quanto a sua densidade em florestas tropicais, baseada em Kageyama & Lepsch-Cunha (2001).

Para a comercialização de produtos florestais é fundamental ter dados confiáveis. Isso implica em ao menos uma boa precisão da quantidade de indivíduos que serão manejados em uma área. Para saber a quantidade de indivíduos recomenda-se a realização de um levantamento (ou inventário) na floresta. Como as áreas são extensas o inventário é feito com base em amostragem utilizando-se

Grupo de espécies

Quantidade de Indivíduos

Freqüência (%)

Exemplo no Acre

Muito comum

Mais que 20/ha 15 Breu (Protium spp.)

Comum 1 a 20/ha 35 Andiroba (Carapa spp.)

Rara 1/ha a 1/10ha 35 Copaíba (Copaifera spp.)

Muito rara Menos que 1/ha

15 Mogno (Swietenia macrophylla)

27

PASSO 6: Inserindo novas seqüências de dados.

Clique em Adicionar

Seqüência 2 Formatar

Nome do Produto

Valores de Y

A janela Dados de origem

se fecha.

A planilha de dados se abre, automat icamente, n e s t e e x e m p l o , denominada de “planilha do mapeamento”. Caso ela não abra clique em sua “janela”.

Verifique se todos os valores de X estão selecionados, neste exemplo, localizados na coluna I da planilha. Caso não esteja clique na ordenada Zero (0,0) de X segure e araste até a ultima linha da coluna. Em seguida:

Clique no ícone e a janela Dados de origem se abrirá.

Coluna I (selecionada)

Faça o mesmo procedimento para os valores de Y.

Inserir Seqüência 2 para a identificação no Gráfico do produto Copaíba

Digite o nome do Produto

Valores de X

Como o gráf ico pode sair distorcido, pois o programa o faz automaticamente via max e min de X e Y, é necessário que o usuário modifique as distâncias cobrindo a mesma distância no gráfico no X e Y, modificando o X max/min e o Y max/min.

Page 11: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

PASSO 5: Formatação da área do gráfico.

I dent i f icação dos Produtos mapeados na área do gráfico:

Na barra de Menu Principal, clique em Gráfico e em seguida Dados de Origem.

Com a janela Dados de

Origem aberta, clique em Seqüência.

O primeiro produto a ser identificado são as seqüências de dados do percurso realizado

no mapeamento (trilha ou estrada de seringa), já inserido no processo de formação do gráfico.

Nome do produto Valores de X

Valores de Y

Identificação do Produto.

Neste exemplo: a seqüência esta identificada pela letra Y, para nomear o produto digite o nome do produto no primeiro espaço onde esta escrito “planilha do mapeamento”, veja na figura abaixo:

Para cada Produto a ser identificado uma Seqüência a ser Adicionada.

Digite o nome do produto neste espaço.

Clique neste ícone para inserir os valores de X.

Clique neste ícone para inserir os valores de Y.

Ao clicar no ícone de valores X ou Y a planilha dos dados para construção do gráfico se abre, mostrando as seqüências de dados selecionadas. Veja na página seguinte.

15

transectos. No Anexo 3 mostramos três modelos de transectos: convencional, cruz-de-malta ou conglomerado e trilha.

Os inventários florestais baseados em amostragem possuem várias fontes de erro, tais como erros de amostragens e erros de medições. Ignorar esses erros na manipulação dos dados de inventário pode redundar em grandes prejuízos, particularmente a empreendimentos que visem a comercialização de produtos florestais. Para entender e estimar a densidade de espécies tropicais podemos usar uma ferramenta matemática como a distribuição de Poisson, que é um modelo simples, usado para eventos raros, com distribuição espacial aleatória. No anexo 4 temos relacionados os intervalos de confiança para X (nº. de indivíduos) da distribuição de Poisson com 95% de probabilidade. Para se obter uma precisão de 35% seriam necessários amostrar ao menos 40 indivíduos, assumindo uma distribuição de Poisson. Já para uma precisão de 20% seriam necessários 100 indivíduos. Isso se a distribuição dos indivíduos da espécie amostrada na floresta for aleatória. Se a distribuição for agrupada, seria preciso um número maior ainda de indivíduos.

Por isso para o manejo de espécies raras ou muito raras recomendamos que não seja feito o inventário florestal, mas a localização dos indivíduos, pois amostrar 40 indivíduos ou mais implicaria em levantar várias dezenas ou até mesmo centenas de hectares. Recomendamos que seja feita a procura na floresta dos indivíduos da espécie de interesse e o registro de sua localização através do mapeamento com uso de bússola e passos calibrados ou GPS, o que for mais apropriado.

Para mais detalhes sobre esse assunto veja Alechandre (2001) e Alechandre et al. (2007).

Page 12: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Guia passo- a-passo para mapear espécies raras

Material utilizado: Bússola, fita métrica, prancheta, lápis, borracha,

planilha de mapeamento, plaquetas de alumínio, pregos galvanizados, martelo pequeno.

Procedimento: Para registrar a localização dos indivíduos da espécie

de interesse recomendamos as seguintes etapas: 1. Pré-mapeamento: o proprietário procura os indivíduos

adultos (que frutificam) da espécie desejada e abre uma picada (caminho na floresta onde somente o sub-bosque é aberto) ligando uma árvore à outra. É a mesma técnica usada para fazer as “estradas de seringa”.

2. Mapeamento: o mapeador que geralmente é um extrativista da comunidade que recebeu treinamento para essa atividade e o proprietário fazem a localização das árvores e da trajetória percorrida utilizando bússola (medindo o azimute em graus) e passos calibrados (estimando a distância em metros).

3. De cada árvore (indivíduo) da espécie de interesse é medida a circunferência à altura do peito (CAP) e nela é pregada uma placa de alumínio com número de identificação.

4. Para anotação do mapa de campo os mapeadores usam uma planilha conforme a apresentada na Figura 1.

5. No mapeamento é feita a identificação de cada planta a ser manejada através de uma plaqueta de alumínio. Veja no Quadro 4 a relação de material necessário para produzir plaquetas e na Figura 2 uma sugestão de como enumerá-las.

25

da planilha abaixo, célula G5 e em seguida clique na barra de fórmula e digite:

GRÁFICO: dispersão XY (dispersão com pontos de dados conectados por linhas).

PASSO 4: Construção do gráfico.

Selecione as colunas das ordenadas do gráfico a partir das letras X e Y

Selecione Seqüência em colunas, clique em Avançar.

Na barra de MENU PRINCIPAL Clique no ícone assistente de gráfico a-brindo-se a 1ª janela a

onde se escolhe o tipo de gráfico, Clique em Avançar.

Nesta janela já se pode formatar o título, eixos, linhas de grade, legenda e rótulos de dados.

T o d a s e s t a s i n f o r m a ç õ e s p o d e m s e r f or m a t a dos a partir da planilha d o G r á f i c o (melhor).

Clique em Avançar.

Última janela: sugerimos que o gráfico seja criado como uma nova planilha.

Clique em Concluir.

Page 13: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Procedimentos: 1°. Valores COSSENO: ponha o cursor na célula onde o dado vai ser gerado, no exemplo da planilha abaixo, célula F5 e em seguida clique na barra de fórmula e digite: =D5*COS((90–B5)*(PI()/180)). 2°. Valores SENO: ponha o cursor na célula onde o dado vai ser gerado, no exemplo da planilha abaixo, célula G5 e em seguida clique na barra de fórmula e digite: =D5*SEN((90 – B5)*(PI()/180)).

PASSO 3: Conversão dos valores de azimute e distância em metros para valores cosseno e seno.

Ordenadas do Gráfico XY Corresponde ao somatório do ponto ZERO do gráfico com os valores de Seno e Cosseno. Fórmula de valores de X: = I4 + F5 O valor Zero do eixo X mais o valor de cosseno.

Gráfico Valores

Copie as colunas I e J e cole os seus valores nas colunas L e M. Depois apague os números deixando apenas os da espécie de interesse.

Fórmula de valores de SENO: D5 * SEN ((90-B5) * (PI()/180))

Transformação de seno para PI radiano

Cálculo dos valores de seno no plano cartesiano

Cosseno Fórmula de valores do COSSENO: D5 * COS ((90-B5) * (PI()/180)) Transformação de cosseno para PI radiano Cálculo dos valores de cosseno no plano cartesiano

Seno

Gráfico Valores

Para usar estes dados com mapas e imagens é necessária sua correção para Norte geográfico, subtraindo o valor da declinação magnética, se for na Amazônia, do azimute. Por exemplo, 0 graus da medida da bússola (360 graus) torna-se 360 - 7 = 353 graus próximo a Rio Branco, Acre.

17

Figura 1 . Planilha para mapeamento de campo para espécies florestais de baixa densidade.

Material necessário para fazer as plaquetas: Folha de alumínio nº. 22 marcador ou numerador de 6 ou 8 mm prego de 2,5 polegadas martelo pequeno fita métrica de 150 cm Cada plaqueta pode medir 2 cm de largura por 8 cm de comprimento. Com uma folha de alumínio de 100 cm por 40 cm dá para fazer 250 plaquetas.

Quadro 4 . Material para fazer plaquetas para marcação das árvores.

Page 14: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Figura 2 . Produção artesanal de plaquetas (à esquerda); sugestão de marcação (à direita). Foto: A. Alechandre.

PPLLAANNOO DDEE MMAANNEEJJOO FFLLOORREESSTTAALL SSUUSSTTEENNTTÁÁVVEELL CCOOMMUUNNII TTÁÁRRII OO

Projeto Endereço Reserva Extrativista Chico Mendes Município

Brasiléia Requerente (associação) Responsável Técnico CREA/AC Associação de Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes de Brasiléia - AMOPREB

Presidente Associação Técnico comunitário (mapeador) Tamanho do passo

Dico Barão 80 cm Unidade Produtiva - UP

Associado Residência Comunidade Seringal Raimundo Silva Unidos Venceremos São Cristóvão

CPF: Colocação Nome da estrada de seringa RG: Alto Alegre Terra Alta

Coordenada da colocação Datum Data do mapeamento

PLANILHA MAPEAMENTO DO PRODUTO FLORESTAL

Pontos Azimute Distância em passos

Distância (m)

Número da Árvore CAP ² DAP ³ Observações

1 Residência do produtor 2 278 87 54 2,4 0,76 Jatobá 3 260 75 - - Pama 4 210 120 - - Macacauba 5 174 75 14 1,52 0,48 Mururé 6 235 37 55 1,86 0,59 Catuaba

² Circunferência à altura do peito ³ Diâmetro à altura do peito

Figura 3 . Exemplo de uma planilha de mapeamento de espécies florestais.

23

Temos, então, na célula “C5” o valor 159 (distâncias em passos) que, multiplicado pelo valor do passo calibrado do mapeador (0,72m), obtém-se a distância percorrida, em metros, que é igual a 114 m (célula D5 da planilha).

Procedimentos: 1°. Ao digitar os dados, não misturar na mesma célula, informações contendo algarismos e letras. Ex.: 10 m, sendo 10 (algarismo) m (letra). 2°. Os dados numéricos deverão ser inseridos a partir do ponto 2 (P2), linha 5 da planilha, como é mostrado no exemplo da planilha abaixo:

3°. Converter os valores de distância em “passos” para “metros”:

PASSO 2: Digitação dos dados na planilha

Pontos: estações que identificam a mudança de direção ou a localização de um produto; Azimute: direção tirada com a bússola, um ângulo a partir do norte magnético; Passos: total de passos dados pelo mapeador a cada mudança de direção (pontos).

Usar para isto a fórmula: C5 * 0,72, por exemplo, para passo calibrado de 72 cm = 0,72 m Onde: C = coluna dos valores de distância em passos 5 = linha onde se encontra os valores numéricos de distância em passos * = sinal de multiplicação

C5 = célula de valor 159 passos

Distância Distância Distância Distância

AZIMUTEAZIMUTE PASSOSPASSOS PONTOSPONTOS

Page 15: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

4 . GUI A PRÁTI CO PARA A SI STEMATI ZAÇÃO DE MAPA DE CAMPO EM PLANILHA ELETRÔNICA (EXCEL) - PARA ESPÉCIES DE BAIXA DENSIDADE PASSO 1: Formatação da planilha eletrônica. Procedimentos: 1°. A planilha eletrônica do Excel é formada por: colunas, linhas, células e barra de fórmula.

Campos de dados distribuídos por colunas na planilha eletrônica.

Barra de Fórmula

Linhas: identifi-cadas por números

Colunas: identificadas letras: A, B, C..., AA, AB...

2°. Deve-se deixar uma coluna da planilha para cada dado coletado no levantamento de campo e para cada dado a ser gerado a partir deles.

Células: Identificadas por uma letra seguida de um número, exemplo: B 9

Coluna para oColuna para o nome dosnome dos produtosprodutos

(espécies)(espécies)

Colunas para asColunas para as ordenadas que ordenadas que

IdentificamIdentificam os produtosos produtos

Colunas para inserir os dados do Colunas para inserir os dados do levantamento de campolevantamento de campo

PontosPontos

AzimuteAzimute DistânciaDistância (passos)(passos)

DistânciaDistância (metro)(metro)

Colunas de dados que serão gerados Colunas de dados que serão gerados a partir dos dados do levantamentoa partir dos dados do levantamento

de campode campo (construção do gráfico (construção do gráfico -- mapa) mapa)

19

Após o mapeamento em campo a sistematização das planilhas pode ser manual ou digital. A primeira é realizada através do uso de papel milimetrado, transferidor e régua. Os dados são colocados manualmente no papel e geram um mapa de ocorrência dos indivíduos. Ver detalhes em Corrêa et al. (2005). A forma digital consiste em lançar os dados de campo no computador, através de uma planilha eletrônica, como o Excel do Microsoft Office ou o Calc do OpenOffice de acesso livre, para então produzir um mapa. Na Figura 3 temos um exemplo de planilha eletrônica com os dados de campo e na Figura 4 um exemplo de mapa. No item 4 apresentamos um guia de como fazer essa sistematização.

Figura 4 . Exemplo de um mapa sistematizado em uma planilha eletrônica.

Page 16: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

3.2. RECOMENDAÇÕES PARA FAZER MAPEAMENTO DE ESPÉCIES COMUNS (ALTA DENSIDADE)

Fazer o mapeamento de espécies de alta densidade com uso de bússola e passos calibrados seria extremamente trabalhoso. Neste caso, recomendamos um outro método de mapeamento conforme descrito a seguir.

Guia passo- a-passo para mapear espécies comuns

1. Para esse mapeamento são necessárias duas pessoas, no mínimo. Uma exclusiva para anotação e outra para a identificação das plantas e colocação das plaquetas.

2. A escolha da área a ser mapeada deve ser feita com o dono da propriedade. A seleção é em função da maior ocorrência da espécie desejada e do acesso ao local.

3. Escolher de preferência uma picada já aberta, como trilha de caça, para servir de guia (eixo principal) no mapeamento.

4. Fazer uma marcação na trilha de 50 m em 50 m com uma tabuleta (ou fita).

5. Após a marcação deve-se fazer o mapeamento da trilha usando bússola e passos calibrados ou GPS.

6. No início da trilha de marcação deve-se olhar o sub-bosque e verificar qual a largura que dá pra fazer a contagem dos indivíduos da espécie de interesse. Geralmente é 10 m quando o sub-bosque é fechado e de 20 a 30 m quando é mais aberto.

7. As plaquetas devem ser colocadas somente nos indivíduos que forem ser manejados (de onde serão retirados frutos, por exemplo).

21

Se for açaí solteiro, por exemplo, devem ser os indivíduos adultos (os que frutificam) e que podem ser escalados. As palmeiras ocas, tortas, muito finas ou muito altas não são consideradas para a produção, e por isso não são plaqueteados. Já encontramos áreas onde o cerca de 30% dos indivíduos de açaí identificados não foram plaqueteados. A inclusão destes indivíduos no plano de manejo poderiam levar a uma superestimativa de produção. Apesar de não plaqueteados tais plantas adultas devem ser computadas para se ter uma estimativa de produção para regeneração e alimentação da fauna. No caso de plantas que serão escaladas para coleta de frutos deve-se colocar a plaqueta em um arame flexível ao redor do estipe. O arame deve ser retirado na hora da escalada, e assim não ferir o subidor, e depois da retirada dos frutos deve ser recolocado no estipe.

8. No Quadro 4 tem-se um modelo de planilha para preenchimento durante o mapeamento de espécies de alta densidade.

Quadro 4. Modelo de planilha para espécie de alta densidade.

Page 17: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

3.2. RECOMENDAÇÕES PARA FAZER MAPEAMENTO DE ESPÉCIES COMUNS (ALTA DENSIDADE)

Fazer o mapeamento de espécies de alta densidade com uso de bússola e passos calibrados seria extremamente trabalhoso. Neste caso, recomendamos um outro método de mapeamento conforme descrito a seguir.

Guia passo- a-passo para mapear espécies comuns

1. Para esse mapeamento são necessárias duas pessoas, no mínimo. Uma exclusiva para anotação e outra para a identificação das plantas e colocação das plaquetas.

2. A escolha da área a ser mapeada deve ser feita com o dono da propriedade. A seleção é em função da maior ocorrência da espécie desejada e do acesso ao local.

3. Escolher de preferência uma picada já aberta, como trilha de caça, para servir de guia (eixo principal) no mapeamento.

4. Fazer uma marcação na trilha de 50 m em 50 m com uma tabuleta (ou fita).

5. Após a marcação deve-se fazer o mapeamento da trilha usando bússola e passos calibrados ou GPS.

6. No início da trilha de marcação deve-se olhar o sub-bosque e verificar qual a largura que dá pra fazer a contagem dos indivíduos da espécie de interesse. Geralmente é 10 m quando o sub-bosque é fechado e de 20 a 30 m quando é mais aberto.

7. As plaquetas devem ser colocadas somente nos indivíduos que forem ser manejados (de onde serão retirados frutos, por exemplo).

21

Se for açaí solteiro, por exemplo, devem ser os indivíduos adultos (os que frutificam) e que podem ser escalados. As palmeiras ocas, tortas, muito finas ou muito altas não são consideradas para a produção, e por isso não são plaqueteados. Já encontramos áreas onde o cerca de 30% dos indivíduos de açaí identificados não foram plaqueteados. A inclusão destes indivíduos no plano de manejo poderiam levar a uma superestimativa de produção. Apesar de não plaqueteados tais plantas adultas devem ser computadas para se ter uma estimativa de produção para regeneração e alimentação da fauna. No caso de plantas que serão escaladas para coleta de frutos deve-se colocar a plaqueta em um arame flexível ao redor do estipe. O arame deve ser retirado na hora da escalada, e assim não ferir o subidor, e depois da retirada dos frutos deve ser recolocado no estipe.

8. No Quadro 4 tem-se um modelo de planilha para preenchimento durante o mapeamento de espécies de alta densidade.

Quadro 4. Modelo de planilha para espécie de alta densidade.

Page 18: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

4 . GUI A PRÁTI CO PARA A SI STEMATI ZAÇÃO DE MAPA DE CAMPO EM PLANILHA ELETRÔNICA (EXCEL) - PARA ESPÉCIES DE BAIXA DENSIDADE PASSO 1: Formatação da planilha eletrônica. Procedimentos: 1°. A planilha eletrônica do Excel é formada por: colunas, linhas, células e barra de fórmula.

Campos de dados distribuídos por colunas na planilha eletrônica.

Barra de Fórmula

Linhas: identifi-cadas por números

Colunas: identificadas letras: A, B, C..., AA, AB...

2°. Deve-se deixar uma coluna da planilha para cada dado coletado no levantamento de campo e para cada dado a ser gerado a partir deles.

Células: Identificadas por uma letra seguida de um número, exemplo: B 9

Coluna para oColuna para o nome dosnome dos produtosprodutos

(espécies)(espécies)

Colunas para asColunas para as ordenadas que ordenadas que

IdentificamIdentificam os produtosos produtos

Colunas para inserir os dados do Colunas para inserir os dados do levantamento de campolevantamento de campo

PontosPontos

AzimuteAzimute DistânciaDistância (passos)(passos)

DistânciaDistância (metro)(metro)

Colunas de dados que serão gerados Colunas de dados que serão gerados a partir dos dados do levantamentoa partir dos dados do levantamento

de campode campo (construção do gráfico (construção do gráfico -- mapa) mapa)

19

Após o mapeamento em campo a sistematização das planilhas pode ser manual ou digital. A primeira é realizada através do uso de papel milimetrado, transferidor e régua. Os dados são colocados manualmente no papel e geram um mapa de ocorrência dos indivíduos. Ver detalhes em Corrêa et al. (2005). A forma digital consiste em lançar os dados de campo no computador, através de uma planilha eletrônica, como o Excel do Microsoft Office ou o Calc do OpenOffice de acesso livre, para então produzir um mapa. Na Figura 3 temos um exemplo de planilha eletrônica com os dados de campo e na Figura 4 um exemplo de mapa. No item 4 apresentamos um guia de como fazer essa sistematização.

Figura 4 . Exemplo de um mapa sistematizado em uma planilha eletrônica.

Page 19: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Figura 2 . Produção artesanal de plaquetas (à esquerda); sugestão de marcação (à direita). Foto: A. Alechandre.

PPLLAANNOO DDEE MMAANNEEJJOO FFLLOORREESSTTAALL SSUUSSTTEENNTTÁÁVVEELL CCOOMMUUNNII TTÁÁRRII OO

Projeto Endereço Reserva Extrativista Chico Mendes Município

Brasiléia Requerente (associação) Responsável Técnico CREA/AC Associação de Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes de Brasiléia - AMOPREB

Presidente Associação Técnico comunitário (mapeador) Tamanho do passo

Dico Barão 80 cm Unidade Produtiva - UP

Associado Residência Comunidade Seringal Raimundo Silva Unidos Venceremos São Cristóvão

CPF: Colocação Nome da estrada de seringa RG: Alto Alegre Terra Alta

Coordenada da colocação Datum Data do mapeamento

PLANILHA MAPEAMENTO DO PRODUTO FLORESTAL

Pontos Azimute Distância em passos

Distância (m)

Número da Árvore CAP ² DAP ³ Observações

1 Residência do produtor 2 278 87 54 2,4 0,76 Jatobá 3 260 75 - - Pama 4 210 120 - - Macacauba 5 174 75 14 1,52 0,48 Mururé 6 235 37 55 1,86 0,59 Catuaba

² Circunferência à altura do peito ³ Diâmetro à altura do peito

Figura 3 . Exemplo de uma planilha de mapeamento de espécies florestais.

23

Temos, então, na célula “C5” o valor 159 (distâncias em passos) que, multiplicado pelo valor do passo calibrado do mapeador (0,72m), obtém-se a distância percorrida, em metros, que é igual a 114 m (célula D5 da planilha).

Procedimentos: 1°. Ao digitar os dados, não misturar na mesma célula, informações contendo algarismos e letras. Ex.: 10 m, sendo 10 (algarismo) m (letra). 2°. Os dados numéricos deverão ser inseridos a partir do ponto 2 (P2), linha 5 da planilha, como é mostrado no exemplo da planilha abaixo:

3°. Converter os valores de distância em “passos” para “metros”:

PASSO 2: Digitação dos dados na planilha

Pontos: estações que identificam a mudança de direção ou a localização de um produto; Azimute: direção tirada com a bússola, um ângulo a partir do norte magnético; Passos: total de passos dados pelo mapeador a cada mudança de direção (pontos).

Usar para isto a fórmula: C5 * 0,72, por exemplo, para passo calibrado de 72 cm = 0,72 m Onde: C = coluna dos valores de distância em passos 5 = linha onde se encontra os valores numéricos de distância em passos * = sinal de multiplicação

C5 = célula de valor 159 passos

Distância Distância Distância Distância

AZIMUTEAZIMUTE PASSOSPASSOS PONTOSPONTOS

Page 20: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

       

Procedimentos: 1°. Valores COSSENO: ponha o cursor na célula onde o dado vai ser gerado, no exemplo da planilha abaixo, célula F5 e em seguida clique na barra de fórmula e digite: =D5*COS((90–B5)*(PI()/180)). 2°. Valores SENO: ponha o cursor na célula onde o dado vai ser gerado, no exemplo da planilha abaixo, célula G5 e em seguida clique na barra de fórmula e digite: =D5*SEN((90 – B5)*(PI()/180)).

PASSO 3: Conversão dos valores de azimute e distância em metros para valores cosseno e seno.

Ordenadas do Gráfico XY Corresponde ao somatório do ponto ZERO do gráfico com os valores de Seno e Cosseno. Fórmula de valores de X: = I4 + F5 O valor Zero do eixo X mais o valor de cosseno.

Gráfico Valores

Copie as colunas I e J e cole os seus valores nas colunas L e M. Depois apague os números deixando apenas os da espécie de interesse.

Fórmula de valores de SENO: D5 * SEN ((90-B5) * (PI()/180))

Transformação de seno para PI radiano

Cálculo dos valores de seno no plano cartesiano

Cosseno Fórmula de valores do COSSENO: D5 * COS ((90-B5) * (PI()/180)) Transformação de cosseno para PI radiano Cálculo dos valores de cosseno no plano cartesiano

Seno

Gráfico Valores

Para usar estes dados com mapas e imagens é necessária sua correção para Norte geográfico, subtraindo o valor da declinação magnética, se for na Amazônia, do azimute. Por exemplo, 0 graus da medida da bússola (360 graus) torna-se 360 - 7 = 353 graus próximo a Rio Branco, Acre.

17

Figura 1 . Planilha para mapeamento de campo para espécies florestais de baixa densidade.

Material necessário para fazer as plaquetas: Folha de alumínio nº. 22 marcador ou numerador de 6 ou 8 mm prego de 2,5 polegadas martelo pequeno fita métrica de 150 cm Cada plaqueta pode medir 2 cm de largura por 8 cm de comprimento. Com uma folha de alumínio de 100 cm por 40 cm dá para fazer 250 plaquetas.

Quadro 4 . Material para fazer plaquetas para marcação das árvores.

Page 21: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

   

Guia passo- a-passo para mapear espécies raras

Material utilizado: Bússola, fita métrica, prancheta, lápis, borracha,

planilha de mapeamento, plaquetas de alumínio, pregos galvanizados, martelo pequeno.

Procedimento: Para registrar a localização dos indivíduos da espécie

de interesse recomendamos as seguintes etapas: 1. Pré-mapeamento: o proprietário procura os indivíduos

adultos (que frutificam) da espécie desejada e abre uma picada (caminho na floresta onde somente o sub-bosque é aberto) ligando uma árvore à outra. É a mesma técnica usada para fazer as “estradas de seringa”.

2. Mapeamento: o mapeador que geralmente é um extrativista da comunidade que recebeu treinamento para essa atividade e o proprietário fazem a localização das árvores e da trajetória percorrida utilizando bússola (medindo o azimute em graus) e passos calibrados (estimando a distância em metros).

3. De cada árvore (indivíduo) da espécie de interesse é medida a circunferência à altura do peito (CAP) e nela é pregada uma placa de alumínio com número de identificação.

4. Para anotação do mapa de campo os mapeadores usam uma planilha conforme a apresentada na Figura 1.

5. No mapeamento é feita a identificação de cada planta a ser manejada através de uma plaqueta de alumínio. Veja no Quadro 4 a relação de material necessário para produzir plaquetas e na Figura 2 uma sugestão de como enumerá-las.

25

da planilha abaixo, célula G5 e em seguida clique na barra de fórmula e digite:

GRÁFICO: dispersão XY (dispersão com pontos de dados conectados por linhas).

PASSO 4: Construção do gráfico.

Selecione as colunas das ordenadas do gráfico a partir das letras X e Y

Selecione Seqüência em colunas, clique em Avançar.

Na barra de MENU PRINCIPAL Clique no ícone assistente de gráfico a-brindo-se a 1ª janela a

onde se escolhe o tipo de gráfico, Clique em Avançar.

Nesta janela já se pode formatar o título, eixos, linhas de grade, legenda e rótulos de dados.

T o d a s e s t a s i n f o r m a ç õ e s p o d e m s e r f or m a t a dos a partir da planilha d o G r á f i c o (melhor).

Clique em Avançar.

Última janela: sugerimos que o gráfico seja criado como uma nova planilha.

Clique em Concluir.

Page 22: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

PASSO 5: Formatação da área do gráfico.

I dent i f icação dos Produtos mapeados na área do gráfico:

Na barra de Menu Principal, clique em Gráfico e em seguida Dados de Origem.

Com a janela Dados de

Origem aberta, clique em Seqüência.

O primeiro produto a ser identificado são as seqüências de dados do percurso realizado

no mapeamento (trilha ou estrada de seringa), já inserido no processo de formação do gráfico.

Nome do produto Valores de X

Valores de Y

Identificação do Produto.

Neste exemplo: a seqüência esta identificada pela letra Y, para nomear o produto digite o nome do produto no primeiro espaço onde esta escrito “planilha do mapeamento”, veja na figura abaixo:

Para cada Produto a ser identificado uma Seqüência a ser Adicionada.

Digite o nome do produto neste espaço.

Clique neste ícone para inserir os valores de X.

Clique neste ícone para inserir os valores de Y.

Ao clicar no ícone de valores X ou Y a planilha dos dados para construção do gráfico se abre, mostrando as seqüências de dados selecionadas. Veja na página seguinte.

15

transectos. No Anexo 3 mostramos três modelos de transectos: convencional, cruz-de-malta ou conglomerado e trilha.

Os inventários florestais baseados em amostragem possuem várias fontes de erro, tais como erros de amostragens e erros de medições. Ignorar esses erros na manipulação dos dados de inventário pode redundar em grandes prejuízos, particularmente a empreendimentos que visem a comercialização de produtos florestais. Para entender e estimar a densidade de espécies tropicais podemos usar uma ferramenta matemática como a distribuição de Poisson, que é um modelo simples, usado para eventos raros, com distribuição espacial aleatória. No anexo 4 temos relacionados os intervalos de confiança para X (nº. de indivíduos) da distribuição de Poisson com 95% de probabilidade. Para se obter uma precisão de 35% seriam necessários amostrar ao menos 40 indivíduos, assumindo uma distribuição de Poisson. Já para uma precisão de 20% seriam necessários 100 indivíduos. Isso se a distribuição dos indivíduos da espécie amostrada na floresta for aleatória. Se a distribuição for agrupada, seria preciso um número maior ainda de indivíduos.

Por isso para o manejo de espécies raras ou muito raras recomendamos que não seja feito o inventário florestal, mas a localização dos indivíduos, pois amostrar 40 indivíduos ou mais implicaria em levantar várias dezenas ou até mesmo centenas de hectares. Recomendamos que seja feita a procura na floresta dos indivíduos da espécie de interesse e o registro de sua localização através do mapeamento com uso de bússola e passos calibrados ou GPS, o que for mais apropriado.

Para mais detalhes sobre esse assunto veja Alechandre (2001) e Alechandre et al. (2007).

Page 23: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

3.1. RECOMENDAÇÕES PARA MAPEAR ESPÉCIES RARAS (BAIXA DENSIDADE)

Comentários Gerais A maior parte das espécies florestais de interesse

econômico é rara, pois possui baixa densidade com menos de um indivíduo por hectare. No Quadro 3 apresentamos uma classificação baseada na densidade de espécies arbóreas em florestas tropicais nativas.

Quadro 3 . Classificação das espécies vegetais arbóreas quanto a sua densidade em florestas tropicais, baseada em Kageyama & Lepsch-Cunha (2001).

Para a comercialização de produtos florestais é fundamental ter dados confiáveis. Isso implica em ao menos uma boa precisão da quantidade de indivíduos que serão manejados em uma área. Para saber a quantidade de indivíduos recomenda-se a realização de um levantamento (ou inventário) na floresta. Como as áreas são extensas o inventário é feito com base em amostragem utilizando-se

Grupo de espécies

Quantidade de Indivíduos

Freqüência (%)

Exemplo no Acre

Muito comum

Mais que 20/ha 15 Breu (Protium spp.)

Comum 1 a 20/ha 35 Andiroba (Carapa spp.)

Rara 1/ha a 1/10ha 35 Copaíba (Copaifera spp.)

Muito rara Menos que 1/ha

15 Mogno (Swietenia macrophylla)

27

PASSO 6: Inserindo novas seqüências de dados.

Clique em Adicionar

Seqüência 2 Formatar

Nome do Produto

Valores de Y

A janela Dados de origem

se fecha.

A planilha de dados se abre, automat icamente, n e s t e e x e m p l o , denominada de “planilha do mapeamento”. Caso ela não abra clique em sua “janela”.

Verifique se todos os valores de X estão selecionados, neste exemplo, localizados na coluna I da planilha. Caso não esteja clique na ordenada Zero (0,0) de X segure e araste até a ultima linha da coluna. Em seguida:

Clique no ícone e a janela Dados de origem se abrirá.

Coluna I (selecionada)

Faça o mesmo procedimento para os valores de Y.

Inserir Seqüência 2 para a identificação no Gráfico do produto Copaíba

Digite o nome do Produto

Valores de X

Como o gráf ico pode sair distorcido, pois o programa o faz automaticamente via max e min de X e Y, é necessário que o usuário modifique as distâncias cobrindo a mesma distância no gráfico no X e Y, modificando o X max/min e o Y max/min.

Page 24: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

     

PASSO 7: Como Georeferenciar seus dados.

Para o georeferenciamento é necessário que se tenha uma coordenada obtida através de GPS, coordenada plana (UTM).

Esta coordenada deve ser conseguida de um ponto (um local da propriedade), que possa lhe fornecer o máximo de precisão: local aberto, sem vegetação, geralmente tiramos próxima a casa do produtor do lado em que foi iniciado o mapeamento com uso de bússola e passos calibrados.

Exemplo: coordenada UTM (Fuso 19 L; 532867 e 8869971). O menor valor numérico da coordenada UTM, que cresce de leste para oeste deve ser inserido no valor (0,0) de X e o maior valor numérico que cresce de norte para sul deve ser inserido no valor (0,0) de Y.

13

mapeamento de árvores em florestas tropicais nativas. Não podemos dizer que este ou aquele método é melhor ou pior. Podemos dizer sim o que é mais apropriado dependendo dos objetivos do trabalho e dos recursos disponíveis.

Quadro 2 . Vantagens e limitações de dois métodos de mapeamento de espécies florestais.

Tipo de Mapeamento Vantagens Limitações

GPS

Rapidez na coleta de dados quando há boa recepção de sinal. Rapidez na sistematização dos dados. Apresentação dos mapas atraente. Plotagem fácil com uso de um software de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Maior credibilidade associada ao alto nível de tecnologia.

Custo mais alto (GPS, computador, softwares de SIG, pessoal qualificado). Pessoal qualificado. Problemas de perda de sinal na floresta e incertezas freqüentes de localização de 10 a 40 metros.

Bússola + passos

calibrados

Pode ser feito por pessoas da comunidade. Baixo custo das atividades de campo. Fácil aprendizado.

Mapas produzidos em planilha eletrônica sem escala métrica. Credibilidade reduzida (ou desconfiança) devido ao baixo nível de tecnologia.

Page 25: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

3. TIPOS DE MAPEAMENTO

Mapear as árvores ou palmeiras na floresta implica em dar sua localização para que possa ser encontrada. Isso pode ser feito utilizando diversos equipamentos ou materiais diferentes, de alto e de baixo custo, mais ou menos sofisticados. Nos nossos trabalhos de campo procuramos utilizar o que está disponível e é mais apropriado para o trabalho que se pretende fazer.

No caso de mapeamento de campo pode-se usar aparelho de GPS (Sistema de Posicionamento Global) que fornece as coordenadas geográficas de cada árvore. Os dados podem ser colocados em uma imagem de satélite georeferenciada como de Landsat ou do Google Earth. As coordenadas também podem ser plotadas em uma planilha eletrônica (veja exemplo nos Anexos 1 e 2). Os mapas assim produzidos poderão subsidiar planos de manejo, projetos de pesquisa e outros documentos.

Para subsidiar os planos de manejo de produtos florestais não madeireiros em comunidades extrativistas no estado do Acre, que abrangem milhares de famílias e milhões de hectares de florestas tropicais nativas, procuramos uma abordagem para mapeamento que pudesse ser multiplicada a um baixo custo. Para tanto utilizamos bússola (para medir a direção) e passos calibrados (para medir distância) para localizar as árvores na floresta. O GPS é utilizado apenas para localizar a sede da propriedade. Os dados de campo são coletados por pessoas treinadas da comunidade. Posteriormente os dados são sistematizados em planilha eletrônica para a produção dos mapas. No item 4 desta cartilha mostramos como lançar os dados de campo na planilha. No Quadro 2 apresentamos vantagens e limitações do uso de GPS e do uso de bússola e passos calibrados no

29

5. CONCLUSÃO

Nesta cartilha procuramos compartilhar a abordagem que utilizamos para fazer o mapeamento de árvores e palmeiras de interesse econômico em florestas tropicais nativas na Amazônia Sul-Ocidental brasileira manejadas por populações tradicionais.

Com este material pretendemos auxiliar técnico(a)s, pesquisadore(a)s, estudantes que têm, assim como nós, grandes desafios para atuarem com populações tradicionais na viabilização da produção e comercialização de produtos florestais não madeireiros: limitado conhecimento técnico-científico sobre as espécies florestais de interesse econômico; poucos recursos humanos capacitados para atuar na nossa realidade; comunidades locais com limitado acesso à educação formal de boa qualidade, poucos conseguem ler, escrever, e realizar operações matemáticas básicas; legislação ambiental inapropriada à nossa realidade. Queremos, também, incentivar nossos colegas a desenvolverem também ferramentas que sejam mais apropriadas às suas realidades.

Page 26: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

       

6. FONTES DE PESQUISA

ALECHANDRE, Andréa; BROWN, Foster; CAMPOS, Carlos Alberto; RIGAMONTE-AZEVEDO, Cleuza; GOMES-SILVA, Daisy; OLIVEIRA, Átila. Método Rápido e de Baixo Custo para Avaliar Produtos Florestais Não Madeireiros. Rio Branco: UFAC/FUNDAÇÃO FORD/FUNBIO, 2007.

ALECHANDRE da Rocha, Andréa. Análise do Transecto- trilha: Um a Abordagem Rápida e de Baixo Custo para Avaliar Espécies Vegetais em Florestas Tropicais. UFAC/PROPEG, 2001. 77p. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais) – Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Federal do Acre. Disponível em <http://www.ufac.br/e n s i n o / m e s t r a d o / m e s t _ e c o l o g i a / d i s s e r t a c o e s /AndreaSilvaAlanche.pdf>

CORRÊA, Julielmo de A.; SERRANO, Rodrigo O.P.; WADT, LÚCIA H. de O.; GOMES-SILVA, Daisy A. P. Mapeam ento de espécies florestais e cálculo de área com uso de bússola e passos calibrados ( um guia passo- a-passo). Rio Branco: Embrapa Acre, 2005. 26 p. il. (Embrapa Acre. Documentos, 93).

KAGEYAMA, P. Y.; LEPSCH-CUNHA, N.M. Singularidade da biodiversidade nos trópicos. In: Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais: avanços conceituais e revisão de novas metodologias de avaliação e monitoramento. Petrópolis: Vozes, p. 199-214, 2001.

ROHLF, F.J. & SOKAL, R.R. Stat ist ical tables. New York: W. H. Freeman and Company, 3d ed., 1995. p.88.

SERRANO, Rodrigo O. P.; BROWN, Irving Foster. Aprenda se localizar , produzir m apas e calcular área usando dados do GPS: tecnologia sim plificada dest inada a m elhoria da ut ilização dos recursos naturais em com unidades extrat ivistas e rurais na Am azônia. Rio Branco: UFAC/PZ/SETEM, 2001. 36p. i l.

11

2. POR QUE MAPEAR ÁRVORES NA FLORESTA?

O mapeamento de árvores (ou de palmeiras) na floresta é uma atividade recomendada quando se quer:

a) obter uma estimativa mais confiável de produção, que pode ser óleo, casca, sementes, frutos, resinas;

b) ter o rastreamento da origem dos produtos a fim de dar maior transparência do tipo de manejo realizado;

c) facilitar as atividades de vistoria de técnicos de órgãos ambientais e/ou de instituições certificadoras.

No Quadro 1 podemos ver uma série de questões que precisam ser respondidas quando extrativistas pretendem comercializar produtos florestais não madeireiros de forma comunitária.

Quadro 1 . Questões básicas para viabilizar a comercialização de produtos florestais não madeireiros (PFNM).

Para com ercializar um produto da floresta é preciso responder as perguntas abaixo: 1. O que tem? 2. Quanto tem? 3. Onde está? 4. Quem vai vender? 5. Para quem vender? 6. Como manejar? 7. Época de coleta? 8. Como beneficiar? 9. Como armazenar? 10. Como conseguir autorização para a venda 11. Como transportar? 12. Como se comporta o mercado (se há flutuações na

demanda do produto)?

Page 27: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

       

31

metodologias de avaliação e monitoramento. Petrópolis: Vozes,

ANEXOS

ANEXO 1. Mapa de ocorrência de castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa) numa colocação de 420 hectares na Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre. Elaboração: Rodrigo Serrano e Lúcia Wadt.

Procedimentos: 1°. Valores COSSENO: ponha o cursor na célula onde o dado vai ser gerado, no exemplo da planilha abaixo, célula F5 e em seguida clique na barra de fórmula e digite: =D5*COS((90–B5)*(PI()/180)). 2°. Valores SENO: ponha o cursor na célula onde o dado vai ser gerado, no exemplo da planilha abaixo, célula G5 e em seguida clique na barra de fórmula e digite: =D5*SEN((90 – B5)*(PI()/180)). PASSO 3: Conversão dos valores de azimute e distância em metros para valores cosseno e seno. Ordenadas do Gráfico XY Corresponde ao somatório do ponto ZERO do gráfico com os valores de Seno e Cosseno. Fórmula de valores de X: = I4 + F5 O valor Zero do eixo X mais o valor de cosseno. Gráfico Valores Copie as colunas I e J e cole os seus valores nas colunas L e M. Depois apague os números deixando apenas os da espécie de interesse. Fórmula de valores de SENO: D5 * SEN ((90-B5) * (PI()/180)) Transformação de seno para PI radiano Cálculo dos valores de seno no plano cartesiano Cosseno Fórmula de valores do COSSENO: D5 * COS ((90-B5) * (PI()/180)) Transformação de cosseno para PI radiano Cálculo dos valores de cosseno no plano cartesiano Seno Gráfico Valores Para usar estes dados com mapas e imagens é necessária sua correção para Norte geográfico, subtraindo o valor da declinação magnética, se for na Amazônia, do azimute. Por exemplo, 0 graus da medida da bússola (360 graus) torna-se 360 - 7 = 353 graus próximo a Rio Branco, Acre. 17 Figura 1. Planilha para mapeamento de campo para espécies florestais de baixa densidade. Material necessário para fazer as plaquetas: Folha de alumínio nº. 22 marcador ou numerador de 6 ou 8 mm prego de 2,5 polegadas martelo pequeno fita métrica de 150 cm Cada plaqueta pode medir 2 cm de largura por 8 cm de comprimento. Com uma folha de alumínio de 100 cm por 40 cm dá para fazer 250 plaquetas. Quadro 4. Material para fazer plaquetas para marcação das árvores.

Page 28: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

 

 

ANEXO 2. Mapa de ocorrência de andiroba em uma comunidade extrativista em Porto Acre, Acre. Elaboração: Christie Klimas e Julielmo Correa.

ANEXO 3. Modelos de transectos para inventário florestal. Adaptado de Alechandre (2001).

9

1. INTRODUÇÃO

Um comprador deseja adquirir 500 litros de óleo de copaíba e procura uma comunidade extrativista na Amazônia. Como as pessoas da comunidade devem proceder para responder se podem ou não atender o pedido? Para que a comunidade possa realizar a venda do produto precisa receber autorização do órgão ambiental competente, federal ou estadual, dependendo da área do manejo. Para tanto, é exigido um documento denominado plano de manejo sustentável comunitário. A comunidade precisa de apoio técnico e financeiro para a elaboração do plano. Geralmente o apoio vem de instituições governamentais ou não governamentais. A Universidade Federal do Acre, através do Parque Zoobotânico e Departamento de Ciências Agrárias apóia comunidades extrativistas no Acre na elaboração do plano de manejo bem como na capacitação de extrativistas para o mapeamento e manejo de produtos florestais não madeireiros.

Nesta cartilha apresentamos a abordagem que adotamos para o mapeamento em campo e a sistematização de espécies florestais. Desenvolvemos uma abordagem que pudesse ser aplicada na realidade amazônica que geralmente envolve extensas áreas de florestas, populações tradicionais com limitado acesso à educação formal, poucos recursos financeiros e pouco apoio técnico.

Page 29: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

33

ANEXO 4. Limites de confiança e a proporção entre os limites superior e inferior para a Distribuição de Poisson com 95% de probabilidade. Baseado em Rohlf & Sokal, 1995, p. 88.

X Limite inferior

Limite superior

Limite superior/ Limite inferior

0 0 3,8 indeterminado

1 0,052 5,8 110,7

2 0,3 7 20,5

3 0,8 9 10,8

4 1,3 10 7,54

5 2 12 5,99

6 3 13 5,08

7 3 14 4,36

8 4 16 4,20

9 4 17 3,88

10 5 18 3,44

15 8 25 2,82

20 13 31 2,41

25 17 37 2,20

30 21 43 2,05

40 29 54 1,88

50 38 66 1,75

60 46 77 1,67

70 55 88 1,61

80 64 100 1,56

90 73 111 1,52

100 82 123 1,50

200 171 300 1,34

Page 30: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

 

ANEXO 5. Base teórica das equações t r igonom étr icas ut ilizadas na planilha eletrônica

Quando usamos bússola e passos calibrados para fazer mapas, estamos gerando o que se chama de coordenadas que permitem a localização de coisas que são de interesse que poderiam ser colocados num mapa. Estas coordenadas de azimute e distancia são do sistema de coordenadas polares. Com um transferidor e régua é possível fazer um mapa em papel milimetrado.

Quando usamos coordenadas UTM ou de valores x e y onde valores de x aumentam para leste e y aumentam para norte, podemos plotar os objetos que queremos em papel milimetrado ou num gráfico x-y numa planilha do Excel do Microsoft Office ou de Calc do OpenOffice. UTM ou coordenadas x-y pertencem ao sistema de coordenadas cartesianas.

Para usar a planilha Excel para plotar as coordenadas geradas via bússola e passos, precisamos fazer conversão de azimute e distância para valores de x e y. Para fazer isto precisamos usar as funções de matemática seno e cosseno. Além disto precisamos converter de graus para radianos. Se isto não foi suficiente, as direções de medidas de ângulos em Excel e numa bússola são opostos e começam em lugares diferentes.

Quando o problema é complexo, as vezes é mais fácil dividir o problema em partes. Vamos reso lver como transformar o valor de azimute em graus para algo que o programa Excel possa usar em radianos. O primeiro passo vai ser ajustar o azimute com a declinação magnética.

7

1. INTRODUÇÃO .......................................................... 7

2. POR QUE MAPEAR ÁRVORES NA FLORESTA? ..................9

3. TIPOS DE MAPEAMENTO ...........................................10 3.1. RECOMENDAÇÕES PARA MAPEAR ESPÉCIES

VEGETAIS DE BAIXA DENSIDADE ..........................12 3.2. RECOMENDAÇÕES PARA MAPEAR ESPÉCIES

VEGETAIS DE ALTA DENSIDADE ...........................18

4. GUIA PRÁTICO PARA SISTEMATIZAR MAPAS DE CAMPO EM PLANILHA ELETRÔNICA — PARA ESPÉCIES DE BAIXA DENSIDADE ............................................................20

5. CONCLUSÃO ...........................................................27

6. FONTES DE PESQUISA ..............................................28

ANEXOS .....................................................................29

CONTEÚDO

Page 31: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

       

35

Na verdade, o norte magnético é somente uma aproximação do norte geográfico. Em Iquitos, Peru o norte magnético está 4o 55' oeste do norte geográfico em 2007. Em São Luís, Maranhão, esta declinação é de 20o 50'. Em Rio Branco, Acre, esta diferença é 7o 44'. No caso da Amazônia a declinação magnética é sempre ao oeste, mas o seu magnitude varia, não só no espaço mais também no tempo, alguns minutos de ângulo por ano.

O segundo passo é subtrair o azimute corrigido de 90 graus. Para verificar isto, vamos usar um azimute corrigido que vai diretamente para leste: 090 graus. No valor para Excel o valor seria (90 –

90) ou 0 para o ângulo B na Figura 1.

Como pode ser visto, isto é na direção certa. Para um azimute de 225 graus, a fórmula dá (90-225) ou – 135 graus. Também isto confirma um rumo para SW (sudoeste).

Figura 1 . Representação esquemática de medidas de azimute e de ângulo.

Page 32: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

O terceiro passo seria converter de graus para radianos.

Neste caso, temos que usar um fator de conversão de graus para radian0s que é PI/180 graus. Combinando este fator com a conversão acima temos a seguinte equação:

ângulo B = (90-azimute) * PI/180. (Eq. 1)

Com esta conversão estamos prontos para usar a Trigometria para calcular as mudanças em x e em y, ou x e

y. Como pode ser visto na Figura 2 e lembrando um pouco de Trigometria, ângulo B e distância R podem ser usados para calcular x e y, ou seja

x = R * cosseno (ângulo B) e (Eq. 2) y = R * seno (ângulo B). (Eq. 3)

Substituindo o valor do ângulo B nas equações (Eq. 2) e (Eq. 3), temos

x = R*cosseno ((90-azimute)* PI/180) e (Eq. 4) y = R*seno ((90-azimute)* PI/180). (Eq. 5)

Se tivermos sorte e uma leitura do GPS no primeiro ponto, podemos georreferenciar todas as coordenadas, somando os x e y em metros a leitura do GPS em x e y.

Figura 2. Triângulo retângulo

5

Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão

Governo do Estado do Acre/Secretaria de Extensão e Produção

Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa

Um requisito essencial para a comercialização de produtos não madeireiros, tais como óleo de copaíba, óleo de andiroba, frutos de açaí, frutos de patauá, sementes de jarina oriundos de florestas nativas no Brasil é a autorização do órgão ambiental competente que é dada mediante a apresentação de um documento denominado plano de manejo. Nesse documento é apresentado o que é manejado, de que forma, quanto, por quem e para que finalidade. Uma parte fundamental do plano de manejo é o mapa de localização das espécies que serão manejadas, que geralmente é muito trabalhoso e tem um alto custo. Além disso, não há ainda um método de mapeamento concessual que possa ser utilizado nas florestas tropicais amazônicas manejadas por populações tradicionais.

Nesta cartilha pretendemos contribuir com esta questão apresentando abordagens para que pessoas que trabalham em áreas de florestas tropicais possam fazer mapeamento de espécies florestais usando equipamentos sofisticados como aparelhos de GPS e até mesmo ferramentas mais simples como bússola e passos calibrados. Apresentamos também um guia prático de como fazer a documentação dos mapas de campo utilizando planilha eletrônica.

Rio Branco-AC, setembro de 2007.

APRESENTAÇÃO

Page 33: CARTILHA DE MAPEAMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS

   

Autores

Andréa Alechandre Foster Brown

Carlos Alberto Campos Kelceane Azevedo

Tadeu Melo

Diagramação Andréa Alechandre

Instituições envolvidas Universidade Federal do Acre (UFAC)

Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (FUNDAPE)

Fundação Ford (FF) Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO)

Governo do Estado do Acre/Secretaria de Extensão e Produção Familiar do Estado do Acre (SEAPROF)

Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (FUNDAPE)

Woods Hole Research Center (WHRC)

A369c ALECHANDRE, Andréa; BROWN, Foster; CAMPOS, Carlos Alberto; AZEVEDO, Kelceane; MELO, Tadeu. Cart ilha de mapeam ento de espécies florestais: um guia simplificado para a sistematização em planilha eletrônica de mapas de campo de espécies florestais. Rio Branco, AC: UFAC/PROPEG/Fundação Ford/FUNBIO, 2007. 35p.

1. Manejo sustentável - Acre, 2. Produtos florestais não madeireiros, 3. Mapeamento, I. Título.

CDU 504.03 (811.2)

Este trabalho é um dos produtos do projeto “Uso Racional dos Produtos Agroflorestais para o Bem Estar de Comunidades no Vale do Acre” coordenado pela Universidade Federal do Acre e apoiado pelo Fundo de Parcerias FUNBIO/Fundação Ford. O trabalho foi executado em parceria com o Grupo de Pesquisa e Extensão em Sistemas Agroflorestais do Acre – PESACRE, Secretaria de Produção do Estado do Acre (SEAPROF), e em parceria com a Associação de Certificação Socioparticipativa (ACS), Grupo de Agricultores Ecológicos do Humaitá (GAEH), Associação dos Produtores e Produtoras do Seringal Floresta e Adjacências (ASPAFA) e Associação Boa Esperança.

© ALECHANDRE, A.; BROWN, F.; CAMPOS, C. A.; AZEVEDO, K.; MELO, T. 2007. Ficha catalográfica preparada pela Biblioteca Central da Universidade Federal do Acre

37

A versão digital desta cartilha bem como arquivos de planilha eletrônica com exemplos de mapas sistematizados podem ser acessados no site: http://www.map-amazonia.net no link do Fórum no Comitê Científico do MAP

Sugestões e comentários podem ser enviados para: Andréa Alechandre e-mail: [email protected] e/ou Foster Brown e-mail: [email protected]

Correspondências para: Universidade Federal do Acre Parque Zoobotânico Campus Reitor Áulio Gélio, BR 364, Km 04 Distrito Industrial Rio Branco-AC CEP: 69.915-900