Cavaleiro da Imaculada - Fevereiro 2014

4
Ano 54 N.º 958 FEVEREIRO 2014 PUBLICAÇÃO PERIÓDICA MENSAL PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS TAXA PAGA PORTUGAL Bonfim - Porto FUNDADOR P. Ismael de Matos DIRECTOR P. Pedrosa Ferreira REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Avenida Camilo, 240 4349-014 PORTO Telef. 22 536 96 18 Fax: 22 510 60 97 Uma criança aproximou-se de mim, que sou padre, e fez-me esta pergunta: — O que é que faz um padre? Fiquei admirado ao ouvir uma pergunta tão frontal e pensei uns instantes acerca da resposta a dar- -lhe. Ocorreu-me também uma resposta frontal: — Um padre faz milagres. A criança ficou admirada e insistiu: — Milagres? Desses como Je- sus fazia ao curar os doentes? Expliquei então: — Não é desses. Eu faço mi- lagres ainda maiores. Pego todos os dias no pão e no vinho e, com os meus gestos e palavras, esses alimentos convertem-se no Corpo e Sangue de Cristo ressuscitado. A criança ficou admirada com a minha resposta. Não sei se a terá entendido. Ficou pensativa e se- guiu o seu caminho. Nunca mais a voltei a ver. Talvez um dia a en- contre a participar na Eucaristia. É uma alegria ver comunida- des cristãs onde se sente a das pessoas na presença de Cristo vivo, realmente presente no Pão eucarístico. Essa fé sente-se na maneira de rezar, de cantar, de genuflectir, de contemplar a hóstia, de comun- gar, de fazer silêncio contempla- tivo, de estar feliz, de transmitir alegria. Não apenas nos crentes mas sobretudo no celebrante. Pedrosa Ferreira Faço milagres Nos tempos que correm, é ir con- tra a corrente falar de oração. Feliz- mente, há pessoas que encontram nela a alegria e paz que buscam. O Cardeal Comanstri, quando era jovem sacerdote, encontrou-se um dia em Roma com Madre Teresa de Calcutá. Depois de se saudarem, ela per- guntou-lhe: — Quantas horas reza por dia? Ele ficou surpreendido com uma tal pergunta e respondeu: — Celebro a Missa diária, rezo a Liturgia das Horas e o Terço. Madre Teresa respondeu imedia- tamente: — Isso não é suficiente. O amor Uma questão de amizade não pode ser vivido de forma mi- nimalista. Tem de fazer meia hora de adoração por dia. O jovem sacerdote prometeu que sim. E Madre Teresa continuou: — E pensa que, se não rezasse, seria capaz de amar os pobres? É Je- sus quem põe amor no meu coração, quando rezo. A beleza da oração A oração aprende-se rezando. Do mesmo modo que se aprende a nadar, nadando. No princípio é difícil. Os livros não dão receitas mágicas. É pre- ciso tomar a decisão de deixar o ruído e fazer silêncio para escutar a voz do amado, Jesus Cristo. Santa Teresa de Ávila, uma mulher de acção, uma revolucionária, sentiu a beleza da oração. Escreveu ela: «A oração é tratar da amizade com quem sabemos que nos ama». Todos os livros acerca da oração se resumem no seguinte: Rezar é deixar- -se seduzir por Deus, que gosta mui- to de nós e quer estabelecer connosco um diálogo de amizade. Seria belo se os cristãos sentissem a beleza da oração, de forma a su- plicarem: «Senhor, ensina-nos a re- zar!» Treinaria o nosso coração! 11 de Fevereiro Dia Mundial do Doente Fé e caridade: «Também nós devemos dar a vida pelos irmãos». (1 Jo 3, 16).

description

O Cavaleiro da Imaculada é uma publicação mensal de inspiração cristã fundada pelo padre Ismael de Matos em Janeiro de 1960, que visa a informação e formação nos valores ético-sociais das classes populares, segundo a perspetiva da Igreja Católica.

Transcript of Cavaleiro da Imaculada - Fevereiro 2014

Ano 54 � N.º 958 � FEVEREIRO 2014 � PUBLICAÇÃO PERIÓDICA MENSAL PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

TAXA PAGAPORTUGAL

Bonfim - Porto

FUNDADORP. Ismael de Matos

DIRECTORP. Pedrosa Ferreira

REDACÇÃOE ADMINISTRAÇÃOAvenida Camilo, 2404349-014 PORTO

Telef. 22 536 96 18Fax: 22 510 60 97

Uma criança aproximou-se demim, que sou padre, e fez-me estapergunta:

— O que é que faz um padre?Fiquei admirado ao ouvir uma

pergunta tão frontal e pensei unsinstantes acerca da resposta a dar--lhe. Ocorreu-me também umaresposta frontal:

— Um padre faz milagres.A criança ficou admirada e

insistiu:— Milagres? Desses como Je-

sus fazia ao curar os doentes?Expliquei então:— Não é desses. Eu faço mi-

lagres ainda maiores. Pego todosos dias no pão e no vinho e, comos meus gestos e palavras, essesalimentos convertem-se no Corpoe Sangue de Cristo ressuscitado.

A criança ficou admirada coma minha resposta. Não sei se a teráentendido. Ficou pensativa e se-guiu o seu caminho. Nunca mais avoltei a ver. Talvez um dia a en-contre a participar na Eucaristia.

É uma alegria ver comunida-des cristãs onde se sente a fédas pessoas na presença de Cristovivo, realmente presente no Pãoeucarístico.

Essa fé sente-se na maneira derezar, de cantar, de genuflectir, decontemplar a hóstia, de comun-gar, de fazer silêncio contempla-tivo, de estar feliz, de transmitiralegria. Não apenas nos crentesmas sobretudo no celebrante.

Pedrosa Ferreira

Faço milagres

Nos tempos que correm, é ir con-tra a corrente falar de oração. Feliz-mente, há pessoas que encontramnela a alegria e paz que buscam.

O Cardeal Comanstri, quando erajovem sacerdote, encontrou-se um diaem Roma com Madre Teresa deCalcutá.

Depois de se saudarem, ela per-guntou-lhe:

— Quantas horas reza por dia?Ele ficou surpreendido com uma

tal pergunta e respondeu:— Celebro a Missa diária, rezo a

Liturgia das Horas e o Terço.Madre Teresa respondeu imedia-

tamente:— Isso não é suficiente. O amor

Uma questão de amizadenão pode ser vivido de forma mi-nimalista. Tem de fazer meia hora deadoração por dia.

O jovem sacerdote prometeu quesim. E Madre Teresa continuou:

— E pensa que, se não rezasse,seria capaz de amar os pobres? É Je-sus quem põe amor no meu coração,quando rezo.

A beleza da oraçãoA oração aprende-se rezando. Do

mesmo modo que se aprende a nadar,nadando. No princípio é difícil. Oslivros não dão receitas mágicas. É pre-ciso tomar a decisão de deixar o ruídoe fazer silêncio para escutar a voz doamado, Jesus Cristo.

Santa Teresa de Ávila, uma mulherde acção, uma revolucionária, sentiua beleza da oração. Escreveu ela:«A oração é tratar da amizade comquem sabemos que nos ama».

Todos os livros acerca da oração seresumem no seguinte: Rezar é deixar--se seduzir por Deus, que gosta mui-to de nós e quer estabelecer connoscoum diálogo de amizade.

Seria belo se os cristãos sentissema beleza da oração, de forma a su-plicarem: «Senhor, ensina-nos a re-zar!» Treinaria o nosso coração!

11 de FevereiroDia Mundial do DoenteFé e caridade: «Também nós devemos dara vida pelos irmãos». (1 Jo 3, 16).

2 Cavaleiro da IMACULADA

A cisterna do Evangelho

S RRIA!� �

Agradecemos os donativos envia-dos para apoio deste jornal.

MOTIVOS PARA SER CRISTÃOAs contas do nosso Jornal

Eram duas cisternas a uma distân-cia de poucos metros. Ambas diferentes.Olhavam uma para a outra e, de vez emquando, conversavam.

A primeira cisterna era perfeita. Aspedras que a formavam estavam bemjuntas, numa construção impecável ebela. Não deixava sair sequer uma gotade água.

A segunda cisterna apresentava algu-mas fendas, como se fossem feridas, dasquais saíam gotas de água.

A primeira, orgulhosa da sua per-feição, permanecia bem visível e sozi-nha. Apenas algum insecto ousava apro-ximar-se dela.

A segunda estava coberta de arbus-tos floridos, que se alimentavam das go-tas de água que saíam continuamenteatravés das fendas. Os insectos aproxi-mavam-se dela e até as aves do céufaziam ali os seus ninhos.

Esta segunda cisterna não era per-feita mas sentia-se feliz. Graças à suaágua, era fonte de vida.

As duas cisternas foram construídaspara guardar a preciosa água das chu-vas, tão necessária em tempos de seca.Num primeiro comentário, pode dizer--se que a primeira era perfeita e a se-gunda imperfeita. Contudo esta se-gunda, apesar das suas limitações, eraverdadeiramente feliz. À sua volta sur-

gia a vida pois, onde existe a água, bro-ta a vida. Esta cisterna tornava possí-vel a vida.

Jesus Cristo deixou-nos nas mãos osEvangelhos para serem como que acisterna, onde vamos buscar a água vivaque nos fará felizes. E o texto principalé, sem dúvida, o Sermão da Montanha.Trata-se de uma das páginas mais belasda história da humanidade, como oreconhecem até os não crentes. É umexcelente programa de vida para todosos que buscam a felicidade.

Um bom motivo para ser cristão éque temos connosco os Quatro Evan-gelhos, nos quais os apóstolos Mateus,Marcos, Lucas e João nos dão quatroretratos de Jesus, todos eles muito be-los. O cristão, ao meditar nesses textossagrados como quem bebe numa fontede água viva, deixa-se cativar por Jesuse torna-se num seu discípulo cada vezmais fiel. Ele veio para que tenhamosvida abundante.

AnúnciosUma viúva na redacção do jornal diário:— Quanto custa publicar o anúncio de

um falecimento?— São 50 euros por centímetro.— Meu Deus! O meu pobre Nazário

tinha quase dois metros de altura!

EspectadoresNa bancada do estádio, um espectador

levanta-se e grita para o árbitro de futebol:— Gatuno! Ladrão!Um desconhecido ao lado dele diz:— Amigo, não se zangue. Tome lá a sua

carteira que estava só a brincar!

ReligiosasO Bispo pergunta às freiras:— A que Congregação pertencem as

irmãs?A Superiora responde:— Somos as Irmãs de São José.O Bispo, sorrindo, comenta:— De S. José? Estão muito bem con-

servadas!

OS NOSSOS LIVROSLaura Vicunha ............................ 0,75 €Advento e Natal em Família ......... 1,00 €Família que Reza ........................ 1,00 €Maio com Maria ......................... 1,00 €Rosário Bíblico ........................... 0,75 €A Virgem Falou .......................... 0,75 €Creio na Vida Eterna ................... 1,00 €Viver com Deus .......................... 1,00 €Quaresma em Família .................. 1,00 €70 dias com S. João Bosco ........... 1,00 €70 dias com Domingos Sávio ........ 1,00 €Falar de Jesus às crianças ........... 1,00 €As razões da nossa fé ................. 1,00 €Tempo Pascal em família ............. 1,00 €Conhecer Maria ........................... 1,00 €Nem só de pão .......................... 1,00 €Os sete sacramentos ................... 1,00 €Maria Auxiliadora ........................ 1,50 €Eu vi Jesus ................................ 1,50 €A beleza da oração ..................... 1,00 €Virgem do Rosário ...................... 1,00 €

Pedidos por Telefone ou Correio a:Cavaleiro da Imaculada

Avenida Camilo, 240 � 4349-014 PORTOTelef. 22 536 96 18 � Fax: 22 510 60 97

Encomendas: Mínimo 5 livros

Através dos nossos dedicados colaboradores,recebemos as seguintes ofertas, que muito agra-decemos:

J. F. Fernandes, Pont-du-Chateau (T. Aurora),206,00; Pont-du-Château (Simões Casimiro), 20,00;Santo António de Vagos, 62,00; Cordoaria, 26,50;Servel Fundeiro, 5,00; Beiçudo CDN, 40,00; Fon-tinha — Febres, 335,00; Sarzeda, 35,00; Balocas —Vide, 102,00; Mem Martins (T. Cabral), 32,00; Cerva,20,00; Apúlia (Laura Rodrigues), 68,69; Sameiro —Manteigas, 190,00; Camila Tavares, 10,00; ParóquiaS. João Bosco — Mirandela, 20,00; Sobreira — Rei-goso, 26,20; Malpartida, 20,00; David Redmerski,15,00; Paróquia Nogueira Regedoura, 44,00; Grijó eamigos do «Cavaleiro», 15,00; António Melo — Lx,50,00; Cristina Pinto, 9,90; Tomar (M.ª Barbosa),5,40; M.ª Luísa Carriço, 100,00; António Nogueira,65,00; A. Cotrim, 3,00; Arnal, 25,00; Sónia Benigno,11,11; Ana M.ª Martins, 120,00; Nélson Beato, 10,80;Belarmino Silva, 60,00; Benlhevai, 35,00; Murteira— Ventosa, 20,00; Paróquia de Selmes, 10,00; Oliv.Do Douro — Cinfães, 58,50; Paredes de Viadores,40,00; Vila Cova à Coelheira VNP, 215,00; M.ª T.Leal, 30,00; Paróquia de Alvaiázere, 100,00; IrmãsBom Pastor — Colos, 6,25; Donsumil — Vila Marim,10,00; Coelhoso, 95,00; Recarei (J. Barbosa), 135,00;Figueiras — Lousada, 12,50; Póvoa MDR, 45,70;Ramalhal (Z. Lopes), 30,00; Rinchoa (M.ª Fer-nandes), 99,20; anónimo de Cascais, 20,00; Paróquiade Estela PVZ, 140,00; Leiria (I. Neves), 20,00;Ansião, 51,75; Leça da Palmeira (Alice Garcia),80,00; Bragança (E. Paula), 20,00; V. P. Aguiar (L.Carvalho), 10,00; Murça (M.ª Borge), 50,00; Al-cabideche (M.ª Guerreiro), 80,00; Monforte (IrmãsS. J. Cluny), 19,50; Paróquia de Ancede), 160,00;Barcelinhos (M.ª C. Freitas), 22,10; Paróquia de RioMau VCD, 200,00; Palmela (M.ª Rosado), 50,00;Queluz (M.ª A. Sousa), 65,00; S. Martinho do Cam-po, 30,00; Massamá (A. M. Mendes), 100,00; G. Tei-xeira, 3,70; Uva — Vimioso, 20,00; Cova da Piedade(L. Silva), 30,00; Valbom (Marg. Silva), 85,00; Pa-róquia de Santa Maria da Murtosa, 127,00; Canadá(M.ª Caldas), 30,00; Colo de Pito, 15,00; P. Delgada— Açores, 15,00; Nadadouro, 10,00; Porto (M.ª A.Cabral), 26,50; Artur Pinho, 5,00; Lijó, 20,00; Gens,15,00; Bragança (M.ª Henrique), 7,00; Refontoura,100,00; Vila Cova da Lixa, 20,00; Vila Maria (M.ªFerreira), 10,00; Vilarinho STS, 10,00; Vilar CDV,100,00; Folgosa do Douro, 80,00; Andreus — Bar-reira — Leiria, 20,00; Casal do Mosteiro — Semi-de, 59,00; Canidelo VCD, 60,00; Avintes (QuitériaDias), 50,00; Várzea — S. Miguuel — Açores, 30,00;Vale Frechoso, 80,00; Aveleda VCD, 10,00; M.ª C.Cruz, 10,00; Paróquia de Pigeiros, 100,00; GeorginaTeixeira, 20,00; Custóias (M.ª Valadares), 67,54;Mafamude (J. Cordeiro), 5,00; Porto de Troviscal —Sertã, 30,00; Ir. Isabel Nabais, 6,00; M.ª Alex. Romão,3,25; Magueija, 61,79; Vidual — Casal da Lapa,25,00; Nogueira VRL, 100,00; Alte, 10,00; Mur-teira — Lamas CDV, 70,00; Sabugal, 220,81; Torre(Sabugal), 109,25; Aldei de Santo António, 63,94;Casal da Cinza — Guarda, 20,00; Ota, 20,00;Presidium Nossa Senhora do Socorro — Quin-chães, 20,00; capela Nossa Senhora da Saúde —Porto, 20,00; Aldeia Grande — Maxial, 20,00;Carapito, 136,50; Paróquia de S. Paio de An-tas, 25,00; S. Bernardino — A. da Baleia, 65,00;Coimbrão, 40,00.

JANEIRO DE 2014DESPESA:Pagelas diversas ....................................... 484,62 €

Correios e despachos .............................. 2.125,17 €

114.000 ex. do jornal N.º 958 (Janeiro) 2.580,00 €

RECEITA:LIVRO DE OURO

Cavaleiro da IMACULADA 3

IGREJA VIVA

A ovelha setenta e sete

Cavaleiro da IMACULADADirector e Editor: P. Pedrosa Ferreira

Redacção e Administração: Avenida Camilo, 2404349-014 PORTO

Telef. 22 536 96 18 � Fax: 22 510 60 97E-mail: [email protected]

Internet: http://issuu.com/ppsslisboaPara depósito bancário:

NIB: 0007 0408 00029780005 09 (Banco Esp. Santo)IBAN: PT50 0007 0408 0002 9780 0050 9

SWIFT / BIC BESCPTPLPropriedade: Prov. Port. da Sociedade Salesiana

Rua Saraiva de Carvalho, 2751399-020 LISBOA

Registo de imprensa N.º 100233Empresa Editorial N.º 202574

Registo de Pessoa Colectiva: 500 731 071Assinatura individual de Benfeitor: € 5,00

Número avulso: Oferta livreExecução gráfica: SERSILITO

— Empresa Gráfica, Lda.Travessa Sá e Melo, 209 � Gueifães — MAIA

Depósito legal N.º 298819/09Tiragem mensal: 114.000 exemplares

Aquilo que a ovelha setenta e setenarra da sua vida, pode ter algo a vercom a vida das pessoas.

Jesus de Nazaré também falou deovelhas. Utilizou a imagem do rebanhopara falar ao povo, afirmando que erao Bom Pastor.

Era a ovelha número setenta e sete.Para facilitar a contagem, o pastor tinhagravado o número nas costas. Faziaparte de um rebanho de cem ovelhas.

A ovelha setenta e sete não era nemdas primeiras nem das últimas. Eraexplorada como as outras: tosquiavam--na, tiravam-lhe o leite e os cordeiri-nhos. Servia simplesmente para pro-duzir. Não se sentia amada.

Por isso, cansada de viver ignorada,decidiu fugir. Quando o pastor se deuconta, já ela estava longe.

Nos primeiros dias, era feliz. Saltavapelos prados verdes e não sentia a fal-ta do pastor.

Um dia, sentiu que um lobo estavapróximo. Ficou aflita e escondeu-senum buraco. Foi então que apareceu opastor.

Pegou nela e disse-lhe: «Vamos paracasa! Tu, a setenta e sete, és importantepara mim!»

Muito amadosEsta história recorda o que dizia um

jovem, dando um testemunho de vidadurante um retiro para jovens.

Falou do sentimento de não seramado na sua família. Tinha a im-pressão que nunca foi desejado. Os paisfalavam muitas vezes com o irmão ea irmã, mas muito pouco com ele.Quando foi para a escola, todos tinhamamigos, menos ele.

Depois contou o seguinte: «Um dia,entrei numa igreja silenciosa a meditare, de repente, tive a certeza de que eramuito amado por Jesus. Ele amava-meassim como sou, com as minhas fra-gilidades e infidelidades. Esta certeza

fez com que recuperasse a alegria deviver».

Afirmou diante de todos os ouvintesque, quando regressou a casa, estavadiferente. E que, actualmente, mesmoque sinta que não é suficientementeamado pelos seus familiares e compa-nheiros, ele acredita que Jesus o amacom um amor maravilhoso.

Sabe agora que nos momentos difí-ceis, quando como que sente à sua vol-ta os lobos a meterem-lhe medo, nadateme porque Jesus está com ele. É o seuBom Pastor, que jamais o abandonará.Com o salmista, gosta de dizer a cantar:«O Senhor é o meu pastor, nada mefaltará».

O retiro de jovens terminou em fes-ta e todos regressaram a suas casas.Tudo tinha sido muito belo mas estetestemunho ficou gravado em todos, aoponto de ser publicado numa revista,para que toda a gente sinta que éimportante para Jesus. Cada qual é essaovelha setenta e sete de que fala ahistória.

PerseguidosSegundo as estatísticas, calcula-se

que, no ano 2012, morreram porcausa da sua fé 105.000 cristãos nomundo. Podemos afirmar que, emcada 5 minutos, morre um cristão.

Os cristãos são actualmente o gru-po religioso mais perseguido e dis-criminado. Um estudo afirma que75% dos atentados contra a liberdadereligiosa têm como alvo os seguidoresde Jesus Cristo.

AnglicanismoO anglicanismo é a religião oficial

da Inglaterra. Os anglicanos sãocristãos mas não católicos. Separa-ram-se da Igreja Católica no tempode Henrique VIII. Contudo, existedesde Janeiro de 2013 um Ordina-riato para acolher os anglicanos quequerem entrar na Igreja Católica. Au-mentam as conversões ao catoli-cismo.

Recentemente, onze religiosasanglicanas decidiram unir-se ao Papa.Trata-se de uma das primeiras ordensreligiosas anglicanas, nascidas depoisda separação de Roma. São as Irmãsda Santíssima Virgem Maria.

Dia dos ConsagradosO dia 2 de Fevereiro, festa da

Apresentação do Senhor, foi esco-lhido para ser o dia em que osconsagrados se reúnem para celebrara sua consagração religiosa, profes-sando os votos de pobreza, castidadee obediência, e vivendo em comu-nidade.

Em todas as dioceses, os religiosose as religiosas realizam vigílias deoração, participam na Eucaristia cele-brada pelo bispo, convivem alegre-mente. Em algumas cidades, convi-dam-se alguns jovens a passar um diacom a comunidade, de forma a veremcomo os consagrados são felizes.

Político e santoFoi iniciado o processo de bea-

tificação e de canonização de AldoMoro, um conhecido político que foi5 vezes primeiro ministro de Itália.Sequestrado em 1978, foi assassinadopelas Brigadas Vermelhas.

Aldo Moro era um católico firmena sua fé e não tinha vergonha de seassumir como crente. Governou comum grande sentido de serviço ao povoe, nos conflitos, buscava sempre apaz e a concórdia. Inspirou-se semprena sua acção política pelos valores doEvangelho.

80 páginas — Preço: 1,50 EuroLivro a 4 cores e em papel couchéPedidos: «Cavaleiro da Imaculada»Av. Camilo, 240 — 4349-014 PORTO

4 Cavaleiro da IMACULADA

INTENÇÕES DO PAPAFEVEREIRO

Calisto Caravário

PENSAMENTOS

SANTIDADE SALESIANAO CONTO DO MÊS

A mesa do avô

ESTE JORNAL É PARA SIEste jornal é gratuito, graças à genero-

sidade dos seus distribuidores, colectores eleitores da imprensa de inspiração cristã.

Por todos estes nossos amigos e benfei-tores é celebrada, todos os meses na nossacapela, uma Eucaristia pelas suas intenções.

Precisamos de pessoas que se ofereçampara distribuir este jornal nas paróquias,hospitais, prisões e em toda a parte. Envie--nos o seu nome e morada e diga-nos quan-tos jornais deseja receber mensalmente.

� UNIVERSAL: Para que a sabedoria eexperiência de vida dos idosos sejamreconhecidos na Igreja e na sociedade.

� PELA EVANGELIZAÇÃO: Paraque os sacerdotes, religiosos e leigoscolaborem com generosidade na mis-são de evangelizar.

Calisto Caravário, um jovem padremissionário, assim como o bispo LuísVersiglia, são os primeiros salesianosmártires que foram canonizados.

Calisto nasceu em Cuorgné (Itália)a 18 de Junho de 1903. Aos 5 anos, afamília foi viver para Turim.

Frequentou o Oratório Salesiano deValdocco e era dos primeiros da turma.Aconselhado pelo director Padre Ga-relli, entrou no Noviciado e tornou-sesalesiano.

Em 1922, o bispo missionário D. Ver-siglia foi a Turim e falou das missões aosseminaristas. Calisto disse-lhe:

— Quero segui-lo até à China!Tanto insistiu que, passado pouco

tempo, foi enviado em missão. A suamãe disse:

— Deixo com todo o gosto o meufilho nas mãos de D. Bosco.

Calisto, ao chegar, escreveu à suamãe: «Agradeço muito reconhecido aoSenhor por me ter concedido uma mãetão boa». Pouco tempo depois, dizianuma outra carta: «Mãe, uma notíciaque te dará alegria: Hoje dei a primeiralição de catequese em chinês».

Macau e TimorO jovem salesiano Calisto foi en-

viado para Macau e depois para Timor,onde esteve dois anos. A todos edificoucom a sua bondade e zelo apostólico.

Escreveu à sua mãe dizendo: «Mi-nha querida mãe, reza para que o teuCalisto seja sacerdote não apenas ameias, mas todo inteiro».

Regressou a Shiuchow e a 18 deMaio de 1929 D. Versiglia ordenou-o sa-cerdote e confiou-lhe a missão de Lin-chow. Em pouco tempo, visitou todas asfamílias e captou a simpatia de todas ascrianças das escolas.

Entretanto, a situação política na

China tornou-se insuportável, sobre-tudo no relacionamento com os cristãose os missionários estrangeiros. Come-çaram as perseguições.

A 13 de Fevereiro de 1930, o Pa-dre Calisto Caravário deslocou-se aShiuchow, a fim de acompanhar o bispoD. Luís Versiglia numa visita pastoral àsua missão de Linchow. Quando iam decanoa, apareceu de surpresa um gru-po de piratas armados, que entrou nabarca. Queriam raptar as catequistaspara as levar como escravas. O padreCalisto e o bispo defenderam-nas.

Os piratas, cheios de ódio para comos cristãos, exigiram que os missioná-rios saíssem para a margem. Permiti-ram apenas que, antes de serem fuzi-lados, se confessassem um ao outro.

O Padre Calisto, juntamente com obispo Caravário, foi beatificado e ca-nonizado por João Paulo II. A sua festacelebra-se no dia 25 de Fevereiro.

� Procura ser feliz hoje, porque nãosabes o dia de amanhã.

Omar Kabyam

� Se tiveres de caluniar alguém, nãofales, escreve na areia bem perto dasondas. Autor desconhecido

Era uma vez uma família nu-merosa: o pai, a mãe e muitos fi-lhos. Nessa casa vivia também umavô.

Mas, como era idoso, quandose sentava à mesa, ao comer asopa, frequentemente sujava tudo:a boca, o guardanapo, a toalha.Não fazia uma bonita figura.

Um dia, o filho disse-lhe:— Desculpe, mas o melhor era

você comer sozinho, fora da salade jantar.

O avô, de olhar triste, teve deconcordar. O filho comprou en-tão uma mesinha e pô-la na cozi-nha. Assim não incomodava nin-guém.

Passados alguns dias, o filho, aoregressar a casa, viu um dos seusfilhos a brincar com um pedaço demadeira. Perguntou-lhe:

— O que fazes?O menino respondeu:— Estou a brincar de carpin-

teiro.O pai insistiu:— E o que estás a construir?Resposta da criança:— Uma mesinha para ti, quan-

do fores idoso como o avô.

Os avós não são coisas «des-cartáveis», são pessoas dignas detodo o respeito e amor. São umtesouro.

� A ciência moderna ainda não en-controu um tranquilizante que sejamais eficaz do que algumas palavrascarinhosas. D. Meador

� Para lidar consigo mesmo, use acabeça; para lidar com os outros, useo coração. Karl Rahner

� A amizade verdadeira sorri na ale-gria, consola na tristeza, alivia nador e se eterniza em Deus. J. Calvet

� Uma pessoa é livre quando é capazde fazer o bem. Clodovis Boff

� Todas as pessoas sorriem no mesmoidioma. Morris Mandell