Causas da Degradacao do Solo em Mocambique

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Degradação dos Solos em Moçambique 201 2 Índice 1. Resumo................................................ 2 2. Introdução............................................3 3. Objectivos............................................4 3.1. Geral.............................................. 4 3.2. Específicos........................................4 4. Metodologia...........................................4 5. Degradação do solo....................................4 5.1. Causas da degradação do solo.......................5 5.2. Consequências da degradação dos solos..............6 5.3. Prevenção da degradação dos solos..................7 6. Conclusão............................................. 8 7. Bibliografia..........................................9

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Degradação dos Solos em Moçambique 2012

Índice

1. Resumo.......................................................................................................................2

2. Introdução..................................................................................................................3

3. Objectivos..................................................................................................................4

3.1. Geral....................................................................................................................4

3.2. Específicos..........................................................................................................4

4. Metodologia...............................................................................................................4

5. Degradação do solo....................................................................................................4

5.1. Causas da degradação do solo............................................................................5

5.2. Consequências da degradação dos solos.............................................................6

5.3. Prevenção da degradação dos solos....................................................................7

6. Conclusão...................................................................................................................8

7. Bibliografia................................................................................................................9

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1. Resumo

O solo tem sofrido grandes interferências promovidas pelo manejo incorreto, essas

interferências reduzem sua qualidade e a produtividade, resultando na destruição da

estrutura do solo. A acção do homem inicia o processo de degradação (desmatamentos,

queimadas, poluição) e o intemperismo de forma natural amplia os impactos. O solo é

naturalmente protegido por cobertura vegetal, nele existem microorganismos que ativam

o ciclo biológico, no momento em que o homem promove a retirada da vegetação, o

solo fica exposto à acção de ventos, chuvas, raios solares, altas temperaturas, que

destroem a estrutura do solo, boa parte dos microorganismos morrem deixando o solo

improdutivo. Os seres vivos são dependentes dos benefícios gerados pelo solo, o solo é

um recurso natural essencial para a manutenção da vida, assim para amenizar os

impactos gerados pelas atividades desempenhadas no solo, é necessário criar práticas de

conservação que visam à manutenção das propriedades físicas, químicas e biológicas do

solo. O objectivo da implantação de técnicas de conservação é a proteção de solos em

bom estado, e recuperação de solos degradados. Assim os solos em actividade podem

ser utilizados por mais tempo de forma sustentável, poupando os solos intactos, sem a

necessidade de desbravar novas terras ou destruir sua vegetação para a implantação de

atividades econômicas. A melhor maneira de combater a degradação dos solos é o uso

do mesmo de forma adequada e sustentável, para que seja mantida sua produtividade e,

portanto, a vida!

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2. Introdução

A localização geográfica de Moçambique nos trópicos e sub-trópicos, faz com que ele

seja vulnerável a eventos extremos de origem meteorológica tais como secas, cheias e

ciclones tropicais e de origem geológica como é o caso de tsunamis. Entre todas as

diversas zonas do país, as áridas, semi-áridas e sub-húmidas secas são as mais

vulneráveis, devido à degradação da terra caracterizada por perda persistente de

produtividade de vegetação, solos e pastagens e exacerbada pelo seu uso inapropriado.

(UNDP; 1992), Citado por FAO, Governo de Moçambique; 2009).

O solo é produto da desintegração e decomposição de rochas pelo trabalho da água,

temperatura, ar, organismos. O solo como recurso natural gerador de energia, no qual os

seres vivos são dependentes para a manutenção da vida, vêm sofrendo impactos que

resultam em sua degradação. Essa degradação do solo ocorre por toda parte. Devido à

extrema importância que o solo representa para todos os seres viventes, em especial

para o homem, é que se atentou para a necessidade de manutenção, proteção e

conservação desse recurso. (GONÇALVES; 2002)

Em Moçambique, a degradação do solo aumenta em consequência do desenvolvimento

e crescimento populacional. Para atender a demanda de alimentos e materiais, o solo e a

biodiversidade são destruídos. As atividades realizadas, que necessitam de ocupação do

solo são os principais fatores contribuintes para a degeneração do mesmo. (SANTOS;

2009). O crescimento de áreas urbanas e polos industriais, pecuária e agricultura,

extração de minérios, são atividades que sobrecarregam a capacidade do solo de gerar

condições para a vida. Essas atividades manejadas incorretamente podem provocar

grandes impactos no solo e em seus componentes (flora e fauna). A destruição do solo

gera preocupações para ambientalistas e profissionais da área (agrônomos, engenheiros

ambientais, engenheiros florestais, biólogos, geólogos), o solo é a base para qualquer

atividade, por isso deve-se utilizar de forma racional. (SANTOS; 2009).

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3. Objectivos

3.1. Geral

O presente trabalho tem como objectivo a identificação de factores que causam a

degradação do solo em Moçambique.

3.2. Específicos

O trabalho tem como objectivos específicos identificar as causas, efeitos e formas de

combater a degradação dos solos em Moçambique, identificar os estágios da degradação

do solo com enfoque no seu estado mais avançado de degradação.

4. Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho, foram consultados e analisados os documentos

(manuais e dissertações) existentes que têm relação com o uso, aproveitamento e gestão

sustentável da terra, incluindo o relatório nacional da consultoria de Moçambique

elaborado pela FAO, para o projecto de cooperação técnica TCP-CPLP/FAO.

5. Degradação do solo

A exposição do solo a alguns agentes físicos e químicos, contribui para o processo de

degradação, e consequentemente ocorre a diminuição da produtividade.

A degradação pode contribuir para a deterioração desse solo, sendo ela por interferência

humana ou por factores naturais, incluindo as variações climáticas. Esse processo

diminui a capacidade de suportar e manter a vida. Com a degradação são alteradas

negativamente as propriedades e o equilíbrio biológico do solo, retirando a capacidade

de produção do mesmo. As formas para se degradar o solo são diversas, as mais comuns

são desmatamento, expansão desordenada de cidades, poluição, uso de substâncias

tóxicas e o intemperismo.

De acordo com BRAGAGNOLO (1997),citado por GONÇALVES (2002), um solo

degradado apresenta as seguintes características:

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Desequilíbrio nutricional;

Compactação e pulverização (aplicação de líquidos em pequenas gotas) do solo;

Queda da actividade biológica e dos níveis de matéria orgânica;

Além desses factores um solo degradado apresenta acidificação, salinização, perda de

estrutura, diminuição da permeabilidade entre outros. O ideal é prevenir a degradação,

pois um solo degradado, mesmo com interferências de adubos e fertilizantes, não terá a

mesma capacidade de produção, comparado com o não degradado.

5.1. Causas da degradação do solo

A degradação dos solos compreende: a destruição da estrutura de solos, a perda de

nutrientes do solo através de processos como a erosão eólica ou da água (hídrica), o

encharcamento do solo, a salinização e a compactação do solo. O principal motivo para

a degradação dos solos é a utilização inadequada dos mesmos, que se deve, segundo

GEF (2003), principalmente a três fenómenos: práticas agrícolas inadequadas; excesso

de pastoreio e desflorestação. Práticas agrícolas modernas, utilizadas sem critério, com

densidades excessivas e com os períodos de pousio cada vez mais curtos, com ou sem

fertilizantes, podem levar ao enfraquecimento da capacidade natural do solo de

recuperar a sua fertilidade, levando à degradação do mesmo e à redução da sua

produtividade agrícola. Em solos irrigados, a principal causa da degradação é a má

gestão dos sistemas de água e de irrigação, que levam frequentemente ao

encharcamento e à salinização do solo, reduzindo ainda a produtividade agrícola.

Condições de baixa produtividade agrícola levam normalmente à intensificação das

colheitas, especialmente monoculturas, expansão da agricultura para áreas marginais,

utilização de máquinas agrícolas e práticas não indicadas para as condições regionais de

solos e água, que agravam o problema da degradação. As cabeças de gado

afectam/degradam o solo de dois modos – promovendo maior perda da cobertura

vegetal, consumido pelos animais e, maior compactação do solo, sob as patas dos

mesmos. O aumento das áreas agrícolas e a extinção dos mecanismos tradicionais de

controlo do número de cabeças de gado leva a um deslocamento dos pastos para zonas

que não suportam os rebanhos e manadas, reduzindo a qualidade destas e degradando

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ainda mais os solos. Dentre as várias actividades humanas: o abate de árvores,

queimadas descontroladas, práticas inadequadas na agricultura, o uso e aproveitamento

de terras em áreas propensas à erosão de solos; são as principais causas de erosão em

Moçambique.

A desflorestação é também uma perda de coberto florestal, que leva consequentemente

à degradação de solos. Os grandes motivos para a desflorestação são o corte de florestas

para vendas comerciais de madeira, conversão de áreas florestais em pastos ou zonas

agrícolas, fogos florestais acidentais ou intencionais, abrindo a possibilidade de

conversão de terras ou de ocupação por populações humanas, corte de árvores para

obtenção de combustível vegetal para produção energética e, falta de disponibilidade ou

quase ausência de água ou recursos hídricos, o que torna os ecossistemas nas áreas

afectadas frágeis. Segundo SANTOS (2009), a desflorestação é a principal causa da

degradação de solos, em particular quando seguida de sobre-exploração agrícola e

sobre-pastoreio em áreas não adequadas à agricultura.

O desmatamento e a degradação de solos apresentam também causas directas, tais como

a expansão de áreas agrícolas de pequena escala e da pobreza; e as causas indirectas,

como as políticas do Estado e interesses empresariais dentro e fora do sector florestal

(RUDEL; 2007).

5.2. Consequências da degradação dos solos

Segundo as organizações CIAT, TSBF e ICRAF (2002) citadas por SANTOS (2009), a

degradação dos solos leva:

À redução da cobertura vegetal;

Desgaste dos solos;

Ao aumento das alterações dos habitats naturais;

À redução da qualidade da água;

À redução da eficiência da utilização e gestão dos recursos hídricos;

Ao aumento do risco de insectos e doenças devido à redução da capacidade de

controlo biológico, aumento de riscos para a saúde humana pela mesma razão e

pela redução da qualidade da água;

Ao aumento da prevalência de eventos catastróficos como deslizamentos de

terras e cheias;

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À redução da resiliência do solo às variabilidades climáticas;

Quando o solo estiver no seu estado mais avançado de degradação, leva à

desertificação, que é o estágio final.

5.3. Prevenção da degradação dos solos

Segundo a Revista do Instituto Campineiro de Ensino Agrícola – Brasil (1973, p.70) “a

conservação do solo, é o uso inteligente; é o uso racional do solo, objectivando alcançar

o máximo rendimento de maneira permanente”.

Por conservação do solo, dever-se-á entender a preservação e o desenvolvimento, de

modo a proporcionar o maior bem para o maior número e pelo maior período de tempo,

dos recursos naturais de caráter renovável, quais seja, o solo, as florestas, as pastagens,

a fauna silvestre e, em certa extensão, a água. (BERTONI e LOMBARDI, 1990), Citado

por (GONÇALVES; 2002).

A utilização do solo de maneira sustentável previne efeitos degradantes e cria condições

para o uso consciente, visando à preservação. A ciência da conservação do solo é

formada por um conjunto de medidas no qual seus objectivos são a preservação e

recuperação das condições físicas, químicas e biológicas do solo. Para que seja mantida

a produtividade, precisa-se utilizá-lo de modo sustentável, baseando em princípios

conservacionistas, usando o solo conforme seu potencial produtivo e suas necessidades

de proteção. A espécie humana sempre dependeu do solo para a sobrevivência, o qual

sendo conservado propicia grandes benefícios à vida. A variedade da alimentação

humana advém da imensa área de solos cultivados e actividades agropecuárias. A

preservação é necessária e indispensável. De acordo com (BERTONI e LOMBARDI,

1990), o problema de preservar o solo juntamente com os recursos naturais é assegurar a

produção de alimentos e outros materiais para atender a demanda da população.

Utilizá-lo de forma sustentável seria a solução, por isso foram criadas leis que orientam

o uso do solo, seja para explorar, seja para ocupação. Uma dessas leis torna obrigatório

que, antes de se proceder à ocupação do solo, é necessário o estudo do ambiente com

finalidade de descobrir os possíveis impactos gerados. (MICOA; 2007)

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Na agricultura existem normas para o uso correto do solo, as quais ainda não são leis,

por isso não há a obrigação de cumpri-las, mas já estão sendo usadas por muitos

agricultores. O importante é que seja evitado o processo de degradação. O solo é uma

fonte natural e deve ser usada de forma adequada e sustentável, para que seja mantida

sua produtividade e, portanto, a vida!

6. Conclusão

Em Moçambique, os problemas ambientais, no seu sentido mais restrito, relacionam-se

com a degradação do solo, erosão, desflorestamento, redução da fauna, poluição do ar,

das águas, destruição de mangais e queimadas descontroladas. Nas zonas rurais, os

problemas ambientais resultam de uma exploração inadequada dos recursos pela

população no processo da satisfação das suas necessidades básicas. Em particular, a

degradação dos solos manifesta-se por: uma desigualdade na distribuição de terras de

cultivo e, consequentemente crescente uso de terras com grande declive ou pouco

férteis, o que acelera o empobrecimento; práticas inadequadas tais como, a queima e

corte de árvores para a abertura de machambas; utilização indevida dos agro-químicos;

gestão e manutenção inadequada dos sistemas de regadio e drenagem que dão origem à

salinização, alcanização e erosão dos solos; abate indiscriminado das florestas para a

produção de carvão vegetal e queimadas que resultam na erosão e empobrecimento dos

solos. A melhor maneira de prevenção da degradação dos solos é a utilização do solo de

maneira sustentável pois previne efeitos degradantes e cria condições para o uso

consciente, visando à preservação

Recomenda-se que antes de se proceder à ocupação do solo, é necessário o estudo do

ambiente com finalidade de descobrir os possíveis impactos gerados e, o importante é

que seja evitado o processo de degradação, pois o solo é uma fonte natural e deve ser

usada de forma adequada e sustentável, para que seja mantida sua produtividade e,

portanto, a vida!

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7. Bibliografia

FAO; Moçambique; Quadro das demandas e propostas de Guiné-Bissau para o

desenvolvimento de um programa regional de cooperação entre países da CPLP

no domínio da luta contra a desertificação e gestão sustentável das terras;

2008; 36-39pp

TCP-CPLP/FAO-MADRRM, orgs: Mosquito, D.; Samo, G., e De Deus, N.

Governo de Moçambique. 2009; 11-14pp

GONÇALVES, Simone Rodrigues. 2002. Gestão de Solos Degradados. Brasil.

57-58pp

GEF (2003). Operational Program on Sustainable Land Management. Global

Environment Facility. Disponível em:

http://www.gefweb.org/Operational_Policies/Operational_Programs/

OP_15_English_Revised.pdf [Consultado em: 20/10/12]

RUDEL, T.K. 2007. Changing agents of deforestation: From state-initiated to

Enterprise driven processes, 1970-2000, Land Use Policy, Volume 24(1):35-41.

SANTOS, João Camargo Ribeiro Marques.2009. Degradação Ambiental na

África Subsahariana. Lisboa. 22-24pp

MICOA; Estratégia Ambiental Para O Desenvolvimento Sustentável De

Moçambique; Maputo-Moçambique; Julho-2007; 20-21pp

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