Cartografia Web Literária

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Literatura na Web

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Redes Literárias

N o quadro da contemporaneidade as possibilidades apresentam-se desafiadoras para a capacidade

humana ao tentar se apropriar do conhecimento, que a conectividade agora aproxima.

A cultura se alimenta assim, da tensão gerada por este dinamismo propagado pelas redes virtuais, que alteram a maneira de ler e ver, de modo que os textos e as imagens existem à medida que o leitor ou o espectador intervém ou os reinterpreta, como menciona Néstor Canclini.

É sobre esta seara que o SESC São Paulo acredita que a arte se constitui, ao disseminar sensibilidade e conhecimento. Por meio de um abrangente trabalho de integração de idéias e de reflexões, lida com temas, por vezes não estabelecidos, como o alcance da possível sociabilidade tecnológica, que envolve, sobretudo, a democratização do acesso à informação. Para tanto, desenvolve, no SESC Consolação, o projeto Cartografia Web Literária, uma vertente do projeto Cartografia Literária.

No universo expandido, o projeto Cartografia Web Literária, que se integra à programação da Bienal do Livro de São Paulo, propõe uma série de encontros, debates, leituras e apresentações sobre o tema, a partir do mapeamento realizado sobre a produção de oito Estados brasileiros: Rio de Janeiro, Pará, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraíba, Ceará, Pernambuco e Bahia.

Assim, serão feitos percursos de narrativas que se associam a um aspecto global, mas com características muito próprias, geradas pelo prazer - que resiste - em conjugar criação e leitura.

Danilo Santos de MirandaDiretor Regional do SESC São Paulo

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Vivenciamos um momento no qual novas maneiras de pensar e de conviver estão

sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática. Essa constatação, feita pelo filósofo e pesquisador Pierre Lévy, se tornou uma urgente realidade com o advento da Web e a facilitação ao acesso à Internet.

Nada mais pode prescindir da Web. As Artes e a Cultura em geral, e, especificamente a Literatura, já não podem virar as costas para a Web e suas ferramentas de criação e interação.

A Web chega como um suporte potencial de troca e já desbanca grandes corporações de informação e editoras; descentraliza o acesso do público a obras e questionamentos literários - que antes só poderiam ser acessados via grandes editoras, com esquemas empresariais de distribuição nacional - e órgãos da imprensa com seu jornalismo cultural respondendo a grandes interesses.

Há informações que circulando apenas pela Internet já pressionam políticas e governos. Geram novas posturas culturais. Um novo mundo, quem sabe admirável, está sendo criado por esta geração que já domina a linguagem e ferramentas da Web como se fossem um novo abecedário.

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Todo grande momento histórico como esse precisa ser pensado e analisado enquanto os rumos ainda estão incertos e os ganhos (e perdas) não foram contabilizados.

Para discutir este momento histórico propomos este ano o Cartografia Web Literária: uma reflexão sobre os rumos da Literatura com o advento da Web. Os rumos dos conteúdos culturais e de informações em época de faça-você-mesmo.

As várias mesas de discussão e apresentações durante a semana do Cartografia contarão com uma parcela bem representativa dos protagonistas e mentores deste processo no Brasil. Profissionais, pesquisadores, editores, escritores, blogueiros, artistas multimídia, webdesigners, acadêmicos, pesquisadores na área de web arte, performers, poetas multimeios, músicos, professores, internautas e o público em geral estarão trocando experiências, questionando e repensando o próprio fazer (a poiésis) deste momento tão instigante.

Equipe de programação(SESC Consolação)

Edson Cruz(Portal Cronópios)

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Era Nova

A web veio para ficar. Um dos seus maiores trunfos é a ausência de barreiras

alfandegárias. O recorte da distribuição dos textos não é mais geográfico, mas lingüístico. Com os programas de inclusão digital patrocinados pelas empresas e pelos governos, o acesso à web tende a se tornar tão generalizado quanto a instrução básica. Já agora, o baixo custo da publicação, a facilidade do acesso à informação, a mensurabilidade da resposta dos leitores, a precisão dos mecanismos de pesquisa e a voracidade por novos conteúdos que caracterizam a web têm causado impacto na produção, na circulação e no consumo de textos literários. Uma grande massa de textos invade as caixas postais e transborda de blogs, listas de discussão e sites pessoais. A vida literária experimenta uma nova era: grupos, revistas, fofocas, rivalidades, polêmicas, o marketing dos amigos, o automarketing — tudo se projeta fácil e eficientemente no hiperespaço. Constroem-se identidades literárias puramente virtuais. O plágio corre solto. Nasce a “erudição de internet”, na criação como na crítica. Modas e autores surgem e somem como bolhas. Ao mesmo tempo, a web ocupa o lugar deixado vago ou recusado pela mídia impressa ou

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pela TV: um grande poeta dá uma entrevista a um site e uma geração inteira pode ouvir e ver o que já não se ouve nem se vê na televisão, nem nos grandes veículos da imprensa de massa; poemas notáveis e textos críticos de peso aparecem já primeiro no espaço virtual para só depois conhecerem o gosto do papel; romances e poemas de autores de várias épocas se oferecem gratuitamente em várias línguas; textos críticos do passado ficam ao alcance dos dedos; tradutores on-line facilitam a leitura dos estrangeiros.

Como, frente a essa enorme multiplicidade de facetas e eventos, não pensar seriamente o significado da web para o presente e para o futuro da literatura? E, sobretudo, como ter uma opinião simples e unívoca? Como ser apenas eufórico, face a uma mudança cujas conseqüências podem ser terríveis para o mundo da cultura, tal como o conhecemos? Como, em suma, relegar a urgência dessa reflexão, em nome da nostalgia de um tempo em que o mundo da cultura era de papel, de pedra e de tinta? Não há retorno. Este texto mesmo nasceu para a web e nela vai circular em primeira mão.

Paulo FranchettiProf. Dr. no Departamento de

Teoria Literária da UNICAMP

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Nada de muito novo sob o sol

A creditando que a terceira revolução industrial — a microeletrônica — veio

modificar, por completo, não apenas o universo das comunicações, mas o campo das artes, aí incluída a arte da palavra, muitos excelentes espíritos têm sublinhado a ruptura epistemológica determinada pelas escrituras que se processam hoje no meio digital e no ambiente da rede. Enfatiza-se, de um lado, e na linha de partida, o caráter não-seqüencial, nômade, interativo, imersivo dos sistemas gerados no computador e, principalmente, na web; de outro lado, e na linha de chegada, tudo o que emerge disso como nova subjetividade, novas relações de intersubjetividade, de sociabilidade, de legibilidade.

Foi o que sempre pensou um pioneiro dos es-tudos sobre a cibercultura, Pierre Lévy, para quem os hipertextos - esses blocos de informações conecta-dos por meio de elos ou links, capazes de permitirem aos navegadores que se movam livremente aí dentro - nos colocam diante de uma nova máquina de ler, que faz de cada freqüentador um editor em poten-cial e redireciona os paradigmas que balizavam as antigas formas de produção de discursos. Note-se como tudo nestas palavras de Lévy alude a uma revi-ravolta radical. Trata-se de um novo texto que é uma máquina de leitura em aberto, feita para um leitor que é um editor, vale dizer, um novo leitor, agora às voltas com paradigmas discursivos redirecionados, quer dizer, com novos paradigmas.

É verdade que a gramática desse tipo de nave-gação, que, dada a onipresença dos computadores, está hoje em nossa experiência cotidiana — nossas

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leituras do jornal, nossa troca de mensagens as mais corriqueiras, nossas compras, até mesmo nossas pesquisas, que agora se fazem na wikepedia — já não corresponde àquilo que conhecíamos anteriormente em matéria de textos. E se as coisas já são assim no plano da comunicação mais corriqueira, que dizer dos hipertextos quando nas mãos dos artistas? Como não ceder à tentação de pensar que a cibercultura faz ca-ducar as antigas práticas letradas, aí incluídos todos os avanços das modernidades oitocentistas e novecentis-tas, eclipsadas por esses frames poéticos que agora se transmitem livre e aleatoriamente entre máquinas? E se os futurismos de todas as colorações já depositavam a esperança que sabemos nas máquinas, acreditando que elas estavam fundando não apenas uma nova arte, mas um novo mundo, como não entender a vibração de todos esses que já não vêem mais nem as artes contemporâneas nem o nosso futuro separados do avanço tecnológico?

Num belo livro sobre o assunto, tão sério quanto ponderado, Antonio Risério sublinha que as artes sempre dependeram dos meios disponíveis em seus tempos, e que não há inscrição sem tecnologia. Da argila ao papiro, do papel à prensa de Gutenberg, da máquina datilográfica ao processador de texto, cada técnica, em seu tempo, afetou sensivelmente a inscrição, ele escreve. E traz as próprias vanguardas poéticas a campo para confirmá-lo. Lembra, por exemplo, que Maiakovski, aludindo com ironia aos instrumentos necessários ao poeta, costumava dizer que, para exercer seu ofício, quem escreve precisa de três coisas: bicicleta, papel e lápis.

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São palavras de sabedoria que ecoam velhas lições, não apenas de Walter Benjamin, que tanto se interessou pela correlação entre a arte e a técnica, sem reduzir uma coisa à outra, mas de um Wilém Flusser, cujas reflexões sobre as marcas impostas pelas diferentes tecnologias sobre os diferentes sistemas de representação são hoje cada vez mais respeitadas. Participando dessa tradição crítica, o grande mérito do trabalho de Risério está no cuidado constante que ele tem de somar à força das mídias a força dos criadores, que é a parte geralmente esquecida na maioria dos atuais debates sobre poesia digital. Mas que não deveria ser esquecida, se continuar sendo verdade que, em artes, o diferencial é o artista.

Assim, ele se dá pressa em notar que, antropo-logicamente, não há diferença fundamental entre o poeta que aciona a tecnologia do grafite, o poeta que se serve dos tipos móveis que remontam à galáxia gutenberguiana e o poeta que manipula computado-res. Mais adiante, Augusto de Campos lhe oferecerá uma boa prova disso. Evocando poemas seus feitos em parceria com Julio Plaza, originalmente perten-centes ao álbum Caixa Preta (1975), título capturado no terreno da cibernética, Risério vai nos mostrar como, estando ainda longe da computação gráfica, que o absorveria futuramente, Augusto já realizava, nesses idos, uma tal operação de desliteralização do texto poético que essas criações já pulsam, já entram em movimento, ainda que possam estar presas à di-mensão da escrita.

Sem querer incorrer na tecnofobia dos intelec-tuais que torcem o nariz para tudo o que extrapola a cultura do livro, mas admitindo, ao contrário, que tudo

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o que temos presenciado, em termos de revoluções literárias, desde que nos pusemos a falar em “hiper-mídias” e “hiperxtextos” — palavras superlativas que parecem magnificar e assim fetichizar as máquinas — comporta, de fato, um inegável deslocamento das práticas conhecidas de escritura e leitura, o que é pre-ciso dizer é que é essa dimensão antropológica que interessa. Na verdade, há dimensões não apenas an-tropológicas, mas filosóficas, implicadas nas mutações tecnológicas ora em curso. E tudo isso junto convoca ainda a história.

Os gregos da era clássica distinguiam a “tech-nê” da “episteme”, isto é, grosso modo, as artesanias, as engenharias, de que não separavam as artes, do conhecimento. Se quisermos seguir a pista dos gre-gos, há um certo plano para além do tecnológico, um certo campo transcendental, a considerar, quando se fala de literatura e, principalmente, de poesia, ainda que os gregos não a apreciassem, porque não a viam como modo de conhecimento, aliás, supremo, como fazemos nós. Assim, se a infopoesia de um Augusto de Campos é excelente, é que, antes de ser poesia feita no computador, essa é uma arte da palavra feita por Augusto de Campos!

Diante das perpetrações poéticas, das prosas hipertextuais, do colecionamento de informações, do florescimento de edições on line, de tudo, enfim, que as novas mídias estão possibilitando, outros dizem, por sua vez, que vivemos, hoje em dia, uma nova Renascença.

Não é o que pensam — no entanto — alguns estraga-festa cujas vozes vêm se somar à de Ted Nelson, o hippye que, há meio século, formulou a palavra “hi-

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permídia” e uma primeira idéia de rede, e clama hoje contra a teia mundial disponível, dizendo que nada tem a ver com a sua antiga proposta, sendo falsamente fraterna e tão mais fechada em antigos horizontes, sob sua aparência de liberdade, quanto o dispositivo www segue simulando a quadratura da folha de papel. Mais ou menos nessa mesma direção, mencionem-se os discípulos de McLuhan, que estão hoje em plena ação num Centro Marshal Mc Luhan da Universidade de Toronto, e prontos a observar que tudo isso que nos acontece é, antes, “uma anti-renascença, pois tem-se [agora na web] a aparência da sabedoria mas não a sua substância”. E ainda Alberto Manguel, o prestigioso historiador do livro e da leitura, para quem “não sairão Shakespeares nem Cervantes dessa Renascença”, pois, se ela faz avançar a pesquisa científica e as artes gráfi-cas, seguramente não foi feita para a literatura!

Inegavelmente, a web está permitindo às revis-tas literárias, que aí florescem com a maior qualidade, envolvendo artistas e scholars que pensam fora da sombra das autoridades acadêmicas instituídas, e jor-nalistas que não são aqueles “nadólogos” de que falava Balzac na sua corrosiva Monografia da imprensa pari-sisense, exponenciar as possibilidades desde sempre abertas para a crítica pelo lugar da revista. Há uma re-nascença da crítica aí, sim.

Menos certo é que ela seja hoje o lugar por excelência da literatura, a condição de possibilidade para as experimentações de uma era pós (para mencionar outra prefixação superlativa). Até porque, se voltarmos à “episteme”, o Livre de Mallarmé já era hipertextual avant la lettre, assim como o coup de dés já era deslinear ou anti-retangular ao máximo.

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Para não se falar nas perpetrações do Ouvroir de Littérature Potentielle (OuLipo), que, nos anos de 1060, os mesmos do primeiro Ted Nelson, já encerravam estripulias maquinais as mais futuríveis, a exemplo dos Mille milliards de poèmes (Zilhões de poemas, poder-se-ia traduzir) de Raymond Queneau, peça poética entre nós bastante desconhecida, que dispõe em lingüetas soltas e combináveis ao infinito os 14 versos de 10 sonetos dados, e traz em epígrafe esta frase, que fala por si só da força dos antecipadores e da importância de se trabalhar na linha da história: “ Só uma máquina pode apreciar um soneto escrito por outra máquina”.

Desse poema enlouquecido dizia Queneau, na provocadora descrição que escreveu para a sua pri-meira edição: “a cada primeiro verso (e há dez deles) pode-se fazer corresponder dez segundos diferentes versos; há, portanto, cem combinações diferentes dos dois primeiros versos; se acrescentarmos a isso o tercei-ro, teremos o resultado enunciado acima [dez elevado à décima quarta potência]. Se contarmos quarenta e cinco segundos para ler um soneto e quinze segundos para mudar as tiras, numa base de oito horas por dia, duzentos dias por ano, teremos mais de um milhão de séculos de leitura, lendo o dia todo, ao longo de trezen-tos e sessenta e cinco dias por ano.”

Amparada nessa e em outras traquinagens dos poetas, a idéia é pôr na mesa a própria literatura e a desconfiança salutar de que, no fundo, não há nada de tão novo assim sob o sol.

Leda Tenório da MottaProfª Drª no Programa de Estudos Pós-Graduados em

Comunicação e Semiótica da PUC SP

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Programação

Dia 12 - terça - 19hAs zonas de exclusão do mercado literário e o papel da internet

Na primeira noite do evento, escritores e intelectuais de várias regiões do país debaterão sobre o mercado editorial brasileiro e as dificuldades para a inserção de autores que não publicam ou não transitam pelo eixo sul. A Internet veio reconfigurar a cartografia literária brasileira? Em que sentido a Internet contribui para o fortalecimento e fomento da Literatura?

debatedores:Heloisa Buarque de HollandaProfessora titular de Teoria Crítica da Cultura da Escola de Comunicação da UFRJ. Coordena o Programa Avançado de Cultura Contemporânea/Fórum de Ciência e Cultura/UFRJ; é diretora d´O Instituto Projetos e Pesquisa e da Aeroplano Editora Consultoria Ltda, bem como Curadora do Portal Literal (www.portalliteral.com.br). Tem inúmeros artigos e livros nas áreas de arte, literatura e políticas culturais.

Fabrício CarpinejarPoeta, cronista, jornalista e professor. Autor de vários livros de poesia, entre eles: “Caixa de sapatos” (2003, Companhia das Letras), “Cinco Marias” (2004, Bertrand Brasil) e “Como no céu/Livro de Visitas” (2005, Bertrand Brasil) e “Meu Filho, Minha Filha” (2007, Bertrand Brasil). Coordena o curso de Formação de Escritores e Agentes Literários da Universidade do Vale do Rio do Sinos. Site: www.carpinejar.com.brBlog: http://fabriciocarpinejar.blogger.com.br

Carlos Emílio C. LimaEscritor, editor e ensaísta nascido no Ceará. Autor de vários títulos, entre eles: “Além, Jericoacoara - Observador do Litoral” (1982); “Pedaços da História Mais Longe” (1997); “O romance Inédito e esquecido de Jorge Amado na voz da velha e negra

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senhora” (2006 - inteiramente publicado no portal Cronópios); “O romance que explodiu” (2007) e do estudo ensaístico “Virgilio Varzea: os olhos de paisagem do cineasta do Parnaso “(2002). (www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id_usuario=14)

Vicente Franz CecimEscritor nascido em Belém do Pará. Em 1979, com “A asa e a serpente”, iniciou uma longa obra que até hoje continua criando: “Viagem a Andara, o livro invisível”, em que transfigura a sua região natural, a Amazônia, na mítica Andara. Em 2001, publicou “Ó Serdespanto” (Íman Edições, Lisboa) — publicado no Brasil, em 2006, pela Bertrand Brasil. Em 2004 relançou “A asa e a serpente e Terra da sombra e do não” (Editora Cejup, Belém). Em novembro de 2005, publicou sua “Iconescritura: K O escuro da semente” (Ver o Verso, Maia).(http://www.culturapara.com.br/vicentececim/vicentececim.htm)

Raimundo CarreroEscritor nascido em Salgueiro, Pernambuco. Publicou a sua primeira novela — “A História de Bernarda Soledade” —, em 1975. Já publicou quinze livros: romances, novelas, contos e ensaios. Ganhou os prêmios Jabuti, com o livro de contos “As sombrias ruínas da alma”, o APCA e o Machado de Assis, com “Somos pedras que se consomem”, também finalista do Prêmio Jabuti, e o prêmio Revelação do Ano - Oswald de Andrade -, em Porto Alegre, com o romance “Viagem no ventre da baleia”. Edita o suplemento cultural do Diário Oficial do Estado, de Pernambuco. Site: www.raimundocarrero.com.br/

mediação:Edson CruzBaiano de Ilhéus e paulista de formação. Estudou música e psicologia até reconciliar-se com a literatura. Foi editor do site Capitu e agora é editor-fundador do site Cronópios (www.cronopios.com.br). Lançou o livro de poesia, “Sortilégio”, pelo selo Demônio Negro. Bloga no http://sambaquis.blogspot.com

Encerramento:Leitura de textos inéditos feita pelos escritores-debatedores.

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Dia 13 - quarta - 19hPublicação e distribuição da literatura em tempos digitais

A segunda noite recebe escritores e editores que começaram, ou firmaram sua escrita e interferência no meio literário, em blogs, sites ou coletivos de literatura. Os caminhos da publicação e da distribuição da literatura em tempos de Internet e a importância de sites e blogs na trajetória de autores, iniciantes ou não, serão os temas do debate.

debatedores:Clarah AverbuckGaúcha de Porto Alegre. Publicou inicialmente na Internet. Foi colunista do histórico “CardosOnline”, que durou até 2001. Em São Paulo lançou sua primeira novela, “Máquina de Pinball”. Em 2001 criou o blog “brazileira!preta” muito acessado e comentado. Publicou, também, “Das coisas esquecidas atrás da estante”, em 2003, e “Vida de gato”, em 2004.Blog, http://adioslounge.blogspot.com/

Ana Paula MaiaCarioca e autora dos romances “O habitante das falhas subterrâneas” (7 letras - 2003) e “A Guerra dos Bastardos” (Língua geral - 2007). Participa de diversas antologias, entre elas, “25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira” (Record - 2004). Em 2006 publicou na internet a novela “Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos”. Mantêm o blog Killing Travis (www.killing-travis.blogspot.com).

Cardoso (André Czarnobai)Nasceu em Porto Alegre, RS. É ficcionista e não-ficcionista, gongorista, jornalista, roteirista, consultor criativo, webshaman extraordinaire, webdesigner autodidata, desenhista, preparador de original, tradutor, intérprete, produtor musical, DJ, MC etc. Foi um dos criadores do histórico “CardosOnline”. Atualmente, dizem que bloga no http://qualquer.org/salsbury/.

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Artur RogérioÉ de Paulista mas morou até a adolescência em Barreiros, Mata Sul de Pernambuco. Estuda História e Letras em Recife. Criou o Grupo de Teatro Reticências, o Cineclube AZouganda e o Cineclube Cabidela. Tem vários livros não publicados. É idealizador e produtor do “Nós Pós”, eventos que marcam Recife com a divulgação da literatura contemporânea de Pernambuco. (www.nospos.blogspot.com))

Lima TrindadeNasceu em Brasília, começou como fanzineiro e rapidamente migrou para a internet. Há dez anos edita a revista online “Verbo21” (www.verbo21.com.br), publicação que se pauta pela versatilidade de seus colaboradores e inquietações contemporâneas. Publicou uma novela-pop-rock chamada “Supermercado da Solidão” (LGE, 2005), as antologias de contos “Todo Sol mais o Espírito Santo” (Ateliê Editorial, 2005) e “Corações Blues e Serpentinas” (Arte Paubrasil, 2007).

mediação:Fabrício Carpinejar

Encerramento:Discotecagem com DJ Malásia e leitura de textos com os autores convidados.

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Dia 14 - quinta - 19hInterfaces da literatura na web

A terceira noite do Cartografia contará com criadores e especialistas nas ferramentas e recursos agregados aos conteúdos de literatura na Internet. A discussão gira em torno das interfaces em meio eletrônico — o diálogo com as artes plásticas, música, HQs, animações. O diálogo da literatura com outras artes ganha maiores contornos na Internet?

debatedores:André ValliasPoeta, designer gráfico e produtor de mídia interativa. De 1987 a 1994, viveu na Alemanha e orientou suas atividades para a mídia digital. Em 1990, foi co-curador da exposição “Transfutur – poesia visual da União Soviética, Brasil e Países de língua alemã” (Kassel e Berlim). Com Friedrich W. Block organizou a primeira mostra internacional de poesia feita em computador: “p0es1e-digitale dichtkunst” (Annaberg-Buchholz, 1992). Criou a revista on-line “Errática”, editada com a colaboração do poeta e ensaísta Eucanaã Ferraz:http://www.erratica.com.br.

PipolEstudou psicologia e trabalhou como redator publicitário. Já dirigiu programas de TV e comerciais de propaganda. É co-fundador dos sites Cronópios (www.cronopios.com.br) e Cronopinhos (www.cronopios.com.br/cronopinhos), editor de arte da revista eletrônica “Mnemozine” (www.cronopios.com.br/mnemozine) e autor do pocket book “Brinquedos de Palavras”: www.cronopios.com.br/pocketbooks/brinquedos/.

Mardônio FrançaPoeta multimeios. Recentemente produziu diversos curtas-metragens e cinePoemas. Co-editor da antologia de poesia, “Massanova”. É editor da revista eletrônica “Corsário” (www.corsario.art.br), onde tem 10 livros de poemas. Gosta de computadores, fotografias e jangadas.

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Fábio Oliveira NunesÉ Doutor em Artes na Escola de Comunicações e Artes da USP e Mestre em Multimeios na UNICAMP. Atua como artista multimídia, designer digital e pesquisador nas áreas de web arte, arte mídia e poéticas da visualidade. É co-editor da revista de poesia digital “Artéria 8”, juntamente com Omar Khouri e organizador da revista digital-objeto “NÓISGRANDE”. http://www.arteria8.net

mediação:Lucio AgraÉ poeta e professor do Mestrado em Design do Centro Universitário Senac, onde também dá aulas nas pós-graduações lato senso de Design Gráfico e Criação de Imagem e Som em Meios Eletrônicos; professor da Graduação em Comunicação das Artes do Corpo da PUC-SP, na área de Performance; atua como performer desde 2000 (I’m not book no 2.0, 2005, ursonate 2000/2007, confidências, 2007/2008). Publicou “Selva Bamba” (1994) e o ensaio didático “História da arte do séc XX: idéias e movimentos” (Ed. Anhembi, 2006 2ª ed.). (http://www.myspace.com/lucioagra)

Encerramento:Apresentação de André Vallias com seus vídeo-poemas intermeado com traduções das obras de Hölderlin, Khlèbnikov, Gottfried Benn, Mandelstam, Trakl, entre outros.

CARTOGRAFIALITERÁRIA

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Dia 15 - sexta - 19hApreciação e crítica dos conteúdos de literatura veiculados na internet

A última noite de debates contará com a participação de acadêmicos e editores-poetas de publicações eletrônicas que circulam e ganharam o respeito das universidades, estudantes, professores e escritores. A discussão passará pelo olhar da comunidade científica e acadêmica sobre os conteúdos gerados e veiculados na Internet.

debatedores:Ivan MarquesÉ professor da Universidade de São Paulo. Foi diretor do programa literário “Entrelinhas” e editor-chefe do programa “Metrópolis”, da TV Cultura. Dirigiu os documentários “Versos diversos: a poesia de hoje”, “Orides: a um passo do pássaro” e “Assaré: o sertão da poesia”.

Paulo FranchettiProfessor-Titular no Departamento de Teoria Literária da UNICAMP. Publicou, entre outros, “Alguns aspectos da teoria da poesia concreta” (Campinas, Editora da Unicamp, 1989), “Estudos de literatura brasileira e portuguesa” (Cotia, Ateliê, 2007) e “O essencial sobre Camilo Pessanha” (Lisboa, Imprensa Nacional, 2008). Dirige a Editora da Unicamp.(http://www.unicamp.br/~franchet/).

Márcio-AndréPoeta, tradutor, editor, performer e ensaísta. Autor dos livros “Movimento Perpétuo” (2002), “Cazas” (2006), “Intradoxos” (2007) e “Ensaios radioativos” (2008). É editor da revista de arte e literatura “Confraria” (www.confrariadovento.com/), produzida pela Confraria do Vento, editora que coordena no Rio de Janeiro.

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Linaldo GuedesNasceu na Paraíba. É jornalista e poeta, tendo publicado os livros: “Os zumbis” também escutam blues e outros poemas (Textoarte Editora), em 1998, e “Intervalo Lírico” (Dinâmica Editora), em 2006, “Singular e Plural na poesia de Augusto dos Anjos” (ensaio, editora A União). Atualmente edita o caderno de Cultura e o suplemento literário “Correio das Artes”.http://linaldoguedes.blog.uol.com.br

Floriano MartinsPoeta, editor, ensaísta e tradutor cearense. Dentre seus livros, encontram-se “Tres estudios para un amor loco” (trad. Marta Spagnuolo. Alforja Arte y Literatura A.C. México, 2006), “Duas mentiras” (Projeto Dulcinéia Catadora. São Paulo, 2008), e “Teatro Imposible” (trad. Marta Spagnuolo. Fundación Editorial “El Perro y la Rana”. Venezuela, 2008). Atualmente é curador da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará. Juntamente com Claudio Willer, dirige a “Revista Agulha”.(www.revista.agulha.nom.br).

mediação:Leda Tenório da MottaProfessora no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica da PUC SP, pesquisadora do CNPq, crítica literária e tradutora. Tem sete livros publicados, entre eles, “Sobre a Crítica Literária Brasileira no Último Meio Século” (Imago, 2003), “Céu Acima - Para um Tombeau de Haroldo de Campos” (Perspectiva 2005) e “Proust - A Violência Sutil do Riso” (Perspectiva 2007).(www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id=3125)

Encerramento:Marcio-André apresenta uma roldana de palavras-poesia-máquina de desautomatizar, munido de vozes, violino e outros objetos sonoros. Por meio do acionamento ritual do verso, o poeta garante gritos, projeções, dissonâncias, interferências eletrônicas, texturas, poéticas e realidades experimentais.

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Dia 16 – sábado - 15hSarau Cartográfico

Sarau com participação de autores, blogueiros, editores de sites de literatura, poetas, performers, DJ e convidados do evento Cartografia Literária. Haverá leitura de textos e performances.

Escritores e poetas convidados colocam seus escritos à prova dos nove: retirar a palavra do olvido das páginas não lidas e ofertá-las prenhes de significância aos ouvidos sedentos da audiência.

Nada pode ser mais catalizador do que o próprio autor lendo e interpretando seus textos em nuances insuspeitadas - xamãs da era nova.

Além dos autores que participarão das várias mesas do Cartografia, dos convidados especialmente para esta tarde, qualquer autor que apareça por lá poderá participar do Sarau.

Venha usufruir e participar!

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Acesse www.sescsp.org.br e acompanhe a programação:

Você poderá acompanhar on-line todas as mesas do evento. Elas serão transmitidas ao vivo através do Portalwww.cronópios.com.br.

Além disso, será disponibilizado um CHAT para o envio de perguntas ao mediador de cada mesa em tempo real.

Curadoria do Cartografia Web Literária - 2008Equipe de programação - (SESC Consolação)Edson Cruz - (Portal Cronópios)

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SERVIçO SOCIAL DO COMÉRCIOAdministração regional no estado de São Paulo

PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONALAbram SzajmanDIRETOR REGIONALDanilo Santos de Miranda

SUPERINTENDENTESTécnico Social Joel Naimayer PadulaComunicação Social Ivan Giannini

GERENTESAção Cultural Rosana Paulo da Cunha Adjunto Paulo Casale Assistentes Marcelo Bressanin, Antonio C. Martinelli Jr. Artes Gráficas Hélcio Magalhães SESC Consolação Felipe Mancebo Adjunto Patrícia Piquera Coordenadora de Programação Flávia Miari Bolaffi Técnico Responsável Francis Manzoni Coordenadora de Comunicação Elaine de Sousa Produção Gráfica Marcos B. de Menezes, Jucimara Serra Assessoria de Imprensa Rita Solimeo Marin Estagiária Izabel Marques Méo Ilustração Diego Castillo.

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SESC ConsolaçãoR. Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque

São Paulo - SP CEP: 01222-020Tel.: 3234 3000 - 3256 2281 - 0800 11 8220

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