Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre...

31
Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

Transcript of Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre...

Cartilha de Orientação para a realização de

pesquisa sobre saúde docente

Conteúdo produzido pela coordenação do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria do ANDES-SN (GTSSA)

Coordenação Gestão 2016-2018Adriana Hessel DalagassaAderaldo Alexandrino de FreitasJoão Francisco Ricardo Kastner NegrãoJuliana Fiúza CislaghiSirliane de Souza PaivaLeandro Roberto Neves

Encarregado de ImprensaGiovanni Frizzo

Projeto GráficoRenata Fernandes (13743 DRT-DF)

Edição e revisãoImprensa ANDES-SN

IlustraçõesAcervo ANDES-SN

Cartilha produzida pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituiçõesde Ensino Superior - ANDES-SNSetor Comercial Sul (SCS), Quadra 2, Bloco C, Ed. Cedro II, 5º andarCEP: 70302-914, Brasília, DF.Tel.: 61 39628400Email: [email protected] | www.facebook.com/andessn | twitter.com/andessn

Expediente

Coordenação Gestão 2014-2016Alexandre Aguiar dos SantosCláudia March Frota de SouzaClodoaldo da Silveira CostaMaria Luiza DominguesMarlon Leal RodriguesSônia Maire S. Azevedo de JesusWalcyr de Oliveira Barros

Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre

saúde docente

Outubro de 2016

Brasília (DF)

Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de

Ensino Superior

Apresentação........................................................................05

Histórico do debate sobre saúde docente no ANDES-SN..........06

Sugestões de etapas para realização da pesquisa...................08

Proposta de projeto a ser adaptada de acordo com as condições para o desenvolvimento da pesquisa ......................................10

Bibliografia sugerida .............................................................16

ANEXOS:1. Instrumento de Pesquisa....................................................18 SRQ 20 de Pesquisa............................................................242. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.........................253. Formulário de Confidencialidade..........................................274. Termo de Uso Específico......................................................285. Declaração de tornar público os resultados...........................29

Sumário

5Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

Esta cartilha foi elaborada com o objetivo de orientar as Seções Sindicais do ANDES

-SN, para que possam, no interior das Instituições de Ensino Superior (IES), desenvolver a Pesquisa Sobre Saúde Docente, a partir do que vem sendo construído pelo Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Apo-sentadoria do ANDES-SN (GTSSA), e conforme aprovado nos 33º e 35º Congressos do ANDES.

Trata-se de uma pesquisa militante, mas de caráter e sustentação cientí-fica, que dependerá para a sua rea-lização, única e exclusivamente, do interesse dos docentes e da Seção Sin-dical em cada IES, de modo que os seus resultados possam contribuir para que o GTSSA/ANDES-SN, assim como cada Seção Sindical, tenha elementos mais

1. Apresentação

concretos sobre a questão do adoeci-mento docente, e assim, defina com mais precisão o plano de lutas contra a precarização e intensificação do tra-balho docente.

Ao mesmo tempo, a pesquisa pode também contribuir para estimular e fortalecer o GTSSA nas Seções Sindi-cais, estruturando-o onde não houver, como espaço para a implementação da investigação, além de estimular os docentes na elaboração de reflexões sobre o reconhecimento de situações que levam ao adoecimento docente, relativas ao processo de precarização de suas condições de trabalho. Res-salva-se que os determinantes do ado-ecimento provocado pelas condições laborais ainda são pouco conhecidos, tanto institucionalmente quanto pelos próprios docentes.

6Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

2. Histórico do debate sobre saúde docente no ANDES-SN

Em consequência da insuficiên-cia de informações e da neces-sidade do aprofundamento

da discussão sobre saúde docente, surgiu a proposta de se realizar uma pesquisa sobre a saúde docente nas IES, a ser aplicada por um instrumento de avaliação na forma de entrevista. Assim, deliberou-se no 31º Congresso do ANDES-SN, que seria feita inicial-mente uma pesquisa piloto, a ser apli-cada apenas por algumas seções sin-dicais que, na época, se dispusessem a fazê-lo.

O instrumento de investigação foi construído coletivamente, em várias reuniões e oficinas do GTSSA, e enviado às seções sindicais para apli-cação, com uma série de orientações. Desde o início, ficou claro que a pes-quisa seria importante para melhor conhecimento da realidade, mas que teria também como objetivo a tomada de consciência dos docentes a res-peito de suas condições de trabalho e do reflexo das mesmas sobre sua saúde. Apenas a Sedufsm SSind. e a Apufpr SSind. realizaram a pesquisa até o momento. Na Sedufsm SSind., o questionário foi aplicado aleatoria-mente em uma amostragem de cerca

de 10% dos docentes, constatando-se uma boa aceitação e envolvimento dos participantes. Até o momento, não se divulgou os resultados daquela pes-quisa. A Apufpr SSind. realizou a pes-quisa a partir do aprofundamento da discussão pelos militantes do GTSSA local e por membros do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva da UFPR. Para esta pesquisa, promoveu-se alte-rações no Instrumento de Investiga-ção no sentido de ampliar o campo de pesquisa, incluindo o perfil docente, a carga de trabalho, as condições dos locais de trabalho e a relação entre o trabalho e a saúde docente, sendo que as informações qualitativas e quanti-tativas obtidas ainda estão em fase de análise.

Com base na expectativa de que a Pesquisa sobre Saúde Docente fosse amplamente aplicada, o 33º Congresso do ANDES-SN aprovou a resolução de que todas as seções sindicais realizas-sem a mesma. Entretanto, o próprio GTSSA identificou que, para sua aplica-ção, seria necessário instrumentalizar as seções sindicais com procedimen-tos detalhados, referentes sobretudo ao método de trabalho, uma vez que objetiva-se uma consolidação dos

7Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

dados nacionalmente. Neste sen-tido, no 35º Congresso foi aprovada uma recomendação com uma série de orientações sobre a pesquisa de saúde docente e a realização de duas oficinais nacionais com essa temática. Foram então realizadas duas Oficinas Interregionais sobre a Pesquisa de Saúde Docente do ANDES-SN, em Curitiba (PR) e Feira de Santana (BA),

respectivamente, nas quais se aperfei-çoou o Instrumento de Investigação e se definiu a necessidade da edição de uma cartilha de orientação. A partir da publicação desta cartilha, espera-se que a pesquisa encontre um caminho fértil para o seu desenvolvimento nas seções sindicais do ANDES-SN, com a valiosa participação dos docentes que aderirem a este projeto.

8Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

a) Divulgar e debater a imple-mentação da pesquisa sobre saúde docente, submetendo-a à aprovação nas instâncias da seção sindical;

b) Compor a equipe de trabalho para a realização da pesquisa se pos-sível no GTSSA, com a participação de professores e estudantes envolvidos com o tema, militantes ou não;

c) Aprofundar o debate sobre o referencial de saúde do trabalha-dor no âmbito do GTSSA local, com a equipe formada, a partir de material bibliográfico indicado nesta cartilha;

d) Elaborar o projeto de pes-quisa sobre saúde docente específico, de acordo com as orientações desta cartilha, incluindo o Instrumento de Pesquisa do ANDES-SN (Anexo 1) e, se for considerado viável, o Self-Report Questionnaire 20 (SRQ-20) (Anexo 1);

I. Determinar o universo de professores a partir do sistema de informações da IES e estabelecer uma amostra de 15% a partir de uma estratificação de acordo com gênero (F e M), idade (de acordo com o IBGE), tipo de vínculo (efetivos e substitutos),

3. Sugestões de etapas para realização da pesquisa

regime de trabalho (20 horas, 40 horas e dedicação exclusiva), titula-ção (doutorado, mestrado e os gradu-ados e especialistas), local de trabalho e carreira (Ensino Superior e Ensino Básico, Técnico e Tecnológico). A base de dados está disponibilizada nas Pró-Reitorias de Gestão de Pessoas ou órgãos relacionados e é de acesso público, de acordo com a Lei Federal da transparência, lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.

II. Sortear, dentro da amostra, os docentes para participarem como sujeitos da pesquisa, de acordo com as estratificações citadas, de forma a garantir que a pesquisa seja represen-tativa para a IES.

III. Contatar os docentes sor-teados a partir de suas unidades de lotação.

IV. Proceder a orientação sobre a pesquisa e realizar a entrevista com o docente. Inicialmente solicitar a leitura e a assinatura no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (pág 25) e do Termo de Concordância (pág 27). O preenchimento do Instru-mento de Pesquisa deve ser efetuado pelo entrevistador.

9Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

V. Construir um banco de dados em planilha do Programa EpiInfo.

VI. Analisar os conteúdos dos dados qualitativos e quantitativos com toda a equipe de pesquisadores. Cons-truir, tendo por base os referenciais da epidemiologia crítica (BREILH, 2006), a matriz dos processos protetores e des-trutivos da saúde dos docentes da IES.

VII. Consolidar as informações do SRQ-20 e comparar os resultados com outras seções sindicais e outras categorias profissionais e espaços de trabalho.

e) Submeter o projeto, caso se julgue necessário, ao Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Huma-nos da Instituição.

f) Capacitar os entrevistadores para aplicar os instrumentos de pes-quisa, e solicitar a cada um deles a assinatura do Termo de Confidenciali-dade, do Termo de Uso Específico do Conteúdo de Informações e da Divul-gação dos Resultados (com modelos em anexo).

g) Apresentar os resultados da pesquisa sobre saúde docente à Seção Sindical e construir estratégias de lutas para a melhoria das condições de tra-balho docente.

h) Divulgar as informações da pesquisa nas instâncias da seção sin-dical, do ANDES-SN, bem como de outros sindicatos e de centrais sindi-cais, a exemplo da Revista Universi-dade e Sociedade e de outros meios de divulgação.

10Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

Pesquisa sobre Saúde de Docentes da Univer-sidade X INSTITUIÇÃO PROPONENTE:

DESCRIÇÃO DA PESQUISA

Ainda que a literatura especializada na área de saúde do trabalhador evidencie o estabelecimento de nexo entre situa-ções de adoecimento e o trabalho, assim como o aumento de casos de adoeci-mento diante do atual contexto laboral, considera-se importante a sistematiza-ção de informações específicas acerca da categoria docente do ensino superior público. Nesse sentido, entende-se que a presente pesquisa, cujos objetos de estudo são os professores da Universi-dade X, permitirá o contato com infor-mações acerca dos processos laborais e das relações interpessoais estabelecidas no ambiente de trabalho docente, além da identificação dos processos relacio-nados à saúde dessa mesma categoria. Conhecer em profundidade as relações estabelecidas entre as condições labo-rais, as relações interpessoais no trabalho e os processos de adoecimento desses

4. Proposta de projeto a ser adaptada de acordo com as condições para o desenvolvimento da pesquisa

docentes, pode permitir que medidas específicas de enfrentamento à degrada-ção do trabalho e da saúde sejam esta-belecidas pelos diferentes atores nela envolvidos (entidade de classe, núcleo de pesquisa e órgãos da administração responsáveis pela saúde dos servidores).

INTRODUÇÃO

A flexibilização e precarização do trabalho docente nas Instituições de Ensino Superior se alicerça nos funda-mentos do conjunto de transformações que vem ocorrendo no mundo trabalho, como resposta às crises cíclicas e perió-dicas do capitalismo. A flexibilização das relações de trabalho, a precarização e reorganização das atividades de ensino, pesquisa, extensão, administrativas, juntamente com a intensificação do trabalho docente, reconfiguram o devir universitário na direção da universidade produtiva, pautada na sua dependência ao ideário neoliberal (Estado mínimo para o social e máximo para o capital, e sequestro dos direitos sociais, para sua entrega à lógica de mercado). Ou seja, passando a universidade a responder às demandas produtivistas de aumen-tar a quantidade de seus serviços às

11Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

imposições do mercado, como aulas, publicações, projetos, entre outros.

Esses processos, caracterizados pela intensificação do trabalho, com a agregação de remuneração por pro-dutividade aos docentes, estabelece uma hierarquia entre os professores “empreendedores”, em direção aos interesses do mercado de um lado, e, por outro, adequando à escassez dos recursos a que são vítimas, cria-se um cenário de disputa entre os mesmos. Os processos de mudanças trazem novas exigências para os docentes, com efeitos sobre suas condições de trabalho.

Com isso, a produção acadêmica se reduz à lógica do Capital de tal forma, que a natureza do trabalho docente se transforma em trabalho despro-vido de suas propriedades específicas, intimistas e de completude, e redu-zido apenas ao tempo de trabalho estritamente “necessário”. Portanto, um produtivismo acadêmico, tomado pela quantificação como única forma de valorização da relação de trabalho docente, em detrimento da qualidade do que se produz, da inexistência de uma finalidade social, e de uma relação de prazer com a dimensão do trabalho realizado. Sobretudo, gerando consequências para a saúde dos docentes.

Nesse contexto, desde meados do início de 2000, o Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de

Aposentadoria do ANDES-SN (GTSSA), dentro das suas atribuições, tem aprofundado as discussões sobre saúde docente, intensificadas ao longo desse tempo, e que se desdo-braram nos Encontros sobre Saúde do Trabalhador do ANDES-SN, e na abertura do debate em algumas IES.

Nas discussões que se sucede-ram no âmbito do GTSSA, assim como nos encontros sobre saúde do trabalhador, constatou-se que, a exacerbação da precariedade das condições de trabalho provocadas pelas transformações do trabalho no mundo capitalista, passou a fazer parte do cotidiano da vida acadêmica. Observou-se, pelas queixas e relatos de adoecimento no trabalho feitos pelos docentes participantes, a neces-sidade de ações políticas por parte das seções sindicais e do ANDES-SN no campo da Saúde do Trabalhador, sobretudo, por conta de situações de adoecimento docente que vêm sendo acompanhadas por algumas Seções Sindicais, muitos deles relacionados a questões de saúde mental. Ademais, como também descritos em resulta-dos de diversos trabalhos científicos recentes sobre o assunto, apontando para esta mesma problemática.

A partir dessa realidade, passou-se a buscar dados e informações a res-peito de adoecimento e afastamentos relacionados ao trabalho docente nas IES, tanto em serviços voltados para a

12Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

escassez de informações específicas sobre a saúde da categoria docente.

OBJETIVOS

Objetivo Geral Analisar as relações estabelecidas

entre o processo de trabalho e a saúde docente do ensino superior.

Objetivos Específicos Investigar, enquanto determinantes

na saúde do trabalhador docente, os seguintes aspectos:

• sobrecarga de trabalho;• trabalho desprovido de

significado;• relações interpessoais de

trabalho;• condições dos ambientes de

trabalho.

REFERENCIAL TEÓRICO

Estudos apontam que há uma cres-cente degradação das condições de trabalho que causam adoecimento nos trabalhadores da educação.

E você professor universitário, como se sente?

Desde o início da década de 1990, diversas ações modificaram expres-sivamente as características das

universidades públicas brasileiras, bem como as condições de trabalho da comunidade acadêmica a elas vin-culadas. Segundo Leher (1999), as modificações nas universidades – e no Sistema de Ensino Brasileiro de modo geral – ocorreram devido ao fato de a Educação haver sido um dos eixos fun-damentais para a construção de um ideário Neoliberal de Estado Mínimo, tendo o Banco Mundial como o orga-nismo internacional responsável por impor medidas em contrapartida a financiamentos, ou seja, a movimen-tação do fundo público.

Frente a tais exigências, as univer-sidades passaram por mudanças que padronizaram e massificaram os pro-cessos administrativos e pedagógicos, para diminuir o investimento estatal e maximizar a eficácia dos recursos humanos e de infraestrutura. O iní-cio desse processo de reconfiguração da estrutura universitária ocorreu no Governo Collor/Itamar (1990-1994), com medidas fragmentadas, inten-sificadas nos mandatos de Cardoso (1994-2002). Foi nesse período que o ensino superior brasileiro sofreu suas mais expressivas modificações, inicial-mente com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, marcada por novos mecanismos de avaliação e criação de novos formatos institucionais.

Segundo Cunha (2003), houve uma “intensificação da privatização no perí-odo, assim como um deslocamento

13Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

As universidades públicas, em fun-ção da defasagem salarial e da falta crônica de recursos, privatizaram-se internamente, com a venda de servi-ços para complementação salarial e a captação de recursos para custeio e infraestrutura, no qual o docente passa a ter um papel de ‘empreen-dedor’ (LÉDA, 2006). Na pós-gradu-ação ,passaram a ser implantados mecanismos de avaliação e de cer-tificação dos programas, baseados quase que exclusivamente em dados quantitativos, sobretudo de produção de artigos científicos, multiplicados e monetarizados (mercado da publica-ção). Este processo não sofreu altera-ções significativas de direção com o Governo Lula (2003-2010). Muito pelo contrário, suas políticas para a educa-ção superior avançaram na situação, sendo realizadas de duas maneiras: concessão de isenções fiscais signifi-cativas para as instituições privadas e, nas instituições públicas, introdução de elementos de gestão flexível.

Referente à política mais geral de educação, o Governo Lula acenou para o estabelecimento de contra-tos que garantiam contratações de servidores e ofereciam recursos para infraestrutura, sob a condição do aumento significativo de vagas discentes, altas taxas de aprovação de alunos e aumento da proporção estudante/professor. Apesar do cum-primento das condições por parte das universidades, a contrapartida

em recursos necessários à expansão gerada não ocorreu. No governo Dilma (2011-2016) a situação de pre-cariedade foi aprofundada através de diversas iniciativas: aumentou a possibilidade de contratação de docentes via Organizações Sociais (OS); continuou com a privatização dos hospitais universitários (iniciada no governo Lula), alterando regime de trabalho e condições por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hos-pitalares - EBSERH; aplicou medidas de ajuste fiscal atacando os direitos trabalhistas; aplicou severos cortes de recursos para a manutenção das universidades e aprofundou a deses-truturação da carreira docente. E por fim, elaborou o Projeto de Lei Com-plementar - PLP 257/2016, em discus-são no Congresso Nacional quando da edição dessa cartilha, que amplia mais ainda a retirada dos direitos trabalhistas e achatam os salários, resultando em um grande retrocesso para a carreira docente e tornando a vida mais difícil para todos os traba-lhadores de modo geral, inclusive os docentes.

Assim, a nova configuração do ensino superior público federal levou o ambiente de trabalho à uma grave situação de precarização, afetando direta e indiretamente o cotidiano de trabalho dos docentes. A despeito de qualquer possibilidade de melho-ria anunciada, o que viu-se na reali-dade foi: (i) adoção de um ‘modelo

14Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

toyotista’ de organização e gestão do trabalho de pesquisa e pós-gra-duação; (ii) condições degradadas de ensino, com turmas superlotadas, falta de laboratórios adequados e insuficiência de salas de ensino e de trabalho para os docentes; (iii) com-petitividade e individualismo inten-sos entre os docentes, para garantir recursos em um ambiente de escas-sez de investimentos; (iv) aumento da carga de atividades administrativas e burocráticas, devido à falta de ser-vidores técnico-administrativos; (v) baixa remuneração e carreira pouco atrativa para os jovens pesquisadores; (vi) perda de autonomia e de criativi-dade, fruto da fragmentação e racio-nalização do trabalho (LÉDA 2006; BOSI, 2007).

Como consequências destes efei-tos, condições deletérias passam a marcar o cenário docente: I. Precariza-ção das condições de trabalho, devido ao aumento do número de estudantes não ter sido acompanhado da amplia-ção da estrutura física e do suporte financeiro necessário; II. Sobrecarga de trabalho, uma vez que o número de vagas docentes é proporcionalmente muito inferior ao aumento de vagas discentes (Esta sobrecarga também se deve ao aumento das atividades administrativas ou burocráticas); III. Transformação da pesquisa científica em mercadoria, com a imposição de índices quantitativos de produtividade para que o docente mantenha-se

vinculado aos programas de pós-gra-duação; IV. Degradação das relações entre companheiros de trabalho, fruto também da competitividade e do individualismo. V. Precarização do ensino brasileiro, de uma forma geral, em todos os níveis.

Alinhados a este horizonte de pre-ocupações, Estudos como os de CON-TAIFER et al., 2003; ARAÚJO et al., 2005; CRUZ & LEMOS, 2005; LEMOS, 2005; BIANCHETTI & MACHADO, 2007; EMILIANO, 2008; LANDINI, 2008; SERVILHA & PEREIRA, 2008; LIMA & LIMA FILHO, 2009; LEITE, 2011; SANTANA, 2011; BORSOI, 2012, explicitam que as modificações no processo de trabalho apontadas acima são os principais fatores cola-boradores para aumento de casos de adoecimento entre os docentes uni-versitários, inclusive em um grande processo de psicossomatização. Citam-se, por exemplo, disfunções vocais, cardiovasculares, respira-tórias e gastrointestinais, Câncer, alterações de humor, Síndrome de Burnout, Transtorno de Pânico e Epi-sódios de Depressão e de Melanco-lia, Estresse, esquecimento, insônia, entre outros (CONTAIFER et al., 2003; ARAÚJO et al., 2005; CRUZ & LEMOS, 2005; LEMOS, 2005; BIANCHETTI & MACHADO, 2007; EMILIANO, 2008; LANDINI, 2008; SERVILHA & PEREIRA, 2008; LIMA & LIMA FILHO, 2009; LEITE, 2011; SANTANA, 2011; BOR-SOI, 2012).

15Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

HIPÓTESES:

Existe adoecimento do professor como consequência das determina-ções sociais e, particularmente, das transformações do trabalho docen-te nas IES.

RESULTADOS ESPERADOS

Identificar a determinação social entre o adoecimento e as condições e relações de trabalho em docen-tes de ensino superior. Divulgar os resultados da pesquisa entre os docentes da instituição. Estabelecer o sindicato como espaço de acolhi-mento e discussão dos problemas de adoecimento dos docentes.

ANÁLISE CRÍTICA DE RISCOS E BENEFÍCIOS

O questionário poderá exigir a explanação sobre questões pessoais relacionadas ao processo de traba-lho como professor, bem como sobre relações interpessoais no ambiente de trabalho. As mesmas podem, em certa medida, causar constrangimento e/ou desconforto.

Os benefícios esperados com essa pesquisa são:

(i) o conhecimento do processo e das relações de trabalho docente;

(ii) a identificação dos processos relacionados à saúde dos professores;

(iii) contribuir para o levantamento de informações que subsidiem as lutas para a melhoria das condições de tra-balho e saúde docente.

SUBMISSÃO DA PESQUI-SA AO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SE-RES HUMANOS

Quanto à observância de submeter ou não a pesquisa ao Comitê de Ética, ficará a cargo de cada Seção Sindical. Caso se considere a submissão do pro-jeto ao Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da Institui-ção, deve-se observar pontos em geral solicitados, como: Termo de Consen-timento Livre e Esclarecido, Termo de Confidencialidade (dos aplicadores); Declaração de publicização dos resul-tados; Declaração de Uso Específico do material e/ou dados coletados, análise de mérito (por docente pesquisador) e Declaração da Concordância da seção sindical para a realização da pesquisa.

CRONOGRAMA DA PES-QUISA

Esta é uma pesquisa que pode ser realizada em um ano. Entretanto,

16Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

esse prazo dependerá do número de docentes da instituição, das condições de realização da pesquisa e, enquanto pesquisa militante e sindical, não pos-sui restrições de tempo de conclusão. Os seus resultados devem contri-buir para a formulação de políticas de enfrentamento, tanto em âmbito local onde os sujeitos desenvolvem suas ações, quanto em âmbito do ANDES-SN.

17Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

ARAÚJO, Tânia Maria de; et al. Mal-estar docente: avaliação de condições de trabalho e saúde em uma instituição de ensino superior. Revista Baiana de Saúde Pública, Salvador, v 29, n. 1, p. 6-21. Jan./Jun., 2005.

BIANCHETTI, Lucídio.; MACHADO, Ana Maria Netto. “Reféns da produtivi-dade”: sobre produção do conhecimento, saúde dos pesquisadores e inten-sificação do trabalho na pós-graduação. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPEd, 30., 2007, Caxambu. Anais... Caxambu: ANPEd, 2007. Disponível em: http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/trabalhos/GT09-3503--Int.pdf. Acesso em: 28 de janeiro de 2012.

BORSOI, Izabel Cristina Ferreira. Trabalho e produtivismo: saúde e modo de vida de docentes de instituições públicas de ensino superior (aceito para publicação). Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. São Paulo, 2012.

BOSI, A. de P. A precarização do trabalho docente nas instituições de ensino superior do Brasil nesses últimos 25 anos. Educação e Sociedade. v.28, n.101, p.1503-1523. Set./Dez. 2007.

BREILH, J. Epidemiologia crítica: ciência emancipadora e interculturalidade. Rio de Janeiro: editora fiocruz; 2006. 317 pp.

CONTAIFER, Tatiana Rodrigues Corrêa; et al. Estresse em professores uni-versitários da área de saúde. Revista Gaúcha de Enfermagem. Porto Alegre, v. 24, n. 2, p. 215-225. Ago., 2003.

CRUZ, Roberto Moraes; LEMOS, Jadir Camargo. Atividade docente, condições de trabalho e processos de saúde. Motrivivência. Florianópolis, v. 24, ano XVII, p. 59-80. Jun./2005.

EMILIANO, Norma. Sociabilidades e adoecimento nas universidades: a saúde do trabalhador na Universidade Federal Fluminense. 2008. 154 f. Dissertação

Bibliografia sugerida

18Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

(Mestrado em Política Social do Departamento de Serviço Social) - Universidade Federal Fluminense, Niterói. Orientador: Profa. Dra. Suely Gomes Costa.

GARDENAL, Isabel. Por que os professores adoecem? Jornal da Unicamp. Campinas, Ano XXIV, nº 447, 9 a 22 de novembro de 2009.

LANDINI, Sônia Regina. Professor: trabalho e psiquismo. Revista Teoria e Prática da Educação. Maringá, v.11, n.3, p. 298-308. Set./Dez., 2008. LEDA, D. B. Trabalho docente no Ensino Superior sob o contexto das relações sociais capitalistas. IN: SILVA Jr, J. R.; OLIVEIRA, J. F. de; MANCEBO, D.. Reforma Universitária: dimensões e perspectivas. Campinas: Editora Alínea, 2006.

LEHER, R. Um novo senhor da Educação? A política educacional do Banco Mundial para a periferia do Capitalismo. Outubro. v.1, n.3, p.19-30, 1999.

LEITE, Janete Luzia As transformações no mundo do trabalho, reforma univer-

sitária e seus rebatimentos na saúde dos docentes universitários. Universidade e Sociedade. Brasília, n. 48, ano XXI, p. 84-96, jul., 2011.

LEMOS, Jadir Camargo. Carga psíquica no trabalho e processos de saúde em pro-fessores universitários. 2005. 147 f. Tese (Doutorado do Centro Tecnológico. Programa de pós-graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Cata-rina, Florianópolis. Orientador: Prof. Dr. Roberto Moraes Cruz.

LIMA, Maria de Fátima Evangelista Mendonça; LIMA-FILHO, Dario de Oliveira. Con-dições de trabalho e saúde do/a professor/a universitário/a. Ciências & Cognição. Rio de Janeiro, v. 14, ano 3, 2009. Disponível em: . Acesso em: 19 de março de 2012.

SANTANA, Otacílio Antunes. Docentes de pós-graduação: grupo de risco de doen-ças cardiovasculares. Acta Scientiarum Education. Maringá, v.33, n. 2, p. 219-226, 2011.

SERVILHA, Emilse Aparecida Merlin; PEREIRA, Pamela Manchado. Condições de

trabalho, saúde e voz em professores universitários. Revista Ciências Médicas. Cam-pinas, v. 17, ano 1, p. 21-31, Jan./Fev.2008.

19Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

Proposta de Instrumento de Avaliação a ser empregado na Pesquisa Piloto do ANDES-SN sobre a Saúde Docente nas IES

1. Dados Pessoais• Idade:___anos• Sexo: ( ) M ( ) F • Estado Civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) Viúvo(a) ( ) Separado(a) ( ) Outros• Tem filhos? ( ) Quantos?• Mora só? ( ) Se acompanhado, com quantas pessoas? ___

2. Formação profissional• Grau de escolaridade:( ) graduação ( / ) aperfeiçoamento ( / ) especialização ( / ) mestrado ( /

) doutorado ( / ) pós-doutorado C=completo; EC=em curso / CA=com afastamento; AS=sem afastamento

3. Atuação na Universidade• Tempo de trabalho na universidade: ____• Carreira na Universidade: ( ) Ensino Superior ( ) EBTT ( ) Outra• Regime de trabalho:( ) 20 horas ( ) 40 horas ( ) Dedicação Exclusiva ( ) Horista ( ) Outro Qual?• Tipo de vínculo:( ) RJU ( ) CLT • Já passou por estágio probatório ( ) Sim ( ) Não • É sindicalizado(a)? ( ) S ( ) N• Nº de horas-aula por semana: ( ) graduação ( ) pós-graduação

20Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

• N° de disciplinas que ministra por semestre: ( ) graduação ( ) pós-graduação

• N° médio de alunos por turma ( ) graduação ( ) pós-graduação• N° de orientandos:total ( ) estágio ( ) monitoria ( ) iniciação científica ( ) extensão ( )especialização ( ) mestrado ( ) doutorado ( ) pós-doutorado ( )• N° médio de horas semanais dedicadas a: Aulas ( ) Preparo de aulas ( ) Pesquisa ( ) Extensão ( ) Administração ( ) Turnos em que você trabalha efetivamente: • Manhã ( ) Tarde ( ) Noite ( )• Seu horário de trabalho extrapola o tempo de seu contrato na

universidadeS ( ) N ( )• Em que área do conhecimento você trabalha?

4. Atuação de representação

Com afastamento Sem afastamentoSindical Politica Órgãos de classe Outras

5. Situação Salarial• O seu salário como professor satisfaz as suas necessidades? S ( ) N ( )• O seu salário valoriza o seu trabalho? S ( ) N ( )• Você tem bolsa de complementação salarial? S ( ) N ( )• Você tem outra atividade remunerada? S ( ) N ( )

6. Condições de Trabalho, Relações no Trabalho e Saúde• As suas condições de trabalho são adequadas? S ( ) N ( )• Você considera suas condições de trabalho precarizadas? S ( ) N ( )

21Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

• Se sim, em que?• Você tem materiais suficientes e adequados para realizar o seu trabalho?S ( ) N ( )• Se não, quais? • Sente-se reconhecido em seu local de trabalho?sempre ( ) frequentemente ( ) ocasionalmente ( ) nunca ( )• Sente que tem autonomia para realizar o seu trabalho?• Suas condições de trabalho são salubres ou insalubres? S ( ) N ( )Que elementos trazem insalubridade ao seu trabalho?• Suas condições de trabalho são seguras ou perigosas? S ( ) N ( )Que elementos trazem periculosidade ao seu trabalho?• O que lhe dá prazer em seu trabalho? • Quais são as situações penosas em seu trabalho?• Você recebe gratificação por insalubridade? S ( ) N ( ) em que grau? baixo ( ) médio ( ) alto ( )• Você recebe gratificação por periculosidade? S ( ) N ( )em que grau? Baixo ( ) médio ( ) alto ( )• Considera que suas condições de trabalho insalubres e ou perigosas

devem ter retribuição financeira? S ( ) N ( )Você considera que tem equipamentos suficientes e adequados para realizar

o seu trabalho S ( ) N ( )Sente que tem autonomia para realizar o seu trabalho S ( ) N ( )• Considera que suas condições/processo de trabalho afetam a sua saúde? S ( ) N ( )• Você tem se auto-medicado para superar condições adversas no

trabalho?sempre ( ) frequentemente ( ) ocasionalmente ( ) nunca ( )• Seu ambiente de trabalho possibilita as suas atividades de rotina? S ( ) N ( )• Você se sente pressionado por metas de produtividade S ( ) N ( )• Você considera estas metas abusivas S ( ) N ( )• Você tem tempo para estudar na universidade? S ( ) N ( )• Você tem local adequado para estudar fora da universidade? S ( ) N ( )

22Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

• As relações interpessoais no seu trabalho são adequadas? S ( ) N ( )• Como considera suas relações com:pares( ) chefias( ) alunos( ) comunidade( ) servidores técnico-administrativos( )O=ótimas, MB=muito boas, B=boas, RZ=razoáveis, R=ruins, P=péssimas• Considera que é vitima de:Assédio moral ( ) Perseguições frequentes ( ) Violência no trabalho ( )Discriminação ( ) Exclusão ( )• Sente-se reconhecido em seu local de trabalho? S ( ) N ( )• As relações interpessoais no seu trabalho afetam a sua saúde? S ( ) N ( )

7. Situação de saúde autoreferida e utilização de serviços de saúde• Como você classifica seu nível de satisfação no trabalho? Péssimo ( ) Ruim ( ) Razoável ( ) Bom ( ) Muito bom ( ) Ótimo ( )• Como você se sente em geral ao ir para o trabalho:Desanimado ( ) Animado/Entusiasmado ( ) Indiferente ( )• O que o gratifica na sua vida profissional?• O que o incomoda na sua vida profissional? • Qual o sentido do seu trabalho? (máximo de 100 caracteres)• Como está sua saúde?Péssima ( ) Ruim ( ) Razoável ( ) Boa ( ) Muito boa ( ) Ótima ( )• Existindo, qual o seu histórico de doenças? descontrole emocional por estresse ( ) depressão ( ) doenças genéticas ( )infecções em geral ( ) problemas respiratórios ( ) diabetes ( ) hipertensão ( )hiperlipidemias ( ) infarto do miocárdio ( ) acidente vascular cerebral ( ) pro-

blemas gastro-intestinais ( ) quadros oncológicos – câncer ( ) alergias ( ) pro-blemas músculo-esqueléticos ( ) problemas auto-imunes ( ) outras ( ) Quais?

• Quais são seus cuidados com a saúde?• Quando doente você procura atendimento em que tipo de serviço: Público ( ) Privado ( ) • Você tem plano de saúde? S ( ) N ( ) • Você está em tratamento medicamentoso? S ( ) N ( )• Em caso afirmativo, que categoria de medicamento(s)?

23Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

Analgésicos( ) Antihipertensivos ( ) Hipoglicemiantes ( ) Anticolesterêmicos ( )

Antitriglicerolêmicos ( ) Antiácidos ( ) Psicoativos ( ) Quimioterápicos ( )Antibióticos ( ) Antinflamatórios ( ) Antihistamínicos ( ) homeopáticos ( )fitoterápicos ( ) Opoterápicos (vitaminas) ( ) outros ( ) Quais?• Você procura atividades que possam auxiliar na promoção de sua

saúde? S ( ) N ( ) Em caso positivo, quais:• Pratica atividades fora do trabalho? S ( ) N ( )Em caso positivo, quais:lazer ( ) culturais ( ) políticas ( ) sindicais ( ) religiosas ( ) outras ( )• Considera que o tempo disponível seria suficiente para fazê-lo? S ( )

N ( )• Em relação aos seus hábitos alimentares: você come: pouco ( ) normal ( ) muito ( )• Quantas refeições você faz por dia?• Faz dieta alimentar especial? S ( ) N ( ) Que tipo?• Em relação ao seu peso corporal se considera:Muito magro(a) ( ) Normal ( ) Com sobrepeso ( ) Obeso(a) ( )

8. Condições de Trabalho e Saúde • Na sua instituição existe discussão sobre as questões de adoecimento

docente?• Na sua instituição, como são tratadas as questões de adoecimento dos

professores?• Sua instituição oferece algum tipo de suporte em caso de doença de

seus servidores?• Existe algum tipo de investigação quanto a possíveis causas decorrentes

do trabalho?• Há um setor responsável pela saúde do trabalhador? • Em caso de emergência, sua universidade oferece recursos para aten-

dimento a esta situação?

24Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

9. Trabalho e saúde docente • No seu local de trabalho, há consciência acerca da possibilidade de

adoecimento do professor em decorrência de suas condições de trabalho?• Nesse sentido, dê o seu depoimento.Nota: Em relação à avaliação qualitativa se deverá sistematizar depoimentos

mais detalhados de professores.

25Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

SRQ (SELF-REPORT QUESTIONNAIRE) – QUESTIONÁRIO DE AUTO RELATORESPONDA ÀS SEGUINTES PERGUNTAS A RESPEITO DA SUA SAÚDE:1. Tem dores de cabeça frequentes? ….......................................... [ ] SIM [ ] NÃO2. Tem falta de apetite? …............................................................... [ ] SIM [ ] NÃO3. Dorme mal? …................................................................................ [ ] SIM [ ] NÃO4. Assusta-se com facilidade? ...........................................................[ ] SIM [ ] NÃO5. Tem tremores de mão? …............................................................. [ ] SIM [ ] NÃO6. Sente-se nervoso(a), tenso(a) ou preocupado(a)? …..................[ ] SIM [ ] NÃO7. Tem má digestão? …...................................................................... [ ] SIM [ ] NÃO8. Tem dificuldade para pensar com clareza? …............................. [ ] SIM [ ] NÃO9. Tem se sentido triste ultimamente? …........................................ [ ] SIM [ ] NÃO10. Tem chorado mais do que de costume? …............................... [ ] SIM [ ] NÃO11. Encontra dificuldades para realizar com satisfação suas atividades diárias?.

[ ] SIM [ ] NÃO12. Tem dificuldades para tomar decisões? …................................ [ ] SIM [ ] NÃO13. Tem dificuldades no serviço (seu trabalho é penoso, causa sofrimento)?

[ ] SIM [ ] NÃO14. É incapaz de desempenhar um papel útil em sua vida? …....... [ ] SIM [ ] NÃO15. Tem perdido o interesse pelas coisas? …....................................[ ] SIM [ ] NÃO16. Sente-se uma pessoa inútil, sem préstimo? ............................ [ ] SIM [ ] NÃO17. Tem tido ideias de acabar com a vida? …................................... [ ] SIM [ ] NÃO18. Sente-se cansado(a) o tempo todo? …...................................... [ ] SIM [ ] NÃO19. Tem sensações desagradáveis no estômago? …...................... [ ] SIM [ ] NÃO20. Cansa-se com facilidade? …....................................................... [ ] SIM [ ] NÃO

26Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDOVocê está sendo convidado a participar de um estudo intitulado “Pesquisa

sobre saúde de docentes em Instituições de Ensino Superior”, realizado pelo Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN) , em parceria com a ____________________. O objetivo desta pesquisa é levantar infor-mações a respeito das condições de trabalho, das relações estabelecidas através deste e sobre a saúde de docentes de Instituições de Ensino Superior, com o intuito de subsidiar lutas para melhoria do que se refere ao trabalho docente e a saúde deste trabalhador.

a) Caso você participe da pesquisa, será necessário o preenchimento de ques-tionário com duração de aproximadamente 1h.

b) Para tanto a aplicação será realizada _________________________.c) O questionário poderá exigir a explanação sobre questões pessoais

relacionadas ao processo de trabalho como professor da UFPR, bem como sobre relações interpessoais no ambiente de trabalho. As mesmas podem, em certa medida, causar constrangimento e/ou desconforto. Nessas situações, o professor pode solicitar maiores esclarecimentos ao aplicador do instrumento, ou então, aos pesquisadores responsáveis, abaixo identificados. Caso o constrangimento e/ou desconforto persistirem, o professor pode se negar a responder a(s) per-gunta(s) sem nenhum prejuízo de sua participação no restante da pesquisa.

d) Os benefícios esperados com essa pesquisa são:1. O conhecimento dos processos e das relações de trabalho docente

estabelecidos nas Instituições de Ensino Superior.2. A identificação dos processos relacionados à saúde dos professores em

Instituições de Ensino Superior.3. Contribuir para o levantamento de informações que subsidiem as lutaspara a melhoria das condições de trabalho e saúde docente.e) Os pesquisadores , telefones

27Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

MODELO

e-mail: , responsáveis por este estudo poderão ser contatados nos telefones e e-mails acima para esclarecer eventuais dúvidas que você possa ter e fornecer-lhe as informações que queira, antes, durante ou depois de encer-rado o estudo.

Eu,_________________________________ li esse termo de consen-timento e compreendi a natureza e objetivo do estudo do qual concordei em participar. A explicação que recebi menciona os riscos e benefícios. Eu entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento sem justificar minha decisão e sem que esta decisão me traga qualquer prejuízo.

Eu concordo voluntariamente em participar deste estudo.

Local, XX de xx de 20xx.

____________________________________xxx

____________________________________xxxx

____________________________________xxx

28Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE

Os pesquisadores, abaixo firmados, asseguram que o caráter anônimo dos professores será mantido e que suas identidades serão protegidas.

Os pesquisadores manterão um registro de inclusão dos professores de maneira sigilosa, contendo códigos, nomes e endereços para uso próprio, e os formulários de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinados pelos professores serão mantidos pelo pesquisador em confidência estrita, juntos em um único arquivo.

Local, XX de xx de 20xx.

____________________________________xxx

____________________________________xxxx

____________________________________xxx

MODELO

29Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

DECLARAÇÃO DE USO ESPECÍFICO DO MATERIAL E/OU DADOS COLETADOS

Declaramos que os dados coletados serão de uso específico para o desen-volvimento da pesquisa em questão.

Local, XX de xx de 20xx.

____________________________________xxx

____________________________________xxxx

____________________________________xxx

____________________________________

MODELO

30Cartilha de Orientação para a realização de pesquisa sobre saúde docente

DECLARAÇÃO DE TORNAR PÚBLICOS OS RESULTADOS

Nós, (NOME DOS COORDENADORES DA PESQUISA, matrículas na (NOME DA UNIVERSIDADE) nº XXXXX e nº XXXXX, respectivamente, e demais pesquisadores abaixo, autores da “Pesquisa sobre saúde de docentes da (NOME DA UNIVERSI-DADE)”, a ser realizada no período de XXX a XXXX, declaro que, de acordo com as práticas editoriais e éticas, serão publicados os resultados da pesquisa em revistas científicas específicas, ou apresentados em reuniões científicas, congres-sos, jornadas etc., independentemente dos resultados serem favoráveis ou não.

MODELO

Sindicato Nacional Dos Docentes Das Instituições De Ensino Superior