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Catalisador do desenvolvimento local Procuramos estabelecer alianças com atores estratégicos de diferentes setores – público, privado e sociedade civil – para a articulação e o planejamento de programas de desenvolvimento local integrado. Buscamos atuar de forma conjunta para gerar um legado positivo nas regiões onde atuamos. Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 70 Relatório de Sustentabilidade Vale 2009 70

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Catalisador do desenvolvimento local

Procuramos estabelecer alianças com atores estratégicos de diferentes setores – público, privado e sociedade civil – para a articulação e o planejamento de programas de desenvolvimento local integrado. Buscamos atuar de forma conjunta para gerar um legado positivo nas regiões onde atuamos.

Relatório de Sustentabilidade Vale 200970 Relatório de Sustentabilidade Vale 200970

TETE

moçambiquE

Nosso projeto de exploração de carvão em Moatize segue nosso princípio de fortalecer o relacionamento com as comunidades e realizar ações de sustentabilidade nas áreas onde a Vale atua. Aos pés do baobá, promovemos o diálogo com os moradores da região.

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catalisador do desenVolVimento local

dEsEnvolvimEnTo local

Tecendo redesAtuamos em parceria com governos

e sociedade para promover o desenvolvimento sustentável dos

territórios onde operamos

Atuando de maneira integrada com os governos e a sociedade, procuramos internalizar as oportunidades geradas pela presença da Vale nas regiões, estimulando a aplicação de impostos em investimentos em infraestrutura, a qualificação de trabalhadores e de fornecedores e a diversificação econômica. Assim, contribuímos para o desenvolvimento local no médio e no longo prazo.

GestÃo do desenVolVimento local

Possuímos diversos programas e ferramentas, nas nossas diferentes áreas e regiões de atuação, para gerenciar os impactos socioambientais decorrentes de nossas atividades.

Na análise de viabilidade de implantação de projetos, adotamos a metodologia Front-End--Loading (FEL), que abrange aspectos sociais, de saúde, segurança e meio ambiente, além de riscos econômicos e operacionais.

Além disso, com base no estudo ambiental, social e econômico realizado no EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto de Meio Ambiente) e em outros estudos ambientais e socioeconômicos, consideramos os potenciais impactos de nossa presença nas regiões desde as fases de licenciamento até a implantação dos nossos projetos.

Essas ferramentas são utilizadas em conjunto com os Diagnósticos Integrados de Socioeconomia realizados pela Fundação

os investimentos na mineração trazem oportunidades para os territórios – elevação da arrecadação de impostos, geração de empregos, aumento da massa salarial e, consequentemente, da renda familiar, entre outros benefícios. o grande desafio da Vale é captar essas oportunidades, a fim de construir um legado de sustentabilidade (social, econômico e ambiental) nas regiões onde operamos.

Por meio de diferentes programas, procuramos mitigar os riscos e potencializar as oportunidades nos territórios em que atuamos.

Relatório de Sustentabilidade Vale 200972

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

Vale. Os diagnósticos estimam, por meio de projeções socioeconômicas, possíveis impactos da presença da Vale nesses territórios, nos âmbitos local e regional. Até o momento, já foram elaborados Diagnósticos Integrados de Socioeconomia nas seguintes regiões: Barcarena, Abaetetuba e Paragominas; Estrada de Ferro Carajás (EFC); Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM); Minas Gerais (minas do sistema Sul e Sudeste); Rio de Janeiro; sudeste do Pará e Vitória, todas no Brasil; e em Moçambique, na África. Em 2009, foi iniciado o diagnóstico em Sergipe, nos municípios da área de influência do Projeto de Potássio Carnalita. Para 2010, está previsto o início da atualização dos diagnósticos, começando pelo sudeste do Pará. Por meio dessas iniciativas, buscamos mecanismos para evitar ou minimizar os impactos negativos e maximizar os impactos positivos de nossa atuação. Os principais impactos gerados por nossas atividades estão descritos no quadro ao lado.

ProGramas e Práticas de GestÃo de imPactos

Cientes das potenciais consequências de nossas atividades, procuramos, por meio de diferentes programas, mitigar os riscos e potencializar as oportunidades nos territórios em que estamos presentes. O conhecimento da região onde atuaremos e a previsão dos impactos que o empreendimento poderá causar possibilitam a elaboração de planos de gestão socioambiental específicos e detalhados, aplicáveis à realidade local.

Esses planos são um importante instrumento para a tomada de decisões na gestão dos investimentos sociais da Vale.

As iniciativas que realizamos na gestão dos impactos também contribuem para o desenvolvimento local sustentável. Dentre elas, destacamos os seguintes programas: Qualificação profissional, Relacionamento com comunidades, Relacionamento com comunidades tradicionais, Valorização da cultura e outros Programas Sociais (leia mais sobre os programas em www.vale.com).

Cabe destacar também a participação nos Programas de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) nas regiões onde atuamos, por meio de rede de relacionamento que envolve entidades de classe, órgãos de governos e instituições de ensino. Essa iniciativa é voltada para a qualificação e o desenvolvimento dos fornecedores locais, com o objetivo de fomentar a geração de novas oportunidades de negócio.

Desde 2008, realizamos o Programa Inove, que integra as ações das diferentes áreas da empresa, focado no fortalecimento de pequenos e médios fornecedores. Especialmente nos locais mais remotos, procuramos desenvolver fornecedores da região com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento local e a melhoria das condições sociais e econômicas da população (leia mais no capítulo Cadeia de Valor).

diretos indiretos

impacto econômico positivo

• Geração de empregos

• Qualificação profissional

• Aumento da arrecadação pública

• Contratação de produtos e serviço s locais

• Investimentos em serviços e infraestrutura

• Desenvolvimento econômico

• Geração de empregos indiretos

• Aumento da massa salarial

• Dinamização de outros setores econômicos

• Atração de fornecedores

• Desenvolvimento de fornecedores locais

• Atração de investimentos de diversas esferas dos setores público e privado

• Melhoria da infraestrutura local

impacto econômico negativo

• Impactos ambientais

• Interferência com o uso da terra

• Riscos de acidentes

• Pressão sobre a infraestrutura e os serviços públicos em decorrência do aumento demográfico

• Especulação imobiliária em áreas remotas em função da baixa oferta de moradia e da alta demanda

• Geração do efeito de vazamento econômico por conta da contratação de fornecedores e de empregados de outras regiões pela falta de especialização local

Programas e práticas por fases do empreendimento

licenciamento/ implantação operação Fechamento

estudo de impacto ambiental, social e econômico

Gestão de impacto ambiental, social e econômico

Plano de fechamento de mina

desenvolvimento de fornecedores

Qualificação profissional (empregados e comunidades)

relacionamento com comunidades (inclusive comunidades tradicionais)

Valorização do patrimônio cultural

Programas sociais

ocorrência intensa ocorência moderada

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catalisador do desenVolVimento local

A Fundação Vale tem como missão contribuir para o desenvolvimento integrado – econômico, ambiental e social – dos territórios onde a Vale atua no Brasil, articulando e potencializando os investimentos sociais, fortalecendo o capital humano nas comunidades e respeitando as identidades culturais locais.

Nas unidades internacionais, a atuação social da Vale é realizada por equipes locais. Nossa estratégia considera a criação de Fundações Vale internacionais, alinhadas com as diretrizes da Fundação Vale no Brasil, respeitando sempre as particularidades de cada região. Já possuímos Fundações Vale na Colômbia e em Moçambique. Está em andamento a implementação da Fundação na Nova Caledônia1.

Nossa atuação considera as especificidades de cada território e têm como base a Política de Desenvolvimento Sustentável. Realizamos Diagnósticos Integrados em Socioeconomia, amplos estudos que reúnem informações de cada território e permitem identificar as necessidades e as potencialidades específicas de cada um. Esses estudos servem de base para a elaboração dos Planos de Gestão dos Investimentos Sociais (PGIS), com foco nas áreas de atuação da Fundação Vale: infraestrutura urbana e habitacional, gestão pública e desenvolvimento humano e econômico.

1 a Fundação na nova caledônia é um dos pilares do Pacto de desenvolvimento sustentável do Grande sul, assinado entre a Vale inco nouvelle-calédonie e as populações Kanak do sul da ilha em 2008. no relatório de 2008, foi feita referência à criação da referida Fundação. sua implementação aguarda o andamento dos trâmites legais para a sua operação. outros dois pilares que constituem o Pacto de desenvolvimento sustentável do Grande sul são o comitê consultivo indígena ambiental (criado em 2009) e a associação de reflorestamento (prevista para 2010).

Acreditamos no diálogo intersetorial e valorizamos a construção coletiva por meio da integração dos interesses comuns entre governo, iniciativa privada e sociedade civil organizada. Dessa maneira, buscamos deixar um legado de sustentabilidade nas regiões onde a Vale atua, agindo de forma a melhorar as condições de vida das populações, fortalecendo o relacionamento com as comunidades e realizando ações estruturantes.

inFraestrutura

Nosso objetivo é contribuir para a redução do déficit de infraestrutura urbana (saneamento básico, tratamento de resíduos sólidos, drenagem e pavimentação) e habitacional. Atuamos em parceria com as prefeituras, desenvolvendo projetos executivos e apoiando a captação de recursos disponíveis nas esferas estadual e federal para a implantação das obras. Também acompanhamos a implantação dos projetos e apoiamos as prefeituras na gestão dos processos. Até dezembro de 2009, 72 projetos executivos foram concluídos ou estavam em elaboração para 40 municípios dos estados do Pará, Maranhão, Espírito Santo e Minas Gerais, importantes áreas de atuação da Vale no Brasil. Desses projetos, 30 já foram protocolados para repasse de recursos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – do Governo Federal Brasileiro.

Nosso objetivo é contribuir para redução do déficit da infraestrutura urbana

FundaçÃo Vale

Relatório de Sustentabilidade Vale 200974

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

GestÃo Pública

Por meio de protocolos de intenção assinados com as prefeituras, trabalhamos perante o poder público para o fortalecimento da gestão pública. Desenvolvemos programas estruturantes em educação, saúde, ordenação e limpeza urbana e apoiamos as prefeituras na melhoria da gestão administrativo- -financeira, para redução de gastos e captação de financiamentos.

Também atuamos na melhoria da gestão pública por meio de programas como:

• ação educação: colabora para a melhoria da gestão pública da educação municipal, por meio do planejamento da Política de Educação em quatro dimensões: gestão educacional, formação continuada, práticas pedagógicas e infraestrutura. Possibilita que as secretarias identifiquem oportunidades de articulação e mobilização, somando esforços em favor dos compromissos assumidos nos âmbitos municipal e estadual.

Nossas ações nos territórios consideram as especificidades de cada local.

Programa Período de realização nº de beneficiados

escola que Vale 2000 a 2009 mais de 170 mil

Vale Alfabetizar 2003 a 2009 120 mil

Novas Alianças 2007 a 2009 mais de 1.050

• ação saúde: colabora para a melhoria da saúde coletiva e da família, priorizando a saúde materno-infantil. Promove a formação de células ativas, compostas por profissionais de saúde, educadores, lideranças comunitárias e, principalmente, mulheres e jovens, com vista à redução da morbidade e mortalidade infantil.

Na tabela abaixo, conheça outros programas que merecem destaque (leia mais em www.vale.com):

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catalisador do desenVolVimento local

desenVolVimento humano e econômico

As Estações Conhecimento são a principal iniciativa nessa frente e consistem em núcleos de desenvolvimento humano e econômico idealizados pela Fundação Vale que seguem o modelo rural ou urbano. O objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento integrado e sustentável das comunidades. Os núcleos são organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips), viabilizadas por meio de parcerias locais com o poder público e entidades da sociedade civil organizada.

O público prioritário das Estações Conhecimento são crianças e adolescentes de 6 a 18 anos. A intenção é promover ações integradas, de longo prazo, que contribuam para o desenvolvimento integral da pessoa. Nos núcleos, os participantes são estimulados em práticas esportivas (natação, atletismo, judô e futebol), em atividades culturais, no convívio social e no empreendedorismo. Entre os programas sociais desenvolvidos estão: Rede que Vale – Empregabilidade, Vale Juventude – Participação Juvenil, Vale Música – Cultura e Brasil Vale Ouro – Esporte. Sobre esse programa, leia mais no case da pág. 77.

Respeitando as vocações produtivas locais, as Estações trabalham o conhecimento adequado para cada região, elegendo cadeias produtivas com maior valor agregado e que possam ganhar escala de produção. Essas cadeias são organizadas junto aos produtores, que recebem apoio técnico e encontram nas Estações a tecnologia e a articulação necessárias para o processamento e a comercialização de sua produção.

As Estações Conhecimento também procuram disseminar novas tecnologias e metodologias de aprendizagem entre seus profissionais. A maioria deles é constituída por funcionários públicos cedidos pela prefeitura parceira e/ou o governo estadual, que são capacitados para estimular práticas educativas relacionadas ao cotidiano

dos alunos e das comunidades. É um legado de conhecimento sistematizado e institucionalizado para as regiões e os municípios onde estamos presentes. Serão aproximadamente 30 mil jovens beneficiados por meio de 18 núcleos, que serão construídos até 2012 nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo, Pará, Sergipe e Rio de Janeiro. O mapa abaixo mostra o planejamento de implantação das Estações Conhecimento no Brasil.

Em Moçambique, duas Estações Conhecimento estão em fase de implantação na área do Projeto Moatize (Carvão), em Tete. Na Colômbia, também foi inaugurada uma Estação Conhecimento na região de La Loma, próximo à Mina de Carvão El Hatillo, e está prevista a implantação de mais uma na região de Ciénaga.

estação conhecimento

em oPeraçÃo (02) em imPlantaçÃo (11) em Planejamento (05)

total de 18 oPerações até 2012

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1. apa do Gelado Parauapebas 2. tucumã 3. barcarena4. marabá 5. curionópolis6. arari 7. Vale do jequitinhonha 8. brumadinho9. deodoro10. mangaratiba11. Governador Valadares12. canaã dos carajás13. ourilândia do norte14. nova lima15. serra16. concórdia do Pará17. são luís18. capela

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Bras

il

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

Formando campeõesNa busca por talentos esportivos, a Fundação Vale lançou o programa Brasil Vale ouro, que visa sele-cionar e preparar atletas nas modalidades de judô, natação e atletismo, nas cidades brasileiras onde a empresa atua. esse é um dos maiores projetos de caça-talentos do país e representa o apoio da Vale no segmento de esportes de alto rendimento. o principal objetivo é ajudar o Brasil a se tornar uma potência olímpica e, além disso, deixar para as gerações futuras um legado de conhecimento sistematizado em treinamentos esportivos, em ciência esportiva e na formação de profissionais ligados ao esporte.

o programa funciona dentro das estações conhecimento, Núcleos de desenvolvimento Humano e econômico, cuja gestão é compartilhada entre a Vale, o poder público e a sociedade civil. os núcleos atuam como agentes articuladores de redes sociais, voltadas para o desenvolvimento local das regiões onde a empresa opera.

o programa Brasil Vale ouro conta, ainda, com o centro Nacional de excelência, que ficará sediado no círculo Militar de deodoro, no rio de Janeiro. em parceria com os ministérios da defesa e do esporte, a Vale irá construir no local uma pista profissional de atletismo e dois alojamentos com capacidade para 100 atletas. em dezembro de 2009, foi inaugurado o moderno ginásio de judô do centro, com seis áreas de treinamento simultâneo e arquibancada para 1.500 pessoas.

todos os jovens das estações conhecimento que alcançarem índice olímpico terão a oportunidade de ser transferidos para o centro de excelência, onde contarão com apoio financeiro e acompanhamento profissional de equipe multidisciplinar, composta por médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicó-logos, professores de educação física e assistentes sociais. com essa estrutura, procuramos contribuir com uma melhor preparação dos atletas do Brasil Vale ouro para os Jogos olímpicos de 2016, que serão sediados pela primeira vez na América do sul, na cidade do rio de Janeiro (rJ), Brasil.

case

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catalisador do desenVolVimento local

Parceria social Público-PriVada

O debate internacional vem pautando a importância da Parceria Público-Privada (PPP) na dimensão econômica do desenvolvimento territorial. E a Fundação Vale, a partir de sua experiência de articulação com governos e a sociedade, sugere uma nova proposição para as PPPs, inserindo a dimensão social e criando a Parceria Social Público-Privada (PSPP).

A PSPP demanda uma nova postura das empresas, dos governos e da sociedade em geral. O investimento social privado passa a ser planejado em ações de médio e longo prazos, baseadas em diagnósticos socioeconômicos e integradas a políticas sociais emancipatórias, com metas e indicadores de resultados. Desse modo, estimula o diálogo e a transparência para a construção de uma visão comum, capaz de integrar esforços em favor da geração de oportunidades locais e da melhor aplicação dos recursos, numa convergência de interesses entre as partes envolvidas.

Com essa nova perspectiva, a PSPP responde às diversidades das regiões e às suas potencialidades, permitindo a articulação entre o poder público e as empresas. Com isso, integramos as ações dos diferentes agentes em torno de uma visão comum, de modo a maximizar resultados e contribuir para o desenvolvimento sustentável dos territórios. Podemos citar como exemplo de PSPP as iniciativas que a Vale está desenvolvendo, como o acordo para fomentar o turismo solidário no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a parceria na elaboração de projetos de infraestrutura e a criação das Estações Conhecimento, para fortalecer o empreendedorismo e oferecer atividades de arte, cultura e esporte para jovens.

Queremos estimular o diálogo e a transparência entre os setores

Pesca na praia do boqueirão

A Vale, ciente da sua responsabilidade social perante os impactos causados com a implantação do Píer iV do terminal Portuário de Ponta da Madeira, em são luís, está realizando o Programa de de-senvolvimento socioeconômico da comunidade de Pescadores Artesanais da Praia do Boqueirão. o estudo de impacto Ambiental (eiA) definiu as áreas afetadas pelo empreendimento. Por isso, por meio da Fundação Vale, propusemos a construção participativa de um programa de apoio à pesca artesanal na praia do Boqueirão. Foram realizadas reuniões com pescadores e lideranças comuni-tárias e também articulações com o sindicato, o serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas (sebrae), o serviço Nacio-nal de Aprendizagem comercial (senac) e o estaleiro escola, assim como visita às instalações da Vale no porto.

A equipe da Fundação participou das audiências públicas em que foram apresentados os eixos do programa: valorizar e conservar a cultura da pesca artesanal, colaborar para a geração de renda e contribuir para o exercício da cidadania. A primeira etapa do pro-grama, desenvolvida em 2009, incluiu a realização de uma pesqui-sa que classificou os pescadores em três grupos, de acordo com a atividade de pesca na praia para melhor definir o atendimento. Além disso, uma especialista em biologia marinha acompanhou a produção local e analisou as potencialidades de geração de renda dos grupos.

desde dezembro de 2009, os 51 pescadores inscritos no progra-ma, junto com suas famílias, participam da qualificação, por meio de um convênio com o serviço Nacional de Aprendizagem rural (senar), e recebem mensalmente uma bolsa-auxílio vinculada à participação nos cursos. o programa inclui ainda a distribuição de materiais de pesca artesanal, kit de segurança e apoio para ob-tenção de documentos pessoais. Até 2012, tempo previsto para a duração dessa ação, a comunidade da praia de Boqueirão terá oportunidade de conhecer outras experiências comunitárias de desenvolvimento local, por meio de visitas técnicas.

case

Bras

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investimentos em infraestrutura 2007 2008 2009

total Us$ milhões 99,2 37,7 31,4

Por tipoApoio a serviços públicos 6% 19% 60%realização de obras 94% 81% 40%total 100% 100% 100%

Por forma

Pro bono 14% 18% 1%engajamento comercial 13% 40% 26%Materiais/produtos 73% 42% 73%total 100% 100% 100%

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

inVestimentos sociais

A estratégia de desenvolvimento sustentável da Vale está ancorada em nossa capacidade de gerar e distribuir valor. Além dos mecanismos diretos e indiretos de distribuição de riquezas, como pagamento de impostos, salários e benefícios, compra de produtos e serviços, realizamos investimentos sociais em projetos que trazem benefícios para a comunidade local.

Esses investimentos incluem ações de educação, cultura, geração de renda e estímulo ao fortalecimento do capital social, por meio de programas da Fundação Vale, de patrocínios1 e doações, entre outros. O total investido pela Vale em 2009 foi de US$ 200,9 milhões. A redução de 13% em comparação a 2008 deve-se à estratégia de redução de custos adotada pela empresa para enfrentar o cenário econômico global recessivo, destacando-se que essa queda é inferior à queda de faturamento/produção.

Conforme observado no gráfico ao lado, cerca de 16% do total investido, US$ 31,4 milhões, é destinado a obras para melhoria de infraestrutura urbana. A queda dos investimentos nesse setor de 2007 para 2008 (de acordo com o quadro abaixo) deve-se à conclusão de projetos. O valor investido nos últimos três anos é de US$ 168 milhões.

1 a gestão de patrocínios da Vale considera, no processo de aprovação, a adequação e a relevância dos projetos para a realidade de cada local e seu alinhamento com a nossa estra-tégia de desenvolvimento sustentável. as áreas prioritárias são: cultural, ambiental, social e técnica.

Bras

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Fortalecendo os municípios A Fundação Vale integra e apoia a união de esforços mútuos para a cria-ção de mecanismos capazes de aperfeiçoar a gestão pública, bem como promover ações que contribuam para o desenvolvimento humano e econômico das regiões em que atuamos. Uma iniciativa nesse sentido foi a parceria firmada entre a fundação e a Prefeitura de Abaetetuba, no Pará, área de influência da Vale.

em 2009, realizamos um seminário que deu início ao planejamento estra-tégico da prefeitura. em dois dias de trabalho, conduzidos por uma con-sultora especializada em gestão pública, foram levantados os marcos de governo e as metas a serem alcançadas até o fim do mandato. A ideia era traçar metas que fossem concretas, mensuráveis e alcançáveis. Além dis-so, foram levantados os programas existentes para a concretização desses objetivos. A partir daí, criou-se um grupo estratégico para acompanha-mento das ações a serem implantadas para cumprimento das metas.

case

investimento social por tipo (2009 – US$ 200,9 milhões)

investimento social total (US$ milhões)

2007

231

2008

231

2009

200,9

17%

18%

12%

12%

10%

16%14%

relacionamento cultura inFraestrutura treinamento saúde educaçÃo outros

Por tipo – apoio a serviços públicos: realizado por meio de pagamento de serviços, como arcar com oscustos da contratação de enfermeiros, professores etc. realização de obras: obras de pavimentação de estradas, construção de escola s e hospitais, entre outras.Por forma – Pro bono: atividade desenvolvida em prol de benefício público, como alocação de pessoas com funções definidas em atividades durante o tempo previsto de trabalho, com recursos da empresa.engajamento comercial: atividade que gera benefício público, mas que primariamente gera benefício econômico ou retorno de investimento para a empresa. materiais/produtos: investimento em infraestrutura em espécie, por provisão de serviços ou pela entrega de um produto.

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desenvolvimento da Grande Vitóriaem 2009, a Vale finalizou a elaboração do diagnóstico socioeconômico dos municípios da Grande Vitó-ria, no espírito santo. Nessa região, a Vale opera plantas de pelotização de minério de ferro e o Porto de tubarão. o estudo, feito a partir da análise de dados oficiais e de entrevistas com lideranças, associações de moradores e autoridades, vai orientar as ações e os investimentos sociais da empresa para o desen-volvimento da região, que inclui, além da capital, as cidades de cariacica, serra e Vila Velha.

Ao entregar o diagnóstico para as autoridades do estado, a Vale anunciou a realização de cinco ações, já nos primeiros meses de 2010, que representam um investimento da ordem de Us$ 28,7 milhões. esses projetos foram criados levando em consideração as demandas prioritárias apontadas pelo estudo:

• com a Prefeitura de Vila Velha, será feito o projeto executivo de engenharia para as obras de dragagem do canal de Marilândia, que minimizará o alagamento da Av. carlos lindemberg, evitando a interdição de uma das principais ligações entre Vila Velha, cariacica e Vitória em dias de chuva intensa;

• parceria com as prefeituras da serra e de Vitória no projeto de Melhorias do sistema de esgotamento sanitário do bairro Hélio Ferraz, que além de contribuir para a despoluição está associado a outro pro-jeto de regularização fundiária de parte da comunidade, beneficiando cerca de 650 famílias;

• com a Prefeitura de cariacica será desenvolvido o projeto executivo de pavimentação e drenagem de 25 quilômetros de vias públicas, já que a falta de mobilidade urbana foi apontada pelo diagnóstico como uma das principais questões estruturais da cidade;

• para Vitória será feito o projeto executivo de restauração e implantação de duas construções históricas: a biblioteca municipal no Palácio domingos Martins e a residência cerqueira lima. A iniciativa está alinhada com o projeto de revitalização da região central da capital capixaba;

• doação ao governo do estado da área conhecida como Morro da companhia, onde já está instalado o instituto estadual do Meio Ambiente (iema). No terreno, localizado em cariacica, será instalado o centro de Pesquisas, inovação e desenvolvimento (cPid), que contará com estrutura para dar suporte científico e tecnológico às indústrias em projetos ambientais.

case

Relatório de Sustentabilidade Vale 200980

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case

ações de apoio às comunidadesNossas operações internacionais de níquel mantêm diversos investi-mentos em infraestrutura. Na Vale inco Newfoundland & labrador, por exemplo, está em construção uma central de bombeiros que atenderá às necessidades da comunidade, além de fornecer apoio à nossa ope-ração. A estação possuirá escritório, sala de treinamento e garagem adequada para o caminhão de bombeiros, além de equipamentos de comunicação que servirão como centro de controle de emergência. A conclusão da estação está prevista para o primeiro semestre de 2010.

Na nossa operação em Goro, na Nova caledônia, estamos apoiando alguns projetos, como a restauração de duas igrejas e de um supermer-cado. As ações são coordenadas pela Província do sul e beneficiarão a comunidade local. em 2009, foi acordado um financiamento para a construção de um centro de educação em Meio Ambiente, que, além de fornecer informações sobre esse tema, oferecerá atividades educa-tivas para crianças.

outra ação na área de infraestrutura urbana está sendo conduzida em thompson, Manitoba. A Vale inco opera a estação de tratamento de água, que fornece água potável e gratuita para todas as residên-cias e atividades de negócios da cidade. investimentos feitos pela empresa propiciaram melhorias na estação. representantes da Vale inco também participam como membros do comitê de infraestrutu-ra da cidade, auxiliando no planejamento de ações solicitadas pela comunidade.

Nov

a ca

ledô

nia

cana

GeraçÃo de emPreGo e renda

Investimos, cada vez mais, na contratação de mão de obra local, gerando oportunidades de trabalho às populações das cidades no entorno de nossas operações no intuito de alavancar o desenvolvimento socioeconômico comunitário.

Como grande parte de nossos negócios encontra-se em áreas remotas e de difícil acesso, atuamos em parceria com as iniciativas pública e privada para fomentar a formação de serviços básicos, como habitação e saúde, e qualificar profissionais para a nossa cadeia produtiva.

No Brasil, além dos programas de educação externa da Valer – Educação Vale, os Centros de Educação Profissional Vale (CEPs), criados em parceria com instituições de ensino, exemplificam como se dá a nossa estratégia de contratação local. Os CEPs são escolas de ensino profissionalizante, construídas e equipadas pela Vale, onde são ministrados cursos de qualificação para as atividades da cadeia produtiva de mineração e com foco na sustentabilidade e no fomento das vocações regionais, como cursos de construção civil e hotelaria. Com atualmente quatro unidades, três no Pará e uma em São Luís, os CEPs formaram 13.623 pessoas em 2009, em diversas qualificações técnicas.

A Vale investiu em 2009 US$ 1,5 milhão em obras e equipamentos dos CEPs. Em Parauapebas (PA), a implantação do laboratório de soldagem, o mais moderno da região, foi fundamental para a oferta da formação de soldadores na região, em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e o Senai PA.

Em São Luís, foi implementado o programa de formação de mão de obra local para a construção do Píer IV do Porto de Ponta da Madeira da Vale, que formou 300 jovens da área do Itaqui Bacanca, vizinha às instalações da nossa empresa. Ainda no CEP de São Luís, por meio do projeto Indústria do Procuramos gerar oportunidades de trabalho para as

populações das cidades no entorno de nossas operações.

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Conhecimento, de inclusão digital e incentivo à leitura, foram realizados mais de 8 mil atendimentos em 2009. O projeto é fruto de uma parceria com o Sesi e o Senai MA.

Idealizamos também iniciativas que estimulam o desenvolvimento de uma rede de serviços e fornecedores locais. Além disso, implementamos o Programa de Formação Profissional, que irá qualificar técnicos para as nossas operações (leia mais no capítulo Recursos humanos, pág. 43).

As estratégias de contratação são traçadas por meio do mapeamento prévio de demandas do mercado de trabalho local. Além de levantar a quantidade de profissionais necessários em cada etapa das nossas operações, identificamos outros pontos relevantes para a contratação local, tal qual exemplificado no quadro ao lado.

Em 2009, a Vale apresentou um percentual geral de 77%2 de contratação local3. Para posições de liderança, o índice é de 48%, uma vez que as competências requeridas para os cargos gerenciais são mais específicas.

A estratégia de promover a sustentabilidade e a autossuficiência das comunidades, por meio da geração de empregos e renda, também está sendo levada às nossas operações no exterior. Em Omã, no Oriente Médio, onde estamos implementando uma planta de pelotização e um complexo portuário, assumimos com o governo local o compromisso com o programa de “Omanização”. Trata-se de um plano para aumentar de 60% para 80% a utilização de mão de obra local em nossas operações no país, com o objetivo de maximizar a absorção de profissionais omanis no setor privado.

Em Moçambique, África, onde desenvolvemos o projeto Moatize, nos mobilizamos para gerar mão de obra qualificada e, assim, contribuir para o desenvolvimento regional. Com esse objetivo, oferecemos cursos e treinamentos

2 este indicador considera resultados globais, mas não inclui operações canadenses, nas quais esse monitoramento não é realizado. empregados próprios deste indicador (ec7) cor-respondem a 84% (2009) do total de empregados reportados (la1). Projetos não incluídos.

3 apesar de o cálculo do indicador ter considerado como local o estado de nascimento dos empregados, a prática de contrata-ção adotada, quando aplicável, prioriza residentes do estado, e não necessariamente os naturais dele.

catalisador do desenVolVimento local

capacitar para crescerem 2009, a Vale financiou, nas suas operações canadenses, duas iniciativas para fornecer capacitação às comunidades remotas e aborígenes. A pri-meira foi a renovação da parceria entre a Vale inco e a canadian executive service organization (ceso), organização sem fins lucrativos que atua na promoção da autossuficiência das comunidades aborígenes e na redução da pobreza. A partir de 2010 e até o fim de 2012, a ceso receberá recursos anuais para desenvolver projetos de treinamento e tutoria.

os projetos responderão às necessidades identificadas pelas comunidades aborígenes em todo o canadá. os voluntários do ceso serão responsá-veis pelo treinamento e pela tutoria – no local – tanto nas comunidades como nos centros urbanos. entre as ações a serem realizadas estão cria-ção de empresas, desenvolvimento econômico comunitário e capacitação relacionada a finanças, recursos humanos e comunicação. A finalidade é desenvolver um grupo governante aborígene mais eficiente e economica-mente saudável.

A outra iniciativa é uma parceria com o cambrian college, instituição edu-cativa em sudbury, para desenvolver uma sala de aula itinerante que permi-tirá a realização de estudos e trabalhos especializados, beneficiando as co-munidades remotas do norte de ontário. Por meio de em um trailer de alta tecnologia, equipado com ar, gás, aquecimento e uma antena parabólica, que gera sua própria eletricidade, a sala de aula itinerante oferecerá vários cursos, como eletrônica, soldagem, serralheiro, mecânico, entre outros.

case

cana

diagnósticos

• Mapeamento de profissionais por negócio, área e competências• Mapeamento da infraestrutura local• Mapeamento do contexto social• Mapeamento de fornecedores/parceiros

atração e desenvolvimento

• Identificação de fontes de recrutamento• Definição do pacote de remuneração• Formação e especialização de profissionais• Desenvolvimento de instituições de educação profissional• Parcerias e desenvolvimento da infraestrutura necessária para a

realização das formações

retenção de pessoas

• Desenho do Plano de Transição de Pessoas, para apoiar o processo de mudança de profissionais

• Apoio ao desenvolvimento da infraestrutura local: saúde, habitação, educação e lazer

• Educação Continuada• Gestão da Performance• Carreira & Sucessão

nas áreas de carpintaria, serralharia, alfaiataria, eletricidade geral, além de construção civil, moda e confecções. Por intermédio da Valer, foram iniciadas, em 2009, as ações do Programa de Formação Profissional para capacitar profissionais nos cursos de Operação de Mina e Soldagem. A formação

está sendo implementada em parceria com o Senai Brasil, em função da ausência de escolas técnicas na região. Para dar continuidade à qualificação de profissionais, investimos ainda no desenvolvimento da infraestrutura educacional local, construindo escolas, salas de aula e laboratórios.

Relatório de Sustentabilidade Vale 200982

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

Nov

a ca

ledô

nia

com as mãos na massaos residentes da Província do sul de Nova caledônia comemoraram a inauguração do Prédio comunitário, realizada em dezembro de 2009. As obras, que duraram sete meses, foram parcialmente financiadas pela Vale inco Nouvelle-calédonie. o projeto empregou nove jovens, que aprende-ram várias atividades da área de construção, como pintura, serviços elé-tricos, alvenaria e carpintaria. Além do treinamento teórico, os aprendizes tiveram oportunidade de praticar, possibilitando o ganho de experiência, essencial nesse campo.

em 2006, a Vale inco Nouvelle-calédonie criou o programa Projetos comunitários, em parceria com a Província do sul e o conselho tradicional djubéa Kapone, que é um dos oito conselhos tradicionais na Nova caledônia. Um dos objetivos do programa é proporcionar treinamento para a juventude das tribos locais. o projeto já capacitou cerca de 60 jovens na área da construção civil.

case

mineraçÃo artesanal e de Pequena escala

A mineração artesanal ou de pequena escala é responsável pela geração de trabalho e renda para milhares de famílias ao redor do mundo, exercendo um importante papel no desenvolvimento social e econômico de muitos países.

Como empresa global, buscamos contribuir para a transferência de boas práticas tecnológicas e de saúde e segurança, principalmente em países em desenvolvimento. Em 2009, aprovamos a Política de Direitos Humanos da Vale, que aborda, entre outros temas, questões referentes a mineração artesanal e de pequena escala. Esse assunto também constará do Guia de Direitos Humanos, que será desenvolvido no decorrer do ano de 2010.

No estado brasileiro de Minas Gerais, em 2008, a Vale fez o pedido de cessão gratuita e voluntária dos direitos minerários sobre a Pedreira Santa Efigênia à Cooperativa dos Trabalhadores. Em dezembro de 2009, com o apoio da empresa e da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a cooperativa protocolou o Formulário de Caracterização do Empreendimento Integrado na Superintendência Regional de Minas Gerais e no Departamento Nacional de Produção Mineral. O processo para a obtenção do direto de lavra encontra-se em trâmite.

Em 2009, em Minas Gerais, a área de Segurança Empresarial da Vale realizou fiscalizações nas unidades operacionais da empresa onde há risco de ocorrência de prática de garimpagem clandestina. Há a intenção de inserir esse tema na pauta de reuniões realizadas com as comunidades desse estado localizadas próximas às operações. Ao longo do ano foram identificadas 42 ocorrências e, com a intervenção da Polícia Civil, foram detidas 22 pessoas.

Em 2008, a PT Inco havia registrado mineração artesanal e de pequena escala em algumas áreas de concessão na Indonésia, especialmente no período de alta nos preços de níquel. Com a crise econômica em 2009, houve uma redução

significativa da ocorrência dessas atividades em nossas áreas de concessão.

No Projeto Trés Valles, desenvolvido na comunidade de Salamanca (Chile), 70 mineradores artesanais que trabalhavam em áreas pertencentes à Vale foram realocados. Desde 2007, está em vigência um acordo firmado com a Asociación Minera de Salamanca (Asomi) por meio do qual, além da realocação para áreas autorizadas para exploração, a Vale se compromete a contribuir para a melhoria das condições de produtividade, segurança e saúde, mediante a instalação e a transferência dos acampamentos e a implementação de um sistema de assistência técnica ao terreno.

Estão previstas também outras ações, como: o apoio aos profissionais no cumprimento dos padrões produtivos e de segurança estabelecidos pela legislação vigente e pelo Acordo de Produção Limpa; a construção de dois acampamentos, que atendam às condições de saúde e segurança requeridas pela atividade; e a assistência técnica em temas relacionados a segurança, geologia e exploração mineral. A equipe da Vale também realiza mensalmente capacitação sobre temas de interesse do grupo.

83

catalisador do desenVolVimento local

incidentes

Entre os aspectos relevantes da gestão do relacionamento da Vale com as comunidades estão a ação preventiva, o monitoramento permanente e a busca de soluções para incidentes com potencial para afetar as pessoas que vivem nas regiões onde atuamos. A partir do envolvimento da comunidade, agimos de forma a prevenir os riscos, minimizar as ocorrências e dar um atendimento rápido quando um incidente ocorre.

A Vale mantém um sistema de registro e acompanhamento das ocorrências, que contribui para a criação de mecanismos de prevenção e a redução das consequências.

Ferrovias da Vale no brasil

A Vale opera, no Brasil, aproximadamente 11 mil1 quilômetros de malha ferroviária. As linhas percorrem dez estados, passando por cerca de 400 municípios. Em muitos locais, houve o crescimento das comunidades nas proximidades das ferrovias, aumentando o risco de incidentes.

Apesar de apresentarmos melhoria constante no indicador Acidente por MTKm (milhão de trem km), que leva em conta os acidentes em função da quantidade de trens e da distância percorrida, sabemos que ainda precisamos avançar mais.

As principais iniciativas em andamento são:

• análise de vulnerabilidade de riscos;

• melhoria no sistema de gestão das ocorrências ferroviárias;

• expansão do centro de capacitação ferroviária;

• campanhas educativas e de sensibilização;

• avaliação de novas tecnologias, como os freios eletropneumáticos;

• melhoria de sinalização;

• programa de controle de treinamentos e reciclagem para as áreas operacionais.

análise de riscos

Nossas atividades, produtos e serviços envolvem aquisição, armazenamento, manuseio, uso, transferência e descarte de produtos químicos diversos, como solventes, óleos lubrificantes e combustíveis, sendo alguns potencialmente perigosos. A gestão desses produtos visa identificar e minimizar os riscos de nossas operações, por meio de procedimentos técnicos, equipes

1 incluindo a Ferrovia norte sul.

Identificamos e analisamos as situações de risco através de ferramentas específicas e

compatíveis com os processos produtivos.

ocorrência nas ferrovias operadas pela Vale no brasil por mtKm (milhão de trem km)

*Fonte: Unigofer – Sistema de gestão de ocorrências ferroviárias da Vale no Brasil, que possui equidade com os registros da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A Ferrovia Norte Sul passou a ser operada pela Vale em 2008. São 580 km construídos, dos quais 452 km estão em operação pela Vale, entre Açailândia e Colinas.

8378

67

43

24 25

9,013,0

5,2 7,4 4,4 6,6 5,56,0 6,0

1510 10,5

4,15,8 2,8 3,8

26,220,5

17,914,1

2,7

22,8

Fca EFcEFvm Fns

0

90

70

60

80

50

40

30

20

10

2001 2004 20072002 2005 20082003 2006 2009

18,1

Relatório de Sustentabilidade Vale 200984

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

capacitadas, consultorias especializadas e auditorias periódicas, a fim de nos manter em conformidade com a legislação e com os demais requisitos aplicáveis.

As situações de risco associadas às nossas operações são identificadas e analisadas através de ferramentas específicas e compatíveis com os processos produtivos e, com isso, possibilitam a adoção de medidas preventivas apropriadas e alinhadas aos sistemas sob análise. Adicionalmente, cada unidade operacional conta, ainda, com um Plano de Atendimento a Emergência específico, além de pessoal capacitado, a fim de minimizar as perdas e os danos às pessoas e ao meio ambiente.

Realizamos, em 2009, um trabalho de avaliação das situações de riscos, por meio de auditoria externa, a fim de verificar o grau de implantação do gerenciamento de risco das unidades operacionais no Brasil, considerando a identificação dos perigos, as ações de bloqueio e os seus respectivos planos de atendimento à emergência para mitigar os impactos dos incidentes. A avaliação resultou num nível adequado de implantação, recomendando aprimorar os procedimentos para realização de simulados.

O processo de Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, iniciado em 2008, continua em implantação e já possibilitou a homogeneização e a racionalização de recursos e materiais para prevenção e mitigação dos riscos, tanto ambientais como os de saúde e segurança, nas diferentes fases do ciclo de vida de nossos empreendimentos (mais detalhes na página 49).

O processo de comunicação de ocorrências ambientais foi aperfeiçoado com a publicação de uma instrução específica de comunicação. Foi publicada uma Instrução Corporativa para Comunicação de Ocorrências Ambientais, que tem como objetivo estabelecer a metodologia para classificação de eventos acidentais e assegurar/garantir a comunicação de ocorrências ambientais à área de meio ambiente para fins de apoio, gerenciamento e acompanhamento. Adicionalmente, esse procedimento possibilitou a homogeneização, em todos os nossos negócios, da classificação dos

eventos acidentais e os critérios de comunicação, otimizando a tomada de decisão por parte das áreas envolvidas.

A tabela a seguir apresenta os incidentes significativos2 com potencial impacto nas comunidades, com as causas já identificadas e as ações de bloqueio adotadas nas nossas operações3:

2 “incidente significativo” da Gri corresponde à definição de “acidente crítico” usada pela Vale, ou seja, aquele que ultrapassa os limites de propriedade da unidade operacional e apresenta impacto residual sobre o meio ambiente e/ou saúde e segurança dentro ou fora da unidade operacional.

3 os incidentes ferroviários são reportados separadamente, por meio do indicador internacionalmente adotado (acidentes por milhão de trem km). os dados de derramamento são reportados no capítulo meio ambiente, por meio do indicador en23, na página 63.

localidade empresa incidente causa(s) ações de bloqueio

Pará PPsACombustão de hidrossulfito de sódio

Vazamento e contato com água

• Armazenamento em contêineres

• Dique de contenção

• Inspeção rotineira na área do armazém

Pará Alunorte Transbordamento de lama vermelha Chuvas intensas

• Redimensionamento dos ponds de armazenamento

• Redimensionamento do sistema de bombeamento

Maranhão Vale

Transbordamento de efluente contendo minério de ferro

Chuvas intensas

• Redimensionamento das bacias de contenção

• Revisão do programa de manutenção periódica da rede de drenagem

Minas Gerais FcA Óleo no rio Itapecerica

Rede de drenagem oleosa subdimensionada

• Redimensionamento e segregação das redes de drenagem oleosa e pluvial

• Revisão do programa de manutenção e inspeção

Minas Gerais Vale

Queda de minério de ferro no córrego Vargem Grande

Ausência de estruturas de contenção

• Implantação de diques de contenção

• Revisão do programa de manutenção e inspeção

Manitoba Vale incoInterrupção do fornecimento de água

Falha no equipamento da planta de tratamento de água que fornece água potável para a cidade

• Comunicados imediatos à população pelas autoridades locais

• Monitoramento do fornecimento de água até sua normalização, de acordo com os parâmetros do governo

• Adequação dos equipamentos para aumento da vazão de tratamento de água e melhoria dos parâmetros de potabilidade, visando ao atendimento da demanda da comunidade e à identificação de novas medidas de prevenção de falhas de equipamentos de processo

Newfoundland and labrador

Vale inco Newfoundland & labrador (Planta de long Harbour, em construção)

Incêndio florestal atingindo 25 hectares

As causas não foram identificadas pelas autoridades locais

• Controle do incêndio com o apoio das autoridades locais para minimização da área impactada

• Reforço das medidas de comunicação perante as comunidades sobre os riscos de incêndio e a manutenção de aceiros1

1 Terreno desbastado de vegetação, que se abre em torno ou através das matas para evitar a propagação de incêndios.

85

catalisador do desenVolVimento local

reassentamento inVoluntário

As atividades de mineração, logística e demais empreendimentos, algumas vezes, exigem o deslocamento de comunidades. Sempre que possível, procuramos evitar ou, pelo menos, minimizar o reassentamento, buscando projetos alternativos.

Ao elaborar planos de reassentamento, a Vale busca adotar práticas alinhadas com as diretrizes do Banco Mundial sobre o tema. As recomendações incluem ações para mitigar os impactos sociais e econômicos dos deslocamentos involuntários.

A Vale está elaborando o Termo de Referência para Processos de Reassentamento, com acompanhamento social. Nosso objetivo é assegurar um tratamento equitativo às famílias deslocadas, bem como oferecer acesso a oportunidades de desenvolvimento econômico e social.

Os objetivos do documento são:

• adotar um princípio único para a atuação dos empreendimentos, que considerem as boas práticas de responsabilidade social corporativa;

• reproduzir e adaptar para a realidade dos nossos negócios os padrões de desempenho ditados pelo Banco Mundial, pelo ICMM e pelo Pacto Global, entre outros;

• orientar os diferentes processos na Vale que envolvam o deslocamento de pessoas;

• contribuir para estudos e programas socioeconômicos;

• reduzir os impactos causados pela remoção;

• assegurar às famílias padrões adequados de qualidade de vida e mecanismos de inclusão social.

reassentamento em moçambique em Moçambique, o Plano de Ação do reassentamento visa ao atendimento total de mais de 980 famílias até o fim de 2010, sendo 300 oriundas de chipanga, Mi-thethe e Bagamoio. essas famílias serão reassentadas no bairro 25 de setembro, na Vila de Moatize, onde fixarão residência e utilizarão os equipamentos de edu-cação e saúde já existentes. tais equipamentos estão sendo expandidos e melho-rados para responder às demandas da população.

desse total, o maior contingente, mais de 650 famílias, será reassentado na região de cateme, que fica a 36 km da Vila de Moatize. A maior parte dessas famílias tem perfil rural. Para esse reassentamento foi projetado um conjunto de infra-estruturas básicas para moradia, atendimento de serviços de educação, cultura, saúde, esportes e espaço para o desenvolvimento das atividades de agricultura (machambas), voltadas para consumo e venda.

As duas regiões que estão recebendo as famílias deslocadas irão sediar uma esta-ção conhecimento, núcleo de desenvolvimento humano e econômico que pro-move atividades culturais, esportivas, de educação profissionalizante e de saúde. em cateme, as atividades da estação serão complementadas com a construção de uma fazenda-modelo e de módulos demonstrativos agropecuários. A fazen-da-modelo terá como finalidade a produção de alimentos para merenda escolar e de farinha multimistura para o programa nutricional, além de contar com área para pastagem.

dentre as principais ações realizadas em 2009, destacam-se:

• visitas em campo para acompanhamento do impacto das obras, planejamento e acompanhamento da execução de detonações e trabalhos com maquinário de grande porte;

• visitas domiciliares para entrega dos pacotes de subsídio alimentar;

• vistorias de imóveis identificados para atendimento das indenizações assistidas, acompanhamento da regularização fundiária dos imóveis e sua efetiva transfe-rência ao reassentado;

• acompanhamento de cerimônias tradicionais;

• identificação, negociação e pagamento de indenizações de machambas (áreas agrícolas) e imóveis comerciais e sazonais impactados pela obra;

• atendimento nos gabinetes de plantão social nas comunidades de origem e as-sentamento de cateme;

• visitas em campo para o planejamento das frentes de remoção e inventário de animais a trasladar;

• traslado de animais (bovinos e caprinos por pastoreio, outros por transporte rodoviário);

• acompanhamento do processo de transferência das famílias.

o Plano de Ação para reassentamento foi baseado em amplo censo socioeconô-mico aplicado às comunidades vizinhas ao empreendimento e a áreas anfitriãs do reassentamento. todo o processo seguiu as diretivas do Banco Mundial, que in-cluem ações como consulta às comunidades e às pessoas afetadas; disponibiliza-ção de canal de comunicação para reclamações e busca de soluções com relação à compensação e ao deslocamento; realização de censo socioeconômico para identificar as pessoas a serem desalojadas pelo projeto; e participação informada das comunidades em todas as etapas.

case

Moç

ambi

que

Relatório de Sustentabilidade Vale 200986

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

Nossa expectativa é de que esse termo de reassentamento apoie a implantação dos nossos projetos, apontando caminhos possíveis de desenvolvimento sustentável, economicamente viável e socialmente justo das comunidades afetadas.

Em Minas Gerais, em 2009, 17 domicílios foram deslocados em função da implantação de projetos (Mina do Baú e Apolo) ou do impacto em áreas próximas às atividades operacionais em Itabira. Os reassentamentos foram realizados por meio de processos de indenização e indenização assistida, conforme o acordo estabelecido entre as partes. Esse processo foi resultado das reuniões de Diálogo Social realizadas na comunidade.

Já no Peru, o Estudo de Impacto Ambiental do Projeto Bayóvar indicou a necessidade de remoção de três famílias, cuja atividade principal é a criação de gado. Foram construídas novas moradias para as famílias reassentadas.

O maior processo de reassentamento ocorreu em Moçambique, na área próxima ao projeto de carvão Moatize. Até o fim de 2009, 217 famílias haviam sido deslocadas, sendo 203 por reassentamento sem indenização (com o acompanhamento de todo o processo de transição) e 14 famílias optaram pela indenização, conforme acordo estabelecido entre as partes. Os compromissos assumidos pela Vale na implantação da infraestrutura de suporte às famílias reassentadas envolvem a concepção do projeto urbanístico e a construção de novas moradias, de equipamentos sociais e de serviços, como escolas, postos de saúde, posto policial, entre outros (leia mais no case da pág. 86).

aquisiçÃo de ProPriedade

Nas unidades próprias da Vale no Brasil, o processo de aquisição de propriedade respeita um procedimento formal e normativo, definido pela equipe de patrimônio. Também são envolvidas a Fundação Vale e as áreas de Comunicação Regional, Saúde e Segurança Ocupacional e Empresarial e Meio Ambiente. Os processos visam garantir que todas as informações necessárias para a identificação e os direitos usuais sejam respeitadas. Por meio de levantamento socioeconômico,

são identificadas famílias em situação de vulnerabilidade social. Nesses casos, o processo de aquisição de patrimônio passa a ser acompanhado pela Fundação Vale, que orienta equipes de campo e apoia na possível necessidade de flexibilização das condições de negociação. Em casos específicos poderão ser necessários assistência e acompanhamento social, além de disponibilização de infraestrutura.

O foco é evitar situações de conflito entre as partes envolvidas, respeitar a legislação local, os procedimentos propostos pela International Finance Corporation (IFC) e garantir que o processo negocial seja justo e viabilize as mesmas ou melhores condições de vida para as comunidades locais. Quanto às comunidades indígenas, no Brasil, a legislação não permite atividades de mineração em terras indígenas, o que impossibilita qualquer processo de aquisição de propriedade, bem como a atividade de mineração, mesmo que em parceria com essas comunidades.

Na Austrália e em operações da Vale Inco, o processo de identificação e aquisição de propriedades se assemelha ao brasileiro no que tange, por exemplo, a planos de comunicação, avaliação de propriedade, envolvimento do setor jurídico da Vale, análise da vulnerabilidade social, estudos socioeconômicos e registros de propriedade. Apesar da semelhança no processo, cada região segue suas diretrizes, alinhandas com as especificidades das legislações locais, inclusive nos casos em que envolvem povos indígenas.

No Canadá, há diferentes processos específicos para a identificação de comunidades aborígenes que possam ser afetadas pelas atividades da Vale Inco. A empresa trabalha diretamente com os representantes dessas comunidades para mitigar os possíveis impactos.

As operações da Vale Manganèse France e da Vale Manganese Norway estão localizadas dentro de áreas industriais e, por esse motivo, não possuem processo de aquisição de propriedades.

Fechamento de mina

A Vale estabelece diretrizes corporativas no seu Guia de Fechamento de Mina para orientar os profissionais das unidades operacionais no processo de encerramento das atividades. Em 2009, como resultado das discussões iniciadas em 2008 no grupo de trabalho que envolve as diferentes áreas da empresa, foi revisado o protocolo para a elaboração de planos de fechamento de mina. Dando continuidade ao processo de aprimoramento da gestão do tema, o novo protocolo garante que todos os planos de fechamento de mina considerem os aspectos sociais e econômicos, além dos aspectos ambientais, relacionados ao término das operações.

Em 2010, esse protocolo será avaliado por meio de sua aplicação em projetos piloto nas áreas de minério de ferro e de bauxita. O objetivo dessa iniciativa é realizar, nos próximos anos, a atualização dos planos de fechamento de todas as unidades mineradoras da Vale.

Adicionalmente, para atender aos requisitos definidos pela bolsa de valores dos EUA (SEC – Securities and Exchange Commission), a Vale realiza provisões para desmobilização de ativos dos empreendimentos mineiros da empresa. Os valores estimados para provisão são revisados anualmente e apresentados nas demonstrações contábeis. Em 2009, foi estimado US$ 1,12 bilhão para desmobilização de ativos na Vale.

87

catalisador do desenVolVimento local

cadEia dE valor

Incentivo às compras locais

Para dinamizar a economia nas regiões onde atuamos, estimulamos a contratação de

fornecedores locais, além de promovermos o desenvolvimento da nossa cadeia produtiva

às normas e aos contratos; transparência; ética nas relações comerciais; saúde e segurança no trabalho; direitos humanos; meio ambiente, entre outros. Salientamos também a importância de nossos fornecedores denunciarem práticas questionáveis do ponto de vista ético, como situações de abuso de poder, fraude, apropriação indevida, suborno, entre outras que estejam em desacordo com os valores e as políticas da Vale. Para isso, disponibilizamos um Canal de Denúncia, descrito no nosso site (www.vale.com).

crescendo com a cadeia ProdutiVa

Lançado em 2008, o Programa Inove busca promover o desenvolvimento dos fornecedores regionais, principalmente pequenos e médios, por meio do fortalecimento das relações com as entidades de classe e os órgãos de governos. Além disso, visa à capacitação, ao aumento da competitividade e ao incentivo à realização de negócios, tornando os fornecedores mais preparados para atender às exigências do mercado. Até o fim de 2009, disponibilizamos cerca de US$ 48,8 milhões em crédito, beneficiando 169 empresas fornecedoras em sete estados do Brasil.

Fornecedores

Para atender ao nosso compromisso de construir um modelo de negócio sustentável e contribuir para uma sociedade mais justa, ambientalmente equilibrada e economicamente próspera, sabemos que é essencial influenciar positiva e proativamente cada parceiro e demais envolvidos em nossa cadeia produtiva. Por isso, lançamos em 2009 o Código de Conduta do Fornecedor (disponível em www.vale.com), que define a visão da Vale sobre conduta ética nas relações comerciais com as empresas que nos fornecem serviços e produtos. Da mesma forma, esperamos que nossos fornecedores estendam esses critérios internamente em suas empresas e para os fornecedores por eles contratados.

Estimulamos nossos fornecedores a conhecer e atuar com base em pactos, acordos, tratados e convenções internacionais, tais como: a Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), a Agenda 21, o Pacto do Milênio, o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), bem como documentos da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Dentre as questões abordadas no nosso Código de Conduta do Fornecedor, destacamos o atendimento à legislação,

Relatório de Sustentabilidade Vale 200988

Bras

il

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

educaçÃo a distância

Em 2009, a plataforma de Educação a Distância do Inove teve mais de 1.300 inscritos e contou com a participação de cerca de 400 empresas nos 21 cursos desenvolvidos pela Valer – Educação Vale, chamados Trilha Inove. O objetivo dos cursos é aumentar a competitividade dos pequenos e médios fornecedores por meio da geração de conhecimento. Hoje, além da Trilha Inove para o desenvolvimento de fornecedores, com conteúdo voltado à gestão empresarial, contamos também com mais 37 cursos desenvolvidos em parceria inédita com a Consist, representante oficial da Harvard Business Publishing no Brasil, e já temos mais de 20 estados participantes (leia mais no case ao lado).

inoVe Pelo brasil e Pelo mundo

Entre as ações de promoção do Programa Inove, incluiu-se a divulgação em veículos de comunicação, internos e externos, além da realização de diferentes eventos. Destes, ressaltamos o Dia do Fornecedor, iniciativa que reuniu aproximadamente 800 pessoas, entre fornecedores e empregados, nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão, Pará e Rio de Janeiro. No evento foram discutidos temas como Saúde e Segurança, Índice de Desempenho do Fornecedor (IDF) – ferramenta que avalia serviços e produtos –, novas oportunidades de negócio, ética e sustentabilidade, entre outros. Foi nessa ocasião que lançamos o nosso Código de Conduta do Fornecedor.

Outro evento do Inove que merece destaque é o workshop de internacionalização realizado em dezembro de 2009, em Minas Gerais, com gerentes de projetos da Vale em Omã, Moçambique, Peru e Colômbia. Essa iniciativa apresentou novas oportunidades de negócios e contribuiu para a possível expansão internacional dos fornecedores locais.

Em 2009, o Inove também deu continuidade ao plano de diagnósticos regionais, para aprofundar o nosso conhecimento das condições de oferta e demanda de produtos e serviços nas nossas áreas de atuação. A partir desse levantamento, identificamos lacunas, gargalos e, principalmente, as vocações locais a fim de aproveitarmos as oportunidades e alavancarmos novos negócios com fornecedores locais. Além da atualização dos dados referentes ao Pará, estado onde foi realizado o diagnóstico piloto em 2008, a análise foi feita também nos estados de Minas Gerais e Maranhão.

Práticas premiadasPelo segundo ano consecutivo, a Vale promoveu o Prêmio Fornecedores, como forma de estimular a busca pela excelência na qualidade de materiais e na prestação de serviços. A seleção foi feita a partir do Índice de desempenho de Fornecedores (idF) e correspondeu ao período de setembro de 2008 a novembro de 2009. o idF é uma ferramenta que procura qualificar o nível de serviços e de materiais fornecidos, além de incentivar o desenvolvimento e a inovação dos parceiros em todo o Brasil.

A premiação, dividida em cinco edições (quatro regionais e uma nacional), con-tou com a participação de 5.874 empresas. dezesseis fornecedores foram pre-miados nas categorias Melhor Fornecedor Regional – Serviços, Melhor Fornecedor Nacional – Material e Melhor Fornecedor Nacional – Serviço, todos divididos pelo porte do contrato: pequeno, médio e grande. também foram premiados os for-necedores nas categorias Destaque Saúde e Segurança, Destaque PDF (Progra-ma de Desenvolvimento de Fornecedores), Destaque Meio Ambiente e Destaque Educação. este último é um reconhecimento às empresas que mais investiram na capacitação de seus empregados por meio das iniciativas de educação ofe-recidas pelo Programa inove de desenvolvimento de Fornecedores.

Na cerimônia de premiação, realizada em dezembro de 2009, no rio de Janeiro, a Vale anunciou duas novidades: um pacote de cursos em parceria com a consist, representante da Harvard Business Publishing no Brasil, e o Kit do Fornecedor.

A parceria com a consist permite a realização de cursos online voltados para liderança, gestão de negócios e desenvolvimento pessoal, todos desenvolvidos pela Harvard Business Publishing. com isso, a Vale pretende compartilhar ainda mais conhecimento com seus fornecedores regionais. Ao término da aprendizagem, os participantes receberão um certificado emitido pelo Programa inove e pela consist.

Já o Kit do Fornecedor é uma iniciativa que facilita a adequação de fornece-dores às exigências de segurança da Vale. Através de acordos fechados com seguradoras e empresas de equipamentos de proteção individual, o kit possi-bilita aos pequenos e médios fornecedores acesso a condições otimizadas de fornecimento, como escala, logística e preços, resultando na redução subs-tancial de custos para os fornecedores.

case

89

catalisador do desenVolVimento local

comPras locais

Mesmo diante de um cenário de crise, mantivemos o nosso compromisso e as nossas ações voltadas à contratação de fornecedores locais por ser esta uma medida importante para dinamizar a economia nas regiões remotas onde atuamos, conforme podemos observar no gráfico ao lado.

A Vale reforça sua estratégia de desenvolvimento e qualificação das empresas locais por meio de programas como o Inove e da participação nos Programas de Desenvolvimento de Fornecedores Regionais (PDF), visando gerar impactos positivos no médio e no longo prazo. Atuamos também como empresa- -âncora do setor de mineração no Brasil no Programa Tear – Tecendo Redes Sustentáveis, que representa uma iniciativa bem-sucedida de articulação entre diversos atores sociais, resultado de um convênio entre o Instituto Ethos de Responsabilidade Social e o Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

melhoria contínua

No Brasil, realizamos a gestão do relacionamento com os nossos fornecedores por meio de três etapas: qualificação com base nos nossos valores, avaliação de desempenho e desenvolvimento. Essas ações visam contribuir para a melhoria contínua da nossa cadeia produtiva.

Todos os nossos fornecedores passam por processos de seleção e cadastro pautados pelo atendimento de critérios de naturezas jurídica, fiscal, tributária, de saúde, segurança e meio ambiente. Nosso cadastro é frequentemente atualizado, com verificação regular do cumprimento dessas exigências. Além disso, todos os fornecedores são monitorados, no Brasil, pela checagem periódica da lista do Ministério do Trabalho e Emprego que relaciona empresas envolvidas com trabalho escravo, entre outras questões legais (leia mais no capítulo de Direitos Humanos, nas págs. 115 e 116).

Percentual de compras locais em termos de valores monetários – resultados globais

Percentual médio de comPras no País

Percentual médio de comPras no estado/reGiÃo

2007 20092008

85%75% 71%

52%46% 43%

Percentual de compras locais em termos de valores monetários – outros países 2009

Percentual médio de comPras no País

Percentual médio de comPras realizadas nas PrinciPais ProVíncias/estados

austrália indonésiacanadá

78%

53%46%

78%

48%

16%

Percentual de compras locais em termos de valores monetários – brasil

*Em 2007, o percentual das compras realizadas no Brasil considerava apenas as unidades próprias. A partir de 2008, os dados das controladas foram incorporados.**O percentual médio de compras realizadas nos estados considera as compras realizadas por nossas principais operações localizadas no Espírito Santo, no Maranhão, em Minas Gerais e no Pará – Brasil.

Percentual médio de comPras realizadas no brasil*

Percentual médio de comPras realizadas nos PrinciPais estados**

2007 20092008

93%87% 84%

53%49% 44%

Relatório de Sustentabilidade Vale 200990

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

No processo de fechamento de contratos, também verificamos se as empresas com as quais mantemos negócios têm pendências no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), entre outras. Caso sejam constatas irregularidades e as empresas não se dispuserem a solucioná-las, estas poderão ser desligadas da nossa base.

nova categoria no idF

O Índice de Desempenho do Fornecedor (IDF) é a ferramenta que utilizamos para avaliar todos os fornecedores de materiais, independentemente do valor do contrato, e de serviços com contratos acima de US$ 270 mil. Dentre outros objetivos, o IDF busca fornecer subsídios para a renovação do nosso cadastro, estabelecer um ranking de nossos parceiros e assegurar mais transparência com o mercado. Além disso, busca incentivar o desenvolvimento e a inovação dos nossos parceiros em todo o Brasil. Em 2009, criamos uma nova categoria no IDF: o Destaque Educação, destinado às empresas que mais investiram na capacitação de seus funcionários durante o ano por meio das iniciativas de Educação a Distância do Programa Inove.

Ao adotar esses mecanismos de monitoramento, contribuímos para elevar os padrões de gestão da nossa cadeia produtiva. Esse é um compromisso que já colocamos em prática e que pretendemos ampliar com a criação do nosso Código de Ética.

Pelo IDF Serviços, os gestores da Vale dos contratos avaliam, trimestralmente, as dimensões: Técnico-operacional (43,5%), Saúde e Segurança (20,5%), Meio Ambiente (18%), além de Obrigações Trabalhistas, Cíveis e Tributárias (18%). Os resultados são informados por meio de um portal para comunicação com os fornecedores. Já pelo IDF Materiais, geramos informações mensais sobre a base de fornecedores a partir de avaliações quanto aos seguintes critérios: Pontualidade (50%), Conformidade (40%) e Competitividade (10%). Pelo portal, informamos os resultados.

Após a avaliação e a classificação, elaboramos planos de ação para aqueles fornecedores com desempenho menor do que 50%, e as empresas mais bem avaliadas são reconhecidas por meio do Prêmio Fornecedores (leia mais na pág. 89).

clientes

comunicação de valores

Buscamos soluções que atendam às necessidades de nossos clientes e de seus negócios, investindo na qualidade dos nossos produtos e também no fortalecimento do relacionamento de longo prazo.

Os negócios da Vale são realizados, predominantemente, com outras empresas (business to business), e não com consumidores finais (business to consumer). Desse modo, a nossa estratégia de comunicação prioriza ações específicas voltadas às empresas clientes.

As ações voltadas aos diferentes elos da cadeia de valor, como fornecedores e demais parceiros, seguem a mesma linha e acontecem por meio de eventos como visitas técnicas, reuniões, feiras de negócios, exposições, pesquisas de satisfação periódicas e outros.

O contato permanente com nossos clientes nos permite monitorar e avaliar sua percepção sobre a qualidade de nossos produtos e serviços e a assistência técnica fornecida. As diferentes ferramentas também nos ajudam a identificar oportunidades de melhoria de nossos produtos e serviços e a monitorar o atendimento à norma internacional de qualidade ISO 9001 para as unidades certificadas. Para atender às especificidades e às características de cada segmento de mercado, a metodologia, a periodicidade e a abrangência dessas práticas variam entre as nossas áreas de negócios.

Para o segmento de logística de carga geral, realizamos avaliação com o objetivo de monitorar a qualidade e o desempenho dos nossos serviços. Desde 2006, essas ações orientam a nossa busca pela excelência operacional.

Para o segmento de transporte de passageiros no Brasil, realizamos pesquisas de satisfação de 2006 a 2009 nas Estradas de Ferro Vitória a Minas e Carajás. Além disso, disponibilizamos formulários de pesquisa de satisfação e centrais de relacionamento para que os nossos clientes possam expressar suas opiniões.

De forma proativa, procuramos antecipar e atender as tendências legislativas ou normativas de comunicação para dar transparência e segurança jurídica às operações e aos negócios, com a eficiência que um mercado competitivo exige.

Além de cumprir a legislação e as determinações dos órgãos reguladores onde quer que atuemos, nossa estratégia de comunicação está alinhada à nossa Missão, Visão e Valores e respeita nosso Código de Conduta Ética.

Em 2009, não registramos casos de não conformidade ou multas relacionados a patrocínio, publicidade e promoção, tampouco casos relativos a fornecimento e uso de produtos e serviços1.

As ações de comunicação institucional da Vale têm como objetivo central fortalecer nossa missão de transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentável.

seGurança de Produtos e serViços

Gerenciamos os riscos em todas as etapas do processo de extração mineral, dando especial atenção às etapas de extração/beneficiamento e distribuição. Esses procedimentos estão claramente definidos na Instrução para Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (INS-0037).

1 os processos são considerados relevantes com base nos seguintes critérios: a) em razão do valor, incluindo pedidos de indenizações e aplicação de multas; b) em razão do tema de interesse da empresa ou de repercussão no público em geral, independentemente de valor.

91

Em 2009, avançamos no cumprimento da Regulamentação Europeia associada ao Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Produtos Químicos (Reach, na sigla em inglês). Como resultado da nossa participação nos consórcios do Reach, obtivemos e atualizamos dados científicos relacionados aos produtos e aos subprodutos do níquel, bem como a pelota de ferro, alumínio, cobalto e metais preciosos. Essas novas informações nos possibilitaram aprimorar a gestão de risco dessas substâncias nas nossas unidades operacionais. Ao mesmo tempo, essa iniciativa propiciará uma comunicação mais efetiva dos riscos aos nossos clientes, possibilitando-lhes um gerenciamento mais eficaz.

Também passamos a exigir de nossos fornecedores de produtos químicos o envio das fichas de informações de segurança e emergência, bem como o atendimento ao Reach, quando aplicável. Dessa forma, conseguimos ter um melhor conhecimento e entendimento dos riscos envolvidos no manuseio, na transferência, no uso e na disposição das suas matérias-primas e dos insumos. Planejamos, em 2010, registrar a maior parte de suas substâncias químicas de acordo com as normas do Reach, sendo prevista a conclusão do processo em junho de 2018.

Nas unidades da Vale no Brasil, iniciamos o processo de implantação do Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança (Requisitos Sistêmicos RS 03 – Análise e Gerenciamento de Riscos e Mudança e RS

08 – Controle Operacional) e da Instrução de Análise e Gerenciamento de Riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, reforçando a gestão de risco em todas as etapas do ciclo de vida de nossos produtos e serviços. Além disso, procuramos identificar os riscos por meio de rotulagem com diagrama de Hommel (simbologia que identifica perigos e riscos) para todos os produtos perigosos que circulam na Vale.

Os serviços de logística associados ao transporte de produtos perigosos conduzem análise dos riscos à saúde e à segurança e ao meio ambiente durante todo o seu ciclo de operação, assegurando o gerenciamento da manutenção e do uso dos veículos, bem como da qualificação do pessoal envolvido.

Princípios da prevenção

As áreas de negócio da Vale adotam os princípios da prevenção da poluição nos processos operacionais por meio da implantação de uma estratégia integrada que considera as variáveis tecnológicas, produtivas e de qualidade ambiental, segurança e saúde ocupacional.

Por meio da elaboração de fluxogramas de processo, as operações conduzem balanços de massa e energia que possibilitam a identificação dos aspectos ambientais mais significativos envolvidos e a quantificação das perdas através da geração de resíduos, efluentes e emissões atmosféricas.

Com essa abordagem, já realizamos mudanças nas matérias-primas e nos insumos utilizados, alteramos os processos tecnológicos e implementamos boas práticas de fabricação, além de propor ações de controle e de melhorias na ecoeficiência dos processos. O quadro ao lado resume alguns exemplos dessas práticas.

O aumento da recirculação de água, com a consequente minimização do consumo, nas usinas de pelotização e o uso de equipamentos de alta eficiência energética (motores e bombas) nas usinas de beneficiamento são exemplos de programas de ecoeficiência.

catalisador do desenVolVimento local

Implementamos práticas, como

de melhorias na ecoeficiência dos

precessos

Processo Prática implantada Ganhos ambientais

Alumínio Mudança no processo produtivo

• Redução das emissões de flúor e material particulado

• Redução do consumo de água

ManganêsOtimização da rota de transporte dos produtos acabados

• Redução das emissões de CO2

cobreUtilização de caminhões cobertos com lona

• Redução das emissões de material particulado

Ferrovia

Aplicação de polímero nos vagões e otimização do procedimento de carga

• Redução das emissões de material particulado

Relatório de Sustentabilidade Vale 200992

deseNVolViMeNto locAl cAdeiA de VAlor

Em relação a controle e redução da toxicidade dos insumos produtivos, a Vale, em conformidade com a legislação, não utiliza substâncias classificadas como organo-persistentes ou que possuam benzeno em sua composição. Ao mesmo tempo, possuímos diretrizes vedando o uso de outras cujos testes de toxicidade aguda e crônica superem os valores por ela especificados.

A Vale trabalha no aprimoramento da gestão de produtos. Análises de ciclo de vida estão sendo realizadas para o níquel e o manganês, em cooperação com as associações minerais correspondentes, a saber, o Instituto do Níquel e o Instituto do Manganês. Adicionalmente, planejamos para 2010 a análise do ciclo de vida do minério de ferro (pelotas). Níquel, manganês, minério de ferro (pelotas), cobre e alumínio são produtos que precisam passar pelo processo regulatório europeu do Reach (Registro, Avaliação, Autorização e Restrição a Produtos Químicos). A Vale trabalha ainda na frente de inovação tecnológica buscando alternativas para a redução dos resíduos minerais e industriais, com estudos para utilização dos finos de minérios das barragens, uso de resíduos do processamento de alumina na construção civil, uso de energias mais limpas e eficientes em processos de pelotização e logística, entre outras iniciativas.

rotulaGem

A Convenção 170 da Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) estabelece que os procedimentos de rotulagem sejam obrigatórios apenas para produtos químicos perigosos. Como a maioria dos produtos da Vale não é classificada como perigosa, procedimentos de rotulagem não são, em geral, necessários.

No entanto, a Vale possui a ficha de emergência dos seus produtos, nas quais estão definidas as propriedades físico-químicas, os cuidados durante o manuseio e uso, as medidas de controle dos riscos envolvidos, além dos procedimentos em caso de emergência.

O processo de registro do Reach subsidiará possíveis melhorias no processo descrito acima, especialmente

nos estudos científicos a serem conduzidos no âmbito do consórcio. Alinhado ao Reach, as fichas de emergência dos nossos produtos já consideram os requisitos do Globally Harmonized System (GHS).

Alguns dos compostos do níquel já estão sujeitos ao requerimento de classificação e rotulagem, os quais são atendidos pela Vale Inco. As informações sobre origem de componentes, conteúdo, uso seguro e disposição do produto são passadas aos clientes. A Vale Inco conduz estudos específicos direcionados à avaliação toxicológica e ecotoxicológica dos seus produtos à base de níquel, por meio dos quais identifica os principais perigos, as rotas de exposição, mede e monitora os níveis de exposição e propõe ações preventivas apropriadas, de forma a manter os riscos em níveis aceitáveis.

Trabalhamos no aprimoramento da gestão dos nossos produtos.

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