Cartilha EPE - Riomais20(1)
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A matriz energética brasileira é
exemplo mundial de desenvolvi-
mento com baixo carbono. O
Brasil é a sexta economia do
mundo e apenas o 18º no ran-
king das nações quanto às e-
missões de gases de efeito es-
tufa devidas à produção e ao
uso da energia. Em 2009, as
emissões alcançaram 338 mi-
lhões de toneladas de CO2,
menos de 1,2% do total mundi-
al de 30 bilhões.
A intensidade de carbono na
economia relacionada ao setor
energético é uma medida de
sua qualidade ambiental. Em
2005, este indicador foi de
0,16 kgCO2/US$ [2011], metade
da média mundial de 0,33. As
emissões per capita, uma medi-
da de equidade da contribuição
dos povos para as mudanças
climáticas, foram inferiores a 2
toneladas de CO2/hab, enquan-
to a média mundial supera 4
toneladas.
Esses números refletem u-
ma história de sucesso na pro-
moção de energias renováveis.
Desde os anos 1970, o Brasil
cresceu, em média, 4% ao ano
e o consumo de energia, 3,3%.
Nesse período, a proporção de
renováveis na matriz energética
manteve-se sempre acima de
40%. Em 2011, 44% da energia
ofertada (272,3 milhões de to-
neladas equivalentes de petró-
leo) aos mais de 193 milhões
de habitantes do país foram
provenientes de origem renová-
vel, sendo a energia hidráulica
e a biomassa as principais fon-
tes.
As projeções para 2020 e as
providências que vêm sendo
tomadas indicam que a matriz
energética brasileira manterá
essa elevada proporção de re-
nováveis. Mesmo considerando
um crescimento da renda per
capita de quase 50% em 10
anos, pretende-se que a intensi-
dade de carbono na economia
mantenha-se a mesma de
2005. Ou seja, agora e no futu-
ro, desenvolvimento sustentado
com baixa emissão de carbono.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA
ENERGY RESEARCH OFFICE
DESENVOLVIMENTO COM BA IXA EMISSÃO DE CARBONO
BRASIL : RENOVÁVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO BRAZIL : RENEWABLES FOR DEVELOPMENT
L OW - C A R B ON D E V E L O PM EN T
Brazilian energy matrix is a world reference for low carbon development pathways. Despite being the 6th largest economy in the world, Brazil is the 18th country in energy sector emissions ranking. In 2009, Brazil emitted 338 MtCO2, less than 1.2%
of world total emissions.
Economy carbon intensity due to energy sector, a measure of its environmental
quality, amounts to 0.16 kg CO2/US$ [2011], one half of world average. Per capita emissions, a measure of countries contribution to climate changes, was below 2 tCO2/inhab while the world average is greater
than 4 tCO2/inhab.
These figures show the successful Brazilian history in promoting renewables. In the last 40 years Brazilian economic growth was 4% per year, while energy consumption expanded 3.3% per year. Renewables share in Brazilian energy matrix remained always above 40%. In 2011, 44% of total primary energy supply (272.3 million toe) came from renewables, hydro and biomass
being the main sources.
Forecasts for 2020, supported by measures underway, point to an energy matrix which will keep a high share of renewables. Even with a GDP per capita expansion of almost 50% in the next 10 years, it is expected that carbon intensity of economy will remain in the same level as 2005. In a nutshell, sustained development
under low CO2 emissions.
Empresa de Pesquisa Energética - EPE, uma empresa do Ministér io de Minas e Energia Energy Research Off ice - EPE, an inst i tut ion of the Ministry of Mines and Energy
URL: http://www.epe.gov.br | Escritório Central: Av. Rio Branco, n.º 01 – 11º Andar — CEP 20090-003 - Rio de Janeiro – RJ
E-mail: [email protected]
Apesar de ser a sexta
economia do mundo, o
Brasil responde por
apenas 1,2% das
emissões de CO2
devidas à produção e ao
uso da energia
Despite being the 6th
largest economy in the
world, Brazil is
responsible for less than
1.2% of world total
CO2 emissions due to
energy sector
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Brasi l : Renováveis para o Desenvolvimento Brazi l : Renewables for Development
Eficiência energética é um dos mais importantes ins-trumentos da estratégia brasileira para reduzir o consumo de energia e as emissões antrópicas dos
gases de efeito estufa.
Dentre as iniciativas nacionais nesta área des-tacam-se o Programa Bra-sileiro de Etiquetagem (PBE) e os programas vol-tados a promover o uso eficiente da eletricidade (PROCEL) e do gás e dos combustíveis (CONPET). Outro marco relevante é a lei de eficiência energéti-ca, que estabelece níveis
mínimos compulsórios de eficiência energética para uma gama de produtos comercializados no país, como motores e outros
equipamentos.
Estima-se que, nos pró-
ximos 10 anos, as iniciati-
vas em eficiência energética
contribuam para evitar e-
missões de 174 milhões de
toneladas de CO2 no país.
Com a meta de reduzir 10%
do consumo de eletricidade
projetado para 2030, o país
evitará emissões de 454
milhões de toneladas de
CO2 até esse ano.
T H E R O L E O F E N E R G Y
E F F I C I E N C Y I N T H E B R A Z I L I A N L O W
C A R B O N D E V E L O P M E N T
Energy efficiency policies play an important role in helping Brazil to achieve reductions in energy consumption as well
as in related GHG emissions.
In this sense, it is worthwhile to highlight the Brazilian Labelling Program (PBE), the Electricity Conservation National Program (PROCEL) and the Oil Derivatives and Natural Gas Conservation National Program (CONPET). Also important is the so-called “law of energy efficiency”, establishing minimum energy efficiency standards for products in Brazil, such as motors and other
equipments.
Along the next ten years, energy efficiency will contribute to avoid emissions of 174 million tCO2. For the long term, the 2030 national energy efficiency goal of 10% in electricity demand savings will contribute to avoid 454 million tCO2 of cumulative
emissions.
Emissões evitadas pelas
ações de eficiência energética
até 2020 equivalem ao
total das emissões do
transporte rodoviário
em 2011
CONTR IBU IÇÃO DA EF IC IÊNC IA ENERGÉT ICA AO DESENVOLV IMENTO BRAS ILE IRO COM BA IXO CARBONO
Avoided emissions due to
energy efficiency policies up
to 2020 are equivalent to
2011 road transportation
total emissions
Empresa de Pesquisa Energética - EPE, uma empresa do Ministér io de Minas e Energia Energy Research Off ice -EPE, an inst i tut ion of the Ministry of Mines and Energy
Emissões ev i tadas por ações de e f ic iência energét ica (MtCO 2) Energy e f f ic iency avoided emiss ions
200
300
400
500
600
700
2011 2016
Em
issõ
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tota
is (M
tCO
2-e
q)
Tota
l em
issi
on
s
Emissões evitadas no período (2011-2020): 174 MtCO2
Cumulative avoided emissions (2011-2020)
2020
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86% 56%
70%62%
46%
14% 44%
30%
38%
54%
1013
19
31
54
1980 1990 2000 2010 2020
Não Renovável (Non Renewable) Renovável (Renewable)
2,83
2,46
2,66
2,53
2,24
2,00
2,25
2,50
2,75
3,00
1980 1990 2000 2010 2020
Brasi l : Renováveis para o Desenvolvimento Brazi l : Renewables for Development
ETANOL : SOLUÇÃO RENOVÁVEL PARA O SETOR TRANSPORTE
Brasi l : Renováveis para o Desenvolvimento Brazi l : Renewables for Development
Brazilian transport matrix is about 20%. This
figure also takes into account biodiesel con-
sumption, supported by Biodiesel Supply and
Consumption National Program (PNPB),
which establishes a mandatory mix to
mineral oil. Keeping this renewable profile in
Brazilian transportation matrix is a big
challenge and a 30% biofuels share in
transportation matrix consumption is
expected by 2020. In the light vehicles fleet,
ethanol share could overcome 50% in 2020.
Encouraging ethanol consumption in Brazil
began in 70’s after the first oil crisis, in order to
mitigate Brazil’s exposure to international oil
prices and reducing oil imports dependence.
Since then, switching from gasoline to ethanol
has strongly contributed to reduce GHG
emissions in Brazilian transportation sector. In
1970-2010 period, ethanol consumption
substituted about 250 billion liters of gasoline
and avoided emissions of almost 550 MtCO2.
Currently, the share of renewable fuels in the
In 2020, ethanol
could meet more than
50% of energy
demand of light
vehicles fleet
O incentivo à expansão do etanol na matriz
energética brasileira teve início nos anos 1970,
após a primeira crise do petróleo. Visava, en-
tão, à redução da dependência do Brasil às im-
portações de energia e da exposição do país às
variações do preço internacional do petróleo.
Desde então, o etanol, em substituição à gasoli-
na, vem aumentando sua participação na matriz
de transportes, permitindo também redução da
intensidade de emissões de gases de efeito es-
tufa. Até 2010, o consumo de etanol represen-
tou a substituição de aproximadamente 250
bilhões de litros de gasolina, evitando-se emis-
sões de 550 milhões de toneladas de CO2.
Atualmente, a participação de combustíveis
renováveis na matriz de trans-
portes é de cerca de 20%. A-
lém do etanol, há também a
contribuição do biodiesel. O
Brasil trabalha para manter sua
política de incentivo ao uso de
biocombustíveis em sua matriz
de transportes. As perspectivas
são de que essa participação
aumente para cerca de 30% até
2020. Na frota de veículos
leves, a participação do etanol
pode ultrapassar 50% em
2020.
Em 2020, o
etanol poderá
atender mais da
metade da
demanda
energética da
frota de veículos
leves
Empresa de Pesquisa Energética—EPE, uma empresa do Ministér io de Minas e Energia Energy Research Off ice -EPE, an inst i tut ion of the Ministry of Mines and Energy
Fonte/source: EPE, 2011
Fonte/source: EPE, 2011
Consumo f ina l de energia em veículos leves (Mtoe) Final consumpt ion—light vehic l es
E TH ANO L : R E N EW A B L E S O L U T I ON F O R T R AN S P O R T A T I O N S E C T O R
Setor t ranspor tes : emissões de gases de e fe i to es tufa GHG emiss ions—transportation ( tCO 2 eq/toe)
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SETOR ELÉTR ICO : EXEMPLO DE PRODUÇÃO RENOVÁVEL Cerca de 87% da energia elétrica gerada no Brasil provem de fontes renováveis. A maior participação é da hidreletricidade, que responde
por 81% da geração.
O Brasil é um dos países que me-nos emite gases de efeito estufa na produção de energia elétrica. Em 2009, enquanto a média mundial de emissões foi de 500 gCO2/kWh, no Brasil esse indicador foi de apenas 64 gCO2/kWh. Em 2011, as emis-sões brasileiras na produção de energia elétrica não ultrapas-saram 30 milhões de
toneladas de CO2.
Nos próximos anos, a energia hidráulica permanecerá sendo elemento-chave da estratégia de expansão da oferta de energia elétrica. Estão em construção grandes usinas, com destaque para Santo Antonio (3.150 MW) e Jirau (3.300 MW), ambas no rio Ma-deira, e Belo Monte (11.233 MW), no rio Xingu, todos na bacia Amazô-
nica.
Centrais eólicas e a biomassa da cana também contribuem para a “renovabilidade” da matriz de ener-gia elétrica brasileira. Essas fontes
vêm crescendo muito de importância como reflexo de políticas públicas voltadas para sua inserção na ma-triz. Nos últimos três anos foram viabilizados 6.800 MW de eólicas nos leilões para expansão da oferta no Sistema Interligado Nacional, sig-nificando ampliar, até 2015, em 7,5 vezes a capacidade instalada em
2010.
Os estudos do planejamento da
expansão do sistema realizados pela
EPE (os mais recentes
são o Plano Decenal de
Expansão de Energia —
PDE 2020 e o Plano
Nacional de Energia —
PNE 2030) indicam que
será mantida a propor-
ção das fontes renová-
veis na produção de
energia elétrica nas pró-
ximas décadas, mesmo
com algum declínio
relativo da hidreletrici-
dade.
Estima-se que, nos próximos 10
anos, as emissões evitadas na geração
de energia elétrica no Brasil a partir de
fontes renováveis acumulem 500 mi-
lhões de toneladas de CO2, valor supe-
rior ao total emitido no país em 2011
na produção e uso de todo o tipo de
energia (396 milhões de toneladas de
CO2eq).
Brasi l : Renováveis para o Desenvolvimento Brazi l : Renewables for Development
Brasi l : Renováveis para o Desenvolvimento Brazi l : Renewables for Development
P O W E R S E C T O R : A R E F E R E N C E O F
R E N E W A B L E P R O D U C T I O N
Empresa de Pesquisa Energética - EPE, uma empresa do Ministér io de Minas e Energia Energy Research Off ice - EPE, an inst i tut ion of the Ministry of Mines and Energy
About 87% of power generation in
Brazil comes from renewable sources.
The largest share comes from
hydropower, which answers for 81% of
total power generation. Brazil is one of
the lowest greenhouse gases emitter
countries as far as power production is
concerned. In 2009, while world
average emissions were 500 gCO2/kWh,
Brazil recorded just 64 gCO2/kWh, a
very low emission level per unit of power
generation.
In the next years, hydropower will continue playing a key role in the Brazilian power sector expansion strategy. There are under construction large hydro plants, as Santo Antonio (3,150MW) and Jirau (3,300MW), in the Madeira river, and Belo Monte (11,233MW), in the Xingu river, all of
them in the Amazon basin.
Wind and biomass also contribute to renewability of Brazilian power matrix. These renewable sources are showing high growth rates, a result of public policies focused on increasing the share of these sources in the power matrix. In the last 3 years, 6,800 MW were hired at power auctions, which will multiply wind installed capacity by
7.5 up to 2015.
The Ten Year Energy Plan and the National Energy Plan (PDE 2020 and PNE 2030) indicate it is possible to keep renewables share in power
generation along the coming decades.
As a result, over the next decade,
expected avoided emissions due to power
generation from renewable sources will
be about 500 MtCO2. This is greater than
all GHG emission due to production and
use of energy in 2011 (estimated at 396
MtCO2).
Por conta da
hidreletricidade o Brasil
emite apenas 64g de CO2
para cada kWh produzido,
enquanto a média mundial
é de 500g
Due to hydropower, Brazilian CO2
emissions is only 64g for each kWh
produced, while average world is 500g
Emissões de GEE na geração de elet r icidade (gCO 2/kWh) Elec tri c i ty CO2 emission
500
64,1
63,9
0 150 300 450 600
World 2009
Brazil 2009
Brazil 2020
grammes CO2/kWh
Fontes/sources: IEA, 2011; EPE, 2011